Criminalística - A Física auxiliando a Polícia a desvendar crimes Bloco - Termodinâmica Atividade de determinação do tempo de morte da vítima. Tempo médio estimado para realização: 1 aula. Descrição da Atividade: - Pergunta motivadora: Por quê o médico legista não poderia dizer o tempo de morte da vítima, apenas examinando-a? Como o departamento de perícia pode estimar o tempo de morte da vítima? Atividade da Bacia – Descrição experimental: Materiais necessários: 3 bacias com água em diferentes temperaturas: a primeira com água gelada, a segunda com água fria (natural) e a terceira com água quente. Termômetro. Procedimento experimental: 1) Com o auxílio do termômetro, meça a temperatura de cada bacia sem o conhecimento dos alunos. 2) O aluno deve colocar a mão primeiramente na bacia com água gelada, e depois na água fria (natural). Ele vai achar que a bacia com água natural está na verdade, quente, o que não é verdade. Depois, ele coloca a mão na bacia com água quente, achando que a mesma está mais quente do que realmente está. Objetivos da atividade: Evidenciar que o corpo humano não é um bom detector/aferidor de temperaturas, evidenciando assim a necessidade de uma perícia mais detalhada para a determinação do tempo de morte de uma vítima. À hora da morte. A cena é clássica. Nos episódios das séries de investigação criminal, um dos detetives toca no cadáver e diz: “Está morto há tantas horas.” Mas será tão simples assim? Será que tocar no cadáver nos dá uma informação precisa da hora que ele morreu? Na verdade, é um pouco mais complicado. Há diversos métodos para se determinar quando ocorreu o óbito, mas todos têm algo em comum: a Matemática e a Física. A forma mais simples de determinar a hora do óbito é a temperatura do cadáver. O nosso corpo é mantido por mecanismos bioquímicos a uma temperatura constante de cerca de 37 graus Celsius. Quando ocorre o óbito, estes mecanismos deixam de funcionar e a temperatura começa a diminuir, da mesma forma que uma chávena de café arrefece depois de servido! Mas a que velocidade se dá esta diminuição de temperatura? Se um corpo for encontrado a uma temperatura de 32 graus Celsius num dia em que estão 25 graus Celsius, será possível determinar há quanto tempo está a “arrefecer”? A resposta é sim, uma vez mais graças ao cálculo diferencial, descoberto por Gottfried von Leibnitz e Isaac Newton no século XVII. O cálculo é feito pelo médico legista, que mede o mais rapidamente possível a temperatura do cadáver e do local onde este se encontra. A temperatura do corpo aproxima-se da temperatura do local a uma velocidade que obedece a uma igualdade matemática conhecida como equação diferencial. Assim, é possível determinar que a uma temperatura ambiente de 25 graus Celsius, o corpo demora cerca de seis horas a atingir os 32 graus Celsius. Ou seja, o crime deu-se há seis horas! Eu, "Calliphora vicina" Numa estrada isolada foi descoberto o cadáver de um homem. Quanto tempo terá decorrido desde a sua morte? Deixemos “Calliphora vicina” contar-nos a sua história: “Sou um inseto necrófago, alimento-me de corpos em decomposição. Há quem me chame varejeira. Naquele dia de Janeiro, era eu ainda uma pequena larva que vivia num belo cadáver, recolheram-me e levaram-me para um laboratório. A minha missão: ajudar a polícia científica na determinação do tempo mínimo desde a morte. Permaneci numa incubadora a uma temperatura constante de 25 graus Celsius, e foram precisos 10 dias até atingir a idade adulta. Para completar o meu ciclo de desenvolvimento necessito acumular energia correspondente à exposição a uma temperatura de 400 graus Celsius durante um dia. Tendo em conta que só contam os graus acima de 2 graus Celsius, acumulei no laboratório 23 graus Celsius por dia, em 10 dias – isto é, 230 graus Celsius! Por outras palavras, ainda no cadáver recebi 400-230=170 graus Celsius. Nesta altura do ano a temperatura média é de 11 graus Celsius, ou seja, 9 graus Celsius por dia para o meu desenvolvimento. Contas feitas, nasci há cerca de 170/9 = 19 dias, altura em que se deu o óbito.”