QUÍMICA
Prof. Daniel Pires
PENAS DE MORTE:
INJEÇÃO LETAL.
A injeção letal é um método de execução que consiste em aplicar por via intravenosa, e de maneira
contínua, uma quantidade letal de barbitúricos de ação rápida, combinados com produtos químicos
músculo-paralisantes. O procedimento é similar ao utilizado em hospitais para a anestesia geral, porém os
produtos são ministrados em quantidades letais.
No Texas, um dos 34 Estados norte-americanos onde há pena de morte, a injeção letal é composta
de três substâncias químicas, ministradas separadamente, em seringas distintas: tiopentato de sódio (numa
quantidade que induz o coma ao condenado), brometo de pancurônio (paralisa o diafragma e os pulmões)
e cloreto de potássio (pára o coração).
Em abril de 2006, foi a vez de a própria injeção letal ir para o banco dos réus e ser condenada como
“cruel e desumana”. Assinou essa sentença o juiz Malcolm Howard, do Estado da Carolina do Norte. Com
isso, ele suspendeu a execução de Willie Brown Jr., que em 1983 assassinou o dono de um empório que
acabara de roubar.
A decisão do juiz Howard, que poupou diretamente o prisioneiro Willie, pode poupar também outros
condenados à injeção letal em todo o território americano. Ao condenar o meio de morte, o juiz pode obter
concretamente aquilo que de fato deseja – interromper mais uma vez as execuções nos EUA. Isso já
aconteceu no passado por decisão da Suprema Corte e o poder de executar só foi devolvido aos Estados,
por esse mesmo tribunal, em 1976 – desde aquele ano até 2002, somente no Texas 290 condenados foram
mortos pela injeção no local conhecido como a “câmara da morte”. Com a ordem do juiz Howard, no
entanto, seus dias podem estar contados – e deixarão de ser contados outros dias, os que restam de vida
aos cerca de 3,5 mil prisioneiros dos corredores da morte dos presídios americanos.
A injeção letal sucedeu a cadeira elétrica, que por sua vez sucedeu a câmara de gás e esta,
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a guilhotina e a forca. Hoje, a injeção letal é o meio de execução mais empregado nos EUA, onde nos
quatro primeiros meses de 2006, morreram 12 condenados.
Leia:
“O Texas usou o pentobarbital para executar Jamie McCoskey na última terça-feira; no mesmo dia,
a Flórida usou uma combinação de três drogas para executar DariusKimbrough.
A combinação de Flórida incluiu uma droga chamada midazolam (relaxador de músculos que, em
dose elevadas, pode levar à hipnose), que nunca havia sido utilizada em uma execução antes no Estado
para tirar a vida de William Happ no mês passado, usando a mesma mistura.
Um repórter da Associated Press que testemunhou a execução de Happ disse que ele parecia
permanecer consciente e se movimentar mais do o normal do que outros prisioneiros que ele viu morrer de
injeções letais.
Ohio também teria recorrido a uma mistura de duas drogas, também ainda não testada. Uma
combinação de midazolam e hidromorfona (analgésico opióide) seria utilizada para executar Ronald Philips
na última quinta-feira.
1
Mas, em um movimento sem precedentes, a execução foi interrompida no último minuto devido a
uma solicitação de Philips de doar seus órgãos.”
DROGAS UTILIZADAS:
Pentobarbital
Câmara de gás.
Uma câmara de gás é um dispositivo para matar seres humanos ou animais com gás que consiste
em uma câmara fechada na qual um veneno ou gás asfixiante(HCN ou Ácido Cianídrico) é introduzido. Os
agentes tóxicos mais vulgarmente utilizados são cianeto de hidrogênio, dióxido de carbono, o monóxido de
carbono também têm sido utilizado. As câmaras de gás foram usadas como um método de execução de
prisioneiros condenados nos Estados Unidos no início dos anos 1920. Durante o Holocausto, foram
projetadas câmaras de gás de grande escala para assassinato em massa cometidos durante a Alemanha
nazista como parte de seu programa de genocídio.
Estados Unidos.
Câmaras de gás foram utilizadas nos Estados Unidos para executar criminosos, especialmente
condenados por assassinatos. A primeira pessoa a ser executada nos Estados Unidos por gás letal foi Gee
Jon, em 8 de Fevereiro de 1924. Uma tentativa frustrada de bombear gás venenoso diretamente em sua
cela na Prisão Estadual de Nevada levou ao desenvolvimento da primeira câmara de gás improvisada para
1
realizar sentença de morte de Gee. Em 1957, Burton Abbott foi executado enquanto o governador
da Califórnia, Goodwin J. Cavaleiro, estava ao telefone para suspender a execução. Desde a restauração
da pena de morte nos Estados Unidos em 1976, onze execuções por câmaras de gás foram realizadas.
Coreia do Norte.
Kwon Hyok, um ex-chefe de segurança no Campo 22, descreveu laboratórios equipados com
câmaras de gás asfixiante para experiências, em que três ou quatro pessoas, normalmente uma família, são
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os sujeitos experimentados. Depois de passar por exames médicos, as câmaras são seladas e o veneno é
injetado através de um tubo, enquanto que os cientistas observam de cima, através de um vidro. Em um
relatório Kwon afirma ter visto uma suposta família de pais, um filho e uma filha morrerem enquanto os pais
tentavam reanimá-los enquanto tinham forças. O testemunho de Kwon foi apoiado por documentos do
Campo 22 que descrevem a transferência de presos designados para os experimentos. Os documentos
foram identificados como genuínos por Kim Sang Hun, um especialista londrino e ativista dos direitos
humanos mas uma conferência de imprensa em Pyongyang, organizada por autoridades norte-coreanas,
denunciou esse caso como sendo falso, pessoas de uma família falsificaram os documentos para vendê-los
aos observadores e ativistas como forma de se manterem
Alemanha nazista.
Interior da câmara de gás de Majdanek
Câmara de gás do campo de extermínio de Bernburg, no qualOlga Benário Prestes foi executada
em 1942.
Câmaras de gás foram utilizadas no Terceiro Reich como parte da Aktion T4, um programa público
de , destinado a eliminar pessoas com defeitos físicos, mentais ou "morais", e políticos indesejáveis nas
décadas de 1930 e 1940. Em junho de 1942 centenas de prisioneiros do campo de concentração de
Neuengamme, entre os quais 45 holandeses comunistas, foram mortos em Bernburg. Naquela época, o gás
usado era o monóxido de carbono, do escape de carros movidos a gasolina, caminhões ou tanques do
exército.
Durante a o Holocausto, câmaras de gás foram projetados para aceitar grandes grupos, como parte
da política nazista de genocídio contra judeus. Os nazis também tinham como alvo ciganos, homossexuais,
deficientes físicos e mentais, intelectuais e do clero. De acordo com oProjeto Nizkor (em sami
setentrional:
'), em 3 de setembro de 1941, 600 prisioneiros de guerra soviéticos foram gaseados
com Zyklon Bem Auschwitz I, esta foi a primeira experiência com o gás em Auschwitz.
Câmaras de gás em vans, nos campos de concentração e campo de extermínio foram usadas para
matar vários milhões de pessoas entre 1941 e 1945. Algumas câmaras de gás estacionárias poderia matar
2.000 pessoas ao mesmo tempo. O uso de câmaras de gás durante o Holocausto foi atestado por várias
fontes, incluindo o relatório Vrba-Wetzler e o testemunho de Rudolf Höss, comandante do campo de
concentração de Auschwitz e outros soldados alemães.
As câmaras de gás foram desmantelados ou destruídas quando as tropas da União
Soviética chegaram, excetos o Dachau, Sachsenhausene Majdanek. A câmara de gás em Auschwitz I foi
reconstruída após a guerra como um memorial, mas sem uma porta em sua porta e sem o muro que
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originalmente separava a câmara de gás de um banheiro. A porta que tinham sido adicionados, quando a
câmara de gás foi convertido em um abrigo anti-oxigênio foi deixada intacta.
França sob Napoleão.
Em seu livro,Le Crime de Napoléon, o historiador francês Claude Ribbe afirma que no início do
século 19, Napoleão usou gás venenoso para acabar com rebeliões de escravos no Haiti e Guadalupe.
Com base nas contas deixadas por oficiais franceses, ele alega que os espaços fechados, incluindo o porão
dos navios foram usados como câmaras de gás improvisadas onde gás dióxido de enxofre (provavelmente
gerado pela queima de enxofre, que teria sido prontamente disponível a partir de vulcões na área) foi usada
para executar até 100.000 rebeldes escravos. Essas alegações permanecem controversas.
Ação do Cianureto:
O cianeto tem uma elevada afinidade por metais, formando complexos com cations metálicos em
locais catalíticos de várias enzimas importantes e inibindo as suas funções, como é o caso do metabolismo
do glicogênio e dos lípideos.
Mas a toxicidade do cianeto é devida principalmente à ligação reversível ao ferro no estado férrico
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(Fe (III) ou Fe ) da enzima citocromo oxidase mitocondrial (citocromo a-a3) da cadeia transportadora de
eletrons. O citocromo a-a3 medeia a transferência de eletrons para o oxigênio molecular, o último passo
da fosforilação oxidativa. Ao bloquear esta enzima, a célula é incapaz de utilizar o oxigênio e usa um
metabolismo anaeróbio reduzindo o piruvato a ácido láctico (fermentação láctica), o que resulta
em anóxia tecidular e no rápido desenvolvimento de acidose láctica. Há também uma alteração no
metabolismo da célula uma vez que há uma depleção na produção de ATP. Como o oxigênio não é utilizado
ao nível das células, há uma maior tensão periférica de oxigénio uma vez que não há dissociação
da oxiemoglobina, por essa razão um indivíduo com intoxicação por cianeto fica rosado. O efeito causado
pelo cianeto é denominado hipóxia histotóxica. O efeito causado pela depleção de ATP afecta todas as
células mas o cérebro e o coraçãosão os mais susceptíveis, pelo que após uma intoxicação por cianeto
podem ocorrer arritmias cardíacas e outras alterações que resultam em circulação deficiente e em
anóxiaisquémica. A morte pode ser resultante do dano das células que controlam a respiração ao nível
do sistema nervoso central, uma vez que estas são muito sensíveis à hipóxia, provocando incapacidade em
respirar.
O cianeto é considerado uma neurotoxina específica e está frequentemente associado a elevados
níveis de cálcio celular e à inibição de antioxidantes, o que conduz à formação de espécies reactivas de
oxigénio (ROS) e consequente peroxidação lipídica.
O mecanismo de aumento do cálcio celular envolve a libertação do glutamato armazenado o que
origina activação dos canais de cálcio sensíveis à voltagem, activação de receptores do N-metil-D-aspartato
(NMDA) e mobilização de reservas de cálcio intracelulares. Pensa-se que o aumento do cálcio activa
a protease que converte a xantina desidrogenase em xantina oxidase que na presença de oxigênio catalisa
a formação de radicais livres que iniciam a peroxidação lipídica. A peroxidação lipídica vai provocar
disfunção mitocondrial e consequente libertação do citocromo C que desencadeia mecanismos de morte
celular. Se as células forem as do sistema nervoso pode-se falar em morte neuronal e neurodegeneração.
Sintomas
Os sintomas e sinais estão directamente relacionados com a dose de cianeto, a via de exposição e
o tipo de composto.
Os sais de cianeto são cáusticos e pode ocorrer sensação de queimação na língua e inflamação
da mucosa gástrica após a ingestão. Em casos de inalação pode ocorrer irritação nasal.
Os cianetos podem cheirar a amêndoas amargas, o que pode ser uma pista, mas caso não se detecte o
odor de uma substância, não significa que não tenha cianetos, porque de 40 a 60% da população não
consegue detectar o odor, sendo esta anosmia determinada geneticamente.
Os sintomas propriamente ditos começam poucos minutos após a ingestão de sais de cianeto. A
exposição aguda afecta o sistema nervoso central inicialmente estimulando-o e depois deprimindo-o e os
sintomas são dependentes da concentração administrada. Concentrações baixas de cianetos podem
produzir
sintomas
e
sinais
não
específicos
como:
dor
de
cabeça, agitação,
náuseas, desmaios, vómitos, confusão e incontinência. Exposição a concentrações mais elevadas pode
provocar hipertensão seguida de hipotensão,taquicardia seguida de bradicardia, dispneia, descoordenação
de movimentos, convulsões, cianose, coma e disfunção cardíaca ou respiratória que pode ser fatal. Estes
sintomas são na sua maioria resultado da hipóxia tecidular que se instala após a intoxicação por cianeto.
A ingestão crónica de pequenas doses pode ocorrer por ingestão de plantas ricas em glicosídeos
cianogénicos, como por exemplo a mandioca mal processada, muitas vezes associada a uma dieta com
poucas proteínas e por isso deficiente em enxofre, que ajuda a destoxificar o veneno. Nestes casos, o
resultado pode ser uma neuropatiadenominadaatáxica tropical, uma vez que estas situações são mais
comuns nos trópicos, onde a mandioca é uma das plantas mais utilizadas na alimentação. A neuropatia
atáxica tropical é uma doença do sistema nervoso que torna a pessoa instável e descoordenada.
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O envenenamento grave por cianeto, especialmente durante períodos de fome, está associado com
o konzo, uma paralisia irreversível e debilitante e em alguns casos com a morte. Em certas áreas a
incidência de neuropatia atáxica tropical e konzo pode chegar aos 3%.
Os cianetos causam também insuficiência da produção de hormonas da tiróide porque quando há
ingestão de cianeto ocorre destoxificação por conversão do cianeto emtiocianatoque é uma substância que
inibe a captação de iodo pela glândula tiróide, impedindo-a de produzir T3 e T4 e provocando o seu
aumento (bócio).
A ambilopia associada ao tabaco e a neuropatia periférica associada à amigdalina são outras
condições provocadas pela intoxicação crónica por cianetos.
Cadeira Elétrica.
A cadeira elétrica é um instrumento de aplicação da pena de morte por eletrocução inventado e
utilizado essencialmente nosEstados Unidos da América, onde o condenado é imobilizado numa cadeira,
sofrendo depois tensões elétricas de 2.000 volts. Seu uso foi largamente abandonado ultimamente, sendo
substituída pela injeção letal.
Em 2003,
ela
continuava
a
ser
um
dos
métodos
legais
de
execução
nos estados de Alabama, Flórida, Nebraska, Carolina do Sul,Tennessee e Virgínia. No Nebraska, é o único
método utilizado. Os outros estados citados têm métodos de substituição que também podem ser
empregados. Além dos Estados Unidos, a cadeira elétrica foi também utilizada nas Filipinas.
O condenado à morte é colocado sentado e amarrado a uma cadeira especial. Colocamse eletrodos em certas partes do corpo, normalmente uma parte do crânio raspado e uma parte inferior do
corpo. Uma melhor condutividade é obtida colocando-se esponjas molhadas de uma solução condutora
(eletrólitos) nos eletrodos; antigamente, os executores contentavam-se em molhar bastante a zona de
contato para uma melhor eficiência da emissão da eletricidade na área desejada, para a obtenção do
resultado almejado.
Acidentes ocorreram, principalmente pela má colocação da solução condutora ou a contatos
defeituosos nos eletrodos. Nestes casos, a agonia do condenado prolonga-se, e a pele e carne em contato
com o eletrodo podem queimar e desprender fumaça.
No estado da Flórida, as execuções fracassadas de 1990, 1997 e 1999 chamaram a atenção
dos meios de comunicação. Por essas razões, o uso da cadeira elétrica, inicialmente inventada para ser um
meio de execução moderno, eficaz e "humano", foi contestado e abandonado na grande maioria dos
estados que o empregavam.
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Decapitação.
Na Idade Média, a decapitação tinha um caráter político: era reservada geralmente para líderes de
rebeliões. A prática consistia no corte da cabeça do indivíduo condenado, na maioria das vezes com um
machado empunhado pelo carrasco. "Tem um simbolismo. É o corte da fala, da capacidade de agir", diz o
professor do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) José Rivair
Macedo.
A decapitação foi praticada na Europa até o fim do Antigo Regime - estilo de governo que
predominou no continente durante a Idade Moderna. Segundo o professor, as execuções eram cenas
públicas de grande envergadura. Na derradeira passagem pelas ruas, o indivíduo era conduzido em uma
carroça suja, ou montado ao contrário em um burro, com objetivo de difamá-lo perante os espectadores.
Após a execução, se eventualmente a família conseguisse provar a inocência do indivíduo (o que
não era tão raro), outro ritual era promovido. Um boneco era posicionado no mesmo lugar da morte (ou, se
fosse recente, o próprio defunto) para que a cabeça fosse "recolocada", simbolizando sua volta e a
recuperação de sua moral.
A decapitação ainda é praticada atualmente. Entre 2010 e 2011, a Anistia Internacional registrou
execuções por esse método na Arábia Saudita. No país, a decapitação é feita com o uso de espada.
Em que países ainda se pratica o enforcamento?
Em Paris, a Place de Grève (hoje conhecida como Place de l´Hôtel de Ville) foi palco de diversos
enforcamentos. O professor do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) José Rivair Macedo explica que essa prática era empregada em casos de crimes mais comuns,
como roubo ou assassinato.
Para o enforcamento, o indivíduo é posicionado sobre um cadafalso e tem uma corda amarrada em
seu pescoço. As mãos ficam presas, impedindo que ele resista. Quando o chão do cadafalso se abre, o
condenado fica suspenso até a hora da morte. Muitas vezes, o corpo continuava exposto por algum tempo,
entrando em fase de decomposição, ou ainda era esquartejado e espalhado pela cidade - como um recado
para os demais habitantes.
Caso a inocência fosse provada após a execução, ocorria uma cerimônia de "desenforcamento". A
exemplo do ocorrido da decapitação, um boneco (ou um ator) representando o morto era conduzido em um
cortejo no qual as pessoas deviam lamentar pela condenação equivocada. Ao ser recolocado na forca, no
mesmo local da execução, o juiz que definiu a pena deveria lhe dar um beijo no rosto, simbolizando o
reatamento. No fim do ritual, o corpo era levado até uma Igreja e enterrado.
Ainda praticado hoje, o enforcamento, segundo a Anistia Internacional, foi o método de execução
entre 2010 e 2011 em países como Afeganistão, Bangladesh, Botsuana, Cingapura, Egito, Irã, Iraque,
Malásia, Coreia do Norte, Japão, Gaza, Síria, Sudão e Sudão do Sul.
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Quais criminosos eram condenados à fogueira na Idade Média?
A prática de sentenciar à morte pela fogueira se disseminou no século XIII, a partir da criação dos
tribunais da Inquisição. Esse método era reservado, em geral, para crimes religiosos, de modo que o fogo
tinha um caráter de purgação. "Era uma ideia de fogo purificador que reduziria o corpo às cinzas no ensejo
de que a alma pudesse ser resgatada depois", detalha o professor do Departamento de História da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) José Rivair Macedo.
Nos rituais, caso algo saísse errado ou acontecesse uma situação inesperada - por exemplo, a fogueira que
não acende, ou a corda da forca que se rompe -, o fato era interpretado como vontade divina, e oindivíduo
não poderia mais ser executado.
Durante a Idade Média, a fogueira foi a principal pena dos hereges e daqueles acusados de bruxaria
ou por crimes de natureza sexual. Uma das personagens mais conhecidas por ter morrido dessa maneira,
Joana D´Arc, heroína francesa da Guerra dos Cem Anos, foi condenada por heresia e bruxaria e queimada
viva em 1431. Já no século XX, ela teve a condenação anulada e foi canonizada.
Do que morriam os condenados ao empalamento?
O empalamento era uma forma de execução para pena de morte empregada durante a Idade
Média. Sua utilização não foi tão disseminada quanto outros métodos, como a forca ou a decapitação. Mais
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rara, acontecia principalmente em casos de crimes
sexuais. "Não era uma prática corrente", afirma o
professor do Departamento de História da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) José Rivair
Macedo.
No empalamento, uma estaca era inserida pelo
ânus do indivíduo e empurrada em sentido longitudinal.
Em alguns casos, a estaca era fixada no chão, para que a
gravidade puxasse o corpo para baixo. A perfuração
levava à morte por hemorragia. O mais conhecido
entusiasta desse método foi Vlad III (também referido
como Vlad, o Empalador, ou como Drácula). O príncipe da
Valáquia (província histórica da Romênia) impôs a pena
tanto a inimigos quanto a súditos de seu reino.
Que personagens históricos foram guilhotinados?
A guilhotina é um instrumento mecânico utilizado principalmente entre os séculos XVIII e XIX para
execuções por decapitação. Sugerida por Joseph Guillotin, a máquina era construída com uma armação
reta e uma lâmina losangular suspensa. Na hora da execução, o indivíduo tinha a cabeça posicionada em
uma barra que o impedia de se mover. Quando o carrasco liberava a corda, a lâmina descia e cortava o
pescoço, separando a cabeça do restante do corpo.
Segundo informações do Museu da Tortura em Amsterdã, na Holanda, a guilhotina foi proposta por
Guillotin como um instrumento capaz de matar de forma mais rápida, indolor e "humanitária". O aparelho,
contudo, foi símbolo um estado de terror, especialmente na época da Revolução Francesa (1789-1799) como retratado no livro A Guilhotina e o Imaginário do Terror, de Daniel Arasse. Nessa época, milhares de
pessoas foram mortas com o uso da máquina.
Entre personagens famosos da história que foram guilhotinados estão o rei da França Luís XVI condenado após a abolição da monarquia em 1792 - e sua esposa, Maria Antonieta. O químico frânces
Lavoisier também foi executado na guilhotina. O instrumento foi totalmente inutilizado na França em 1981,
com a abolição da pena de morte.
Até quando foi utilizado o garrote?
Utilizado na Espanha até a abolição da pena capital pela Constituição de 1978, o garrote é um
instrumento de tortura feito com um poste de madeira e equipado com um colar de ferro. A execução ocorria
por asfixia, na medida em que o colar ia sendo comprimido por uma roldana manual. Havia outra versão do
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garrote, com um parafuso acoplado ao colar que penetrava na coluna e quebrava as vértebras cervicais. O
movimento também empurrava o pescoço para frente, esmagando a traqueia.
No livro O que é pena de morte, de Luís Francisco Carvalho Filho, o garrote é apontado como a
pena para quem cometesse sodomia, mas outros crimes (em especial quando praticados por pessoas de
classe mais baixa) também eram punidos com o garrote. O autor descreve ainda que os indivíduos, depois
de mortos, eram muitas vezes incendiados.
Como morriam os condenados à roda?
Utilizada principalmente entre os séculos XIV e XV na Europa, a roda era um instrumento de tortura
que também provocava a morte do condenado. Foi mais um dos métodos aplicados pela Inquisição. Na
prática, o indivíduo era colocado sobre a roda, com a barriga virada para cima e os membros estendidos.
Mãos e pés eram amarrados a estacas ou argolas de ferro, impedindo qualquer movimento ou tentativa de
fuga. Por baixo das articulações e do quadril, eram colocados suportes de madeiras, que serviam para
prensar as partes do corpo quando golpes com uma barra começavam a ser desferidos. Com os ossos
despedaçados, os indivíduos punidos com a roda ficavam expostos ao público e sujeitos à presença de
corvos, que poderiam arrancar pedaços de carne. A morte se dava de forma lenta e dolorosa.
Morte por elefante.
Já na antiga Eurásia, animais eram vistos como instrumentos da justiça e meios para a retribuição
divina, sendo utilizados por reis para esse fim. A morte de condenados sujeitos à execução de animais
tornava-se um espetáculo público. No livro The Royal Hunt in EurasianHistory, o autor Thomas Allsen
descreve que o uso de elefantes para esse fim tornou-se uma prática conhecida especialmente no sudeste
da Ásia.
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Na Índia, tanto governantes hindus quanto muçulmanos executaram devedores de impostos, rebeldes e
soldados inimigos sob os pés de elefantes. A forma como o método era colocado na prática também
variava. Em algumas regiões, no início do século XVIII, os condenados eram primeiramente jogados no ar e
só então pisoteados até a morte. Mas, no sultanato de Déli, o prisioneiro era jogado no chão e cortado em
pedaços por lâminas colocadas nas presas do elefante. Em todas as ocasiões, havia um responsável por
controlar o elefante e repassar comandos, o mahout.
Quantos condenados aguardam a hora da morte por apedrejamento?
Previsto na Lei de Moisés (também chamada de Lei Mosaica, aceita por judeus e cristãos), o
apedrejamento era, segundo essa regra, a punição possível para crimes como blasfêmia, idolatria, feitiçaria,
relações sexuais com uma virgem prometida, estupro, adultério e rebeldia contra os pais. Apesar de não
constar no Corão, a lapidação (como também é chamada a prática) também é aplicada pela Lei Islâmica.
Esse tipo de pena é praticado até hoje, em países como Afeganistão, Irã, Nigéria e Sudão, principalmente
como condenação para homossexualismo e adultério.
Por esse método, o condenado é amarrado, enrolado em um pano e enterrado em um buraco no
chão - os homens ficam descobertos da cintura para cima, enquanto as mulheres, do peito para cima.
Imobilizado, o indivíduo é alvo de pedras de tamanho médio, que provocam traumatismos consecutivos,
levando-o à morte.
O último registro de morte por apedrejamento, segundo a Anistia Internacional, foi em 2009. Mesmo
assim, o Irã, por exemplo, tem pelo menos 15 pessoas condenadas ao apedrejamento, porém sem data
para a execução.
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Todos condenados à cruz eram crucificados vivos?
Segundo o historiador e teólogo Martin Hengel, no livro Crucifixion in theAncient World
andtheFollyoftheMessageofthe Cross, a crucificação como tortura foi introduzida pelos persas e chegou a
ser adotada também por germânicos e britânicos (combinando o método com suas próprias formas de
punição). A aplicação mais notável, contudo, foi dos romanos. Na descrição de Hengel, havia diversas
formas de crucificação praticadas na época. O indivíduo poderia ser fixado à cruz ainda vivo, mas também
se costumava executar a pessoa por outro método e só então dispô-la crucificada publicamente.
Na crucificação, o indivíduo tinha mãos e pés pregados na cruz. O carrasco podia determinar
diferentes variações de tortura, mas em geral o condenado levava uma surra e, então, ostentando uma
placa no pescoço que identificava o crime que havia cometido, era obrigado a carregar a própria cruz até o
local da execução. Lá, ele era fixado com os braços estendidos e, não raro, posicionado de forma a sentar
sobre uma pequena estaca de madeira. O ritual poderia ser acompanhado pelo público, como uma forma de
exibição. O crucificado vivo não morria antes de 36 horas e sofria com exposição ao sol e a insetos, sede e
desconforto. A morte lenta era antecedida por sangramento, dor, febre e até convulsões.
Abolida pelo imperador romano Constantino em 337 d.C., a crucificação foi substituída pela forca,
um método "mais humano" de execução. Ao longo dos séculos, a crucificação chegou a ser praticada em
países do oriente. Ainda hoje, alguns códigos penais preveem a crucificação como punição em países como
o Irã.
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