Sociedade Brasileira de Química (SBQ) CARACTERIZAÇÃO DE HPA DE AESOSSÓIS ATMOSFÉRICOS DA REGIÃO DE SALVADOR-BA Gisele O. da Rocha 1 (PQ), Wilson A. Lopes2 (PQ) , Pedro A. de P. Pereira 2 (PQ), Pérola de C. Vasconcellos3 (PQ), Fábio S. Oliveira 4 (PQ), Luiz. S. Carvalho2 (PG), Nei de C. Bahia2 (AT), Liliane dos S. Conceição2 (AT), Jailson B. de Andrade 2,* (PQ) 1 Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia, 45455-090, Vitória da Conquista-BA, 2 Instituto de Química, Universidade Federal da Bahia, 40170-029, Salvador-BA, 3 Instituto de Química, Universidade de São Paulo - USP, Cidade Universitária- Butantã, 05508-900, Sao Paulo – SP ,4Universidade Federal do Recôncavo da Bahia UFRB, Centro de Ciências da Saúde, Santo Antônio de Jesus - BA * Email: [email protected] Palavras-Chave: HPAs, PM10, TSP, Salvador, deposição seca. percentuais de cada HPA podem ser vistos na Introdução Figura 1. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) são ubíquos contaminantes ambientais encontrados na fase gasosa e na fase particulada da atmosfera e suspeitos de serem carcinogênicos, genotóxicos e/ou mutagênicos. Dentre as possíveis fontes emissoras de HPA, aquelas relacionadas com produção de energia como a combustão incompleta de combustíveis fósseis e dematerial orgânico são as mais importantes. HPA podem, desse modo, representar risco à saúde aos humanos. Amostras de material particulado atmosférico nas frações TSP e/ou PM10 foram coletados em três sítios na região de Salvador-BA: (i) Estação da Lapa, estação de transbordo da região metropolitana de Salvador; (ii) Porto de Aratu que é responsável por 60% das operações portuárias da região de Salvador e (iii) Bananeiras, um vilarejo situado na Ilha de Maré, região remota situada na Baia de Todos os Santos. Os 16 HPAs prioritários foram determinados nessas amostras por CG-EM. Resultados e Discussão Todos os HPA prioritários foram identificados nas amostras dos três sítios estudados. Ainda, os HPAs mais pesados (4-6 anéis benzênicos, BaA, CRI, BbF, BkF, BaP, IND, DBA e BgP) apresentaram concentrações mais elevadas do que os HPAs mais voláteis (2-3 anéis, NAP, ACI, ACE, FLU, FEN, ANT e FLT). Considerando todos os dias de amostragem, BbF (0,130 – 6,85 ng m-3) foi o HPA com maior concentração em amostras PM de todos os sítios, exceto pela Estação da Lapa que CRI (0,075 to 6,85 ng m-3) foi o mais abundante. Nesses sítios, em média, ΣHPA foi de 0.005 % e 0.0012 % da massa de TSP para o Porto de Aratu e Bananeiras, respectivamente; e foi de 0.008 % e 0.011 % da massa de PM10 para, respectivamente, o Porto de Aratu e Estação da Lapa. Contribuições de espécies carcinogênicas (BaA, BbF, BkF, BaP, DBA e IND) para ΣHPA representa (em µg g-1) 42,4; 25,4; 78,2; 25,2; 79,4 e 45,3 para Aratu #1 PTS, Aratu #2 PTS, Aratu #1 PM10, Aratu #2 PM10, Bananeiras e Estação da Lapa, respectivamente. As contribuições 31a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Aratu PTS Aratu PM10 BaA 4% BgP 14% BbF 27% CRY 8% PYR 3% ANT 1% PHE 2% Carcinogenic 67% FLT 3% BkF 10% BaP 9% IND 13% FLU ACE 0% 0 % ACY 0% NAP 1% DBA 5% BaA 4% BgP 13% BbF 30% CRY 8% ANT 1% PHE 1 % FLU ACE 1 % 0% IND 11% ACY 0% Bananeiras BaA 5% BgP 12% Carcinogenic 67% 0% IND 9% DBA 5% ACE 0% ACY 0% NAP 1% BaA 8% BbF 11% BkF 12% BkF 4% Carcinogenic 40% BaP 10% ANT 1% PHE 2% FLU DBA 4% NAP 1% BgP Lapa 9% CRY 20% BbF 26% CRY 9% PYR 4% FLT 4% BkF 11% BaP 9% Carcinogenic 70% PYR 3% FLT 3% BaP 9% IND 6% PYR 11% FLT 6% ANT 2% PHE 6% FLU 1% NAP A C E ACY 2% 1% 1% DBA 3% Figura 1: Contribuições relativas dos HPA. Comparativamente com dados de literatura, as razões FLT/PIR de 0,88 e 0,92 e (BbF+BkF)/BgP de 3,0 e 3,2; é indicativo de queima doméstica para produção de energia para Porto de Aratu e Bananeiras, respectivamente. Esses dois sítios ainda apresentam, através da razão BaP/BgP de 0,60 a 0,88 influência de queima de óleo diesel usado nas embarcações. Para a Estação da Lapa as razões (BbF+BkF)/BgP de 1,7; BgP/IND de 1,5 e IND/(IND+BgP) de 0,4 indicam que a queima de diesel, proveniente dos veículos de grande porte usados para transporte, poderiam ser a principal fonte de HPA neste sítio. Fluxos de deposição seca do material particulado variou (em µg m-2 ano-1): de 4 (NAF) a 10148 (BbF) para o Porto de Aratu, de 4 (NAF) a 4720 (BbF) para Bananeiras e de 3 (ACI) a 2759 (CRI) para Estação da Lapa. Conclusões As principais fontes emissoras de HPA para Porto de Aratu foram a queima doméstica para produção de energia e de diesel usado nas embarcações. Na Estação da Lapa a queima de diesel utilizados nos ônibus é a principal de HPA para esse sítio. Agradecimentos Ao CNPq, CAPES, FAPESB, PRONEX, RECOMBIO. ____________________ 1 Sociedade Brasileira de Química (SBQ) 1 2 Pereira, P. A. de P. J. , et al., Environ. Monit . 2002, 4, 558. Fon, T. Y. W., et al.,, Water Air Soil Pollut. 2007, 182, 235. 31a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química 2