UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
ESTUDO DE USO DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS EM TESES E
DISSERTAÇÕES DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE
LETRAS DA UFPE
Jaciane Freire Santana
Recife
2010
JACIANE FREIRE SANTANA
ESTUDO DE USO DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS EM TESES E
DISSERTAÇÕES DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE
LETRAS DA UFPE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Departamento de
Ciência da Informação da Universidade
Federal de Pernambuco, como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.
Orientador: Profº. Murilo Artur Araújo
da Silveira
Recife
2010
2 S232
Santana, Jaciane Freire
Estudo de uso de periódicos científicos em teses e
dissertações do Programa de Pós-Graduação de Letras da
UFPE / Jaciane Freire Santana. – Recife, 2010.
54 f.
Orientador: Prof. Murilo Artur Araújo da Silveira
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) –
Universidade
Federal
de
Pernambuco,
Curso
de
Biblioteconomia, 2010.
1. Estudo de Citações. 2. Periódicos Científicos. 3.
Portal de Periódicos da CAPES. 4. Programa de Pós-graduação
em Letras (UFPE). I. Título.
CDU – 050.001.42
CDD - 050
3 AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos a todos que de alguma forma contribuíram
para a realização deste trabalho. Dispor de todos os nomes seria inviável em tal
página, no entanto mencionarei alguns.
Sou grata a Deus por me permitir finalizar mais uma etapa em minha
vida; meus pais que sempre me apoiaram; meu orientador Murilo Silveira que me
proporcionou vários insigths produtivos e a todos os amigos sempre presentes de
alguma forma, Alyne Wilka, Ana Luiza Silva, Breno Sávio, Cauê Araújo, Ediane
Sales, Hermon Júnior, Jessica Almeida e Tasso Sá.
A todos mencionados e demais sempre presentes em meu coração, muito
obrigada.
4 RESUMO
Apresenta um estudo de citação das teses e dissertações do Programa de PósGraduação de Letras da Universidade Federal de Pernambuco, com enfoque nos
periódicos científicos da área de Letras constantes no Portal de Periódicos da
Capes. Para a pesquisa foram utilizadas as teses e dissertações defendidas no
período de 2006 a 2010. Traz revisão de literatura acerca da comunicação
científica e do Portal de Periódicos da Capes com sua evolução, antecedentes,
estrutura e estatísticas. A pesquisa se configura como descritiva, o método
utilizado foi a análise de citação, e o corpus utilizado foi a mensuração direta das
referencias de artigos de periódicos dos trabalhos e análise destes no Portal. Foram
verificados 480 títulos de periódicos, em que 130 destes estão disponíveis no
Portal, representando 27,09% do total, o que se considerou um número pequeno,
quando é sabido que a área de humanidades é a segunda com maior número de
títulos dispostos no Portal. Portanto, verifica-se que a área de Letras é um campo
do saber que exige não apenas textos de cunho técnico-científico, mas cultural e
artístico que também deve estar acessível para a comunidade através de outras
formas e possibilidades.
Palavras-chave: Estudos de Citação. Periódicos Científicos. Portal de Periódicos da
Capes. Programa de Pós-Graduação em Letras (UFPE).
5 ABSTRACT
Presents a study of citation of theses and dissertations from the Graduate Program
of Arts of the Federal University of Pernambuco, with a focus on scientific journals
of Letters in the Portal of Capes. Were used to search the theses and dissertations
in the period 2006 to 2010. Brings literature review on science communication and
Portal Capes with its evolution, history, structure and statistics. The research can
be construed as descriptive, the method used was a citation analysis, and corpus
used was the direct measurement of the references of journal articles and analysis
of the work on the Portal. We checked 480 journal titles, in which 130 of these are
available on the Portal, representing 27.09% of the total, which was considered a
small number, it is known that the area of humanities is the second highest number
of titles arranged in Portal. Therefore, it appears that the area of Humanities is a
field of knowledge which requires not only texts and scientific-technical, but
cultural and artistic events should also be accessible to the community in other
ways and possibilities.
Keywords: Scientific Communication. The Portal Capes. Citation Study. Graduate
of Bills (UFPE).
6 LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
CRESCIMENTO DO NÚMERO DE PERIÓDICOS NO MUNDO 1932-1996
16
FIGURA 2
TAXA DE CRESCIMENTO DO NÚMERO DE PUBLICAÇÕES POR ÁREA
CIENTÍFICA ENTRE O ANO 2000 E 2008
16
FIGURA 3
MODELO TRADICIONAL DE COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DE GARVEYY
GRIFFTH (ADAPTADO)
18
FIGURA 4
MODELO EM EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DE GARVEYY
GRIFFTH (ADAPTADO POR MUELLER, 2004)
18
FIGURA 5
NÚMERO DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS
22
FIGURA 6
EVOLUÇÃO DO CUSTO DE ARTIGOS DE TEXTO COMPLETO NO PERÍODO
2001 A 2008
29
FIGURA 7
EVOLUÇÃO DOS CUSTOS DA PESQUISA DOS ARTIGOS REFERÊNCIAIS
PERÍODO DE 2001 A 2008
29
FIGURA 8
EVOLUÇÃO DO USO DO PORTAL DE PERIÓDICOS DE 2001 A 2008
30
FIGURA 9
GRÁFICO DE ACESSO AO PORTAL DE PERIÓDICOS POR ESTADO EM MILHAR
DE ACESSO DOS ESTADOS
31
FIGURA 10
GRÁFICO DE PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DE TÍTULOS ATIVOS POR ÁREAS
DO CONHECIMENTO - 2009
32
7 LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1
GRÁFICO DE OCORRÊNCIA E DISPERSÃO DOS PERIÓDICOS
ENCONTRADOS NAS DISSERTAÇÕES DE LINGUÍSTICA
36
GRÁFICO 2
GRÁFICO DE FREQUÊNCIA E DISPERSÃO DOS PERIÓDICOS
ENCONTRADOS NAS DISSERTAÇÕES DE TEORIA LITERÁRIA
37
GRÁFICO 3
GRÁFICO DE FREQUÊNCIA E DISPERSÃO DOS PERIÓDICOS
ENCONTRADOS NAS TESES DE LINGUÍSTICA
38
GRÁFICO 4
GRÁFICO DE FREQUÊNCIA E DISPERSÃO DOS PERIÓDICOS DAS
TESES DE TEORIA LITERÁRIA
39
GRÁFICO 5
GRÁFICO DE DISPERSÃO DOS PERIÓDICOS DE LINGUÍSTICA
40
GRÁFICO 6
GRÁFICO DE DISPERSÃO DOS PERIÓDICOS DE TEORIA LITERÁRIA 41
8 LISTA DE QUADROS
QUADRO 1
PERIÓDICOS CITADOS X DISSERTAÇÕES DE LINGUÍSTICA
36
QUADRO 2
PERIÓDICOS CITADOS X DISSERTAÇÕES DE TEORIA LITERÁRIA
37
QUADRO 3
PERIÓDICOS CITADOS X TESES DE LINGUÍSTICA
39
QUADRO 4
PERIÓDICOS CITADOS X TESES DE TEORIA LITERÁRIA
40
QUADRO 5
PERIÓDICOS CITADOS X DISSERTAÇÕES E TESES DE LINGUÍSTICA
41
QUADRO 6
PERIÓDICOS CITADOS X DISSERTAÇÕES E TESES DE TEORIA
LITERÁRIA
42
QUADRO 7
PERIÓDICOS CITADOS EM TEORIA LITERÁRIA X PRESENÇA NO
PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES
43
9 SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
11
2
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA: SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO
13
DE DIVULGAÇÃO
2.1
HISTÓRICO: UM PASSEIO PELO PASSADO
14
2.2
EVOLUÇÃO DOS JORNAIS CIENTÍFICOS
15
3
AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NA COMUNICAÇÃO
CIENTÍFICA
21
3.1
AS TECNOLOGIAS NO CONTEXTO BRASILEIRO
23
4
PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES
26
4.1
ANTECEDENTES DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL
27
4.2
ESTATÍTICAS DO PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES
30
5
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
33
6
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
35
6.1
RANKING DAS CITAÇÕES
35
6.2
RANKING DA PRESENÇA DOS PERIÓDICOS CITADOS NO PORTAL
42
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
45
REFERÊNCIAS
47
ANEXO
51
10 1 INTRODUÇÃO
O presente estudo pretende analisar o uso de periódicos científicos em
teses e dissertações defendidas no Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período de 2006 a 2010. Também
busca-se verificar a presença dos periódicos citados no Portal de Periódicos da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com a
intenção de visualizar os que encontram-se disponíveis no Portal para a
comunidade do PPGL-UFPE. Os possíveis usos se orientam pelo registro nos
documentos defendidos e pela presença nas bases de dados que compõem o acervo
do Portal de Periódicos da CAPES.
O Portal está disponível para consulta e uso desde 2000 e ao longo dos anos
houve significativas mudanças em sua estrutura e abrangência, como o incremento
de novos periódicos e novas bases de dados. Ao completar uma década ocorreu
uma mudança significativa, através de uma interface que contempla outras
possibilidades de busca, tornando-as mais ágil, abrangente e eficiente.
Por se tratar de uma grande base de dados e informações, de imensas
proporções, constantemente é estudada na área de Biblioteconomia, Ciência da
Informação, entre outros campos científicos. No entanto, o diferencial deste é que
pretende mensurar o possível uso do Portal da seguinte forma: utilização dos
periódicos nas teses e dissertações e a presença daqueles no Portal.
Estudos como este a que se pretende são importantes na medida em que
viabilizam esclarecimentos do comportamento dos cientistas agregando valor à
sociologia do conhecimento. É sabido que a comunidade sempre fez uso dos
produtos resultantes da ciência como artigos, anais de eventos, monografias, entre
outros. Tradicionalmente esse acesso se concretiza no registro em algum suporte
de informação, impresso, audiovisual e/ou digital. Diversos estudos foram
realizados no intuito de se esclarecer qual suporte é mais atraente e efetivo para
os cientistas, e as observações são imprescindíveis na medida em que apontam as
deficiências que necessitam de ajustes, com intuito de otimizar sempre os
processos de comunicação científica, por conseguinte a própria ciência.
O Portal de Periódicos é um bem público, já que a sua manutenção é de
responsabilidade da CAPES e que está subordinada ao Ministério da Ciência e
11 Tecnologia. A verba investida neste é altíssima e desperta interesse por parte de
outros setores carentes de verbas federais. Dispõe-se de um valor oneroso por algo
intangível: o conhecimento. Não há como mensurá-lo, mas é sabido por toda
comunidade científica de quão é importante dispor de informação atualizada,
especifica e que tenha credibilidade. Nesse contexto, este estudo tem como
objetivo principal investigar os usos registrados de periódicos científicos em teses e
dissertações do PPGL-UFPE. Busca-se também: a) entender o comportamento da
comunidade discente do PPGL-UFPE no uso de periódicos científicos; e b) verificar
a presença dos periódicos citados no Portal de Periódicos da CAPES.
Para alcance dos objetivos, a presente contribuição descreve brevemente
como acontece a comunicação da ciência, enfocando nos processos de produção,
disseminação e uso da informação. Em seguida, expõe as mudanças trazidas pelas
tecnologias da informação na forma de produção e comunicação de conhecimentos
científicos. Apresenta o Portal de Periódicos da CAPES, como instrumento e recurso
tecnológico que modifica o contexto científico brasileiro na forma de aquisição de
fontes de informação.
Após a revisão de literatura, exibem-se os procedimentos metodológicos
adotados e a análise e discussão dos resultados obtidos pela pesquisa. E para
finalizar apresentam-se as reflexões realizadas ao longo de planejamento e
desenvolvimento do estudo.
12 2 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA: SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE
DIVULGAÇÃO
A investigação, a pesquisa, a busca por respostas para todas as perguntas
sempre seduziu os homens em todas as épocas. A cada nova descoberta surgia um
novo desafio ainda maior a superar, exigindo mais trabalho, dedicação e
informação. Ao elucidar uma questão era necessário divulgar espalhar a novidade
para testar se a teoria, cálculo ou experimento tem sentido perante os pares, e
para que os esforços não fossem duplicados.
Contudo, não basta apenas divulgar. É interessante que se perpetue para as
gerações subsequentes, colocando a escrita no cerne da discussão. O ato de
escrever fora comum e de práxis de tal forma que foi ao longo dos anos foi criando
e acumulando um arquivo imenso de resultados de diversas pesquisas. A cada novo
projeto era vital conhecer e interar-se do real objetivo pretendido ou semelhante
já foi desenvolvido por outrem. Um ciclo virtuoso que quanto mais se produzia
ciência mais e mais se comunicava, esta ciência. Ou ainda “a atividade científica
tem como principais objetivos a comunicação da informação e a disseminação dos
conhecimentos produzidos, visando o próprio desenvolvimento e progresso da
ciência” (LOPES; SILVA, 2007, p. 24).
De acordo com Mueller (1995, p. 74) “a comunicação é o único
comportamento comum a todos os cientistas, pois os demais são específicos de
cada área ou técnicos. A informação e sua representação são os principais
produtos”. Não obstante a comunicação está presente em todas as etapas do
processo de investigação. (RUSSEL, 2001, p. 1).
Para Sabbatini (2005) os artigos científicos conferem valor probatório de
originalidade permitindo alguma forma de recompensa. No entanto ele atesta
contra o etos (do grego éthos que significa costume, uso) da comunidade científica
proposto por Merton como desinteresse, para ele “a ciência deve ser praticada com
um fim em si própria” (ZIMAN, 1998, p.16 apud TARGINO, 2002).
A comunicação científica gera diversos produtos, mas momentaneamente
será tratado apenas da literatura cinzenta, Almeida (2006, p.3) a conceitua como o
conjunto de documentos independentemente de sua tipologia e suporte,
geralmente emitido por centros universitários de pesquisa, empresas, indústrias,
13 sociedades acadêmicas, públicas e privadas, sem intenção de ser publicado
formalmente como os livros e periódicos. No entanto tratar-se-á apenas com as
teses e dissertações uma vez que esse conjunto abrange outros documentos, mas
que na referida pesquisa utilizará estes como objeto de estudo.
2.1 HISTÓRICO: UM PASSEIO PELO PASSADO
Não se pode estabelecer um marco inicial da pesquisa científica, como
tampouco da comunicação desta ciência, no entanto, os gregos clássicos valiam-se
da prática escrita e oral para divulgar a ciência. Através da oralidade o simpósio
original grego era uma festa em que debates e bebidas circulavam livremente
(MEADOWS, 1999, p. 3). Os escritos contribuíram e muito para a posteridade como
os de Aristóteles. Ainda segundo o autor os manuscritos aristotélicos, mesmo que
mal conservados, influenciaram bastante a cultura árabe e da Europa Ocidental, lá
o debate de suas obras, “levaram àquele reavivamento do saber ocorrido entre o
século XIV e o século XVI a que se denominou ‘renascimento’”. (MEADOWS, 1999,
p.3).
No entanto a comunicação científica tradicional data do século XVII,
quando foi institucionalizada através das sociedades científicas, periódicos
científicos, estes se usufruíam do sistema de entregas de correspondências na
Europa Ocidental e dos eventos científicos.
A necessidade de comunicar, dividir e discutir as idéias sempre existiu por
parte dos estudiosos de longas datas e assim comumente realizavam-se com cartas
pessoais entre amigos íntimos ou não, desde que compartilhassem um ideal
comum, geralmente pertencente à mesma sociedade. O caráter individualista e
personalizado das cartas restringia e muito a divulgação da ciência que aspirava
algo mais, assim em janeiro de 1665, em Paris, o francês Denis de Sallo iniciou a
editoração do Journal de Sçavans que relatava a respeito dos livros publicados na
Europa e observações de experiências em física, química entre outros e tinha um
caráter generalista. Logo após lançamento parisiense, em março do mesmo ano a
Royal Society edita o Philosophical Transaction, que seria publicado mensalmente
e que continha as correspondências permutadas entre os seus membros e os
14 colegas europeus. (MEADOWS, 1999; GRIEBLER; MATTOS, 2007). Este por sua vez,
priorizou os estudos experimentais e serviu de base a ser seguida pelos periódicos
modernos. Tais iniciativas foram aderidas por toda a Europa.
2.2 EVOLUÇÃO DOS JORNAIS CIENTÍFICOS
Ao traçar a evolução dos periódicos científicos Simeão (2006), alega que a
maior parte dos jornais surgiu no século XVII, o século seguinte conheceu os
primeiros periódicos especializados como o Chemisches Journal fur die freunde der
naturleher e o Journal der Physik. Os de caráter mais técnico e de negócios
desenvolveram-se a partir da revolução industrial do século XIX através de
iniciativas pioneiras emergidas na Inglaterra, berço da revolução industrial, como o
Mechanic’s magazine em 1823 e Scientific American em 1845.
O desenvolvimento do periódico científico formalizou o processo de
comunicação científica uma vez que esta ultrapassou o limite da efemeridade. Isto
porque anteriormente a comunicação científica processava-se em sua maioria
informalmente, através de conversas e cartas pessoais. Desta forma o público era
bastante limitado. A formalidade resultante advém da manutenção e preservação
da informação, através dos periódicos originou a disponibilização para um público
maior, uma vez que estes puderam ser armazenados e dispostos em bibliotecas,
juntamente com os livros, acumulando o conhecimento linearmente desenvolvido
ao longo dos anos.
Os periódicos desenvolveram-se bastante ao longo dos anos e os primeiros
impressos tinham uma apresentação diversa daquelas que se encontram
atualmente. A estruturação interna dos artigos mudou devido às pressões dos
usuários. Uma vez que era necessária mais eficiência nas atividades de
comunicação, os números de pesquisadores cresceram, o número de publicações
cresceu ainda mais, ou seja, uma demanda maior e mais exigente.
Aleluia 2009, p. 132 apud Meadows ressalta que “a comunicação científica,
fruto de pesquisa, reflexão e posterior avaliação por pares e instituições, jamais
será suficientemente lida e criticada, dada sua incrível expansão e crescimento”.
15 Para exemplificar a situação, a Figura 1 mostra o número do crescimento de
periódicos no mundo de forma exponencial.
Figura 1: Crescimento do número de periódicos no mundo 1932-1996
Fonte: SOARES, Gláucio A. D. O portal de periódicos Capes: dados e pensamentos.2004.
A expansão continuou crescente de acordo o Gabinete de Planejamento,
Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais - GPEARI de Lisboa, em um estudo
de 2009 e que separa a taxa de crescimento de cada área. Conforme demonstrado
na Figura 2, observa-se que a área de ciências médicas e da saúde cresceu quase
200% enquanto que a área de humanidades cresceu de forma mais reduzida.
Figura 2: Taxa de Crescimento do número de publicações*, por área científica, entre o ano 2000 e 2008**.
Fonte: GPEARI – Gabinete de Planejamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais / Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
*Apuramento efetuado pelo método de contagem global a partir de Thomson Reuteurs, National Citation
Report for Portugal 1981/2008.
**Valores provisórios
Houve um tempo em que havia distinção entre informação científica e
informação tecnológica; a primeira era caracterizada como todo conhecimento
produzido ou que tenha relação com resultados de pesquisas científicas. A
16 informação tecnológica por sua vez, é tida como todo conhecimento de natureza
técnica, gerencial, mercadológica, econômica e social que se aplicada favorecia o
progresso na forma de aperfeiçoamento e inovação. (AGUIAR, 1991, p.10; SILVA;
SMIT, 2008). No entanto, na prática esta linha divisória é muito tênue, comumente
associação os dois tipos de informação denominando assim de informação científica
e tecnológica (ICT).
A informação está presente em todo o caminho das pesquisas e o seu fluxo
é contínuo durante todo o desenvolvimento, a partir do momento da concepção de
uma idéia ou necessidade de pesquisa até os resultados que esta pode gerar.
(MULLER, 2000, apud CORREIA et. al. 2008, p.4). No entanto Ziman (1979, p. 24)
ressalta que o conhecimento científico com seus
fatos e teorias tem de passar por um crivo, por uma fase de análises
críticas e de provas, realizadas por outros indivíduos competentes e
desinteressadas, os quais deverão determinar se eles são bastante
convincentes para que possam ser universalmente aceitos. O objetivo
da ciência não é apenas adquirir informação, nem enunciar
postulados indiscutíveis; sua meta é alcançar um consenso de opinião
racional que abranja o mais vasto campo possível.
Para o fluxo da informação científica geralmente são apresentados modelos
estruturais o mais conhecido dentre eles fora o proposto por Garvey e Griffith na
década de 70, observando cientistas da área de psicologia, como estes se
comunicavam e divulgavam suas pesquisas. Este modelo foi adaptado e
estendendo-se as demais áreas de conhecimento. A figura 3 descreve o processo de
comunicação (MUELLER, 2000, p. 28).
17 Figura 3: Modelo tradicional da comunicação científica de Garvey e Griffth (adapatado).
Fonte: MUELLER, Suzana P. M. A ciência, o sistema de comunicação científica e a literatura científica. 2000, p.
29.
O cenário atual diverge bastante do vivenciado na década de 70, assim
Mueller atualizou e readaptou tal modelo de forma mais coerente para os dias
atuais incluindo as informações em meio digital de acordo com a figura 4.
Figura 4: Modelo em evolução da comunicação científica de Garvey e Griffith (adaptado por Mueller, 2004).
Fonte: MORENO, F. P.; ARELLANO, M. A. M. Publicações científica em arquivos de aceso aberto. 2005.
Ao analisar os diagramas observa-se que o principal insumo da atividade
científica é informação verbalmente codificada (grupos de discussões, relatórios
preliminares) e que seu produto essencial também é informação verbalmente
codificada (artigo publicado em revista científica, comunicação em congresso),
constituindo insumo para outras pesquisas. (AGUIAR, 1991, p.9).
A informação científica e tecnológica possui características altamente
específicas, ela é crítica e fruto de longos trabalhos de estudos e pesquisas, e ainda
18 assim a quantidade deste tipo de informação é enorme, e que cresce
exponencialmente, obviamente acompanhando o crescimento da ciência, do
número de pesquisadores e dos canais de comunicação. Meadows (1999, p. 3) cita
um questionamento de um autor em 1613: “um dos males destes tempos é a
multiplicidade de livros; eles, de fato, sobrecarregam de tal modo a gente que não
conseguimos digerir a abundância de matéria inútil que, todos os dias, é gerada e
despejada no mundo”. Tal ansiedade e preocupação eram comuns na época pós
Gutemberg com a difusão da impressa, e hoje tais aflições ampliaram, e bastante.
Atualmente não apenas há preocupações com os livros, a sociedade dispõe de
diversos suportes informacionais e mais conteúdo para assimilação.
Para tentar conter essa questão emergiram diversas iniciativas para
solucionar ou quiçá amenizar a explosão informacional, não no sentido de contê-la
ou impedi-la de crescer, até porque esta possibilidade é inviável e não interessa
para a ciência. Tal panorama originou uma enorme tensão de recuperar os
documentos necessários, então foram criados mecanismos para tal fim, como listas
de resumos, sumários, índices e até mesmo a organização do layout dos impressos
e/ou eletrônicos. Meadows (1999, p. 20) ressalta que a própria “comunidade
científica desenvolveu ao longo dos anos seu próprio mecanismo de defesa contra o
insumo excesso de informação: a especialização”.
A especialização que se encontra disposta hoje na comunidade científica
anseia em inibir casos como o artigo de Mendel das leis da hereditariedade,
passando a divulgá-lo rapidamente entre os pares, pois esse teve que esperar 35
anos para ser localizado entre os pesquisadores. (FONSECA, 1973).
O grande alicerce da informação e comunicação científica, que a fez
crescer e se multiplicarem foi sem dúvida o periódico científico, pois ele
garante a memória da ciência, aponta seu grau de evolução,
estabelece a propriedade intelectual, legitima novos conhecimentos
de estudos e disciplinas, constitui-se em fonte para o início de novas
pesquisas, dando visibilidade e prestígio aos pesquisadores entre um
público altamente especializado, os seus pares (MEADOWS, 1999
apud GRUSZYNSKI; GOLIN, 2006, p.1) .
Para a informação científica e tecnológica realizar-se plenamente ela deve
ser comunicada. A comunicação é essencial para os atores de pesquisa e
19 desenvolvimento. Esta cresceu concomitantemente da ICT, como também das
tecnologias emergentes que proporcionou uma maior circulação e difusão das
informações, ocasionando mutações estruturais em todo o globo.
20 3 AS
TECNOLOGIAS
DA
INFORMAÇÃO
NA
COMUNICAÇÃO
CIENTÍFICA
O
estágio
atual
da
sociedade
é
conhecido
como
sociedade
do
conhecimento, trazendo diversas mudanças estruturais em todos os segmentos da
vida dos indivíduos tanto no campo pessoal, familiar, profissional e social,
representando assim uma mudança e reformulação intensa na sociedade.
Assim o paradigma das tecnologias da informação é visto por Palmeira,
Tenório e Lopes (2005, p. 4) atestam que
o novo paradigma das tecnologias de informação é visto como
baseado num conjunto interligado de inovações em computação,
engenharia de software, circuitos integrados e telecomunicações,
que reduzam drasticamente os custos de armazenagem,
processamento, comunicação e disseminação de informação. A
mudança de paradigma inaugura uma nova era, denominada de pósmodernidade, que envolve a criação de setores e atividades; novas
formas de gerar e transmitir conhecimentos e inovações; produzir e
comercializar bens e serviços; definir e implementar estratégias e
políticas; organizar e operar empresas e outras instituições públicas e
privadas (de ensino e pesquisa). Desta forma, um novo cenário
mundial é constituído tendo como principais recursos fundamentais:
a informação e o conhecimento.
É sabido que as tecnologias modificaram o modo de vida dos indivíduos e os
autores supracitados comparam as transformações atuais com as inovações trazidas
pela máquina a vapor e as mudanças surgidas na sociedade industrial. Claro que
devidas às proporções as mudanças geradas nas ultimas década acontecem numa
velocidade muito mais rápida se revestindo de um poder maior e supremo. A
“sociedade do conhecimento é caracterizada pela virtualização do ser humano:
pelos vetores da flexibilidade, desterritorialização e rapidez do processo de
informação”. (Levy, 1996 apud Palmeira, Tenório e Lopes 2005, p. 6).
Com tantas mudanças ocasionadas pelas tecnologias da informação, a
comunicação entre os pesquisadores, cientistas e toda a comunidade científica
mudou bastante de sua concepção tradicional. As transformações midiáticas
(linguagem oral, escrita, imprensa, internet) são consideradas revolucionárias na
21 medida em que alteram a forma de como os indivíduos se comunicam e provocam
um efeito qualitativo sobre o que pensam. (SABBATINI, 2005).
Em meio digital é possível uma melhor interatividade, desde que a
publicação não se limite apenas a reprodução do formato impresso, pois há naquele
um leque de possibilidade de interação e não há mais amarras a linearidade. Com
as Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs a informação dinamizou o
processo de construção do conhecimento coletivo, fazendo convergir em um único
espaço a comunicação, a decisão, a demanda a resposta e a ação. (CASTRO, 2006).
Isso pode ser observado que através da passagem do ambiente impresso para o
eletrônico o controle do editor foi reduzido, concomitantemente aumentou o poder
do autor, uma vez que este dispõe de alternativas para publicação de seus artigos e
estudos científicos, não apenas com os grandes editores, como também em páginas
pessoais na web, bibliotecas virtuais de acesso livre, pré-prints ou e-prints, pósprint, entre outros.
A partir da Figura 5 é possível visualizar o crescimento do número de
publicações eletrônicas, que em 1997 chegou a quase atingir a casa dos 4000
títulos.
Figura 5: Número de publicações eletrônicas.
Fonte: SOARES, Gláucio A. D. O portal de periódicos Capes: dados e pensamentos. 2004.
Marcondes e Sayão (2001, p. 25) alegam que a “internet é um mecanismo
de comunicação de alcance mundial, instantâneo, interativo e multidirecional”. No
entanto, Targino (2002) alerta para as
22 desvantagens trazidas pelas facilidades de produção no espaço
cibernético, tais como: a inconsistência, instantaneidade e
efemeridade das informações; a complexidade de armazenamento; a
dificuldade do controle bibliográfico; a banalização da autoria e o
desrespeito à propriedade intelectual; o uso aético da informação; a
invasão da privacidade x relações impessoais... Em suma, a
inconsistência, instantaneidade e efemeridade das informações, a
complexidade de armazenamento e a dificuldade do controle
bibliográfico são alguns dos muitos efeitos do binômio novas
tecnologias x produção científica.
As tecnologias foram grandes propulsoras da globalização, pois através dela
foi possível a desfragmentação das barreiras geográficas, temporais e até mesmo
culturais. No Brasil não foi diferente as tecnologias de comunicação e de redes,
tardaram para tornarem-se populares devido à falta de infra-estrutura, fora preciso
investimentos maciços para transformar o Brasil em um país “conectado”.
Estruturar-se desta forma fora e ainda permanece imprescindível para trilhar o
caminho do desenvolvimento econômico e social, já que a conectividade não é
uniforme em todas as regiões brasileiras, ou seja, no Brasil existem inúmeros
territórios em que conectividade está numa realidade distante.
3.1 AS TECNOLOGIAS NO CONTEXTO BRASILEIRO
A inserção do Brasil na Sociedade da Informação ocorreu de forma lenta em
comparação aos países desenvolvidos. Tal panorama demandou investimentos
pontuais e programas e ações diretivas dos diversos setores públicos e privados.
Dentre as principais iniciativas destacam-se os documentos lançados pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia conhecido como Livro Verde e o Livro Branco. Os
documentos em questão propõem diretrizes a médio e longo prazo, de acordo com
as especificidades brasileiras para se alcançar a emergente Sociedade da
Informação.
Há dez anos Takahashi (2000, p. 5) admitia que
a emergência do novo paradigma constitui, para o Brasil,
oportunidade sem precedentes de prestar significativa contribuição
para resgatar a sua dívida social, alavancar o desenvolvimento e
23 manter uma posição de competitividade econômica no cenário
internacional. A inserção favorável nessa nova onda requer,
entretanto, além de base tecnológica e de infra-estrutura
adequadas, um conjunto de condições e de inovações nas estruturas
produtivas e organizacionais, no sistema educacional e nas instâncias
reguladoras, normativas e de governo em geral. O impacto positivo
que a “nova economia” pode gerar para o País depende ainda da
participação do maior número possível de pessoas, organizações e
regiões como usuários ativos das redes avançadas de informação.
Hoje passados 10 anos após este lançamento, constata-se que esse
paradigma é real e comum para a maioria dos brasileiros, desde a classe A ou C.
Muitos nem percebem este fato, mas eles estão presentes nas redes sociais na
internet, conectando-se a internet pelo celular ou acessando suas contas bancárias
em terminais eletrônicos. Houve varias iniciativas por toda a sociedade: o governo
com incremento na verba de pesquisa e desenvolvimento; as empresas privadas que
abarcaram as tecnologias inicialmente pelo status de ser pioneira e moderna
perante o publico e assim obter maior visibilidade, usando-a como forma de
marketing para obter uma maior lucratividade; o cidadão viu-se obrigado a inteirarse das ferramentas informáticas para se manter no mercado de trabalho e exercer
sua cidadania, uma vez que muitas atividades brasileiras passaram a ser
informatizadas, como por exemplo, o sufrágio.
Na ciência, as tecnologias da informação tem terreno fértil e propício,
prova disso é que a internet no Brasil foi impulsionada primeiramente pela
comunidade científica e, logo após, como plataforma de expansão do setor
privado, estando aberta também a serviços de natureza comercial a partir de 1995.
(TAKAHASHI, 2000, p. 5). Um grande campo desta aplicação são os periódicos
eletrônicos, listas de discussões, emails, newsletters que foram paulatinamente
incorporados na atividade científica. Assim contribui para colocar em contato, com
maior facilidade e rapidez, pesquisadores de diversas instituições de pesquisa,
unindo-os através do interesse da pesquisa e não de sua localização geográfica,
possibilitando a já mencionada desfragmentação geográfica. Esse fato possibilitou o
desenvolvimento de pesquisas cooperativas sem necessariamente da presença física
de pesquisadores compartilhada e também facilitou a elaboração de artigos e
trabalhos científicos com autorias coletivas, promovendo uma maior integração
24 nacional e consequentemente ampliando os “colégios invisíveis”, que deixaram de
ser local para ser internacional.
Segundo Sabbatini (2005) a publicação eletrônica é uma oportunidade para
países em desenvolvimento, como o Brasil, de promover o avanço da comunicação
científica, com potencial de melhorar o acesso a literatura mundial, aumentar a
visibilidade de sua contribuição científica. Ainda de acordo com o autor
supracitado as publicações eletrônicas brasileiras destacam-se em relação aos
demais países equivalentes, uma vez que possui alto nível de capacidade técnico e
encontra-se em estado de auto-suficiência relativa.
25 4 PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES
O portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior – CAPES foi uma iniciativa pioneira, no sentido de acessibilidade
nacional de publicações científicas e tecnológicas do mundo. Disponibiliza para
instituições federais e estaduais de ensino superior e unidades privadas com ensino
de excelência em pós-graduação (com programa de doutorado com nota maior ou
igual a cinco), acesso compartilhado a títulos de periódicos, bases de dados de
textos completos, resumos ou referências, além de patentes, estatísticas, normas
técnicas e livros. Constitui-se, portanto como uma grande fonte de pesquisas online
para a comunidade científica, que o acolheu euforicamente (MEIRELLES; MACHADO,
2007). Em 2009 o portal estava vinculado a 308 instituições quatro vezes a mais que
em 2001.
De acordo com a CAPES (2010) a biblioteca virtual tem como missão
promover o fortalecimento dos programas de pós-graduação nacionais através da
democratização de acesso online a informação científica e tecnológica de altonível. A fomentadora da iniciativa desenvolve ações por meio do portal para
atender os objetivos de:
•
Promover o acesso ilimitado do conteúdo do Portal de Periódicos pelos
usuários e o compartilhamento das pesquisas brasileiras no nível nacional e
internacional;
•
Capacitar o público usuário, sejam eles professores, pesquisadores, alunos e
funcionários, na utilização do acervo para suas atividades de ensino,
pesquisa e extensão;
•
Desenvolver e ampliar o conteúdo do Portal pela aquisição de novos títulos,
bases de dados e outros tipos de documentos, visando os interesses da
comunidade acadêmica brasileira;
•
Ampliar o número de instituições usuárias do Portal de Periódicos, segundo
os critérios de excelência acadêmica e de pesquisa definidos pela Capes e
pelo Ministério da Educação. (CAPES, 2010).
26 4.1 ANTECEDENTES DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL
Como mencionado anteriormente o número de publicações científicas
cresceu exponencialmente principalmente no período pós-guerra. A partir das TICs
o número seguiu sua progressão, expandindo-se cada vez mais. O ponto culminou
com
a
impossibilidade
das
grandes
bibliotecas
universitárias
dos
países
desenvolvidos não suportarem mais arcar com os custos para manutenção da
coleção de periódicos. Gastava-se cada vez mais e adquiria cada vez menos títulos.
Isso em bibliotecas de países desenvolvidos. Em países emergentes como o Brasil a
situação era ainda pior, segundo Soares (2004), determinados cursos de pósgraduação permaneceram inviáveis de se realizar por não haver bibliografia sobre o
tema no país, devido à impossibilidade de aquisição nas instituições por conta do
custo financeiro elevado e a falta de recursos para manter.
Um país com extensões continentais como o Brasil possui diferentes níveis
de desenvolvimento regional, uns maiores que outros, e desta forma apenas as
regiões mais desenvolvidas tinham a condição de desenvolver as coleções
dignamente. Outro ponto relevante que deve ser observado é que a comunidade
científica baseava-se amplamente na publicação impressa, apresentando recusa e
desinteresse pelo suporte eletrônico o que gerava a duplicação de recursos para
manter todas as unidades de pesquisa com acesso aos periódicos.
A CAPES como órgão de fomento sempre esteve preocupada com a
qualidade dos acervos de periódicos das universidades, e executou programas de
incentivo à assinatura de revistas científicas no âmbito das bibliotecas
universitárias. Entre os anos de 1987 e 1991, por exemplo, a renovação das
assinaturas de periódicos era realizada pelas instituições federais de ensino com
recursos do Programa de Aquisição Planificada de Periódicos para Bibliotecas
Universitárias - PAP - complementados por parcelas de recursos adicionais. No
entanto, o PAP foi suspenso em 1991 e a partir daí as instituições deveriam se
sustentar, e o modelo permaneceu até 1995 (ODDONE; MEIRELLES, 2006). Com os
próprios recursos a renovação total de suas assinaturas ficou aquém das
expectativas devido à insuficiência de verbas. Na verdade, os recursos despendidos
pelo Governo Federal na renovação das assinaturas de periódicos foram
27 dramaticamente reduzidos ao longo dos anos, impedindo a manutenção de títulos
correntes e a assinatura de títulos novos.
Ainda de acordo com os autores supracitados sem o apoio da CAPES as
universidades não conseguiam manter uma coleção digna de periódicos, então a
entidade tomou a frente e criou o PAAP – Programa de Apoio à Aquisição de
Periódicos, com o objetivo de garantir as assinaturas para as bibliotecas
universitárias como também restabelecer a coleção complementando com os
números faltosos. No entanto, o montante da verba inicial foi reduzindo-se ao
longo dos anos a metade do valor inicial, que mais uma vez mostrou-se ineficiente.
Para tentar reverter este quadro em 1999, diversas instituições paulistas
reuniram-se e articularam o consórcio de periódicos eletrônicos PROBE – Programa
de Biblioteca Eletrônica
considerando que em seu primeiro ano de operação mais de trinta outras
instituições paulistas aderiram ao consórcio, entende-se porque o PROBE
logo se transformou numa bem-sucedida iniciativa de cooperação e
compartilhamento de recursos de informação científica, pelo menos na
região de São Paulo” (ODDONE; MEIRELLES, 2006, p.5).
A partir deste modelo e aproveitando-se em parte da infra-estrutura da
PROBE, surgiu o Portal de Periódicos da CAPES, idealizado para tentar solucionar
pelo menos em parte os seguintes problemas: a democratização da informação
entre todas as regiões, o controle dos custos de manutenção da informação, uma
coleção bibliográfica de todas as áreas do conhecimento, atualizada e equiparada a
dos países desenvolvidos. O Portal de Periódicos foi oficialmente lançado em 11 de
novembro de 2000, na mesma época em que começavam a ser criadas as
bibliotecas virtuais. Com o Portal, a CAPES passou a centralizar e otimizar a
aquisição desse tipo de conteúdo, por meio da negociação direta com editores
internacionais (ODDONE; MEIRELLES, 2006).
A biblioteca virtual do portal possui acervo de cerca de 21.000 títulos com
texto completo, 126 bases referenciais, seis bases dedicadas exclusivamente a
patentes, além de livros, enciclopédias, obras de referência, normas técnicas,
estatísticas e conteúdo audiovisual. A expectativa é de que esse quantitativo venha
a crescer ainda mais devido a compra unificada e diretamente com fornecedores,
no caso as editoras comerciais, há uma possibilidade de barganha por preços
menores e mais conteúdo para ser incluído no portal. Nas figuras seis e sete é
28 possível visualizar a evolução do custo de texto completo e a evolução do custo da
base referencial no período de 2001 a 2008.
6,00
Custo do Texto Completo
4,85
5,00
Valor em U$
4,53
4,00
3,00
1,96
2,00
1,60
1,65
1,25
1,60
1,60
1,00
0,00
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Anos
Figura 6: Evolução do custo de artigos de texto completo no período de 2001 a 2008.
Fonte: Material didático utilizado nos treinamentos do Portal. Disponível em:
http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/documentos/apresentacoes/Treinamento_do_Portal_2009.ppt
2,00
Custo do acesso às bases referenciais
1,87
1,80
1,60
1,40
Valor em U$
1,20
1,00
0,80
0,77
0,60
0,38
0,40
0,39
0,22
0,34
0,20
0,22
0,24
0,00
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Anos
Figura 7: Evolução dos custos da pesquisa dos artigos referenciais no período de 2001 a 2008.
Fonte: Material didático utilizado nos treinamentos do Portal. Disponível em:
http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/documentos/apresentacoes/Treinamento_do_Portal_2009.ppt
29 Com a nova interface do portal implementada em 2010 é permitido através
de uma única busca a pesquisa em várias bases de dados distintas, abrangendo
todas as áreas do conhecimento o que permite ao pesquisador um leque mais
amplo dos resultados e de integração com outras áreas que não seja sua
especialidade, mas que a interdisciplinaridade permite.
Em 2009 foi disponibilizada para as instituições usuárias do portal a base
Journal Citation Reports (JCR), ferramenta que calcula o número de citações
atribuídas pela comunidade acadêmica a artigos e periódicos e atribui o fator de
impacto de uma revista científica. Este acessório é importante uma vez que o
pesquisador pode acompanhar a aceitação de seus trabalhos publicados e como
também de limitar sua pesquisa as obras comprovadas de maior impacto.
4.2 ESTATÍSTICAS DO PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES
Em 2001 a quantidade de acesso ao portal foi 3.078.346 vezes, a maior
média concentrou-se na região sul e sudeste do Brasil e em 2008 o número de
acessos cresceu exponencialmente chegando a superar a marca de 60.000.00
acessos. Mais detalhes estão expostos na Figura 8.
Figura 8: Evolução do uso do portal de periódicos 2001 - 2008
Fonte: Capes: http://novo.periodicos.capes.gov.br/index.php?mn=69&smn=77
Nestes números é interessante notar a posição do estado pernambucano e
seu incremento no acesso a produção científica e tecnológica. De acordo com os
30 dados Geocapes o estado de Pernambuco no ano de 2001 teve um pouco mais de
100.000 acessos nas três maiores unidades de ensino superior a Universidade
Federal de Pernambuco - UFPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
e a Universidade de Pernambuco – UPE. Ao tabular os dados referentes ao ano de
2008 há um crescimento de 100% chegando a superar a marca de milhão de acessos
ao portal e com um número maior de instituições.
No entanto não só Pernambuco que cresceu em acessibilidade ao portal,
em outros estados ocorreu o mesmo e com isso o estado que em 2001 estava na
sexta posição no ranking nacional de consultas ao portal, em 2008 descendeu para
a nona posição, de acordo com a Figura 9.
Figura 9: Gráfico de acesso ao portal de periódicos por estado em milhares de acesso dos estados.
Fonte: http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/#app=831d&da7a-selectedIndex=0&5317selectedIndex=0&c0ef-selectedIndex=0
O número de títulos do portal também acompanhou esse crescimento sua
estimativa inicial era 1.882 títulos no ano de 2001. Atualmente o portal oferece
acesso a textos de 15.475 publicações periódicas, abrangendo todas as áreas do
conhecimento de acordo com a Figura 10.
31 Figura 10: Gráfico de Participação Percentual de Títulos Ativos por Áreas de Conhecimento – 2009
Fonte: http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp
32 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O método para alcance dos objetivos é a análise de citação que busca a
mensuração das referências e citações dos produtos da ciência. A perspectiva do
trabalho é de caráter exploratória e descritiva, com o intuito de verificar se os
periódicos citados estão contemplados no Portal de Periódicos da Capes,
utilizando-se dos produtos do Programa de Pós-graduação de Letras – PPGL da
UFPE, através da análise de citações. A escolha do Programa se deu pela
disponibilidade do material recente (2006 a 2010) em rede através de seu sítio1
teses e dissertações para consulta.
O PPGL-UFPE teve início com cursos de especialização em 1975, no ano
seguinte surgiram os cursos de mestrado nas duas áreas de concentração e os
cursos de doutorado de Linguística e Teoria Literária emergiram em 1990 e 1996,
respectivamente. Na Pós-Graduação em Letras há vários Núcleos e Grupos de
Pesquisa em funcionamento, desenvolvendo trabalhos por meio de seus estudos,
vem tendo impacto nacional. O que comprova sua importância e destaque nas
pesquisas nas áreas de linguística e teoria literária.
No período de 2006 a 2010 foram encontrados 145 teses e dissertações das
duas áreas de concentração do programa acadêmico: linguística e teoria da
literatura. Este número poderia ser ainda maior, porém 15 trabalhos não estavam
disponíveis ou inativos e foram desconsiderados pela pesquisa.
As etapas da pesquisa foram:
•
Apuração das referências de cada trabalho, nesta fase foi pertinente a
distinção de acordo por área de cobertura linguística ou teoria literária
•
Dispondo de todos os artigos de periódicos foi realizada uma extensiva
busca no portal da Capes e elaborada uma planilha com todas as
revistas citadas e se estas estariam disponíveis no portal da Capes, em
caso positivo foi observado se apresentava o texto completo ou apenas
o resumo.
•
Foi realizada a busca dos títulos na base do Scielo (Scientific Electronic
Library Online) que também é uma importante ferramenta de pesquisa
e totalmente gratuita. Para as outras análises de interdisciplinaridade,
1
Disponível em: http://www.ufpe.br/pgletras/ 33 publicações locais e internacionais, foi necessário busca do editorial
das revistas, para assim dispor do país de origem, área de cobertura e
temática.
34 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para a análise dos dados obtidos a priori permanecerá a distinção das áreas
de concentração de linguística ou teoria literária bem como a distinção entre teses
e dissertações.
De imediato é possível estabelecer peculiaridades. No campo da lingüística,
observou-se um maior número de referências nos trabalhos analisados e
consequentemente no número de artigos.
No conjunto total das referências, constatou-se uma diversidade de
suportes: livros, filmes, artigos de periódicos e jornais, CDs, anais de congressos,
conferências, entre outros. Essa característica de diversidade é visível em todas as
análises tanto das dissertações e teses como também da área de linguística ou
teoria literária. No entanto, o suporte mais frequente em grande parte dos
trabalhos é o livro.
Outro tópico importante para sinalização é a presença significativa de
periódicos de divulgação e/ou de outra natureza, que não se configura como objeto
da pesquisa, mas que está incluído na análise dos dados obtidos.
6.1 RANKING DAS CITAÇÕES
As dissertações de Lingüística analisadas foram 52 trabalhos com 3897
referências, e com uma média 74 referências por trabalho. Deste total, foram
encontradas 372 referências de artigos de periódicos (9,44%) distribuídos em 200
títulos diferentes. O Gráfico 11 apresenta a ocorrência da distribuição do uso de
periódicos pelas dissertações da área de Linguística.
35 Total: 200 Gráfico 1: Gráfico de ocorrência e dispersão dos periódicos encontrados nas dissertações
de Linguística.
Para complementar a análise, apresenta-se o Quadro 1 que mostra o
ranking de uso dos periódicos pelas dissertações de Lingüística.
Quadro 1: Periódicos Citados X Dissertações de Linguística
Título do Periódico
Ocorrência
Delta – Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada
20 citações
Journal of Pragmatics
Cadernos de Estudos Linguísticos
Revista Linguagem em (Dis)Curso
Veredas – Revista de Estudos Linguísticos
Revista Investigações: Linguística e Teoria Literária
Educação & Sociedade
Revista Veja
10 citações
9 citações
8 citações
7 citações
As dissertações de Teoria Literária analisadas apresentam um número
menor em relação às de Lingüística, com o total de 37 trabalhos. Foram
encontradas 3308 referências, com média de 89 por dissertação, as citações a
artigos de periódicos totalizaram 139 (4,21%) distribuídas em 82 títulos de
periódicos distintos. O Gráfico 13 apresenta a distribuição das citações das
dissertações de Teoria Literária.
36 Total: 81 Gráfico 2: Gráfico de frequência e dispersão dos periódicos encontrados nas dissertações
de Teoria Literária.
O ranking desta seção apresenta uma particularidade: o periódico mais
citado tem oito indicações enquanto que o sexto mais citado tem apenas uma
indicação, que embora não seja exposto no próximo quadro pode-se deduzir. Como
pode ser verificado no Quadro 2 de uso dos periódicos pelas dissertações de Teoria
da Literatura.
Quadro 2: Periódicos Citados X Dissertações de Teoria da Literatura
Título do Periódico
Revista Investigações: Linguística e Teoria Literária
Ocorrência
8 citações
Remate de Males
Revista Brasileira de Literatura Comparada
5 citações
Teresa: Revista de Literatura Brasileira
Cadernos de Literatura Brasileira
Novos Estudos CEBRAP
O Cruzeiro
Revista de Letras
4 citações
Revista Dionysos
Revista USP
Cadernos de Teatro
Palavras – Revista do Depto de Letras da PUC-Rio
3 citações
Revista da Academia Pernambucana de Letras
Cadernos de Tradução
Cerrados
2 citações
37 Colóquio / Letras
Cult
Delta – Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada
Estudos Socine de Cinema
Jornal Rascunho
Monographic Reviwe
Revista Civilização Brasileira
Revista de Cultura Vozes
Revista de Teatro
Revista Estudantes
Revista Hispania
Revista Isto é
Revista Letras de Hoje
Revista Tempo Brasileiro
As teses registram números maiores de indicações de citações em relação
às dissertações nas duas áreas de concentração. Na área de Linguística foram
analisados 25 trabalhos e um total de 3254 referências, com média de 130 por
trabalho. O número total de citações de artigos encontrados foi de 361 (11,1%)
distribuídas em 156 títulos de periódicos. O Gráfico 15 ilustra a ocorrência das
citações de artigos de periódicos nas teses de Linguística.
Total: 156 Gráfico 3: Gráfico de frequência e dispersão dos periódicos encontrados nas teses de Linguística.
38 No ranking das teses de Linguística visualizam-se duas revistas entre as
mais citadas que não são científicas, como mostra o Quadro 3.
Quadro 3: Periódicos Citados X Teses de Linguística
Título do Periódico
Ocorrência
Revista Investigações: Linguística e Teoria Literária
22 citações
Delta – Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada
21 citações
Revista Veja
15 citações
Journal of Pragmatics
14 citações
Revista Época
12 citações
As teses de Teoria da Literatura tiveram um número elevado de referências
6175 divididas em 34 trabalhos, com média equivalente a 181 referências por tese.
Foram identificados 152 títulos de periódicos diferentes e as citações perfazem o
número de 244 (3,96%). O Gráfico 17 demonstra a distribuição das citações nas
teses de Teoria Literária.
Total: 152 Gráfico 4: Gráfico de frequência e dispersão dos periódicos das teses de Teoria Literária.
Complementando a análise, traz-se o Quadro 4 que mostra a ocorrência dos
cinco títulos de periódicos mais citados nas teses de Teoria da Literatura.
39 Quadro 4: Periódicos Citados X Teses de Teoria Literária
Título do Periódico
Ocorrência
Colóquio / Letras
11 citações
Cult
10 citações
Revista Dionysos
7 citações
American Literature: a Journal of Literacy History, Criticism and
Bibliography
6 citações
Folhetim – Revista do Teatro do Pequeno Gesto
Gragoatá – Revista do Instituto de Letras da UFF
Ilha do Desterro: Revista de Língua Inglesa, Literatura e Estudos
Culturais
Moara – Revista dos Cursos de Pós-Graduação de Letras UFPA
4 citações
O Cruzeiro
Presença
Revista Continente Multicultural
Revue de Littérature Comparé
Analisando as duas áreas de concentração sem delimitação do tipo de
trabalho, percebe-se que os trabalhos de Linguística apresentam uma dispersão
elevada em relação aos de Teoria Literária. Tal afirmação se visualiza com a
incidência de uma citação de título de periódico diante do número total de
citações. No Gráfico 5 é possível observar a situação descrita, e o Quadro 5
complementa a análise com a indicação dos títulos mais recorrentes.
Periódicos
Total: 298
Gráfico 5: Gráfico de dispersão dos periódicos de Linguística.
40 Quadro 5: Periódicos Citados X Dissertações e Teses de Linguística
Título do Periódico
Ocorrência
Delta – Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada
41 citações
Revista Investigações: Linguística e Teoria Literária
30 citações
Journal of Pragmatics
24 citações
Revista Veja
22 citações
Veredas – Revista de Estudos Linguísticos
19 citações
Os trabalhos da área de Teoria da Literatura apresentam no total 212
títulos de periódicos citados, o Gráfico 6 expõe a distribuição das citações. O
Quadro 6 lista o ranking dos cinco títulos mais recorrentes nos trabalhos de Teoria
da Literatura.
Total: 212
Gráfico 6: Gráfico de dispersão dos periódicos de Teoria Literária.
No ranking das cinco mais citadas, as ocorrências das revistas são muito
próximas, isto é, a diferença de referências ao periódico mais citado com o de
menor índice é pequena.
41 Quadro 6: Periódicos Citados X Dissertações e Teses de Teoria Literária
Título do Periódico
Ocorrência
Colóquio / Letras
13 citações
Cult
12 citações
Revista Dionysos
11 citações
Revista Investigações: Linguística e Teoria Literária
8 citações
Revista Brasileira de Literatura Comparada
Revista Continente Multicultural
7 citações
Revista de Letras
6.2 RANKING DA PRESENÇA DOS PERIÓDICOS CITADOS NO PORTAL
As dissertações de Linguística apresentaram um escopo total de 200 títulos
de periódicos, com 64 destes disponíveis no Portal, o equivalente a 32% dos títulos.
As teses de Linguística contemplaram um número reduzido de citações a
periódicos, mais precisamente 157 títulos do total. Do computo total, 65 periódicos
estão disponíveis no Portal (41,4%).
Considerando todos os trabalhos de Linguística 298 títulos de periódicos
foram citados e 100 estão dispostos no portal (33,56%). Em anexo visualiza o
Quadro 8 apresenta os títulos que estão dispostos no portal e sua devida ocorrência
nas teses e dissertações de Linguística.
As dissertações de teoria literária apresentaram um total de 82 periódicos
diferentes, e destes estão disponíveis para consulta no Portal da CAPES 23,17% ou
mais precisamente 19 títulos. As teses de teoria literária citaram 152 títulos de
periódicos, 21 ou 13,8% estão acessíveis através do Portal.
Considerando todos os trabalhos de teoria literária somaram-se 212 títulos
de periódicos citados , dentre estes 18,39% ou 39 títulos são acessíveis através do
Portal da CAPES. O Quadro 7 apresenta os títulos que estão dispostos no portal e
sua devida ocorrência nas teses e dissertações de Teoria da Literatura.
42 Quadro 7: Periódicos Citados em Teoria da Literatura X Presença no Portal de Periódicos da CAPES
Título do Periódico
Ocorrência
nas
Dissertações
America Literature: Journal of Literacy, History,
Criticism and Bibliography
Cadernos de Pesquisa
Cadernos de Tradução
Cerrados
Contemporary Literature
Critical Inquiry
E-Compós
Educação em Revista
Em questão
Estudos Históricos
Estudos Semióticos
Hispania
História, Ciência, Saúde - Manguinhos
International Journal of Sexuality and Gender Studies
Letras de Hoje
Mosaic: a Journal for the Interdisciplinary Study of Literature
New England Quarterly
Novos Estudos CEBRAP
Perspectives of New Music
Poetics
Psicologia: Ciência e Profissão
Psicologia: Reflexão e Crítica
Representations
Rethinking History
Revista ao Pé da Letra
Revista Brasileira de Educação
Revista da ANPOLL
Revista de Letras
Revista Eletrônica de Musicologia
Revista Escrita
Revista Signos
Revista USP
Saeculum – Revista de História
Signs
Terra roxa e outras terras — Revista de Estudos Literários
The South Atlantic Quarterly
Veredas – Revista de Estudos Linguísticos
World Literature Today
Ocorrência
nas Teses
Total
6
6
2
2
1
2
2
1
1
1
1
1
2
4
1
1
2
1
1
4
1
1
1
2
1
1
1
1
1
7
1
1
2
4
1
1
1
1
1
1
1
2
2
1
1
1
1
1
2
1
1
2
1
1
2
1
1
4
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
4
1
3
1
3
1
2
1
1
1
1
1
1
É interessante comparar as revistas dispostas nas bases do Portal da Capes
e do Scielo2. A base Scielo disponibiliza pela internet coleções de periódicos em
2
O Scielo é uma biblioteca virtual que dispõe de selecionada coleção de periódicos científicos nacionais. Tem como objetivo desenvolver uma metodologia comum para preparar, armazenar, disseminar e avaliar a produção científica em formato eletrônico, (Scielo Brasil, 2010). 43 diversas áreas do conhecimento sem que seja necessário vinculo institucional ou
alguma forma de pagamento. Atualmente o Scielo goza de elevado padrão de
qualidade e prestígio perante a comunidade científica.
Voltando para os dados da pesquisa observou-se que a grande maioria dos
trabalhos de Linguística disponíveis no Scielo também está presente no Portal da
Capes, com dois títulos não participando do total. Dos 298 títulos citados nos
trabalhos de Linguística, 28 estão disponíveis na biblioteca do Scielo ou 9,39 %. Os
trabalhos de Teoria Literária apresentaram 212 citações a periódicos, e destes
apenas 3,77% estão presentes na biblioteca virtual do Scielo, ou mais precisamente
oito títulos.
Outro
enfoque
verificado
a
partir
dos
dados
obtidos
é
a
interdisciplinaridade, compreendendo-a como premissa fundamental para o ensino
e a pesquisa. Leis (2005, p. 9) a define como um “ponto de cruzamento entre
atividades (disciplinares e interdisciplinares) com lógicas diferentes”. E é
importante na medida em que delineia a interação com áreas afins e correlatas;
assim a partir das revistas citadas constatou-se que a área de concentração de
Linguística apresenta 298 títulos no total e 168 títulos do conjunto são de áreas
afins. No entanto quatro títulos do montante não foram encontrados na forma
impressa ou digital para averiguar a área de cobertura e/ou editorial, e, portanto
foram exclusas desta análise. Estatisticamente considerou-se 294 títulos, e a
distribuição final é: 57,15% de outras áreas e 42,85% são genuinamente da área de
Letras.
Quanto à Teoria Literária foram citados 212 títulos distintos, mas também
não foi possível identificar em nove títulos a linha editorial e/ou área temática.
Assim foram considerados 203 títulos, sendo 88 títulos de outras áreas.
Estatisticamente tem-se: 43,34% são de áreas que dialogam com a área de Letras, e
56,66% pertencem à área.
44 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do estudo percebeu-se que a área de concentração de Linguística
tendenciosamente cita mais artigos de periódicos que Teoria Literária, fato que
pode ser justificado em virtude da Linguística ser de cunho mais teórico enquanto
que teoria literária está intimamente mais ligada às artes.
O Portal da CAPES é uma biblioteca imensa abrangendo diversas áreas, a de
humanidades, é a segunda área de conhecimento que mais contém títulos do
Portal. Especificamente para o Programa de Pós-graduação em Letras da UFPE, dos
periódicos citados o número contemplado no Portal é um valor relativamente
pequeno. Quando se delimitou os trabalhos por área temática, foi observado que
Linguística obtém percentual maior de títulos de periódicos citados que estão
disponíveis no portal. Dessa forma, afirma-se que os títulos de periódicos citados
nos documentos de Linguística apresentaram o maior nível de disponibilidade no
portal. Quanto à teoria literária as teses tiveram o menor número de títulos de
periódicos citados no portal, representando 13,8% dos títulos, enquanto que as
dissertações apresentaram padrão mais elevado dos títulos citados e dispostos no
portal, mais precisamente 23,71%.
Com a ressalva de que diversos títulos citados não são genuinamente
técnicos ou científicos, alguns fazem parte da análise e registra-se a grande
ocorrência. Isso demonstra que para textos não consagradamente científicos em
que os mestrandos e doutorandos recorrem para realizar suas pesquisas, eles
buscam em um universo muito amplo que vai mais além dos limites metodológicos,
como pode ser observados no ranking dos títulos de periódicos citados pelas teses
tanto de linguística como teoria literária, já que periódicos de divulgação e de
temática artística ou cultural foram bastante citados.
Portanto, para dar suporte a comunidade do PPGL-UFPE, é necessária a
manutenção de uma coleção mais ampla de periódicos abarcando outros títulos de
caráter técnico-científico, assim como revistas de cunho cultural ou artístico e de
divulgação já que o Portal da Capes não se predispõe de fornecer o acesso a esse
tipo de material, além de uma vasta bibliografia porque o livro é o suporte mais
citado. Com sugestão da manutenção de uma própria biblioteca do PPGL-UFPE ou a
biblioteca do Campus.
45 Foi verificado o fenômeno conhecido como proximidade paradigmática que é
entendido como a “influência que os pesquisadores recebem, ao longo de sua
formação acadêmica, e que os leva a incorporar teorias, paradigmas e tendências
de pesquisa, ocasionando no uso da mesma base teórica e dos trabalhos dos
mesmos autores” (PINHEIRO; SILVA, 2008, p. 47). Ou seja, comumente os trabalhos
de determinada comunidade científica citam indivíduos próximos, explicando o
destaque sempre presente do periódico Investigações que se trata de uma
publicação do PPGL da UFPE e que não está disponível no Portal da Capes.
A análise comparada de todos os rankings comprova que as revistas mais
citadas são editadas por instituições genuinamente brasileiras; dos 43 periódicos
mais citados (expostas nos rankings anteriores) apenas seis títulos são originais de
outro país.
A partir da análise dos títulos de periódicos que se encontram disponíveis no
Portal da Capes, verificou-se que nas duas áreas de concentração, os textos estão
disponíveis praticamente integralmente, em sua totalidade. Da área de Linguística
94% dos títulos citados estão disponíveis no Portal com textos completos. Por sua
vez, a área de Teoria da Literatura apresenta um percentual semelhante de textos
completos o equivalente a 94,87% de textos completos.
É interessante analisar que a interdisciplinaridade está fortemente presente
nos trabalhos das duas áreas de concentração. Linguística mostrou-se mais
conectado com outras áreas que Teoria da Literatura, pois mais da metade dos
títulos de periódicos citados pelos trabalhos de Linguística são de outras áreas, ou
mais precisamente 57,15%. E Teoria da Literatura por sua vez, em sua maioria
apresenta mais citações a títulos de periódicos específicos da área, enquanto que
43,34% dos títulos citados são de outras áreas.
Por fim espera-se que este estudo seja apenas o primeiro de muitos entre as
diversas áreas do conhecimento já que existem diversos estudos de cunho
sociológico e comportamental do pesquisador e poucos buscaram diretamente nos
produtos diretos da ciência. E não se restrinja apenas ao portal da capes, mas na
word wild web também.
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50 ANEXO
51 Anexo 1: Quadro 7 Periódicos Citados em Linguística X Presença no Portal de
Periódicos da CAPES
Título do Periódico
Ocorrência nas
Dissertações
Ocorrência nas
Teses
1
Total
Administrative Science Quarterly
2
2
Aletheia: Revista de História Antiga e Medieval
1
1
3
4
2
2
Accounting, Organizations and Society
American Anthropologist
1
American Educational Research Journal
1
Análise Psicológica
1
1
Annual Review of Anthropology
2
2
Annual Review of Psychology
1
1
5
11
Applied Linguistics
6
Arquivos Brasileiros de Psicologia
2
2
Avaliação: Revista da Avaliação da Educação
Superior
Caderno Catarinense de Ensino de Física
1
1
Cadernos de Pesquisa
1
1
4
2
6
Cadernos do CEDES
1
3
4
Cadernos Pagu
2
Calidoscópio
2
2
2
1
2
Ciência da Informação
1
Ciência e Cultura
1
1
Cognition And Instruction
1
1
College English
1
1
Contemporary Educational Psychology
1
1
Contexto
1
Curriculum Inquiry
1
1
1
Discourse & Society
2
2
4
Discourse Studies
1
1
2
E-Compós
1
1
Educacao & Sociedade
8
8
Educação e Pesquisa
1
1
Educar
Electronic Journal of Science Education
1
1
1
1
ELT Journal
1
1
English for Specific Purposes
2
2
Ensaio
1
1
2
Estudos Linguísticos
2
1
3
ETD - Educação Temática Digital
1
1
2
European Journal of Physics
1
1
2
Geousp
1
Human Relations
1
2
2
52 Ibérica
1
1
Instructional Science
1
1
Interface - Comum. Saúde, Educação
1
1
International Journal of American Linguistics
4
4
International Journal of English Studies
1
1
International Journal of Science Education
1
1
1
2
Investigações em Ensino de Ciências
1
Journal of Business and Technical
Communication
Journal of Distance Education
1
Journal of French Language Studies
1
Journal of Linguistics
1
2
3
Journal of Pragmatics
10
14
24
5
5
1
1
Journal of Research in Science Teaching
Journal of the American Society for
Information
Science
Language
6
Language Learning
1
1
1
Language Sciences
1
1
5
11
1
1
1
Language Variation and Change
2
2
Letras
1
2
3
Letras de Hoje
6
5
11
Linguagem & Ensino
3
4
7
Nature
1
1
Organization Studies
7
7
Organizational Dynamics
1
1
Perspectiva: Revista do Centro de Ciências da Educação
6
6
Pró-posições
2
2
Psicología Escolar e Educacional: Revista
Semestral da ABRAPEE
Psicologia, Teoria e Pesquisa
1
1
1
1
Psychological Review
Psychonomic Bulletin & Review
1
1
1
1
RAC - Revista de Administração Contemporânea
3
3
RAE - Revista de Administração de Empresas
5
5
RAP - Revista de Administração Pública
1
1
Research on Language and Social Interaction
1
1
2
ReVEL - Revista Virtual de Estudos da
Linguagem
Revista ao Pé da Letra
1
2
3
1
1
Revista Brasileira de Ciências Sociais
2
2
Revista Brasileira de Educação
1
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos
Revista Brasileira de História
1
1
2
2
2
3
4
53 Revista Conceitos - ADUFPB
1
Revista da ANPOLL
1
Revista de Saúde Pública
1
1
1
2
1
Revista de Sociologia e Política
1
1
Revista Gestão Industrial
1
1
1
4
1
1
2
3
Science
1
1
Science Education
4
4
2
4
1
1
Revista Letra Magna
3
Revista Philologus
Revista Signos
Semen
1
2
Sitientibus
Social Science & Medicine
1
1
Tempo
1
1
The Gerontologist
1
1
The Journal of American History
1
1
The Reading Teacher
2
1
3
Trabalhos em Linguistica Aplicada
5
5
10
Veredas – Revista de Estudos Linguísticos
9
10
19
1
1
Verso & Reverso
Visual communication
World Englishes
1
1
1
1
54 
Download

estudo de uso de periódicos científicos em teses e