RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Plano de Pormenor ARRABALDE DA PONTE RELATÓRIO CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA - 2012 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE ÍNDICE 0. 1. 2. Introdução Enquadramento Legal do Plano Enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial em Vigor 3. Constituição do Plano de Pormenor. 4 . Descrição da Situação Existente 5 . Objetivos 6 . Compromissos e Metodologia de Gestão Urbanística 7 . Espaços Verdes de Interesse Coletivo 7.1 A Proposta 8. Recursos Hídricos 9 . Rede Viária, Circulação e Estacionamento 10. Rede de Abastecimento de Águas 11. Rede de Esgotos Domésticos e Pluviais 12. Rede de Iluminação 12.1. Considerações gerais 12.2. Análise do desenvolvimento e estado atual das infraestruturas elétricas existentes 12.3. Soluções propostas 13. Rede de Abastecimento de Gás 13.1. Considerações gerais 13.2. Análise do desenvolvimento e estado atual das infraestruturas de distribuição de gás natural existentes 13.3. Soluções propostas 14. Rede de instalações telefónicas 14.1. Considerações gerais 14.2. Análise do desenvolvimento e estado atual das infraestruturas de telecomunicações existentes 14.3. Soluções propostas 15. Indicadores urbanísticos do Plano 15.1. Indicações construtivas do PDM aplicáveis a esta área 15.2. Quantificação das propostas do Plano de Pormenor. Indicadores urbanísticos e valores de capitação 16 . Alterações ao Plano Diretor Municipal 17. Sistema de Execução e Compensação de Benefícios e Encargos previstos no Plano 17.1. Sistema de execução e instrumentos de apoio 17.2. Compensação de benefícios Anexo 1 - Quadro Geral de Áreas e Usos da Planta de Implantação Anexo 2 - Fotografias da Zona de Intervenção 1 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 0. Introdução O presente relatório, acompanha o Plano de Pormenor do Arrabalde da Ponte, doravante Plano, nos termos do n.º 2 do artigo 92.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, o qual identifica as principais medidas, indicações e disposições adotadas no Plano, fundamentando e explicitando as soluções adotadas, nomeadamente de suporte às operações de transformação fundiária previstas. Inclui ainda o programa de execução das ações previstas e o respetivo plano de financiamento. Com a aprovação do Plano Diretor Municipal (PDM) e sua publicação na Série I-B do D.R. n.º 204/95, de 4/9/95, a Cidade de Leiria ficou coberta por cartografia temática à escala 1/25.000 (que abrange todo o município e envolve as plantas de ordenamento, de condicionantes e servidões, da RAN e da REN) e o cartograma de zonamento síntese à escala 1/10.000 (apenas para o limite do aglomerado da cidade de Leiria, pormenorizando o zonamento). As bases de trabalho utilizadas em ambos os casos, bastante antigas e inadequadas, motivaram algumas imprecisões, desajustamentos e mesmo omissões que importou ultrapassarmos. A possibilidade de elaborar instrumentos de planeamento urbanístico de pormenor para a cidade implica o recurso a escalas especiais que reproduzam o mais fielmente possível a realidade. Tal desiderato foi conseguido pela encomenda de cartografia em formato digital escala 1/1.000, fundamental para zonas específicas de Leiria alvo de pressões de urbanização, construção ou reabilitação. Refira-se que esta cartografia está homologada de acordo com Decreto-Regulamentar nº 10/2009, de 29 de maio. A elaboração do Plano visou responder a pressões urbanísticas provocadas pela abertura da Av. Dr. Francisco Sá Carneiro e à necessidade de realizar uma ligação imediatamente no início desta via, junto ao Rio Lis, até à zona de expansão que decorre do PP de Almuinha Grande, a poente (aprovado em 18/9/1992, e publicado no DR 2ª série, nº 266, de 17/11/1992), permitindo concretizar um eixo de circulação até ao nó do IC2 e EN 109. Para a execução do arruamento que concretiza esta ligação (e que segue paralelamente ao Rio), a Av. Dr. Adelino Amaro da Costa e rua Anzebino da Cruz Saraiva, a Câmara Municipal acordou com 2 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE os proprietários envolvidos a cedência gratuita dos terrenos por onde a via passaria, estabelecendo um índice de utilização bruto de 1,0 (para a totalidade do terreno inicial) em protocolos assumidos pelas partes envolvidas. Este índice foi transposto para as disposições do Regulamento do PDM [artigo 93.º, nº 2, alínea a)]. O Plano corresponde à área delimitada nas peças desenhadas, que tem como confrontações, a Norte, edificações contíguas às Ruas do Alambique e Manuel Jorge; a Poente a Rotunda do Arrabalde e rua Rossio dos Borges; a sul a margem sul do Rio Lis; e a Nascente a Fonte Quente. À zona assim delimitada corresponde a área aproximada de 10,30 hectares. Os limites físicos do Plano estão ligados a elementos caracterizadores bem identificados (nomeadamente margem sul do Rio Lis, limites cadastrais, projetos aprovados pela Câmara Municipal de Leiria, limite do P.P. Leiria Norte). 1. Enquadramento Legal do Plano O Plano segue os procedimentos previstos no RJIGT para a sua elaboração, aprovação, ratificação e publicação. Assim, foi dado cumprimento às disposições legais e regulamentares aplicáveis, nomeadamente no que respeita à deliberação (n.º 1 do artigo 74.º), à participação preventiva (n.º 2 do artigo 77.º), à publicação em Diário da República (n.º 4 do art.º 148.º) e à publicitação na comunicação social (art.º149.º) A proposta de elaboração do Plano, foi presente a reunião de Câmara Municipal de Leiria, de 9 de março de 2010, que deliberou iniciar a elaboração do Plano e estabeleceu o início de um período de participação preventiva de 15 dias. A deliberação foi objeto de publicação no Diário da República, 2ª série – nº 92, de 12 de maio de 2010 (Aviso n.º 9471/2010). 2. Enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial em Vigor Na área de intervenção do Plano encontram-se em vigor os seguintes instrumentos de gestão territorial: • Plano Diretor Municipal de Leiria, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 84/95, publicada no Diário da 3 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE República n.º 204, I Série – B, de 4-9-1995 com as alterações que lhe foram introduzidas pela Declaração n.º 398/99, publicada no Diário da República n.º 283, II Série, de 6-12-1999, pela Declaração n.º 180/2001, publicada no Diário da República n.º 130, II Série, de 5-6-2001, pela Declaração n.º 254/2001, publicada no Diário da República n.º 193, II Série, de 21 de agosto de 2001, pelo Edital n.º 228/2008, publicado no Diário da república, 2.a Série – n.º 50, de 11 de março de 2008, pelo Edital n.º 762/2011, publicado no Diário da República, 2.a série, n.º 149, de 04 de agosto de 2011 e pelo Edital n.º 763/2011, publicado no Diário da República, 2.a série, n.º 149, de 04 de agosto de 2011. • Plano de Bacia Hidrográfica do Lis, aprovado pelo DecretoRegulamentar n.º 23/2002, de 3 de abril. • Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral, aprovado por Decreto-Regulamentar n.º 11/2006, de 21 de julho e suspenso parcialmente pela Portaria n.º 62/2011, de 2 de fevereiro. Em termos de classificação e qualificação do solo o PDM em vigor estabelece para a área do Plano as seguintes disposições: Planta de Ordenamento (escala 1:25 000) – A área do Plano encontra-se classificada como “Espaço Urbano”, parte em “áreas habitacionais ou residenciais” e parte em “Zonas verdes”. Parte da área de intervenção está dentro do limite do perímetro de rega do vale do lis, estando contudo, fora do limite do futuro perímetro de rega do vale do lis (processo de desafetação em curso, área a incluir em espaço urbano ou urbanizável). Planta de delimitação do aglomerado de Leiria (escala 1:10 000) A área do Plano encontra-se assinalada como estando abrangida pelos limites do “Plano de Pormenor em elaboração – Arrabalde”, à exceção de uma pequena parte junto à Avenida Francisco Sá Carneiro a qual insere-se em “área habitacional ou residencial de média densidade”. Parte desta área está inserida em Zona Verde condicionada por REN. Plantas de Condicionantes – Sobre a área de intervenção do Plano impendem as seguintes condicionantes e servidões e restrições de utilidade pública: 4 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE • Reserva Ecológica Nacional (Rios e leitos normais dos cursos de água e Área de máxima infiltração), aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 85/96, publicada no Diário da República n.º 134, de 11.06.96, retificada pela Declaração de Retificação n.º 16-M/96 publicada no Diário da República n.º 278, de 30 de novembro e revogada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 117/2003, de 13 de agosto. • Emissários; • Adutoras; • Defesa Nacional – Base Aérea n.º 5 – Área de Desobstrução (Decreto n.º 41793, de 8 de agosto de 1958); • Recursos hídricos; • Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis (AHVL) Decreto-Lei n.º 35 559, de 28 de março de 1946 No Plano Diretor Municipal (PDM) em vigor a área abrangida pelo AHVL encontra-se cartografada na Planta de Ordenamento e Planta de Delimitação do Aglomerado de Leiria. Parte da área de intervenção é abrangida pelo Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis (AHVL), designado no PDM pelo “limite do perímetro de rega do vale do lis”, estando, contudo, fora do designado “limite do futuro perímetro de rega do vale do lis”. As áreas beneficiadas pelo AHVL, estão sujeitas ao regime jurídico das obras de aproveitamento hidroagrícola (RJOAH): Decreto-Lei n.º 269/82, de 10 de julho, com a nova redação dada pelo Decreto-Lei n.º 86/2002, de 6 de abril, Decreto – Regulamentar 2/93, de 3 de fevereiro e legislação complementar. De acordo com o regulamento do PDM, aplicam-se na área de intervenção do Plano as seguintes disposições: Artigo 93.o - Planos e estudos urbanísticos 2. - Na elaboração dos planos de pormenor delimitados na planta da cidade de Leiria, à escala 1:10000, correspondentes a áreas de valor paisagístico e sensibilidade urbanística, serão utilizados os seguintes indicadores e restrições: a) Utilização dos índices brutos de 0,3 (para baixa densidade) e 0,45 (para média densidade), exceto nas áreas de Arrabalde e Casal do Guerra, em que os índices aplicáveis são, respetivamente, 1,0 e 1,06; b) Cautelas especiais no estudo, enquadramento e tratamento das zonas verdes públicas e de proteção, sendo de particular importância a salvaguarda dos maciços arbóreos existentes; 5 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE c) Não ocupação com construção das encostas com declives superiores a 30%. Artigo 51.o- Zonas verdes 1 - Zonas verdes são áreas ou conjuntos de áreas com dimensão suficiente para constituírem uma categoria de uso no sistema urbano, caracterizadas pela elevada expressão do seu coberto vegetal e que contribuem de forma significativa como elementos de recreio e lazer, de proteção e de composição paisagística para a qualidade do ambiente. 2 - A distinção das zonas verdes será realizada progressivamente em sede de planos de urbanização e de planos de pormenor, devendo subdividir-se, de acordo com as suas características específicas, em: a) Zonas verdes de uso público, que são áreas de estrutura verde urbana especialmente vocacionadas para o recreio e lazer da população e que podem ser usufruídas por toda a população; b) Zonas verdes de proteção, de uso público ou privado, que são áreas da estrutura verde urbana através das quais se pretende proteger a estabilidade biofísica, nomeadamente as encostas declivosas, os solos agrícolas e as linhas de água, e as infraestruturas, nomeadamente rodoviárias. Nestas zonas poderá aceitar-se a instalação de edificações de dois pisos, no máximo, em propriedade de área não inferior a 2500m2, devendo sempre ser respeitada a topografia do local e garantir uma taxa de impermeabilização inferior a 10%. 3 – À exceção da instalação de infraestruturas urbanas devidamente enquadradas na paisagem, para estas zonas, desde que exteriores à RAN e à REN, enquanto não dispuserem de planos de pormenor ou outros estudos específicos, observar-se-á um regime transitório, que antecederá a sua utilização para o uso público e que consiste em não permitir: a) A execução de quaisquer edificações; b) A destruição do solo vivo e do coberto vegetal; c) Alterações à topografia do solo; d) O derrube de quaisquer árvores; e) A descarga de entulho e lixos de qualquer tipo. 4 - Os estudos a elaborar para as zonas verdes poderão incluir equipamentos desportivos, comerciais e turísticos de interesse público, desde que de apoio à utilização do espaço verde. Deverão garantir sempre uma taxa de impermeabilização inferior a 10%. 5 - As edificações já existentes nestas zonas poderão ser recuperadas ou remodeladas, salvo se se puser em causa a continuidade do corredor verde. 6 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Na área que não se encontra abrangida, pelos limites do “Plano de Pormenor Arrabalde da Ponte em elaboração”, e que se insere em “áreas habitacionais ou residenciais de média densidade” aplicam-se os seguintes indicadores urbanísticos: Artigo 47º - Áreas urbanizáveis - Índices urbanísticos 1 - Os índices urbanísticos a observar nos espaços destinados predominantemente ao uso habitacional são os que constam do quadro seguinte, em função da respetiva densidade proposta para a área: Média Índices Urbanísticos ib (máximo) o Db (n. máximo fogos/hectare) Densidade 0,60 50 il (habitação 0,90 il (comércio/serviços) 0,05 Ilote (máximo) 1,50 Hf (valor máximo em metros) 17,0 o n. máximo de pisos 5 Nota: O valor de referência para a dimensão média por fogo é de 120 m2. Artigo 95º - Regime especifico de parte dos aglomerados urbanos de Carreira e Leiria São áreas a excluir do AHVL, a incluir em espaço urbano ou urbanizável na qual a edificabilidade é permitida desde que a área tenha sido excluída da RAN; a ocupação dessas áreas não obstrua nem impeça a livre passagem de águas e tenha sido autorizada a respetiva exclusão do perímetro de rega pela entidade competente nos termos da Lei, nos termos da lei. A área de intervenção do AHVL no Plano foi desafetada da Reserva Agrícola Nacional, no âmbito do processo de elaboração do PDM em vigor e proposta no mesmo para uso não agrícola, a excluir do AHVL. 7 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE O Plano integra um relatório relativo às propostas de exclusão do AHVL/alteração do PDM. Tendo sido efetuada uma análise detalhada das propostas que impendem sobre as parcelas ou prédios beneficiadas pelo AHVL, usos e ações propostas no Plano e implicações na sua concretização, nomeadamente, a necessidade de se proceder à exclusão das áreas beneficiadas pelo AHVL previamente a qualquer intervenção ou operação urbanística, bem como o pagamento do montante compensatório, anteriormente ao licenciamento ou autorização das ações previstas na proposta do Plano. A proposta do Plano não altera o PDM em termos de classificação do solo, porém, não respeita, na íntegra, a qualificação do solo no que diz respeito às zonas verdes, nem às disposições do regulamento nomeadamente os n.ºs 2 e 4 do artigo 51.º (Zonas verdes), situação que obriga a uma alteração ao PDM. Assim, após a publicação do Plano no Diário da República, a Câmara Municipal promoverá a alteração do PDM, por adaptação, nos termos previstos no artigo 97.o do RJIGT. 3 - Constituição do Plano de Pormenor. O Plano foi elaborado de acordo com o estabelecido nos artigos 90.º (Objeto), 91.º (Conteúdo material) e 92.º (Conteúdo documental) do RJIGT. Relativamente à Avaliação Ambiental Estratégica o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, na redação dada pelo Decreto-Lei 58/2011, de 4 de maio, conjugado com o RJIGT estabelece o regime a que fica sujeita a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente. O artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, define os Planos que se encontram sujeitos a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE). O artigo 4.º do mesmo diploma, conjugado com o n.º 5 e n.º 6 do artigo 74.º do RJIGT prevê a dispensa deste procedimento quando se trate da utilização de pequenas áreas a nível local e não se verifiquem efeitos significativos no ambiente. Assim, nos termos do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, compete à entidade responsável pela elaboração do Plano, avaliar com base nos critérios estabelecidos no anexo do citado diploma, se o mesmo se encontra sujeito a AAE. 8 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE A Câmara Municipal de Leiria, na qualidade de entidade responsável pela elaboração do plano optou e justificou a não sujeição do plano a AAE. A deliberação de Câmara de 2011.02.22 foi disponibilizada ao público, na página da internet, conforme o n.º 7 do artigo 3.º do Decreto-lei n.º 232/2007, de 15 de junho, na redação dada pelo Decreto-Lei.º 58/2011, de 4 de maio. A presente deliberação consta nas peças escritas do presente Plano. No que diz respeito ao ruído e de acordo com o previsto na alínea g) da Portaria nº138/05 de 02 de fevereiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 9/2007 de 17 de janeiro, o Plano deve ser acompanhado por “Relatório sobre recolha de dados acústicos ou Mapa de Ruído, nos temos do nº 2 do artigo 7º do Regulamento Geral do Ruído”. O Plano é acompanhado por um relatório do Ruído o qual teve por base o estudo de ruído elaborado para a Cidade de Leiria, no âmbito do Plano de Urbanização. Este pretende caraterizar o ambiente acústico do Plano, as fontes de ruído observadas na área de intervenção e definir medidas de minimização do ruído, sendo acompanhado por peças gráficas, nomeadamente o Mapa de Ruído e a planta de zonamento e delimitação das zonas de conflito à escala 1/1000. Para além do Relatório do Ruído, o Plano é acompanhado pelo “Estudo de Ruído da Cidade de Leiria” e respetivo “Relatório Não Técnico”. O conjunto das peças desenhadas que fazem parte do Plano permitem apresentar as propostas e identificar todos os aspetos da urbanização e da edificação que norteiam a ocupação territorial prevista. O procedimento da respetiva elaboração foi desenvolvido de forma interativa com a gestão urbanística que entretanto foi ocorrendo na respetiva área de incidência, de modo que o Plano se apresenta, no seu resultado final, como um processo de planeamento contínuo. As peças desenhadas que de seguida se descrevem representam os aspetos de enquadramento em instrumentos de planeamento mais abrangentes. 9 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Peça desenhada - Planta de Enquadramento ENQ 001 – PPAP.ENQ.PB.PL.001.00 Inclui, à escala 1/10.000, a localização do plano no território municipal envolvente, com indicação da área de intervenção e respetiva articulação, designadamente com as vias principais (EN 242 – Marinha Grande, Variante Sul, Via de Penetração de Leiria, EN 109, IC2, EN 113 e o IC36 que liga a A8 à IP1), caminho-de-ferro (linha do oeste), estrutura ecológica, cursos de água e equipamentos (desportivos, ensino, culturais, saúde, transporte e serviços públicos), designadamente o estádio municipal, as escolas do ensino básico e secundário e primário, o mercado municipal, o hospital distrital e o terminal rodoviário. Peças desenhadas extratos do PDM - Planta de Condicionantes (PDM001); Planta da REN (PDM002) Planta de Ordenamento (PDM003); Planta de Delimitação do Aglomerado Urbano de Leiria (PDM004); As quatro cartas, três à escala 1/25.000 e a do aglomerado urbano de Leiria, à escala 1/10.000, incluem os limites do Plano na sua relação com a Cidade de Leiria. A restante cartografia do Plano está elaborada à escala 1/1.000 ou inferior, representando aspetos de pormenor – o desenho urbano. Peça desenhada 1 – ARQ.001 Planta de Implantação e Quadro Geral de Áreas e Usos Inclui, para além dos limites gerais de intervenção, os limites dos lotes a criar e respetiva identificação numérica, e as categorias nomeadamente: Espaços centrais Habitação unifamiliar; Habitação/Hotel/Serviços; Comércio/ Serviços/Equipamento/Habitação/Industria; Comércio/ Serviços/Equipamento/Industria; Áreas privadas com ónus de uso público; Espaços Verdes Área verde pública; Área verde privada. Áreas de talude sobre o Rio Lis; Rio Lis. Espaços Canais Rede viária; Área para acesso automóvel; Estacionamento público exterior; Passeios públicos; 10 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Percurso pedonal; Espaço para localização de P.T; Em concreto, são identificados os limites dos lotes criados e respetiva identificação numérica; o limite do polígono de implantação de cada construção; um conjunto de informação referente a cada lote e a cada edificação, como as cotas lineares de dimensionamento dos lotes, as cotas de soleira, o número de pisos acima e abaixo da cota de soleira, o acesso previsível para garagem São ainda indicadas as zonas de corte que permitiram realizar os perfis de trabalho. Identificou-se o espaço público (arruamentos, estacionamento com lugar demarcado, passeios e sua arborização e as áreas verdes) e o espaço privado com ónus de uso público. A Planta de Implantação e Quadro Geral de Áreas e Usos, caracteriza exaustivamente o tipo de ocupação prevista para cada lote. Peça desenhada 2 – ARQ.002 - Planta de Condicionantes Esta carta identifica as condicionantes, servidões e restrições de utilidade em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento do solo nomeadamente: • Adutoras (SMAS); • Adutoras (Águas do Mondego); • Emissários; • Área de Desobstrução (Base Aérea n.º 5); • Reserva Ecológica Nacional; Área de Máxima Infiltração Rios e Leitos Normais dos Cursos de Água • Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis; Limite do Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis Áreas a excluir do Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis • Recursos hídricos Linha de água canalizada Linha de água do Rio Lis Domínio público hídrico Peça desenhada 3 – ARQ.003 Planta de Cadastro original Esta carta inclui a informação relativa à delimitação dos lotes já constituídos e das parcelas de terreno existente na área do Plano. 11 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Os lotes são identificados numericamente enquanto as parcelas de terreno são identificadas através de letras maiúsculas. Peça desenhada 4 – ARQ.004 Planta de Compromissos Urbanísticos Esta planta reúne informação relativa à indicação das licenças e autorizações de operações urbanísticas emitidas, bem como as informações prévias favoráveis em vigor. Peças desenhadas 5 a 16 – ARQ.[005- 016] Plantas de Pavimentos ao nível de cotas definidas Estas peças desenhadas representam pormenorizadamente a área máxima de implantação de cada lote, pavimento a pavimento e respetiva edificação, visualizada para 13 níveis ou cotas imaginárias (desde 25.00 m até 58.50 m) completando desta forma a informação prestada no Quadro Geral de Áreas e Usos da Planta de Implantação. Peças desenhadas 17 e 18 – [ARQ.017- 018] Perfis Complementares da Planta de Implantação Estas cartas apresentam os 19 perfis transversais, cortes e alçados indicados na Planta de Implantação, de modo a ter-se uma perceção o mais exaustiva possível das propostas referentes à ocupação do espaço. Assim, indicam-se o eixo da via (quando necessário), o número de pisos acima e abaixo do solo e as cotas de cada piso, após a intervenção urbanística. Peça desenhada 19 - ARQ.019 Planta de Demolições Esta carta refere-se à definição das construções a demolir para que a totalidade do Plano se concretize. Peça desenhada 20 - ARQ.020 Planta de Delimitação das Unidade de execução. Esta carta sintetiza a informação relativa à definição das Unidades de Execução [1 a 3]. As Unidades de Execução são definidas apenas sobre as áreas do Plano em que ainda não estão definidos os lotes e que correspondem à proposta definida por este, ou seja, onde as parcelas de terreno ainda não foram urbanizadas de acordo com a proposta do Plano. São também definidas as construções existentes nas parcelas a reformular, que deverão ser demolidas para permitir a concretização do Plano. São ainda identificadas as áreas a serem cedidas aos proprietários para acerto de estremas e por processo de permuta. 12 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Peças desenhadas 21 e 22 - ARQ.021 Planta de Ruído à Cota 4m Lden e ARQ.022 Planta de Ruído à cota 4m – Ln Estas plantas correspondem a extratos das Plantas de Ruído do Plano de Urbanização, e representam os indicadores de ruído na peça desenhada ARQ.021 Lden (diurno+entardecer+anoitecer = 24h) e na peça desenhada ARQ.022 Ln (noturno entre as 23h e as 7h), de acordo com o definido pelo Decreto-Lei n.º 9/2007 de 14 de novembro. Peça desenhada 23 - ARQ.023 Planta de zonamento e de delimitação das zonas de conflito Esta planta classifica a área de intervenção como Zona Mista e delimita as zonas de conflito, de acordo com o definido pelo DecretoLei n.º 9/2007 de 14 de novembro. 4 - Descrição da Situação Existente O território que é objeto do presente Plano caracteriza-se como uma área parcialmente construída recentemente, tendo como base os estudos que serviram a elaboração do presente Plano, coexistindo com pequenas edificações de carácter residencial, barracas e anexos, mais antigas, e ainda outras construções que foram utilizadas como indústria, armazéns e atividades afins. Estas últimas serão, na sua maioria, por opção do Plano, objeto de demolição. A planura da maior parte da zona de intervenção é uma característica física de assinalar, até pela forma como as vistas de e para a cidade consolidada (a sul) podem ser mantidas e realçadas – ou simplesmente tapadas – e como a relação com as margens do Rio pode ser estabelecida – ou esquecida. Constituindo arredor contíguo da cidade - “arrabalde” – já do lado norte do Rio Lis – o fenómeno da expansão urbana está presente de forma nítida em toda a área envolvente. A zona de intervenção passou a ser alvo de fortíssima pressão urbanística particularmente na segunda metade da década de 90 - tanto para construção como para urbanização - sendo esta situação geradora de desequilíbrios para um espaço de características muito próprias (geograficamente plano, marginando o Rio, encaixado entre áreas já muito ocupadas). A pressão sobre esta zona aumentou a partir do momento em que a Câmara Municipal definiu como prioritária a execução de duas vias que dão a forma e coerência à ocupação construtiva na área: a Av. 13 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Dr. Francisco Sá Carneiro e Av. Dr. Adelino Amaro da Costa e rua Anzebino Da Cruz Saraiva. Estes são os eixos ortogonais centrais do Plano, seguindo do Rio na direção norte: a primeira vai atravessar toda a zona estudada no âmbito do PP de Leiria Norte e faz parte da estrutura principal de circulação da cidade; a segunda acompanha o Rio Lis ligando o Marachão e Fonte Quente à área abrangida pelo PP de Almuinha Grande (correndo no sentido esteoeste). Com a construção das citadas avenidas, a acessibilidade melhorou francamente, passando a zona a desempenhar um papel de atravessamento e circulação. A malha viária, ligando diretamente à área consolidada da cidade, tornou-se extremamente apetecível, para além de facilitar as ligações com o exterior de uma forma que a rede viária então existente já não permitia. A aquisição dos terrenos destinados à concretização das referidas rodovias foi feita mediante a celebração de acordos com os respetivos proprietários, tendo-se estabelecido, em protocolo (assinado entre a Câmara Municipal de Leiria e cada proprietário), que os terrenos por eles cedidos seriam contabilizados para efeitos do cálculo da respetiva capacidade construtiva, reconhecendo-se logo aí aos mesmos um índice de ocupação correspondente ao de alta densidade, o qual seria objeto de concretização em plano de pormenor que a própria autarquia iria desenvolver – precisamente o Plano aqui em referência. ÁREA TOTAL DE INTERVENÇÃO – 10,30hectares. Parcela A – 545 m2. Contém edificações a demolir; Lote 1 – 1.999 m2. Corresponde ao processo nº 1453/95; Lote 3 – 876 m2. Corresponde ao processo nº 586/06. Resulta das cedências do Proc. 327/01. Lote 4 – 1.567 m2. Corresponde ao processo nº 1044/05; Lote 5 – 2.013 m2; Corresponde ao processo nº 805/01; Parcela B – 2.018 m2. Parcela C– 4.689 m2. Parcela D– 3.277 m2. Parcela E – 500 m2. Contém edificações a demolir; Parcela F – 520 m2. Contém edificações a demolir; Parcela G– 1.134 m2; Contém já uma edificação (futuro lote 34), correspondente ao processo nº 1087/87, passível de manutenção ou de substituição; Parcela H – 2.103 m2. Parcela I – 993 m2; Parcela J – 1.211 m2. Parcela L – 742 m2. 14 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Parcela M – 1.870 m2. Contém edificações a demolir; Parcela N – 760 m2. Contém edificações a demolir; Parcela O – 1.640 m2. Parcela P – 910 m2. Parcela Q – 1.085 m2. Contém edificações a demolir; Parcela R – 329 m2. Domínio Privado da C. M. Leiria Parcela S – 1.030 m2. Contém edificações a demolir; Parcela T - 9.340 m2. Contém edificações a demolir. Parcela U – 990,50m2. Domínio Privado da C. M. Leiria Parcela V- 1.394 m2. Domínio Privado da C. M. Leiria Lote 14 – 494,1 m2. Loteamento 21/92; Lote 15 – 404,05 m2. Loteamento 21/92; Lote 16 – 277,62 m2. Loteamento 21/92; Lote 17 – 1056,47 m2. Loteamento 21/92; Lote 18 – 404,05 m2. Loteamento 21/92; Lote 19 – 277,62 m2. Loteamento 21/92; Lote 20 – 1.056,47 m2. Loteamento 21/92; Lote 21 – 561,21 m2. Loteamento 21/92; Lote 22 – 1028,67 m2. Loteamento 21/92; Lote 23 – 4.917 m2. Corresponde ao processo nº 327/01. Lote 27 – 2.207 m2. Loteamento 37/88; Lote 28 – 903 m2. Loteamento 37/88; Lote 37 – 592,10 m2. Loteamento 21/92; Lote 38 – 494,17 m2. Loteamento 21/92; Lote 39 – 485,59 m2. Loteamento 21/92; Lote 40 – 529,84 m2. Loteamento 21/92; Lote 41 – 524,25 m2. Loteamento 21/92; Lote 42 – 481,25 m2. Loteamento 21/92; Lote 43 – 481,25 m2. Loteamento 21/92; Lote 44 – 481,25 m2. Loteamento 21/92; Lote 45 – 481,25 m2. Loteamento 21/92; Lote 46 – 477,75 m2. Loteamento 21/92; Lote 47 – 773,09 m2. Loteamento 21/92. A diferença entre a área total de intervenção e a soma das superfícies das parcelas atrás referenciadas corresponde a espaços de domínio público como caminhos e vias públicas, as margens do Rio e o próprio Rio Lis, o qual foi inserido nos limites do Plano desde o seu início, situação essa que foi mantida no PDM. Iniciado e desenvolvido a partir de 1985, o projeto deste Plano desde logo serviu de base para: • a abertura de novas vias a norte do Rio Lis, realizadas pela Câmara Municipal com o acordo dos proprietários cujos terrenos foram atravessados (tendo sido assinados protocolos entre as partes garantindo à Câmara Municipal de Leiria uma dada área de construção como contrapartida pela cedência das partes das propriedades necessárias) 15 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE • a apreciação e aprovação de 3 processos de transformação do território – os processos de obras 1453/95 e o loteamento 37/88 e o loteamento 21/92. De acordo com os mapas de ocupação aprovados para essas operações, o Proc. n.º 1453/95 corresponde a um bloco residencial e misto com 7 pisos acima da cota de soleira e uma área total de construção excluindo a área de estacionamento em cave de 3.700 m2 edificado no designado lote 1 no extrema noroeste do PP – resultante da abertura da Av. Dr. Adelino Amaro da Costa – com 1.999 m2. Por seu turno o loteamento 37/88 deu origem a dois lotes onde foram edificados dois blocos residenciais e mistos a sul da Av. Dr. Adelino Amaro da Costa, junto à rotunda com a Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, numa zona estratégica e central do Plano, apresentandose com 6 a 10 pisos acima da cota de soleira e uma área total de construção, excluindo a área de estacionamento em cave, de 6.910 m2. Correspondem aos lotes 27 e 28 do Plano. Quanto ao loteamento 21/92, localizado a norte da Rua Anzebino da Cruz Saraiva e na zona nordeste do Plano, apresenta 9 lotes para blocos residenciais e mistos com 6 a 7 pisos acima da cota de soleira e um total de 17.560 m2 de área total de construção excluindo a área de estacionamento em cave; e 11 lotes para moradias, cada qual com 170 m2 de área de construção, implantadas na zona mais alta abrangida pelo Plano – um pequeno planalto à cota aproximada de 50 metros de difícil acessibilidade. Trata-se, de uma situação de continuidade com a área urbana consolidada de Leiria, cujas potencialidades para se desenvolver (tendo em conta a sua localização e proximidade do centro da cidade), devem ser pensadas e acauteladas por forma a: a) impedir que se transforme em mero dormitório; b) preservar uma relação de não ocupação/agressão em relação às margens do Rio Lis, que constitui um espaço público de passeio e lazer de extraordinário interesse para a cidade; c) manter sob controle as propostas de ocupação, embora respeitando os protocolos assinados. A área do Plano é ainda envolvida por uma outra, já consolidada, onde os diferentes equipamentos, de diferentes escalas, se localizam – a Nascente, Piscinas Municipais, Estádio Municipal e pista de atletismo, a Sul, escolas de ensino básico (Escola Básica do 16 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 1º Ciclo do Arrabalde) e secundário (Escola Domingos Sequeira) e Mercado Municipal. A envolvente urbanística da área em estudo determinou as opções do Plano em termos de uso, assim como a não inclusão de áreas para equipamento, dada a diversidade dos existentes na envolvente e aptos a assegurar as necessidades da área em estudo. Optou-se por encontrar uma solução que permitisse ao Município a obtenção de solos urbanos e urbanizáveis para o seu domínio privado, dotando-o de solos indispensáveis à gestão urbanística da cidade. A área em estudo será assim servida pelos equipamentos das áreas envolventes mas cederá solos ao domínio privado do município, de forma a possibilitar uma gestão de solos a uma maior escala. Refira-se que alguns destes solos do Plano, já cedidos ao domínio privado do município, permitiram entretanto a permuta com outros solos para implantação de área verde na encosta do castelo - área próxima da zona em estudo. Ainda para efeitos de descrição da situação existente, procedeu-se ao levantamento das infraestruturas urbanísticas, nomeadamente iluminação pública, traçado das redes de abastecimento de água e de gás natural, de esgotos domésticos e pluviais e infraestruturas de gestão de resíduos sólidos. É ainda possível identificar as vias asfaltadas ou empedradas (entre as quais as Av. Dr. Francisco Sá Carneiro e Av. Dr. Adelino Amaro da Costa, já realizadas e as respetivas rotundas, que sofreram alterações no âmbito do estudo realizado para o Plano Geral de Circulação e Trânsito da Cidade de Leiria) e as vias em terra batida ou não acabadas. 17 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Dada a ausência de referências e de elementos com qualidade arquitetónica e urbanística, considera-se que o grande valor cultural desta zona a proteger é representado pelas margens do Rio Lis, e em particular toda a faixa ainda não ocupada situada ao longo do Rio, 30 metros para além do seu leito. Esta faixa é um espaço público essencial para passeio, recreio e lazer para a população, situação que foi aliás reconhecida pela autarquia e Ministério do Ambiente, ao lançarem o chamado “Sistema Rio”, projeto de grande interesse paisagístico urbano que constitui eixo prioritário no lançamento do Programa Polis para Leiria. 5 - Objetivos O Plano pretende a criação de qualidade e vivência urbana na área a que respeita diretamente, e que tenha reflexos na leitura da imagem urbana da cidade de Leiria e de sua relação com o rio Lis, seu eixo estruturante desde sempre. O Plano propõe assim alcançar os seguintes objetivos: a) procurar que a ocupação da zona de intervenção possua ordem, sequência, espaços de estadia e espaços de ligação, espaços construídos e espaços abertos, áreas verdes, preservação das vistas, boa acessibilidade e qualidade arquitetónica, características fundamentais de uma situação urbana qualificada, respeitando ainda os parâmetros e zonamento definidos pelo PDM e legislação em vigor. b) privilegiar os pontos territoriais que, tanto ao nível da aptidão como da sua relação e exposição visual com a cidade, devem ser espaços públicos urbanos (zonas verdes de importância urbana), localizados prioritariamente na margem do Rio Lis, espaço a preservar por excelência. c) reestruturar a rede viária existente em termos de perfil transversal, com a criação de estacionamentos públicos e passeios de dimensão adequada à criação de efeito de alameda arborizada. d) utilizar as regras de edificabilidade para conferir unidade e continuidade ao espaço a construir, sem prejuízo da diversidade característica da própria cidade, e procurar estabelecer a relação conveniente com o tecido urbano consolidado envolvente e compromissos assumidos pela autarquia. De acordo com esse objetivo, prevê-se a necessidade de demolição da quase totalidade das edificações ainda existentes de uso industrial, habitacional de baixa qualidade e anexos. e) reforçar, pelo alinhamento das árvores, a leitura da estrutura espacial perspetivando vistas, enquadrando espaços, além de 18 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE realçar a sua importância específica como fator de qualificação urbana. f) criar o espaço público urbano de modo integrado, considerando na sua definição desde os passeios, vias e estacionamentos, rotundas, arborização, espaços verdes, até ao pormenor do mobiliário urbano (contentores para deposição de RSU, bancos, iluminação pública, cabines telefónicas, etc. ). O Plano é assim assumido como instrumento para a requalificação urbana, através do cumprimento de toda a normativa que regula a intervenção privada e principalmente pela execução dos projetos para os espaços de uso público, associando os promotores privados à administração pública, e em particular à autarquia. Finalmente, interessa salientar que o Plano segue uma linha de planeamento estratégico assente numa gestão urbanística rigorosa e equilibradora das desigualdades que o próprio Plano encerra. Por isso, importa que o Plano tenha capacidade de obtenção de solo urbanizado ou urbanizável por parte da autarquia. Esse solo deve ser obtido através dos sistemas de execução previstos na lei em que a autarquia participa nomeadamente com obras de infraestruturas urbanísticas e define o modo de realizar a perequação compensatória de benefícios e encargos pelos agentes envolvidos, nos quais ela se encontra diretamente envolvida. 6 - Compromissos e Metodologia de Gestão Urbanística 6.1. O Plano foi elaborado na sequência da necessidade de abertura das atuais Av. Dr. Francisco Sá Carneiro e Av. Dr. Adelino Amaro da Costa e o seu prolongamento, Rua Anzebino da Cruz Saraiva, 19 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE consideradas de importância extrema para aliviar a pressão do trânsito no centro consolidado, e que permitiram à Cidade dispor de novas alternativas de entradas e saídas (para além de circulação periférica ao centro) assentes na margem norte do Rio Lis. Iniciado como estudo de conjunto muito antes da conclusão do PDM de Leiria, esta zona foi alvo de disposições específicas de edificabilidade no Regulamento deste Plano (artigo 93.º, n.º 2), a serem concretizadas ao nível do desenho urbano, no âmbito de um plano de pormenor. Para além de um conjunto de peças desenhadas contendo a implantação dos principais edifícios propostos e limites de propriedades, o estudo de conjunto não teve sequência imediata. Estas peças desenhadas serviram de base ao estabelecimento de protocolos entre a autarquia e os diversos proprietários abrangidos pela abertura dos arruamentos, com vista à cedência dos terrenos para elas necessários, sem lugar a indemnização por parte da autarquia, e ao licenciamento de várias urbanizações e edificações. A elevada pressão urbanística a que esta área tem estado sujeita (já foram emitidos alvarás de licenciamento cujo valor de área total de construção excluído a área de estacionamento em cave corresponde a 54071,77 m2 para uso habitacional - 248 fogos, comércio e serviços) resulta da perceção das potencialidades resultantes da abertura daquelas avenidas como uma nova frente de construção com uma localização invejável. Assim, quer pela própria necessidade de crescimento da cidade para norte da sua área central, quer pelas suas qualidades próprias, esta zona, que o Regulamento do PDM define como de valor paisagístico e sensibilidade urbanística, despertou para o mercado do imobiliário, fazendo acentuar a necessidade de se passar do incompleto estudo de conjunto para o instrumento legal correspondente ao Plano previsto e delimitado no PDM. Por determinação da Câmara Municipal, o Plano tem vindo a ser elaborado, desde 1999, por uma equipa pluridisciplinar1, a qual tem emitido, sempre que necessário, pareceres técnicos com vista a orientar a ocupação de cada parcela enquanto elemento integrante de um todo. 1 Numa 1ª fase constituída pelos seguintes elementos: José Eduardo Simões, engenheiro civil urbanista; Rui Alves, arquiteto; Teresa Rodeia, arquiteta, Helena Veludo, arquiteta, António França, engenheiro eletrotécnico. Contou ainda com a colaboração dos serviços jurídicos e de paisagismo da autarquia. Numa 2ª fase constituída pelos seguintes elementos: Rui Alves arquiteto, Helena Veludo arquiteta, Joaquim Luís Vieira Pereira Lda. redes de águas e esgotos, Álvaro Lopes redes de iluminação e telefones, Aquavia rede viária, Sítio e Lugar Lda rede paisagismo e exclusão de REN, Fernanda Paula Oliveira apoio jurídico. 20 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Os pareceres elaborados pela equipa procuram conferir coerência às preexistências (em particular, limites cadastrais extremamente irregulares e que obrigarão os intervenientes a realizar operações de reparcelamento ou de reestruturação das propriedades, para que o seu aproveitamento seja efetivo) e compromissos de diversa ordem já assumidos no âmbito dos protocolos anteriormente referidos, para além de resolver, por antecipação, pressões urbanísticas latentes. Nesta zona existem áreas sujeitas a condicionantes e servidões administrativas, como o perímetro de rega do vale do Rio Lis, REN, infraestruturas básicas (adutoras e emissários), Base Aérea de Monte Real, bem como o domínio público hídrico (Rio Lis e linha de água canalizada). A condicionante AHVL é tratada em Relatório específico integrado nos elementos que acompanham o Plano – Proposta de Exclusão do AHVL – 2012 (peças escritas e desenhadas). As informações prestadas ao longo do tempo de elaboração do Plano foram orientadas por forma a encontrar soluções completas de implantação, número de pisos, cérceas, alinhamentos, estabelecimento de acessos rodoviários e pedonais, arranjos exteriores, etc., constituindo verdadeiros estudos urbanísticos de loteamento urbano que procuram dar coerência às diversas intervenções e instituir um processo de implementação da lógica de gestão urbanística. Como resultado deste modelo de gestão a “Planta de Compromissos Urbanísticos” indica as licenças e autorizações de operações urbanísticas emitidas. 6.2. Durante a elaboração do Plano, alguns compromissos concretizaram-se, tendo dado origem às primeiras construções. Referira-se que quando se iniciaram os estudos do Plano, já uma grande urbanização pertencente a área do Plano, a nascente, possuía alvará. Hoje nesta urbanização já se concretizaram 8 dos 9 edifícios previstos e uma moradia unifamiliar das 14. Ao longo do processo de elaboração do Plano foram também construídos diversos edifícios, revelando estes processos uma maior celeridade que o processo de elaboração do Plano. Embora não tenha sido objeto de estudo urbanístico definitivo, a negociação do protocolo relativa ao terreno onde se realizou o lote 23 permitiu a obtenção de solo urbanizável para o domínio privado 21 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE do município - lotes 2 e 3. Estes são o resultado de permuta de solos entre o município e proprietários de solo urbano na encosta do castelo que vieram assim integrar uma mais vasta área de verde urbano. 6.3. O alargamento previsto para a Av. Dr. Adelino Amaro da Costa propõe um afastamento considerável entre as edificações propostas para cada um dos lados das vias, incluindo passeios com áreas de estadia, de circulação, alinhamento de árvores, estacionamento público e separador central. O Plano estabelece não apenas a implantação geral das edificações, com cotas de trabalho para estabelecer os afastamentos, alinhamentos e dimensão dos lotes, mas também a implantação prevista em cada pavimento a edificar, a sua função e área a utilizar. Estabelece ainda a relação em termos de cotas altimétricas de cada piso e respetiva cércea do edifício, visível nos perfis transversais e longitudinais elaborados, sempre interligados com as cotas de implantação (soleiras) das edificações. No âmbito dos estudos urbanísticos a realizar para efeitos de obtenção de alvará de licença de loteamento urbano ou de construção será obrigatório a elaboração de projetos de arranjos paisagísticos dos espaços exteriores, de acordo com o definido pelo Plano, os quais deverão efetivar a arborização juntamente com um plano global de plantações e as interligações entre os tipos de pavimentos adotados, o mobiliário urbano e a iluminação pública, e ainda regras para as redes de infraestruturas a construir (projetos essenciais para promover a qualidade urbana das urbanizações). Os arranjos propostos deverão relacionar-se com a arquitetura envolvente surgindo como um seu complemento e contribuindo para a valorização urbanística da cidade. A rede de circulação pedonal deverá garantir uma boa acessibilidade às edificações assim como para as áreas com arborização pública, mobiliário urbano e espaço público marginante do Rio – elemento essencial de composição paisagística. Daí a importância da elaboração deste Plano, que permitirá controlar melhor a pressão de urbanização e construção, através da abertura estruturada de frentes urbanizáveis já devidamente estudadas em termos de soluções de desenho urbano (adaptado ao cadastro conhecido, mas sempre que necessário utilizando soluções de apoio à implementação do Plano, em que a autarquia assume papel de charneira fundamental para ultrapassar eventuais conflitos de 22 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE interesses e incapacidades para encontrar plataformas de entendimento). Soluções que não podem perder de vista o conjunto, a continuidade e as reais dificuldades de formatação da propriedade. O sistema hídrico, em particular o Rio Lis e o sistema viário estabelecem uma estrutura contínua para a cidade, para a sua qualidade é fundamental a diversidade. A diversidade necessita de concentração de pessoas e bens, de diferentes usos, de diferentes combinações de edifícios e de acessibilidades. 7 - Espaços Verdes de interesse coletivo A área de intervenção localiza-se ao longo da margem direita do rio Lis, no troço que é designado por Almuínha Grande. Historicamente, esta parte da cidade, e porque ela se localiza para lá do elemento rio, foi, durante séculos, um lugar sem expressão no que respeita ao seu crescimento urbano. Até há relativamente poucos anos esta área era incipiente no uso mas, no entanto, desde sempre estrutural para o equilíbrio ecológico e sobretudo hídrico da bacia do Lis. A construção de permeabilidades físicas sobre o rio foi, pouco a pouco, promovendo a humanização da sua margem direita. Recentemente, nesta nova Leiria, assistiu-se ao preencher de muitos espaços abertos; espaços esses que eram sobrantes. O crescimento desregrado naquela margem do rio e a sua ocupação de forma abusiva determinou um uso indevido de solo, a sua impermeabilização bem como a sobrecarga com construções 23 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE desadequadas, tanto em escala como em função. A construção clandestina foi-se instalando. A pouco e pouco, a mancha de edificado estendeu-se pela encosta tendo dado origem, atualmente, a um contínuo de cidade que a une aos povoamentos satélite rurais de outrora. Já no decorrer do séc. XX, os Marrazes, parcela que de ‘índole rural’2, foi aglutinada pela área urbana da cidade. Na área de intervenção do Plano existem fortes condicionantes de carácter biofísico, paisagístico, político, social e legal. De onde decorre incidir a atuação prevista neste Plano sobre áreas críticas, algumas até degradadas, onde é essencial repensar o desenho urbano como um todo. As condicionantes de carácter legal compreendem as figuras e diplomas que regem aquele pedaço de território: perímetro de rega do Vale do Lis, REN, PDM e algumas Infraestruturas básicas. 7.1. A proposta Pela sua proximidade ao núcleo da cidade, mas sobretudo pela relação com o elemento rio de que beneficia, este espaço carece de uma ação, consertada, programada e delineada com fundamento, que defenda os ritmos ecológicos e a continuidade do sistema rio. Ao garantir estes princípios/objetivos/valores, contribui-se para o conforto bioclimático e para a qualidade do espaço urbano e criamse condições para o recreio e laser da população. Para tal torna-se essencial promover a permeabilidade física e visual entre as margens, mas é também fundamental reforçar e consolidar a continuidade / unidade longitudinal que, ao rio, a cidade deve oferecer. Na verdade é necessário que aquela área participe para consolidar o Continuum Naturale no espaço urbano, tal como foi reconhecido pela Lei de Bases do Ambiente. Para promover um ordenamento equilibrado daquele espaço foi também necessário estudar qual a aptidão para a edificação de forma a corrigir e ordenar as massas edificadas existentes e encontrar uma imagem articulada e coerente para aquela área da cidade. Concretamente no que respeita à intervenção da Arquitetura Paisagista, as palavras-chave que melhor exprimem as intenções da proposta do Plano são: simplificação, permeabilidade, fluxos (ar e água) e ritmos ecológicos. 2 MARGARIDO; Ana Paula, Leiria. História e morfologia urbana, CML, 1988, Pp.125 24 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE As condicionantes de carácter biofísico e paisagístico que se consideram fundamentais contemplar, prendem-se com a riqueza e fragilidade daquela área. Conscientes de que a correção integral da realidade existente implicaria algumas ações de natureza política e social que se iriam traduzir em constrangimentos significativos, a ação do Plano, no que respeita ao enquadramento paisagístico, irá, simplesmente, procurar ordenar o espaço público, atenuar e minimizar, na medida do possível, as dificuldades detetadas e procurar solucionar os problemas existentes. A concretização destas intenções, permite dar corpo a uma Estrutura Ecológica Fundamental que, por definição compreende os vazios associados ao sistema húmido da bacia hidrográfica, onde se inclui a frente ribeirinha, (e) as áreas com riscos de erosão associados às vertentes declivosas.’3 Independentemente das imposições, quantidade ou proteção garantidas pelas figuras legais em vigor, o Plano pretende contribuir para o correto funcionamento ecológico dos espaços públicos abertos, pelo que o conceito de intervenção atuará por sistemas. E, apesar de existir uma proposta de alteração da delimitação da REN, os pressupostos defendidos pretendem valorizar e preservar o ‘todo’. Tratando-se de uma intervenção predominantemente no sistema húmido, considera-se que deverão sempre prevalecer os fluxos de permeabilidade hídrica e que essa permeabilidade deverá ocorrer, preferencialmente, ao nível do subsolo. Posto isto, é fundamental garantir a máxima permeabilidade em todo o espaço aberto. - Espaços públicos, funções / tipologias. - Matérias Promover as diferentes continuidades - física, visual e ecológica dos espaços que permitem o uso do território, são garantia do seu equilíbrio. Por outro lado, assegurar, sempre que possível, a relação com a paisagem envolvente, urbana e rural, é fundamental para a continuidade defendida e para a resolução de conflitos e stress ecológicos. Na generalidade da área de intervenção, e no que concerne a usos e funções, deverão ser permitidos exclusivamente os usos de carácter lúdico e recreativo cuja prática não implique a introdução de 3 MAGALHÃES, Manuela Raposo et al., Estrutura Ecológica da Paisagem. Conceitos e Delimitação – escalas regional e municipal, ISA Press, 2007 (pp. 306). 25 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE matérias que possam, de alguma forma, comprometer funcionamento dos fluxos anteriormente relatados. o É essencialmente a permeabilidade a característica que se visa garantir nos materiais a eleger para qualquer intervenção que se programe para esta área. No que respeita a critérios de ordem estética, as cores neutras, concordantes com os elementos da paisagem, devem ser a opção. Materiais reciclados ou aqueles que promovam a utilização de matérias-primas característicos da paisagem em causa serão seguramente a melhor opção. Pontualmente a marcação com elementos que se destacam pelo seu valor ornamental pode constituir uma forma expressiva de assinalar momentos. Por exemplo a vegetação procurará auxiliar na distinção das particularidades de cada área. Os fluxos predominantes de circulação pedonal existentes não sofrem alterações significativas. Longitudinalmente a avenida e o caminho marginal ao rio são os grandes eixos que se permite oferecer. Transversalmente as pontes pedonais e dois dos acessos viários garantem a ligação com a margem esquerda. Em termos de proposta é reforçado um atravessamento transversal já existente entre os lotes 24 e 25; pretende colocar-se este eixo em destaque para valorizar a ligação pedonal entre os grandes eixos longitudinais e, de alguma forma, truncar a rigidez dos volumes de edificado que se impõem entre estes. Por outro lado, aquele trajeto foi, outrora, uma linha de drenagem/água que promovia a relação hídrica entre a encosta e o vale. O carácter ornamental que predomina nas espécies pré-existentes ao longo da avenida será conservado, este será o lugar por excelência da vegetação ornamental. As áreas cartografadas enquanto estrutura verde urbana descontínua 26 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE deverão ser permeáveis e promover a ligação com a mata e coroa verde periférica da cidade (exterior à área de intervenção), parte integrante da Estrutura Verde Fundamental. Na área em estudo, as áreas assinaladas pertencem ao sistema seco e, fruto das características topográficas, é bem evidente a ligação visual entre elas. É também importante referir que estas pequenas parcelas do sistema seco, que têm lugar no perímetro da intervenção, desempenham uma função de proteção e estabilização do solo que é essencial garantir. A vegetação proposta é claramente autóctone e/ou adaptada e característica do sistema seco. A ponte com a envolvente é clara destaca-se o uso dos pinheiros bravos e mansos (Pinus pinaster e Pinus pinea) e dos carvalhos (Quercus faginea). Visualmente as ligações com a envolvente são muito ricas e, por vezes, oferecem pontos de referência interessantes (tanto em relação ao exterior como aos elementos marcantes da cidade), é exemplo a imponência do castelo quando nos voltamos sobre a cidade. Para além dos fluxos físicos pedonais existem as áreas em que se pretende promover, o ‘estar’ / ‘ficar’. São as áreas de recreio. Trata-se de pausas que se preveem para as plataformas localizadas ao longo da margem do rio, em toda a extensão que se desenvolve imediatamente ao talude que define o leito formal do rio. Aí, deverá ser impossibilitada a introdução de quaisquer materiais inertes impermeáveis. Sempre que possível, o Plano deve impor a utilização de matérias com elevado índice de permeabilidade e condicionar a introdução de equipamentos. O material vivo proposto deve compreender toda a riqueza da mata ribeirinha. No que respeita ao porte arbóreo, o elenco deverá contemplar, o amieiro (Alnus glutinosa), a bétula (Betula celtiberica), o freixo (Fraxinus angustifolia), o choupo branco (Populus alba), os 27 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE choupos pretos (Populus nigra e Populus nigra italica), e os salgueiros (Salix fragilis e Salix matsudana tortuosa). Dever-lhe-ão ser associados revestimentos vivos ecologicamente adaptados. Ecologicamente o trabalho com esta massa de vegetação deverá enriquecer e repor a imagem da galeria ripícola. Esteticamente pretende-se que seja atenuada a formalização de corredores pelo que deverá ser trabalhada a sua inserção tanto nas áreas de estar, através da exploração de cheios e vazios. A modelação de alguns dos espaços será também uma forma de promover a contenção e convidar ‘ao estar’, truncando a visibilidade constante dos usos. Tal como se pode perceber na peça desenhada aqui junta, pretende-se oferecer, sensorialmente, alguma contenção às plataformas de estadia, protegendo-as de quem circula e as alcança visualmente, de forma constante, a partir do passeio ribeirinho. Outros momentos, retirados da proximidade imediata do elemento rio desempenham também este convite. É neles que, para além da avenida, ocorre a vegetação ornamental enquanto marcador do espaço urbano. O Chorão (Salix babylonica), colocado junto à fonte, a pontuação do atravessamento pedonal entre os lotes 24 e 25 com a Grevilia (Grevillea robusta) e o alinhamento de Liquidambares (Liquidambar stryraciflua) proposto para a praça que se formaliza com a implantação do lote 19, são as situações a destacar. 8 – Recursos Hídricos Os recursos hídricos constituem um recurso indispensável, cuja gestão é essencial para assegurar o desenvolvimento social, económico e ambiental do território. A constituição da servidão e restrição de utilidade pública relativa ao domínio público hídrico, delimitado na carta de condicionantes, segue o regime previsto na Lei n.º 54/2005, 15 de novembro, na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro e no Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio. 28 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Na área de intervenção do Plano encontram-se em vigor o Plano da Bacia Hidrográfica do Lis que, enquanto instrumento de planeamento dos recursos hídricos, é um Plano Sectorial no quadro dos instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional, que define orientações de valorização, proteção e gestão equilibrada dos recursos hídricos, bem como a sua harmonização com o desenvolvimento regional e sectorial através da racionalização dos seus usos. O Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Lis estabelece um conjunto de áreas temáticas como objetivos estratégicos e operacionais das quais se destaca a “articulação do domínio hídrico com o ordenamento do território” para preservação das áreas de domínio hídrico. Os objetivos operacionais passam pelo condicionamento da tipologia das construções em domínio hídrico, no qual se pretenderia: • Restringir a construção nas áreas com elevado risco de cheia (tipificando as ocupações de acordo com as 3 classes de risco: período de retorno anual, vinte anos e 100 anos); • Salvaguardar os conflitos de uso do solo com os locais de maior vulnerabilidade dos aquíferos; • Avaliar e quantificar potenciais zonas de cheias através da promoção da elaboração de estudos detalhados relativos às potenciais zonas de cheias, nomeadamente os núcleos urbanos. A Diretiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000, Directiva-Quadro da Água (DQA), transposta para o direito nacional pela Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro (Lei da água), estabeleceu um quadro de ação para o domínio da política da água, que constitui o instrumento para a gestão integrada dos recursos hídricos. O Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Vouga, Mondego e Lis, atualmente em discussão pública, refere que “O exercício do planeamento dos recursos hídricos tem uma importância fundamental para possibilitar uma gestão correta e sustentada que integra os usos e necessidades com os princípios de prevenção, proteção, recuperação valorização (ambiental, social, e económica) da água, dentro de uma realidade variável de disponibilidades, cujo equilíbrio é muitas vezes ténue”. 29 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE A bacia hidrográfica do Lis constitui-se assim, como a bacia mais significativa nos processos hidrológicos e nas disponibilidades hídricas da região. A área abrangida pelo Plano engloba sistemas naturais de elevada sensibilidade biofísica e paisagística, é o caso do rio Lis e linhas de água afluentes. Atualmente existe uma linha de escoamento natural de água, ao longo da AV. Dr. Francisco Sá Carneiro que se encontra encanada. Em termos de regime, o rio Lis e os seus afluentes comportam-se como cursos de tipo torrencial, ou mais precisamente mediterrânico, que registam forte variabilidade nos quantitativos anuais de caudais. A proposta do Plano tem em consideração estas questões, e apresenta soluções que contribuem para respeitar os objetivos e estratégias definidas nos instrumentos de planeamento dos recursos hídricos. De salientar que a proposta teve por base um Estudo Hidrológico e Hidráulico do Rio Lis (EHH), no âmbito da intervenção do Programa Polis em Leiria na respetiva zona de intervenção, que obteve parecer favorável do Instituto da Água em 27-05-2004 (ofício n.º 526/DSUDH-DOP). Este estudo determina o leito de cheias na área inerente ao Programa Polis, e sua área envolvente, incluindo-se nesta a área de intervenção do Plano de Pormenor de Arrabalde da Ponte. Relativamente à possibilidade de existirem “áreas ameaçadas pelas cheias”, que por definição dizem respeito à área contígua à margem de um curso de água que se estende até à linha alcançada pela maior cheia que se produza num período de um século ou pela maior cheia conhecida no caso de não existirem dados que permitam identificar a anterior, verifica-se que esta tipologia não interfere com as propostas do Plano, como se pode observar na planta de “Áreas Inundadas para Caudais de Cheia com Período de Retorno de 100 anos, após as Intervenções Propostas” (folha 2-4), do EHH apresentado em anexo, o qual reproduz a área inundada associada à probabilidade de ocorrência de 100 anos. Concretamente no que respeita à construção de infraestruturas subterrâneas, como é o caso dos parques para viaturas, deverá adotar-se as medidas de precaução propostas no estudo hidrológico nomeadamente a execução de um “Programa de Prospeção”. 30 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Havendo necessidade de proceder a escavações até cotas inferiores às do leito do rio, é indispensável a execução de trabalhos de prospeção e ensaios cujos objetivos são a determinação de: • Condições de fundação das infraestruturas; • Escavabilidade dos materiais- escaváveis, ripaveis ou desmonte a fogo e martelo demolidor; • Permeabilidade dos terrenos com vista ao cálculo dos caudais a bombear durante a execução da obra; • Superfície piezométrica para ter em conta no projeto estrutural eventuais subpressões. A intervenção permite garantir os fluxos de permeabilidade hídrica, preferencialmente ao nível do subsolo, e propondo a máxima permeabilidade em todo o espaço aberto, defendendo os ritmos ecológicos e o contínuo hidráulico. A solução apresentada garante o escoamento das águas pluviais provenientes das zonas impermeabilizadas da área do Plano e das bacias de drenagem que com ela interferem. Revestindo-se de particular interesse na salvaguarda da quantidade e qualidade da água a fim de prevenir ou evitar a sua escassez ou deterioração. 9 - Rede Viária, Circulação e Estacionamento Relativamente ao projeto de vias de comunicação, muito embora o Plano abranja uma vasta zona, o presente Relatório integra apenas o estudo referente a três arruamentos (Rua 1, Impasse 1 e Impasse 2) que são as novas vias previstas. Na elaboração deste estudo teve-se em consideração não só a topografia do existente, mas muito particularmente as cotas de implantação dos imóveis previstos para a zona. Foi pois com base nestas premissas que foram executados os perfis longitudinais, os quais, no caso da Rua 1 entre o perfil 6 e 7 e no Impasse 1.2 entre os perfis 0 e 1, apresentam inclinações um pouco acentuadas (15%), que não foi possível atenuar face às condicionantes referidas. Para minimizar os riscos de circulação em vias com estes declives houve o cuidado de, ao nível de acabamentos dos pavimentos, se optar por materiais que apresentam um bom comportamento mesmo em condições adversas de utilização: (o betuminoso a aplicar na faixa de rodagem do Impasse 1.2 e a calçada miúda de granito alpalhão na zona pedonal da Rua 1. 31 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Relativamente aos demais materiais propostos foram definidos a partir da análise da envolvente para que, nomeadamente no Impasse 1, o novo arruamento tivesse as mesmas características do existente. Os passeios serão em elementos pré-fabricados de betão, os lancis também em betão, os estacionamentos em calçada grossa de calcário e a faixa de rodagem em betuminoso até ao perfil 1’, sendo a partir deste em calçada grossa de granito alpalhão para que o Largo/Impasse tenha o mesmo acabamento da Rua 1. As peças desenhadas são elucidativas do que acaba de se referir, nomeadamente a Planta de Acabamentos, na qual estão referenciados todos os materiais propostos. 10- Rede de Abastecimento de Águas O projeto do Plano apresenta um esquema da rede de abastecimento de água para a totalidade da área em estudo. Os serviços técnicos dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Leiria facultaram o cadastro das infraestruturas públicas de abastecimento de água existentes na envolvente, tendo servido de base ao traçado apresentado. A proveniência do abastecimento de águas, é do reservatório da Quinta de Santo António, para uso exclusivo doméstico. Todos os lotes serão abastecidos a partir de ramais de ligação. Para os lotes com mais de um tipo de utilização (habitação/ comércio/ serviços/ equipamentos) o número de ramais corresponderá ao número de diferente tipo de utilização prevista. Na execução da rede de distribuição de água, toda a tubagem deverá ficar instalada sob os passeios ou gares de estacionamento previstos e ser assente sobre uma almofada de proteção em areia ou pó de pedra. Deverá ainda ser implantada na vala, a uma distância de 0,50 m do extradorso superior da tubagem, uma fita plástica de cor azul com a indicação “Atenção Águas” a fim de evitar possíveis danificações em futuros trabalhos que porventura tenham lugar na sua imediação. 11- Rede de Esgotos Domésticos e Pluviais O projeto do Plano apresenta um esquema das redes públicas de esgotos domésticos e pluviais para a totalidade da área em estudo. 32 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Os serviços técnicos dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Leiria facultaram o cadastro referente às infraestruturas públicas de redes de esgotos domésticos e pluviais existentes na envolvente, o que complementado com o levantamento cadastral in situ, serviu de base ao traçado apresentado. Os esgotos domésticos provenientes dos vários lotes serão encaminhados, através dos respetivos ramais de ligação, para um conjunto de novos coletores domésticos a instalar sob os arruamentos e passeios previstos, que ligarão à rede pública existente no local. A drenagem dos efluentes domésticos, será para o emissário, conforme peças desenhadas, tendo como destino a ETAR norte, localizada no Coimbrão Relativamente à rede de esgotos pluviais, a solução apresentada pretende garantir o escoamento das águas pluviais provenientes das zonas impermeabilizadas da área do Plano e das bacias de drenagem que com ela interferem, para um destino final que não ponha em causa as áreas circundantes. Com a proposta do Plano mantêm-se as drenagens atuais, verificando-se apenas uma pequena reformulação da rede pluvial em dois troços a norte da Avenida Adelino Amaro da Costa. Nas construções existentes e previstas no plano deverá garantir-se a drenagem dos pisos em cave tendo como referência a cota 28.00 do plano de água do açude do Arrabalde da Ponte. Tanto a rede pluvial como a doméstica serão dotadas de todos os componentes necessários a um correto funcionamento dos sistemas, designadamente câmaras de visita, ramais domiciliários e no caso da rede pluvial sumidouros. O assentamento dos coletores deverá ser feito sobre uma almofada de proteção em areia ou pó de pedra, devendo ficar sinalizados por uma fita plástica com a inscrição “Atenção Esgotos”, a qual será implantada a uma distância de 0,50 m do seu extradorso superior. 33 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 12- Rede de Iluminação 12.1 – Considerações gerais As presentes considerações referem-se ao estudo preliminar das infraestruturas elétricas – rede de distribuição em média tensão (15 kV), postos de transformação (15/0,4 kV), rede de distribuição em baixa tensão (0,4 kV) e instalação de iluminação pública – a considerar para o abastecimento das diversas instalações propostas no âmbito do Plano, estudo esse desenvolvido com base nos seguintes pressupostos: • Número e natureza das instalações a abastecer, de acordo com o cartograma síntese em anexo. • Valores atuais das potências elétricas contratadas com o distribuidor de energia, pelos titulares das instalações de utilização já existentes na área do Plano. • Localização e traçado de todas as infraestruturas elétricas atualmente existentes na zona abrangida pelo Plano em apreço, e a sua disponibilidade para o abastecimento de novas instalações, ou para a sua ampliação de modo a permitir a satisfação desse abastecimento. • Valor estimado para a potência global requerida pelo conjunto de todas as instalações a abastecer, novas e existentes, de acordo com tabela apresentada em anexo. Na execução das infraestruturas a desenvolver, deverão observar-se os regulamentos em vigor, nomeadamente o Regulamento de Segurança de Linha Elétricas de Alta Tensão (Decreto Regulamentar nº 1/92 de 18 de fevereiro), Regulamento de Segurança de Subestações e Postos de Transformação e de Seccionamento (Decreto nº 42895 de 31 de março de 1960), Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição em Baixa Tensão (Decreto Regulamentar nº 90/84 de 26 de dezembro), bem como as recomendações técnicas da DGEG e as diretivas do distribuidor local EDP Distribuição Energia, SA. 12.2 - Análise do desenvolvimento e estado atual das infraestruturas elétricas existentes 12.2.1 - Rede de distribuição de energia elétrica em média tensão A rede de distribuição de energia elétrica em média tensão (15kV), destinada ao abastecimento dos postos de transformação de distribuição pública atualmente existentes, é integralmente do tipo subterrâneo e constituída por cabos elétricos tripolares (do tipo 34 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE PCIAV) e monopolares (do tipo LXHIOV), enterrados em valas, e dimensionados para a transmissão das potências elétricas atuais e previsíveis a médio prazo. De um modo geral, a rede elétrica encontra-se em bom estado de conservação e de funcionamento, não se preconizando, por conseguinte, a modificação ou substituição do seu atual traçado, salvo a sua extensão para o abastecimento dos novos postos de transformação previstos. 12.2.2 - Postos de transformação O abastecimento de energia elétrica da área correspondente ao Plano é presentemente assegurado pelos postos de transformação a seguir indicados, devidamente localizados nas peças desenhadas e com as características essenciais indicadas no quadro seguinte: POTÊNCIAS E LÉCTRICAS NÚMERO TIPO INSTALADA PO N T A [kVA ] [kW ] O BSER VAÇ Õ E S Edifício C abina PT 001 630 200 independente em baixa alvenar ia Edifício C abina PT 388 630 160 independente em baixa alvenar ia Edifício C abina PT 482 630 280 independente pr é- baixa fabr ic ado C abina PT 543 Integr ado em 2 x 630 550 + 510 baixa edifício c oletivo C abina PT 559 V alor não Integr ado em 3 x 630 baixa apur ado edifício c oletivo Edifício C abina PT 757 630 570 independente em baixa alvenar ia Edifício C abina PT 951 V alor não 630 baixa independente pr éapur ado fabr ic ado Os postos de transformação anteriormente considerados, encontram-se, de um modo geral em bom estado de conservação e de funcionamento. 35 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 12.2.3 - Rede de distribuição de energia elétrica em baixa tensão A rede de distribuição de energia elétrica em baixa tensão (230/400 V), abastecida pelos postos de transformação identificados e caracterizados em 2.2, e com a capacidade para a distribuição, dentro das condições regulamentares e da boa prática corrente, das potências elétricas que atualmente transitam através dos seus diversos ramos, é essencialmente do tipo subterrâneo, e constituída por cabos dos tipos LSVAV e LVAV enterrados em vala, existindo ainda um número reduzido de troços em rede aérea constituída por condutores isolados em feixe (do tipo LXS), em montagem tensa no topo de apoios de betão armado (encastrados no solo). 12.2.4 - Instalação da iluminação pública A instalação de iluminação pública na área abrangida pelo Plano é essencialmente constituída por luminárias fechadas e estanques equipadas com lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão, instaladas em colunas metálicas ou de betão revestido a marmorite, e abastecidas por rede elétrica subterrânea com cabos isolados dos tipos LSVAV ou VAV. Para além da instalação anteriormente referida, nas zonas de rede aérea de baixa tensão, existem luminárias fixadas por braços metálicos aos respetivos apoios de madeira ou de betão. O número de luminárias, as suas características luminotécnicas, e a sua localização e disposição, asseguram de um modo geral os níveis adequados de iluminância e de uniformidade. 12.3 - Soluções propostas 12.3.1 - Rede de distribuição de energia elétrica em média tensão Pelas considerações formuladas em 2.1, não se preconiza, a curto prazo, quaisquer intervenções significativas na rede subterrânea de distribuição de energia elétrica em média tensão (15kV) atualmente estabelecida na zona objeto do presente Plano, salvo a sua extensão para o abastecimento dos novos postos de transformação previstos (Postos de transformação A e B). Os cabos a utilizar serão monopolares do tipo LXHIOV-8,7/15,0 (17,5) kV, de 240 mm2 de secção. 12.3.2 - Postos de transformação Para definição de novos postos de transformação a serem construídos, e das respetivas potências elétricas instaladas, e eventual viabilidade de utilização dos postos de transformação 36 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE atuais com disponibilidade de potência, foram considerados os seguintes pressupostos: • Áreas médias de 120 m2 para as habitações, de 50 m2 para os escritórios/ locais de uso profissional, e de 100 m2 para os comércios/ serviços. • Potências elétricas de ponta de 10,35 kVA para habitações e escritórios / locais de uso profissional, de 20,70 kVA para comércios/ serviços, e de 27,60 kVA para serviços comuns. • Utilização das fórmulas e coeficientes atualmente recomendados para planeamento de redes urbanas, concretamente, o coeficiente de “K1 = 0,2 + 0,8/√n” para habitações, escritórios/ locais de uso profissional e serviços comuns, e de “K2 = 0,5 + 0,5/√n” para comércios/ serviços. Em face da potência total de ponta prevista (indicada em mapa anexo), preconiza-se a criação de dois novos postos de transformação (PT-A e PT-B), o primeiro equipado com dois transformadores de 630 KVA e o segundo com um transformador de 630 kVA, e a ampliação do posto de transformação PT-001 de modo a permitir a instalação de um segundo transformador de 630 kVA. No que refere ao posto de transformação PT-482, tendo em conta a natureza e potência de ponta estimada para as instalações de serviços previstas para o lote 29, poder-se-á em devido tempo, optar pela sua ampliação, ou pela instalação de um posto de transformação particular, a integrar na construção a edificar. FONTE ABASTECEDORA POTÊNCIA POTÊNCIA AGRUPA MENTO LOTES REQUERIDA O BSER VAÇ Õ E S DESIGNAÇÃO INSTALADA [kVA ] [kVA ] A instalar mais 1 24/25/26 593 PT-001 2 x 630 uma unidade de 630 kVA 6/7/8/9 556 2 TP1 – 630 PT - A A c onstr uir 10/11/32/33 422 TP2 - 630 3 12/13/30/31 450 PT - B 630 A c onstr uir 4 2/3/4a/4b/5 572 PT-951 630 E xistente A substituir o atual PT por 5 27/28/29 819 PT-482 2 x 630 outr o que aloje duas unidades de 630 kVA Os novos postos de transformação, serão do tipo compacto em betão, para exterior, necessariamente homologado pela Direcção37 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Geral de Energia, e para ligação a rede subterrânea de média tensão de 15kV de tensão nominal, à frequência de 50 Hz, devendo garantir-se o seu acesso exterior a viaturas pesadas sem constrangimentos. 12.3.3 - Rede de distribuição de energia elétrica em baixa tensão As redes de distribuição de energia elétrica em baixa tensão a estabelecer, serão subterrâneas e constituídas por cabos isolados e armados dos tipos LVAV e LSVAV enterrados em vala, sendo que, em face das potências de ponta requeridas para cada um dos lotes, se preconiza se constituam essencialmente como alimentações diretas com origem nos postos de transformação. Nas áreas onde se encontram previstos, os armários de distribuição serão com o invólucro em poliéster reforçado com fibras de vidro, assentes sobre um maciço de fundação de forma e dimensões adequadas, fabricados em material isolante e a implantar diretamente no solo, dos tipos “X” (com cinco triblocos DIN 2 / 400 A) ou “W” (com dois triblocos DIN 2 / 400 A e quatro triblocos DIN 00 / 160 A). 12.3.4 - Instalação da iluminação pública Tendo em conta a adequabilidade de algumas das soluções atualmente existentes, preconiza-se a sua implementação nas áreas do Plano ainda não tratadas ou a requalificar. Assim, preconiza-se que nas laterais da Av. Dr. Adelino Amaro da Costa e seu prolongamento Rua Anzebino da Cruz Saraiva, se dê continuidade à solução já implementada frente ao edifício dos “Jardins do Liz”, recorrendo-se a colunas metálicas de 4,0 m equipadas com luminária decorativa para lâmpada de vapor de sódio, nos passeios, e a colunas metálicas de 6,0 m equipadas com luminária fechada do tipo “cut-off” para lâmpada de iodetos metálicos, na iluminação das passadeiras. Nos arruamentos que se desenvolvem no tardoz dos lotes 3 a 8, preconiza-se a utilização de solução similar ao implementado no percurso junto ao Rio Liz, recorrendo a colunas metálicas pintadas de 6,0 m, equipadas com luminária fechada para lâmpada de iodetos metálicos, e no arruamento que serve os lotes 34 a 36, preconiza-se a utilização de colunas metálicas de 8,0 m, equipadas com luminária fechada para lâmpada de vapor de sódio de alta pressão. Estão ainda previstas duas instalações de iluminação decorativa, a licenciar oportunamente, e recorrendo a luminárias estanques 38 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE equipadas com lâmpadas fluorescentes tubulares, para montagem encastrada no pavimento, sendo uma delas na passagem pedonal entre os lotes 24 e 25 a alimentar pelo armário de IP existente, e outra no acesso ao fontenário junto ao lote 11, a alimentar a partir de armário de IP a ser instalado. As redes de alimentação das instalações de iluminação a estabelecer, serão, na generalidade subterrâneas e constituídas por cabos isolados e armados do tipo LSVAV enterrados em vala. 13- Rede de Abastecimento de Gás 13.1 – Considerações gerais As considerações agora apresentadas referem-se ao estudo preliminar das infraestruturas de distribuição de gás natural, a considerar para as ligações às diversas instalações propostas no âmbito do Plano, estudo esse desenvolvido com base nos seguintes pressupostos: • Número e natureza das instalações a servir, de acordo com o cartograma síntese em anexo. • Localização e traçado de todas as infraestruturas de distribuição de gás natural atualmente existentes na zona abrangida pelo Plano em apreço, e a sua capacidade para servir a globalidade das instalações previstas. Na execução das infraestruturas a desenvolver, deverão observar-se os “Critérios Gerais Relativos ao Projeto e à Construção de Redes de Gás Natural na Região Centro” editada e distribuída pela concessionária Lusitânia Gás Companhia de Gás do Centro, SA, o “Regulamento Técnico” publicado pela Portaria nº 386/ 94 de 16 de junho, a Portaria nº 362/2000 de 20 de junho, e a Portaria nº 690/2001 de 10 de julho. 13.2 - Análise do desenvolvimento e estado atual das infraestruturas de distribuição de gás natural existentes A rede de tubagens para distribuição de gás natural existente, é essencialmente do tipo subterrâneo, e constituída por tubagem, acessórios e válvulas em polietileno (PE), produzidos a partir de resinas com certificado da classe MRS 80 – SDR11, enterrados em vala. Segundo indicações fornecidas pela concessionária “Lusitânia Gás”, o gás distribuído apresenta um poder calorífico inferior de 37,9 39 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE MJ/Nm3 (9.054 kcal/stm3), uma densidade corrigida de 0,62, e a pressão máxima de serviço da rede é de 4 bar. A área abrangida pelo Plano constitui um eixo fundamental no abastecimento de gás à cidade de Leiria, e apresenta-se já com secções elevadas e a inerente capacidade de transporte. Assim, salvo algumas pequenas áreas para onde se preveem lotes para habitação unifamiliar onde é atualmente inexistente, a rede serve cabalmente os edifícios existentes, e os seus diâmetros garantem ainda a expansão de carga prevista, preconizando-se como tal apenas a execução de pequenos troços complementares de rede, para além dos ramais de abastecimento aos edifícios futuros. 13.3 - Soluções propostas As condutas do sistema de distribuição a executar, serão construídas utilizando tubagem, acessórios e válvulas em polietileno (PE), produzidos a partir de resinas com certificado da classe MRS 80 – SDR11 ou MRS 100 – SDR 17,6, conforme a Norma ISO-4437. Sendo a pressão de serviço máxima da rede de 4 bar, deverá utilizar-se tubagem e acessórios de 10 bar de pressão nominal atendendo ao fator de segurança a aplicar que é de 2,5. Deverá garantir-se a pressão mínima de 0,55 bar nos pontos de ligação aos ramais, e uma velocidade máxima do gás na tubagem, nas condições de máximo caudal e mínima pressão, de 20 m/s. A tubagem deve ser assente no fundo convenientemente regularizado de valas, de modo a garantir-se uma profundidade mínima de recobrimento de 0,60 m nos traçados sob os passeios e de 0,90 m nas travessias de arruamentos, sobre uma camada de areia ou saibro com uma espessura mínima de 10+1/10 DN cm, em que DN é o diâmetro nominal do tubo em cm. A conduta para alimentação das futuras frações a executar nos lotes, terá o mesmo tipo de construção. Para definição dos consumos previstos para os lotes integrados no presente Plano foram considerados os seguintes pressupostos: • Áreas médias de 120 m2 para as habitações, de 50 m2 para os escritórios/ locais de uso profissional, e de 100 m2 para os comércios/ serviços. 40 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE • • Uma potência instalada de 39 kW (33.540 kcal) por fogo, e de 100 kW (86.000 kcal) por cada instalação especial (restauração), estimando-se um número aproximado para estas últimas. Utilização do fator de simultaneidade 1,00 para as instalações especiais, e dos fatores de simultaneidade recomendados pelo distribuidor para o conjunto das frações habitacionais. 14- Rede de Instalações telefónicas 14.1 – Considerações gerais As considerações agora apresentadas referem-se ao estudo preliminar das infraestruturas de telecomunicações, a considerar para as ligações às diversas instalações propostas no âmbito do Plano, estudo esse desenvolvido com base nos seguintes pressupostos: • Número e natureza das instalações a servir, de acordo com o cartograma síntese em anexo. • Localização e traçado de todas as infraestruturas de telecomunicações atualmente existentes na zona abrangida pelo Plano em apreço, e a sua disponibilidade para a passagem de novas cablagens. Na execução das infraestruturas a desenvolver, deverão observar-se os regulamentos em vigor, nomeadamente o Decreto-Lei nº 123/2009 de 21 de maio alterado pelo Decreto-Lei nº 258/2009 de 25 de setembro, e em especial, o Manual ITUR (Infraestruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjunto de Edifícios) – 1ª Edição, de novembro de 2009. 14.2 - Análise do desenvolvimento e estado atual das infraestruturas de telecomunicações existentes A rede de tubagens para telecomunicações existente, é essencialmente do tipo subterrâneo, e constituída por tubagem plástica enterrada em vala, dotada de câmaras de passagem em betão a espaços regulares, essencialmente nas intersecções, derivações e mudanças de direção do traçado. Serve cabalmente os edifícios existentes, carecendo no entanto de prolongamento, de modo a servir igualmente as áreas relativas aos lotes que se prevê venham a ser construídos. 41 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 14.3 - Soluções propostas As condutas do sistema de distribuição a executar, serão construídas utilizando tubo corrugado de parede dupla e parede interior lisa ou tubo de PVC reforçado. O dimensionamento do número de tubos a aplicar é indicado em planta, e o seu dimensionamento terá como mínimo o indicado na tabela seguinte, com base no número de fogos. DIM ENSIONAM ENTO DA RE DE DE T UBAGEM (M ÍNIM O A G AR ANTIR) NÚMERO D E FOGOS PC CC FO 1 a 50 1Ø110 1Ø110 1TØ40 51 a 125 2Ø110 2Ø110 1TØ40 > 125 3Ø110 3Ø110 1TØ40 A conduta para alimentação das futuras frações a executar nos lotes, terá o mesmo tipo de construção, utilizando normalmente, TIPO DE EDIFÍCIO T U BO S Mor adia unif amiliar 2 x DN.40 E difícios r es idenciais de 2 a 4 f ogos 3 x DN.50 E difícios r es idenciais de 5 a 10 f ogos 3 x DN.63 E difícios r es idenciais de 11 a 22 f ogos 3 x DN.75 E difícios r es idenciais de 23 a 44 f ogos 4 x DN.75 E difícios r es idenciais c om mais de 44 f ogos E difícios de escritórios, c omerciais industr iais e es peciais A definir pelo pr ojetista (no mínimo 4 x DN.90) A definir pelo pr ojetista (no mínimo 3 x DN.50) Para garantir um posicionamento correto dos tubos, o fundo da trincheira deverá ser uniforme e deverão ser colocados pentes de separação dos tubos (guias ou espaçadeiras), de 3 em 3 metros, de acordo com o tipo de tubagem utilizado. 42 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Para sinalizar a existência das condutas telefónicas no subsolo, será colocada rede ou fita de sinalização de cor verde, com uma largura de 300 mm, em polietileno ou outro material insensível a microorganismos. As câmaras de visita serão do tipo paralelepipédico em betão armado, construídas em local ou pré-fabricadas, e apresentarão as seguintes dimensões interiores mínimas. DIM ENS ÕES M ÍNIM AS INTERIORE S [ cm] C O R PO TIPO DE CÂ MARA FUNIL LATERA L DIÂMETRO MAIOR /ME NOR LARG. x CO MP. x PROF. LARG. x CO MP. x PROF. C VC 0 120 / 60 _ x _ x 110 _ C VC 1 120 / 60 _ x _ x 160 _ C VR 1 a _ 60 x 75 x 100 _ CVR1b (A ntiga NR1) _ 60 x 75 x 100/150/175 _ CVR2 (A ntiga NR 2) _ 75 x 120 x 100/150/175 _ CVR3 (A ntiga NR 3) _ 75 x 150 x 175 _ CVI0 _ 120 x 180 x 190 _ CVI1 _ 120 x 260 x 190 _ CVL1 _ 120 x 305 x 190 125 x 65 x 190 C VT 1 _ 120 x 335 x 190 125 x 65 x 190 15 – Indicadores Urbanísticos do Plano 15.1. Indicações construtivas do PDM aplicáveis a esta área Tomando como base a Planta de Ordenamento do PDM à escala 1/25.000 e a Planta de Delimitação da Cidade à escala 1/10.000, verifica-se que a área de intervenção (10,30 hectares) é definida como espaço a sujeitar a plano de pormenor, cujas regras de utilização são estipuladas no nº 2 do artigo 93.º, envolvendo um índice de utilização bruto de 1,0; cautelas especiais no estudo, enquadramento e tratamento das zonas verdes públicas e de proteção, sendo de particular importância a salvaguarda dos 43 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE maciços arbóreos existentes; e a não ocupação com construção das encostas com declives superiores a 30%. À área que não se encontra abrangida pelo limite do “Plano Pormenor Arrabalde da Ponte em elaboração”, e que se insere em “Áreas habitacionais ou residenciais de média densidade” aplicamse os indicadores previstos no artigo 47.º Todas estas condições foram cumpridas no Plano nomeadamente o índice de utilização bruto e a integração da margem do Lis no Sistema Rio e Programa Polis. 15.2-Quantificação das propostas do Plano. Indicadores urbanísticos e valores de capitação Da análise do Quadro Geral de Áreas e Usos da Planta de Implantação em anexo ao presente relatório (Anexo1) pode retirar-se que: Área de intervenção do Plano 10,30 ha Área dos espaços públicos 59 493,95 m 2 2 Zonas verdes 13 673,15m Rede viária principal e secundária 18 967,15 m 2 Passeios 12 255,73 m 2 Estacionamentos (146 lugares) 2 226,50 m Área ocupada por PT(s) existentes(infraestrutura) 48,33 m2 Rio Lis, margens/taludes e percursos pedonais 12 323,09 m 2 Área dos lotes 43 506,05 m 2 Área total de construção excluindo estacionamento 99 699.77 m 2 2 em cave Existente e prevista em loteamentos aprovados 54 071,77 m2 Proposta 45 628,00 m Número máximo de fogos 512 Existentes e previstos em loteamentos aprovados 248 Propostos 264 Áreas do domínio privado com ónus de uso público 18.2333,31m2 Vias dentro dos lotes 826,24 m2 Passeios dentro dos lotes 9395,86 m2 Estacionamento exterior dentro dos lotes 886,18 m Cobertura em terraço (lotes 23,24,25,26,27 e 28) 6 470,00 m Áreas verdes no interior dos lotes 4 e 27 655,03 m2 Área Total de espaços verdes Rio Lis, margens/taludes e percursos pedonais 2 2 2 32 694,06 m2 12 367,09 m2 44 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Zonas verdes públicas 13 673,15m2 Áreas verdes no interior dos lotes 4 e 27 com ónus 655,03 m 2 de uso público Logradouros privados dos lotes das moradias 5 998,79 m2 O valor da área total de construção excluindo a área de estacionamento em cave é de 99 699,77 m2. A área total de construção exclusivamente para habitação atinge os 5 9995,02 m2, compreendendo 14 lotes para moradias (com uma área média de construção entre 170 e 250 m2), a área de construção para comércio, serviços e equipamentos atinge 32 998,75 m2, e a área de construção para habitação e hotel é de 6706 m2 O estacionamento privado atinge os 69 570,56 m2, ou seja, cerca de 2.783 lugares de estacionamento, valor que se pretende acautelar para o futuro. Assim, a população futura residente prevista para esta área de intervenção, tomando a totalidade da área edificável, poderá atingir os 1.750 habitantes, o que significa uma densidade populacional de 175 hab/ha, enquanto a densidade habitacional ronda os 50 fogos/ha. Refira-se que embora o regulamento do PDM preveja que em Planos de Pormenor seja possível alterar a área bruta máxima de construção até 20% (artigo 93.º), o índice de utilização bruto do solo previsto de 1,0 não foi aqui ultrapassado (no Plano o índice de utilização bruto proposto é de 0,97). 16 - Alterações ao Plano Diretor Municipal O Plano foi elaborado de acordo com o Regulamento do PDM, adotando os índices e demais regras aí estabelecidas, à exceção do n.º2 e n.º4 do artigo 51.º (Zonas verdes), situação que irá consubstanciar uma alteração ao PDM, pelo que após a publicação do Plano no Diário da República, a Câmara Municipal promoverá a sua alteração. Quanto à Planta de Condicionantes e de Servidões, a ocupação implicou a exclusão da área pertencente à REN a qual implica uma alteração à carta da Reserva Ecológica em vigor. A ocupação do solo para os fins determinados no Plano carece de prévia exclusão das áreas beneficiadas pelo Aproveitamento 45 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Hidroagrícola do Vale do Lis, nos termos da legislação em vigor, condicionante que será alterada com a implementação do Plano. 17 – Sistema de Execução e Compensação de Benefícios e Encargos previstos no Plano 17.1. Sistema de execução e instrumentos de apoio As unidades de execução são concretizadas mediante o sistema de cooperação ou compensação e, eventualmente, caso tal se revele necessário, o sistema de imposição administrativa, conforme o previsto nos artigos 122.ª, 123.º e 124.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, apoiado em particular nos instrumentos de execução designados por reestruturação da propriedade (artigo 129.º) e o reparcelamento urbano (131.º a 134.º) e eventualmente caso se revele necessário, os demais previstos na lei. A Câmara Municipal teve a iniciativa de implementar a rede viária do Arrabalde da Ponte, já anteriormente prevista, através da abertura das Av. Dr. Francisco Sá Carneiro e Av. Dr. Adelino Amaro da Costa, sendo estas vias executadas até ao seu lancil ou guia de estacionamento público previsto no respetivo perfil transversal. O estacionamento público, os passeios e respetiva arborização e as zonas verdes previstas na Planta de Implantação serão da responsabilidade dos proprietários ou promotores da intervenção urbanística. As demais infraestruturas urbanísticas serão genericamente realizadas pelos proprietários ou promotores da intervenção urbanística, conforme estipulado nas informações técnicas dos serviços e concessionários responsáveis pelo fornecimento de cada infraestrutura em causa (nomeadamente abastecimento de água, drenagem de esgotos domésticos e pluviais, abastecimento de energia elétrica, iluminação pública, telecomunicações, abastecimento de gás natural). Para a plena execução das áreas públicas previstas no Plano (espaço público e área verde de uso público constantes da Planta de Implantação e Quadro Geral de Áreas e Usos) e das cedências em espécie para o domínio privado do município, a Câmara Municipal e os proprietários concretizarão as respetivas obrigações através de contrato de urbanização ou da emissão de alvarás de licença ou de autorização de realização das operações urbanísticas respetivas. 46 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 17.2. Compensação de benefícios A necessidade de mobilização de terrenos de diferentes proprietários para concretizar a formatação definitiva dos vários lotes projetados, aliado a um cadastro extremamente irregular obriga à imposição de prazos para a realização das diferentes operações urbanísticas a cargo do município e dos demais agentes privados e públicos, bem como a utilização de um sistema e de instrumentos de execução que permitam à autarquia, na ausência de entendimento, ou de capacidade de resposta, dos agentes privados, substituir-se a estes implementando a componente pública do Plano e formatando a propriedade de maneira a concretizar os lotes urbanizados previstos no Plano. A formatação de diversos lotes pode ainda ser obtida através de acertos de estremas e de permutas, a primeira figura mediante acordo entre as partes (sem envolvimento do município), e a segunda através da cedência de área ao município, que funciona como depositário e/ou agente de receção e transmissão. Utilizando as regras previstas no Regulamento do Plano e tendo em atenção as áreas das diferentes parcelas e as capacidades construtivas previstas para cada lote, estabeleceu-se a distribuição de benefícios pelas partes envolvidas conforme apresentado no Manual de Gestão – Estruturação da Perequação Compensatória. Na ausência de entendimento entre as diversas parcelas pertencentes às diferentes unidades de execução, a Câmara Municipal fará uso dos instrumentos legais ao seu dispor para possibilitar a implementação do Plano, procurando sempre em primeira instância promover a via negocial e o entendimento por mútuo acordo entre as partes. 47 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Anexo 1 - Quadro Geral de Áreas e Usos da Planta de Implantação 48 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 49 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Anexo 2 - Fotografias da Zona de Intervenção 50 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Localização das Fotografias 51 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE 52 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 1 Fotografia 2 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 3 Fotografia 4 54 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 5 Fotografia 6 55 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 7 Fotografia 8 56 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 9 Fotografia 10 57 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 11 Fotografia 12 58 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 13 Fotografia 14 59 RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR ARRABALDE DA PONTE Fotografia 15 Fotografia 16 60