PORTUGAL – PORTO HOTEL MARKET REPORT 2011 Accelerating success. 2011 | PORTO – HOTEL MARKET REVIEW | PORTUGAL ÍNDICE Síntese 3 O Porto 4 Economia Portuguesa 4 Turismo 5 Movimento Aeroportuário 6 Procura Turística 7 Taxa de Ocupação 8 Oferta Hoteleira 9 Hostels 10 Oferta Futura 11 Investimento 11 PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | SÍNTESE Síntese O PRESENTE BOM • DORMIDAS: 2,6 milhões de dormidas e com um ritmo crescente. • AEROPORTO: 6 milhões de passageiros e com um ritmo crescente. MENOS BOM • TAXAS DE OCUPAÇÃO: OCUPAÇÃO quase constantes. • UNIDADES HOTELEIRAS: HOTELEIRAS abrandamento de novas aberturas? O FUTURO • DORMIDAS: O Aeroporto Francisco Sá Carneiro não crescerá, certamente, para PREÇOS (€) SEMANA F-D-S TODOS 19 – 240 24 – 225 5 * (DUPLO) 54 – 169 54 – 184 4 * (DUPLO) 36 – 117 36 – 117 3 * (DUPLO) 19 – 74 ÉPOCA BAIXA, WWW.BOOKING.COM 30 – 74 sempre, mas a Colliers International acredita que o seu potencial de crescimento não se encontra ainda esgotado. Embora, durante o terrível ano de 2012 não se perspective um crescimento, será, ainda assim, prudente, estimar uma estabilização do número de passageiros, próxima dos 6 milhões verificados em 2011. Algumas rotas serão (ou foram já) perdidas, mas outras, novas, poderão ocupar os slots desocupados. • TAXAS DE OCUPAÇÃO: OCUPAÇÃO Com o previsível empobrecimento nacional, o turista nacional tenderá a viajar menos; porém, internacionalmente, o país ficará mais apelativo (porque mais barato). Logo, um aumento da procura pouco significativo e inferior à média dos últimos anos, conduzirá a taxa de ocupação a uma estabilização durante o ano de 2012. 2012 Para 2013, a grande incógnita é se o aumento da oferta de quartos (oferta nova) será mais do que compensada pelo aumento da procura; caso a resposta se revele afirmativa, então a taxa de ocupação poderá manter-se próxima dos níveis verificados nos últimos anos; se assim não for, a taxa de ocupação poderá sofrer uma correcção em baixa. • PREÇO MÉDIO: A crise que assola o país, certamente, não sustentará um aumento 2012 Assim, os preços manter-se-ão internacionalmente competitivos, de preços, em 2012. podendo mesmo sofrer uma redução. Actualmente, os preços praticados pelas unidades hoteleiras do Porto são já relativamente baixos (ver quadro), o que confere elevada competitividade ao destino Porto, dentro da Europa. Esta tendência poderá ser invertida em 2013, 2013 caso se confirme a passagem do Cabo das Tormentas da economia nacional. AMEAÇAS DEMAND SIDE • CRISE FINANCEIRA. SUPPLY SIDE • COST CONTROL. • EFEITO RYANAIR NÃO SE PODERÁ PROLONGAR • CRESCENTE WEBIZAÇÃO DO NEGÓCIO. ETERNAMENTE OU PODERÁ? • A PRIVATIZAÇÃO DA ANA E DA TAP E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O AEROPORTO. • FLEXIBILIDADE DE PESSOAL – QUALIFICAÇÃO? • QUALQUER EDIFÍCIO, UM POTENCIAL HOTEL? 3 | COLLIERS INTERNATIONAL PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | INTRODUÇÃO O Porto O Porto sempre foi reconhecido como sendo o núcleo industrial de Portugal, a cidade onde estava a força de trabalho nacional. À medida que a indústria foi sendo “empurrada” para fora do perímetro da cidade, o centro da cidade converteu-se no pólo de serviços da região, aglutinando a melhor e mais vasta oferta de serviços fora de Lisboa. Porém, nas últimas décadas, a Baixa do Porto, outrora o centro decisor do Norte de Portugal, foi, progressivamente, perdendo pessoas e serviços: as pessoas mudaramse para as novas periferias do Porto (de Matosinhos à Maia, de Vila Nova de Gaia a Gondomar) e os serviços para o novo centro do Porto: a Boavista. Este fenómeno teve vários motivos subjacentes, desde os problemas estruturais da Baixa da cidade, até, indubitavelmente, à inércia de alguns dos executivos municipais. A consequência foi a perda de mais de 20% da população do concelho Porto nos últimos 20 anos; acrescente-se se ainda a tendência de concentração da oferta de serviços, que conduziu muitas empresas terciárias a localizar-se exclusivamente em Lisboa, e o resultado é um declínio acentuado da importância da cidade. É neste contexto que surge o turismo, nos anos mais recentes, como factor de dinamização da cidade do Porto: revitalizando a Baixa, contribuirá, certamente, para a contenção do decréscimo populacional, assegurando postos de trabalho e povoando a zona da Baixa da cidade durante o dia, mas também de noite. Hoje, ao contrário de outros tempos, já não é invulgar encontrar turistas estrangeiros, de mapa na mão, circulando pela baixa do Porto. Será para manter? Economia Portuguesa RESUMO Portugal 2011 2012 Crescimento PIB -2,0% -3,0 % Taxa de Desemprego 12,7 % 13,6 % • As previsões económicas são pouco optimistas, esperando-se uma contracção Inflação 3,6 % 3,0 % profunda no PIB durante 2012 e, talvez, 2013. Fonte: Experian Austeridade e troika são palavras que entraram no quotidiano português durante 2011. Crescimento desapareceu do vocabulário. • A inflação não tem sido problema, mantendo-se dentro dos critérios definidos pela zona Euro. EMPREGO E TAXA DESEMPREGO 2,00 e a dívida pública mantém-se mantém bastante elevada, resistindo a cada nova medida de austeridade. Estas últimas, por seu turno, têm vindo a tornar-se habituais, raramente sendo inesperadas para pessoas e empresas. Emprego 1,00 0,00 -1,00 15,0 10,0 5,0 Taxa de Desemprego Desemprego Emprego (variação %, anual) • O desemprego continua a aumentar, as falências sucedem-se a um ritmo alucinante, 20,0 • As pessoas empobrecem diariamente: se empregadas, com rendimentos estagnados e impostos crescentes; crescentes as desempregadas, com subsídios decrescentes e cada vez mais curtos no tempo.. • O volume de negócios das empresas diminui para níveis alarmantes e a gestão de tesouraria é uma incógnita, sobretudo do lado dos recebimentos, onde os prazos se alargam diariamente. • A retoma prevê-se para 2013 ou 2014 ou 2015, se Portugal se mantiver dentro da -2,00 Fonte: Experian 4 | COLLIERS INTERNATIONAL 0,0 zona Euro e se esta continuar a existir nos moldes actuais. Para além das dificuldades tão divulgadas, a incerteza permanece como uma constante. PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | TURISMO Turismo TURISMO MUNDIAL MUNDIAL Chegadas de Turistas (milhões) 1.000 950 O número de turistas a nível mundial quase dobrou nos últimos 15 anos. No advento da internet e da globalização, a “democratização” das viagens (fronteiras, low cost) relançou um negócio para um volume outrora impensável. 900 850 800 750 700 Em 2011, depois de uma quebra em 2009, espera-se a continuação do crescimento do número de turistas mundiais já verificado no ano passado. E para 2013, perspectiva-se que seja ultrapassada a fasquia dos mil milhões de turistas. 650 600 550 500 Fonte: U N W T O Chegadas de Turistas (milhões) TURISMO MUNDIAL 90 França Ucrânia Hungria QUOTA DE MERCADO DE PORTUGAL Espanha Grécia Turquia Portugal 60 Em 2007, Portugal captava perto de 1,5% do total de turistas mundiais, fechando o lote dos 20 países com mais turistas no mundo. Infelizmente, a produção dessa informação estatística foi descontinuada desde então. Porém, não será exagerado assumir que Portugal deverá ter mantido o seu número de turistas perto dos 12,5 12 milhões, bem longe dos mais de 50 milhões que visitam Espanha. 30 0 A França tem-se mantido como o maior receptor de turistas durante a última década, % do turismo mundial. captando mais de 8% Fonte: U N W T O PORTUGAL COMO DESTINO TURÍSTICO INTERNACIONAL CHEGADAS INTERNACIONAIS PORTO Analisar Portugal como destino turístico implica perceber a nacionalidade do turista internacional. Partindo das chegadas de turistas por via aérea, pode-se concluir que o turista espanhol predomina a nível nacional, mas também para a cidade do Porto. França Alemanha Outros Reino Unido, França, Alemanha, Holanda e Itália compõem o lote das nacionalidades que mais procuram Portugal. Portugal A estrutura da procura por nacionalidades ao longo dos anos mais recentes, não aparenta sofrer grandes alterações. Itália Holanda Reino Unido Fonte: A N A 5 | COLLIERS INTERNATIONAL Espanha Porém, a sua distribuição interna é bastante diferenciada: por exemplo, no Porto, a importância relativa dos turistas franceses, alemães e britânicos é relativamente superior e, pelo contrário, os turistas holandeses e italianos têm um peso inferior. PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | MOVIMENTO AEROPORTUÁRIO Movimento Aeroportuário MUNDIAL O movimento aeroportuário em qualquer um dos aeroportos portugueses não tem qualquer relevância a nível internacional. Será suficiente constatar que todo o movimento anual de passageiros nos aeroportos portugueses é inferior aos 30 mais movimentados aeroportos do mundo e inferior a um terço do movimento anual do aeroporto de Atlanta. MOVIMENTO DE PASSAGEIROS 2010 100.000.000 75.000.000 89.331.622 65.884.143 73.948.113 66.774.738 64.211.074 50.000.000 25.000.000 5.282.080 0 Os E. U. A. com 5 aeroportos entre os 10 mais movimentados dominam o tráfego aeroportuário mundial. mundial Ironicamente, porém, é Londres (e os seus 6 aeroportos) a cidade com maior movimento aeroportuário. E a segunda cidade mais movimentada do mundo – New York, não tem qualquer dos seus aeroportos nos 10 com maior tráfego aeroportuário. Finalmente, mais próximo de Portugal, destaque para os mais de 50 milhões de passageiros que circulam por Barajas (Madrid) ou os mais de 30 milhões que passam por Barcelona. Fonte: A C I e A N A Naturalmente, o movimento de passageiros do aeroporto do Porto, embora com um ritmo crescente, permanece a anos-luz dos mais movimentados aeroportos do mundo. TAXA DE CRESCIMENTO MOVIMENTO DE PASSAGEIROS 2006 9.000.000 2011 Nos últimos 5 anos, o aeroporto do Porto ganhou 2,5 milhões de passageiros, o que se traduz num ímpar crescimento de 78%. Excluindo alguns aeroportos do leste da Europa (Rússia, Polónia e Turquia com crescimentos comparáveis), apenas 2 aeroportos (da Europa Ocidental) registaram taxas de crescimento superiores: Charleroi e Eindhoven. 6.000.000 3.000.000 0 Contudo, comparando o ritmo de crescimento com a grandeza (medida pelo movimento que apenas o aeroporto de Bergamo (Orio al Serio) possui de passageiros), verifica-se verifica um tráfego anual superior, com uma taxa de crescimento aproximada (62%). Venezia, embora com um tráfego superior, registou uma taxa de crescimento bem aquém da do aeroporto do Porto. Na realidade, apenas o aeroporto de Charleroi (a sul de Bruxelas) consegue uma melhor combinação do que o aeroporto do Porto: quase 6 milhões de passageiros e um crescimento ao longo dos últimos 5 anos de 172%. Fonte: website de todos os aeroportos O PORTO NA EUROPA MOVIMENTO DE PASSAGEIROS 6.000.000 No entanto, há variáveis dentro do movimento aeroportuário que tendem a alterar a análise efectuada: desde logo o que se poderá chamar “efeito capital”. A capital de um país tende a gerar movimentos aeroportuários superiores, impulsionados por um grau de centralidade, regra geral, bastante superior. Outro aspecto que convém expurgar é o “efeito praia”: o movimento aeroportuário sazonal, impulsionado pela procura estival de praia (de que em Portugal, o aeroporto de Faro é um bom exemplo), impulsiona esses aeroportos para patamares bastante elevados. 3.000.000 Ora, o Porto, não possui nenhum dos dois factores acima referidos, pelo que enquanto destino turístico, terá de competir com o efeito “capital”, mas, certamente que não se enquadra no mesmo segmento do produto “sol e mar”. 0 Restringindo, então, a análise à Europa e a locais sem oferta de praia relevante (ou como principal factor impulsionador de procura), não capitais e excluindo os países com mais de 40 milhões de habitantes, o aeroporto do Porto é o que mais passageiros tem, ultrapassando cidades como Göteborg, Thessaloniki ou Salzburg. Fonte: website de todos os aeroportos 6 | COLLIERS INTERNATIONAL Dentro da Península Ibérica, os 6 milhões de passageiros do aeroporto do Porto colocam-no em 9º lugar do ranking, bem atrás de Madrid, Barcelona e Lisboa, mas também dos aeroportos “sol e mar”, como os 2 aeroportos das Ilhas Canárias, 2 aeroportos do sul de Espanha (Málaga e Alicante) e de Palma de Mallorca. PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | PROCURA TURÍSTICA Procura Turística DORMIDAS TOTAL DE DORMIDAS O crescimento do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, traduziu-se num aumento do número de dormidas de 10%, em 2010. O Porto, durante o ano 2010, teve nos seus estabelecimentos hoteleiros, mais de 2,6 milhões de dormidas. 2,8 2,6 2,4 Embora de forma suave e, ainda, sem a confirmação dos dados relativos a 2011, o indicador relativo ao crescimento de 2009 para 2010 é animador. 2,2 2 2007 2008 2009 Nos três anos anteriores, esta variável manteve-se relativamente constante, à volta dos 2,4 milhões de dormidas. dormidas 2010 Fonte: I N E ESTADIA MÉDIA ESTADIA MÉDIA 3 No Porto, a estadia média é de, apenas, 1,8 noites. Este valor tem-se mantido relativamente inalterável desde 2008. 2,5 2 1,5 Porém, comparando a estadia média entre algumas cidades da Península Ibérica, verifica-se que este valor, no Porto, é muito inferior ao de Valencia e, mesmo, de Lisboa. Curiosamente, é muito próximo do verificado para Madrid e, mesmo, para A Coruña. 1 0,5 0 Não obstante, o posicionamento competitivo e geográfico do Porto – no Noroeste da Península Ibérica, este é um indicador que revela potencial para alcançar patamares mais elevados. Fonte: I N E (Portugal e España) SAZONALIDADE SAZONALIDADE O efeito da sazonalidade é muito acentuado na cidade do Porto. A distribuição das dormidas ao longo dos últimos doze meses manteve o número de dormidas, sempre, acima das 148.000. 15% 12% Mantendo os mesmos exemplos, verifica-se que Madrid é a cidade onde a sazonalidade menos se sente, com Barcelona e A Coruña no pólo oposto. 9% 6% 3% Esta reduzida sazonalidade da procura turística – a exemplo do sentido em Lisboa, ilustra a capacidade competitiva do Porto no segmento da procura turística de “cidade”, com certeza reforçada pelo factor do clima, relativamente ameno durante todo o ano. 0% Porto Lisboa Barcelona Fonte: I N E (Portugal e España) 7 | COLLIERS INTERNATIONAL Madrid PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | TAXA DE OCUPAÇÃO Taxa de Ocupação TAXA DE OCUPAÇÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA TAXA DE OCUPAÇÃO 80% Estendendo a análise comparativa à variável taxa de ocupação, pode-se verificar que esta variável, no Porto, tem-se mantido constante ao longo dos últimos 3 anos, com uma oscilação irrelevante, à volta dos 62%. 60% Madrid e Lisboa, embora partindo de um patamar semelhante ao Porto (perto dos 61% em 2009), cresceram a um ritmo muito superior, atingindo uma taxa de ocupação, próxima dos 67%. 40% 2009 2010 Porto 2011 Lisboa Barcelona Madrid Fonte: I N E (Portugal e España) No patamar inverso, A Coruña tem uma taxa de ocupação que não ultrapassa os 52%, tendo mesmo decrescido desde 2009. TAXA DE OCUPAÇÃO POR CATEGORIA TAXA DE OCUPAÇÃO 80,00% A decomposição da taxa de ocupação pelas diversas categorias hoteleiras, não revela grandes variações. É efectivamente deveras interessante, que todas as categorias tenham acabado o ano de 2011 com uma taxa de ocupação muito próxima da média global: 62%. 60,00% Fonte: I N E Contudo, o caminho percorrido pelas unidades de 5 estrelas tem sido bem diverso do de 2 e 3 estrelas. Enquanto que a taxa de ocupação para as unidades de menos estrelas tem seguido uma trajectória descendente, os hotéis de 5 estrelas registaram uma subida apreciável (7 pp de 2008 para 2009), tendo-se mantido estável nos últimos 3 anos. REVPAR REVPAR 40,00% 2008 Total 2009 5* 2010 4* 2011 3* 2* A análise de receitas é a que melhor ilustra a distância existente entre Portugal e Espanha. 75,00 60,00 45,00 Efectivamente, enquanto que o REVPAR, em Barcelona, se situa perto dos 75 euros, em Madrid bem acima dos 50 euros; até Valencia possui um REVPAR quase 10 euros superior à mesma variável, no Porto. 30,00 15,00 0,00 2009 Porto 2010 Barcelona 2011 Madrid Lisboa Fonte: I N E (Portugal e España) O REVPAR no Porto revela, a exemplo da generalidade das outras variáveis analisadas, reduzida volatilidade ao longos dos últimos 3 anos: sempre perto dos 36 euros. PREÇO MÉDIO POR QUARTO PMQ O Preço Médio por Quarto (PMQ), no Porto, sofreu uma redução próxima dos 5% desde 2008, tendo esse impacto sido minimizado no último ano, com uma subida de 1%. 85 70 Essa variação é mais acentuada nas unidades hoteleiras de cinco estrelas e menos vincada nos hotéis de 4, cujo PMQ se manteve próxima dos 60 euros. 55 Outro aspecto curioso desta variável é a forma como a média do PMQ quase replica o registo das unidades hoteleiras de 4 estrelas. 40 2008 2009 Total 2010 5* Fonte: A H P 8 | COLLIERS INTERNATIONAL 2011 4* 3* Finalmente, não deixa de ser ilustrativo que o PMQ das unidades de 5 estrelas é, ainda assim, inferior ao REVPAR médio de Barcelona. PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | OFERTA HOTELEIRA Oferta Hoteleira OFERTA DE QUARTOS OFERTA DE QUARTOS A oferta hoteleira, no Porto, encontra-se próxima dos 10.000 quartos. Portanto, muito longe dos mais de 100.000 quartos estimados para Londres ou dos mais de 75.000 quartos de Paris. Contudo, embora, também longe dos 16.000 quartos de Valencia, está ao nível de algumas das capitais nórdicas (como Helsinkki ou Oslo) ou de A Coruña; superando largamente a oferta de quartos das maiores cidades francesas (Marseille ou Lyon), excluindo Paris. Fonte: Colliers International DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE QUARTOS OFERTA DE QUARTOS (POR CATEGORIA) 2* 17% 5* 17% 3* 28% 4* 38% A distribuição de quartos por categoria de hotel demonstra uma concentração relativamente superior (face ao verificado na Península Ibérica) em hotéis de 5 estrelas. Esta tendência (peso desta categoria bem superior a 15% do total) de concentração é ainda mais vincada em Lisboa. Por outro lado, o número de quartos em unidades hoteleiras com duas ou menos estrelas é, também, relativamente superior ao verificado em Lisboa ou em Espanha. Neste ponto, esta característica é comum ao mercado italiano (Milano ou Roma), onde as unidades de menor classificação têm um peso próximo dos 20% do total da oferta. Fonte: Colliers International OFERTA DE QUARTOS ACTUAL (POR PERÍODO) 30% Outro factor interessante na distribuição dos quartos pelas diversas categorias é que esta estrutura se tem mantido, quase inalterável, ao longo dos últimos 10 anos. Com efeito, as novas unidades têm-se vindo a desdobrar pelas várias categorias, apenas se notando uma ligeira quebra nas unidades de 5 estrelas por troca directa com unidades de 4 estrelas. Contudo, ao contrário do que se poderia pressupor e que constitui ideia generalizada, o número de quartos não tem aumentado o ritmo de crescimento ao longo dos últimos anos. Ao longo dos últimos 20 anos, o número de quartos novos na cidade do Porto tem vindo a crescer a um ritmo próximo dos 5%/ano, não se tendo alterado nos últimos 2 anos. 20% 10% 0% Fonte: Colliers International Não obstante, o que poderá consubstanciar a ideia generalizada de crescimento exponencial da oferta de quartos no Porto, são as novas formas de oferta de produto hoteleiro (como sejam os hostels) ou o pipeline da oferta nova. OFERTA DE QUARTOS A maior fatia da oferta hoteleira do Porto concentra-se nas zonas da Baixa e da Avenida da Boavista, ou não fossem estas o centro antigo da cidade e o novo centro. Estas duas zonas concentram, de forma equilibrada, mais de 40% da oferta de quartos do Grande Porto. (POR ZONA) Póvoa de V. N. Gaia Outras Baixa Varzim Espinho e Boavista Praias (a sul) Antas Maia e Matosinhos Os business hotels são os que predominam dentro de uma oferta variada, mas a um nível ainda algo residual. residual Esta predominância dos business hotels, quando conjugada com os city centre hotels, hotels a um nível mais mid-level, reforçam a predisposição da oferta hoteleira do Porto para um turismo city break. Aliás, estas duas classes de hotéis constituem mais de metade da oferta hoteleira do Porto. Fonte: Colliers International OFERTA DE QUARTOS (POR TIPO DE HOTEL) Motel Low Cost Beach Business Transient Theme Luxury Leisure A zona nova do Estádio do Dragão e do Hospital de São João, concentram já, cerca de 10% do total. O remanescente distribui-se, igualmente, pelas cidades satélite (Matosinhos, Maia, V.. N. Gaia) e por áreas mais afastadas do centro urbano. Centre Fonte: Colliers International 9 | COLLIERS INTERNATIONAL Nos últimos dois anos, as novas aberturas concentraram-se quase exclusivamente em hotels. Quase não foram abertos novos business hotels, city centre hotels e low-cost low mas surgiu a oferta nova de, por exemplo, theme hotels. Uma última nota para os transient hotels, localizados nos principais eixos rodoviários do Grande Porto, que ultrapassam 10% da oferta total; e para os motels que têm um peso apreciável na oferta total do Grande Porto. PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | OFERTA HOTELEIRA Oferta Hoteleira TIPO DE GESTÃO TIPO DE GESTÃO Sem Cadeia Cadeia Nacional Cadeia Internacional O tipo de gestão da unidade hoteleira, muitas vezes, funciona como importante indicador da profissionalização e internacionalização do sector. Mercados mais maduros, distinguem propriedade e gestão, ficando a última reservada a entidades especializadas, por um período de tempo alargado (raramente inferior a 15 anos). No Porto, embora um quarto da oferta esteja sob exploração de uma cadeia internacional, mais de 40% da oferta não tem branding. Fonte: Colliers International PROPRIEDADE PROPRIEDADE Internacional Grupo Nacional Nacional Grupo Hoteleiro Internacional Grupo Hoteleiro Nacional No Porto, os proprietários de quase metade da oferta são entidades privadas nacionais, sem associação a grupos empresariais. Este facto ilustra a forte presença de unidades, normalmente, de reduzida dimensão, antigas, muitas vezes geridas como um negócio familiar, tradicional. Num plano oposto de profissionalização, hotéis propriedade de grupos hoteleiros nacionais são já um terço da oferta total. Fonte: Colliers International MARCAS DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA FÉNIX 776 QUARTOS ACCOR 755 QUARTOS HOTI 388 QUARTOS TURILIMA 353 QUARTOS VILA GALÉ 292 QUARTOS Fonte: Colliers International A última fase da análise da oferta é a da distribuição das marcas. A grande dispersão da oferta é bem visível nesta análise: dentro da oferta total e considerando exclusivamente as unidades inseridas em cadeias hoteleiras, identificam-se mais de 30 marcas diferentes. Os hotéis Fénix oferecem pouco menos de 800 quartos na cidade do Porto, logo seguidos pela Accor (pouco mais de 750 quartos), com destaque para a marca Ibis (com 409 quartos). O Grupo Hoti tem pouco menos de 400 quartos divididos por unidades Tryp e Star Inn. A Turilima tem pouco mais de 350 quartos na sua cadeia Axis. Vila Galé e Sheraton têm mais de 250 quartos, embora concentrados numa única unidade. Hostels A democratização do turismo mundial foi muito impulsionada por uma franja de procura low cost (que procura alojamentos low cost). Foi neste contexto, que o Hostel ganhou importância, oferecendo alojamento barato, mas criativo, proporcionando um ponto de encontro a viajantes oriundos de diversos pontos do globo. O Porto não fugiu à moda e muito impulsionado pelo crescimento do aeroporto, o aparecimento de hostels estendeu-se a toda a zona central da cidade. cidade Até 2009, a oferta era ainda incipiente e pouco significativa, porém, em 2010, 8 novas unidades foram abertas, dobrando a oferta da cidade. O aparecimento de novas unidades não acalmou durante 2011, existindo ainda diversas unidades projectadas e mesmo algumas reconversões. Aliás, o fenómeno de reconversão tem sido uma das formas privilegiadas de expansão, transformando antigas pensões e hospedarias em hostels, hostels muitas vezes temáticos e com design moderno e apelativo. Apenas um dos hostels da cidade do Porto pertence a uma cadeia, os demais são investimentos privados, muitas vezes de cariz familiar, que passam pela regeneração de um edifício antigo, não demasiado grande, uma forte aposta na decoração e no mobiliário com design jovem e numa exploração familiar e próxima dos hóspedes. OFERTA DE CAMAS (EM HOSTELS) acumuladas novas 700 200 600 500 150 400 100 300 200 50 100 Esta forma familiar de exploração do negócio, que consiste numa aposta, muitas vezes, pessoal, naturalmente, eleva os níveis de serviço, conduzindo os hostels portuenses (e portugueses) ao topo dos rankings dos hostels a nível mundial (e.g., www.hostelworld.com). 0 Fonte: Colliers International Este é um negócio, cujo sucesso, está fortemente correlacionado com a colocação do produto na internet e na forma de o apresentar aos hóspedes. hóspedes A procura é, normalmente, internacional, jovem e de rendimentos baixos. 10 | COLLIERS INTERNATIONAL 0 PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL | OFERTA FUTURA Oferta Futura PIPELINE OFERTA NOVA PARA 2012 RIO DOURO 5* 42 QUARTOS FONTE DA VINHA 5* 34 QUARTOS CARRÍS RIBEIRA 4* 91 QUARTOS SOARES DOS REIS 3* 17 QUARTOS IBIS BUDGET 1* 95 QUARTOS OFERTA NOVA PARA 2013 OPORTO VINTAGE 5* 147 QUARTOS INSPIRA FLORES 4* 60 QUARTOS BOM SUCESSO 2* 83 QUARTOS HILTON – TRINDADE 4* 124 QUARTOS Fonte: Colliers International Porém, o adiamento do processo de abertura de diversas novas unidades, cristalizou as dificuldades no acesso ao crédito. Com efeito, as restrições ao crédito e os inerentes problemas de financiamento que caracterizam a actual vida económica nacional, torna difícil antecipar com rigor as unidades hoteleiras que efectivamente abrirão nos próximos dois anos. Intenções de abertura, muitas vezes já com cadeias internacionais contactadas, ante projectos ou mesmo projectos de intenções, são fáceis de encontrar. A Colliers International optou por distinguir os que já se encontram com todos os trâmites ultrapassados para abrir portas, dos que não possuem (ainda) viabilidade física, legal ou financeira. Na realidade, dessa análise, identificam-se 9 novas unidades que, potencialmente, abrirão as suas portas nos próximos dois anos. Para lá destas, e com o dinamismo da Câmara Municipal do Porto, facilmente, se poderão identificar 50 terrenos ou edifícios cuja intenção de reconversão é, mais ou menos, pública. PIPELINE (NOVOS QUARTOS) oferta nova Durante 2011, a crise económica e financeira ainda pouco transpareceu para as unidades hoteleiras em funcionamento. oferta prevista Dentro deste domínio, algo especulativo, não é difícil projectar um número bem mais elevado do que as 9 unidades antes referidas. Efectivamente, a Colliers International projecta que o Grande Porto tenha no pipeline mais de 4.000 novos quartos em stock ou com projecto ou com declarações públicas de intenção. Desses 4.000, considera-se que 650 novos quartos poderão, com uma mudança de conjuntura económica, ver desbloqueados os problemas que, presentemente, impedem a sua promoção (normalmente, de financiamento). financiamento) 450 300 150 0 2009 2010 2011 2012 2013 Naturalmente, dos demais, muitos nunca chegarão a ser concretizados e para muitos outros, nunca chegará a ser desenhado sequer um projecto. Fonte: Colliers International Investimento MERCADO DE INVESTIMENTO INVESTMENT 375.000 reconversão 300.000 construção nova As transacções de hotéis, em Portugal, são escassas e encontram-se muito concentradas em Lisboa e no Algarve. Normalmente, o objecto da transacção são unidades em dificuldades ou, em alternativa, a colocação de unidades em fundos de investimento. Um mercado outrora exíguo, actualmente, é quase inexistente. 225.000 150.000 75.000 0 3* 4* Fonte: Colliers International 5* No Porto, exceptuando negócios pontuais (um dos últimos envolvendo uma transferência de portfolio, portfolio compreendendo diversas unidades hoteleiras), os investimentos em hotelaria restringem-se à reconversão de edifícios antigos em novos, modernos e funcionais estabelecimentos hoteleiros. Este é o modo predominante de funcionamento deste mercado. mercado A projecção dos custos dessa reconversão assume uma importância chave para o sucesso do negócio. negócio Contudo, essa estimativa é bastante mais difícil do que a estimativa do custo de construção de um edifício novo. Os riscos envolvidos nestas operações, podem elevar os custos imprevistos para valores impensáveis, sobretudo, quando os edifícios são mais antigos. Ora, é neste contexto se situam os investimentos em hotelaria na cidade do Porto, pelo que os valores de investimento são, igualmente, muito voláteis. Em geral, a Colliers International considera que será muito difícil abrir um hotel de cinco estrelas com valores de investimento inferiores a 300.000 euros/quarto, na Baixa do Porto. Por outro lado, parece ser viável abrir uma unidade hoteleira de quatro estrelas por valores pouco superiores a 100.000 euros/quarto. 11 | COLLIERS INTERNATIONAL PORTO – HOTEL MARKET REPORT | 2011 | PORTUGAL COLLIERS RESEARCH 512 escritórios em 61 países em 6 continentes E. U. América: 125 América do Sul: 18 Ásia e Pacífico: 214 EMEA: 117 Portugal: 3 • $1.5 mil milhões em receitas anuais • 978,6 milhões de m² sob gestão • Mais de 12,500 profissionais Colliers Research Services Group é reconhecido como líder no conhecimento das diversas áreas do mercado imobiliário, facultando aos clientes, valioso conhecimento do mercado, de forma a sustentar as decisões de negócio. Os analistas do Departamento de Research da Colliers têm diversas plataformas de análise, nos diversos segmentos, desde a recolha de informação no mercado até uma abrangente análise do mercado. Em Portugal, o Departamento de Research da Colliers recolhe, regularmente, dados de mercado sobre os mais importantes indicadores imobiliários. Esses dados são depois trabalhados internamente, seguindo os procedimentos mais adequados e utilizados internacionalmente, dentro do universo da Colliers International. COLLIERS INTERNATIONAL HOTELS • Brokerage: Compra e Venda de unidades hoteleiras; Fusões e Aquisições; Procura e Selecção do Operador; Operador Negociação e Revisão do Contrato de Gestão. • Corporate Services: Services Corporate Finance; Debt and Equity Placement; Fusões e Aquisições. PORTUGAL: Colliers International Alameda Jardins d’Arrábida, 1168 4400-478 Vila Nova de Gaia Largo das Palmeiras, 9 1050-168 Lisboa Marina Forum Avenida Arreaga, 77 – 2º – sala 202 9004-533 Funchal Portugal +351 22 772 85 19 +351 21 350 58 41 FAX +351 22 772 85 11 EMAIL [email protected] TEL • Consultoria: Desenvolvimento do Conceito da unidade a promover e Definição da Estratégia para a unidade, enquanto destino Turístico; Estudos de Mercado e de Viabilidade Financeira; Financeira Avaliações; Consultoria de Corporate Finance; Consultoria para Promoção; Análise Operacional; Gestão de Activos. • Research: Estudos de Mercado, Análise de Tendências, Análise do Mercado de Investimento. GLOSSÁRIO • Hotel: Estabelecimento cuja actividade principal consiste na prestação de serviços de alojamento e de outros serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições, mediante pagamento. A Colliers apenas considera unidades com mais de 3 quartos (com wc incluído). incluído) Os hotéis estão classificados em estrelas de 1 a 5. O sistema de classificação português é da responsabilidade da Direcção Geral do Turismo, mantendo--se, Portugal, fora do sistema de uniformização europeu HOTREC. • Dormidas: Permanência de um indivíduo num estabelecimento que fornece alojamento, por um período compreendido entre as 12 horas de um dia e as 12 horas do dia seguinte (INE). (INE) • Estadia Média: Relação entre o número de dormidas e o número de hóspedes que deram origem a essas dormidas, no período de referência, na perspectiva da oferta (INE). • Taxa de Ocupação: Ocupação Nesta variável são aferidos os quartos vendidos num determinado período, avaliando a eficiência média da unidade. Para tal, é efectuado um quociente entre o número de quartos ocupados e o número total de quartos disponíveis para venda, na unidade hoteleira, em determinado período. • Preço Médio por Quarto (PMQ): O Preço médio por Quarto é o quociente entre o A informação constante neste relatório foi obtida recorrendo a fontes classificadas como fidedignas. Embora todos os esforços tenham sido efectuados com o intuito de assegurar a sua precisão, não o podemos garantir. Nenhuma responsabilidade será assumida por eventuais imprecisões. Os leitores deverão recorrer a aconselhamento profissional antes de decidir com base em qualquer material inserido neste relatório. valor da receita total gerada, pela unidade, em determinado período, pelo número total de quartos, disponíveis, para ocupação. Poderá ainda ser calculado o Preço Médio por Quarto Vendido, situação em que o quociente apenas inclui os quartos disponíveis e vendidos, em determinado período de tempo. Esta variável também é conhecida como Average Daily Rate. • REVPAR (Revenue Revenue per Available Room): Este é um dos mais importantes indicadores na análise de um hotel. Consiste no cruzamento das receitas obtidas por quarto e a taxa de ocupação, também por quarto. O produto das duas variáveis, devolve o REVPAR do período em análise. www.colliers.com/Markets/Porto www.colliers.com Accelerating success.