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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA-UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS
CURSO FISIOTERAPIA
REPERCUSSÕES DA HEMODIÁLISE NA FUNÇÃO
RESPIRATÓRIA DE PACIENTES PORTADORES DE
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
LILIANNE DE OLIVEIRA QUEIROZ
RODOLFO GOMES DO NASCIMENTO
Belém-PA
2006
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA-UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS
CURSO FISIOTERAPIA
REPERCUSSÕES DA HEMODIÁLISE NA FUNÇÃO
RESPIRATÓRIA DE PACIENTES PORTADORES DE
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
por
Lilianne de Oliveira Queiroz
Rodolfo Gomes do Nascimento
Trabalho de Graduação apresentado pelos alunos
da turma 4 FTV como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Bacharel em
Fisioterapia, orientado pelo Professor e
Fisioterapeuta
Manoel
Gionovaldo
Freire
Lourenço.
Belém-PA
2006
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REPERCUSSÕES DA HEMODIÁLISE NA FUNÇÃO
RESPIRATÓRIA DE PACIENTES PORTADORES DE
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Lilianne de Oliveira Queiroz
Rodolfo Gomes do Nascimento
Avaliado por:
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
Data: ___/___/___
Nota atribuída: ______________
Belém-PA
UNAMA
2006
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente aos nossos pais, pela oportunidade, apoio emocional e
financeiro que nos deram para realizarmos este curso.
A Deus pelo dom da vida e aos ótimos momentos que tivemos durante o curso de
Fisioterapia.
A nossas irmãs pelo apoio e colaboração durante a realização de nossos estudos.
Aos nossos amigos que nos estimularam e ajudaram de alguma forma durante essa
jornada.
Ao nosso orientador Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço por toda sua
contribuição para que este projeto fosse realizado.
Ao Fisioterapeuta Dr. Rodrigo Plentz, a Profª. Fisioterapeuta Eli Maria Pazzianotto
Forti e ao Prof. Fisioterapeuta Rinaldo Almeida pela colaboração referente a materiais
científicos disponibilizados.
Aos pacientes participantes e a equipe dos Hospitais Ophir Loyola e Fundação
Hospital de Clínicas Gaspar Vianna pela paciência, compreensão e disponibilidade na
realização do projeto.
Por fim, a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização
desta pesquisa.
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EPÍGRAFE
“Se você pensa que pode, ou sonha que pode, comece.
Uma jornada de mil milhas inicia-se com o primeiro
passo. A diferença entre o possível e o impossível está
na determinação de cada um. Sabem o que é
impossível? É aquilo que ninguém fez até que alguém
o faça.”
(Goethe)
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Lilianne de Oliveira Queiroz; Rodolfo Gomes do Nascimento. Repercussões da Hemodiálise
na Função Respiratória de pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica. Universidade
da Amazônia- UNAMA. Belém, Pará, 2006.
RESUMO
Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é considerada um grande problema de
saúde pública. Os tratamentos indicados para pacientes com IRC devem ser contínuos para
substituir a função renal, dentre eles a hemodiálise. A IRC e o tratamento hemodialítico,
provocam uma sucessão de alterações em diversos sistemas do organismo, incluindo o
sistema respiratório. Objetivo: Analisar o sistema respiratório de pacientes portadores de IRC
que realizam hemodiálise relacionando o tempo de tratamento e traçar o perfil sócio-cultural
desses pacientes através de um questionário/entrevista. Metodologia: Foi realizado na
FHCGV e no HOL no período compreendido entre agosto e setembro de 2006. Foram
realizadas quinze (15) avaliações composta por exame de tórax, pico de fluxo expiratório,
força muscular respiratória, cirtometria torácica e IMC e aplicação de um
questionário/entrevista ao paciente. Resultados: Nossos estudos evidenciaram presença de
debilidade respiratória de indivíduos portadores de IRC, porém não houve diferença
estatisticamente significativa ao compararmos os dados obtidos de acordo com o tempo de
tratamento hemodialítico (p= 0,045). Conclusão: Em resumo, a amostra estudada trata-se de
pacientes com grande parte proveniente do interior do Pará, aposentados e com baixa
escolaridade. Concluiu-se ainda, que não houve diferença na função respiratória desses
pacientes considerando o tempo de tratamento hemodialítico.
Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica, Hemodiálise, Avaliação pneumofuncional.
ABSTRACT
Introduction: Chronic Renal Failure (CRF) is considered a great problem of public health.
The treatments indicated for patients with CRF, must be continuous, to substitute the renal
function, amongst them hemodialysis. The CRF and the hemodialysis treatment, provoke a
succession of alterations in diverse systems of the organism, including the respiratory system.
Objective: To analyze the respiratory system of carrying patients of CRF who carry through
hemodialysis relating the treatment time and to trace the partner-cultural profile of these
patients through a questionnaire / interview. Methodology: Was carried through in the
FHCGV and in the HOL in the period understood between August and September of 2006.
Fifteen (15) evaluations composed for thorax examination had been carried through, peak of
expiration flow, respiratory muscle force, thorax cirtometry and ICM and the application of a
questionnaire / interview to the patient.. Results: Our studies had evidenced presence of
respiratory atony of carrying individuals of CRF, however the time of hemodialysis o
treatment in accordance with did not have statistics significant difference when comparing
the gotten data (p= 0,045). Conclusion: In summary, the studied sample is about patients
with great part proceeding from the interior of Pará, pensioners and with low scholl. One still
concluded, that the time of hemodialysis treatment did not have difference in the respiratory
function of these patients considering.
Keywords: Chronic Renal Failure, Hemodialysis, Evaluation Respiratory.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CPT
Capacidade Pulmonar Total
CRF
Capacidade Residual Funcional
DP
Desvio Padrão de média
DPE
Desnutrição Protéico-Energética
FC
Freqüência Cardíaca
FHCGV
Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna
FR
Freqüência Respiratória
HOL
Hospital Ophir Loyola
IMC
Índice de Massa Corporal
IRC
Insuficiência Renal Crônica
K/DOQI
Kidney Disease Outcomes Quality Initiative
kg
Quilogramas
m
Metro
m²
Metro quadrado
mL/min
Mililitro por minuto
NKF
National Kidney Foundation
PA
Pressão Arterial sistêmica
PaO2
Pressão parcial do Oxigênio no sangue arterial
PEmáx
Pressão Expiratória Máxima
PFE
Pico Máximo de Fluxo Expiratório
PImáx
Pressão Inspiratória Máxima
RFG
Ritmo de Filtração Glomerular
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
VR
Volume Residual
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquematização Paciente X Dialisador ....................................................... 21
Figura 2 - Esquematização da amostra do estudo (N) .................................................. 35
Figura 3 - Balança do tipo antropométrica Filizola® ................................................... 38
Figura 4 - Níveis da Cirtometria torácica- Axilar, xifoidiana e abdominal ................... 39
Figura 5- Manovacuometria ....................................................................................... 40
Figura 6 - Medida do Peak Flow ................................................................................. 42
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Dados de Sexo e Faixa Etária da amostra de pacientes com IRC............................ 55
Gráfico 2 - Dados de Procedência e Ocupação da amostra dos pacientes com IRC .................. 55
Gráfico 3 - Dados de Condições Clínicas associadas a IRC ..................................................... 56
Gráfico 4 – Dados de outras complicações patológicas associadas a IRC................................. 57
Gráfico 5 - Dados das condições sócio- culturais da amostra dos pacientes com IRC............... 57
Gráfico 6 – Dados antropométricos dos pacientes portadores de IRC ...................................... 58
Gráfico 7 - Dados da Manovacuometria do Grupo N1 ............................................................. 58
Gráfico 8 - Dados da Manovacuometria do Grupo................................................................... 59
Gráfico 9 - Dados da Manovacuometria do Grupo N3 ............................................................. 59
Gráfico 10 - Dados do Pico de Fluxo Expiratório do Grupo N1 ............................................... 60
Gráfico 11 - Dados do Pico de Fluxo Expiratório do Grupo N2 ............................................... 60
Gráfico 12 - Dados do Pico de Fluxo Expiratório do Grupo N3 ............................................... 60
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados relativos ao sexo, faixa etária, procedência e ocupação da amostra dos
pacientes com IRC ................................................................................................................... 47
Tabela 2 - Condições Clínicas associadas a IRC...................................................................... 47
Tabela 3 - Dados da história familiar de IRC da amostra dos pacientes com IRC..................... 47
Tabela 4 - Outras complicações patológicas associadas a IRC ................................................. 48
Tabela 5 - Dados das condições sócio- culturais da amostra dos pacientes com IRC................ 48
Tabela 6 - Dados Antropométricos dos Pacientes Portadores de Insuficiência Renal Crônica
do HOL e FHCGV / Belém ...................................................................................................... 49
Tabela 7 - Dados de Cirtometria de Tórax dos Pacientes Portadores de Insuficiência Renal
Crônica do HOL e FHCGV / Belém......................................................................................... 50
Tabela 8 - Dados de Manovacuometria, distribuído por Grupos dos Pacientes Portadores de
Insuficiência Renal Crônica do HOL e FHCGV / Belém de acordo com o tempo de tratamento
hemodialítico ........................................................................................................................... 51
Tabela 9 - Dados de Manovacuometria, distribuído por sexo de Pacientes Portadores de
Insuficiência Renal Crônica do HOL e FHCGV / Belém .......................................................... 52
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Tabela 10 - Dados de Pico de Fluxo Expiratório de Pacientes Portadores de Insuficiência
Renal Crônica do HOL e FHCGV / Belém de acordo com o tempo de tratamento
hemodialítico ........................................................................................................................... 53
Tabela 11 - Dados de Pico de Fluxo Expiratório distribuído por sexo de Pacientes Portadores
de Insuficiência Renal Crônica do HOL e FHCGV / Belém ..................................................... 54
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SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................................ 13
2. Revisão de Literatura ............................................................................................... 16
2.1. Insuficiência Renal Crônica................................................................................... 16
2.2. Hemodiálise .......................................................................................................... 19
2.3. Avaliação da Função Respiratória ......................................................................... 24
2.4. Questionário Para Avaliar a Qualidade de Vida ..................................................... 31
3. Objetivos.................................................................................................................. 33
4. Metodologia............................................................................................................. 34
4.1. Caracterização do Estudo e Aprovações ................................................................ 34
4.2. Amostra/ Locais .................................................................................................... 34
4.3. Critérios de Inclusão e Exclusão............................................................................ 35
4.4. Procedimentos....................................................................................................... 36
4.5. Análise dos Dados................................................................................................. 43
5. Resultados................................................................................................................ 44
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6. Discussão................................................................................................................. 61
7. Conclusão ................................................................................................................ 68
Referências .............................................................................................................. 69
Apêndices ................................................................................................................. 74
Anexos..................................................................................................................... 82
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1. INTRODUÇÃO
Cabral (2005) define Insuficiência Renal Crônica (IRC) como uma síndrome
complexa dos rins, caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções
renais, não tendo no Brasil, dados confiáveis da incidência e da prevalência desta doença
devido à dificuldade em obter um diagnóstico precoce.
Segundo o mesmo autor, apesar dos avanços no tratamento da IRC, a morbi mortalidade continua elevada, sendo que a sobrevida desses pacientes gira em torno de 79% e
41%, respectivamente no primeiro e no quinto ano de diálise.
Os tratamentos indicados para pacientes com IRC, devem ser contínuos, para
substituir a função renal, sendo estes a diálise peritonial, hemodiálise e transplante renal
(MARQUES, 2004).
Segundo Santos (2004) a associação entre a patogenia da IRC e os riscos oferecidos
pelos métodos dialíticos, contribuem para a perda gradativa da capacidade funcional desses
pacientes, comprometendo vários sistemas, dentre eles as funções respiratórias.
Estudos realizados mostram que há uma correlação entre a variável “tempo” e o
desenvolvimento da debilidade respiratória desses pacientes.
Forti (2004) avaliou a função pulmonar em pacientes com IRC antes e após a sessão
de hemodiálise, onde comparou a força muscular respiratória, volumes e capacidades
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pulmonares e permeabilidade das vias aéreas. Conclui que os procedimentos hemodialíticos
não interferem de forma significativa na função pulmonar desses pacientes.
Plentz (2005) realizou um estudo incluindo 29 pacientes com idade variando de 24 a
59 anos, avaliando a força muscular respiratória antes e após a sessão de hemodiálise e em um
outro momento teste de caminhada de 6 minutos, para avaliar a função cardiorespiratória.
Concluiu que tanto para os homens como para as mulheres houve uma melhora da PImáx
após a hemodiálise, porém não estatisticamente significativa, observou ainda que há uma
pequena diferença entre os valores de PImáx entre homens e mulheres, porém sem
significância estatística. Quanto a PEmáx observou que houve uma pequena diminuição nos
valores pós hemodiálise para os homens e que para as mulheres não houve variação, não
sendo significativo para ambos; quando comparado os valores em relação ao sexo verificou-se
que os homens apresentam valores maiores significativamente tanto antes quanto após a
hemodiálise.
Santos (2004) realizou um estudo onde avaliou o sistema cardiorespiratório dos
portadores de IRC submetidos à hemodiálise, durante um período com média de 21 + 8,8
meses (tempo em que os pacientes realizaram a hemodiálise), verificando pressões
inspiratórias e expiratórias máximas, volumes e capacidades pulmonares, freqüência cardíaca,
freqüência respiratória, saturação parcial de oxigênio e escala de Borg. Concluindo que houve
uma diminuição significativa das pressões respiratórias máximas, da capacidade vital e da
função cardíaca, observou ainda que os pacientes portadores de IRC submetidos à
hemodiálise, possuem uma limitação cardiopulmonar, prejudicando o desempenho nas
atividades de vida diária e convívio social.
Após essas observações podemos constatar na literatura científica que os portadores de
IRC que realizam hemodiálise apresentam alterações na função respiratória, com o
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comprometimento de várias variáveis relacionadas à função pulmonar. Desta forma, é de
extrema importância que sejam realizadas avaliações periódicas no âmbito pneumofuncional
desses pacientes para detecção precoce de complicações relacionadas ao sistema respiratório,
bem como para o acompanhamento da evolução de doenças pulmonares. O estudo ainda
justifica-se pela escassez de registros científicos que relatem os parâmetros da função
respiratória desses pacientes, permitindo traçar o perfil do sistema respiratório dos mesmos,
para servir como referência bibliográfica e auxiliar na melhora das complicações da IRC
associadas à hemodiálise.
Apesar de alguns estudos terem mostrado que há interferência na função respiratória
de pacientes portadores de IRC que realizam hemodiálise, ainda não se sabe quais os reais
efeitos desse procedimento de forma acumulativa por períodos prolongados, que permitam
traçar o perfil do sistema respiratório desses pacientes, levando em consideração a relação
tempo X debilidade.
Nesse contexto, o presente estudo tenciona identificar e analisar as repercussões da
hemodiálise na função respiratória em um grupo de pacientes portadores de IRC, bem como
traçar seu perfil sociocultural.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Insuficiência Renal Crônica
Os rins são órgãos fundamentais para a manutenção da homeostase do corpo humano.
Assim, não é surpresa constatarmos que, com a queda progressiva do ritmo de filtração
glomerular (RFG) observada na Insuficiência Renal Crônica (IRC) e conseqüente perda das
funções reguladoras, excretoras e endócrinas, ocorra o comprometimento de essencialmente
todos os outros sistemas do organismo (BARBOSA, 2000; BASTOS, 2004).
A National Kidney Foundation (NKF) em seu documento Kidney Disease Outcomes
Quality Initiative (K/DOQI), definiu a Insuficiência Renal Crônica baseada nos seguintes
critérios: lesão presente por um período igual ou superior a três meses, definida por
anormalidades estruturais ou funcionais do rim, com ou sem diminuição do RFG, manifestada
por anormalidades patológicas ou marcadores de lesão renal, incluindo alterações sanguíneas
ou urinárias, ou nos exames de imagem; RFG< 60mL/min/1,73m² por um período =3 meses,
com ou sem lesão renal (BARBOSA, 2000). A IRC ainda pode ser definida como uma
síndrome complexa, que se caracteriza pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções
renais (CABRAL, 2005).
Em indivíduos normais a filtração glomerular mantém-se em níveis de 110 a 120
ml/min, o que corresponde à função de filtração de cerca de 2.000.000 de néfrons. Já em
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pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica a filtração, nos casos mais avançados,
pode chegar a alcançar índices de 5 a 10 ml/min. (BARBOSA, 2000).
A IRC é diagnosticada através de exames de sangue, pois este torna-se
moderadamente ácido, devido ao acúmulo de uréia e creatinina (produtos de degradação
metabólica), que normalmente seriam filtradas pelo sangue.
As causas que levam uma pessoa à IRC são várias, sendo as mais comuns: a
glomerulonefrite crônica, nefropatia túbulo - intersticial crônica (pielonefrite), necrose
cortical renal, hipertensão arterial grave, processos renais obstrutivos crônicos, diabetes,
amiloidose, lúpus eritematoso disseminado e doenças hereditárias, tais como rins policísticos
e síndrome de Alport (MARQUES, 2005).
Na
Insuficiência
Renal
Crônica,
os
sintomas
manifestam-se
lentamente,
desenvolvendo-se em três estágios. No primeiro estágio, os néfrons são destruídos até que
cerca de 70% ou 75% dos néfrons funcionais sejam eliminados, não apresentando sintomas
aparentes, ou seja, o indivíduo é assintomático, pois os néfrons restantes aumentam e
assumem as funções dos que foram eliminados. Quando 75% dos néfrons forem eliminados, o
indivíduo entra no segundo estágio, caracterizado pela diminuição da filtração glomerular e
aumento dos níveis de resíduos nitrogenados e de creatinina no sangue, apresentando urgência
miccional noturna (noctúria). O estágio final ocorre quando cerca de 90% dos néfrons forem
eliminados, diminuindo a filtração glomerular para 10-15 % do normal, tendo como
conseqüência a oligúria e aumento acentuado nos níveis de resíduos nitrogenados e de
creatinina, além de outras complicações (GUYTON, 2002; GRABOWSKI, 2002).
A incapacidade de manter o equilíbrio hidroeletrolítico, ácido-básico e a osmolaridade
do organismo causada pelas alterações de redução na filtração e excreção de fosfatos, sulfatos,
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ácidos orgânicos, causam acidose metabólica, o que prejudica a distribuição do oxigênio para
os tecidos de pacientes anêmicos, ocasionalmente podendo provocar hipóxia (BEVINGTON,
et al 1995).
Barbosa (2000) afirma que a medida que a Insuficiência Renal progride levando a um
acúmulo de substâncias tóxicas no sangue, o portador desta patologia pode apresentar: cor
escura, amarelada ou acinzentada, devido aos pigmentos ucrômicos retidos; palidez anêmica;
anorexia; náusea; prurido que pode ocasionar escoriações infecciosas e púrpura, devido a
anormalidades na coagulação e fragilidade nos capilares; e redução da atividade da glândula
produtora de óleo do tecido subcutâneo ocasionando pele seca e esfoliada.
A ação da uréia decomposta na cavidade oral, devido ao desenvolvimento de uma
estomatite não bacteriana, produz um gosto de metal na boca, já seu metabolismo no trato
intestinal forma amônia que, por sua vez, ocasiona a formação de úlceras. O aumento de uréia
no sangue pode levar a letargia, entorpecimento, perturbações e em índices mais acentuados,
o coma (BARBOSA, 2000). Prezant (1990) cita que as alterações no drive respiratório, na
mecânica, força dos músculos respiratórios e nas trocas gasosas, podem estar diretamente
relacionadas com a circulação de toxinas urêmicas ou como resultado indireto da retenção de
líquido, anemia, imunossupressão, calcificação heterotópica, desnutrição, desequilíbrio
eletrolítico ou ácido-básico.
Na síndrome urêmica todos os sistemas orgânicos são comprometidos e as alterações
clínicas podem ser diferentes em cada paciente. Uma série de complicações associadas à
uremia pode acometer os indivíduos, comprometendo o sistema respiratório, cardiovascular,
sistema nervoso central e periférico, hematopoiético, digestivo, muscular, ósseo, articular,
imunológico até mesmo cutâneo (RIELLA, 1988).
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Uma vez instalada, é necessário um tratamento contínuo para substituir a função renal,
como já foi citado, tendo como tratamentos disponíveis a diálise peritonial, que é realizada
por uma técnica de infusão de líquido dialisado na cavidade abdominal do paciente, a
hemodiálise, que será descrita mais adiante e o transplante renal (MARQUES, 2005).
Segundo Cesarino e Martins (2005), os dois primeiros tratamentos citados substituem
parcialmente a função renal, aliviam os sintomas da doença e preservam a vida do paciente,
porém, nenhum deles é curativo.
A doença renal reduz de forma acentuada o funcionamento físico e profissional, tendo
um impacto negativo sobre os níveis de energia e vitalidade, o que pode reduzir ou limitar as
interações sociais e causar problemas relacionados à saúde mental dos pacientes renais
crônicos (CICONELLI et al, 2003).
2.2. Hemodiálise
Segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2002, no Brasil, existem
54.523 pacientes em terapia renal substitutiva, sendo 48.874 em hemodiálise (CESARINO;
MARTINS, 2005).
A diálise é utilizada para remover substâncias tóxicas e detritos orgânicos, excretados
normalmente pelos rins sadios. É indicada nos casos em que o tratamento conservador não é
considerado suficiente. Os procedimentos dialíticos podem ser realizados por processos de
diálise peritoneal ou por processos hemodialíticos (KAMIMURA, 2004).
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A hemodiálise é um procedimento no qual o sangue é removido do corpo e circulado
através de um aparelho externo denominado dialisador. Exige o acesso repetido à corrente
sangüínea, geralmente realizado através de uma fístula arteriovenosa (conexão artificial entre
uma artéria e uma veia) que é criada cirurgicamente. Os acessos ainda podem ser designados
fisicamente por cateteres, shunts artério- venosos, enxertos e próteses vasculares (BARBOSA,
2000).
É através desses acessos vasculares que o sangue com excesso de substâncias tóxicas é
canalizado da circulação corporal para o filtro (dialisador) e restituído posteriormente limpo
ao organismo (BARBOSA, 2000).
Na hemodiálise, o sangue do paciente flui através de um tubo conectado à fístula
arteriovenosa e é bombeado até o dialisador. A heparina (uma droga que impede a
coagulação) é utilizada durante a diálise para evitar a coagulação do sangue. No interior do
dialisador, uma membrana artificial porosa separa o sangue de um líquido, denominado
dialisado, o qual possui uma composição química similar dos líquidos corpóreos normais. A
pressão no compartimento da membrana onde se encontra o líquido dialisado é mais baixa
que a do compartimento onde se encontra o sangue, permitindo a filtração do líquido, de
produtos da degradação metabólica e de substâncias tóxicas presentes no sangue através da
membrana para o interior do dialisador. No entanto, as células sangüíneas e as proteínas
maiores são muito grandes para serem filtradas através dos pequenos poros da membrana. O
sangue já dialisado é em seguida retornado ao corpo do indivíduo (BERKON et al, 1995).
Este procedimento de hemodiálise pode ser observado na figura 1.
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Figura 1 - Esquematização Paciente X Dialisador. (Fonte: www.klickeducacao.com.br)
Os procedimentos dialíticos podem levar à remoção de 1 a 4 litros de fluido no
período médio de quatro horas e, dependendo do paciente e da eficiência da diálise, as
alterações no volume do fluido corporal podem resultar em situações que variam desde edema
e congestão pulmonar até hipotensão e desidratação. Estas constantes variações hídricas
podem tornar imprecisas as medidas da composição corporal, dificultando a avaliação
(KAMIMURA, 2004; BARBOSA, 2000).
Para permanecerem saudáveis, a maioria dos indivíduos com Insuficiência Renal
Crônica necessita de hemodiálise três vezes por semana. Mesmo em situações em que não
haja déficit aparente da filtração glomerular, pode haver necessidade de diálise para correção
do desequilíbrio grave e suporte hemostático mais rápido (BARBOSA, 2000).
Os dialisadores possuem tamanhos e graus de eficácia diferentes. As unidades mais
modernas são muito eficazes, permitindo que o sangue flua com mais rapidez e abreviando o
tempo da diálise (BERKON et al, 2005).
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Nos últimos 50 anos, os avanços da tecnologia na área de diálise tornaram esses
procedimentos mais seguros e contribuíram substancialmente para o aumento da sobrevida
dos pacientes renais crônicos. O controle da ultrafiltração, o dialisato com bicarbonato, o
desenvolvimento de membranas mais biocompatíveis, a sofisticação crescente das máquinas
de hemodiálise e a aplicação dos modelos de sódio variável e cinética de heparina
contribuíram para este sucesso (CASTRO, 2001).
Embora a hemodiálise seja a proposta terapêutica mais eficaz para o tratamento da
IRC, ela pode trazer repercussões importantes ao indivíduo em vários sistemas (FORTI,
2004). Em 30% das sessões de hemodiálise, pode ocorrer algum tipo de complicação. Assim
sendo, a constante avaliação dessas complicações deve ser inserida em qualquer programa de
controle da qualidade física do paciente. (CAIUBY, 2003).
Segundo Castro (2001) a principal complicação é a hipotensão arterial, ocorrendo em
até 20% das sessões, apresentando como causas mais freqüentes a taxa e a velocidade de
ultrafiltração. A correção nesses casos é realizada através da administração de soluções
hipertônicas e posicionamento do paciente em trendelemburg.
Outra complicação que pode ocorrer com intensidade variada em qualquer paciente é a
síndrome do desequilíbrio da diálise, caracterizada por cefaléia, náuseas, vômito, tremores,
confusão mental, convulsões e coma. Durante as sessões ainda podem ocorrer arritmias,
câimbras, reações alérgicas (do tipo anafilático), prurido, reações pirogênicas, hemólise
aguda, coagulação do sangue no dialisador, embolia gasosa e distúrbios eletrolíticos, como
anormalidades nos níveis de sódio, potássio, cálcio e fósforo (CASTRO, 2001; BARBOSA,
2000).
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Para Prezant (1990), o sistema respiratório sofre influência tanto do processo
patológico da IRC, quanto de seu tratamento.
Alguns estudos mostram as repercussões deste procedimento no sistema respiratório,
como: decréscimo de ventilação alveolar e conseqüente diminuição da PaO2, hipertensão
pulmonar, fibrose pulmonar, tuberculose em decorrência da diminuição da imunidade celular
secundária à uremia crônica, entre outras (DI RUPO, 1996; ROMALDINI, 1980; FUCK,
2004).
Segundo Davenport e Williams (1988) após trinta minutos do início da hemodiálise o pico de
fluxo respiratório encontra-se diminuído em decorrência da queda no número de células
brancas do sangue, o que sugere agregação linfocitária, resultando em edema na região
periférica aos brônquios, liberação de mediadores inflamatórios e disfunção obstrutiva das
vias aéreas.
Referindo-se ainda às alterações respiratórias, Taskapan et al (2004) cita que a terapia
com hemodiálise causa redução na capacidade de difusão pulmonar por monóxido de carbono
pela diminuição dos componentes do volume sanguíneo de capilares pulmonares.
A hipoxemia de duração e intensidade variável ocorre durante a hemodiálise,
entretanto, sua expressão clínica é pequena e ocorre principalmente em pacientes com
importante doença pulmonar ou naqueles com doença cardíaca isquêmica não compensada
(CASTRO, 2001). Esta complicação é observada de modo mais intenso nas diálises com
tampão acetato, que ainda leva à hipocapnia e à hipoventilação. A importância do seqüestro
de leucócitos no pulmão não parece influenciar significativamente na hipoxemia causada pela
hemodiálise. Essa complicação raramente necessita de intervenção e se limita a oferta de
oxigênio complementar (CASTRO, 2001).
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O tratamento hemodialítico é responsável por um cotidiano monótono e restrito, e as
atividades desses indivíduos são limitadas após o início do tratamento, favorecendo o
sedentarismo e a deficiência funcional (Casagrande, 1995).
A Insuficiência Renal Crônica e o tratamento hemodialítico provocam uma sucessão
de situações para o paciente renal crônico, que compromete o aspecto não só físico, como
psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais, como relata Casagrande (1995).
2.3. Avaliação da função respiratória
A pneumologia dispõe hoje de recursos modernos e equipamentos sofisticados para
auxiliar o diagnóstico e acompanhamento das pnemopatias. Apesar disso, o emprego de certas
técnicas tradicionais, como o exame ou inspeção física e a anamnese, continuam sendo
indispensáveis para a avaliação das deficiências toracopulmonares (COSTA, 2002).
Costa (2002) ainda afirma que a anamnese é a parte inicial da avaliação e consiste
basicamente em um conjunto de perguntas ao paciente sobre os aspectos relevantes e que
giram em torno de sua queixa principal. Visa-se sempre buscar subsídios necessários para a
obtenção do quadro clínico disfuncional.
O exame do tórax deve ser realizado por todos os profissionais da saúde que se
propõem a trabalhar com pacientes portadores de patologias respiratórias. Segundo
Humberstone (1994) o fisioterapeuta tem três objetivos com este exame: 1) identificar os
problemas reconhecidos pelo paciente; 2) avaliar os sinais coexistentes de doença pulmonar; e
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3) determinar a necessidade de maiores procedimentos avaliativos. Assim os procedimentos
que compõe o exame do tórax são: inspeção, palpação e ausculta pulmonar.
Outras técnicas ainda se fazem importantes para a avaliação da função respiratória a
fim de auxiliar no fisiodiagnóstico como: a avaliação da força muscular respiratória,
permeabilidade das vias aéreas, mobilidade tóraco-abdominal e índice de massa corporal.
É grande a importância de uniformização dos procedimentos técnicos para a avaliação
de pacientes, e a necessidade de sistematização da coleta de dados, para garantir a
confiabilidade dos testes, provas e exames realizados pelos fisioterapeutas.
x
Inspeção Geral
Em uma inspeção do sistema respiratório deve-se explorar com mais atenção os
seguintes aspectos: tipo de tórax, curvaturas anormais da coluna vertebral, freqüência
ventilatória, padrão respiratório, mobilidade tóraco-abdominal, presença de edema e cianose
periférica (COSTA, 2002).
Ao examinar o tórax, o fisioterapeuta avalia a condição da pele, o formato e simetria.
A inspeção da pele assegura a documentação de incisões, escaras e traumatismos.
Segundo Presto e Presto (2003) e Humberstone (1994), a avaliação do formato do
tórax permite a documentação de defeitos congênitos. Os tipos de tórax geralmente
encontrados são: Pectus Escavatum, Pectus Carinatum e Tórax em tonel.
A avaliação postural torna-se importante dentro da avaliação respiratória, pois pode
acusar presença de uma respiração atípica que muitas vezes gera uma série de outras
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alterações importantes na dinâmica corporal, como a presença de ombros protusos, pescoço
projetado anteriormente, escápulas aladas, aumento das curvaturas fisiológicas da coluna,
escoliose, assimetria da cintura pélvica e escapular e protusão abdominal.
A avaliação do tórax móvel começa com a avaliação da freqüência respiratória, que
normalmente varia de 12 a 20 incursões por minuto (eupnéico). A taquipnéia refere-se a
valores maiores que 20 incursões por minuto e a bradipnéia refere-se a valores menores que
10 incursões por minuto (HUMBERSTONE, 1994).
A observação do tipo de padrão ventilatório tem importância no diagnóstico da fadiga,
paralisia e hipotonia diafragmática, condições em que a parede abdominal tende a se retrair na
inspiração, ao contrário do que ocorre na respiração diafragmática normal (PORTO, 2002).
Na posição de pé, ou sentada, tanto no sexo masculino ou feminino, predomina a
respiração torácica ou costal caracterizada pela movimentação da caixa torácica. Enquanto
que na posição deitada, em ambos os sexos, a respiração é diafragmática, prevalecendo à
movimentação da metade inferior do tórax e do andar superior do abdômen (PORTO, 2002).
Humberstone (1994), relata que após a avaliação do padrão ventilatório, o terapeuta
deve avaliar a mobilidade tóraco-abdominal que inclui a simetria e a sincronia da ventilação.
O tempo e a movimentação relativa de um hemitórax em relação ao outro e ao abdome são
comparados durante as respirações corrente e profunda.
Por fim a inspeção deve incluir ainda a avaliação das extremidades a fim de detectar a
presença de edema e cianose periférica (HUMBERSTONE, 1994). O edema é resultante de
diversos fatores, dentre os principais estão a estase venosa e doenças cardiovasculares
(PORTO, 2002). A cianose caracteriza-se pela coloração azulada da pele indicando
dificuldade na oxigenação capilar ou redução na concentração de hemoglobina no sangue.
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Suas principais causas são hipoventilação, hipoperfusão e/ou hipodifusão (PRESTO, 2005;
COSTA, 2002).
x
Palpação
Humberstone (1994) afirma que este exame detecta sinais de aumento do trabalho
respiratório pela palpação dos músculos.
A palpação permite a avaliação específica da atividade muscular identificada
ligeiramente durante a inspeção. Normalmente, os músculos esternocleidomastoideo,
escalenos, trapézio e peitoral menor estão inativos na respiração normal. A ativação muscular
acessória da inspiração de forma prolongada torna-se inapropriada levando ao aumento do
tônus muscular e conseqüente aumento do trabalho respiratório (COSTA, 2002).
x
Ausculta Pulmonar
Para Costa (2002), a ausculta pulmonar é um recurso semiológico destinado a detectar,
através do estetoscópio, os sons normais e patológicos produzidos nos pulmões e vias aéreas
durante a ventilação.
Segundo Humberstone (1994) a preparação para a ausculta envolve ensinar a
importância da respiração pela boca e do relato de tontura e fadiga inadequada.
O som normal audível através da parede torácica é chamado murmúrio vesicular, onde
pode estar diminuído ou ausente, já o som normal ouvido a nível antero-lateral do pescoço é
chamado som traqueal (HUMBERSTONE, 1994).
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Os ruídos fisiológicos que ainda podem ser auscultados são os broncovesiculares, que
é referente à passagem do ar turbilhonar nos brônquios e os pleurais, sons produzidos pelo
deslizamento entre as pleuras visceral e parietal (PRESTO, 2005).
Segundo Humberstone (1994), os sons adventícios são os sons que não existem em
condições fisiológicas normais, são classificados de acordo com o Joint Committee on
Pulmonary Nomenclature em: Estertores ou Crepitantes e Roncos ou Sibilos.
x Cirtometria Torácica
Conforme Britto (2004) a cirtometria ou toracometria constitui parte do exame físico
do tórax na avaliação funcional respiratória. Consiste em um conjunto de medidas das
circunferências de tórax e abdome durante os movimentos respiratórios, nas fases expiratória
e inspiratória máximas. Para Costa (2002) a diferença entre essas duas medidas fornece
informações do grau de expansibilidade e de retração dos movimentos toraco-abdominais. As
medidas são realizadas com uma fita métrica convencional e devem ser realizadas, no
mínimo, em três níveis diferentes: Axilar, xifoidiano e umbilical.
Segundo o mesmo autor a cirtometria torácica é a maneira mais indicada para medir a
mobilidade tóraco-abdominal.
x Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx)
As pressões respiratórias máximas indicam a força muscular máxima utilizada para a
realização da inspiração e expiração baseada na variação do volume pulmonar. O exame está
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indicado na suspeita clínica de fraqueza muscular respiratória (PEREIRA, 2001; AZEREDO,
2002).
Para Azeredo (2002), um dos métodos existentes para avaliar a força da musculatura
respiratória é a utilização de um manômetro de pressões negativa e positiva. Para a
mensuração da PImáx o ideal é que a inspiração se inicie a partir do Volume residual (VR),
isto é, após uma expiração profunda. Para a mensuração da PEmáx a expiração deve começar
no nível da capacidade pulmonar total (CPT), ou seja, após uma inspiração profunda.
A mensuração da força dos músculos respiratórios permite o diagnóstico de
insuficiência respiratória por falência muscular e possibilita o diagnóstico precoce da fraqueza
em músculos respiratórios, ajudando o fisioterapeuta a estabelecer protocolos de treinamento
direcionados (AZEREDO, 2002).
Segundo Azeredo (2002), a hipotonia da parede torácica abdominal é uma das
principais condições clínicas que podem alterar a dinâmica do diafragma, que por sua vez
resultará na incapacidade desse músculo em gerar tensão, produzindo assim o
desenvolvimento
de
pressão
e
movimentos
anormais
durante
a
respiração,
e
consequentemente a hipoventilação alveolar.
Geralmente, a força respiratória decresce 1% por ano entre as idades de 20 a 70 anos.
A força do músculo respiratório nas mulheres é aproximadamente ¾ do que no homem
(ROCHESTER & ARORA, 1983).
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x
Pico de Fluxo Expiratório Máximo (Peak Flow)
A medida do Fluxo Expiratório representa o pico máximo de fluxo expiratório (PFE)
atingido em uma expiração forçada (ponto da curva expiratória no qual a velocidade da
expiração é a maior). Os valores são aferidos através de um equipamento – Peak Flow –
simples, de fácil manuseio e baixo custo (AZEREDO, 2002).
O Pico de Fluxo Expiratório permite ao fisioterapeuta avaliar com a máxima
segurança a gravidade da obstrução brônquica, mediante o estudo comparativo dos resultados
obtidos com o teste, relacionando-os com os valores normais teóricos contidos em
normogramas especialmente programados para tal fim, além de determinar a efetividade da
tosse (AZEREDO, 2002).
Godfrey et al. (1970) estabeleceu valores de referência para o Pico de Fluxo
Expiratório para homens e mulheres, de acordo com as variáveis idade (anos) e altura (cm)
(ANEXO F).
x
Índice de Massa Corporal
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia o Índice de
Massa Corporal (IMC) consiste em um cálculo que se faz com base no peso e na altura do
indivíduo, sendo obtido dividindo-se o peso em quilogramas (kg) pelo quadrado da altura em
metros (m).
Segundo a mesma instituição o IMC atualmente é o índice usado com mais freqüência
para se investigar a obesidade, avaliando se determinado peso é excessivo ou não para
determinada altura.
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Segundo Costa et al. (2002), com a deposição freqüente de gordura revestindo a caixa
torácica e, tanto dentro como sobre a cavidade abdominal, alterações progressivas ocorrem na
função pulmonar. A alteração mais importante envolve a diminuição da Capacidade Residual
Funcional (CRF) onde o diafragma encontra-se elevado pelo abdômen distendido, tornando-se
de extrema importância a avaliação do IMC.
2.4. Questionário para avaliar a qualidade de vida
A extensão e a complexidade dos problemas inerentes à vivência da cronicidade de
uma doença estimulam a análise da qualidade de vida dos doentes.
Diversos aspectos justificam o atual interesse em estudar qualidade de vida, em
especial no caso de doenças crônicas, como: 1) conhecimento do impacto da doença sobre
atividades diárias; 2) identificação de problemas específicos; 3) avaliação do impacto dos
tratamentos e outros determinantes, como a não adesão do paciente; e 4) obtenção de
informações que permitam a comparação entre diferentes tratamentos; entre outros
(CICONELLI et al, 2003).
Na literatura científica e social não existe um consenso sobre os itens que devem ser
levados em consideração na avaliação da qualidade de vida de um paciente. Dispõe-se hoje de
questionários específicos, dependendo do que se busca analisar (interferência no campo
profissional, econômico, social, etc.), e os genéricos. Os instrumentos genéricos, mais
comumente utilizados avaliam de forma global os aspectos mais importantes relacionados à
qualidade de vida dos pacientes (CAIUBY, 2003).
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O questionário/entrevista deste estudo baseou-se no questionário genérico SF-36,
Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey, que aborda o desempenho do
paciente em diversas dimensões (capacidade funcional, aspectos físicos, aspectos sociais, etc),
citado por Caiuby (2003) em seu artigo.
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3.OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Identificar e analisar as repercussões da hemodiálise na função respiratória de pacientes
portadores de Insuficiência Renal Crônica.
3.2. Objetivos Específicos
Coletar dados que caracterizem a função respiratória de um grupo de portadores de
Insuficiência Renal Crônica, através de um protocolo de avaliação específico do sistema
respiratório.
Analisar as repercussões da hemodiálise nas variáveis: Pressões respiratórias máximas
(força muscular), Pico Máximo de Fluxo Expiratório (permeabilidade das vias aéreas),
cirtometria torácica (mobilidade tóraco-abdominal) e Índice de Massa Corporal em um grupo
de portadores de IRC.
Aplicar questionário/entrevista aos portadores para traçar um perfil sociocultural, fazendo
uma abordagem sobre a história de doenças respiratórias prévias e/ou associação a outras
patologias.
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4. METODOLOGIA
4.1. Caracterização do estudo e aprovações:
Esta pesquisa foi delineada como estudo transversal de coorte e foi realizada após as
seguintes aprovações: aceite do orientador: Fisioterapeuta Manoel Gionovaldo Freire
Lourenço (ANEXO A); autorização dos locais onde foi realizada a pesquisa: Fundação
Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) e Hospital Ophir Loyola (HOL) (ANEXO B);
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), assinado pelos pacientes que
participaram da pesquisa, em anuência com a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de
Saúde; e autorização do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da FHCGV nº 017/06 (ANEXO
C), que permitiu o registro dos dados para efeito de pesquisa e publicação científica. Ainda foi
aplicado ao responsável o termo de consentimento para a utilização de imagens para efeito
ilustrativo da pesquisa (APÊNDICE B).
4.2. Amostra/ Locais:
A amostra foi composta de quinze (15) pacientes (N) selecionados de acordo com os
critérios de inclusão e exclusão que foram divididos em três grupos distintos de acordo com o
tempo de tratamento hemodialítico (N1, N2 e N3).
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Cada grupo foi composto de cinco pacientes. O grupo N1 é o grupo de pacientes
portadores de IRC que realizam hemodiálise de três até doze meses. Já o grupo N2 é
composto por pacientes portadores de IRC que realizam hemodiálise há trinta e seis meses. E
o grupo N3 é composto por pacientes portadores de IRC que iniciaram hemodiálise há setenta
e dois meses (Figura 2).
N:
Quinze (15) pacientes
selecionados
N1:
Cinco portadores de IRC
que iniciaram hemodiálise
até 12 meses.
N2:
Cinco portadores de IRC
que iniciaram hemodiálise
há 36 meses
N1:
Cinco portadores de IRC
que iniciaram hemodiálise
há 72 meses
Figura 2 - Esquematização da amostra do estudo (N) (Fonte: Dados do autor).
O projeto foi realizado na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) e
no Hospital Ophir Loyola (HOL), ambas instituições públicas da cidade de Belém-Pará no
período compreendido entre agosto e setembro de 2006.
4.3. Critérios de Inclusão e Exclusão:
Os critérios de inclusão adotados no estudo foram pacientes adultos portadores de
Insuficiência Renal Crônica com doenças de base variadas todas evoluindo para IRC, de
ambos os sexos; com faixa etária 40 a 60 anos; sedentários; condições clínicas estáveis; não
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fumantes; sem diagnóstico de afecção respiratória no momento da avaliação; que realizam
hemodiálise três vezes por semana através de fistula arteriovenosa, com tempo de tratamento
hemodialítico de acordo com o tempo de tratamento determinado nos grupos da amostra.
Não foram admitidos no estudo os indivíduos que não fazem parte da faixa etária
adotada; que trocaram de modalidade de diálise nos últimos 6 meses, que se recusaram a
assinar o TCLE, que apresentavam doenças pré-existentes de caráter congênito, neurológico
ou traumático e que não possuiam um bom nível de entendimento durante a realização dos
testes solicitados.
4.4. Procedimentos:
A avaliação respiratória foi realizada pelos autores da pesquisa, orientados pelo
pesquisador responsável, antes do primeiro procedimento hemodialítico semanal dos
pacientes e o questionário foi aplicado logo após a avaliação.
Foram utilizados procedimentos avaliativos com os seguintes instrumentos: Avaliação
Fisioterapêutica Pneumofuncional (APÊNDICE C)), composta por: 1) Avaliação geral (sinais
vitais, avaliação postural e Índice de Massa Corporal) e 2) Avaliação do sistema respiratório
(Exame do tórax, cirtometria torácica, força muscular respiratória e Pico de Fluxo
Expiratório). Bem como a aplicação do questionário/ entrevista ao paciente (APÊNDICE C).
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x Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional
1) Avaliação geral:
Os sinais vitais aferidos foram: pressão arterial sistêmica (PA), pelo método palpatório
e auscultatório com um esfignomanômetro Premium®; freqüência cardíaca (FC), mensurado
através da palpação do pulso radial em 1 minuto; freqüência respiratória (FR), através da
observação do movimento torácico em 1 minuto.
x Índice de massa corporal
A avaliação nutricional foi realizada através do método do Índice de Massa Corporal
(IMC), que consiste na divisão do peso em quilogramas (kg), pelo quadrado da altura em
metros. Para a mensuração do IMC foi utilizada uma balança do tipo antropométrica
Filizola® (Figura 3). Durante o procedimento o paciente estava vestido com roupas leves e
sem sapatos, estando a balança calibrada para zero, sendo então anotados as medidas com
exatidão. Os dados obtidos foram comparados com os valores de referência para a
classificação do grau de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
(2005) (ANEXO D).
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Figura 3 - Balança do tipo antropométrica Filizola® (Fonte: Dados do autor).
2) Avaliação do Sistema Respiratório:
x Exame do tórax
A avaliação especifica do Sistema Respiratório, incluiu o exame do tórax, composto
de inspeção, palpação e ausculta. Todos esses procedimentos seguiram o que foi referenciado
na revisão de literatura.
Nessa etapa a única técnica que utilizou material específico foi a ausculta pulmonar,
realizada de forma comparativa com o estetoscópio Rappaport Premium® nos seguintes
pontos do tórax: 6 anteriores (2°, 5° e 7° espaços intercostais) 6 posteriores (3°, 7° e 9°
espaços intercostais) e 6 laterais (2°, 5° e 7° espaços intercostais).
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x Cirtometria Torácica
Para a realização da cirtometria torácica, utilizou-se uma fita métrica convencional de
1,50m, com escala em milímetros, onde foram tomadas as medidas da circunferência torácica
nas regiões axilar (AAx), xifóidiana (AXf) e abdominal (AAb), durante as fases de inspiração
e expiração máximas (Figura 4).
Figura 4 - Níveis da Cirtometria torácica - axilar, xifoidiana e abdominal.
(Fonte: Dados do autor)
Cada medida foi obtida após solicitar ao paciente que realize, a partir da Capacidade
Residual Funcional (CRF), uma inspiração máxima, seguida de uma expiração máxima, a
partir da Capacidade Pulmonar Total (CPT), com o cuidado de realizar o procedimento do
ponto zero da fita métrica da região anterior do tronco, sendo esta tracionada pelo avaliador
sobre um ponto fixo, exercendo a máxima pressão possível da fita sobre o corpo do paciente,
visando prevenir que as estruturas moles interfiram na medida.
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x Força Muscular Respiratória
A força muscular respiratória foi determinada através da aferição da PImáx e PEmáx,
sendo utilizado o manovacuômetro analógico (Ger/Ar Ind. Cm e Manut. de Material
Hospitalar Ltda), com amplitude de -150 a + 150cmmH2O.
Durante o procedimento os pacientes permaneceram sentados em repouso, com o
tronco ereto e as narinas ocluídas com clipe nasal para evitar o escape de ar. No momento da
verificação o examinador segurava firmemente o cilindro metálico, enquanto o paciente
pressionava o bocal contra os lábios, evitando vazamento perioral de ar (Figura 5).
Figura 5 - Manovacuometria. (Fonte: Dados do autor).
A PEmáx foi medida após o paciente expirar da Capacidade Pulmonar Total (CPT) até
o Volume Residual (VR), com conseqüente esforço expiratório máximo, sendo que neste
momento o paciente ocluiu o orifício existente no bocal. Enquanto que a PImáx foi obtida
após o paciente inspirar do Volume Residual (VR) até a Capacidade Pulmonar Total (CPT)
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gerando um esforço inspiratório máximo, sendo o orifício do bocal ocluído da mesma maneira
da aferição do PEmáx.
Foi exigido em cada caso, que as pressões fossem atingidas e mantidas estáveis
durante pelo menos 1 segundo, através da estimulação verbal dos avaliadores. Sendo
realizadas três manobras corretas, considerando-se para registro o maior valor alcançado.
Essas manobras foram realizadas após um período de treinamento dos pacientes, sendo
permitido intervalo de livre descanso entre as medidas consecutivas. Os valores obtidos
através das fórmulas: Homens [PImáx = 143 – (0,55 x idade) e PEmáx = 268 – (1,03 x
idade)]; Mulheres [PImáx = 104 – (0,51 x idade) e PEmáx = 170 – (1,03 x idade)], foram
comparados com os previstos para indivíduos normais (ANEXO E).
x Pico de Fluxo Expiratório (PFE)
Para a realização da medida de Pico de Fluxo Expiratório foi utilizado o aparelho Peak
Flow Mini Wright Airmed®.
O paciente permanecia sentado, com o tronco ereto, segurando o medidor de pico de
fluxo pela região inferior, sendo instruído para a realização de expiração forçada a partir da
Capacidade Pulmonar Total (CPT), para uma correta execução e obtenção de medidas de PFE
(Figura 6).
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Figura 6 - Medida do Peak Flow (Fonte: Dados do autor).
O maior valor de Pico de Fluxo Expiratório (PFE) de três manobras realizadas
corretamente foi registrado e comparado com os valores previstos para pacientes normais de
acordo com a altura. (ANEXO F).
x Questionário/Entrevista
Associado a investigação da função respiratória e baseado no artigo de Caiuby (2003),
foi aplicado aos pacientes um Questionário/Entrevista composto por 18 questões fechadas e
abertas, criado pelos autores da pesquisa, com o objetivo de se obter um amplo conhecimento
do perfil social e familiar dos indivíduos em questão verificando-se a qualidade de vida
destes.
O Questionário/Entrevista contém assuntos como: identificação, grau de escolaridade,
ocupação, tipo de moradia, patologias associadas a IRC, histórico familiar, independência na
realização de atividades de vida diária e de lazer e prática de atividades físicas.
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4.5. Análise de dados:
Após a coleta, os dados foram armazenados em um banco de dados do programa Excel
para Windows®, de onde foram concluídas as tabelas e gráficos. Em tais dados ainda foram
realizadas análises das médias e desvios padrões das médias e calculados os percentuais dos
dados relativos às avaliações respiratórias e aos questionários/entrevistas. Posteriormente,
foram construídos os gráficos de acordo com as tabelas mais expressivas. O teste t de Student
para amostras independentes foi utilizado na análise comparativa dos dados referentes à
manovacuometria e Pico Máximo de Fluxo Expiratório entre os grupos selecionados.
Resultados que obtiveram p<0,005 nos testes estatísticos foram considerados significantes.
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5. RESULTADOS
De um total de 110 pacientes que participam do programa de hemodiálise do Hospital
Ophir Loyola (HOL) e da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) da cidade
de Belém, 15 renais crônicos compuseram a amostra estudada. Os 95 pacientes restantes não
apresentaram condições favoráveis à metodologia da pesquisa.
Neste estudo foram avaliados 15 pacientes de 40 a 60 anos, sendo 10 (66,66%) do
sexo masculino e 5 (33,34%) do sexo feminino. Destes pacientes 6 (40%) eram procedentes
de Belém e 9 (60%) procedentes
do interior. A maioria dos pacientes (93,3%) eram
aposentados e apenas 1 (6,6%) estava ativo no trabalho como comerciante autônomo (Tabela
01).
A porcentagem das principais condições clínicas associadas a IRC estão na tabela 2,
mostrando que 5 (33,3%) dos pacientes do sexo masculino e 4 (26,66) do sexo feminino
apresentaram hipertensão arterial sistêmica (HAS); 5 (33,33%) do sexo masculino e 2
(13,33%) do sexo feminino apresentaram diabetes mellitus; e os pacientes que apresentaram
dispnéia foram 6 (40%) do sexo masculino e 3 (30%) do sexo feminino.
Na tabela 3 são encontrados dados da história familiar de IRC da amostra dos
pacientes, sendo que 7 (46,6%) desses pacientes possuíam familiares com IRC e 8 (53,3%)
não apresentaram casos de IRC na família.
Dentre das complicações patológicas associadas a IRC temos as cardiopatias
congênitas, as quais 8 (53,3%) dos pacientes da amostra apresentaram; as doenças
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respiratórias de repetição alegradas por 6 (40%) pacientes da amostra; e doenças
gastrointestinais apresentadas por 4 (26,6%) pacientes. Ficou evidenciado que 2 (13,33%)
pacientes apresentaram outras complicações associadas a IRC, sendo estas a Síndrome de
Alport e Lúpus Eritematoso Sistêmico; por outro lado, 5 (33,3) não apresentaram qualquer
complicação patológica associada a IRC (Tabela 04).
As condições sócio-culturais da amostra dos pacientes com IRC mostraram o grau de
escolaridade e atividades de lazer desses pacientes, que foram os dados mais expressivos,
onde 4 (26,6%) possuíam o 1º Grau completo e 7 (46,6%) o 1º Grau incompleto; 3 (20%) dos
pacientes da amostra alegraram ter o 2º Grau completo e apenas 1(6,6%) apresentava o 2º
Grau incompleto, sendo ausente o grau de escolaridade a nível superior. Já nas atividades de
lazer, 10 (66,6%) visitavam parentes com freqüência; 4 (26,6%) desses pacientes costumavam
passear em parques, praças, etc.; apenas 1 (6,6%) tinha o costume de ir a lanchonetes; 5
(33,3%) viajavam com freqüência e 3 (20%) referiram não possuir nenhuma atividade de
lazer (Tabela 05).
Na tabela 06 são encontrados os valores referentes à antropometria da casuística. A
média e desvio padrão do peso foram de 67,75 + 11,41 quilogramas (kg), com mínima de
53kg e máxima de 94,9kg, altura de 1,68 + 4,48 metros (m), com mínima de 1,52m e
máxima de 1,84m, Índice de Massa Corporal (IMC) de 24,21 + 4,48 kg/m², com mínima de
19 e máxima de 34,05 kg/m².
A cirtometria considerou os níveis axilar, xifoidiano e abdominal. Para o nível axilar a
média e desvio padrão foram de 2,70 + 0,84cm, para o nível xifoidiano foram de 2,57 +
1,13cm e abdominal foram de 2,27 + 1,31cm (Tabela 07).
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Na tabela 08 são apresentados os dados obtidos a partir da manovacuometria
adquiridos na pesquisa de campo de acordo com o sexo dos pacientes e os valores preditos
por Black & Hyatt (1969). Para o sexo masculino as médias para PImáx e PEmáx obtidos
foram respectivamente -56,00 + 15,78 e 57,50 + 12,82, para o sexo feminino foram
respectivamente de -52,00 + 31,94 e 46,00 + 32,09 (Tabela 8).
Os dados da manovacuometria de acordo com o tempo de tratamento hemodialítico
dos grupos selecionados (N1, N2 e N3), e os valores preditos por Black & Hyatt (1969)
encontram-se na tabela 9. As médias e desvios padrões de PImáx e PEmáx no grupo N1
foram, respectivamente, -60,00 + 23,45 cmH2O e 54,00 + 20,74 cmH2O; no grupo N2 foram 60,00 + 20,00 cmH2O e 52,00 + 13,04 cmH2O; e no grupo N3 foram -44,00 + 20,74 cmH2O e
60,00 + 30,00 cmH2O.
Na distribuição de Pico de Fluxo Expiratório (PFE) por sexo, observou-se a média e
desvio padrão feminino e masculino que foram respectivamente 206 + 99,65 e 201,43 +
114,37 (tabela 10).
Na tabela 11 os dados foram arranjados de forma a relacionar os valores obtidos de
PFE entre os grupos selecionados e aqueles preditos por Godfrey et al (1970). As médias e
desvios padrões do grupo N1 foram 190,00 + 67,82 L/min, do grupo N2 foram 210,00 +
126,89 L/min e do grupo N3 foram 200,00 + 95,13 L/min.
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Tabela 1-Dados relativos ao sexo, faixa etária, procedência e ocupação da amostra dos
pacientes com IRC.
SEXO
FAIXA ETÁRIA
PROCEDÊNCIA
OCUPAÇÃO
MASC.
FEM.
40- 50 anos
50- 60 anos
Capital
Interior
Aposentado
Trabalhando
N
10
5
9
6
6
9
14
1
%
66,66
33,34
60
40
40
60
93,3
6,6
Fonte: Pesquisa de campo
Tabela 2-Condições Clínicas associadas a IRC.
HAS
DIABETES MELLITUS
NÃO
DISPNÉIA
NÃO
NÃO
MASC.
FEM.
APRESENTAM
MASC.
FEM.
APRESENTAM
MASC.
FEM.
APRESENTAM
N
5
4
6
5
2
8
6
3
6
%
33,33
26,66
40
33,33
13,33
53,33
40
20
40
Fonte: Pesquisa de campo
Tabela 3-Dados da história familiar de IRC da amostra dos pacientes com IRC.
HISTÓRICO FAMILIAR
N
%
PRESENTE
7
46,66
AUSENTE
8
53,33
Fonte: Pesquisa de campo
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Tabela 4-Outras complicações patológicas associadas a IRC.
COMPLICAÇÕES
N
%
Cardiopatias congênitas
8
53,33
Doenças respiratórias de repetição
6
40
Doenças gastrointestinais
4
26,6
Outras
2
13,33
Nenhuma
5
33,33
Fonte: Pesquisa de campo
Tabela 5-Dados das condições sócio- culturais da amostra dos pacientes com IRC.
GRAU DE ESCOLARIDADE
N
%
1º Grau completo
7
47
1º Grau incompleto
4
2º Grau completo
N
%
Visita a parentes
10
66,7
27
Passeios (parques, zoológico, etc.)
4
26,6
1
6,6
Lanchonetes
1
6,6
2º Grau incompleto
3
20
Viagens
5
33,3
Grau superior
0
0
Não possui nenhuma atividade de lazer
3
20
Fonte: Pesquisa de campo
ATIVIDADES DE LAZER
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Tabela 06-Dados Antropométricos dos Pacientes Portadores de Insuficiência Renal Crônica
do HOL e FHCGV/Belém.
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Pacientes
Peso (kg)
Altura (m)
IMC (kg/m²)
Classif. Cole
P1
80,7
1,54
34,05
Obesidade
P2
53
1,67
19
Eutrófico
P3
72
1,71
24,62
Eutrófico
P4
69
1,75
22,53
Eutrófico
P5
74
1,68
26,21
Sobrepeso
P6
79,9
1,84
23,6
Eutrófico
P7
50
1,63
18,86
Eutrófico
P8
69
1,67
24,74
Eutrófico
P9
56
1,52
24,45
Eutrófico
P10
57
1,76
18,4
Eutrófico
P11
63,4
1,71
21,68
Eutrófico
P12
68,3
1,63
25,7
Sobrepeso
P13
60
1,68
21,27
Eutrófico
P14
94,9
1,7
32,83
Obesidade
P15
72
1,69
25,2
Sobrepeso
MÉDIA
67,95
1,68
24,21
DP(+)
11,41
0,10
4,48
Fonte: Pesquisa de campo.
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Tabela 07-Dados de Cirtometria de Tórax dos Pacientes Portadores de Insuficiência Renal
Crônica do HOL e FHCGV/Belém.
CIRTOMETRIA TORÁCICA
PACIENTES
IDADE
AXILAR
(a-b)*
XIFÓIDE
(a-b)*
ABDOMINAL
(a-b)*
P1
54
120,5-123,5
3,00
124,5-125,5
1,00
126-128,5
2,50
P2
60
90,5-92,5
2,00
83,5-86
2,50
90-92
2,00
P3
49
91,5-93,5
2,00
87-89,5
2,50
94-94,5
0,50
P4
45
87-89,5
2,50
88-91
3,00
92-95
3,00
P5
59
90,5-93,5
3,00
89,5-92,5
3,00
92,5-93,5
1,00
P6
56
107-110
3,00
102-105
3,00
105-106
1,00
P7
51
82,5-84-5
2,00
83,5-85
1,50
82-84
2,00
P8
40
90-94,5
4,50
89-94,5
5,50
85-87
2,00
P9
40
87-90,5
3,50
88-91
3,00
76-82
6,00
P10
48
92-94,5
2,50
94-96,5
2,50
96-97,5
1,50
P11
41
89-92
3,00
86-89
3,00
86-88
2,00
P12
59
101-103
2,00
93-96
3,00
106-108
2,00
P13
46
94-97
3,00
95-97
2,00
97-99
2,00
P14
49
113-114
1,00
111-111,5
0,50
114-117
3,00
P15
45
101-104,5
3,50
95-97,5
2,50
97,5-101
3,50
MÉDIA/DP
49,47 + 7,18
*(a-b) = Diferença.
Fonte: Pesquisa de campo.
2,70 + 0,84
2,57 + 1,13
2,27 + 1,31
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Tabela 08-Dados de Manovacuometria, distribuído por sexo de Pacientes Portadores de
Insuficiência Renal Crônica do HOL e FHCGV/Belém.
DADOS DE MANOVACOMETRIA
Feminino
Masculino
Pi max
Pi max
Pe max
Pe max
P*
A*
P*
A*
PACIENTES
P1
-76,46
-100
114,38
20
P2
-73,91
-50
109,23
P3
-77,99
-50
P4
-73,91
P5
-81,08
PACIENTES
MÉDIA
DP
Pi max
Pi max
Pe max
Pe max
P*
A*
P*
A*
P6
-109,45
-40
205,17
70
60
P7
-116,05
-50
217,53
50
117,47
50
P8
-118,25
-60
221,65
70
-10
109,23
10
P9
-112,2
-40
210,32
60
-50
123,65
90
P10
-124,3
-90
232,98
40
P11
-122,65
-70
229,89
70
P12
-116,6
-50
218,56
40
P13
-120,45
-40
225,77
60
P14
-117,7
-60
220,62
70
P15
-116,05
-60
217,53
70
-76,67
-52
114,79
46
-117,49
-56
220
57,5
3,02
31,94
6,08
32,09
5,04
15,78
8,37
12,82
FONTE: Pesquisa de Campo.
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Tabela 09-Dados de Manovacuometria, distribuído por Grupos dos Pacientes Portadores de
Insuficiência Renal Crônica do HOL e FHCGV/Belém de acordo com o tempo de tratamento
hemodialítico.
DADOS DE MANOVACOMETRIA
GRUPO N1
GRUPO N2
GRUPO N3
PACIENTES
IDADE
Pimax P*
Pimax A*
Pemax P*
Pemax A*
P1
54
-76,46
-100
114,32
20
P2
60
-109,45
-40
205,17
70
P3
49
-116,05
-50
217,53
50
P4
45
-118,25
-60
221,45
70
P5
59
-73,91
-50
109,23
60
MÉDIA / DP
53,40+6,43
-98,82+21,84
-60,00+23,45
173,54+56,73
54,00+20,74
PACIENTES
IDADE
Pimax P*
Pimax A*
Pemax P*
Pemax A*
P6
56
-112,2
-40
210,32
60
P7
51
-77,99
-50
117,47
50
P8
40
-124,3
-90
232,98
40
P9
40
-122,65
-70
229,89
70
P10
48
-116,6
-50
218,46
40
MÉDIA/ DP
47,00+7,00
-110,75+18,94
-60,00+20,00
201,82+48,02
52,00+13,04
PACIENTES
IDADE
Pimax P*
Pimax A*
Pemax P*
Pemax A*
P11
41
-120,45
-40
225,77
60
P12
59
-73,91
-10
109,23
10
P13
46
-117,7
-60
220,62
70
P14
49
-116,05
-60
217,53
70
P15
45
-81,08
-50
123,65
90
MÉDIA DP
48,00+6,78
-101,84+22,42
-44,00+20,74
179,36+57,74
60,00+30,00
P = Predita; A = Adquirida (Obtida).
FONTE: Pesquisa de Campo.
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Tabela 10-Dados de Pico de Fluxo Expiratório distribuído por sexo de Pacientes Portadores
de Insuficiência Renal Crônica do HOL e FHCGV/Belém.
DADOS DE PEAK FLOW
Feminino
PACIENTES
Masculino
Peak Flow
PACIENTES
Peak Flow
P1
140
P6
300
P2
210
P7
160
P3
240
P8
140
P4
90
P9
420
P5
350
P10
140
P11
130
P12
120
P13
200
P14
160
P15
200
MÉDIA
206,00
201,43
DP
99,65
114,37
FONTE: Pesquisa de Campo.
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Tabela 11-Dados de Pico de Fluxo Expiratório de Pacientes Portadores de Insuficiência
Renal Crônica do HOL e FHCGV/Belém de acordo com o tempo de tratamento
hemodialítico.
DADOS DE PEAK FLOW
PACIENTES
GRUPO 1
GRUPO 2
GRUPO 3
Idade
Estatura (m)
PFE P*
PFE A*
P1
54
1,54
370
140
P2
61
1,67
497
300
P3
49
1,71
535
160
P4
45
1,75
554
140
P5
59
1,68
372
210
MÉDIA/ DP
53,60+6,69
1,67+0,08
465,60+88,77
190,00+67,82
PACIENTES
Idade
Estatura (m)
PFE P*
PFE A*
P6
56
1,84
543
420
P7
51
1,63
368
240
P8
34
1,67
547
140
P9
37
1,52
519
130
P10
48
1,76
543
120
MÉDIA/ DP
45,20+9,36
1,68+0,12
504,00+76,83
210,00+126,89
PACIENTES
Idade
Estatura (m)
PFE P*
PFE A*
P11
41
1,71
554
200
P12
59
1,63
368
90
P13
46
1,68
538
160
P14
49
1,7
535
200
P115
45
1,69
406
350
48+6,78
1,68+0,03
480,2+86,44
200+95,13
MÉDIA/ DP
P = Predita; A = Adquirido (Obtido).
FONTE: Pesquisa de Campo.
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Gráfico 1- Dados de Sexo e Faixa Etária da amostra de pacientes com IRC.
66,66
60
70
Percentual %
60
40
50
33,34
40
30
20
10
0
Masculino
Feminino
Sexo
40-50 anos
50-60
Faixa Etária
Fonte: Pesquisa de campo.
Percentual %
Gráfico 2 - Dados de Procedência e Ocupação da amostra dos pacientes com IRC.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
93,3
60
40
6,7
Capital
Interior
Procedência
Aposentado
Trabalhando
Ocupação
Fonte: Pesquisa de campo.
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Gráfico 3- Dados de Condições Clínicas associadas a IRC.
60
53,33
50
40
40
40
40
33,33
26,66
30
20
20
13,33
HAS
DIABETES
MELLITUS
NÃO
APRESENTAM
FEM.
MASC.
NÃO
APRESENTAM
FEM.
MASC.
NÃO
APRESENTAM
0
FEM.
10
MASC.
Percentagem %
33,33
DISPNÉIA
Fonte: Pesquisa de campo.
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Gráfico 4- Dados de outras complicações patológicas associadas a IRC.
53,33
60
Percentual %
50
40
40
33,33
26,6
30
20
Outras
Doenças
gastrointestinais
Doenças resp.
de repetição
Cardiopatias
congênitas
0
Nenhuma
6,6
10
Fonte: Pesquisa de campo.
Gráfico 5- Dados das condições sócio- culturais da amostra dos pacientes com IRC.
70
66,66
50
33,33
40
26,6
30
20
20
Não possui nenhuma
atividade de lazer
Viagens
Passeios (parques,
zoológico, etc.)
0
Lanchonetes
6,6
10
Visita a parentes
Percentual %
60
Fonte: Pesquisa de campo.
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Gráfico 6- Dados antropométricos dos pacientes portadores de IRC.
67,95
70,00
60,00
40,00
24,21
30,00
20,00
1,68
10,00
0,00
Peso (kg)
Altura (m)
IMC (kg/m²)
Fonte: Pesquisa de campo.
Gráfico 7- Dados da Manovacuometria do Grupo N1.
173,54
200
150
100
Valores
Valores
50,00
54
50
0
-50
-100
-98,82
Pimax P*
-60
Pimax A*
Pemax P*
Pemax A*
Fonte: Pesquisa de campo.
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Gráfico 8- Dados da Manovacuometria do Grupo N2.
201,82
250
200
150
52
Valores
100
50
0
-50
-110,75
-60
-100
-150
Pimax P*
Pimax A*
Pemax P*
Pemax A*
Fonte: Pesquisa de campo.
Gráfico 9- Dados da Manovacuometria do Grupo N3.
179,36
200
150
Valores
100
60
50
0
-44
-50
-101,84
-100
-150
Pimax P*
Pimax A*
Pem ax P*
Pemax A*
Fonte: Pesquisa de campo.
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Gráfico 10- Dados do Pico de Fluxo Expiratório do Grupo N1.
465,6
500
Valores
400
300
190
200
100
0
PFE P*
PFE A*
Fonte: Pesquisa de campo.
Gráfico 11- Dados do Pico de Fluxo Expiratório do Grupo N2.
504
600
Valores
500
400
210
300
200
100
0
PFE P*
PFE A*
Fonte: Pesquisa de campo.
Gráfico 12- Dados do Pico de Fluxo Expiratório do Grupo N3.
480,2
500
Valores
400
300
200
200
100
0
PFE P*
PFE A*
Fonte: Pesquisa de campo.
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6. DISCUSSÃO
A presente pesquisa traçou um perfil da função respiratória de 15 pacientes portadores
de IRC, onde se utilizou a avaliação respiratória concomitantemente com testes específicos
como manovacuometria (PImáx e PEmáx), Pico de Fluxo Expiratório (PFE), mensuração
antropométrica e aplicação de questionário/entrevista.
A relação quantitativa da distribuição entre sexos dos portadores de IRC foi
predominante em sexo masculino com aproximadamente 66%, corroborando com dados
contidos na literatura que refere ao Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) de
2004, onde foi observado predominância de aproximadamente 57%.
Com relação à idade, houve uma predominância de pacientes na faixa entre 40 - 50
anos, faixa etária essa predominante a nível nacional segundo dados epidemiológicos de
Romão (2004) publicado na SBN.
Com relação à procedência, pode-se observar que 60% dos pacientes eram
provenientes de cidades interioranas do estado do Pará, o mesmo foi revelado no estudo de
Godinho (2006) realizado no estado da Bahia, onde 52% dos pacientes não eram moradores
da capital do estado.
Nossos resultados revelam que o HOL e a FHCGV são referências para uma elevada
quantidade de pacientes procedentes do interior da Pará, que, muitas vezes, são referidos em
situação emergencial para estes hospitais, retratando a precária situação da saúde em diversos
municípios paraenses, principalmente no que diz respeito ao tratamento de pacientes renais.
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O diagnóstico de IRC para muitos desses pacientes implica na necessidade de se
mudar para uma cidade próxima a unidades de diálise, podendo agravar ainda mais a situação
social desta população.
Neto et al (2000) afirmam que existem poucas informações sobre a qualidade de vida
de pacientes com IRC em tratamento dialítico por períodos mais prolongados em nosso meio.
No estudo desses autores foi observado importante comprometimento das condições físicas e
emocionais dos pacientes renais crônicos.
Pode-se observar ainda a predominância de pacientes que possuem o 1º Grau
completo (47%) comparado aos outros níveis de escolaridade. Por outro lado, nenhum
paciente da amostra possuía nível superior. Caiuby (2003) relata que os pacientes com maior
escolaridade podem possuir recursos intelectuais capazes de gerar melhor adaptação
emocional às conseqüências da doença renal crônica e do tratamento. Considerando isto,
pode-se constatar que o tratamento também repercute de forma negativa nas condições
emocionais frente à hemodiálise.
Em nossos resultados ainda podemos constatar que aproximadamente 93% dos
pacientes incluídos na amostra eram aposentados. Para Abrantes (2004), o aumento no
numero de pacientes com IRC acarreta maior numero de internações e redução na capacidade
de trabalho, culminando em aposentadorias precoces por invalidez.
Em seu estudo, Cesarino (2004) afirma que a IRC associada ao tratamento
hemodialítico provoca alterações físicas que constituem fatores limitantes em atividades
rotineiras desses pacientes, como o isolamento social, caracterizado pela parcial
impossibilidade de locomoção em razão do estado clínico geral, impossibilidade de passeios e
viagens prolongadas em razão da periodicidade das sessões de hemodiálise. No nosso estudo
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foi possível confirmar esses dados, onde apenas 26,6% dos pacientes realizam passeios e
33,3% fazem viagens periodicamente.
Segundo o Censo de 2006 da Sociedade Brasileira de Nefrologia, 25% dos pacientes
em programas dialíticos do Norte são diabéticos. Em nosso estudo, aproximadamente 47%
dos pacientes apresentavam Diabetes Mellitus (DM).
Em relação aos dados referentes à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), no estudo de
Godinho et al (2006) a prevalência foi de 81%, enquanto que no presente estudo a prevalência
foi de 60%. No mesmo estudo, Godinho e colaboradores ainda mostram que mais de 75% dos
pacientes não sabiam que DM ou HAS causam doença renal e que passa a ter consciência da
doença renal apenas quando está prestes a iniciar o tratamento dialítico.
Existem evidências, na literatura, mostrando que os pacientes em hemodiálise
apresentam diversas complicações associadas. Barros et al (2005) em seu estudo sobre
indicadores da morbidade em pacientes renais crônicos revela que as doenças
cardiovasculares são as que mais contribuem para compor o índice de gravidade da doença
renal. Em nosso estudo, 53,33% dos pacientes apresentam doenças coardiovasculares, o que
indicou a predominância desse tipo de complicação quando comparada as do sistema
respiratório (40%), gastrointestinais (23,3%), entre outras. Foi observado ainda que somente
33,33% da amostra estavam isentos de complicações associadas à IRC e hemodiálise.
Em relação ao Índice de Massa Corporal nossos resultados obtiveram média de 24,21
+ 4,48 kg/m2. Com base em dados epidemiológicos recomenda-se que o IMC para pacientes
em hemodiálise seja mantido o equivalente a média de 23,8 kg/m2, segundo Oliveira (2002).
Os indicadores antropométricos para avaliação clínica de pacientes adultos mantidos
em hemodiálise, sugerem que o IMC deva ser calculado levando-se em consideração a
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porcentagem do peso corporal ideal que obedece a seguinte fórmula: % Peso Corporal Ideal=
[(Peso atual/ Peso ideal) x 100]. Entretanto os dados obtidos neste estudo levaram em
consideração as recomendações feitas pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (2005).
Oliveira (2002) justifica a utilização da fórmula, devido os paciente renais crônicos
apresentarem acúmulo de líquido (edema) alterando seu peso real, sendo este obtido após a
sessão de diálise.
Kamimura (2004), afirma que a desnutrição em pacientes com IRC apresenta estreita
relação com a morbidade e mortalidade.
Em nosso estudo nenhum paciente apresentava IMC menor que 18,5 (magreza). Por
outro lado, Kamimura (2004) cita alguns estudos sugerindo que o excesso de peso,
considerado um fator de risco para mortalidade em indivíduos saudáveis, apresenta uma
influência positiva na sobrevida dos pacientes em hemodiálise. Na amostra analisada em
nosso estudo foi observado que 6,43% dos pacientes estavam com IMC indicando obesidade
grau I e 6,53% indicando obesidade grau II.
Comparando os resultados obtidos através da cirtometria torácica observou-se que os
pacientes apresentaram maior mobilidade a nível xifoidiano (2,57 + 1,13), confirmando os
dados de Cury (2004), em um estudo realizado que definiu a mobilidade tóraco-abdominal
para adultos jovens e idosos.
Referindo-se a anamnese e ao exame físico, estes forneceram elementos que
subsidiassem os critérios de inclusão por nós adotados, visto que nenhuma alteração
importante foi detectada na realização dos exames que pudessem comprometer o sistema
respiratório e/ou influenciar nos parâmetros avaliativos utilizados no estudo.
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Nossos estudos evidenciaram a não existência de diferença estatisticamente
significativa ao compararmos os dados obtidos através da avaliação respiratória de indivíduos
portadores de IRC de acordo com o tempo de tratamento hemodialítico.
Em relação ao sexo dos pacientes, quando comparamos os valores obtidos na
avaliação da força muscular respiratória máxima de acordo com os preditos, observamos que
tanto as mulheres quanto os homens apresentam uma redução dos valores de PImáx e PEmáx,
sendo esta redução mais expressiva entre os homens. Alguns estudos mostram uma maior
diferença entre os sexos.
Plentz (2001) cita em seu estudo que há diferença entre os valores de PImáx entre
homens e mulheres, porém sem significância estatística. E quanto a PEmáx o mesmo autor
observou que houve uma pequena diminuição nos valores pós-hemodiálise para os homens e
que para mulheres não houve variação.
Em um outro estudo Plentz (2005) relata que a hemodiálise é capaz de melhorar as
respostas de força muscular respiratória em mulheres, o que não foi observado nos homens,
havendo até mesmo uma diminuição dos valores de PImáx e PEmáx destes.
Apesar dos dados não terem apresentado significância (p= 0,045), o Grupo 3
(pacientes que iniciaram hemodiálise há 72 meses) apresentou uma PImáx menor do que o
Grupo 1 (pacientes que iniciaram hemodiálise até 12 meses) mostrando que houve uma
redução em relação à força muscular inspiratória (PImáx) com o passar do tempo de
tratamento, concordando com o estudo de Santos (2004).
Já Plentz (2001) em seu estudo onde avaliou a força muscular respiratória antes e
após a sessão de hemodiálise de vinte e nove pacientes de ambos os sexos com idade variando
de 24 a 59 anos, observou que tanto para os homens quanto para as mulheres houve uma
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melhora da PImáx após a hemodiálise, porém não estatisticamente significativa, assim como
Weiner et al (1997) que avaliaram a PImáx de vinte e um pacientes com IRC e concluíram
que há uma melhora nos valores de PImáx após a hemodiálise.
Os valores da força muscular expiratória (PEmáx) aumentaram sem significância com
o tempo de tratamento, pois a média dos valores do Grupo 3 mostrou-se aumentada se
comparada com os outros dois grupos, descordando de Santos (2004) e Plentz (2001) que
citam em suas pesquisas uma pequena diminuição dos valores de PEmáx , não sendo
significativo para Plentz (2001).
No estudo de Forti (2002) dezesseis portadores de IRC, mantidos em hemodiálise três
vezes por semana foram submetidos a uma avaliação respiratória antes e após a sessão de
hemodiálise, sendo medidas as pressões respiratórias máximas, o volume corrente, volume
minuto, capacidade vital, pico de fluxo expiratório e o cálculo da mecânica respiratória por
meio do Índice de Tobin. Após analisar os dados foi observado que o valor das variáveis
respiratórias medido, apresentou diferença significativa, sugerindo que a hemodiálise não
interfere nas condições respiratórias dos pacientes estudados.
Quando comparado com os valores preditos, conforme Black e Hyatt (1969) (ANEXO
E), os dados da PImáx e PEmáx dos 3 grupos apresentaram-se reduzidos, concordando com o
estudo de Forti (2004) que obteve diferença estatisticamente significativa.
Nossos resultados estão de acordo com os obtidos por Davenport e Williams (1988) e
Forti (2002) que encontraram diferença para o Pico de Fluxo Expiratório, estando este
diminuído nos pacientes de ambos os sexos portadores de IRC que realizam hemodiálise.
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Comparando nossos dados com os valores preditos por Godfrey et al (1970) (ANEXO
F), constatamos que tanto os homens quanto as mulheres apresentaram uma diminuição do
Pico de Fluxo Expiratório, sendo que os homens alegraram uma redução mais expressiva.
Analisando o Pico de Fluxo Expiratório entre os grupos, obtivemos uma pequena
diferença nos valores, sendo que o grupo N2 apresentou o maior valor (média de 210,00 +
126,89) e o grupo N1 o menor valor (média de 190,00 + 67,82), o que nos fez perceber que o
tempo de hemodiálise não interfere na permeabilidade das vias aéreas.
Ainda em relação ao Peak Flow, Davenport e Willians (1988) relatam que não há um
valor que determine o que é ou não um grau de obstrução das vias aéreas nestes grupos, uma
vez que ele depende da idade, sexo e altura.
Em relação aos dados do Peak Flow de cada paciente, observou-se uma diminuição
destes, quando comparados aos valores preditos.
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5. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados apresentados pôde-se traçar o perfil sócio-cultural da
amostra, onde constatamos que se trata de uma população com baixa escolaridade e que
apresentam fatores limitantes nas atividades diárias e rotineiras, sendo a maioria proveniente
do interior do Pará, e que alegram diversas complicações associadas a Insuficiência Renal
Crônica.
Dentro das condições experimentais utilizadas, os dados obtidos levam-nos a aceitar que
os valores coletados afirmam a hipótese de que o procedimento hemodialítico interfere no
sistema respiratório dos pacientes com Insuficiência Renal Crônica. Embora estatisticamente
os dados não apresentarem significância quando comparados entre os grupos selecionados
considerando a relação tempo X debilidade.
Desta forma, o fisioterapeuta terá um papel importante na reabilitação dessa população.
Sendo este capacitado para avaliar e tratar as alterações respiratórias provenientes da IRC
associada à hemodiálise.
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indivíduos com Insuficiência renal crônica submetidos a programa de exercício
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APÊNDICES
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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
Você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), da pesquisa –
REPERCUSSÕES DA HEMODIÁLISE NA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE
PACIENTES RENAIS CRÔNICOS. Os avanços na área da saúde ocorrem através de
estudos como este, por isso a sua participação é importante. Sua participação não é
obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador(a) ou
com a instituição. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do
pesquisador(a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação. No caso de
você concordar em participar, favor assinar ao final do documento.
NOME DA PESQUISA: Repercussões da Hemodiálise na Função Respiratória de Pacientes
Portadores de Insuficiência Renal Crônica
PESQUISADOR(A) RESPONSÁVEL:
Manoel Gionovaldo Freire Lourenço
TELEFONE: 9632 7449/ 3223 4974
PESQUISADORES PARTICIPANTES:
Lilianne de Oliveira Queiroz e Rodolfo Gomes do Nascimento
OBJETIVOS:
Geral: Identificar e analisar as repercussões da Hemodiálise na função respiratória de
pacientes portadores de Insuficiência renal crônica.
Específicos: 1. Coletar dados que caracterizem a função respiratória de um grupo de
portadores de Insuficiência Renal Crônica, através de um protocolo de avaliação específicas
do sistema respiratório. 2. Analisar as repercussões da Hemodiálise nas variáveis: Pressões
respiratórias máximas (Força muscular), Pico de fluxo expiratório, Mobilidade torácicoabdominal (cirtometria torácica) e Índice de Massa Corporal em um grupo de portadores de
IRC. 3. Aplicar questionário/entrevista aos portadores para traçar um perfil socioeconômico,
fazendo uma abordagem sobre a história de doenças respiratórias prévias e/ou associação a
outras patologias.
PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Inicialmente, serão utilizados procedimentos
avaliativos com os seguintes instrumentos: Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional,
composta por exame do tórax (inspeção, palpação, percussão, ausculta pulmonar e
cirtometria), Índice de massa Corporal, medida do Pico de Fluxo Expiratório e Força
Muscular Respiratória. Posteriormente, será aplicado um questionário/ entrevista ao paciente.
RISCOS E DESCONFORTOS: Não oferece nenhum risco aos participantes da pesquisa.
CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto com sua
participação. As consultas, exames, tratamentos serão totalmente gratuitos, não recebendo
nenhuma cobrança com o que será realizado. Você também não receberá nenhum pagamento
com a sua participação.
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CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: A pesquisa seguirá os aspectos éticos
estabelecidos na resolução 196/1996 do CNS (Conselho Nacional de Saúde), que define os
critérios bioéticos da pesquisa em seres humanos. Sua identidade será preservada, não
havendo publicação de seus dados pessoais.
Assinatura do Pesquisador Responsável: ____________________________________
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu,
, declaro que li as informações contidas nesse
documento, fui devidamente informado(a) pelos pesquisadores(as) - Lilianne de Oliveira
Queiroz e Rodolfo Gomes do Nascimento - dos procedimentos que serão utilizados, riscos e
desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa,
concordando ainda em participar da pesquisa. Foi-me garantido que posso retirar o
consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade. Declaro ainda
que recebi uma cópia desse Termo de Consentimento.
Belém,
de
de
_______________________________
Assinatura do paciente
.
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APÊNDICE B - Consentimento do Uso de Imagens.
Eu,___________________________________________________, autorizo a utilização de
minhas imagens fotográficas para fins de ilustração do procedimentos referentes à Avaliação
de Função Respiratória presentes na pesquisa intitulada: “Repercussões da Hemodiálise na
Função Respiratória de pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica”, devendo as
imagens serem publicadas apenas para esse fim. Declaro ainda que recebi uma cópia desse
Termo de Consentimento.
Belém,____de______________de_______.
______________________________
Assinatura do paciente ou responsável
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APÊNDICE C – Ficha de Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional.
Data:___/___/___
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:___________________________________________________ Idade:__________
Estado civil:____________________ Ocupação:________________ Cidade:_________
End.: __________________________________________________ Tel.:_____________
Diagnóstico clínico:_______________________________________
2. ANTECEDENTES
QP:___________________________________________________________________
HDA:_____________________________________________________________________
HF:___________________________________________________________________
HPP:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Medicamentos: _________________________________________________________
Tabagismo: ( ) Não ( ) Sim ----- ( ) Cig/dia ( ) Tempo/tabag. ( ) Tempo/parado
Diabetes: ( ) Não ( ) Sim
Tipo?_____________
HAS: ( ) Não ( ) Sim
Tempo? __________________
Tempo? __________________
Outras doenças associadas: ________________________________________________
3. EXAME FÍSICO
Peso: ___________
Sinais Vitais:
FR _____ irpm
Altura: ____________
FC______ bpm
IMC: ____________
PA ________ cmHg
Estado Geral: ___________________________________________________________
Tosse/ Expectoração: ( ) Não ( ) Sim
Dispnéia: ( ) Não ( ) Sim
Quantidade (15ml)/ cor?________________
Quando?____________________________________
Inspeção:
Cabeça/ Pescoço:________________________________________________________
Tórax imóvel: __________________________________________________________
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Tipo: ( ) Normal
( ) Tonel
( ) Abaulamentos
( ) Pectus carinatum
( ) Retrações
( ) Pectus escavatum
( ) Outras deformidades
( ) Tiragens Qual (is)?__________________________________________________
Tórax móvel: ___________________________________________________________
Amplitude respiratória
( ) Bradpnéico
Padrão respiratório: ( ) Costal alto
Extremidades:
( ) Eupnéico
( ) Taquipnéico
( ) Costodiafragmático
Edema ( ) Não ( ) Sim
-------
( ) Abdominal
Cianose ( ) Não ( ) Sim
Perfusão ( ) Boa ( ) Mal
Palpação:
Cabeça/ Pescoço:________________________________________________________
Tórax: _________________________________________________________________
Ausculta Pulmonar: ______________________________________________________
Frêmito Tóraco-vocal:____________________________________________________
Percussão torácica:_______________________________________________________
4. EXAMES COMPLEMENTARES
______________________________________________________ Data: ___/___/___
______________________________________________________ Data: ___/___/___
5. MONITORIZAÇÃO
PARÂMETRO
Peak Flow (L/min)
VALORES
Pimáx (cmH2O)
Pemáx (cmH2O)
Insp. Máx
Exp. Máx
Cirtometria Amplitude Axilar (AAx)
Amplitude Xifoidiana (AXf)
Amplitude Abdominal (AAb)
Avaliador responsável: _____________________________________________________
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APÊNDICE D - Questionário/Entrevista ao Paciente.
IDENTIFICAÇÃO:
Nome: _____________________________________________________ Idade: _____
Sexo: ( M ) ( F )
Data de Nasc. ___/___/______
Naturalidade: ________________
Endereço: ______________________________________________________________
Tipo de Moradia: ________________________________________________________
Com quem mora: ________________________________________________________
Ocupação: _____________________________________________________________
Grau de Escolaridade:
( ) 1º Grau Incompleto;
( ) 1º Grau Completo;
( ) 2º Grau Incompleto;
( ) 2º Grau Completo;
( ) Curso Superior Incompleto;
( ) Curso Superior Completo;
Faz alguma atividade física com freqüência? ( ) Não
( ) Sim
Se sim, com que freqüência?
( ) 2 vezes na semana;
( ) 3 vezes na semana;
( ) Todos os dias;
Quais atividades de lazer que mais realiza?
( ) Visita a parentes;
( ) Passeios (parques, zoológicos, etc.);
( ) Lanchonetes;
( ) Viagens;
( ) Não possuo nenhuma atividade de lazer;
Fica doente com freqüência?
( ) Não costumo adoecer mais do que as pessoas do meu ambiente familiar;
( ) Tenho facilidade de contrair doenças, se comparado aos meus familiares;
Possui outros casos de Insuficiência Renal na família: ( ) Não
( ) Sim
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Possui alguma das complicações orgânicas associadas abaixo?
( ) Cardiopatias Congênitas;
( ) Doenças Gastrointestinais;
( ) Doenças Respiratórias de Repetição;
( ) Nenhuma;
( ) Outras: ______________________________________________________;
Fez uso de outro tipo de tratamento? ( ) Sim ( ) Não
Qual?_____________________________
No ultimo ano, teve pelo menos 3 episódios de infecção respiratória aguda?
( ) Não
( ) Sim
Qual das seguintes atividades abaixo consegue realizar com total independência?
( ) Alimentar-se;
( ) Vestir-se;
( ) Escovar os dentes;
( ) Tomar banho;
( ) Usar o sanitário;
( ) Nenhuma (Sempre preciso de ajuda para realizar as atividades acima).
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ANEXOS
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ANEXO A - Autorização do Orientador.
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA-UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
DECLARAÇÃO
Eu,
Manuel Gionovaldo
Freire
Lourenço, aceito
“REPERCUSSÕES DA HEMODIÁLISE
orientar
o
trabalho
intitulado
NA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE
PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA”, de autoria
dos alunos Lilianne de Oliveira Queiroz e Rodolfo Gomes do Nascimento, declarando ter
total conhecimento das normas de realização de Trabalhos Científicos vigentes, segundo o
Manual de Orientação de Trabalhos Científicos do Núcleo de Pesquisa e Extensão da
Universidade da Amazônia para 2005. Declaro ainda ter conhecimento do conteúdo do
anteprojeto ora entregue para qual dou meu aceite pela rubrica das páginas.
Belém – Pará, ____ de _____________de _______.
__________________________________
Manuel Gionovaldo Freire Lourenço- Orientador do Projeto
Assinatura e carimbo
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ANEXO B – Autorização dos Locais da Pesquisa.
Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV)
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Hospital Ophir Loyola (HOL)
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ANEXO C – Autorização do Comitê de Ética em Pesquisa (FHCGV).
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ANEXO D - Classificação do Grau de Obesidade a partir do Índice de
Massa Corporal (2005).
IMC
Classificação
Obesidade (grau)
Menor que 18,5
Magreza
0
Entre 8,5 e 24,9
Normal
0
Entre 25 e 29,9
Sobrepeso
I
Entre 30 e 39,9
Obesidade
II
Maior que 40
Obesidade Grave
III
FONTE: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (online, 2005).
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ANEXO E - EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DE PRESSÃO RESPIRATÓRIA
MÁXIMA.
Equações de predição e limites inferiores do normal para pressões inspiratórias e expiratórias
em cmH2O.
Pimáx
Pemáx
Média predita (cmH2O)
Média predita (cmH2O)
H = 143 – (0,55 x IDADE)
H = 268 – (1,03 x IDADE)
M = 104 – (0,051 x IDADE)
M = 170 – (0,53 x IDADE)
FONTE: BLACK; HYATT (1969)
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ANEXO F – Valores de Referência para Pico de Fluxo Expiratório.
(Fonte:www.asmabronquica.com.br)
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repercussões da hemodiálise na função respiratória de