Departamento Serviço Social PROCESSO DE TRABALHO, EDUCAÇÃO PERMANENTE E SERVIÇO SOCIAL: PARTICULARIDADES DO FAZER PROFISSIONAL NO HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO/RJ. Aluna: Priscila do Carmo Xavier Orientador: Márcio Eduardo Brotto Introdução Visando ampliar as ações na área hospitalar, o Ministério da Saúde publicou, em outubro de 2011, a Portaria 2395/GM que trata do componente hospitalar da RAU no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Nela, está definido o Programa SOS Emergências, lançado em novembro de 2011. No ano seguinte, em 06 de agosto de 2012, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 1663/GM, exclusivamente para dispor sobre o Programa SOS Emergências, definindo-o como uma ação estratégia prioritária para a implementação do Componente Hospitalar da RUE, realizada em conjunto com os Estados, Distrito Federal e Municípios para a qualificação da gestão e do atendimento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), nas maiores e mais complexas Portas de Entrada Hospitalares de Urgência do SUS (Portaria 1663/GM, Art.1, Parágrafo único). Neste conjunto de investimentos, insere-se O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde Redes), caracterizando-se como uma estratégia para qualificar a formação acadêmica e, por conseguinte, a atuação profissional na área da saúde, destacandose sua dinâmica de integração entre ensino-serviço-comunidade, promotora do fortalecimento de áreas estratégicas do Sistema Único de Saúde. Neste cenário, em 2013 o Programa deu início a ações direcionadas nos serviços de urgência e emergência, dos quais o Hospital Miguel Couto se constitui polo de intervenção, estando este subprojeto, iniciado em fins de 2014, direcionado a compreensão do fazer profissional do Serviço Social na unidade e dos mecanismos de educação permanente articulados a esse fazer. Objetivo Dentre os seus objetivos específicos, destacam-se: (1) sistematizar as dinâmicas e modalidades de trabalhos pactuadas e estabelecidas pela equipe de serviço social, dando ênfase aquelas que se referem às relações interprofissionalismo e de atendimento a população usuária que acessa o serviço; (2) verificar quais demandas chegam ao serviço e as formas de encaminhamento feita pelos profissionais e (3) caracterizar a representação dos profissionais acerca do seu fazer e da atuação em equipe interdisciplinar, identificando temas debatidos nas qualificações das equipes, bem como, o reconhecendo temáticas consideradas importantes para o desenvolvimento de ações de educação permanente; promotoras de novas práticas profissionais. Metodologia Pesquisa exploratória, analítica e quanti-qualitativa. A proposta pauta-se em uma metodologia interdisciplinar e multidimensional, direcionadas ao estabelecimento de interlocuções junto a profissionais de serviço social da unidade. Por isso, os dados vêm sendo coletados no espaço da unidade hospitalar, junto à totalidade de profissionais de serviço social, a partir de pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas, observação participante Departamento Serviço Social – incluindo o acompanhamento de reuniões de equipes (desde que consentidas) e oficinas temáticas sobre instrumentos do fazer profissionais na urgência e emergência. Portanto, o estudo encontra-se em sua fase inicial. Já foram encaminhados procedimentos para realização de ampliação de conhecimento e fundamentação teórica sobre o tema. A partir deste movimento, foram realizadas visitas iniciais ao espaço hospitalar e interação junto à equipe de serviço social, reconhecendo seus mecanismos de atuação e intervenção. Neste processo, estamos em fase de elaboração do roteiro de entrevista, para melhor conhecer as dinâmicas e particularidades da atuação profissional, bem como os estímulos existentes ou não a educação permanente e quais aspectos se tornam necessários para abordagens em novas qualificações. Conclusões O estudo propõe sínteses e contribuições no plano do conhecimento, desvendando demandas apresentadas pelas reconfigurações do mundo do trabalho, que impactam no cotidiano da atuação profissional em equipe. As unidades de emergência são espaços que recebem influência do modelo hospitalar de organização do trabalho, reafirmando historicamente o modelo clínico de atenção à saúde. Neste contexto, as concepções profissionais consideram o espaço da urgência e emergência como aquele que possibilita enriquecimento coletivo, dada capilaridade interdisciplinar, bem como perspectivas de capacitação e troca de experiências com colegas mais experientes ou de outras especialidades. Neste momento, compreendemos um pouco mais da temática desta pesquisa e esperamos que os resultados que estão sendo alcançados, articulados a outros projetos como o PET Saúde Redes, possam estar contribuindo para o aprimoramento e melhora dos serviços e atendimentos realizados pelos profissionais de saúde, neste setor da instituição. Referências Bibliográficas ARRETCHE, Marta. Mitos da descentralização: mais democracia e eficiência nas políticas pública. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v 11, n. 31, 1996. ANTUNES, Ricardo. O Caracol e sua concha: ensaios sobre a nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005. DELUIZ, Nise. A Globalização Econômica e os desafios à formação profissional. Boletim Técnico do SENAC, Nº 02, Vol. 22. Rio de Janeiro, maio/agosto 1996. SENAC. Nº 149, maio-agosto de 2000. BRASIL. Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: polos de educação permanente em saúde. Ministério da Saúde. 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