Diario
Economico
21-03-2012
Tiragem: 22956
Pág: 38
Pais: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Area: 26,00 x 29,40 cm2
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
COMPARAÇÃO
MSTF Partners
vs Buzzman
A música utilizada nas
duas campanhas do 4 G
da PT e do Nokia Lumia
é "Sail", dos americanos
Awolnation e os dois
anúncios partilham
a técnica 'stop motion',
o fundo escuro.
Euro RSCG
vs ODB London
A campanha da Euro
R S C G para a Optimus
utilizava a mesma banda
sonora de um 'spot'
da Budweiser criado
pela ODB London,
o tema "All together",
dos Beatles. As imagens ruas, grupos de jovens
e cores vivas - foram
também comparadas.
Franceses acusam Partners
de copiar anúncio para a PT
Partners enviou reclamação à produtora a quem comprou direitos da música também usada pela Buzzman.
Catarina Madeira
catarlna.madeira<£economico.pt
A agência de publicidade fran
cesa Buzzman acusa a portu
guesa MSTF Partners de ter co
piado a campanha desenvolvi
da para a 4' geração da PT de
um anúncio seu, criado para o
telemóvel Nokia Lumia. Georges Mohammed Cherif. director criativo da Buzzman e res
ponsável pelo desenvolvimen
to da c a m p a n h a que está a
passar actualmente na televis ã o francesa, d e f e n d e u , e m
declarações ao Diário Económico, que "a cópia é tão óbvia
que chega a ser divertida".
Mohammed Cherif conside
ra que "a utilização da música é
óbvia, mas também a forma
como é filmado e as imagens a
preto e branco". A música em
causa é o tema "Sail", dos americanos Awolnation e as duas
filmagens partilham a técnica
'stop motion' e o fundo preto.
Apesar desta posição, a Buzzman - agência que conta com
clientes como a Microsoft, Eums
port, BICeAxe não vai agir judicialmente. "Não vamos fazer nada
em relação a isso", argumentou o
director criativo da agência.
Confrontado com as acusaç õ e s . o director criativo da
Partners. Lourenço Thomaz. revela que a agência portuguesa já
fez uma queixa à produtora a
quem compraram os direitos do
tema, porque esta "não avisou
O director criativo
da Partners,
Lourenço Thomaz,
rejeita a cópia
e diz que a aqência
portuguesa já
fez uma queixa
á produtora a quem
compraram os
direitos da música.
Para Georqes
Mohammed-Cherif,
da Buzzman,
" a utilização
da música é óbvia,
m a s também
a forma como
é filmado e a s
Imaqens a preto
e branco".
nem uns nem outros que a músi
ca já estava a ser usada". Quanto
às técnicas de filmagem usadas,
Lourenço Thomaz recorda, com
ironia, que "as câmaras lentas já
se usam há 40 anos" e vão ser
cada vez mais usadas "nesses
tempos que aí vêm". Sobre o
fundo escuro, o publicitário ale
ga que "é impossível mostramos
a fibra (igual ao filme PT Fibra
que já saiu há dois anos) e o 'pó
len' num fundo claro".
O director criativo da
Partners diz ainda que a ideia da
agência "não está na música e
em imagens soltas, porque estas
só ilustram a ideia, e só dão corpo a essa mesma ideia. O nosso
conceito é a fibra, que agora já
não está fixa, está no ar. e portanto é móvel, e porque é 4G e
está em todo o lado aparece-nos
em forma de pólen".
Campanha da Optimus também
gerou polémica
A situação, que suscitou uma
onda de comentários contra e a
favor nas redes sociais, traz à
memória uma outra polémica
ocorrida no ano passado c o m
uma campanha da Optimus. Na
altura, a Euro RSGC, responsável
pela criatividade, foi acusada por
Luis Avelar, responsável pelo departamento de marketing da PT
(dona da TMN, concorrente da
Optimus no sector das teleco
municações móveis), de ter co
piado um 'spot' da Budweiser
que utilizava a mesma banda so
nora: o tema "All together", dos
Beatles. "Não interessa se foi um
anúncio da Austrália ou em qual
quer outro sítio, uma cópia é
uma cópia", disse, então, o res
ponsável da PT.
A acusação foi sempre rejeita da pela Euro RSCG. Agora, anali
sando a campanha da Partners,
Ricardo Monteiro, vice-presidente global da Euro RSCG
Worldwide, defende que "a inspiração é indesmentível", mas
acrescenta que "a inspiração é
uma fonte legitima em publici
dade". Ricardo Monteiro admite
que o anúncio da Partners recorre aos mesmos tópicos visuais,
mas é "válido do ponto de vista
comercial e profissional". •
Lei diz que só
existe cópia se
anúncio for igual
A s acusações de cópia
são frequentes no mercado
publicitário, mas a fronteira entre
a violação dos direitos de autor
e a mera inspiração nem sempre
é clara. Manuel Lopes Rocha,
sócio da PLMJ, especialista
em propriedade intelectual,
explica que uma campanha só
é considerada cópia quando
é "rigosamente igual", Neste
caso. o jurista defende que " n ã o
há ilícito". " H á uma linha comum,
mas só um elemento - a música é igual e isso não se transmite
ao todo", justifica, acrescentando
que " a s ideias não são protegidas
pelos direitos de autor,
a expressão é que está".
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