resultados d o c r u z a m e n t o s ã o agora b e m compreensíveis: G L c 1 C 1 c L 1 83 o/ c 1 u m deles diferia morfologicamente d o seu h o m ó l o g o , a p r e s e n t a n d o , n u m a d a s extremid a d e s u m a dilatação, e n a outra u m a espécie de cauda q u e era u m p e d a ç o doutro cromoss o m a q u e se soldava a este. A p a r e l h a de c r o m o s s o m a s homólogos tinha então o aspecto r e p r e s e n t a d o na F i g . 2 e m B . 1 c «7% crossing-over 0 normais S u p o n h a m o s dois c r o m o s s o m a s m u i t o longos. E ' evidente q u e , s e n d o assim, eles se pod e m contactar e m dois p o n t o s ; dá-se então u m crossing-over duplo (fig. i , e m baixo). S e h o u v e r três pontos d e contacto, h a verá u m crossing-over t r i p l o ; e t c . C o n s i d e r e m o s agora dois g e n e s m u i t o próximos. S e , n u m crossing-over, a fractura d o s c r o m o s s o m a s se d á p r e c i s a m e n t e n o ponto e m q u e estão aqueles g e n e s , eles n ã o se s e p a r a r ã o indo associados p a r a o m e s m o polo. A este fenómeno d e protecção d o s g e n e s situados n o s chiasmata (pontos d e contacto) contra o crossing-over, dá-se o n o m e d e interferência. P a r a t e r m i n a r , resta-nos p r e g u n t a r se a teoria d e M o r g a n n ã o será a p e n a s u m jogo de espírito, u m tour-de-force da i m a g i n a ç ã o ; a r e s p o s t a a u m a tal p r e g u n t a é-nos d a d a pelos trabalhos de Creighlon e Mc. Clintock. A teoria d o s chiasmata, emitida p o r J a n s s e n s (belga), n ã o é senão u m anteced e n t e d a teoria d o s crossingovers, emitida por Morgan. J a n s s e n s , o b s e r v a n d o meioses n a s células d o gafanhoto, notou q u e n o núcleo havia uns filamentos q u e se e n t r e c r u z a v a m , e emitiu então a h i p ó t e s e d e se d a r e m trocas e n t r e o s m a t e r i a i s constituintes d e s s e s filamentos : os cromossomas homólogos, empar e l h a n d o e contactando-se, fracturar-se-iam pelo chiasma, como se vê na figura 2, em A . O r a isto n ã o é fácil d e c o n s t a t a r . O s c r o m o s s o m a s , m o r í o l ó g i c a m e n t e idênticos, não o permitem. P o r é m , G r e i g h t o n e M c Clintock observ a r a m q u e u m a certa raça d e milho a p r e sentava um par de cromossomas e m que R A M I R O D A Fig. 2 Notou m a i s q u e u m deles continha o gene A p r o d u t o r de s e m e n t e amilácea e o g e n e c, p r o d u t o r d e e n d o s p e r m a i n c o l o r ; e q u e o s e u h o m ó l o g o continha o s g e n e s a e C, r e s p e c t i v a m e n t e p r o d u t o r e s d e s e m e n t e não amilácea e e n d o s p e r m a c o r a d o . N a r e d u c ç ã o , estes c r o m o s s o m a s e m p a r e l h a v a m e contactavam-se n u m p o n t o . S e não houvesse crossing-over, a dilatação e a cauda d e v e r i a m ficar p e r t e n c e n d o ao m e s m o c r o m o s s o m a , e haveria só dois tipos d e g â m e t o s (Ac e aC). O b s e r v o u - s e p o r é m q u e o crossing-over tinha lugar, a p a r e c e n d o u m c r o m o s s o m a com a dilatação e o outro c o m a cauda (Fig. 2, e m baixo). A l é m disso, os g â m e t o s produzidos e r a m do tipo Ac, aC (normais) e AC, ac (crossing-over). O c r u z a m e n t o d a q u e l a r a ç a d e m i l h o , c o m u m tipo d u p l a m e n t e r e c e s s i v o , dava, p o r t a n t o , indivíduos n o r m a i s e o s indivíduos afectados pelo crossing-over. O crossing-over n ã o é, pois, u m s i m p l e s tour-de force imaginativo, m a s sim u m facto. S t e r n , t r a b a l h a n d o com a m o s c a d o vinagre chegou t a m b é m a conclusões que n ã o d e i x a m d ú v i d a s sobre a v e r a c i d a d e da teoria d e Morgan. F O N S E C A