ISBN 978-85-8015-053-7
Cadernos PDE
VOLUME I I
Versão Online
2009
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
JANETE APARECIDA GILICZYNSKI PEREIRA
Ms. Cristiane Malinoski Pianaro Angelo
(Orientadora)
(UNICENTRO – Unidade Universitária de Irati)
A LEITURA DO GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
IRATI/ PR
2010
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PDE 2009
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
1. PROFESSORA PDE: JANETE APARECIDA GILICZYNSKI PEREIRA
2. ÁREA: LÍNGUA PORTUGUESA
3. MUNICÍPIO: IRATI
4. NRE: IRATI
5. ORIENTADORA: MS. CRISTIANE MALINOSKI PIANARO ANGELO
6. INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR:
UNIVERSIDADE DO CENTRO-OESTE/ UNICENTRO - Unidade de Irati
7. TEMA: GÊNERO DISCURSIVO E A PRÁTICA DA LEITURA
8. TÍTULO: A LEITURA DO GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
2
UNIDADE DIDÁTICA
A LEITURA DO GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
JANETE APARECIDA GILICZYNSKI PEREIRA
APRESENTAÇÃO
A
linguagem como um meio de interação social possibilita a ação
humana, pela qual o homem se organiza e dá forma às suas
experiências, exigindo, assim, dessa ação entre sujeitos, possíveis reações/
comportamentos. É um processo inerente à vida das pessoas; pelo qual se
constrói o conhecimento, interage-se com o mundo.
Uma série de atividades de linguagem é mobilizada durante as práticas
sociais, exigindo do indivíduo, diferentes modos de se expressar que se adequam
às diferentes situações comunicativas. São, pois, os enunciados manifestados
pelos discursos e materializados nos textos.
Há inúmeros e variados os textos em suas funções específicas que
circulam diariamente nas diferentes esferas sociais, veiculadas nos meios de
comunicação. “São tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais são
denominados de gêneros do discurso, [...] que configuram nos enunciados as
condições específicas e as finalidades de certo campo não só por seu conteúdo
(temático) e pelo estilo da linguagem [...], mas por sua construção composicional”.
(BAKHTIN, 2003, p. 261, 262)
Assumindo
a
concepção
sócio-interacionista
da
linguagem,
nos
encaminhamentos metodológicos do trabalho com a língua, propõe-se tomar o
3
texto/ enunciado como um exemplar de gênero do discurso, instrumento pelo qual
se faz o intermédio e integração entre as práticas sociais e as atividades de
linguagem. É função dos Professores de Língua Portuguesa, conforme postulam
as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, proporcionar o contato dos alunos
com a variedade de textos, por meio de uma dinâmica que explore o gênero para
além de sua forma, considerando-o em sua essência enunciativa, visando
“aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles
possam compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir
com esses discursos” (PARANÁ, 2008, p. 50).
Enquanto ação pedagógica a partir dos gêneros discursivos, a leitura é
tomada como “um ato dialógico, interlocutivo, cujo leitor tem um papel ativo como
co-produtor de sentidos”. (op cit. p. 71). Para tanto, o leitor precisa munir-se de
informações explícitas e implícitas no texto, somadas aos conhecimentos de
mundo pré-existentes para a produção de sentido ao texto-enunciado. Ao
compreender o sentido do discurso, o ouvinte posiciona-se em relação ao dito,
concordando ou discordando, completando ou não, numa “atitude responsiva
ativa”. O enunciado se constrói levando em conta as atitudes responsivas, em prol
das quais ele, em essência, é criado. “[..] toda compreensão é prenhe de resposta
e, de uma forma ou de outra, forçosamente a produz: o ouvinte torna-se o
locutor.” (BAKHTIN, 1992, p. 290) ocorrendo a alternância de papéis durante a
ação interativa. Numa analogia, pode-se dizer que a atitude responsiva
corresponde aos dois lados de uma moeda.
É sob esta perspectiva teórico-prática que se traz à tona, nesta Unidade
Didática, reflexões sobre a prática da leitura em sala de aula numa perspectiva
dialógica, considerando o gênero como um evento discursivo, cujos sentidos são
produzidos mediante a compreensão de informações a partir das dimensões
social e verbal. Apresenta-se uma proposta que possa desenvolver uma atitude
crítica no leitor capaz de levá-lo a posicionar-se frente ao que lê, a fim de
“promover um tipo de leitor que não se adapte ou se ajuste inocentemente à
realidade que está aí, mas que, pelas práticas da leitura, participe da
transformação social” (SILVA, 1999, p.47). A leitura, pois, é um veículo que
possibilita obter conhecimento de mundo posicionar-se diante dele.
4
Por sua natureza social, é infinita a diversidade dos gêneros do discurso,
dadas as mais complexas possibilidades de ações humanas. Diante disso, optouse pelo trabalho da leitura com o Gênero Divulgação Científica, como uma
oportunidade de aliar essa prática discursiva às diferentes ciências, suscitando a
compreensão que extrapola as marcas textuais, somando-se à possibilidade de
articular os saberes científicos à vida cotidiana, estabelecendo um elo de
informações entre o universo científico e o não-científico; no intuito de melhor
compreender as mudanças que vêm ocorrendo com o próprio ser humano e com
o ambiente que o circunda.
Para essa proposta de leitura, buscaram-se Textos de Divulgação
Científica veiculados nas Revistas Ciência Hoje e, em especial, a Ciência Hoje
das Crianças (publicadas pelo Instituto Ciência Hoje – organização da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC). A escolha deve-se à sua
dinamicidade e naturalidade na apresentação dos fatos científicos, bem como na
relação interativa que mantém com o leitor, o que estimula a investigação e
reflexão e a apropriação dos conceitos científicos, seja pelas escolhas temáticas,
seja pela utilização de recursos diversificados e atrativos ao seu público.
5
LEITURA E CIDADANIA
Por que as lâmpadas fluorescentes são mais econômicas?
Comer pão com bolor faz mal à saúde?
Por que os alimentos mofam?
Como funciona o filtro solar?
(Fontes: Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças. Edições 2008, 2009 e 2010)
Em nosso cotidiano, caracterizado pela circulação de um grande volume de
informações, somos instigados à leitura e à reflexão de fatos relevantes sobre
diferentes Ciências e que suscitam questões referentes ao meio ambiente,
astronomia, medicina, história, enfim, são inúmeros conceitos disponibilizados
pelos diferentes meios de comunicação (impresso, on line televisivo...) divulgando
informações de interesse do público. Estão nas enciclopédias, nos livros
didáticos, nos jornais, nas revistas, na internet, em programas de televisão (...) as
diversas possibilidades de se conhecer os avanços e descobertas das ciências e
entender que o conhecimento dos fatos científicos contribui, direta ou
indiretamente, na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
O que se enfatiza, hoje, nessa sociedade imersa nas informações é a
formação de um cidadão que, além do acesso às informações, seja capaz de lêlas, analisá-las de forma mais profunda, inter-relacionando aos conhecimentos já
adquiridos e ampliando seu repertório cognitivo e sua competência comunicativa.
A leitura, sob essa ótica, é um instrumento que proporciona o
conhecimento de mundo e, ao mesmo tempo, possibilita ao leitor posicionar-se
diante dele, com subsídios que lhe permita ter condições de questionar os fatos
de sua realidade, confrontar opiniões, apontar caminhos viáveis para melhoria da
vida em sociedade, garantindo, assim, o exercício, de fato e de direito, de sua
cidadania.
Questões similares às apresentadas anteriormente são comuns no
cotidiano das pessoas e isso revela a constante busca por respostas que
atendam às suas necessidades em prol de uma vida melhor, tendo no caminho
das ciências, o viés para sanar muitos questionamentos, motivo pelo qual se
evidenciou, nos últimos tempos, a propagação da divulgação científica visando
6
atender ao público, de forma quantitativa e qualitativamente mais significativa,
fazendo uso dos recursos tecnológicos disponíveis.
A sala de aula é um dos ambientes favoráveis à divulgação das diferentes
ciências, por isso, a leitura de Textos de Divulgação Científica nas aulas de
Língua Portuguesa poderá ser uma possibilidade de promover, numa ação
interdisciplinar, a apropriação dos conhecimentos da produção científica e a
ampliação da capacidade linguístico-discursiva dos alunos a partir do contato e
compreensão de mais um gênero de circulação social.
O TEXTO CIENTÍFICO E TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA:
GÊNEROS DISCURSIVOS DA ESFERA CIENTÍFICA
Os gêneros discursivos estão vinculados à atividade humana, a uma
situação social de interação dentro de uma esfera social, com finalidade
discursiva específica para atender às necessidades de comunicação. Conforme
Bakhtin (1992), cada esfera social, dadas suas funções (científica, técnica,
jornalística, cotidiana, jurídica...) e as condições de comunicação discursiva
específicas de cada campo, gera determinados tipos de enunciados estilísticos,
temáticos e composicionais relativamente estáveis, que se constituíram,
historicamente como (regularidades) comuns nas situações de interação verbal,
reconhecidas por seus usuários.
Inseridos na esfera científica, tanto o gênero científico quanto o gênero de
divulgação científica pertencem à ordem do “expor” e têm por função difundir o
conhecimento científico sistematizado, produzido culturalmente, relacionado a
diferentes ciências: Química, Biologia, História, Arte, dentre outras.
Embora façam parte da mesma esfera social, esses gêneros apresentam
suas especificidades e, nesta Unidade Didática, considerando a proposta de
reflexão sobre a leitura dos textos de Divulgação Científica, convém estabelecer
as relações com o texto científico que lhe serve de fonte de informações.
7
Professor(a)!
Propicie aos alunos a leitura de diferentes textos científicos e de divulgação
científica na intenção de reconhecê-los e compreender suas especificidades.
Como sugestão, para o primeiro gênero, busque exemplos em revistas
especializadas (área médica, odontológica, nutrição, informática...) ou sites
específicos (como o site www.scielo.org, da Biblioteca Científica Eletrônica em
Linha, por exemplo) e para o segundo recorra à revista Ciência Hoje das
Crianças, a fim de apresentar as distinções existentes entre eles.
O TEXTO CIENTÍFICO
O texto científico está em função do conhecimento historicamente
construído pela humanidade. Funda-se em princípios universais que os garante
certa permanência e universalidade, pois o conhecimento baseia-se em um
estatuto de verdade advindo de métodos objetivos para sua produção. Sua função
é disseminar o conhecimento, transmitir informações científicas, difundir
resultados de pesquisas dos especialistas aos seus pares - às comunidades
específicas. Para tanto, faz-se uso de gêneros discursivos como papers, artigos
científicos, monografias, enciclopédias, resenhas, dentre outros, publicados em
revistas especializadas.
Neste gênero textual, destaca-se a linguagem que está a serviço do
conhecimento, por isso, seu estilo é formal e unívoco (com única interpretação),
evitando qualquer indício de ambiguidade, prima pela objetividade, concisão e
formalidade, impessoalidade, com uso de terminologia técnica e específica da
área de pesquisa. Outra característica perceptível é a utilização de argumentos de
autoridade no intuito de validar as informações, o que justifica o uso de citações
em diversos textos dessa natureza.
Apresenta-se com uma estrutura formal rígida, característica própria do
texto científico e, em muitos deles, como em monografia, em artigo científico, é
perceptível a distinção de três partes, conforme orientam Nantes e Gregório (s/d):
•
A primeira traz a descrição dos materiais usados na pesquisa;
•
A segunda aponta os objetivos e procedimentos utilizados;
•
Por fim, apresentam-se os resultados obtidos.
8
O TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
O texto de divulgação científica (doravante TDC) é formado a partir da
junção de dois discursos: o científico que, como já abordado, visa transmitir
informações científicas ou difundir resultados de pesquisas dos especialistas aos
seus pares e o jornalístico que prima pela notícia em si e atende a um público
diverso, necessitando, portanto, de uma linguagem clara, objetiva, concisa,
convergindo para a impessoalidade.
O TDC apresenta-se como prática de reformulação do discurso fonte
(científico) em um discurso segundo (divulgação). É entendido como uma
recriação do conhecimento científico no intuito de comunicar ao público distante
das ciências, em linguagem acessível, os fatos e princípios da ciência, dentro de
uma filosofia que permita aproveitar o fato jornalisticamente relevante como
motivação para explicar os princípios científicos, os métodos de ação dos
cientistas e a evolução das ideias científicas, conforme define Reis (1964),
divulgar cientificamente é:
[...] comunicar ao público, em linguagem acessível os fatos
e princípios da ciência, dentro de uma filosofia que permita
aproveitar o fato jornalisticamente relevante com motivação
para explicitar os princípios científicos, os métodos de ação
dos cientistas e a evolução das idéias científicas. (REIS,
353)
Visando atender a um público mais amplo, a divulgação científica pode ser
veiculada em jornais e revistas (on-line e impressos) que procuram apresentar
temas atrativos, curiosos sobre diferentes ciências, tanto com relação ao meio
ambiente, como ciências humanas, exatas, enfim, questões da atualidade. Dentre
as publicações brasileiras de cunho de divulgação científica destacam-se as
revistas Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças, Superinteressante, Galileu,
entre outras.
VOCÊ SABE A ORIGEM DO TERMO “DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA”?
Leia o texto abaixo e fique por dentro dessa informação:
9
Por várias ordens de razão – mudanças sócio-históricas, interesse na qualificação dos
trabalhadores, mudanças na dinâmica política e nas classes dominantes – a ciência foi um dos
bens culturais – assim como as artes e ofícios – que entraram na disputa social como bens
cobiçados a partir do final da Idade Média. A própria idéia de di-vulgação, isto é, de darão vulgo (à
plebe, aos pobres, aos trabalhadores, aos que falam a língua vulgar – o povo) os bens do
conhecimento, nasce desse movimento de acesso sucessivo das massas aos bens culturais
valorizados, patronizada pelos intelectuais da Revolução Francesa – os iluministas que devem
levar as luzes (da ciência) ao século XVIII. Os textos e discursos de divulgação científica e
didáticos surgem justamente dessa vontade política: dar ao vulgo os bens culturais da ciência e do
conhecimento.
Esses bens culturais foram disputados pelos homens livres, pelos padres da Igreja, pela burguesia
e pelos trabalhadores. Ao final da chamada Idade Moderna, tínhamos em boa parte do Ocidente,
uma situação em que todas as classes têm acesso à escolarização – inclusive como mecanismo
de disciplina(riza)ção dos bárbaros que passa a ser obrigatória e universal [...] desde sempre as
compilações de textos didáticos acompanharam o ensino da Filosofia, da História, das sete Artes
Liberais; além disso, a vontade de divulgar os achados da ciência fora da escola, ao povo ou ao
“homem do mundo”[...] A ação de maior impacto foi, justamente, a organização da Enciclopédia,
por Diderot e d’Alembert [...]
ROJO, Roxane. O Letramento Escolar e os Textos de Divulgação Científica: a apropriação dos
gêneros do discurso na escola. Revista linguagem em (Dis)curso, vol. 8, nº 3, set/dez. 2008.
Disponível em http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0803/08.htm. Acesso em
04/03/2010.
LEITURA...
PARA COMEÇO DE CONVERSA
As atividades de leitura no âmbito escolar visam à formação de leitores
competentes, capazes de reconhecer e selecionar, dentre os diferentes textos de
circulação social, aqueles que atendam às suas necessidades e ainda que sejam
capazes de atribuir-lhes sentido, de forma mais crítica, resultando numa atitude
responsiva ativa, que os leve a assumir uma postura frente ao que lê. A formação
dessa competência leitora depende de trabalho e estímulo. Solé (1998) orienta a
possibilidade de seu alcance mediante o uso de estratégias de leitura, que são
consideradas como procedimentos que envolvem a determinação de um objetivo
para ler e ações que garantam sua efetivação, na busca de uma atitude mais
autônoma do leitor.
A autora, ao discutir sobre as estratégias de leitura, especificamente, sobre
as atividades que antecedem esta prática, ressalta que o leitor precisa ser
estimulado à leitura a qual deve conter um propósito (um objetivo para ler – o
leitor precisa saber o que vai fazer, sentir-se capaz de fazer), pois fora da escola,
lê-se com diferentes propósitos: seguir instruções, localizar informações, para
aprender, para se divertir; há sempre um porquê e, assim, é possível acionar
10
conhecimentos que fazem parte do seu repertório experiencial e cultural. A
compreensão dos textos não está atrelada a uma noção de vale-tudo, mas implica
na relação dos conhecimentos que o leitor tem sobre o tema, somados aos
indícios (pistas) fornecidos pelo texto e aos objetivos estipulados para se chegar
ao seu sentido.
Comungando desse pensamento, Taglieber e Pereira (1997) sugerem,
dentre as atividades de pré-leitura, a exploração de imagens, a elaboração de
perguntas e respostas, a apresentação de figuras ou slides, formulação de
perguntas (...), as quais podem ser ajustadas, conforme as possibilidades do
texto. Segundo as autoras (op. cit.), ressalta-se a importância da realização de
atividades antes da leitura propriamente dita porque contribuem para a
preparação do aluno para o conteúdo do texto: “direcionam seus pensamentos,
criam expectativas para a leitura, estimulam seu interesse, aguçam a sua
curiosidade e, acima de tudo, proporcionam uma atividade intelectual desde o
início do processo”. (p. 75)
Partindo desses pressupostos, a proposta de leitura tomando os Textos de
Divulgação como referência, primará por atividades de pré-leitura que suscitem os
conhecimentos previamente adquiridos sobre o tema visando também ao
levantamento de hipóteses na busca da produção de sentidos.
Professor(a)!
Estimule os alunos à leitura dos textos de divulgação científica, na intenção de
ativar seus conhecimentos sobre a temática e levantar hipóteses sobre o sentido
dos textos.
Sugestão: Retome o tópico “Leitura e Cidadania” e discuta as questões,
instigando-os a encontrar as respostas possíveis:
•
Onde podemos encontrar respostas para essas perguntas?
•
Que tipo de texto pode conter as informações solicitadas?
•
Você já leu um texto dessa natureza?
•
Onde é possível encontrá-lo?
Não se esqueça de anotar as hipóteses para compará-las posteriormente!
11
CONHECENDO O GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
ATIVIDADE
Professor (a)! Para as atividades que seguem, é importante promover
ações interativas, por meio de leituras dialogadas, debates, discussões em grupo,
atendendo a perspectiva dialógica da linguagem.
Selecione
diferentes
textos
de
divulgação
científica,
tendo
como
referenciais possíveis, as Revistas Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças,
Superinteressante, Science American, e distribua-os aos alunos para manuseio,
observação da temática, as recorrências do texto a fim de propiciar seu
reconhecimento enquanto gênero discursivo, percebendo as regularidades
linguísticas e discursivas.
Num segundo momento, restrinja a leitura dos TDC a partir da Revista
Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, repetindo as observações.
A partir das Revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, proponha
a leitura dos textos de divulgação científica selecionados numa perspectiva global,
atentando para os recursos como imagens, título, subtítulo, observando a autoria
e instigando os alunos a reconhecer no texto questões como: o que se escreve,
para que, para quem, qual intenção, onde, que conteúdo, qual o local de
circulação, enfim, aguce a leitura de elementos explícitos e implícitos do texto.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br
12
Professor (a), agora é sua vez!
Acione os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do texto de
divulgação científica, a partir de questões de pré-leitura. Como sugestão,
selecione um exemplar da revista Ciência Hoje das Crianças e a partir da capa,
explore:
- Você conhece a revista?
- O que sugerem as imagens?
- Para quem são dirigidas as informações?
- Considerando o título da Revista, você imagina de que tema ela trata?
Você poderá utilizar outras estratégias para este fim!
Para saber mais consulte:
* TAGLIEBER, L. K; PEREIRA,
Gragoatá, Niterói, (2): 1. sem. 1997, 73-92.
C.
M.
Atividades
pré-leitura.
* SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Trad. Cláudia Schilling. 6 ed. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
REVISTAS CIÊNCIA HOJE E CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS
E OS TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Os textos a seguir pertencem ao gênero de divulgação científica, cujas
fontes são as revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças. Leia-os com
atenção e descubra que fatos científicos são abordados. Observe as
regularidades presentes, atentando para a temática, autoria, interlocutor, fonte
(lembre-se de que estes textos são encontrados nas versões impressas e online), título, relação imagem/ texto/ sentido, além dos aspectos composicionais,
disposição
na
página,
enfim,
descubra
o
que
eles
têm
em
comum!
13
Por que os alimentos mofam?
Saiba que aquelas manchas esverdeadas na comida
devem-se à ação de fungos.
Por João Micheletti Neto
Publicado em: 10/10/2008
Atualizado em: 26/10/2009
Comer pão com bolor faz mal à saúde? Torrá-lo
neutraliza o possível efeito maléfico?
Os fungos e leveduras que formam o bolor que cobre
alimentos armazenados de forma inadequada podem
não ser inofensivos. Em resposta a nosso leitor, uma
nutricionista explica por que seu consumo não é
recomendado.
Por: Réia Sílvia Lemos
Publicado em 08/02/2010 | Atualizado em 17/02/2010
(Ilustração Fernando)
Bate a fome e você invade a cozinha à procura de algo
para comer. Depois de inspecionar a geladeira de cima
a baixo sem encontrar nada que desperte a atenção
do seu estômago, você se lembra daquele delicioso
pãozinho bem guardado no forno. Abre o pacote com a
boca cheia d’água e – argh! – o que é essa coisa
verde?!
Pão bolorento (foto:
Henry Mühlpfordt).
[Pergunta de Francisco Corrêa, por correio eletrônico]
Essas manchas esverdeadas são o que chamamos de
bolor ou mofo: seres vivos microscópicos, que fazem
parte do grupo dos fungos. Eles são capazes de
aproveitar frutas, madeiras, tecidos, pão, couro e
outros materiais como alimento, sendo que a
variedade de fungos que existe é tão grande que o
mofo que se alimenta de pão pode não ser o mesmo
que se alimenta do tecido que reveste o sofá.
Quando os fungos agem sobre uma fruta, um legume
ou um pedaço de pão, eles mudam as características
dos alimentos, como o cheiro e a cor, o que, para nós,
é um sinal de que eles estão apodrecendo. Comer
alimentos nessas condições é um perigo porque os
fungos também podem liberar substâncias tóxicas que,
se ingeridas, causam sérios problemas ao organismo.
Mas sabia que existem alimentos mofados que não
estão estragados? Um exemplo é o queijo gorgonzola,
feito a partir do leite de vaca e produzido originalmente
na cidade italiana de Gorgonzola. Esse é um tipo de
queijo que só se considera que está pronto depois que
mofou. Para fabricá-lo, deve ser adicionado o fungo
Penicillium roqueforti ou o Penicillium glaucum ao leite
de vaca. Esses tipos de fungo alimentam-se da
gordura do leite, liberam substâncias que não são
nocivas ao ser humano e dão o sabor característico do
queijo.
O gorgonzola, porém, não é o único tipo de queijo
fabricado com a ajuda de fungos. O brie e o
camembert também podem ser considerados queijos
mofados, só que por agentes diferentes, como o
Penicillium candidum e o Penicillium camemberti.
Os queijos em questão têm sabores muito peculiares e
são apreciados no mundo inteiro. Vimos que eles
resultam da ação de fungos específicos que não
trazem perigo à nossa saúde, mas vale lembrar que a
maioria dos fungos produz substâncias tóxicas ao ser
humano, até mesmo outros do grupo Penicillium. Além
disso, mesmo os queijos mofados próprios para
consumo têm prazo de validade e devem ser
guardados em condições adequadas, pois apodrecem
quando sofrem a ação de outros tipos de fungos ou de
bactérias. Por isso, esteja sempre atento à aparência
dos alimentos, mesmo dos queijinhos mofados e
comestíveis.
João
Carlos
Micheletti
Neto
Professor de Ciências da Escola Móbile/SP
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc2008/195/por-que-os-alimentos-mofam Acesso em
25/05/2010
Sim e não. Formado por fungos e leveduras, o bolor é
o nome vulgar dado somente à textura esbranquiçada,
esverdeada ou mesmo enegrecida que se desenvolve
na superfície dos alimentos, quando são armazenados
de maneira inadequada, ficam expostos ao ambiente
ou mesmo sob refrigeração.
Essa substância até poderia ser considerada inócua,
mas, como em casa, nos restaurantes ou em outros
locais de venda ou conservação de alimentos não
temos como saber quais as espécies de organismos
que se desenvolvem nos alimentos, não se pode
considerar esse bolor inofensivo.
Além disso, quando um fungo se expõe na superfície
do alimento, é porque sua colônia já está bem
desenvolvida no interior do mesmo, e é lá que são
produzidas as substâncias nocivas, chamadas de
micotoxinas – que variam de acordo com a espécie do
fungo.
Torrar o pão mata o fungo, mas não inativa a toxina
produzida por ele
Torrar o pão mata o fungo, mas, na maioria das vezes,
não inativa a toxina produzida por ele, pois esta é
resistente ao calor. O consumidor deve confiar nas
mensagens de repulsa de sua visão e de seu olfato:
deve recusar alimentos que não atendem aos
requisitos de nossos sentidos e de sanidade, evitando
ser acometido por doenças assim veiculadas pelos
alimentos.
Réia Sílvia Lemos
Faculdade de Nutrição
Universidade Federal do Pará
Texto publicado na CH 267 (janeiro-fevereiro/2009)
Disponível em http://cienciahoje.uol.com.br/revistach/2010/267/comer-pao-com-bolor-faz-mal-a-saudetorra-lo-neutraliza-o-possivel-efeito-malefico Acesso
em 15/02/2010.
14
LEITURA DO GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
NA PERSPECTIVA DIALÓGICA
À luz dos pressupostos bakhtinianos, a noção de gênero discursivo reportase ao funcionamento da língua em práticas comunicativas, como eventos reais,
concretos, construídos por sujeitos que integram e interagem nas diferentes
esferas das relações humanas/ sociais (entendidas como cenários ou formação
social na qual se inserem os sujeitos). É no interior dessas esferas, ou seja, das
instâncias sociais privadas ou públicas que se elaboram os gêneros discursivos
no intuito de atender às necessidades de interlocução dos sujeitos que nelas se
inter-relacionam. Em virtude da dinamicidade e diversidade das esferas de
atividades e comunicação humana em seus diferentes grupos sociais, os gêneros
discursivos são inúmeros e heterogêneos, e cada esfera social de uso da língua
organiza seus próprios gêneros discursivos determinando as formas gerais
relativamente estáveis quanto aos aspectos temáticos (o conteúdo que se pode
dizer conforme a esfera), ao estilo (recursos linguísticos) e ao arranjo
composicional. Como assegura Bakhtin (2003), os gêneros do discurso são
eventos enunciativos que atendem as necessidades sociais, e “[...] refletem as
condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só pelo seu
conteúdo temático e pelo estilo de linguagem, [...] mas acima de tudo, por sua
construção composicional”. (p. 261). Pode-se dizer que o discurso que se
materializa sob a forma de texto apresenta características comuns que são
reconhecidas a partir das interações em dada esfera social.
Considerando a heterogeneidade dos gêneros discursivos, e suas
especificidades funcionais, que o autor os distingue em gêneros em primários e
secundários, estejam eles apresentados sob a forma oral ou escrita. Os gêneros
primários são constituídos em instâncias privadas, em esferas cujas atividades
referem-se a situações cotidianas, em caráter privado, por meio de um diálogo, de
uma carta pessoal, de anotações, de bilhete, enfim, revelam circunstâncias de
comunicação mais espontâneas. Já os gêneros secundários como os romances,
os textos jornalísticos acontecem em circunstâncias mais complexas e evoluídas
de comunicação, construídas em instâncias públicas, como a artística, a
15
jornalística, a científica, que requerem uma organização mais elaborada dada sua
complexidade.
Ao considerar os gêneros discursivos como formas relativamente estáveis
de manifestação do discurso, evidencia-se, além de sua dinamicidade, o fato de
que sua sistematização e ou normatização, construídos ao longo da história pelos
sujeitos em suas interações, necessita manter constante atualização. É preciso
rever as normas linguísticas, discursivas e temáticas que regem as práticas
sociais, garantindo, assim, aos interlocutores estabelecerem as relações
dialógicas que advêm ao processo enunciativo.
Por sua natureza social, os gêneros discursivos, em sua função
comunicativa, definem-se no e por seu processo de produção e recepção dos
enunciados, e também por sua via de difusão, considerando: a esfera social
(privada ou pública); os interlocutores (autor e destinatário); o lugar e o papel
social que os interlocutores assumem no processo interativo (posição que assume
na sociedade: pai, professor, cientista..); as vozes do texto que orientam o que
pode ou não ser dito; o nível de formalidade; a finalidade/ atitude enunciativa
(intenção discursiva) do interlocutor e as expectativas atreladas à atitude
responsiva do destinatário em relação ao que foi dito. Enfim, todos esses fatores,
inter-relacionados, constituem ao discurso/ enunciado uma configuração peculiar
quanto ao seu conteúdo temático, seu estilo e sua construção composicional,
caracterizando, assim, o gênero discursivo em suas dimensões social e verbal.
Soma-se, nesta teia discursiva, a relação intrínseca que se estabelece
entre a intenção (intuito discursivo) do locutor e a atitude responsiva do
destinatário, ou seja, se a base do enunciado “é o fato de dirigir-se a alguém, de
estar voltado para o destinatário [...] e cada um dos gêneros do discurso, em cada
uma das áreas de comunicação verbal, tem sua concepção padrão do
destinatário [...]” (BAKHTIN, 1992, p. 320, 321), isto implica em o locutor projetar
neste destinatário uma compreensão responsiva, pressupondo uma reaçãoresposta que este possa ter sobre o assunto. Espera-se deste “uma resposta,
uma concordância, uma adesão, uma objeção, uma execução.” (op. cit. p. 291)
em relação ao enunciado.
É sob essa concepção teórico-metodológica fundamentada nas Diretrizes
Curriculares de Língua Portuguesa - como documento curricular oficial que orienta
16
a ação pedagógica no trabalho com a língua – que se apresenta uma proposta de
leitura, numa perspectiva discursiva e dialógica, tendo no gênero de Divulgação
Científica a referência e o objeto de estudo.
Sob essa ótica, a leitura é compreendida “[...] como um ato dialógico,
interlocutivo que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas,
pedagógicas e ideológicas de determinado momento” (PARANÁ, 2008, p. 56) e o
leitor tem um papel ativo nesse processo. Requer um leitor ativo que relacione
suas
experiências
sócio-culturais,
seus
conhecimentos
às
informações
apresentadas no texto, convergindo numa relação estreita entre autor/ texto/ leitor
na busca da produção de sentido. É preciso considerar que o texto vai além dos
aspectos formais e deve ser compreendido em seu propósito enunciativo, a partir
de suas dimensões social e verbal (linguístico-discursivas).
Amparando-se em Bakhtin, Lopes-Rossi (2002) reforça o fato de que o
reconhecimento da dimensão social onde se encontra o gênero suscita as
características discursivas referentes às condições de produção e circulação
reveladas por informações obtidas a partir de questões como: qual é o gênero
discursivo? Em que condições esse gênero pode ser produzido? Quem é o autor?
Qual é sua intenção? Que lugar social ocupa? Qual o possível interlocutor? Quais
as possíveis respostas desse interlocutor? Que informações sustentam o
enunciado? A partir dessas informações que se tem a dimensão social do gênero
e que orientam as escolhas dos recursos linguísticos e do arranjo composicional
que acabam por configurar a dimensão verbal dos gêneros discursivos, na busca
da produção de sentido.
Professor(a)!
A seguir uma proposta de leitura do Gênero Divulgação Científica, sob o
enfoque enunciativo, consideradas suas dimensões social e verbal, orientando-se,
por meio de perguntas.
Retome o texto da Revista Ciência Hoje “COMER PÃO COM BOLOR FAZ
MAL À SAÚDE? TORRÁ-LO NEUTRALIZA O POSSÍVEL EFEITO MALÉFICO”
e discuta com seus alunos as questões, com vistas à produção de sentido.
17
ESFERA SOCIAL E CONTEÚDO TEMÁTICO DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Em cada esfera social (cenário ou formação social onde o texto se localiza:
mídia, literatura, jornalística, familiar...), as atividades humanas produzem seus
tipos específicos de enunciados e instituem marcas dessa esfera quanto aos
interlocutores envolvidos, aos lugares que ocupam socialmente, às finalidades e
ao conteúdo temático (ao que pode ser dito), ou seja, aos conteúdos
ideologicamente determinados pela esfera social, refletindo seu campo de
comunicação, sendo, portanto, único, concreto e histórico e que se adapta às
condições do momento. Assim, serão as leis o conteúdo temático da esfera
jurídica; os dogmas na esfera religiosa e, em relação aos Textos de Divulgação
Científica, instituídos na esfera científica (com viés da esfera jornalística) têm-se
nos fatos científicos e tecnológicos produzidos pela humanidade nas diferentes
áreas do conhecimento (ciências) o conteúdo temático determinado, cujo
destinatário refere-se a um círculo preciso de leitores.
ATIVIDADE:
Reconhecer o conteúdo temático do Gênero Divulgação Científica, a partir
da esfera social em seu contexto de produção.
1. Considerando o texto “Comer pão com bolor faz mal à saúde? Torrá-lo
neutraliza o possível efeito maléfico?” Que situação comunicativa pode
gerar a sua produção?
2. Quem é o autor do texto?
3. É possível reconhecer a posição que o autor ocupa na sociedade? Que
elementos do texto possibilitam a descoberta?
4. A que público esse texto se destina? Em que lugar social encontra-se o
possível leitor?
5. Sendo um texto de divulgação científica, onde pode circular?
6. Em que esfera social o texto de divulgação científica é produzido?
7. Qual é o conteúdo temático dos textos de divulgação científica?
8. Que reação-resposta espera-se do destinatário a partir desse texto?
9. Qual a data de publicação do texto?
10. Onde o texto foi publicado? Que informações se têm sobre seu suporte?
18
Questões dessa natureza pressupõem o reconhecimento da dimensão
social constitutiva do Gênero Divulgação Científica a partir da exploração das
condições de produção, finalidade, autor, público-alvo, conteúdo temático, esfera
social, enfim, busca-se compreender sua situação enunciativa. No exemplo,
considerando o perfil da Revista Ciência Hoje de onde o texto foi extraído, o
conteúdo temático volta-se aos fatos científicos direcionados a adultos não
especializados, cuja circulação é observada em bibliotecas escolares, em
ambientes domésticos, via assinatura ou de forma on-line. A autoria dos textos,
muito mais do que a identificação do escritor, revela a função social; o lugar que o
autor ocupa no processo enunciativo: função de cientistas... fato este que lhe
institui uma certa relação de poder, garantida pela “voz de autoridade” ao divulgar
o assunto. No texto em questão, a autoria é de uma nutricionista da Universidade
Federal do Pará.
Outro fator importante a destacar é a circulação do texto e seu suporte
implicados em sua significação. O texto é veiculado na Revista Ciência Hoje, uma
publicação do Instituto Ciência Hoje, organização social de interesse público sem
fins lucrativos vinculada à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência –
SBPC. Essa Instituição é responsável pela divulgação científica da sociedade, por
meio de outras publicações, incluindo Ciência Hoje (desde 1982), Ciência Hoje
das Crianças (desde 1996) e uma Série de Livros na Escola (1996), tendo ainda
um site de divulgação científica em ação “A Ciência Hoje on-line” disponível no
endereço www.ciencia.org.br.
CONSTRUÇÃO COMPOSICIONAL DO GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Mesmo sendo flexíveis, os gêneros apresentam certa estabilidade quanto à
construção composicional a qual se refere à forma de organização compartilhada
pelos textos do mesmo gênero, tanto pela sua estrutura textual, como discursiva e
semiótica e que são reconhecidas pelos partícipes de uma dada esfera social.
Trata-se da estruturação, do conjunto particular de sequências textuais que
compõem o gênero.
19
Por ser um gênero híbrido (científico e jornalístico), o texto de divulgação
científica incorpora características de ambos: são textos, geralmente curtos,
assumem, muitas vezes, a forma de reportagem, apresentam um título que
chame a atenção do leitor, tem no primeiro parágrafo a constatação inicial
instigando o leitor a prosseguir, por isso, as informações mais específicas seguem
nos parágrafos seguintes, trazendo as explicações para os fatos apresentados,
seguida de uma conclusão/ avaliação. Os parágrafos são curtos, sugerindo a
ideia de dar uma pausa ao leitor para reflexão.
Também é característico do arranjo composicional dos textos de
divulgação científica, a presença de informações complementares, que muitas
vezes, podem ser visualizadas por meio de elementos não-verbais como
imagens, gráficos, fotos, desenhos que objetivam contribuir na compreensão.
ATIVIDADES:
Reconhecer o arranjo composicional do Gênero Divulgação Científica e perceber
a relação entre texto/ imagem/ esfera social e sua contribuição para a produção
de sentido na leitura.
1. Identifique a idéia central de cada parágrafo e sugira um título:
PARÁGRAFO TÍTULO
SÍNTESE/ IDEIA CENTRAL
Primeiro
Segundo
Terceiro
Quarto
Quinto
2. Faça uma leitura comparativa a partir de dois ou mais textos de divulgação
científica e apresente as regularidades quanto ao arranjo composicional:
3. Observe o Texto de Divulgação Científica da nutricionista Réia Lemos e teça
comentários a partir das questões:
20
a. A imagem está relacionada ao conteúdo veiculado no texto? Contribui para a
produção de sentido?
b. A imagem refere-se a alguma passagem do texto? Aponte, em caso
afirmativo:
c. Que reação o autor espera do leitor a partir da foto publicada?
d. Se você visse essa mesma foto fixada na parede de uma panificadora, teria
o mesmo sentido? Que impressão causaria?
e. Imagine essa foto anexada a um relatório emitido por um vigilante sanitário a
ser entregue ao dono de uma panificadora.
v Que efeito de sentido essa foto teria? Comente:
v Que papel social exerce o vigilante sanitário?
v Qual a finalidade do relatório?
v Agora você é o vigilante sanitário e deverá apresentar ao dono da
panificadora o relatório de verificação. Elabore um parágrafo desse relatório
considerando a mesma foto como anexo:
v Considerando as diferentes situações de uso, você diria que uma mesma
foto tem igual sentido? Comente
As questões acima propostas visam à reflexão quanto à organização
composicional determinada pela situação enunciativa do texto de divulgação
científica, bem como destacar a contribuição do uso da imagem para a produção
de sentido dos textos. É importante a percepção de que a mudança de significado
no uso de uma mesma imagem está atrelada à esfera social em que se vincula e
seu lugar de circulação. No texto de DC, em estudo, a imagem pode reforçar a
ideia do mal que o bolor traz à saúde. Na sugestão de seu uso em um relatório
emitido por um representante de um órgão de inspeção sanitária apresentado ao
dono da panificadora, a mesma imagem denotaria uma notificação por falta de
higiene num local público. Embora com igual teor negativo, imprimiria uma
sensação de repugnância não só ao objeto - pão bolorado, mas à empresa que
perderia sua credibilidade diante da sociedade.
21
ESTILO DO GÊNERO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Quando se fala sobre o estilo que compõe um gênero discursivo, não se
trata da individualidade do locutor, mas a partir das orientações de Hila (2009),
Goldstein (s/d), o estilo refere-se às unidades linguístico-discursivas mais comuns
no gênero, como recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua. No
Texto de Divulgação Científica, há uma série de recursos estilísticos que
garantem sua constituição e produção de sentido.
Seguem algumas recorrências estilísticas que podem ser encontradas nos
Textos de Divulgação Científica:
•
Definição/ explicação: como, muitas vezes, não há como fugir das
terminologias científicas, torna-se necessário explicá-las, defini-las por
meio de uma linguagem simples. As comparações/ analogias são bem
comuns.
•
Comparações e Analogias: visam aproximar o conteúdo científico dos
fenômenos do cotidiano do leitor.
•
Voz de Autoridade: o texto de divulgação científica tem na voz do
cientista, jornalista ou pesquisador a autoridade necessária para sustentar
a argumentação.
•
Vocabulário Técnico/ Objetividade: uso de termos específicos, quando
da impossibilidade de substituí-los e a objetividade denotam veracidade ao
texto que reforça a argumentação do discurso.
•
Interpelação Direta com o Leitor: uso de palavras ou expressões que
visam à interação com o leitor, numa atitude de aproximação.
•
Presença do Locutor: o autor manifesta sua presença no texto a partir de
expressões linguísticas (uso da primeira pessoa, por exemplo).
ATIVIDADES:
Reconhecer as marcas linguístico-discursivas presentes no Gênero Divulgação
Científica e sua contribuição na produção de sentido.
22
Considerando o texto em estudo, responda as questões:
1. No texto há uma voz que explica o fato científico. Que sentido traz a
presença dessa voz no texto? Encontrem no texto recursos linguísticos que
confirmam sua presença:
2. A quem o texto se dirige? Que elementos do texto comprovam?
3. É comum o autor dirigir-se ao leitor buscando maior interação. No texto,
este recurso foi usado? Há indícios no texto?
4. Encontrem no texto pistas que revelam o motivo gerador da produção
desse artigo de divulgação científica:
5. A partir dos elementos que organizam o gênero divulgação científica,
encontre passagens que comprovam a presença de:
Definição: ____________________________________________________
Emprego de termos científicos: ___________________________________
6. No título, aparece a palavra “possível”. Reflita sobre a importância dessa
palavra para a produção de sentido do texto:
7. No texto, observe que os verbos aparecem no tempo presente. Que efeito
de sentido isso provoca?
8. Na questão: Torrar o pão mata o fungo, mas não inativa a toxina
produzida por ele, a palavra MAS, estabelece uma relação entre as
idéias. Que efeito essa palavra sugere na produção de sentido?
9. Observa a frase: “Essa substância até poderia ser inócua (...)”
a. A que palavra se refere a expressão grifada? ___________________
b. Qual o sentido da palavra inócua? _____________________________
c. Em que situação, o bolor seria inócuo? _________________________
10. Com base nas informações do texto:
a. Qual a origem do bolor no pão?
b. Que justificativas foram dadas ao leitor sobre o efeito do bolor à saúde?
c. As informações apresentadas atenderam ou não às expectativas do
leitor?
d. Como se responderia as questões propostas no título:
11. Considerando o arranjo textual e os recursos linguísticos selecionados
pelo autor, pode-se dizer que (...) é um bom texto? Por quê
23
As questões elencadas vêm reafirmar os pressupostos de Bakhtin,
quando assegura que é a partir da situação enunciativa numa dada esfera social,
somada à intenção discursiva do locutor que serão selecionados os elementos
estilísticos ou linguístico-discursivos do texto no intuito de provocar uma reaçãoresposta no destinatário e obter a produção de sentido desejada. No intuito de se
reconhecer os recursos estilísticos presentes no Gênero Divulgação Científica,
retomam-se algumas questões já abordadas em sua dimensão social.
Pode-se destacar dentre os recursos estilísticos: o uso do termo
“nutricionista” que revela a voz da Réia como profissional/ autoridade para
abordar o assunto denotando, assim, veracidade às informações; a identificação
da Instituição de Ensino Superior corrobora essa informação; outra característica
linguístico-discursiva presentes no texto de divulgação científica: a interação
marcada por meio das perguntas, pela resposta “sim e não” e pelo uso da palavra
“nosso leitor”; o uso de definições: “bolor.”; “micotoxinas” entre outras de igual
importância para a organização e produção de sentido do texto deste gênero.
AMPLIANDO A ATITUDE RESPONSIVA DO LEITOR
Como um ato dialógico, interlocutivo, a leitura de diferentes textos, requer a
presença de um leitor ativo como co-produtor de sentido que se utiliza dos
conhecimentos de mundo adquiridos e agrega-os às informações do texto e
busca a sua compreensão. Neste movimento, o leitor é instigado a posicionar-se
frente ao que lê, exigindo uma compreensão responsiva o que o leva a apresentar
sua réplica, a contra palavra (Bakhtin, 2003) ora convergindo, ora opondo-se à
palavra do outro, favorecendo a um posicionamento crítico diante da realidade
social.
Sob esse enfoque, que a partir da leitura dos TDC, espera-se um leitor
mais dinâmico que perceba as intenções presentes e que o instigue a uma atitude
mais crítica, para que esta prática sirva-lhe como um instrumento que o leve a
obter conhecimento de mundo e a posicionar-se diante dele.
24
Seguem algumas sugestões de atividades no intuito de ampliar a atitude
responsiva dos alunos a partir dos Textos de Divulgação Científica:
1. Pesquisa: Utilizando a biblioteca e o laboratório de informática de sua
escola, a partir de revistas de divulgação científica ou sites específicos, pesquise
outros textos de divulgação científica que enfoquem sobre a ação dos fungos em
alimentos. Importante: Arquivar os textos para organizar o mural.
Você já ouviu falar que há fungos que prejudicam a saúde das pessoas
se ingeridos em alimentos; outros, porém, podem ser benéficos:
Depois da coleta de informações, organize um debate com os colegas da
turma colocando em discussão as questões:
•
Existem vilões entre a família dos fungos? Como agem? Quais os prejuízos
à saúde?
•
Como os fungos podem agir de forma benéfica ao ser humano?
ALGUMAS DICAS:
1. Explore o site da Revista Ciência Hoje das Crianças apresentando também
outros recursos disponíveis: rádio, vídeos.... incentivando a leitura constante.
2. Acesse o link abaixo e conheça um pouco mais sobre a ação dos fungos:
http://www.youtube.com/watch?v=YC3O-yvnFac
3. O link abaixo apresenta os personagens da Revista Ciência Hoje das Crianças
- CHC, Rex e Diná falando da importância de uma alimentação saudável
e
o
papel da nutricionista:
http://www.youtube.com/watch?v=VCQdLR1BNR4&feature=related
25
2. Propagação de Informações:
Elabore, periodicamente, pequenas propagandas (cartazes) instigando a
leitura de artigos da Revista Ciência Hoje das Crianças aos alunos da escola.
Coloque-as em pontos estratégicos: corredores, biblioteca, cantina e convide os
leitores a conhecer os assuntos.
VOCÊ SABE O QUE É UM ETNOBIÓLOGO? A Revista CHC/ 199 (março/2009)
tem a resposta para você! Vá até a biblioteca da escola ou acesse o site
http://cienciahoje.uol.com.br selecionando a CHC indicada e fique sabendo!. Boa
Leitura!
3. Produção de Texto de Divulgação Científica:
Escolham um tema científico, pesquisem sobre o assunto e, a partir das
características trabalhadas, produzam um texto de divulgação científica a veicular
na escola para os alunos de 5ª série. Deixem claras as condições de produção: o
que, para que, para quem, qual suporte, local de circulação..do texto a ser
produzido).
4. Organização de Jornal Mural:
Reúna os textos de divulgação científica coletados durante a pesquisa e os
que forem produzidos e organize um Jornal Mural a ser afixado no rol de entrada
da escola, a fim de cumprir o seu real propósito: “divulgar ao público escolar os
fatos das ciências”:
26
SUGESTÕES DE LEITURAS:
Para saber mais sobre as características do TDC, consulte MASSARINI,
Luísa. [ET al] / editores David Dickson, Barbara Keating. Guia de
Divulgação Científica. Rio de Janeiro, SciDev.Net: Brasília, DF: Secretaria
de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social, 2004. Disponível em
http://www.fiocruz.br/museudavidanovo/media/Guia_Divulgacao_Cientifica.
pdf Acesso em 06/11/2009.
LOPES-ROSSI, Maria A. G. Gêneros Discursivos no Ensino de Leitura
e Produção de Textos/ org. Maria Aparecida Garcia Lopes-Rossi.
Taubaté-SP: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2002. O livro apresenta
vários artigos, frutos de relatos de projetos pedagógicos a partir dos
gêneros discursivos que envolvem a leitura e escrita, desenvolvidos em
língua materna e estrangeira.
27
CONSIDERAÇÕES
A partir das reflexões apresentadas nesta Unidade Didática, constata-se a
relevância de que os Professores de Língua Portuguesa precisam buscar cada
vez mais aprofundamento sobre os pressupostos bakhtinianos da Teoria
Enunciativa que orienta a prática pedagógica no trabalho com a língua.
Pensar a prática docente sob essa perspectiva implica em considerar os
gêneros discursivos e sua funcionalidade no dia a dia, como um evento
comunicativo real construído por sujeitos que integram as diferentes esferas das
relações sociais.
Diante disso, na sala de aula, a prática da leitura dialógica, a partir dos
gêneros discursivos, precisa ser trabalhada sob o enfoque de suas dimensões
social e linguístico-discursiva, de forma indissociada, que se configuram nos
enunciados as condições específicas por seu conteúdo temático, recursos
estilísticos e arranjo composicional com vista à produção de sentido.
Espera-se que a proposta apresentada neste material didático, fundada no
princípio dialógico da linguagem, a partir de um gênero discursivo – o texto de
divulgação científica - contribua na construção de possíveis caminhos
metodológicos para que prática de leitura seja uma atividade mais dinâmica e
interlocutiva e que possa suscitar uma atitude responsiva ativa do leitor, capaz de
levá-lo a posicionar-se frente ao que lê, desenvolver a criticidade, fato este que
interfere, diretamente, na forma de pensar e agir, enfim, em sua formação
enquanto sujeito com vistas à participação na transformação social.
28
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Michael. VOLOCHINOV, M. Marxismo e a Filosofia da Linguagem.
Tradução: Michel Lahud e Yara Frastechi. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BAKHTIN, M. Os Gêneros do Discurso. In: Estética da Criação Verbal.
Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 277-327.
______. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 261-269.
COSTA, Cibele Lopresti. Para Viver Juntos: português, 6 ano: ensino
fundamental/ Cibele Lopresti Costa, Greta Masrchetti, Jairo J. Batista Soares.
1ed. rev. São Paulo: Edições SM, 2009.
GRILLO, Sheila V. Camargo; FERRAZ, Flávia S. M. A Divulgação Científica: uma
abordagem dialógica do enunciado. In: GIL, Beatriz Daruj et al (org.). Modelos
de Análise Linguística. São Paulo: Contexto, 2009. p. 135-152.
GOLDSTEIN, Norma; LOUZADA, Maria Silvia; IVAMOTO, Regina. Textos de
Divulgação Científica. In: O Texto sem Mistério. São Paulo: Ática, 2009.
HILA, Cláudia Valéria Dona. Ressignificando a Aula de Leitura A partir dos
Gêneros Textuais. In: NASCIMENTO, Elvira Lopes. Gêneros textuais: da
didática das línguas aos objetos de ensino. 1 ed. São Carlos: Editora Claraluz,
2009, p.151-194.
LEMOS, Réia Silvia. Comer pão com bolor faz mal à saúde? Torrá-lo neutraliza o
possível efeito maléfico? In: Revista Ciência Hoje, 2010/ 267. Disponível em
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/267/comer-pao-com-bolor-faz-mal-asaude-torra-lo-neutraliza-o-possivel-efeito-malefico. Acesso em 15/02/2010.
LOPES-ROSSI, Maria A. G. Gêneros Discursivos no Ensino de Leitura e
Produção de Textos/ org. Maria Aparecida Garcia Lopes-Rossi. Taubaté-SP:
Cabral Editora e Livraria Universitária, 2002.
LUPPI, Sandra Elaine. O Gênero Divulgação Científica para Crianças:
alternativas para o ensino. Núcleo Regional de Londrina. Disponível em
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/6122.pdf?PHPSESSID=2009051808265233 Acesso em 02/03/2010.
MASSARINI, Luísa. [Et al] / editores David Dickson, Barbara Keating. Guia de
Divulgação Científica. Rio de Janeiro, SciDev.Net:Brasília, DF: Secretaria de
Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social, 2004. Disponível em
29
http://www.fiocruz.br/museudavida_novo/media/Guia_Divulgacao_Cientifica.pdf
Acesso em 06/11/2009.
NANTES, Eliza Adriana Sheuer; GREGÓRIO, Regina Maria. O Gênero Texto de
Divulgação Científica: uma proposta de trabalho. Universidade Estadual de
Londrina.
Disponível
em
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/48.pdf Acesso em
10/11/2009.
NETO, João Carlos Micheletti. Por que os alimentos mofam? In: Revista Ciência
Hoje
das
Crianças,
2008/195.
Disponível
em:
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2008/195/por-que-os-alimentos-mofam?
Acesso em 25/05/2010.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=98 Acesso em 10/02/2010.
REIS, J. A Divulgação Científica e o ensino. In: Ciência e Cultura. São Paulo,
SBPC, 16 (4), 1964, p. 352-354.
ROJO, Roxane. O Letramento Escolar e os Textos de Divulgação Científica: a
apropriação dos gêneros do discurso na escola. Revista Linguagem em
(Dis)curso.
vol.
8,
nº
3,
set/dez.
2008.
Disponível
em:
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0803/08.htm
Acesso
em
04/03/2010.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. De Olhos Abertos: reflexões sobre o
desenvolvimento da leitura no Brasil. 2. ed. São Paulo: Ática, 1999.
______. Unidades de Leitura – Trilogia Pedagógica. Campinas, SP: Autores
Associados, 2003. (Coleção Linguagens e Sociedade).
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Trad. Cláudia Schilling. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
TAGLIEBER, L. K. PEREIRA, C. M. Atividades de pré-leitura. Gragoatá, Niterói,
1sem. 1997, p. 73-92.
30
Download

VOLUME I I - Secretaria de Estado da Educação do Paraná