IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 8, DECEMBER 2014 1615 Optimization of the Hydrothermal Power Systems Operation Planning Based on Artificial Intelligence Techniques F. Antunes,1T. R de Alencar, Student Member, IEEE, P. T. L. Asano, Member, IEEE, K. Vitorri, R. A. L. Rabêlo, Member, IEEE and D. L. Toufen Abstract— Hydrothermal Power Systems Operation Planning (HPSOP) aims to define the generation strategy for each individual power plant which represents the minimal overall operational cost along the planning period. This is a challenge for the energy sector managers, because it is a large stochastic optimization problem, coupled in time (dynamic) and in space (interconnected). The objective function is nonlinear, not convex and inseparable. Classical techniques present difficulties to solve the HPSOP problem due to its complexity. Thus, improvements in the traditional techniques of nonlinear optimization or the development of alternative ones are essential to the HPSOP. This paper presents two artificial intelligence techniques: Genetic Algorithms and Ant Colony Optimization Algorithms. Both techniques were applied to a test scenario with two hydroelectric power plants from the Brazilian power system and they have demonstrated good results and performance when compared with the optimization techniques traditionally used for HPSOP. It is valuable to note that the optimization based on artificial intelligence techniques makes use of the actual operational characteristics of the power plants without the simplifications required by the traditional techniques. Keywords— Optimization, Planning, Hydrothermal Power, Artificial Intelligence. N I. INTRODUCÃO OS sistemas Hidrotérmicos de Potência (SHP), a geração de energia elétrica pode ser obtida de forma hidroelétrica, térmica e, eventualmente, por importação de sistemas vizinhos. Toda a energia disponível é enviada por meio das linhas de transmissão para o atendimento da demanda. Portanto, faz-se necessário um Planejamento da Operação dos SHP (POSHP) cada vez mais refinado, que englobe as fontes de geração de energia, com objetivo de garantir, da melhor forma possível, o atendimento da demanda. Este é um grande desafio para os gerenciadores do Setor Elétrico, que pode ser agravado por crise de abastecimento de energia [1], [2] [3]. Em sistemas com grande participação de geração hidroelétrica, como no caso do Brasil, pode-se utilizar a F. Antunes, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Guarulhos, São Paulo, Brasil, [email protected] T. R. de Alencar, Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André, São Paulo, Brasil, [email protected] P. T. L. Asano, Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André, São Paulo, Brasil, [email protected] K. Vitorri, Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André, São Paulo, Brasil, [email protected] R. A. L. Rabêlo, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, Piauí, Brasil, [email protected] D. L. Toufen, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Guarulhos, São Paulo, Brasil, [email protected] energia potencial da água armazenada nos reservatórios para atender a demanda e substituir, de forma racional, a geração dispendiosa das unidades térmicas [1]. Entretanto, o volume de água dos reservatórios depende basicamente das afluências que irão ocorrer no futuro. Além disso, a disponibilidade de energia hidroelétrica é limitada pela capacidade de armazenamento nos reservatórios. Isso introduz uma relação entre uma decisão de operação em uma determinada etapa e as consequências futuras desta decisão. Se a decisão for utilizar energia hidroelétrica para atender o mercado de energia elétrica e no futuro ocorrerem baixos valores de vazões afluentes, poderá ser necessário utilizar geração térmica de custo elevado ou interromper o fornecimento de energia. Por outro lado, se a opção for o uso mais intensivo de geração térmica, para manter elevados os níveis dos reservatórios, e ocorrerem altos valores de vazões afluentes no futuro, poderá haver vertimento no sistema, o que representa um desperdício de energia e, em consequência, um aumento desnecessário do custo de operação [1] e [3]. Devido às características do Sistema Brasileiro, o Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência (POSHP) pode ser classificado como um problema de otimização estocástico, acoplado no tempo (dinâmico), de grande porte, acoplado no espaço (interconectado) com função objetivo não linear, não separável e não convexa, como mostrado por [2] e [3]. O objetivo do POSHP é determinar uma estratégia de geração para cada usina, que minimize o valor esperado dos custos operativos no horizonte de planejamento e atenda a demanda dentro de um limite de confiabilidade. Desta forma, em sistemas com grande participação hidroelétrica, o objetivo econômico do planejamento da operação consiste em substituir, na medida do possível, a geração de origem termoelétrica, de custo elevado, por geração de origem hidroelétrica, de custo praticamente nulo, de forma racional [4] a [6]. As técnicas clássicas de otimização para solução deste problema podem apresentar algumas dificuldades, principalmente devido à complexidade da função objetivo. Assim, a busca de melhorias nos métodos tradicionais, ou de abordagens alternativas, visa aperfeiçoar esta etapa vital no funcionamento dos Sistemas Hidrotérmicos de Potência [3], [7] a [12]. Portanto, esse trabalho trata da aplicação de duas técnicas da Inteligência Artificial (IA) no processo de otimização da operação de sistemas hidrotérmicos de potência: Algoritmos Genéticos (AGs) [3] e algoritmos de Otimização por Colônia de Formigas (Ant Colony Optimization – ACO) [13]. 1616 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 8, DECEMBER 2014 A próxima seção apresenta a formulação matemática do POSHP. Nas seções 3 e 4, alguns dos fundamentos da teoria de Algoritmos Genéticos e da Otimização por Colônia de Formigas são apresentados, bem como a apresentação dos algoritmos propostos. A seção 5 traz uma aplicação dos métodos e análise dos resultados obtidos. Finalmente, na seção 6, são apresentadas as conclusões e observações finais do trabalho como um todo. II. FORMULAÇÃO MATEMÁTICA N [CT(mês)]2 mês=0 (1+i)mês/12 (1) A demanda (D) do mercado consumidor deve ser atendida pela geração hidráulica (GH) e a complementação térmica do sistema, portanto a CT pode ser representada por meio das equações 2a e 2b. CT mês =D mês -GH mês para D(mês) ≥ GH(mês) (2a) CT mês =0, para D(mês) ≤ GH(mês) (2b) A geração hidroelétrica total GH(mês) em MW é calculada pelo somatório das gerações de todas as usinas hidroelétricas, conforme apresentado na Equação 3. Para a usina i, tem-se ∅i (.) função de geração hidroelétrica, xi (.) volume do reservatório [hm³], qi (.) vazão turbinada [m³/s] e zi (.) vazão vertida [m³/s], além disso, N é o número de usinas hidroelétricas do caso teste em análise. ∅i xi mês , qi mês , zi mês (3) i=1 A função de geração hidráulica para uma usina qualquer é dada pela Equação 4. ∅i xi , qi ,zi = Ki h1,i xi - h2,i qi + zi .qi (4) onde, Ki = constante que engloba aceleração da gravidade, densidade da água, rendimento turbina-gerador e fatores de conversão; uk mês (5) k∈Ω A vazão afluente incremental yi (mês) é calculada através da Equação 6. yi mês = yn,i mês - yn,k mês (6) k∈Ωi onde, yn,i (.) = vazão afluente natural da usina i [m³/s]. yi(.) = vazão incremental no reservatório i [m³/s]. Ω = Conjunto de todas as usinas imediatamente a montante da usina i. Porém, a vazão turbinada possui um limitante superior chamado engolimento máximo (qmax ), obtido de acordo com as características das usinas hidrelétricas. A vazão vertida (vertimento) é aquela que não produz energia, pois não passa pelas turbinas. A vazão defluente (u) é a soma da vazão turbinada e vertida. Na modelagem utilizada, considerou-se que o vertimento ocorre apenas quando a vazão defluente é maior que o engolimento máximo, conforme apresentado nas Equações 7a e 7b. Finalmente, as restrições operativas são dadas pelas Equações 9, 10 e 11. ui (mês) = qi (mês) se ui (mês) ≤ qmax,i (mês) (7a) ui (mês) = qi (mês) + zi (mês) se ui (mês) > qmax,i (mês) (7b) Portanto, a vazão vertida pode ser calculada através das Equações 8a e 8b. zi (mês)=0 se (8a) ui (mês)≤qmax, i zi (mês) = ui (mês) - qmax, N GH mês = A equação de balanço da água, que relaciona os estados dos reservatórios ao longo do tempo, é dada pela Equação 5. ui mês = xi mês - xi mês+1 + yi mês .fc + O problema do POSHP pode ser formulado por meio de um modelo de otimização que visa a minimização do custo (C) do planejamento da operação do sistema representado pela equação 1. O custo de operação do sistema hidrotérmico é expresso pelo custo da geração não hidráulica do sistema, ou seja, da complementação térmica (CT), formada pela geração térmica, déficit e importação. Este modelo adotará a complementação térmica como uma térmica fictícia global (CT), que possui um valor de conversão monetária (r). O valor de conversão monetária (r) é igual a 0,21 $/MW², sendo o mesmo utilizado em [3]. C = r. q(.) = vazão turbinada pela usina [m³/s].; h1(.) = Polinômio cota x volume (altura de montante, função do volume do reservatório); h2(.) = Polinômio vazão defluente x cota (altura de jusante, função das vazões turbinada e vertida). i se ui > qmax, i (8b) Finalmente, as restrições operativas são dadas pelas Equações 9, 10 e 11. xmin,i (mês) ≤ xi (mês) ≤ xmax,i (mês) (9) qmin,i (mês) ≤ qi (mês) ≤ qmax,i (mês) (10) CT mês > 0 (11) O volume inicial e o volume final foram fixados em 100% do volume útil do reservatório. Esta consideração foi aplicada nos trabalhos de [3] a [6] e de [8] a [10] ANTUNES et al.: TECHNIQUES OF THE OPTIMIZATION III. TÉCNICA DE OTIMIZAÇÃO INTELIGENTE BASEADA EM ALGORITMOS GENÉTICOS. Os Algoritmos Genéticos (AGs) foram introduzidos em meados de 1976 por John Holland e seus colaboradores da Universidade de Michigan; mas seu pleno desenvolvimento, só ocorreu a partir da década de 80, por meio do trabalho de Goldberg [14]. Os AGs são algoritmos de busca/otimização inspirados na Teoria da Seleção Natural e na Genética. Eles atuam sobre uma população de indivíduos, baseados no fato de que indivíduos com boas características genéticas têm mais chances de sobrevivência e de produzirem indivíduos cada vez mais aptos, enquanto indivíduos menos aptos tendem a desaparecer. Algoritmos Genéticos baseiam-se na geração de uma população inicial formada por um conjunto de indivíduos que podem ser vistos como possíveis soluções para um problema. Durante o processo evolutivo, cada indivíduo da população é avaliado, resultando na atribuição de um índice, o qual reflete sua habilidade de adaptação a um determinado ambiente. Uma porcentagem dos mais adaptados é mantida, enquanto os outros são descartados. Os membros selecionados podem sofrer modificações em suas características genéticas mediante mutações e cruzamentos (crossover), gerando descendentes para a próxima geração. Este processo, chamado de reprodução, é repetido até que um conjunto de soluções satisfatórias seja encontrado [14] e [15]. Uma visão global do algoritmo desenvolvido para o POSHP é apresentada na Fig. 1. A seguir, apresenta-se a descrição dos parâmetros e procedimentos utilizados no algoritmo proposto. 1617 representa a estratégia operativa para o SHP ao especificar os volumes operativos para todas as usinas durante todos os meses do horizonte de planejamento. Tamanho da população: parâmetro relevante que afeta diretamente o desempenho global e a eficiência dos AGs. Com uma população pequena, o desempenho pode cair, pois a população fornece uma pequena cobertura do espaço de busca do problema. Uma grande população geralmente fornece uma cobertura representativa do domínio do problema, além de prevenir convergências prematuras para soluções locais ao invés de globais. No entanto, para se trabalhar com grandes populações, são necessários mais recursos computacionais, ou que o algoritmo trabalhe por um período de tempo muito maior, a fim de obter um resultado que possa ser considerado satisfatório. Solução inicial: nesta pesquisa, utilizou-se apenas solução inicial aleatória, de modo a confirmar a viabilidade da técnica quando aplicada ao POSHP, sem que fosse fornecido ao algoritmo um conhecimento prévio do comportamento otimizado das usinas para um determinado horizonte de planejamento. Função de avaliação: está relacionada à minimização ou maximização do valor esperado da função objetivo do problema. No caso do planejamento da operação, a função de avaliação adotada é o custo operativo no horizonte de planejamento em conjunto com a adaptação do indivíduo, onde a cada restrição operativa do problema satisfeita, definida na formulação matemática, é dado ao indivíduo um ponto. O mais pontuado será considerado mais apto. Ordenação da população: o algoritmo proposto classifica a população mediante o cálculo da função de avaliação de todos os indivíduos e depois ordena-os conforme o objetivo do problema. No exemplo mencionado, o objetivo será o de minimizar o custo e atender as restrições operativas. Portanto, a população será ordenada do menor para o maior custo, sabendo que, o primeiro indivíduo terá o menor custo, desde que tenha atendido as restrições operativas. Seleção: é feita a seleção para determinar em quais e em quantos indivíduos serão aplicados os diversos tipos de operadores genéticos utilizados, conforme Fig. 2. Figura 2. Dados utilizados na aplicação dos operadores genéticos. Figura 1. Algoritmo Proposto. Codificação do problema: a codificação do problema do POSHP precisa ser realizada com cuidado e é considerada muito importante, pois a viabilidade da aplicação do algoritmo depende da codificação adotada para os indivíduos. Para uma melhor representação do problema, adotam-se valores reais e não binários, como é usual, e cada gene do indivíduo representa o volume de cada usina em cada mês do planejamento. Dessa forma, o indivíduo (cromossomo) Os operadores genéticos utilizados são: Elitismo: para garantir que os melhores indivíduos não sejam perdidos de uma geração para a outra, aplica-se o elitismo. Isto garante que os melhores indivíduos passem para a próxima geração e preservem suas características originais. Cruzamento uniforme: quando utilizam-se valores reais e não binários, segundo apresentado em [15], cruzamento uniforme tem um melhor desempenho. Aproveitando este fato, nesse trabalho foi adaptado um tipo de cruzamento uniforme, sendo criado um filho a cada cruzamento, o que garante, segundo uma taxa de probabilidade, que este tenha características dos dois pais ou mais características do melhor pai. 1618 Cruzamento médio: com a finalidade de explorar o espaço de busca apresentado, foi implementado um tipo de operador genético, chamado cruzamento médio, no qual as características genéticas do filho são obtidas segundo uma média ponderada das características dos dois pais. Essa ponderação fará com que as características genéticas do filho, tenham valores próximos dos genes do melhor pai. Mutação: com o objetivo de manter a diversidade da população, o operador genético de mutação é aplicado em alguns descendentes criados por meio de cruzamento uniforme, cruzamento médio e em alguns que não sofreram aplicação de nenhum tipo de operador. O operador de mutação é aplicado, com uma dada probabilidade, em cada gene do indivíduo, alterando o seu valor original. Mutação direcionada: como se trata de um problema no qual, quanto mais uniforme for a geração complementar, menor será o custo, faz-se um rastreamento de todos os valores de maior e menor geração (picos) ocorridos durante o período de planejamento e aplica-se mutação nestes pontos, de forma a manter o valor da geração complementar o mais uniforme possível. Mutação induzida: como as usinas ocupam posições diferentes no conjunto, as características de operação de cada usina são diferenciadas. As usinas a montante possuem a função de regularização do sistema, além de poderem oscilar o volume de seus reservatórios, a fim de proporcionar o enchimento dos reservatórios das usinas a jusante, mantendoos cheios durante o período de planejamento. Portanto, os genes correspondentes às usinas a montante têm maior chance de variar o seu volume, enquanto as usinas a jusante têm a tendência de permanecerem cheias. Mutação local: como a aplicação foi feita em um problema complexo e de grande porte, para evitar que o algoritmo demore a convergir, a partir do momento em que se tem um indivíduo que atenda a todas as restrições é feita uma verificação a cada n iterações, pré-definida pelo operador do sistema. Nesta etapa, para os indivíduos com os mesmos valores de genes, isto é, indivíduos idênticos, somente um é mantido na população, enquanto os outros sofrerão alterações nas suas características com objetivo de explorar a vizinhança, ou seja, obter outro indivíduo com características próximas do que foi descartado e que possa se aproximar da solução otimizada. Essas alterações seguem os mesmos mecanismos utilizados na mutação, respeitando uma taxa pré-determinada pelo operador, só que, neste caso, todas as características serão alteradas. A literatura internacional tem mostrado a importância e o sucesso dos algoritmos híbridos, nos quais uma técnica tradicional de otimização trabalha em conjunto com os AGs [16] e [17]. Portanto, optou-se por implementar o método do gradiente [18] e [19], dando origem a dois operadores genéticos de mutação, que foram definidos como mutação gradiente e mutação gradiente direcionada. Esses operadores serão descritos a seguir. Mutação gradiente: para melhor compreensão dos dois operadores genéticos baseados no método do gradiente, será apresentada, brevemente, a forma de calculá-lo para uma função f(x). O gradiente, ou taxa de variação, de f(x) em um ponto x, pode ser aproximado por Δf(x)/Δx, o qual é conhecido como a derivada parcial de f(x) em relação a x. Suponha que IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 8, DECEMBER 2014 se deseja minimizar a função f(x) e efetuar uma variação em x para minimizar f(x). Precisa-se para isso conhecer a derivada de f(x). Há três casos a considerar: • Se ∂f/∂x > 0, então f(x) aumenta quando x aumenta, por isso se deve diminuir x. • Se ∂f/∂x < 0, então f(x) diminui quando x aumenta, por isso se deve aumentar x. • Se ∂f/∂x = 0, então f(x) é um máximo ou um mínimo, ou um ponto de inflexão (ponto de sela), por isso não se deve variar x. No caso do problema do POSHP, escolhe-se um indivíduo da população e alguns pontos (gene) são sorteados aleatoriamente, e calcula-se o vetor gradiente nestes pontos visando à minimização da função objetivo. Mutação gradiente direcionada: baseado na mesma a metodologia da mutação direcionada, identificam-se os picos de geração térmica, e em uma segunda fase escolhem-se alguns destes picos para aplicar a mutação gradiente, ou seja, o espaço de busca para aplicação deste operador está reduzido aos pontos onde ocorrem picos de térmica. IV. TÉCNICA DE OTIMIZAÇÃO INTELIGENTE BASEADA EM COLÔNIAS DE FORMIGAS. Dentre os diversos comportamentos das colônias de formigas, um dos que mais tem interessado pesquisadores de diversas áreas nos últimos anos se refere à sua busca de alimento. Ao percorrer um ambiente e descobrir uma fonte de alimento, a formiga deposita sobre o solo uma substância química denominada feromônio [20]. Sendo assim, outras formigas que se encontram no ninho são atraídas para buscar alimento na fonte encontrada e, ao passarem pelo caminho, o reforçam. Se existirem vários caminhos, as formigas elegem o caminho a ser percorrido de forma probabilística, baseadas na concentração de feromônio existente sobre cada um dos candidatos. Portanto, a formiga que percorre o menor caminho retorna ao ninho antes das que escolheram a maior trilha, e consequentemente, reforça a trilha menor. Isto possibilita acessar a fonte de alimento pelo caminho mais curto. Logo, o maior nível de concentração de feromônio atrai um maior número de formigas para esta trilha. Deste modo, as formigas são capazes de selecionar o menor caminho entre o ninho e uma fonte de alimento de forma cooperativa. Isto caracteriza um processo de auto-organização, no qual um comportamento complexo emerge a partir da interação entre indivíduos simples [21]. Estas observações inspiraram o desenvolvimento do método denominado Otimização Baseada em Colônias de Formigas (Ant Colony Optimization - ACO) [22] a [24]. No método ACO, formigas artificiais (chamadas de agentes) cooperam entre si para encontrar soluções “ótimas” para problemas de otimização complexos [25]. O feromônio artificial corresponde à informação numérica utilizada pelas formigas artificiais como mecanismo de comunicação indireta, inspirada na informação química das formigas reais, denominada feromônio. As características das formigas no meio ambiente incorporadas aos agentes do método ACO compreendem: a comunicação indireta entre os indivíduos sobre as ações ANTUNES et al.: TECHNIQUES OF THE OPTIMIZATION 1619 realizadas; o acesso à informação local e a decisão probabilística sobre a ação a ser efetuada. No método ACO, o problema é representado por um conjunto de pontos (chamados de estados) por onde os agentes se movimentam [25]. Alguns mecanismos extras ao comportamento de colônia de formigas na natureza para a obtenção de boas soluções também foram agregados ao ACO, como a consideração de estados discretos do meio e de diferentes momentos de depósito de feromônio. As principais características do ACO são [25]: • Colônia de agentes cooperativos: os agentes cooperam entre si para a obtenção de uma boa solução para o problema, por meio do compartilhamento da informação que eles coletaram em seu deslocamento sobre o meio; • Movimentos locais: os agentes se movem entre estados adjacentes do ambiente buscando os menores caminhos; • Trilhas de feromônio: enquanto as formigas reais modificam o meio depositando feromônio sobre ele, os agentes mudam uma informação numérica que reflete as condições do ambiente, a qual é armazenada em cada estado visitado; • Política probabilística: os agentes selecionam suas ações de forma probabilística, baseados na informação local sobre o ambiente; • Mundo discreto: o movimento dos agentes se caracteriza por transições entre estados discretos; • Estado interno: os agentes possuem capacidade de memória relacionada com as ações passadas; • Depósito de feromônio: a quantidade de feromônio depositado pode ocorrer em função da qualidade da solução obtida, e o momento em que este depósito ocorre é dependente do problema; • Capacidades extras: os agentes podem utilizar outros mecanismos, como a otimização local, a consideração de ações passadas ou estados futuros. deste algoritmo buscarão apresentar a melhor solução encontrada, em forma de variações de volumes de uma determinada usina, que apresente a melhor minimização da complementação térmica, descrita na função objetivo apresentada na equação 1. Portanto, para a utilização da técnica de otimização baseada em colônia de formigas, na busca da solução do problema do POSHP, faz-se necessário uma adequação desta técnica às características reais do problema. Existirão diversas rotas ou possibilidades a serem exploradas (possíveis rotas dos agentes formadas pelos valores de volumes de cada usina em cada mês de um horizonte de planejamento). Estas diversas rotas, quando percorridas, apresentarão diferentes resultados para a função objetivo do problema em estudo. Os melhores resultados (melhores rotas) encontrados durante as iterações serão valorizados. Os melhores caminhos (rotas que foram valorizadas por meio da deposição de feromônio por apresentarem menor complementação térmica em sua solução) serão considerados para a probabilidade de escolha de um novo caminho em uma próxima iteração. Sendo assim, no problema em estudo, os agentes artificiais irão percorrer estas rotas, conforme apresentado no diagrama de blocos da Fig. 3[13]. Para entender o funcionamento da aplicação do método ACO ao problema do POSHP, a seguir é descrita a adaptação do ACO ao problema proposto. A implementação do ACO ao problema do POSHP foi realizada por meio de uma análise das características do ACO e das variáveis matemáticas do problema, apresentadas na formulação do problema, com objetivo de refletir as características reais do POSHP. Para validação do método aplicado ao POSHP, foi utilizado o algoritmo Sistema de Formigas ou Ant System (AS) [25]. A principal característica do algoritmo, AS é a atualização (incremento) do feromônio ao final de cada ciclo somente para os agentes que conseguirem construir uma solução completa [26] e [27]. Diferentemente de [28], no qual foi aplicado um Algoritmo de Colônias de Formigas para um modelo equivalente de usinas hidroelétricas, neste trabalho foi implementado um algoritmo para um modelo que considera as características individualizadas das usinas, com o objetivo de determinar uma solução para o problema do POSHP [13]. Portanto, sabendo dos objetivos do POSHP e das características próprias do sistema, os agentes ou formigas Os melhores valores de volumes, representados pelos caminhos seguidos durante o horizonte de planejamento, serão os que melhores se adequarem as restrições do problema – e que consequentemente minimizem a complementação térmica. Para cada movimento do agente em uma determinada rota serão consideradas todas as variáveis, equações e restrições do modelo matemático. Esta informação, de como o agente transita em sua rota, é facilmente compreendido no fluxograma apresentado na Fig. 4 [13]. A busca da solução deverá considerar a interligação hidráulica das usinas, logo os caminhos a serem percorridos pelo agente de busca da solução serão influenciados pela posição anterior percorrida. Esse fato significa que os pontos visitados influenciam nos próximos pontos a serem encontrados, o que é um reflexo do problema real. Sendo assim, na representação do problema, serão dotados os fatores volumes que serão os pontos a serem percorrido pelos agentes ou formigas na busca da solução, e estes pontos representarão a fração do volume da usina em cada mês, e em cada ano, uma grande matriz em que sua dimensão dependerá da quantidade de pontos, ou melhor, dependerá do nível de Figura 3. Rotas Percorridas Pelos Agentes. 1620 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 8, DECEMBER 2014 discretização dos caminhos e consequentemente do nível de resolução ou precisão desejada no POSHP. Por outro lado estes volumes dependerão do formato do reservatório, da afluência natural, quanto uma determinada usina turbinou e verteu ou quanto a usina a montante turbinou e verteu. Pode-se observar que os dados que representam a turbinagem das usinas fazem parte de um conjunto de fatores em um determinado período. Os fatores ou caminhos percorridos pelos agentes são as entradas das equações futuras. Estas entradas ou fatores permitem, por meio da utilização de polinômios do modelo energético das usinas, a obtenção da geração hidráulica da usina naquele mês do período de planejamento. A divisão pela somatória dos valores do numerador caracteriza a normalização da equação ou o percentual para tomada de decisão. Dorigo multiplicou o feromônio do caminho (i, j) pelo valor heurístico correspondente η(i,j), e desta forma, favoreceu os caminhos menores e os que têm maior quantidade de feromônio [26] e [27]. No caso do POSHP os agentes (formigas artificiais) seguirão caminhos similares na busca da solução, entretanto, não serão consideradas as distâncias e sim melhores resultados de complementação térmica. A discretização é controlada por uma constante que significará as variações de volumes possíveis em percentual que serão utilizadas durante as possibilidades a serem atingidas ou procuradas a cada mês. A atualização de feromônio segue a seguinte regra: (13) τ ij = (1 − ρ ) ⋅τ ij + Δτ ijbest Na equação 13, ρ ϵ [0,1] é a taxa de evaporação do feromônio que foi depositado anteriormente nas rotas, e Δ τ ijbest é a quantidade de feromônio deixada no caminho (i , j ) pelo agente k em sua melhor rota. Figura 4 Fluxograma do Algoritmo baseado em Colônia de Formigas Aplicado ao POSHP. A cada nó, ou ponto referente ao nível ou volume do reservatório de cada mês, a formiga artificial executa uma função com características também estocásticas para calcular a probabilidade de utilização do caminho. A função probabilística utilizada para a tomada de decisão é aquela empregada pelo algoritmo Ant System, [26] e [27], conforme equação 12. Esta equação apresenta a probabilidade k em uma posição i para o agente artificial escolher os caminhos. O parâmetro τ é o nível de feromônio, e η o inverso da complementação térmica. Já β é um parâmetro que determina a importância relativa do nível de feromônio versus distância (no caso do POSHP será versus a complementação térmica [13]). [τ (i, j)]α [η(i, j)] β se j ∈ M k α β Pk (i, j) = [τ (i,u) ] [η(i,u)] u∈Mk 0 caso não pertencer (12) Em [20] menciona que esta atualização do feromônio, pela melhor formiga da iteração, melhora as características do AS. E segundo [24], o problema da estagnação precoce é resolvido neste tipo de atualização, demonstrando-se uma melhor opção na busca de soluções para problemas de maior porte. Para a aplicação do método ao problema do POSHP foram criadas matrizes com coeficientes de volumes variando de 0 a 1, representando o valor normalizado do volume útil da usina para cada mês. Estes valores de volume serão os caminhos por onde os agentes percorrerão em busca das melhores soluções [13]. A Fig. 5 demonstra um exemplo de discretização dos volumes que pode ser adotada, e apresenta o formato da matriz por onde serão criados os caminhos. A construção desta matriz é controlada por uma constante de discretização, que no exemplo da Fig. 6 é igual 10 (níveis de volumes ou fatores de transição), e pelo intervalo de planejamento que, no exemplo, é igual nos 24 meses. Durante a transição dos estados são consideradas características importantes das usinas, como o nível de montante e de jusante de cada usina e as restrições de volumes máximos e mínimos, por exemplo. Serão consideradas, também, as características de turbinagens máximas e mínimas desta usina por onde a rota de volumes está sendo criada. A cada decisão tomada são consideradas as características da função de geração e a consequência para o sistema hidráulico. Os pontos de transição da rota, a serem seguidas pelo agente, são representados, na Fig. 7, como VFatores de Transição e são valores percentuais (normalizados) de volume, como já mencionado. As equações 14 e 15 determinam como os volumes dos reservatórios, que serão utilizados nas equações demonstradas na formulação do problema, são calculados em função destes fatores. V1 = VMÍN + (VMAX - VMÍN) * VFATOR DE TRANSIÇÃO 1 (14) V2 = VMÍN + ( VMAX – VMÍN ) * VFATOR (15) DE TRANSIÇÃO 2 ANTUNES et al.: TECHNIQUES OF THE OPTIMIZATION Durante a execução do algoritmo a matriz de possíveis rotas é criada (Fig. 7) e esta será utilizada pelos agentes para a confecção dos caminhos percorridos. Durante este processo os agentes são submetidos às escolhas das possibilidades de caminhos conforme probabilidade demonstrada em [14], [26] e [27]. 1621 O diagrama apresentado nas Fig. 8 mostra em detalhes os passos seguidos em cada iteração do algoritmo para determinação de uma rota. Iter=1:N_iter formigas = 1: N_formigas Mês = 1:24 Calcula denominador da Eq .10. Calcula a Probabilidade na Eq .10 de cada FE seguinte considerando a discretização, Matriz ETA e Matriz TAL atualizadas. Obs: Baseada nesta probabilidade a formiga escolherá o caminho . Baseado no número randômico de 0-1 e das probabilidades dos FEs seguintes Eq.10. A formiga escolhe o FE seguinte. Finaliza Mes Terminado os meses, armazena-se os caminhos percorrido por esta formiga em uma tabela Calcula-se o feromônio desta formiga para o caminho Figura 5. Exemplo: discretização das rotas de volume para uma usina. Uma vez criadas às rotas por onde os agentes poderão caminhar, estas serão escolhidas seguindo a equação 12 de probabilidade, conforme [26] e [27]. Entretanto esta equação de probabilidade considera, agora, a atualização de feromônio e as menores complementações térmicas durante as transições. Finaliza formigas Verifica a melhor formiga de todas as formigas Cria uma Matriz DELTA TAL com zeros. Obs: Parcela a ser somada na Eq.11 A melhor formiga é somada a Matriz DELTA TAL Matriz TAL atualizado Eq.11 com evaporação Guarda o vetor da melhor formiga e sua iteração Finaliza iterações Figura 8. Diagrama sobre as iterações. V. APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS INTELIGENTES DE OTIMIZAÇÃO DESENVOLVIDAS. Figura 6. Exemplo: Fatores de Transição. Sendo assim, foram criadas duas outras matrizes, uma na qual é armazenada as informações de feromônio, e outra, na qual ficam as informações das complementações térmicas para as possíveis transições. Desta forma, a equação 12 pode ser executada para a transição dos agentes e neste contexto a evaporação dos caminhos, menos frequentados, é realizada, conforme [26] e [27]. Figura 7. Rotas criadas – Início do Algoritmo. As técnicas propostas foram aplicadas em um sistema teste composto por uma única usina hidroelétrica pertencente ao Sistema Sudeste Brasileiro, utilizando dados reais, conforme apresentado na Fig. 9, de forma a reproduzir as mesmas situações encontradas em estudo e ação do Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência realizado no Brasil, para determinar o cronograma ótimo de operação. Figura 9. Dados da Usina de Emborcação (Fonte: ONS 2010). A usina brasileira de Emborcação, situada na bacia do Paranaíba possuem um histórico de vazões afluentes naturais disponíveis em discretização mensal e semanal desde 1931 até 2001, e através deste histórico, calcula-se a Média de Longo Termo (MLT), que representa a média aritmética das vazões naturais dos reservatórios das usinas. Portanto, este estudo, adotou-se a (MLT), representadas pelas médias, em cada um dos 12 meses, das vazões registradas no passado, como mostradas na Fig. 10. 1622 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 8, DECEMBER 2014 Figura 10. Vazões afluentes na Usina de Emborcação (Fonte: ONS 2010). Adotou-se como início do período de planejamento o mês de maio, por ser o início do período seco na bacia hidrográfica em questão. Esta escolha justifica-se pelo fato de que, uma vez que o volume inicial do reservatório do sistema deve ser fornecido, é mais simples iniciar o estudo a partir de um mês no qual se sabe que o reservatório deve estar cheio. Consequentemente, como final, adotou-se o mês de abril, final do período de afluências mais elevadas. Vale destacar que, os testes realizados foram exploratórios, com objetivos de se verificar o comportamento na prática das técnicas inteligentes propostas e desenvolvidas [12] e [13]. Também se optou por realizar um estudo com uma técnica de otimização da programação matemática baseada em Gradiente Reduzido [11], para validar os resultados obtidos. E estes estudos estão assim distribuídos: Figura 11. Volumes da usina de Emborcação no período de planejamento. • Estudo I: Otimização utilizando Algoritmos Genéticos; • Estudo II: Otimização utilizando Algoritmos baseados em Colônia de Formigas; • Estudo III: Otimização utilizando Programação Matemática baseada em Gradiente Reduzido. Com objetivo de demonstrar e analisar o comportamento da operação da usina hidroelétrica de Emborcação e a solução otimizada determinada pelas 3 técnicas de otimização implementadas, são mostrado na Fig. 11, o volume da usina para cada Estudo, e a geração hidráulica e térmica nas Fig. 12 e Fig. 13. Nos três Estudos realizados os volumes obtidos seguiram a trajetória ótima, pois se obteve o mesmo comportamento nos 2 anos, ou seja, atenderam variação da vazão afluente e característica do mercado. Também através da Fig. 12, se podem observar nos Estudo I, II e III, os valores de geração hidráulica das três técnicas conseguiram captar esta característica operativa da usina, o que confirma o bom desempenho dos algoritmos desenvolvidos, uma vez que essa característica atende o objetivo de operação ótima para o sistema no período de planejamento [28], [31] e [32]. Finalizando, na Figura 13, são mostradas as complementações térmicas obtidas pelos Estudos I e III, e observe que são bastante uniformes ao longo do período de planejamento, o que indica um custo de operação menor, pois este custo é dado por uma função com crescimento quadrático. Portanto, quanto mais uniforme menor é o seu valor. No Estudo II houve uma complementação térmica um pouco maior e consequentemente um custo maior de operação, mas seguiu a mesma trajetória dos AGs e da Programação Matemática baseada em Gradiente Reduzido. Figura 12. Trajetória de Geração Hidráulica. Figura 13. Trajetória de Complementação Térmica. Todos os Estudos realizados comprovaram a viabilidade de se adotar técnicas distintas na resolução de problemas de Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência. De acordo com as trajetórias de geração hidráulica e complementações térmicas apresentadas se conclui que nesta situação de operação que as ferramentas conseguem apresentar uma boa solução. Portanto, acredita-se fortemente que estas técnicas propostas poderão auxiliar nos estudos e ações do planejamento da operação resolvendo ou mesmo auxiliando as análises dos gerenciadores do Setor Elétrico Brasileiro, uma vez que se trata de um problema complexo que poderá se adequar a característica particular de cada técnica. ANTUNES et al.: TECHNIQUES OF THE OPTIMIZATION 1623 VI. CONCLUSÕES. Conforme apresentado no decorrer do artigo, as técnicas de otimização baseadas em sistemas inteligentes propostas mostram a aplicabilidade e potencialidade para determinar uma solução otimizada para o problema do Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência. Vale destacar que o objetivo principal do artigo foi o de demonstrar a aplicabilidades destas técnicas de otimização aplicadas ao Planejamento Eletro-Energético, voltado principalmente para o Planejamento de médio prazo. Atualmente, os autores estão desenvolvendo uma ferramenta computacional em uma única plataforma que englobe as três técnicas testadas e futuramente pretende-se realizar testes em um sistema complexo e de grande porte (por exemplo, 35 usinas interligadas hidraulicamente), adotando-se distintas vazões afluentes, o que poderá mostrar a pertinência e a consistência da abordagem proposta para a dia-a-dia do setor elétrico [11], [30] e [31]. E vale destacar também que não houve simplificação da formulação original do problema, e que em todos os Estudos se obteve um desempenho satisfatório na determinação de uma estratégia de operativa que venha a atender as restrições do Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência. [13] [14] [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22] [23] REFERÊNCIAS [24] E. L. Silva. Formação de Preço em Mercados de Energia Elétrica. Sagra Luzzatto, (2001). [2] S. Soares and A. A. F. M. Carneiro. “Optimal Operation of Reservoirs For Electric Generation”. IEEE Transactions on Power Delivery. Vol. 6. n. 3. pp. 1101-1107. July, (1991). [3] P. T, Leite. Aplicação de Técnicas de Inteligência Artificial no Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência. Tese de Doutorado – EESC/USP (2003). [4] L. A. M. Fortunato, A. Neto, L. A. L. Barreto, & C. Ferreira. “Operation Planning Studies of the Brazilian Generation System.” IFAC Symposium on Planning and Operation of Electric Energy Systems, pages 193–200. (1985). [5] A. A. F. M. Carneiro and S. Soares and P. S. Bond. “A Large Scale Application of an Optimal Deterministic Hydrothermal Scheduling Algorithm”. IEEE Transaction on Power Systems. Vol. 5. n. 1. pp. 204210. February. (1990). [6] M. V. 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Uma abordagem baseada em sistemas de inferência Fuzzy Takagi-Sugeno aplicada ao planejamento da operação de sistemas hidrotérmicos de geração. SBA Controle & Automação, vol.22, n.1, pp.49-64. ISSN 0103-1759. 2011. Fabio Antunes possui mestrado em Energia pela Universidade Federal do ABC(2010), graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela Universidade São Judas Tadeu (1996), formado também em Técnico Eletrônico no curso integrado da ETE Jorge Street (1990). Possui 20 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais na área de Eletrônica e de Automação. 10 anos de experiência atuando como docente em Instituições públicas e particulares, sendo 6 anos no Instituto Federal De Educação Ciência E Tecnologia De São Paulo. 1624 Thiago Ribeiro de Alencar é mestre em Energia em 2012 pela Universidade Federal do ABC (UFABC), graduado em Engenharia Aeroespacial em 2011 e no Bacharelado em Ciência e Tecnologia em 2009, ambos pela (UFABC). Atualmente é aluno dos cursos de Engenharia de Gestão e doutorando do curso de Energia na UFABC. Atua nas áreas de engenharia aeroespacial (propulsão de foguetes e dinâmica dos fluidos computacionais), energias renováveis (otimização do Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência; turbina eólica offshore flutuante), inteligência artificial (rede neural aplicada a segurança de reatores nucleares; algoritmo genético e colônia de formigas) e engenharia mecânica (cálculo estrutural aplicado no setor automobilístico; CAE - Computer Aided Design). É membro voluntário do Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) da Seção Sul Brasil, onde foi expresidente do capítulo de energia da Power & Energy Society (PES) no ano de 2010 e atualmente é presidente do capítulo da PES e tesoureiro do capítulo de aeroespacial da Aerospace and Electronic Systems Society (AESS). Patricia Teixeira Leite Asano possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Mato Grosso (1995), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (1999) e doutorado em Engenharia Elétrica São Carlos pela Universidade de São Paulo (2003). Atualmente é professora adjunto 6 nível 3 da Universidade Federal do ABC. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Operação de Sistemas Hidrotérmicos de Potência, atuando principalmente nos seguintes temas: algoritmos genéticos, sistemas hidrotérmicos, planejamento da operação, otimização e inteligência artificial. Karla Vittori possui graduação em Engenharia Industrial Elétrica pela Universidade Federal de São João del-Rei (1997), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (2000), doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (2005) e pós-doutorado em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo (2006). Atua principalmente nos seguintes temas: inteligência artificial, otimização baseada no comportamento de colônias de formigas, aprendizagem por reforço, informática educacional e cognição animal, em especial comportamento de colônias de formigas. Ricardo de Andrade Lira Rabêlo possui graduação em Bacharelado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Piauí, UFPI, (2005) e Doutorado em Ciências (Engenharia Elétrica - Sistemas Elétricos de Potência), Programa de Engenharia Elétrica na Universidade de São Paulo, USP, (2010). Professor Adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no Departamento de Computação (DC). Atualmente é Subcoordenador do Programa de Pós-Graduação (Nível Mestrado) em Ciência da Computação da UFPI. Suas áreas de interesse são: Fundamentos e Aplicações de Sistemas Inteligentes (Redes Neurais Artificiais, Sistemas Fuzzy, Computação Evolutiva, Inteligência de Enxames, Sistemas Imunológicos Artificiais e Agentes Inteligentes), Redes de Sensores Sem Fio, Robótica Autônoma e Sistemas Elétricos de Potência. Dennis Lozano Toufen possui graduação em Física pela Universidade de São Paulo(2005) e graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie(2004), mestrado em Física pela Universidade de São Paulo(2008), doutorado em Ciências - Área Física pela Universidade de São Paulo(2012), curso tecnico integrado pela ETE Getulio Vargas(1999). Atualmente é Docente do Instituto Federal de São Paulo e Pós-Doutorando Física pela Universidade de São Paulo. Tem experiência nas áreas de Física, com ênfase em Física Nuclear, Física de Plasmas e Instrumentação e engenharia elétrica com ênfase em Controle e sistemas não-lineares. IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 8, DECEMBER 2014