Via-Sacra
Oração Inicial
V.: Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
R.: Ámen
Nesta noite, em que celebramos a maior prova que alguém poderia dar por nós: a dádiva
de Jesus na cruz.
Este caminho que Tu fizeste com os teus próprios pés, nós somos chamados a fazê-lo em
oração, mas sempre com a perspectiva de procurar viver imitar-te em cada segundo da
nossa peregrinação terrena.
Que este caminho que fazemos junto de Jesus nos dê a força para as nossas dores e
quedas, que nos dê a esperança para podermos caminhar para a felicidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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1ª Estação: A Última Ceia
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele. Disse-lhes: «Tenho
ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer, pois digo-vos que
já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.»
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós, pois digo-vos que não
tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deus.»
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto
é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.»
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu
sangue, que vai ser derramado por vós.»
Meditação:
A hora da morte de Jesus está a chegar. Ele sabe-o e anuncia aos discípulos essa evidência;
no entanto isso não é motivo de desespero, pois no seguimento desse anúncio, Jesus
celebra e Institui a Eucaristia, memorial de vida e não de morte.
A Eucaristia, festa em que celebramos o nosso Deus é motivo de alegria; no entanto, nós
celebramos também a morte de Jesus.
Qual o sentido da Vida e da Morte para nós?
O que celebro na Eucaristia?
Oração:
Jesus amigo, que na hora da tua morte não fugiste nem te isolastes, ajuda-nos a não fugir
ou isolarmo-nos nos momentos de morte na nossa vida.
Faz com que percebamos que a Eucaristia, memorial do Teu sacrifício, não é um fim, mas o
principio da nossa felicidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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2ª Estação: O Horto das Oliveiras
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram
também com Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em
tentação.» Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e,
pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice;
contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.»
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. Cheio de angústia, pôs-se a
orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam
na terra. Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir,
devido à tristeza. Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em
tentação.»
Meditação:
Terminada a ceia, Jesus saiu como de costume para o Monte das Oliveiras para rezar. Os
discípulos seguiram-no porque a oração é um momento íntimo com Deus, Jesus afastou-se
e ajoelhou. Nessa altura, como num filme foi passando pela sua cabeça tudo o que estaria
para lhe acontecer. Como humano que era ficou assustado e pediu ajuda ao Pai Celeste.
Mas como filho obediente disse: Não se faça a minha vontade mas a Tua.
Dois momentos normais num ser humano. O medo, quase desespero e a grande obediência
e respeito pela vontade do Pai.
Vindo do céu por intermédio dum anjo veio a mão de Deus para confortar. Jesus chorava
lágrimas de sangue. Após a oração, fortalecido pela mão do Pai aconselhou os discípulos
para que não dormissem, para orarem, e não se tentarem pelo desânimo dos
acontecimentos.
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Oração:
Ajuda-nos Senhor a não desanimar com as coisas menos boas da vida. Quando sentires que
nos tenta o desânimo mandai-nos um anjo avisar-nos e fazer olhar a vida com os olhos
salvadores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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3ª Estação: Tentação
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Jesus saiu e, como de costume, foi para o monte das Oliveiras. Os discípulos o
acompanharam. Chegando ao lugar, Jesus disse para eles: «Rezem para não caírem na
tentação.» Então, afastou-se uns trinta metros e, de joelhos, começou a rezar: «Pai, se
queres, afasta de mim este cálice. Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua!»
Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. Tomado de angústia, Jesus rezava com
mais insistência. Seu suor se tornou como gotas de sangue, que caíam no chão.
Levantando-se da oração, Jesus foi para junto dos discípulos, e os encontrou dormindo,
vencidos pela tristeza. E perguntou-lhes: «Por que vocês estão dormindo? Levantem-se e
rezem, para não caírem na tentação.»
Meditação
Neste estação, Jesus, seguido dos discípulos, procura um lugar para orar. Sabendo do
enorme sofrimento que o espera, pede ao pai: “afasta de mim este cálice, mas faça-se tua
a vontade e não a minha”. Com esta oração ensina-nos a todos como devemos falar com
Deus, que nos ajuda e nos dá força para enfrentarmos as dificuldades. Se cairmos, há
sempre a possibilidade de nos levantarmos, se rezarmos ainda com mais fé. Pois por maior
que seja o nosso amor a Deus, o Dele por nós é sempre superior.
Oração
Senhor, obrigado por nos ensinares que com a oração podemos ultrapassar com mais
coragem os nossos problemas. Ajuda-nos a estar mais atentos, para entender os teus sinais
e sermos obedientes fazendo mais vezes a tua vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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4ª Estação: Prisão
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado
Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. Jesus disse-lhe: «Judas, é
com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à
espada?» E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Mas
Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o. Depois,
disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos
anciãos:
«Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador!
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a
vossa hora e o domínio das trevas.»
Meditação:
Ao afastar-se para rezar, Jesus precisava estar a sós com Seu Pai.
Sabia que a sua hora estava próxima. Ao ver chegar Judas acompanhado de alguns
guardas, recebeu-o amavelmente, mesmo sabendo que aquele beijo que iria receber trazia
o carimbo da traição.
Ao perguntar-lhe se era com um beijo que entregava o filho do homem, Jesus estava a darlhe uma última oportunidade de se redimir.
Os discípulos e a multidão que seguia Cristo, para desagrado dos grandes senhores da
terra, perguntaram-lhe se castigava Judas, ao que Jesus respondeu que não e com um
gesto de carinho curou a orelha do guarda que alguém teria cortado.
Mais uma vez Jesus nos mostrou que a Sua vida era uma Jornada de paz em vista ao amor
e para salvação dos homens.
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Oração:
Ó Deus, Pai de Misericórdia ajuda-me a ser um bocadinho imitadores das atitudes do Teu
Filho Jesus.
Não nos deixeis experimentar o sabor da traição. Ajuda-nos a ser sempre fiel a ti meu Pai e
aos meus na terra.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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5ª Estação: Negação
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo
Sacerdote. Pedro seguia de longe. Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio,
sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles.
Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitando-o, disse: «Este também estava com
Ele.» Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.» Pouco depois, disse outro, ao
vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro disse: «Homem, não sou.» Cerca de uma hora
mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além
disso, é galileu.» Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.»
E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo. Voltando-se, o Senhor
fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse:
«Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.» E, vindo para fora, chorou
amargamente.
Meditação:
Anteriormente, Pedro disse a Jesus que morreria com ele, que nunca o Abandonaria.
No entanto, Jesus sabia, sempre soube, que o seu discípulo o iria negar, pois a estrutura
emocional de Pedro, assim como de qualquer um que está sob risco de morrer, torna-se
instável, vindo ao de cima, mais tarde, o instinto natural de sobrevivência e levando-o
assim a negar Jesus por 3 vezes.
Será que faríamos o mesmo?
Quais serão hoje as negações que nós fazemos a Deus?
Às vezes agimos da mesma forma, para com Deus. Negamos, arrependemo-nos, mas
voltamos a negar.
Contudo Pedro pode excluir Deus, nós podemos excluir Deus da nossa vida.
Mas Deus jamais nos abandonará.
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Oração:
Senhor, ajuda-nos a mudar a nossa atitude de negação, que temos perante ti e perante os
outros.
Confessamos que nos esqueemos muitas vezes de que a tua palavra é a nossa oração.
Por isso, concede-nos, palavras reconfortantes através do calor da compreensão,
acendendo uma fogueira no nosso coração, onde tu estás, à espera da nossa presença.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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6ª Estação: Barrabás
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este
homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e
não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais. Herodes tão-pouco, visto que nolo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte. Vou, portanto,
libertá-lo, depois de o castigar.»
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso. E todos se puseram a
gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!» Este último fora metido na prisão por causa
de uma insurreição desencadeada na cidade, e por homicídio.
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam:
«Crucifica-o! Crucifica-o!» Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então?
Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o castigar.»
Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores
aumentavam
de
violência.
Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam. Libertou o que fora preso por
sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Meditação:
Pilatos estava admirado com o silêncio de Jesus e procurava a verdade, mas de um modo
em que essa verdade não o comprometesse, usando a aplicação da justiça como forma de
lavar as suas mãos.
A multidão tem um forte desejo de vingança e, por muito que Pilatos apele à razão, o povo
prefere o sangue de um homem inocente em troca da libertação de um ladrão e assassino.
Pilatos cede assim à pressão do povo.
A palavra de ordem é “crucifica-o” e Jesus, com o Seu silêncio, demonstra uma vez mais o
amor que sente por todos os homens, pois se quisesse facilmente teria provado a sua
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inocência. Preferiu calar-se e salvar alguém que já era visto como réu de morte. Jesus
calou-se para ser condenado e Barrabás poupado.
E nós?
Calamo-nos para que os outros não sofram?
Defendemos a verdade com o nosso silêncio?
Ou preferimos acobardar-nos, sermos fracos ou usarmos a vingança?
Oração:
Senhor Jesus, que cada um de nós não tenha medo de sujar as mãos na luta justa, por um
mundo onde os homens sirvam os homens, de mãos limpas.
Ensina-nos a calar, mesmo com desvantagem, quando se trata de salvar alguém, mesmo
que esse alguém seja culpado.
Fortalece a nossa coragem para nunca cedermos diante de pressões exteriores quando se
trata de fazer triunfar a justiça e a inocência.
Dá-nos a graça de superar o nosso modo mesquinho de pensar, o qual nos impede de estar
em sintonia com Deus.
Faz-nos conscientes da nossa condição de pecadores, livrando-nos da falsa ilusão de que
somos superiores ao nosso próximo e tornando-nos mais dignos de nos dirigirmos a Ti.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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7ª Estação: Caminho
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se
lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não
choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois virão dias em que
se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não
amamentaram.' Hão-de, então, dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' E às colinas: 'Cobri-nos!'
Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?» E levavam também
dois malfeitores, para serem executados com Ele.
MEDITAÇÃO:
A caminho do Calvário Jesus cai pela 2ª vez… como se carregasse nos ombros o peso dos
nossos pecados; das nossas fraquezas; das nossas culpas; dos nossos medos, das nossas
intolerâncias; das nossas vergonhas…
Quantas vezes nossos irmãos e irmãs “caem” à nossa frente e nós não fazemos nada para
os levantar, para lhes dar uma mão, uma palavra… um sorriso…
Jesus disse para algumas mulheres que se lamentavam e choravam por Ele… para não
chorarem por Ele, mas sim por elas e por seus filhos… pois virão dias em que irão dizer: “
felizes as estéreis e os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram”…
Jesus quer dizer-nos que virão tempos difíceis de sofrimento, de fome, de arrependimento,
de medo, de desespero…. pois quem não tiver filhos… não sofrerá por eles… só por si
próprios.
Jesus diz-nos ainda que: “Hão-de dizer aos montes: “Caí sobre nós!”
Pois o nosso
arrependimento é grande pelo mal que Te fizemos ou deixámos fazer… E às colinas: “Cobrinos!” para que cubram a nossa vergonha…
Porque se tratam assim a árvore verde… que é fértil, que dá frutos, que alimenta… o que
não farão à seca que já nada gera e que todos desprezam…
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Levavam também dois malfeitores, para serem executados ao Seu lado… queriam
Humilhá-Lo, fazendo-O passar por um deles…. mas Jesus não se importava… pois Ele
estava sempre ao lado dos que sofrem; dos pobres, dos que estão perdidos; dos que
perderam a Fé e a Esperança; dos que perderam os valores e a dignidade e até dos
ladrões!
Oração:
Meu Deus, perdoa-nos se as nossas atitudes te envergonharam ou desiludiram;
Meu Deus, perdoa-nos se alguma vez perdemos a esperança e a Fé para caminhar ao Teu
lado;
Meu Deus, perdoa-nos se alguma vez caímos sem esperança e não aceitamos a mão que
nos ofereceste;
Senhor, ajuda-nos a partilhar com os nossos irmãos e irmãs a herança que nos deixaste: o
Teu Amor; a tua Palavra; a Tua Fé, Esperança, Dedicação e Caridade pelo próximo, por
aqueles que sofrem;
Senhor, ajuda-nos a perdoar os nossos irmãos e a viver na nossa Comunidade em paz e
harmonia;
Senhor, ajuda-nos a viver esse Teu amor no dia a dia, nas nossas atitudes com os outros,
nas nossas emoções, alegrias, tristezas, para que a nossa Comunidade partilhe da nossa
felicidade;
Meu Deus, obrigada por tudo o que nos concedeste, mesmo que não tenhamos sido dignos
da tua bondade;
Meu Deus dá-nos força e ajuda-nos a ser uns Bons Cristãos!
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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8ª Estação: Cireneu
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Passava por aí um homem, chamado Simão Cireneu, pai de Alexandre e Rufo. Ele voltava
do campo para a cidade. Então os soldados obrigaram Simão a carregar a cruz de Jesus.
Meditação:
Nesta 8.ª estação somos confrontados com a passagem em que Jesus é ajudado a levar a
Cruz. Neste encontro inesperado, tocam-se o humano e o divino; Deus quer, “precisa” de
ajuda de um homem humilde que carregue a cruz. Cruz que não é de Jesus mas dos
homens. Também nós somos convidados a ajudar Jesus a levar a Cruz, que é de todos nós:
os sofrimentos, a maldade, a doença…
Também nós muitas vezes estamos à espera da Cruz, mas resignamo-nos e ficamos
estáticos - não é solução. Só há uma opção quando caminhamos: carregar a Cruz, fazer a
experiência que nos leva à verdadeira felicidade.
Oração:
Senhor que carregas com a nossa Cruz, ajuda-nos a não fugirmos dela, pois ela pode e
deve ser assumida como caminho de salvação e não de perdição.
Que ao olharmos e contemplarmos Jesus na Cruz percebamos que a Cruz não é desgraça
mas prenuncio de Salvação.
Obrigado Senhor pela força que nos dás para carregarmos com as cruzes da vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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9ª Estação: Crucificação
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um
à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que
fazem.»
Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
Meditação
Esta passagem fala-nos da crucificação de Jesus e da forma como ele foi insultado e
ignorado pelos homens pecadores. Mas apesar de todas as injustiças feitas, Jesus orou por
eles dizendo “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.” Esta frase revela a sua
consciência filial e de misericórdia infinita.
Jesus assumiu tudo por puro amor ao Pai e a nós. Como retribuímos a tanto amor?
Oração
Senhor, enche-nos do teu espírito e ajuda-nos a crescer na fé, a confiar mais em ti e na tua
palavra.
Tu que quando foste maltratado não ameaçaste ninguém, concede-nos também essa
capacidade de perdoar.
Obrigado Senhor pelo dom da vida, pela saúde, pela alegria e até pelas coisas menos boas,
pois tudo é dom do vosso imenso Amor. Obrigado Senhor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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10ª Estação: Escarnecem
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros;
salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.» Os soldados também troçavam
dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te
a ti mesmo!» E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.»
Meditação:
Ao ler esta passagem o maior sentimento é a pena, não de Jesus, mas por todos nós, pois
Ele deu-nos uma grande prova de amor e ainda nos dias de hoje não é bem compreendido.
Esta passagem passa-se durante o caminho para o calvário.
Deus mais uma vez nos quis mostrar como é simples, amigo, humano, humilde, prestável,
poderoso, zelador…
Nós como vivemos a nossa vida? Sempre à pressa, porque tudo é para ontem? Como
podemos ajudar os outros? Hoje há pouca fé, pois ninguém quer receber este Jesus
escarnecido…
Oração:
Nosso Pai do Céu
Tu és o nosso melhor amigo.
Tu bem o sabes…
Quantas vezes nós já caímos.
E Tu nunca nos abandonaste.
Quantas vezes não com vinagres,
Mas com acções vos fazemos mal.
E Tu nunca desiste de nós
Sempre nos dás força
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A cruz da nossa vida,
É pesada… mas com a Tua ajuda
Torna-se mais leve…
Obrigado por seres nossa amigo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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11ª Estação: Os Ladrões
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o
Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o
mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas
acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.» E acrescentou: «Jesus, lembra-te
de mim, quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
Meditação:
Esta passagem, relata-nos os últimos momentos de Jesus na cruz, com os dois malfeitores.
Estes dois malfeitores, representam toda a humanidade: o primeiro, tal como nós, apesar
do mal que nos faz o pecado, com toda a espécie de sofrimento, não conseguimos
entender o grande Amor que o Pai nos tem, e continuamos a fazer o mal, tal como o ladrão,
a insultar Deus, com acções, pensamentos e palavras; o segundo representa, a outra parte
da humanidade que, apesar do mal, reconhece-o, cai mas torna a levantar-se, sempre
pedindo perdão e recomeçando, sempre com o pensamento no perdão total das faltas
cometidas, e é sabido que Deus, como bom Pai que é, nunca nos abandona. Quando Jesus
diz ao bom ladrão – ainda hoje estarás comigo no Paraíso – esse hoje, deve ser sempre o
nosso “hoje” em direcção de Deus.
Oração:
Senhor! Tu que nos conheces melhor do que nós próprios, ajuda-nos a que saibamos
discernir sempre, entre o Bem e o Mal, sobretudo neste tempo de Quaresma, e em especial
nesta hora crucial para a humanidade; em que o Filho de Deus se entrega por todos nós,
para que pela sua paixão, morte e Ressurreição, salve toda a humanidade.
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Ajuda-nos Senhor!
Que nós saibamos sempre agradecer tão grande prova de Amor.
Obrigado meu Deus por todos nós que nos esquecemos de Vos agradecer.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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12ª Estação: Maria e Discípulo Amado
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de
Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele
amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!»
E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Meditações
Nesta estação somos chamados a meditar sobre a nossa Mãe.
“Eis a tua Mãe!" Esta foram as palavras de Jesus. Para nós, sem dúvida, foi uma grande
surpresa, um presente o mais amado e o melhor de todos, afinal. Aquele Discípulo
representa todas as pessoas, a humanidade inteira, cada um de nós. Jesus deu-nos a sua
mãe para ser também a mãe Espiritual de toda humanidade, a nossa preciosa mãe que
intercede a nosso favor em todas as nossas necessidades.
A Bíblia não fala o nome do Discípulo que estava ao lado de Nossa Senhora. É uma maneira
de mostrar que naquele Discípulo está a imagem de todas as gerações, a humanidade
inteira. Assim, o que Jesus disse a ele, está dizendo a cada um de nós: Filhos, aí está a Mãe
de vocês! A partir daquele momento, nossa senhora tornou-se a Mãe da Igreja, a Mãe de
todos os cristãos, a Mãe de todos nós.
Oração
Obrigado meu Deus, que por intermédio de Teu filho nos tornaste filho de nossa Senhora.
Nossa Senhora que acolheis os nossos medos e os nossos receios. Recorro eu a Maria para
nos acompanhamos nas nossas alegrias e nas nossas dores? Poderemos nós à semelhança
de Maria, ver os sinais de Deus e acreditar sem questionar a sua vontade?
Meditemos, pois, com Maria no coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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13ª Estação: Morte
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. O Sol
tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.
Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito
isto, expirou.
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo:
«Verdadeiramente, este homem era justo!» E toda a multidão que se tinha aglomerado
para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito.
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia
mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Meditação:
Nesta passagem, Jesus convida-nos ao sacrifício e a confiarmos a Deus o nosso espírito e a
nossa vida. As trevas, a que se refere, representam a obscuridade que nos rodeia no dia a
dia enquanto pecadores. Representa, ainda, o véu da morte que nos cobre na passagem
para Deus.
O véu do templo rasgado ao meio, representa a porta de passagem para a vida eterna.
É nestas palavras “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” que Jesus dedica a seu Pai,
no seu último suspiro, que devemos alimentar a nossa alma e a nossa capacidade de
perdoar.
É nelas que devemos fortalecer a nossa capacidade de entrega e o nosso espírito para o
sacrifício e para a nossa entrada no reino de Deus.
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Oração
Senhor meu Deus! Ampara-nos na tua imensa misericórdia, ajuda-nos a perdoar aos nossos
inimigos e perdoa-nos de todos os nossos pecados. Alimenta-nos Senhor na tua palavra de
modo a fortalecer o nosso espírito, para que possa encarar com fé e amor o nosso sacrifício
e com ele despertar na felicidade do teu reino.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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14ª Estação: Sepultura
V.: Nós Te adoramos e bendizemos ò Jesus.
R.: Porque na Vossa Santa Cruz remiste o mundo.
Palavra:
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo, não tinha concordado com a
decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e
esperava o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Descendo-o da
cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda
ninguém tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação e já começava o sábado. Entretanto, as mulheres que tinham vindo
com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de
Jesus fora depositado. Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado,
observaram o descanso, conforme o preceito.
Meditação:
A leitura da Palavra fala-nos do sepultamento de Jesus. José de Arimateia pede a Pilatos o
corpo de Jesus para o sepultar.
Como os Judeus respeitavam o sábado, como um feriado, e já estava quase a passar para o
sábado quando José de Arimateia foi pedir o corpo a Pilatos, este estranhou que Jesus já
estivesse morto, mas certificando-se junto do Centurião, mandou entregar o corpo.
José de Arimateia preparou à pressa os perfumes e envolveu o corpo de Jesus num lençol e
sepultou-o de seguida num tumulo que ainda não tinha servido.
Oração:
Deus! Que tens sido tão nosso amigo queremos agradecer-te por tudo o que tens feito por
nós.
Obrigado por tudo o que nos tens dado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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Oração Final
Ao terminar este caminho Santo, queremos agradecer a Jesus tudo aquilo que Ele foi capaz
de suportar por nós, a maior prova do amor é ser capaz de dar a vida pelo próximo, Jesus
fê-lo com toda a liberdade e amor.
Que este caminho que Jesus fez por nós, não fique na história, deve ser imitado por todos
nós, pois só assim iremos conseguir alcançar a felicidade.
Que esta noite seja um apelo à nossa vida de peregrinos e discípulos para podermos ser
melhores cristãos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
V.: O Senhor que hoje se entrega por cada um de nós, para nos salvar nos abençoe, em
Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
R.: Ámen.
V.: Vamos em Paz e o Senhor Jesus vá no nosso coração e vida.
R.: Graças a Deus.
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Via-Sacra 2010 - Meditações