Algoritmos de gestão ativa da procura em edifícios Maria João Dias Machado Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientadores: Prof. Carlos Augusto Santos Silva Prof. Paulo Manuel Cadete Ferrão Júri Presidente: Prof. Mário Manuel Gonçalves da Costa Orientador: Prof. Carlos Augusto Santos Silva Vogal: Eng. Mário Miguel Franco Marques de Matos Outubro de 2014 I AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao meu orientador, Professor Carlos Silva pela disponibilidade e apoio na orientação durante todo o desenvolvimento desta dissertação e ao Professor Paulo Ferrão pela sua importância na existência do tema desta dissertação. Em segundo lugar gostaria de agradecer ao Henrique Pombeiro por todo o esforço e disponibilidade demonstrada durante a elaboração deste trabalho. Agradeço também a todos os meus amigos, Rita, Patrícia, Vasco, Carrelha, Marçal, Mário, Joaquim, Gonçalo e Jota pela força e motivação dada durante estes meses. Aos meus coleguinhas de almoço, Dias e Ochoa, obrigada pelos momentos de descontração. Ao Pedro, por toda a força, motivação, cumplicidade e paciência durante estes meses. Por último, gostaria de demonstrar uma enorme gratidão à minha família por todo o apoio, motivação, valores que me transmitiram e pelos meios que me proporcionaram para que esta etapa da minha vida fosse possível. ii ABSTRACT One of the big challenges that modern society must face consists of the decreasing of energy consumption or using energy more efficiently. It exist a high potential to increase energy efficiency and energy saving in the building sector. This energetic change must have into account the comfort of their occupants, so the use of energy management systems that adjust energy demand for their production, taking into account tariff, daily routines, comfort and other types of constraints, is an asset to satisfy these two conflicting demands. The objective of this thesis is to design a demand-response algorithm to adjust the electricity consumption to the tariff, the users’ comfort and the availability of renewable electricity. These algorithm was implemented with the support of Matlab and EnergyPlus software and tested in the Energy in Buildings laboratory at Instituto Superior Técnico in Tagus Park campus. Besides the creation of a new algorithm, it is intended to implement an existing algorithm in the literature and make an analysis of results of these two models. It was concluded that in all models, the percentage of comfort decreases and the percentage of cost increases when the emphasis given to the cost is increased.The model which uses dynamic programing is able to obtain an optimal solution. However, due to its limitations, the solution obtained with this model were less accurate solutions when compared with the genetic algorithm. Key-words: energy efficiency, optimization, human comfort, renewable energy, active management. iii RESUMO Um dos grandes desafios que a sociedade moderna tem de superar consiste na diminuição do consumo de energia, ou o uso desta de forma mais eficiente. No sector dos edifícios existe um elevado potencial de aumento de eficiência energética e poupança de energia. Mas esta alteração energética tem de ter em consideração o conforto dos seus ocupantes, desta forma o uso de sistemas de gestão de energia que procuram ajustar a procura de energia à sua produção, tendo em conta tarifários, rotinas diárias, conforto e outros tipos de constrangimentos, é uma mais-valia para a satisfazer estas duas exigências opostas. Esta dissertação tem como objetivo desenhar um algoritmo de gestão ativa da procura que ajuste o consumo de energia à produção de energia proveniente de fontes renováveis, aos preços praticados naquele instante e ao conforto dos utilizadores. Este algoritmo foi implementado com o auxílio do software Matlab e EnergyPlus e testado no laboratório de energia no edifício d o Instituto Superior Técnico, no campus Taguspark. Para além da criação de um novo algoritmo, pretende-se também implementar um algoritmo existente na literatura e fazer uma análise de resultados aos dois modelos implementados. Conclui-se que, em todos os modelos, com o aumento da importância a dar ao custo a percentagem de conforto diminui e a percentagem de custo aumenta. O modelo que utiliza a programação dinâmica, apesar de obter a solução ótima, devido às suas limitações, obtém resultados inferiores ao modelo que utiliza o algoritmo genético. Palavras-chave: eficiência energética, otimização, conforto humano, energias renováveis, gestão ativa. iv ÍNDICE ÍNDICE ................................................................................................................................................ v 1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................1 1.1 Motivação .............................................................................................................................. 1 1.2 Objetivos ................................................................................................................................ 2 1.3 Contributos ............................................................................................................................ 2 1.4 Estrutura ................................................................................................................................ 2 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................................4 2.1 Consumo de Energia Elétrica no Sector Residencial ................................................................ 4 2.1.1 Potencial de sistemas de controlo automático do consumo de energia..............................5 2.1.2 Comportamentos relativos ao consumo de energia elétrica ...............................................6 2.2 Climatização de Edifícios......................................................................................................... 8 2.3 Estratégias de Gestão de Energia .......................................................................................... 13 2.4 Algoritmos de Otimização ..................................................................................................... 16 2.4.1 Programação dinâmica .................................................................................................... 16 2.4.2 Programação Linear......................................................................................................... 17 2.4.3 Algoritmos Genéticos ...................................................................................................... 18 2.4.4 Teoria dos Jogos .............................................................................................................. 20 3 Descrição do caso de estudo ..................................................................................................... 22 3.1 Caracterização física e funcional ........................................................................................... 22 3.1.1 Localização ...................................................................................................................... 22 3.1.2 Análise da construção ...................................................................................................... 23 3.1.3 Equipamentos controlados pelo utilizador ....................................................................... 23 3.1.4 Equipamentos de medição .............................................................................................. 25 3.1.5 Equipamentos de geração de energia elétrica.................................................................. 26 3.2 Modelação ........................................................................................................................... 27 3.2.1 Modelo térmico simplificado ........................................................................................... 27 3.2.2 Modelo de EnergyPlus ..................................................................................................... 29 3.3 Validação dos modelos ......................................................................................................... 31 3.3.1 Sem climatização ............................................................................................................. 31 3.3.2 Com climatização............................................................................................................. 32 3.4 Modelo de Conforto térmico ................................................................................................ 34 3.5 Modelo de Previsão de Produção de Energia Solar ............................................................... 35 v 4 Modelos de Otimização ............................................................................................................. 36 4.1 Modelo Energy Box .............................................................................................................. 36 4.1.1 Variáveis de Decisão ........................................................................................................ 36 4.1.2 Regras de Transição ......................................................................................................... 36 4.1.3 Função Objetivo .............................................................................................................. 37 4.1.4 Descrição do Modelo ....................................................................................................... 38 4.2 Modelo Algoritmo Genético ................................................................................................. 39 4.2.1 Variáveis de entrada ........................................................................................................ 41 4.2.2 Função Objetivo .............................................................................................................. 41 4.2.3 Constrangimentos ........................................................................................................... 42 5 Resultados ................................................................................................................................ 43 5.1 EnergyBox VS Versão 1 Modelo Algoritmo Genético (Simulação) .......................................... 43 5.2 Versão 2 Modelo Algoritmo Genético (Simulação) ................................................................ 48 5.2.1 Ensaios 1 a 5 com 40 elementos e 40 gerações ................................................................ 48 5.2.1 Ensaios 3 e 5 com 100 elementos e 100 gerações ............................................................ 52 5.3 Versão 2 Modelo Algoritmo Genético (Ensaio real) ............................................................... 55 5.4 Versão 3 Modelo Algoritmo Genético ................................................................................... 57 6 Conclusão ................................................................................................................................. 60 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 62 APÊNDICES ......................................................................................................................................... a vi LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Gamas de iluminância por diferentes tarefas ou atividades segundo a norma ISO 8995 [15]. .................................................................................................................................................. 12 Tabela 2.2 – Requisitos de qualidade do ar interior ........................................................................... 13 Tabela 3.1 – Áreas em contacto com as envolventes exteriores e interiores...................................... 23 Tabela 3.2 – Caraterísticas da Iluminação. ......................................................................................... 23 Tabela 3.3 - Caraterísticas do ventilo-convetor e do sistema de distribuição de água. ....................... 25 Tabela 3.4 – Sensores no interior da sala........................................................................................... 25 Tabela 3.5 - Tabela de preços da energia ativa. ................................................................................. 26 Tabela 3.6 - Especificações dos equipamentos de geração e armazenamento de energia. ................. 26 Tabela 3.7 – Erros absolutos médios e respetivo desvio padrão nas três velocidades de funcionamento para os dois modelos ............................................................................................... 33 Tabela 5.1 – Parâmetros utilizados nos vários ensaios. ...................................................................... 44 Tabela 5.2 – Resultados do ensaio 1, =0 ou Tabela 5.3 – Resultados do ensaio 2, =0,3 ou =1, FO – função objetivo. ......................... 45 =1 ......................................................... 45 Tabela 5.4 - Resultados do ensaio 3, =0,5 ou =1 ........................................................... 45 Tabela 5.5 - Resultados do ensaio 4, =0,7 ou =1 .......................................................... 45 Tabela 5.6 - Resultados do ensaio 5, =1 ou =1 ............................................................. 45 Tabela 5.7 - Resultados do ensaio 1, =0 ou =1 ............................................................. 48 Tabela 5.8 - Resultados do ensaio 2, =0,3 ou =1 .......................................................... 49 Tabela 5.9 - Resultados do ensaio 3, =0,5 ou =1 .......................................................... 49 Tabela 5.10 - Resultados do ensaio 4, =0,7 ou Tabela 5.11 - Resultados do ensaio 5, =1 ou Tabela 5.12 - Resultados do ensaio 3, =0,5 ou Tabela 5.13 - Resultados do ensaio 5, =1 ou =1 ........................................................ 49 =1 ........................................................... 49 =1 ........................................................ 52 =1 ........................................................... 52 Tabela 5.14 - Horário de todas as atividades realizadas. .................................................................... 55 Tabela 5.15 – Comparação entre a versão três e a versão dois do modelo algoritmo genético. ......... 58 vii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – (Esquerda) Consumo de eletricidade no sector residencial, separada por diferentes tipos de aplicações [6]. ................................................................................................................................4 Figura 2.2 – (Direita) Consumo de energia dos aparelhos [6]. ..............................................................4 Figura 2.3 – Energia consumida numa habitação diferenciada por tarefas ou aparelhos [9].................5 Figura 2.4 – Estrutura do diagrama de carga horaria para o sector residencial [8]. ..............................5 Figura 2.5 – Percentagem de desconforto prevista (PPD) em função do modelo do voto médio previsto (PMV) [12]. .......................................................................................................................... 10 Figura 2.6 – Temperatura operativa em função da temperatura média mensal exterior [12]. ............ 11 Figura 2.7 - Estratégias de gestão que alteram o diagrama de cargas [19]. ........................................ 15 Figura 2.8 – Esquema de Funcionamento de um algoritmo genético. ................................................ 19 Figura 2.9 - Estratégia de gestão de energia que permite interação entre utilizadores e o fornecedor de energia [26].................................................................................................................................. 21 Figura 3.1 – Localização do local de estudo. ...................................................................................... 22 Figura 3.2 – Esquema de montagem do sistema de geração e armazenamento de energia [33]. ....... 27 Figura 3.3 – Esquema de funcionamento do EnergyPlus. ................................................................... 30 Figura 4.1 – Exemplo do funcionamento do Modelo Energy Box ....................................................... 39 Figura 4.2 – Esquema de funcionamento do Modelo Algoritmo Genético ......................................... 40 viii LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 3.1 – Iluminância em função da intensidade luminosa. ......................................................... 24 Gráfico 3.2 – Consumo [W] em função da intensidade luminosa. ...................................................... 24 Gráfico 3.3 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo simplificado e do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala em estudo durante três dias. ........................................................................................................................................... 31 Gráfico 3.4 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala com o ventilo convetor a funcionar na velocidade três. .................................................................................................................................................. 32 Gráfico 3.5 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala com o ventilo convetor a funcionar na velocidade dois................................................................................................................................................... 33 Gráfico 3.6 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala com o ventilo convetor a funcionar na velocidade um. ................................................................................................................................................... 33 Gráfico 5.1 – Temperatura real e simulada no interior da sala sem a presença de pessoas e sem o VC ligado................................................................................................................................................ 44 Gráfico 5.2 – Comparação dos valores da percentagem de conforto para diferentes valores de . ............................................................................................................................................. 46 Gráfico 5.3 – Comparação da percentagem de conforto entre o modelo EnergyBox e Algoritmo Genético. .......................................................................................................................................... 47 Gráfico 5.4 - Comparação da percentagem de conforto entre o modelo EnergyBox e Algoritmo Genético. .......................................................................................................................................... 47 Gráfico 5.5 - Comparação da função objetivo entre o modelo EnergyBox e Algoritmo Genético. ....... 47 Gráfico 5.6 - Temperatura real e simulada no interior da sala sem a presença de pessoas e sem o VC ligado................................................................................................................................................ 48 Gráfico 5.7 – Percentagem de conforto para os cinco ensaios. .......................................................... 50 Gráfico 5.8 – Função objetivo para os cinco ensaios. ......................................................................... 50 Gráfico 5.9 – Percentagem de custo para os cinco ensaios ................................................................ 51 Gráfico 5.10 – Estado da bateria para os cinco ensaios ...................................................................... 51 Gráfico 5.11 – Gráfico da função objetivo, percentagem de conforto e de custo para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. ............................................................................................................................... 53 ix Gráfico 5.12 - Gráfico da percentagem da custo, preços da eletricidade e das velocidades do VC para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. ............................................................................................................................... 53 Gráfico 5.13 - Gráfico do estado da bateria e da produção de energia elétrica para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. ............................................................................................................................... 53 Gráfico 5.14 - Gráfico da temperatura exterior, temperatura da sala e velocidade do VC para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. ............................................................................................................................... 54 Gráfico 5.15 – Comparação da evolução da temperatura no interior da sala com modelo. ................ 56 Gráfico 5.16 - Comparação da percentagem de conforto no interior da sala com modelo. ................ 56 Gráfico 5.17 – Comparação entre a iluminação artificial, iluminação natural, iluminação no interior da sala e a intensidade luminosa imposta às lâmpadas. ......................................................................... 57 Gráfico 5.18 - Comparação entre a função objetivo, função de custo e função de conforto, dividida entre conforto visual e conforto térmico. .......................................................................................... 58 Gráfico 5.19 – Função de custo e velocidade do VC. .......................................................................... 58 x NOTAÇÃO E SIMBOLOGIA AC – Ar Condicionado ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado COP – Coeficiente de PerformanceDSM – Demand Side Management IEA – International Energy Agency IEA15 - Alemanha, Austria, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Filândia, França, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia ISO – International Organization for standardization NP – Norma Portuguesa – valor medio previsto RCCTE – Regulamento das Caracteristicas de Comportamento Térmico de Edifícios RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização de Edifícios VC – Ventilo-convetor – área – calor sensivel perdido através do vestuário por convecção – capacidade total da bateria – Calor específico do ar – consumo elétrico da iluminação – calor sensivel perdido através da pele – fator de forma; função objectivo – Radiação incidente na superfície – Iluminância da iluminação artificial – Temperatura média operativa do instante t – Isolamento térmico do vestuário – taxa metabólica – número total de objectos – valor médio previsto – Previsão da percentagem de desconforto – Carga térmica total – calor sensivel perdido através do vestuário por radiação – humidade relativa – taxa de energia acumulada pelo corpo humano xi – temperatura – Temperaturas médias passadas – coeficientes de transferência de calor globais – trabalho mecânico – variável de decisão – fator de roupa – Coeficiente de transferência de calor ̇ – Caudal mássico – carga termica – estado – função de custo ou de conforto – velocidade do ar – percentagem de iluminação – importância das temperaturas passadas – COP – constante de tempo térmica do edifício – Importância a dar ao conforto ou ao custo monetário Subscritos – ar condicionado – convecção e condução – interna de equipamento – interna de iluminação – interna de ocupação – radiação de superficies envidraçadas – radiação de superficies opacas – ventilação natural e forçada – ar – ar condicionado – convecção – roupa – instante em horas do dia xii – insuflação – parede – radiação, radiante – pele – instante – vidro Sobrescritos – temperatura da no interior da sala I – interior – consumo de energia do ar condicionado – exterior – valor máximo – valor minimo – produção de energia – radiação incidente na superfície – valor da bateria da variável de decisão –valor da temperatura da variável de decisão – temperatura do exterior – velocidade de funcionamento do ar condicionado xiii 1 INTRODUÇÃO 1.1 Motivação A procura de energia elétrica tem aumentado significativamente por todo mundo, quer em países desenvolvidos, quer em países em desenvolvimento. Segundo as previsões da Agência Internacional Europeia (IEA), a procura de eletricidade em 2030 será 50% maior do que a procura atual [1]. Para além do aumento acentuado da procura, problemas como: a dependência dos combustíveis fósseis, o impacto negativo destes combustíveis no meio ambiente e a constante mudança de preços, têm levado a comunidade mundial a apostar cada vez mais em atividades que promovam a eficiência energética e alterem o sistema de produção e gestão de energia. Nomeadamente, o aumento da eficiência energética em 20% é um dos três principais objetivos da União Europeia, de acordo com o 2020 climate and energy package [2], em especial no setor dos edifícios, cujo potencial de aumento de eficiência energética e poupança de energia é o mais elevado [3]. Uma das alterações visíveis do sistema de produção e gestão de energia elétrica, consiste na descentralização da produção, através de sistemas de geração distribuída, aliada a sistemas de gestão personalizados para cada edifício [4]. Tem surgido cada vez mais o interesse, por parte dos consumidores, de produzirem localmente a própria energia que consomem através de fontes renováveis e de registarem ou controlarem o gasto de energia, através de sistemas domóticos [5]. Sistemas de gestão de energia que procurem ajustar a procura de energia à sua produção, tendo em conta tarifários, rotinas diárias, conforto e outros tipos de constrangimentos, será uma mais-valia para a maximização do retorno do investimento inicial na geração distribuída e na automatização dos sistemas de controlo. Assim, a utilização de um sistema de gestão ativa da produção poderia: administrar o uso de cargas num edifício de forma a moldar o consumo de energia e reduzir picos de consumo; gerir o uso de energia proveniente de fontes de geração local de fontes renováveis, tendo em conta o estado dos sistemas de armazenamento como as baterias e as tarifas praticadas naquela hora; orientar o uso de energia de forma a manter sempre um nível adequado de conforto nos ocupantes; criar condições para a aplicação do conceito das smart grids; entre outras ações [5]. Este sistema iria substituir o ser humano na tomada de decisões complexas, em curtos intervalos de tempo, de forma a tornar mais eficiente uso da energia num edifício. 1 1.2 Objetivos Esta dissertação tem como objetivo desenhar um algoritmo de gestão ativa da procura que ajuste o consumo de energia à produção de energia de origem renovável, aos preços praticados naquele instante, ao conforto e preferências dos utilizadores e energia disponível no sistema de armazenamento. Este algoritmo foi implementado com o auxílio do software Matlab e do EnergyPlus e testado no laboratório de energia no edifício do Instituto Superior Técnico, no campus Taguspark. Para além da criação de um novo algoritmo, pretende-se também implementar um algoritmo existente na literatura e fazer uma análise de resultados aos dois modelos implementados. 1.3 Contributos Um dos grandes contributos desta dissertação está relacionada com a junção de dois importantes softwares: EnergyPlus e Matlab. Através da utilização de um modelo térmico implementado no EnergyPlus, é possível obter resultados de simulações mais fidedignas com a realidade. Outro contributo, foi a realização de uma análise a dois métodos distintos de otimização, e averiguar qual destes obtém melhores resultados, quando aplicados a problemas de gestão de energia. Foi possível realizar um teste experimental do modelo que utiliza o algoritmo genético como ferramenta de otimização, e comprar os resultados simulados com os resultados reais. E observar o poder que o EnergyPlus aliado ao Matlab têm na simulação de resultados. Através da elaboração desta dissertação, foi possível apresentar alguns resultados preliminares da utilização destes modelos na conferência de Energias realizada no IST no dia 12 de setembro. A apresentação teve como título “Aplicação de um algoritmo de otimização genético multiobjectivo no controlo de um sistema de ar condicionado e iluminação”. 1.4 Estrutura Esta dissertação encontra-se estruturada em seis capítulos. O presente capítulo (capítulo um) procurou sensibilizar o leitor para o tema em questão, evidenciando a motivação para a elaboração desta dissertação, bem como seus objetivos e contributos. No segundo capítulo, intitulado de Revisão Bibliográfica, pretende-se fazer uma pequena revisão e pesquisa de conceitos necessários para o enquadramento do leitor nos vários tópicos que a criação de um algoritmo de otimização de energia abrange. Estes tópicos encontram-se, por sua vez, 2 divididos em quatro temas: Consumo de Energia Elétrica no Sector Residencial; Climatização de Edifícios; Estratégias de Gestão de Energia e Algoritmos de Otimização. O terceiro capítulo, Metodologia, destina-se à recolha das características do espaço onde os algoritmos de otimização serão implementados, ao levantamento dos equipamentos disponíveis e à modelação do espaço. No capítulo quatro, descrevem-se os dois algoritmos de otimização implementados. O primeiro algoritmo utiliza a programação dinâmica e o segundo o algoritmo genético. Existem três versões do algoritmo genético. A primeira irá servir de ponte entre o modelo implementado com a programação dinâmica e o algoritmo genético. A segunda versão terá uma malha de instantes a otimizar mais reduzida e por último, a versão três deste modelo terá mais uma variável de decisão. No quinto capítulo analisam-se os resultados das simulações e implantações obtidas a partir destes dois algoritmos. Por último, no capítulo seis, procede-se à elaboração de várias conclusões tiradas a partir dos resultados obtidos e de sugestões para trabalhos futuros. 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Consumo de Energia Elétrica no Sector Residencial Nos países IEA, o consumo de energia elétrica no sector residencial cresceu cerca de 48% entre 1990 e 2004. Mais de metade desta energia, 57%, é consumida por aparelhos [6]. Na Figura 2.1, é possível visualizar essa mesma evolução do uso de eletricidade nas habitações, separada por diferentes tipos de aplicações. Existem vários motivos que têm contribuído para o aumento do consumo, tais como: crescimento da melhoria das condições de conforto; aumento do número de aparelhos por habitação; aumento do tamanho das casas, entre outros [7]. No entanto, já existem muitos países a promoverem a eficiência energética, através da criação de padrões de consumo mínimo de energia e a melhorar a eficiência energética destes mesmos aparelhos. Na Figura 2.2 é possível visualizar o aumento de eficiência energética de alguns aparelhos de utilização doméstica. Mas para se poder diminuir ou controlar o consumo de eletricidade é necessário conhecer, caracterizar e analisar os padrões de consumos [8]. Figura 2.1 – (Esquerda) Consumo de eletricidade no sector residencial, separada por diferentes tipos de aplicações [6]. Figura 2.2 – (Direita) Consumo de energia dos aparelhos [6]. Em Portugal, o maior consumo doméstico resulta dos equipamentos de frio (frigoríficos, combinados e congeladores), que representam 20% do consumo total, seguido da climatização da habitação com 16% e de aparelhos de escritórios ou entretenimento com 14%. Na Figura 2.3 é possível visualizar a energia consumida numa habitação diferenciada por aparelhos. 4 Figura 2.3 – Energia consumida numa habitação diferenciada por tarefas ou aparelhos [9]. 2.1.1 Potencial de sistemas de controlo automático do consumo de energia Soares et al. [8 e 10] analisaram e caracterizaram o consumo diário de eletricidade no sector residencial em Portugal, com a finalidade de aplicar sistemas autónomos de gestão de energia. Eles concluíram que é possível identificar um padrão horário típico de consumo de diferentes aparelhos (Figura 2.4): cargas como frigoríficos ou arcas congeladoras, são responsáveis pelo maior e constante consumo ao longo do dia, formando assim uma base do consumo de uma habitação; aparelhos destinados ao aquecimento das águas, são mais solicitadas pela manhã; Iluminação e aparelhos de entretenimento têm um pico de consumo à tarde e à noite; Quanto às máquinas de lavar a loiça, estas têm um uso mais acentuado pela hora do jantar, embora as máquinas de lavar a roupa tenham um uso preferencial depois do almoço sendo de imediato utilizadas as máquinas de secar a roupa, quando existentes [8]. Figura 2.4 – Estrutura de um diagrama de carga horaria para o sector residencial [8]. Desta forma, o consumo energético no sector residencial em Portugal pode ser dividido em 4 categorias distintas [10]: 5 Cargas que não são controladas - cargas estas que não podem ser poupadas para reduzir o consumo, como o caso dos aparelhos de entretenimento e de escritório; Cargas ajustáveis - aparelhos que se podem controlar através do ajuste termostático, tais como: frigoríficos, aquecedores e equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC); Cargas interruptas - cargas que se podem desligar durante um curto período ou num certo ponto do seu ciclo, tais como: máquinas de lavar a loiça e AVAC; Cargas horárias - cargas em que seu uso pode ser alterado para outro horário ou que o seu ciclo pode ser antecipado ou atrasado, tais como: secadoras, máquina de lavar a roupa ou a loiça. Assim, o objetivo de minimizar as despesas em eletricidade sem diminuir o conforto energético passa pelas seguintes ações: antecipar ou atrasar os ciclos de trabalho dos aparelhos; restabelecer as temperaturas de conforto e criar pequenos períodos de interrupção de carga [8 e 10]. 2.1.2 Comportamentos relativos ao consumo de energia elétrica Para se poder tirar o maior partido das três ações anteriores, a compreensão dos comportamentos associados ao consumo de energia é essencial. Estes são imensamente complexos e podem ser modelados através de vários fatores, quer individuais quer contextuais. Devido à sua complexidade, a sua abordagem costuma ser fragmentada e estudada por diferentes áreas, como são os casos das áreas de psicologia, sociologia, engenharia e economia. A maioria dos estudos dos comportamentos em termos do consumo de energia têm sido dominados por pesquisas do foro psicológico [11]. As publicações dos autores Steg e Vlek são apontadas por M. R. Lopes et al [11], como as mais importantes na compreensão dos comportamentos à luz da psicologia. Para estes autores, que têm as suas origens na psicologia ambiental, os fatores mais importantes no comportamento ambiental são: os fatores motivacionais, contextuais e comportamentos habituais. Enquanto que nas aproximações psicológicas se lida com fatores comportamentais, nas aproximações económicas assume-se que os indivíduos são completamente racionais, ou seja, tomam decisões racionais e reagem de forma racional [11]. Devido à grande diversidade de modelos de comportamentos relativos ao consumo de energia, estes podem ser divididos em 3 grandes categorias [11]: 1. Modelos de comportamentos energéticos estruturados, que incluem teorias e modelos exemplificativos; 2. Modelos energéticos que quantificam a energia utilizada; 6 3. Modelos de comportamentos energéticos que realizam aproximações de forma qualitativa e quantitativa para prever comportamentos. 2.1.2.1 Modelos de comportamentos estruturados Dos modelos que se inserem no ponto um, o artigo [11] distingue os autores Wilson e Dowlatabadi, como os mais importantes nesta categoria. Estes focam o seu ponto de vista no sector residencial e exploram as teorias sociais mais relevantes na determinação das decisões individuais: Decisão baseada na utilidade e comportamentos económicos; Adoção tecnológica e modelos baseados na atitude; Teorias de decisão social e psicologia ambiental; Teorias sociológicas que têm em atenção a influência do contexto social nas tomadas de decisões. 2.1.2.2 Modelos energéticos que quantificam a energia utilizada Em relação aos modelos do ponto dois, estes são utilizados para a quantificação do consumo energético em contexto de apoio à decisão, como por exemplo: avaliações de fornecimento de energia a nível regional ou nacional e abordagens de engenharia como a simulação do comportamento térmico de edifícios. Estes modelos podem ser classificados de duas formas: top-down e bottom-up. Os modelos top-down determinam as tendências de consumo de energia a longo prazo, com base no histórico de consumo. Eles consideram o sector residencial como um sistema e não distinguem consumos individuais. Por outro lado, os modelos bottom-up introduzem como dados os consumos individuais de edifícios ou grupos de edifícios, para extrapolar essas informações e criarem uma amostra representativa dessa região [11]. 2.1.2.3 Modelos que realizam aproximações qualitativas e quantitativas Por ultimo, os modelos de comportamentos energéticos descritos no ponto três, integram abordagens quantitativas e qualitativas para a previsão de comportamentos e para estabelecer perfis de usuário. Um dos modelos existentes [4] baseia-se em aproximações espaciotemporais para estabelecer as atividades diárias que estão ligadas ao uso de energia. Os perfis são traçados através da comparação de informação detalhada das atividades diárias na habitação, que estão inseridas numa base de dados, com as medições do consumo de eletricidade. Desta forma, é possível identificar diferentes categorias de uso doméstico, associado a diferentes padrões de consumo. A grande vantagem deste modelo é a criação de um perfil individual de carga por membro da habitação. Este perfil tem um grande potencial no fornecimento de perspetivas sobre como as atividades quotidianas contribuem para o consumo de energia. No entanto, é um modelo que requer um consumo elevado 7 de recursos de memória e tempo para poder ser posto em prática, pois consiste em anotações ao minuto durante um ano das atividades diárias e muitas vezes estes dados não existem ou são de difícil acesso [11]. 2.2 Climatização de Edifícios Em Portugal, o segundo maior consumo doméstico de eletricidade destina-se à climatização da habitação. Como já foi dito anteriormente (Figura 2.3), este representa cerca de 16% do consumo total de eletricidade [9]. A energia despendida na climatização da habitação pode variar substancialmente ao longo de um dia. Existem inúmeros fatores que influenciam as perdas de energia na climatização, como: a localização da habitação - tipo de clima da região; a radiação solar que incide na envolvente da habitação; o desempenho térmico da envolvente - tipo de construção, soluções adotadas para o isolamento térmico, volume vs. área da envolvente; comportamento térmico dos ocupantes - grau de conforto térmico; etc. Relativamente às perdas energéticas dos edifícios, atualmente, em Portugal, existe um Decreto-Lei dedicado ao desempenho energético dos edifícios: Sistema Nacional de Certificação Energética dos Edifícios; Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Comercio e Serviço (RECS) e Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH). Sendo o objetivo principal de cada Lei o seguinte: Os principais objetivos do Sistema Nacional de Certificação Energética dos Edifícios consistem em: informar os consumidores sobre a qualidade térmica das habitação que pretendem adquirir, permitindo comparações objetivas ponto de vista custo - beneficio; garantir que os novos edifícios, no final da sua construção, cumpram com a legislação da eficiência energética em vigor; e por último, recomendar medidas com viabilidade económica que possam conduzir a uma melhoria do desempenho energético do edifício (Decreto-Lei n.118/2013). Em relação ao REH, os principais objetivos passam por: impor requisitos de qualidade para os novos edifícios; limitar as perdas térmicas e controlar os ganhos solares; impor limites nos consumos energéticos na climatização e produção de águas quentes; incentivar a utilização de sistemas eficientes e de fontes energéticas com menor impacto em termos de energia primária e, por último, impor a instalação de painéis solares térmicos (Decreto-Lei n.118/2013). 8 Os principais objetivos do RECS consistem em: definir um conjunto de requisitos aplicáveis a edifícios de servições e de habitação dotados com sistemas de climatização; incluir aspetos relacionados com a envolvente e limitar consumos energéticos; impor a realização de auditorias energéticas periódicas por forma a promover a eficiência e manutenção dos sistemas de climatização; e, por último, impor caudais mínimos do ar interior, por tipo de atividade, e concentrações máximas dos principais poluentes, de forma a garantir a qualidade do ar interior (Decreto-Lei n.118/2013). Para se prever a quantidade de energia que os ocupantes de uma habitação necessitam para melhorar o seu conforto ambiental, é necessário conhecer as condições gerais que proporcionam este conforto, uma vez que, de pessoa para pessoa, as necessidades fisiológicas e psicológicas fazem com que as condições de conforto variem. Estas condições costumam ser avaliadas em termos de propriedades térmicas, luminosidade e qualidade do ar. 1. Conforto térmico Existem vários modelos e estudos sobre o conforto térmico e quais os parâmetros que proporcionam esse conforto. Cada modelo tem a sua definição de conforto e os parâmetros que consideram mais relevantes. Segundo a norma ASHRAE 55, o conforto térmico é “a condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico” [12]. Esta satisfação está associada à facilidade com que o ser humano consegue trocar calor com o meio ambiente, de forma a manter a sua temperatura interna. Os modelos de equilíbrio estático de calor procuram explicar a satisfação das pessoas com o ambiente térmico através da transferência de calor entre o meio e a pessoa. Estes modelos são os mais utilizados na climatização de espaços [13]. As normas ISO 7730 e ASHRAE 55 são exemplos destes mesmos métodos. Para a norma ASHRAE 55, existem seis fatores que definem as condições de conforto [12]: taxa metabólica; temperatura radiante; isolamento do vestuário; velocidade do ar; temperatura do ar; humidade. Para certos valores dos fatores acima mencionados, é possível determinar uma zona de conforto e definir esta numa gama de temperatura operativa. Através de um equilíbrio térmico entre os ocupantes e o seu ambiente, é possível medir o seu grau de conforto baseado nas reações fisiológicas. 9 Essa medição de conforto pode ser apresentada numa escala de sensações, o modelo do voto médio previsto, PVM, que se encontra representada na Figura 2.5. O grande defeito destes modelos reside na necessidade de dados muito específicos, como por exemplo o nível de isolamento térmico da roupa ou o tipo de atividade realizada a cada instante. Para além disso, os ocupantes são analisados como recetores passivos de estímulos térmicos, onde fatores culturais, psicológicos, sociais e contextuais são negligenciados [13 e 14]. Figura 2.5 – Percentagem de desconforto prevista (PPD) em função do modelo do voto médio previsto (PMV) [12]. Ao contrário dos modelos estáticos, os modelos adaptativos atribuem um papel ativo aos seus ocupantes e têm como princípio: “se ocorrer uma mudança que provoque desconforto, as pessoas reagem de forma a restaurar o seu bem-estar” [14]. A adaptação pode ser compreendida como a diminuição gradual da resposta do organismo a um estímulo ambiental [13]. Este estímulo ambiental pode ser dividido em três grandes variáveis. A primeira, e a mais importante, é o clima. Este influencia culturas, as atitudes a nível térmico de grupos de pessoas e o design de edifícios. A segunda variável diz respeito aos edifícios, qual a natureza do edifício A última variável é o tempo que um indivíduo demora a adaptar-se a novas condições ambientais. Por outro lado, a adaptação térmica também se encontra dividida em três diferentes categorias. A primeira é a adaptação comportamental, ou seja, um individuo pode tomar um certo número de atitudes de forma a manter o seu conforto térmico. Estas atitudes podem ir do simples ajuste de vestuário ao controlo ativo do ambiente. A segunda categoria diz respeito à adaptação fisiológica. O organismo adapta-se, através de um conjunto de alterações periódicas, às alterações do ambiente. O último grupo é a adaptação psicológica. Engloba um conjunto de reações praticadas pelo ocupante a vários estímulos sensoriais, que são fortemente influenciadas pelas experiências prévias de habituação do ocupante ao ambiente interior, bem como pelas expectativas criadas face ao mesmo [13]. 10 Desta forma, o modelo adaptativo relaciona as temperaturas de conforto com as temperaturas ou parâmetros exteriores. A norma ASHRAE 55 inclui também um modelo adaptativo de conforto térmico, mas a sua aplicação está limitada a edifícios naturalmente ventilados, onde os ocupantes se adaptam termicamente às condições ambientais interiores ou exteriores através do vestuário. Na figura seguinte, encontra-se representado graficamente o modelo adaptativo proposto pela norma ASHRAE 55 [12]. Figura 2.6 – Temperatura operativa em função da temperatura média mensal exterior [12]. Um terceiro modelo baseia-se no resultado da análise estatística de dados recolhidos e tem como objetivo encontrar a temperatura ou a combinação de variáveis (temperatura, humidade e velocidade do ar) que que proporcionem o conforto térmico. Estes dados dizem respeito ao ambiente térmico experienciado pelas pessoas e a sua respetiva satisfação. Essa satisfação é medida através de questionários [12 e 14]. Para além dos métodos acima mencionados, existem vários estudos que procuram analisar variáveis que influenciam o conforto térmico. Leaman e Bordass demonstraram que as pessoas são mais tolerantes e esquecem mais rapidamente deficiências na climatização, quando têm acesso ao controlo desta [14]. Quando uma pessoa entra num espaço com as condições standard de conforto térmico, nem sempre é um indicativo que irá considerar o ambiente agradável do ponto de vista térmico, uma vez que essa ambientação, se tiver experienciado diferentes condições térmicas antes de entrar nesse espaço, pode demorar cerca de uma hora [14]. A equação seguinte (2.1), proposta por Humphreys, reflete a dependência no tempo da temperatura de conforto. { } (2.1) 11 em que é uma constante que varia entre zero e um, e que dita a importância das temperaturas passadas. Quanto maior o seu valor, mais significativas são as temperaturas anteriores. corresponde à temperatura média operativa do instante t, e são as temperaturas médias passadas de iguais intervalos de tempo, t, horas, dias, etc. 2. Conforto visual O conforto visual está associado ao nível de iluminação necessário para a realização de determinada tarefa. É em geral medido em lux e corresponde à iluminação incidente por metro quadrado. Através do conhecimento do tipo de tarefa que cada pessoa desempenha num espaço, é possível estimar a energia mínima despendida para que esta tarefa seja realizada em condições de conforto visual. Na tabela seguinte encontram-se alguns valores de níveis de iluminação para situações diferentes. Tabela 2.1 - Gamas de iluminância por diferentes tarefas ou atividades segundo a norma ISO 8995 [15]. Gama de Iluminância [Lux] Tipo de Tarefa ou Atividade 100 -200 Dependências utilizadas por períodos curtos (ex.: armazéns, vestiários, átrios) 200 - 500 300 - 750 500 - 1 000 Tarefas que necessitam de reduzida acuidade visual (ex.: salas de conferências) Média acuidade visual (ex.: escritórios) Elevada acuidade visual (ex.: costura, controlo de qualidade) 3. Qualidade do ar interior Considera-se que a qualidade do ar interior é aceitável quando a percentagem dos cinco pontos seguintes não são ultrapassados por mais de 2% do tempo de permanência no interior da divisão [16]: 50% dos ocupantes consegue detetar odor; 20% dos ocupantes experiencia desconforto; 10% dos ocupantes sofre de irritação da mucosa; 5% dos ocupantes experiencia incómodo . Desta forma, para se garantir a qualidade do ar interior, o valor máximo de concentração de certos poluentes, como o valor mínimo do caudal de ar novo por ocupante, são definidos. Existem 12 várias normas para a qualidade do ar: NP 1796-1988 higiene e segurança no trabalho; Organização mundial de saúde; regulamentos de AVAC; ASHREAE 62; entre outros [16]. Na tabela seguinte encontram-se os valores máximos permitidos pelo regulamento RECS. Tabela 2.2 – Requisitos de qualidade do ar interior segundo. Parâmetros Partículas suspensas no ar Dióxido de carbono Monóxido de carbono Ozono Formaldeído Compostos Orgânicos Voláteis Microrganismos - Bactérias Microrganismos - Fungos Legionella Radon Concentração máxima de referência 0,15 1800 12,5 0,2 0,1 0,6 500 500 100 400 mg/m3 mg/m3 mg/m3 mg/m3 mg/m3 mg/m3 UFC UFC UFC Bq/m3 2.3 Estratégias de Gestão de Energia Para se assegurar a estabilidade na distribuição de energia elétrica, o balanço entre a procura e oferta de energia deve-se manter equilibrado. É nesta disputa pelo equilíbrio que as estratégias de gestão de energia tomam um papel importante, pois estas evitam a todo o custo a solução de aumentar a produção quando a procura aumenta [1]. Ao invés de a produção seguir a procura, estas estratégias têm como objetivo alterar o sentido do problema, fazendo com que a procura se adapte à produção. Uma dessas estratégias é a Gestão da Procura ou Demand Side Management (DSM). A gestão da procura é a influência deliberada nos padrões de consumo de energia com o intuito de modificar o perfil de consumo, consoante os objetivos de gestão de energia (minimização do custo, maximização do conforto) [18]. A DSM baseia-se em três princípios: conservação de energia, gestão de carga e estratégia de crescimento de carga. A conservação de energia possibilita o aumento da eficiência energética através de medidas que resultem numa diminuição efetiva do consumo. A gestão de carga consiste na homogeneização da procura de energia ao longo de um dia. Esta modelação da curva de procura pode ser conseguida, pelas empresas de eletricidade, através da aplicação de tarifas acrescidas nos períodos de maior consumo. Por último, a estratégia de crescimento de carga atua nos 13 períodos onde o consumo de energia é reduzido. Mais uma vez, a promoção do consumo nesses períodos ajuda na homogeneização do diagrama de carga [19]. Para se implementarem programas de DSM é necessário, numa primeira fase, efetuar um estudo sobre o comportamento dos utilizadores, isto é: classificar e quantificar o consumo de energia por forma a determinar padrões de energia e determinar os impedimentos associados à implementação de medidas mais eficientes [20]. Com base nos resultados da primeira fase, o segundo passo consiste na determinação do objetivo final. Existem seis tipos de estratégias que têm como objetivo final de alterar o diagrama de cargas (função que relaciona a energia consumida com o tempo). A implementação específica desta abordagem através de alguma forma de controlo centralizado é denominada de Gestão Ativa da Procura ou Demand Response (DR) que utilizam os três princípios anteriormente descritos [19]: Preenchimento de vales: consiste no aumento do consumo de energia nos períodos fora do pico de consumo; Redução do pico: corresponde à redução do pico de consumo durante períodos específicos; Transferência de carga: transfere a carga dos períodos de pico de consumo para outros horários; Crescimento de carga: aumenta uniformemente o diagrama de cargas; Conservação estratégica: altera uniformemente o diagrama de cargas reduzindo a energia consumida; Curva de carga flexível: o consumo de energia é variável, consoante as condições oferecidas aos utilizadores. Na figura seguinte (Figura 2.7) encontram-se representadas graficamente as seis estratégias de gestão que alteram o diagrama de cargas. 14 Figura 2.7 - Estratégias de gestão que alteram o diagrama de cargas [19]. O terceiro passo identifica as aplicações em uso que podem ser potencialmente direcionadas para reduzir o pico de procura, tendo em conta as considerações dos fornecedores, consumidores e as análises custo - benefício detalhadas para os consumidores finais e fornecedores. O próximo, e penúltimo, passo é dedicado à implementação do programa. Nesta etapa, para além de constar a conceção do programa, existe a realização de uma experiencia piloto (implementação do programa numa sub-região ou numa amostra de consumidores) que avalia o impacto que este programa irá ter se for implementado numa escala maior. Por fim, a última etapa é dedicada à monitorização do programa e avaliação, avaliando a existência de afastamentos nos resultados do programa e se o desempenho deste se encontra de acordo com o esperado. Existem bastantes estudos e pesquisas que avaliam diferentes aspetos da implementação de programas de DSM. Em relação à introdução de energias renováveis no sistema de geração de energia, o autor G. Strbac [20] menciona os benefícios e os desafios do DSM para equilibrar a procura e oferta de energia em sistemas com uma elevada percentagem de geração de energia renovável intermitente e imprevisível. Este autor concluiu que o DSM pode reduzir o custo da geração de energia através da imposição de equilíbrio energético e por consequência a substituição de centrais termoelétricas que apenas se encontram em funcionamento algumas horas por ano. Além da redução de custo de produção, DSM proporciona o investimento na rede de distribuição através de uma maior utilização desta. Outros autores avaliam o impacto que DSM tem no deslastro de cargas. Shaw et al. elaboraram a primeira estimativa quantitativa da possível redução de perdas energéticas, quando se aplica a estratégia de transferência de cargas numa situação de consumo doméstico sem se reduzir a procura. A gestão ativa da procura pode também ser adotada em domicílios particulares. S. Gottwalt et al.[21] 15 apresentam um modelo que produz perfis de consumo domésticos com tarifas fixas e simulam as alterações que estes perfis sofrem quando as casas estão equipadas com aparelhos inteligentes e o preço de eletricidade varia no tempo. Os autores concluíram que a poupança resultante do uso de aplicações inteligentes é moderada em relação ao investimento inicial necessário para a aquisição destes aparelhos. 2.4 Algoritmos de Otimização Na literatura existem os mais variados tipos de algoritmos de otimização aplicados a problemas de gestão de energias, mas são poucos os que se focam na gestão de energia de uma habitação. Desta forma, e com o intuito de os analisar, os artigos que iram ser referidos de seguida encontram-se agrupados por tipo de algoritmo de otimização. 2.4.1 Programação dinâmica A programação dinâmica é uma técnica matemática utilizada para a determinação de uma sequência de decisões inter-relacionadas. Através de um procedimento sistemático é possível determinar as melhores combinações de decisões [22]. Existem cinco importantes conceitos: decisões, estados, estágios, regra de transição de estado para estado e função objetivo. As variáveis de decisão, num contexto de otimização de energia numa residência, definem qual a melhor opção a tomar: vender, armazenar ou utilizar a energia da rede ou a energia produzida; ou quais as temperaturas de referência no interior da habitação, entre outras decisões. Os estados dizem respeito às condições atuais: na habitação, na rede de energia (nomeadamente preços praticados naquele instante) ou condições climatéricas. Os estágios representam os instantes em que são a tomadas decisões. A transição de estado para estado é ditada pela probabilidade de um estado ocorrer, tendo em conta o estado atual e as decisões tomadas para chegar a esse mesmo estado. D. Livengood e R. Larson [5] apresentam um protótipo de um modelo de otimização numa habitação, utilizando programação dinâmica. Neste algoritmo de otimização existem três variáveis de decisão: Temperatura de referência no interior da habitação; Uso ou armazenamento da energia proveniente de uma bateria; Venda ou compra de eletricidade da rede. Todas estas variáveis de decisão estão limitadas, quer superiormente, quer inferiormente. Para se poder atribuir o melhor valor às variáveis de decisão, os autores utilizam sete variáveis de estados: 16 Temperatura no interior da habitação; Quantidade de energia armazenada na bateria; Quantidade de energia não controlável a ser utilizada na habitação; Quantidade de energia produzida por uma turbina eólica; Velocidade do vento; Preço praticado pela rede. Uma grande simplificação adotada pelo autor é possibilidade de conhecer em todos os instantes a quantidade exata de energia consumida na habitação, excluindo, assim, a aleatoriedade ou o livre arbítrio do consumo de energia por parte dos consumidores. No que diz respeito à modelação da temperatura no interior da habitação, o autor utiliza um modelo térmico simples de decaimento exponencial: ( em que ) é a temperatura da habitação no instante atual e de tempo térmica do edifício, é o COP e alterar a temperatura da habitação de (2.2) no instante seguinte; a constante é a quantidade de energia utilizada numa hora para para . O processo de obtenção do valor ou caminho ótimo neste tipo de algoritmo é conseguido através de uma análise das possíveis soluções em cada estágio. A análise é principiada no último instante a ser otimizado e a melhor solução deste estágio é somada às soluções do instante imediatamente anterior. Este procedimento é feito sistematicamente até ao estágio atual. Por último, é traçado um caminho com a melhor solução, que corresponde à solução ótima. Devido a esta caraterística de obtenção da solução ótima, do fim para o início, não é contabilizada a influência que as decisões recentes têm na evolução das temperaturas futuras. No exemplo de simulação do mesmo artigo [5], no caso de estudo em que apenas o controlo do termostato é incluído na simulação, são apresentadas reduções de custo de 20% em comparação com o caso de teste de controlo. Contudo, o número de horas de desconforto aumentou significativamente. A maior redução de custo é de 44% e corresponde ao caso de estudo em que é possível controlar o termostato, a bateria, a energia proveniente da turbina eólica e a venda de energia para a rede, e o número de horas de desconforto é semelhante ao caso anterior. 2.4.2 Programação Linear A programação linear é uma metodologia de otimização em que todas as funções matemáticas envolvidas na resolução do problema são lineares, i.e. que são explicadas por variáveis de entrada que são proporcionais às variáveis de saída. Por outro lado, a palavra programação funciona como um 17 sinónimo de planeamento, ou seja a programação linear envolve o planeamento de atividades, por forma a obter o melhor resultado. É utilizada para otimizar (maximizar ou minimizar) uma função linear de variáveis, denominada de função objetivo, sujeita a uma série de equações ou inequações lineares, chamadas de restrições. O problema fica totalmente formulado quando os três pontos seguintes são definidos: definição do objetivo do problema (definição da função objetivo e se deve ser minimizada ou maximizada); definição das variáveis de decisão e definição dos constrangimentos a que o problema está sujeito [22]. Os autores A. Conejo, J. Morales e L. Baringo [23] desenvolveram um modelo de otimização que utiliza a programação linear para ajustar o nível das cargas utilizadas numa hora por um consumidor, em função dos preços de eletricidade praticados naquele horário. O objetivo deste modelo é maximizar a utilidade que um utilizador dá à energia que consome, sujeito a: um consumo mínimo diário; aos níveis máximos e mínimos de carga horária e aos limites de crescimento em tais níveis de carga. Em cada hora é conhecido o preço praticado, assim como o consumo da hora anterior. As variáveis de decisão são a energia consumida e o nível de carga na hora corrente, isto é, a hora a que se iniciou a otimização, e nas 24 horas seguintes. 2.4.3 Algoritmos Genéticos O algoritmo genético é um algoritmo computacional que procura as melhores soluções dentro de um número limitado de soluções possíveis. Transforma uma população de possíveis soluções, denominada de “cromossomas” (representados por um vetor de entrada), cada um com um valor de função objetivo (fitness) associado, numa nova população utilizando o princípio Darwiniano de reprodução e sobrevivência dos mais adaptados, tendo inerentes operações de cruzamento resultante da combinação de cromossomas já existentes (crossover) e mutação dando origem a uma nova geração. Cada cromossoma representa uma solução possível para o problema e o algoritmo tenta procurar uma solução boa ou ótima (que teoricamente é sempre possível recorrendo a suficientes iterações/gerações e a uma população infinita) [24]. Na figura seguinte (Figura 2.8) encontra-se representado um esquema de funcionamento de uma evolução genética que pode ser representada por um algoritmo genético, onde os “pais” são soluções iterativamente obtidas, das quais são geradas novas soluções, os “filhos”, que resultam de uma combinação (crossover e/ou mutação) das soluções anteriores que tiveram um melhor fitness para a resolução do problema. 18 Figura 2.8 – Esquema de Funcionamento de um algoritmo genético. Este algoritmo tem por base alguns conceitos básicos. De seguida procede-se à descrição sumária destes conceitos. População inicial – diz respeito ao número de cromossomas com que se inicia a procura da solução e correspondem a soluções possíveis do problema que são geradas aleatoriamente; Fitness – é a avaliação/posição de cada cromossoma relativamente a toda a população, sendo que um melhor valor de fitness, e.g. para um problema de minimização, representa uma solução com um menor custo; Elitismo – é o processo que copia os melhores cromossomas para a nova geração e depois prossegue com a geração do resto da população; Crossover – é o processo de combinar genes de dois cromossomas diferentes, dando origem a uma nova solução. Este processo permite abrir o espaço de pesquisa; Mutação – o processo de mutação ocorre depois do crossover e previne que as soluções da população se reduzam a um ótimo local; Geração – é o equivalente a cada iteração e corresponde ao próximo ciclo até ser aplicado um critério de paragem; 19 Critério de paragem – avalia se a condição final é satisfeita e, se for, termina o algoritmo. A. Gomes et al. [25] aplicam um algoritmo genético com uma função multiobjectivo na identificação de ações que permitam alterar padrões de consumo de eletricidade, por forma a alcançar diversos objetivos. As duas ações implementadas dizem respeito à aplicação de cortes de alimentação e variação da temperatura de referência. Os autores concluíram que as ações não disruptivas obtêm resultados semelhantes às ações liga/desliga, com o benefício de que estas não provocam desconforto aos utilizadores. Adicionalmente, referem que os algoritmos genéticos, por trabalharem com populações, adaptam-se bem a problemas combinatórios multiobjectivo complexos, de natureza combinatória. Pelo facto de estes funcionarem em cada iteração com um conjunto de possíveis soluções para o problema, fornecem uma visão abrangente do espaço em que está a decorrer a pesquisa. 2.4.4 Teoria dos Jogos A teoria dos jogos é um ramo da matemática aplicada que estuda as escolhas de comportamentos ótimos, quando o custo e benefício de cada opção não é fixo e depende da escolha dos outros indivíduos. Um jogo é constituído por jogadores, um conjunto de movimentos ou estratégias e uma definição de custo para cada combinação de estratégia [22]. V. Wong et al. [26] propuseram um algoritmo de otimização autónomo e de agendamento do consumo de energia elétrica baseado em incentivos distribuídos, utilizando a teoria dos jogos. Este algoritmo é capaz de minimizar o custo da energia e de balancear todo o consumo elétrico residencial quando vários utilizadores partilham a mesma fonte de energia. A novidade trazida por este algoritmo é a de que a otimização decorre, não só entre um utilizador e o fornecedor, mas sim entre vários utilizadores e o fornecedor de energia. Neste algoritmo de teoria do jogo, os jogadores correspondem aos utilizadores e a estratégia de jogo corresponde aos horários diários dos aparelhos domésticos e respetivas cargas. 20 Figura 2.9 - Estratégia de gestão de energia que permite interação entre utilizadores e o fornecedor de energia [26]. Os resultados da simulação deste algoritmo demonstram que é possível reduzir o pico de procura de energia, assim como o custo que o uso de essa energia acarta e o uso diário de energia por parte de cada utilizador. 21 3 Descrição do caso de estudo Antes de se proceder à etapa da modelação e implementação de um algoritmo de gestão de energia, é necessário conhecer as características do espaço onde este será implementado e os equipamentos disponíveis, pois só assim é possível conhecer as limitações do algoritmo. Desta forma, o presente capítulo encontra-se dividido em três subcapítulos. No primeiro, 3.1, procede-se a um levantamento das características físicas do espaço (localização - 3.1.1 e análise construtiva - 3.1.2), bem como todos os equipamentos disponíveis no interior da sala (equipamentos controlados pelo utilizador - 3.1.3, equipamentos de medição - 3.1.4 e equipamentos de geração de energia - 3.1.5). Nos subcapítulos 3.2 e 3.3 procede-se com a modelação do espaço, em que se caracteriza e se avalia a performance de dois modelos térmicos distintos. 3.1 Caracterização física e funcional No presente capítulo é feita uma descrição e caracterização do espaço em estudo. Esta descrição encontra-se dividida em 5 partes, que vão desde a localização do espaço e a análise construtiva, a equipamentos disponíveis no interior da sala e a fontes de energia elétrica. 3.1.1 Localização O local de estudo corresponde à sala do laboratório de energias 1.58, que se encontra no primeiro piso do edifício do Instituto Superior Técnico (IST) - no campus Taguspark, no concelho de Oeiras. A envolvente exterior é composta por uma fachada livre, com uma orientação solar para Sudoeste. A envolvente interior confronta com quatro salas e uma zona de circulação comum. Na figura seguinte, encontra-se esquematizado a planta e a localização da sala. Figura 3.1 – Localização do local de estudo. 22 O espaço em questão tanto pode ser utilizado para modelar uma pequena habitação como também uma zona de um edifício de escritórios. 3.1.2 Análise da construção Para caracterizar a transmissão de calor através da envolvente opaca e dos vãos envidraçados é necessário ter em conta o tipo de construção e os materiais que a sala em estudo apresenta. Define-se como elementos opacos as paredes em contacto com o exterior e interior, cobertura e pavimento. Na tabela seguinte (Tabela 3.1), apresentam-se as áreas em contacto com o meio exterior e interior e os respetivos coeficientes globais de transmissão de calor: Tabela 3.1 – Áreas em contacto com as envolventes exteriores e interiores. Elemento Parede a Sudoeste 1 Parede 2 Parede 3 Parede 4 Cobertura Pavimento Vão envidraçado Área de contacto [m2] 29,58 16,82 16,82 29,58 59,16 59,16 Tipo de envolvente Exterior Interior Interior Interior Interior Interior Exterior Coeficiente global de transmissão de calor [W/m2⁰C] 0,54 1,78 1,78 1,78 0,84 0,84 2 Para determinar o coeficiente global de transmissão de calor para cada um dos elementos referidos anteriormente, é necessário o conhecimento: dos coeficientes da condutividade térmica específicos de cada material construtivo, a sua espessura e os coeficientes de convecção do ar em contacto com os elementos. 3.1.3 Equipamentos controlados pelo utilizador No interior da sala, o utilizador tem acesso à intensidade de iluminação e à velocidade de funcionamento do ventilo convetor. As características destes dois equipamentos encontram-se de seguida: 3.1.3.1 Iluminação Esta é constituída por 8 armaduras com duas lâmpadas de 35W (Tabela 3.2). A intensidade de iluminação é regulável e a sua variação com a iluminância e consumo encontra-se representado nos Gráfico 3.1 e Gráfico 3.2 [27]. Tabela 3.2 – da Caraterísticas Iluminação. Iluminação 23 Número de luminárias Número e potência de armaduras por luminária Tipo de balastro 8x Armadura 2x35W Balastro eletrónico regulável As equações que descrevem a evolução de iluminância (3.1) e consumo energético (3.2) consoante a intensidade de corrente aplicada às lâmpadas resultam de ensaios experimentais e são as seguintes: (3.1) (3.2) y = 1229 x5 - 29764 + 2103x3 - 244.74x2 + 9.0234x 120,00 Iluminância [Lux] 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 Intensidade corrente Gráfico 3.1 – Iluminância em função da intensidade de corrente. 600 y = 9355x5 - 27030x4 + 27.482x3 - 11503x2 + 2.227x 500 W 400 300 200 100 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 Intensida de Corrente Gráfico 3.2 – Consumo [W] em função da intensidade de corrente. 24 3.1.3.2 Ventilo-Convetor No interior da sala existem dois ventilo-convetores, alimentados por um sistema a quatro tubos com permutadores separados por arrefecimento e por aquecimento, estilo Cassette com as seguintes características, Tabela 3.3 [28]: Tabela 3.3 - Caraterísticas do ventilo convetor e do sistema de distribuição de água. Ventilo Convetor, Carrier 42GWD 020 Velocidade do Ventilador Baixa Média Alta Fluxo de ar [m3/s] Consumo [W] 0,178 70 0,315 140 0,468 200 Sistema a quatro tubos Água quente °C Água Fria °C 85 7 3.1.4 Instrumentos de medição Por forma a controlar e atuar na iluminação e no sistema de climatização, existem quatro tipos de sensores no interior da sala: sensor de temperatura; sensor de nível de dióxido de carbono; sensor de humidade relativa e sensor de iluminância. Na Tabela 3.4 encontram-se especificados os equipamentos correspondentes a cada sensor. Tabela 3.4 – Sensores no interior da sala. Sensores Temperatura [°C] Nível de CO2 [ppm] Humidade Relativa [%] Luminância [Lux] Modelo Berker 75900056 Berker 75900056 Berker 75900056 Berker 75900056 Para além destes sensores ainda é possível saber em que estado se encontra o ventilo convetor (estado ligado/ desligado e velocidade do ventilador) e a intensidade de corrente imposta às lâmpadas. No exterior do edifício existe uma estação meteorológica que indica o estado atual da temperatura, humidade relativa, vento e radiação solar (Merten refª 663990 + 663992). Os valores das variáveis da previsão climatérica são retirados do Website de meteorologia do Instituto Superior Técnico [29]. 25 3.1.5 Equipamentos de geração de energia elétrica No laboratório existem duas fontes distintas de energia elétrica. Uma proveniente da rede elétrica nacional e outra oriunda de micro geração. O fornecimento da energia elétrica da rede é feito com um contrato de tarifa tri-horária com a tabela de preços indicada na Tabela 3.5. Tabela 3.5 - Tabela de preços da energia ativa. Períodos Preço Ponta Cheia Vazio Potencia hora de ponta 0,10€/KWh 0,09€/KWh 0,07€/KWh 0,29€/KW/dia A energia oriunda de micro geração é composta por um sistema de geração e armazenamento. Este sistema encontra-se instalado num contentor situado no exterior do Edifício Taguspark. O sistema de geração de energia é composto por três pares de painéis fotovoltaicos e uma turbina eólica. O sistema de armazenamento de energia é formado por um conjunto de três baterias. O esquema de montagem do sistema de geração e armazenamento encontra-se ilustrado na Figura 3.2 e as especificações dos equipamentos na Tabela 3.6. Tabela 3.6 - Especificações dos equipamentos de geração e armazenamento de energia. Equipamento Painéis Fotovoltaicos Turbina Eólica Baterias Referencia 4xLDK 235Wp 2xLDK 230Wp [30] Southwest Windpower Air 40 [31] Autosil EC3240Ah/5h Inversor SMA Sunny Island SI 2224 Controlador do carregador Steca PR2020 [32] Unidades Características 6 Potencia Nominal 235 Wp 230 Wp 1 Energia 160 W @12,5 m/s 3 720Ah 24V 1 230V; 2200W 3 24V; 20A 26 Figura 3.2 – Esquema de montagem do sistema de geração e armazenamento de energia [33]. 3.2 Modelação Para o modelo de otimização obter a melhor solução, este necessita de testar várias soluções até convergir para o melhor resultado. Como estas soluções dizem respeito a eventos no futuro, é necessário conhecer a evolução no tempo das condições ambientais no interior da sala, consoante os vários estímulos aplicados. Assim, para simular a evolução das condições ambientais no interior da sala optou-se por desenvolver dois modelos. O primeiro modelo, intitulado de modelo simplificado, é obtido através de um balanço de energia à sala. O segundo modelo utiliza o software EnergyPlus para simular a evolução ambiental. 3.2.1 Modelo térmico simplificado O modelo simplificado tem como objetivo conhecer a evolução da temperatura no interior da sala ao longo do tempo. Este é conseguido através de uma análise transiente de volume de controlo utilizando o princípio de conservação de energia. As cargas térmicas consideradas no volume de controlo são as seguintes: Interna de ocupação ; Em que corresponde ao calor sensível dos ocupantes e (3.3) ao número total de ocupantes. Interna de equipamento 27 ∑ Em que ; (3.4) corresponde ao calor libertado pelo equipamento e ao número total desse tipo de equipamento. Interna de iluminação ; Em que (3.5) corresponde ao calor libertado pela iluminação e o número total de iluminação. Trocas de condução e convecção com a envolvente exterior ; Em que e correspondem às áreas da parede e vidro, respetivamente, onde ocorrem trocas de calor por condução e convecção. globais da parede e vidro. (3.6) e e são os coeficientes de transferência de calor correspondem à temperatura exterior e interior da sala. Ventilação forçada e natural ̇ As variáveis condicionado. ̇ e ̇ ̇ ; (3.7) correspondem aos caudais mássicos de insuflação e do ar corresponde à temperatura do ar insuflado e corresponde à temperatura oriunda do ar condicionado. Radiação das superfícies opacas (3.8) e Em que (parede clara); corresponde à radiação incidente na superfície. Radiação de superfícies envidraçados ; (3.9) As expressões das cargas térmicas consideradas neste modelo simplificado têm como referência o trabalho de Azevedo [16] e as equações utilizadas no RSECE (Decreto-Lei n.79/2006 - 4 Abril). Para o volume de controlo, os efeitos da energia cinética e potencial são desprezados. Desta forma, o balanço de energia toma a seguinte forma, descrita na Equação (3.10): 28 ∑ ̇ (3.10) ̇ Assumindo que a massa contida no interior do volume de controlo permanece constante ao longo do tempo, o termo à esquerda do balanço de energia pode ser colocado como: (3.11) Substituindo na equação (3.10 o termo da esquerda pela equação (3.11 e separando os termos que dependem da variável T para o lado esquerdo da equação, o balanço de energia toma a seguinte expressão: ( ) ̇ ∑ ̇ ( ) ̇ ̇ (3.12) Resolvendo a equação diferencial não homogénea (3.12), a temperatura da sala ao longo do tempo t pode ser dada por: (3.13) Em que as variáveis B e C são dadas por: ̇ ∑ ( ) ̇ ̇ ̇ (3.14) (3.15) 3.2.2 Modelo de EnergyPlus O software EnergyPlus é um programa computacional desenvolvido para a simulação de cargas térmicas e analise energética de edifícios. Este software funciona como um conjunto de vários programas, que combinados são capazes de simular a resposta do um edifício, consoante as várias condições operacionais e ambientais impostas. O núcleo da simulação é um modelo de edifício baseado em princípios fundamentais de equilíbrio de calor. 29 O modelo criado através do software EnergyPlus contém todas as características indicadas nos pontos 3.1.1, 3.1.2 e 3.1.3. Para além das características físicas da sala, o software EnergyPlus necessita de um ficheiro climático [34]. Este ficheiro contém dados horários de várias variáveis climáticas num período de um ano: Temperatura do bolbo seco [°C]; Radiação difusa [Wh/m2]; Humidade relativa [%]; Velocidade do vento [m/s]; Pressão atmosférica [Pa]; Direção do vento [°]; Radiação direta [Wh/m2]; Precipitação. Para além do ficheiro climático, o software EnergyPlus necessita também de um ficheiro que indica qual a velocidade de funcionamento do ventilo convetor (velocidade 0, 1, 2 ou 3) a cada 10 minutos num período de dois dias. As variáveis obtidas através da simulação do programa EnergyPlus são: Temperatura no interior da sala [°C]; Temperatura radiativa no interior da sala [°C]; Humidade relativa no interior da sala [%]. Na figura seguinte (Figura 3.3), encontra-se o esquema de funcionamento do EnergyPlus. Figura 3.3 – Esquema de funcionamento do EnergyPlus. 30 3.3 Validação dos modelos Com o intuito de garantir que os resultados obtidos através dos dois modelos térmicos anteriores, EnergyPlus e modelo térmico simplificado, se encontram numa gama próxima dos valores reais verificados no interior da sala, foi necessário proceder à validação dos mesmos. Optou-se por analisar dois casos distintos: sem climatização no interior da sala e outro com climatização. 3.3.1 Sem climatização Optou-se por analisar a resposta dos modelos sem climatização, para assegurar que a escolha das constantes térmicas da envolvente opaca se aproximam da realidade. Os dados foram recolhidos durante três dias, sem a presença de pessoas no interior da sala e com as janelas e portas fechadas durante toda a recolha de dados. Em paralelo com a recolha de dados, os dois modelos térmicos simularam a evolução das condições no interior da sala com uma previsão de uma hora. No gráfico seguinte (Gráfico 3.3) encontram-se os resultados obtidos. Temperatura [⁰C] 30 28 26 24 22 20 6:00 12:00 18:00 0:00 6:00 12:00 18:00 0:00 6:00 12:00 18:00 0:00 6:00 12:00 Horas Temperatura Sala Modelo Simplificado EnergyPlus Gráfico 3.3 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo simplificado e do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala em estudo durante três dias. Através da observação do gráfico anterior (Gráfico 3.3) é possível visualizar que o modelo EnergyPlus para além de seguir a tendência da evolução da temperatura, os seus valores aproximamse muito dos valores reais. Pode-se então concluir que o modelo EnergyPlus é capaz de simular a evolução da temperatura no interior da sala com alguma precisão. Este modelo apresenta um erro médio de 0,4°C e um desvio padrão de 0,3°C. Em relação aos resultados obtidos através do modelo térmico simplificado, estes já não se aproximam dos valores medidos no interior da sala. Apesar de estes seguirem a evolução da temperatura: no período das 6:00 às 17:00 a temperatura aumenta e das 17:00 às 6:00 a 31 temperatura diminui; os valores extremos quente e frio apresentam diferenças de quatro e três graus relativamente aos valores reais, respetivamente. Este acentuado desencontro de valores pode estar associado a três fatores: o cálculo das trocas de condução e convecção com a envolvente exterior, o cálculo dos ganhos por radiação nas superfícies opacas e envidraçados e o facto de o modelo não ter em consideração a inercia térmica do edifício. No período da noite, apenas o cálculo das trocas de condução e convecção com a envolvente exterior interfere com os valores das temperaturas, enquanto que no período do dia os dois cálculos influenciam a evolução da temperatura. Pode-se observar esta mesma influência através do Gráfico 3.3, uma vez que os valores das temperaturas no período do dia se afastam mais dos valores reais do que no período da noite. 3.3.2 Com climatização Uma vez que o ventilo convetor dispõe de três velocidades de funcionamento, é necessário fazer a validação do modelo simplificado e do modelo em EnergyPlus para as diferentes velocidades de funcionamento. Tal como no caso sem climatização, subsecção 3.3.1, os dados foram recolhidos com as janelas e portas fechadas até a temperatura no interior da sala estabilizar. Garantiu-se um intervalo de um dia sem que o ventilo-convetor estivesse ligado entre cada registo, para que a influência da alteração de temperatura no interior da sala devido ao uso do ventilo-convetor não interferisse na recolha e análise de dados das várias velocidade de funcionamento. Os gráficos seguintes dizem então respeito à comparação dos valores reais com os valores simulados pelo Temperatura [⁰C] EnergyPlus e Modelo Simplificado. 31 30 29 28 27 26 25 24 23 22 21 14:16 Velocidade 3 14:45 15:14 15:43 Temperatura da Sala 16:12 Horas EnergyPlus 16:40 17:09 17:38 18:07 Modelo Simplificado Gráfico 3.4 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala com o ventilo convetor a funcionar na velocidade 3. 32 Temperatura [⁰C] 30 29 28 27 26 25 24 15:21 Velocidade 2 15:50 16:19 Temperatura da sala 16:48 Horas 17:16 EnergyPlus 17:45 18:14 18:43 Modelo Simplificado Gráfico 3.5 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala com o ventilo convetor a funcionar na velocidade 2. Temperatura [⁰C] Velocidade 1 26 25 24 23 22 12:28 12:36 12:43 12:50 Horas12:57 Temperatura da sala EnergyPlus 13:04 13:12 Modelo Simplificado Gráfico 3.6 – Comparação dos valores de temperatura obtidos através do modelo EnergyPlus com os valores de temperatura medidos no interior da sala com o ventilo convetor a funcionar na velocidade 1. Através da observação dos gráficos anteriores (Gráfico 3.44, Gráfico 3.55 e Gráfico 3.66) os dois modelos seguem a tendência da evolução da temperatura e os seus valores aproximam-se consideravelmente dos valores reais, embora o modelo simplificado tenha um erro menor para todas as velocidades, enquanto que o modelo EnergyPlus apenas para a velocidade dois apresenta erros da mesma ordem de grandeza do modelo simplificado. Conclui-se no entanto que os dois modelos, EnergyPlus e Simplificado, são capazes de simular a evolução da temperatura no interior da sala com o ventilo-convetor a funcionar nas diferentes velocidades de funcionamento. Na Tabela 3.7 apresenta-se os erros absolutos médios e respetivo desvio padrão nas três velocidades de funcionamento para os dois modelos. Tabela 3.7 – Erros absolutos médios e respetivo desvio padrão nas três velocidades de funcionamento para os dois modelos Velocidade de funcionamento Modelo Simplificado Erro absoluto médio desvio padrão EnergyPlus Erro absoluto médio desvio padrão 1 0,4°C 0,2°C 0,1°C 0,1°C 2 0,2°C 0,1°C 0,3°C 0,2°C 3 1,1°C 0,4°C 0,4°C 0,1°C 33 3.4 Modelo de Conforto térmico O modelo de conforto térmico utilizado para avaliar o nível de conforto térmico sentido no interior da sala é o Modelo de Equilíbrio Estático de Calor da norma ASHRAE 55. Tal como foi descrito no subcapítulo 2.2 este modelo necessita de seis variáveis para calcular a percentagem de conforto térmico: Temperatura do ar Temperatura radiante ̅ [°C]; Humidade relativa [°C]; Velocidade do ar [m/s]; Taxa metabólica [Met]; Isolamento térmico do vestuário [%]; [CLO]. A previsão da percentagem de desconforto, PPD, é dada pela seguinte equação (3.16): ( ) (3.16) em que a variável PMV corresponde ao valor médio previsto, que é dado por (3.17): (3.17) em que M é a taxa metabólica de produção de calor [Met] e S é a taxa de energia acumulada pelo corpo humano [W/m2] dada pela seguinte equação (3.18): (3.18) esta equação indica que a taxa de energia acumulada pelo corpo humano, S, é igual à diferença entre a taxa metabólica, M, e a taxa de trabalho mecânico, W, subtraindo o calor transferido para o ambiente através da pele (segunda parcela da equação, (terceira parcela da equação, ) e através da respiração ). O calor sensível perdido através da pele, , e das roupas através de convecção, , e radiação, , é dado pelas equações (3.19), (3.20) e (3.21), respetivamente: ; em que a pressão (3.19) ; (3.20) ̅ ; (3.21) é dada por (3.22): (3.22) ( ) (3.23) 34 O fator de roupa, , depende do valor do isolamento da roupa, , e é dado pela seguinte expressão (3.24): (3.24) O coeficiente de transferência térmica de convecção, e de radiação, , são dados pelas seguintes expressões (3.25) e (3.26): (3.25) (3.26) Por último, a temperatura da roupa, { em que a temperatura da pele , é calculada da seguinte forma (3.27): ̅ [ ]} (3.27) é dada por (3.28): (3.28) e as variáveis assumem o seguinte valor: . (3.29) 3.5 Modelo de Previsão de Produção de Energia Solar Utilizou-se o modelo dos três parâmetros [35], descrito na dissertação do autor T. Soares [36], para calcular a quantidade de energia que os seis painéis solares, instalados no exterior do laboratório, são capazes de desenvolver. O cálculo numérico deste modelo encontra-se desenvolvido no software Matlab. Este recebe como parâmetros iniciais: Ano; Mês; Dia; Latitude do local; Hora; Irradiância Minuto; Temperatura exterior; E devolve a potência de saída, em Watts, que os seis painéis salares são capazes de desenvolver, mediante o dia e as condições ambientais. 35 4 Modelos de Otimização No presente capítulo encontram-se descritos dois modelos de otimização. O primeiro modelo, intitulado de Modelo Energy Box, consiste na implementação de uma adaptação do algoritmo proposto por D. Livengood e R. Larson utilizando Programação Dinâmica [5], enquanto que o segundo modelo, Modelo Algoritmo Genético, foi desenvolvido de raiz para este trabalho. Ambos têm como objetivo ajustar o consumo de energia ao conforto dos ocupantes, aos preços praticados nos instantes otimizados e à produção de energia renovável. O primeiro modelo utiliza a programação dinâmica como ferramenta de otimização enquanto que o segundo utiliza o algoritmo genético. 4.1 Modelo Energy Box Este modelo, tal como já foi descrito anteriormente, utiliza a programação dinâmica para otimizar o uso do ar condicionado em casa e o uso da energia elétrica armazenada numa bateria durante 24h. Os próximos subcapítulos, dizem respeito à descrição deste modelo, começando pela definição das variáveis de decisão, quais as regras de transição e os vários estados envolvidos e por último a função objetivo. Este modelo foi implementado utilizando o software Matlab. 4.1.1 Variáveis de Decisão Existem duas variáveis de decisão neste modelo: a temperatura no interior da sala, , e a utilização da bateria, . No que diz respeito à primeira variável de decisão esta está limitada superior e inferiormente, equação (4.1) e só pode assumir valores inteiros ou com as dezenas aproximadas a 0,5. (4.1) A segunda variável de decisão, que corresponde ao estado da bateria, também se encontra limitada superior e inferiormente equação (4.2), mas só pode assumir valores inteiros. (4.2) em que o valor zero corresponde a 0% de energia acumulada na bateria e o valor quatro a 100% 4.1.2 Regras de Transição Utilizou-se o Modelo Térmico Simplificado (3.2.1) como regra de transição para se passar de um estado da variável de decisão temperatura no interior da sala, para o estado seguinte: 36 ( Em que a variável ) (4.3) representa a temperatura exterior da hora , a variável representa a velocidade de funcionamento do ventilo convetor (0, 1, 2 ou 3 ), a variável representa a radiação solar incidente da hora e por último a variável e representam a temperatura no interior da sala no instante atual e no instante seguinte respetivamente. A varável , tem de respeitar as seguintes condições (4.4): { (4.4) Em que e corresponde à temperatura mínima e máxima que se consegue atingir, estando no estado máxima ( quando o ar condicionado é acionado na velocidade ), ou pelo contrario, não é acionado ( ). No que diz respeito à regra de transição de um estado da bateria para o estado seguinte, este tem de obedecer à seguinte equação (4.5): (4.5) em que é a produção de energia elétrica da hora oriunda do painel solar e éa energia elétrica consumida pelo ar condicionado. 4.1.3 Função Objetivo A função objetivo é dada pela seguinte função (4.6). Trata-se de um problema de maximização da função objetivo. {∑ | [ ]} (4.6) em que: (4.7) Estas variáveis, monetário. As funções, e representam a importância a dar ao conforto e ao custo e indicam o conforto térmico e o custo monetário, respetivamente, da hora . Estas duas funções são dadas pelas seguintes expressões (4.8) (4.9) : 37 ( [ { ( ) (4.8 ) )] [ ( )] [ ( )] (4.9 ) (4.10) (4.11) ( ( )) (4.12) ( em que ( )) corresponde ao preço da eletricidade da hora , a variável máxima da bateria e o sobrescrito corresponde à capacidade corresponde ao preço máximo da tarifa e ao consumo máximo de eletricidade do ventilo convetor. Quer a função de custo quer a função de conforto são expressas em percentagem e por isso é possível introduzi-las na função objectivo. 4.1.4 Descrição do Modelo Tal como foi dito no subcapítulo 2.4, o processo de obtenção da melhor solução no algoritmo de programação dinâmica é efetuado através de uma análise das possíveis soluções em cada estágio, principiada no último instante e evoluindo até se atingir o instante inicial. O modelo inicia com a recolha de vários dados: tarifa praticada ao longo das 24 horas; previsão da produção de energia elétrica proveniente dos painéis fotovoltaicos ao longo das 24 horas e por último a previsão meteorológica das próximas 24 horas. O início da otimização começa no instante 24 e para cada combinação de variáveis de estado, e , aplicam-se as regras de transição expressas nas equações (4.3) e (4.5). Após este cálculo estar concluído, recolhemse as melhores combinações do estado seguinte, e , e transporta-se o respetivo valor da função de custo para o instante anterior. Realiza-se este processo até se atingir o instante inicial, obtendo-se assim um caminho com as melhores soluções. A título de exemplo, apresenta-se 38 um esquema de funcionamento do algoritmo de programação dinâmica aplicado no modelo Energy Box na Figura 4.1. Figura 4.1 – Exemplo do funcionamento do Modelo Energy Box A Figura 4.1 exemplifica o cálculo da função objetivo quando se transita do instante 24 para o instante 23. Na primeira tabela encontram-se no lado esquerdo os possíveis estados do instante 23, e , que neste caso só se encontra exemplificado a combinação e . Através das funções de transição de estado, estas indicam que no instante 24, instante seguinte, o valor dos estados e podem assumir vários valores, e correspondem, neste exemplo, a 4 e 25 ou 0 e 23 respetivamente. Associado a cada transição do instante 23 para o 24, existe o valor da função de custo, que neste caso é 70 ou 90. Como se trata de um problema de maximização, a transição que obter o valor da função de custo mais elevada é a escolhida. Neste caso o valor da função objetivo é 90 e a melhor combinação para o instante 24 é e . Este valor da função objetivo transita para a tabela seguinte e será somada ao valor da combinação de estados do instante 22 para o instante 23. Procede-se a este cálculo sistematicamente até se atingir o instante 1, instante atual. No lado direito das tabelas encontra-se a melhor combinação de estados, caminho ótimo, e o valor respetivo da função objetivo. 4.2 Modelo Algoritmo Genético Existem três versões do modelo Algoritmo Genético: 1. A primeira utiliza o modelo térmico simplificado na simulação da temperatura no interior da sala e utiliza a mesma função objetivo que o modelo EnergyBox. Esta primeira versão deste 39 modelo irá permitir a comparação entre os dois métodos distintos de otimização, programação dinâmica e algoritmos genéticos; 2. A segunda versão do modelo algoritmo genético substitui o modelo térmico simplificado, utilizado na primeira versão do modelo, pelo software EnergyPlus. Através desta segunda versão, é possível comparar o uso diferentes modelos térmicos; 3. Por último, a terceira versão utiliza também o software EnergyPlus e acrescenta na função de custo uma nova variável de decisão: intensidade luminosa, com os respetivos constrangimentos que esta nova variável impõe. O funcionamento destas três versões são idênticas, por isso apenas se irá proceder à explicação da versão dois do modelo Algoritmo Genético e sempre que exista uma diferença substancial entre as versões será feita a respetiva referência. O funcionamento deste modelo pode ser dividido em duas fases distintas: alocação de variáveis e otimização. Para melhor compreensão, na Figura 4.2 encontra-se o esquema de funcionamento da versão dois do modelo, idêntica para a versão três e com algumas variações em relação à versão um. O Modelo Algoritmo Genético também se executa com auxílio do software Matlab. Figura 4.2 Esquema de funcionamento do Modelo Algoritmo Genético 40 A primeira parte de funcionamento deste modelo na versão dois diz respeito à alocação de variáveis e à preparação de dados. O programa inicia com a recolha dos dados da previsão climatérica do dia. De seguida estes dados são introduzidos no ficheiro climático do EnergyPlus, juntamente com o ficheiro de funcionamento das três velocidades do ventilo-convector inicializadas na velocidade zero. Após a introdução de dados estar concluída, é dada ordem ao EnergyPlus para simular a evolução térmica da sala das próximas 24 horas para os diferentes estados do ventiloconvetor. A evolução térmica da sala resultante do EnergyPlus é analisada pelo modelo de conforto térmico e que daí resulta a percentagem de desconforto sentida no interior da sala. Para a versão 1 deste modelo, em vez da utilização do EnergyPlus, utiliza-se o modelo térmico simplificado. A fase seguinte diz respeito à otimização através do algoritmo genético. Em cada iteração o programa EnergyPlus e o modelo de conforto térmico são executados. Após a otimização terminar, são recolhidos os valores atribuídos à velocidade do ventilo-convetor que melhor otimizam o sistema e, no caso 3, também à intensidade de iluminação. 4.2.1 Variáveis de entrada As variáveis de entrada estão divididas em três grupos: as variáveis de entrada do software EnergyPlus, as variáveis de entrada no modelo do conforto térmico e as variáveis de entrada do modelo de otimização. As variáveis de entrada do EnergyPlus dizem respeito ao ficheiro climático e à velocidade do ar condicionado (velocidade 0, 1, 2 ou 3). No modelo de conforto térmico, as variáveis de entrada são: temperatura do ar e temperatura radiante [°C]; humidade relativa [%]; taxa metabólica [Met]; isolamento do vestuário [Clo] e velocidade do ar [m/s]. As primeiras três variáveis resultam da simulação do EnergyPlus e as restantes correspondem a valores fixos. Por último, as variáveis de entradas do modelo de otimização correspondem a: percentagem de conforto térmico proveniente do modelo de conforto térmico; valor que corresponde à importância a dar ao conforto ou ao custo monetário em cada hora; preço praticado em cada hora [€/kW]; produção de energia renovável e na versão três do modelo iluminância no interior da sala [lux]. 4.2.2 Função Objetivo O problema a ser otimizado consiste num problema de minimização multiobjectivo: garantir o conforto no interior da sala (minimizar o desconforto), tendo sempre em consideração o custo monetário deste mesmo conforto. A equação seguinte, (4.13), traduz a função de custo do problema: {∑[ ]} (4.13) 41 em que: (4.14) Tal como no modelo EnergyBox, representa a importância a dar ao custo e a importância a dar ao desconforto em cada hora. A função de desconforto é dada por: ̅̅̅ (4.15) Na versão três do modelo acrescenta-se à função de desconforto sentido pela falta de iluminação, em que é a intensidade luminosa: ̅̅̅ (4.16) A função de custo é dada pelas mesmas equações do modelo EnergyBox: (4.9), (4.10), (4.11) e (4.12). Na versão três deste modelo, acrescenta-se na função de custo o consumo de eletricidade da iluminação na parcela de cima da equação e na parcela de baixo o consumo máximo da iluminação (4.9), (4.11) e (4.12). 4.2.3 Constrangimentos Os constrangimentos que se impõem a este problema de otimização dizem apenas respeito à iluminância da sala e ao estado da bateria. A iluminância no interior da sala tem de ser superior a 100 Lux, ou seja a soma da iluminância proveniente da iluminação natural e artificial tem de ser igual ou superior a este valor. Como o sensor de iluminância se encontra instalado na parte superior da parede, atrás de experimentação, verificou-se que os 300 Lux, valor indicado pela norma, que devem ser medidos na bancada de trabalho correspondem a 100 Lux na localização do sensor. O constrangimento da bateria é idêntico ao modelo EnergyBox, equação (4.5). 42 5 Resultados No presente capítulo, procede-se à análise dos resultados obtidos das várias simulações realizadas em cada modelo. O primeiro subcapítulo destina-se à comparação do modelo Energy Box com a versão um do modelo Algoritmo Genético. No segundo subcapítulo compara-se a utilização do modelo térmico simplificado com o software EnergyPlus, ambos implementados no modelo Algoritmo Genético. Por último, analisam-se os resultados obtidos da implementação da versão três do Algoritmo Genético. 5.1 EnergyBox VS Versão 1 Modelo Algoritmo Genético (Simulação) Para a elaboração das simulações escolheu-se um dia típico de verão e registaram-se as previsões meteorológicas para esse dia, bem como as medições das condições interiores reais de temperatura e humidade. Os dados recolhidos no interior da sala foram registados sem a presença de pessoas no seu interior e garantiu-se que os ventilo-convetores se encontravam desligados. Este procedimento garante as mesmas condições para todas as simulações elaboradas quer pelo modelo EnergyBox quer pelo modelo Algoritmo Genético. Decidiu-se alterar, para estes ensaios, o valor da energia que a bateria acumula, uma vez que o seu valor real é muito elevado e com a utilização apenas do ar condicionado, esta nunca chega a descarregar completamente. Assim, como o objetivo dos ensaios é compreender como é que os modelos gerem a disponibilidade de energia na bateria, produção de energia e preços praticados naqueles instantes é necessário que o valor da bateria esteja na mesma ordem de grandeza que a energia consumida pelo ar condicionado. Assim o valor da bateria passou para para 17,3kWh. Uma vez que estes modelos utilizam o modelo térmico simplificado para a previsão da temperatura no interior da sala, este modelo apresenta erros médios de três a quatro graus Celcius, existe a necessidade de evidenciar essa diferença substancial graficamente. O Gráfico 5.1 mostra a evolução da temperatura real no interior da sala com a simulação das condições de recolha de dados obtida através do modelo térmico simplificado, ou seja sem o uso de ventilo-convetor e sem a presença de pessoas no seu interior. 43 Temperatura no interior da sala Temperatura [C⁰] 32 30 28 26 24 22 20 21:36 2:24 7:12 12:00 16:48 21:36 Horas Temperatura Sala durante a recolha de dados Modelo Simplificado Gráfico 5.1 – Temperatura real e simulada no interior da sala sem a presença de pessoas e sem o VC ligado. Realizaram-se inicialmente cinco tipos de simulações, em que se variou o parâmetro que dita a influência a dar ao conforto ou ao custo monetário, . Na tabela seguinte (Tabela 5.1) encontram-se ilustrados os vários tipos de ensaios realizados. Tabela 5.1 – Parâmetros utilizados nos vários ensaios. Ensaio 1 2 3 4 5 0 1 0,3 1 0,5 1 0,7 1 1 Horário 9:00 – 12:00 e 13:00 – 19:00 Restantes horas 9:00 – 12:00 e 13:00 – 19:00 Restantes horas 9:00 – 12:00 e 13:00 – 19:00 Restantes horas 9:00 – 12:00 e 13:00 – 19:00 Restantes horas Tempo inteiro Para o modelo Energy Box, uma vez que este utiliza a programação dinâmica e este garante o valor ótimo, apenas se recolheram dados de uma simulação. Para o modelo Algoritmo Genético, uma vez que este não garante o valor ótimo, repetiram-se três vezes cada ensaio, utilizando-se uma população de 40 elementos e 40 gerações. Estes valores de população e gerações foram escolhidos após uma pequena afinação do algoritmo. Nas tabelas seguintes encontram-se os resultados obtidos das várias simulações dos dois modelos. Em cada tabela apresenta-se a média dos valores da função objetivo, representada pela sigla FO em percentagem, conforto em percentagem, custo em percentagem e em euros verificados nas 24 horas otimizadas. 44 Tabela 5.2 – Resultados do ensaio 1, Ensaio FO [%] 96,4 96,2 Ótimo 97,1 Tabela 5.3 – Resultados do ensaio 2, FO [%] 94,4 93,2 Ótimo 95,1 Tabela 5.4 - Resultados do ensaio 3, FO [%] Melhor Média 96,3 96,2 Ótimo 94,4 Tabela 5.5 - Resultados do ensaio 4, Ensaio FO [%] Melhor Média 96,1 96,2 Ótimo 93,6 Tabela 5.6 - Resultados do ensaio 5, Ensaio Melhor Média Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 90,9 100 90,8 100 Modelo EnergyBox 92,4 =0,3 ou 100 Custo [€] 6,50 6,47 6,61 =1 2 Melhor Média Ensaio =1, FO – função objetivo. 1 Melhor Média Ensaio =0 ou FO [%] 96,1 96,2 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 89,1 92,5 90,1 91,7 Modelo EnergyBox 91,34 92,5 =0,5 ou 3,00 Custo [€] 1,52 1,52 3,09 =1 4 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 77,6 100 77,8 100 Modelo EnergyBox 91,34 92,5 =1 ou 3,08 2,89 =1 3 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 84,7 96,3 84,5 96,7 Modelo EnergyBox 91,2 92,5 =0,7 ou Custo [€] Custo [€] 0,00 0,00 3,20 =1 5 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 77,6 96,1 77,8 96,2 Modelo EnergyBox Custo [€] 0,00 0,00 45 Ótimo 95,7 88,7,4 95,7 1,52 Observando os resultados das tabelas anteriores e o Gráfico 5.2, verifica-se que com o aumento do valor de (importância a dar ao custo) a percentagem de conforto diminui e a percentagem de custo aumenta, o que significa que estes resultados estão de acordo com o esperado. Os valores obtidos da função de objetivo nos vários ensaios são semelhantes, mas o modelo Algoritmo Genético obtém melhores resultados, com exceção nos ensaios 1 e 2. Este facto pode ser explicado, pela natureza do modelo de programação dinâmica, uma vez que a variável de decisão de temperatura só pode assumir valores inteiros ou com a casa das dezenas igual a 0,5. Esta mudança brusca dos valores da temperatura de um estado para o estado seguinte poderá influenciar a escolha do melhor caminho, sendo mais notória quando a importância a dar ao custo é maior, e que leva a escolher caminhos com o custo superior. Os Gráficos, Gráfico 5.4 e Gráfico 5.5 comparam a evolução da função de objetivo, a percentagem de conforto e a percentagem de custo ao longo das 24 horas entre os dois modelos para o ensaio 3. Analisando o gráfico da função objetivo (Gráfico 5.5), depreende-se que esta é máxima para os instantes em que o valor é igual à unidade, uma vez que a percentagem de conforto não se encontra em consideração e o valor da percentagem de custo é máximo, este resultado vai de encontro aos resultados esperados. Percentagem de conforto VS λ cost Conforto [%] 110 90 70 50 30 21:36 2:24 7:12 12:00 16:48 21:36 Horas 0,5 0,3 0,7 1 0 Gráfico 5.2 – Comparação dos valores da percentagem de conforto para diferentes valores de Percentagem de Conforto Conforto [%] 100 1 90 0,8 80 0,6 70 0,4 60 0,2 50 21:36 . 0 2:24 7:12 12:00 16:48 21:36 Horas λ cost AG EB 46 Gráfico 5.3 – Comparação da percentagem de conforto entre o modelo EnergyBox e Algoritmo Genético. Percentagem de Custo Custo [%] 100 1 80 60 40 20 0 21:36 0 2:24 7:12 λ cost 12:00 Horas 16:48 EB 21:36 AG Gráfico 5.4 - Comparação da percentagem de conforto entre o modelo EnergyBox e Algoritmo Genético. Funçao de Objectivo Função Objectivo [%] 100 1 80 60 40 21:36 0 2:24 7:12 λ cost 12:00 Horas 16:48 EB 21:36 AG Gráfico 5.5 - Comparação da função objetivo entre o modelo EnergyBox e Algoritmo Genético. Um fator de diferenciação nos métodos de otimização é o tempo de simulação. O modelo EnergyBox em média demora 12 segundos a obter o valor ótimo, enquanto que o modelo Algoritmo Genético demora em média 44 segundos. Apesar de o modelo EnergyBox ter tempos de simulação menores e os valores das funções objetivos estarem na mesma gama de valores do modelo Algoritmo Genético, este método apresenta demasiadas limitações. Mas para além das limitações, o facto de no modelo EnergyBox as soluções serem opimas do ponto de vista matemático, às vezes as soluções menos boas do algoritmo genético parecem melhores. Uma das grandes limitações do modelo EnergyBox prende-se pelo facto de no método de programação dinâmica não existir um código genérico de fácil implementação, é necessário desenvolver um código de raiz personalizado ao problema a otimizar. Outra grande limitação diz respeito às variáveis de decisão, pois é necessário evidenciar quais os valores exatos que estas podem assumir, sendo que no caso da variável de decisão da temperatura estas podiam assumir 13 valores distintos. Por último, como se trata de um modelo que traça o caminho do resultado ótimo do instante final para o inicial, a influência da inércia térmica do edifício quando o ventilo conector é solicitado em instantes iniciais não é contabilizada, o que torna a implementação do EnergyPlus na regra de transição da temperatura inviável, uma vez que desperdiça as potencialidades deste software. 47 5.2 Versão 2 Modelo Algoritmo Genético (Simulação) As simulações produzidas para a versão dois do modelo Algoritmo Genético ocorreram nas mesmas condições que as simulações do subcapítulo anterior. A versão deste modelo utiliza o EnergyPlus para a simulação da temperatura no interior da sala. No gráfico seguinte (Gráfico 5.6) apresentam-se as evoluções das temperaturas obtidas no interior da sala e simuladas pelo Temperatura [⁰C] EnergyPlus. Temperatura da Sala 29 28,5 28 27,5 27 26,5 26 21:36 2:24 7:12 Horas EP 12:00 16:48 21:36 Sala Gráfico 5.6 - Temperatura real e simulada no interior da sala sem a presença de pessoas e sem o VC ligado. 5.2.1 Ensaios 1 a 5 com 40 elementos e 40 gerações Tal como no subcapítulo anterior realizaram-se cinco tipos de simulações, em que se variou o parâmetro . Na Tabela 5.1 encontram-se esquematizados os vários tipos de ensaios. Realizaram- se três simulações para cada tipo de ensaio com uma população de 40 elementos e 40 gerações. Nas tabelas seguintes (Tabela 5.7 a Tabela 5.11) encontram-se os resultados obtidos das várias simulações das duas versões do modelo Algoritmo Genético. Em cada ensaio apresenta-se a média dos valores da função de custo em percentagem, conforto em percentagem, custo em percentagem e em euros verificados nos instantes otimizados. Esta versão 2 realizou otimizações de 10 em 10 minutos durante 24 horas. Tabela 5.7 - Resultados do ensaio 1, Ensaio =0 ou =1 1 FO [%] Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 90,9 92,7 90,8 92,8 Modelo Algoritmo Genético V2 Melhor Média 96,4 96,2 Melhor 87,3 92,9 93,0 Média 85,9 89,9 95,7 Custo [€] 6,50 6,47 9,97 10,31 48 Tabela 5.8 - Resultados do ensaio 2, Ensaio FO [%] =0,3 ou =1 2 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 Melhor 94,4 89,1 92,5 Média 93,2 90,1 91,7 Custo [€] 3,08 2,89 Modelo Algoritmo Genético V2 Melhor 89,89 89,3 83,90 Média 87,56 88,2 91,23 Tabela 5.9 - Resultados do ensaio 3, Ensaio =0,5 ou 3 FO [%] Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 84,7 96,3 84,5 96,7 Modelo Algoritmo Genético V2 96,3 96,2 Melhor 88,2 91,3 86,8 Média 88,1 91,3 86,6 Tabela 5.10 - Resultados do ensaio 4, FO [%] =0,7 ou 4 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 77,6 100 77,8 100 Modelo Algoritmo Genético V2 96,1 96,2 Melhor 90,2 89,3 89,0 Média 89,3 90,1 88,8 Tabela 5.11 - Resultados do ensaio 5, Melhor Média FO [%] 96,1 96,2 =1 ou Custo [€] 1,52 1,52 5,48 5,95 =1 Melhor Média Ensaio 7,12 =1 Melhor Média Ensaio 6,82 Custo [€] 0,00 0,00 5,12 5,32 =1 5 Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V1 77,6 96,1 77,8 96,2 Custo [€] 0,00 0,00 49 Modelo Algoritmo Genético V2 Melhor 95,49 86,94 95,49 Média 94,87 87,24 94,87 1,11 1,20 Observando os valores da função objetivo das duas versões nos vários ensaios realizados, verifica-se que os valores da segunda versão obtêm resultados ligeiramente inferiores. Este resultado pode ser explicado, uma vez que os instantes a otimizar passam de 24 (24 horas) para 144 (10 em 10 min durante 24 horas), 6 vezes mais instantes e os parâmetros de otimização utilizados no algoritmo genético das duas versões os mesmos. Este aumento de número de instantes a otimizar torna o campo de pesquisa consideravelmente maior. O tempo de convergência passa de 44 segundos, versão 1, para 4 horas, versão 2. A utilização do software EnergyPlus também contribui para este aumento substancial do tempo de convergência, uma vez que cada simulação deste software demora em média 4 segundos. Os gráficos seguintes comparam a evolução da função objetivo, percentagem de conforto e custo dos vários ensaios ao longo das 24 horas simuladas. No anexo A encontram-se todos os gráficos. Gráfico 5.7 – Percentagem de conforto para os cinco ensaios. Gráfico 5.8 – Função objetivo para os cinco ensaios. 50 Gráfico 5.9 – Percentagem de custo para os cinco ensaios Gráfico 5.10 – Estado da bateria para os cinco ensaios Em relação ao Gráfico 5.7, este exibe a evolução de conforto durante as 24 horas para os cinco ensaios. Verifica-se que no primeiro período onde =1, as percentagens de conforto dos cinco ensaios permanecem aproximadamente na mesma gama de valores e que no período das 9:00 – 12:00 horas as evoluções dispersam-se. Na pausa do almoço, onde volta a assumir o valor um, a percentagem de conforto em todos os ensaios decresce e quando se atinge as 13:00 horas os ensaios com valores de mais baixos aumentam a percentagem de conforto proporcionalmente a este. Por último, no período final onde =1, a evolução de conforto permanece constante em todos os ensaios. O Gráfico 5.10 apresenta a evolução do estado da bateria durante os 144 instantes de otimização. Optou-se por exibir o estado da bateria de forma adimensional, em que o valor quatro corresponde à bateria totalmente carregada e zero totalmente descarregada, por ser mais fácil a perceção desta evolução. Verifica-se que no período da noite esta nunca carrega, uma vez que não existe produção de energia proveniente dos painéis solares e que no período diurno esta é capaz de carregar. Esta verificação vai de encontro ao esperado. Comparando o gráfico do estado da bateria (Gráfico 5.10) com o gráfico da evolução da percentagem de custo (Gráfico 5.9), a função de custo assume valores inferiores nos instantes onde o estado da bateria não se encontra totalmente carregada, isto é, quando se utiliza o ventilo convetor 51 e a bateria não está totalmente carregada, é necessário recorrer à energia da rede, fazendo com que a percentagem de custo assuma valores inferiores a 100%. Esta comparação de resultados está de acordo com o esperado. Outra constatação que vai de encontro ao previsto, é de que o estado da bateria nos ensaios onde é inferior à unidade, verificando-se um maior uso da bateria. Uma vez que a importância a dar ao conforto é maior, existe a maior necessidade de utilizar mais vezes a ventilação forçada, o que faz com que a energia utilizada seja maior. 5.2.1 Ensaios 3 e 5 com 100 elementos e 100 gerações Realizaram-se duas simulações adicionais dos ensaios três e cinco com uma população de 100 elementos e 100 gerações, para averiguar a influência que estes parâmetros têm na obtenção da solução. Nas tabelas seguintes (Tabela 5.12 e Tabela 5.13) encontram-se os resultados obtidos: Tabela 5.12 - Resultados do ensaio 3, Ensaio Melhor Média Melhor Melhor Média Melhor =1 3 FO [%] Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V2 População:40 Gerações:40 88,2 91,3 86,8 88,1 91,3 86,6 Modelo Algoritmo Genético V2 População:100 Gerações:100 95,28 85,12 98,94 Tabela 5.13 - Resultados do ensaio 5, Ensaio =0,5 ou =1 ou Custo [€] 5,48 5,95 0,97 =1 5 FO [%] Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V2 População:40 Gerações:40 95,49 86,94 95,49 94,87 87,24 94,87 Modelo Algoritmo Genético V2 População:100 Gerações:100 100 69,77 100 Custo [€] 1,11 1,20 0,00 Verifica-se que com o aumento de população e o número de gerações, o valor da função objetivo aumenta substancialmente, assim como o tempo de convergência, que demorou 13 horas a completar a simulação. Os gráficos seguintes dizem respeito aos resultados obtidos do modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. 52 Função Objectivo 100 1 90 Percentagem 80 70 60 0,5 50 40 30 20 21:50 0:14 2:38 5:02 7:26 9:50 Horas Alfa Conforto 12:14 14:38 Custo 17:02 19:26 0 21:50 FO Gráfico 5.11 – Gráfico da função objetivo, percentagem de conforto e de custo para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. Gráfico 5.12 - Gráfico da percentagem da custo, preços da eletricidade e das velocidades do VC para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. 4 3 2 Bateria Produção [W] Estado da Bateria 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 21:50 1 0:14 2:38 5:02 7:26 9:50 Bateria Horas 12:14 14:38 17:02 19:26 0 21:50 Produção Gráfico 5.13 - Gráfico do estado da bateria e da produção de energia elétrica para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. 53 Temperatura 30 3 2 VC Temperatura [⁰C] 25 20 1 15 10 21:50 0:14 VC 2:38 5:02 7:26 Temperatura Exterior 9:50 12:14 14:38 17:02 Horas Temperatura Sala AG 19:26 0 21:50 Temperatura Sala Real Gráfico 5.14 - Gráfico da temperatura exterior, temperatura da sala e velocidade do VC para o modelo Algoritmo Genético V2 com uma população de 100 elementos e uma geração de 100 com =0,5. O Gráfico 5.11 compara a evolução da função objetivo, percentagem de conforto e de custo durante as 24 horas. Através da observação desse gráfico percebe-se a influencia que tem na função de custo: nos três primeiros instantes em que se utiliza o ventilo convetor (23:50; 00:50 e 6:30), o valor de é igual a 1, o que significa que é dada total importância ao custo, a função objetivo é severamente castigada nesses instantes, atingindo o seu valor mais baixo, 30%, nos dois primeiros instantes. Nos instantes onde =0,5, observa-se um compromisso entre a velocidade a escolher o respetivo aumento de conforto. A título de exemplo, no instante 13:40 a função objetivo decresce de 91% para o valor de 74%, uma vez que utiliza a velocidade 3, o aumento de conforto provocada pela utilização desta velocidade não compensa o custo desta, e por isso a percentagem da função objetivo diminui. No Gráfico 5.12 evidencia-se a importância que o preço de eletricidade praticado em cada instante tem na escolha da velocidade do ventilo convetor. O único período onde se utiliza a velocidade três é no período vazio; a velocidade dois no cheia e a velocidade um em todos os períodos. Uma escolha curiosa, é a utilização da velocidade um às 06:40, o nesse instante ainda é igual a um, mas por a tarifa se encontrar no período de vazio, o algoritmo determinou que para compensar o conforto nos futuros instantes seria uma boa opção utilizar a velocidade um prematuramente, assim como a velocidade três nos instantes 23:50 e 00:50. O Gráfico 5.13 mostra a evolução do estado da bateria com a produção de energia através do painel fotovoltaico. Este gráfico evidencia a grande simplificação que se adotou no uso da bateria, uma vez que ela é capaz de descarregar e carregar de um instante para o outro, o que fisicamente isso não é possível. 54 Por último, no Gráfico 5.14 exibe a evolução da temperatura no interior da sala, com as várias velocidades do ventilo convetor e a temperatura exterior. Neste gráfico confirma-se que as três velocidades funcionam de acordo com o esperado, uma vez que a velocidade três é capaz de diminuir mais a temperatura do que a velocidade dois e por conseguinte a um. 5.3 Versão 2 Modelo Algoritmo Genético (Ensaio real) Houve a oportunidade de implementar a versão dois do modelo do Algoritmo Genético em tempo real no laboratório de energias (3.1.1) mas com algumas limitações. Em primeiro lugar, antes de se proceder à realização do ensaio foi necessário iniciar o algoritmo quatro horas antes do instante inicial a otimizar, uma vez que este modelo demora quatro horas a obter a solução (população: 40 gerações: 40). Os valores de atribuídos para este ensaio encontram-se na tabela seguinte, assim como o horário de todas as atividades realizadas para a elaboração deste ensaio: Tabela 5.14 - Horário de todas as atividades realizadas. Horário 4:00 – 8:00 8:00 – 9:00 9:00 – 12:00 12:00 – 13:00 13:00 – 19:00 19:00 – 22:30 Etapa Otimização Implementação das velocidades do VC 1 0,5 1 0,5 1 Infelizmente não foi possível realizar o controlo e registo do uso da bateria assim como o registo do consumo de energia no interior da sala, sendo apenas possível registar as alterações da temperatura no interior da sala. Desta forma os resultados que se apresentam de seguida dizem apenas respeito à percentagem de conforto, utilização do ventilo convetor e temperatura no interior da sala. 55 Temperatura no interior da sala 28 1 Temperatura [C⁰] 27 26 25 0,5 24 23 22 0 8:00 10:24 12:48 15:12 17:36 Horas alfa Ag 20:00 22:24 Sala Gráfico 5.15 – Comparação da evolução da temperatura no interior da sala com modelo. Percentagem de Conforto 100 3 Conforto [%] 90 2 85 80 1 75 Velocidade VC 95 70 65 0 8:00 10:24 12:48 AC 15:12 17:36 Horas Sala 20:00 22:24 AG Gráfico 5.16 - Comparação da percentagem de conforto no interior da sala com modelo. Através da analise dos gráficos anteriores (Gráfico 5.15 e Gráfico 5.16), depreende-se que o funcionamento do ventilo convetor no interior da sala tem uma influencia mais marcante na alteração da temperatura do que a alteração simulada através do EnergyPlus. Apesar desta diferença de resultados simulados e reais, quer o algoritmo quer a resposta no interior da sala à implementação do algoritmo corresponderam às espectativas. O erro absoluto médio entre as temperaturas foi de 0,5 °C com um desvio padrão de 0,4 °C. Através da realização de todos estes ensaios, pode-se concluir que o software EnergyPlus obtém resultados muito mais próximos da realidade do que o modelo térmico simplificado, o que faz com que a versão dois do modelo Algoritmo Genético obtenha resultados com um menor erro em relação à realidade. Mas, por outro, a versão um obtém melhores resultados em menos tempo (44 segundos) que a versão dois (4 horas), para os mesmos parâmetros de otimização (população e gerações de 40). Para a versão dois obter melhores resultados, esta necessita de utilizar uma 56 população de 100 elementos e 100 gerações, mas esta alteração de parâmetros influência enormemente o tempo de obtenção da solução, que passa de 4 horas para 13 horas. Existe aqui um compromisso entre tempo de obtenção de resultados e qualidade de resultados. Um aspeto que não foi estudado, foi a influência da qualidade dos dados de previsão meteorológica com a distância desta previsão. Uma vez que a versão dois com os melhores parâmetros de otimização demora 13 horas a obter resultados a influencia dos dados de previsão pode ser determinante no compromisso entre tempo e qualidade de resultados. 5.4 Versão 3 Modelo Algoritmo Genético Esta versão três do modelo Algoritmo Genético tem em consideração o conforto visual, desta forma a intensidade luminosa a aplicar às lâmpadas constitui mais uma variável de decisão. Efetuouse o ensaio três (Tabela 5.1) para se realizar o estudo deste modelo. Como se acrescentou mais uma variável de decisão, foi necessário aumentar o número de população e geração para 200 unidades. Os gráficos seguintes dizem respeito aos resultados obtidos. Através da observação do Gráfico 5.17, que representa a evolução da iluminação natural no interior da sala, a iluminação artificial imposta pela percentagem de iluminância imposta às lâmpadas e a iluminação total no interior da sala. É possível verificar que só se utiliza iluminação nos instantes onde existem ocupantes, =0,5 e que a intensidade luminosa é maior no nascer e no por do sol. Este resultado está de acordo com o esperado. No Gráfico 5.18, que representa a evolução da função de custo e de conforto apenas térmico, e Gráfico 5.19, que representa a evolução da função de custo e da velocidade do ventilo convetor, é possível visualizar a influência que a utilização de iluminação provoca na função de custo, pois nos instantes onde é utilizado iluminação a função de custo diminui drasticamente. Iluminação 1 Iluminância [Lux] 500 0,8 400 0,6 300 0,4 200 0,2 100 0 21:36 Iluminação natural Intensidade Luminosa 600 0 2:24 7:12 Iluminação artificial 12:00 Horas 16:48 Iluminação no interior da sala 21:36 Intensidade Luminosa Gráfico 5.17 – Comparação entre a iluminação artificial, iluminação natural, iluminação no interior da sala e a intensidade luminosa imposta às lâmpadas. 57 Função de Objectivo, Custo e Conforto 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 21:36 1 % 0,5 0 2:24 7:12 Horas Função de Custo Alfa 12:00 16:48 Conforto Térmico 21:36 Gráfico 5.18 - Comparação entre a função objetivo, função de custo e função de conforto, dividida entre conforto visual e conforto térmico. Função de Custo 120 3 80 2 60 40 1 Velocidade Função de Custo 100 20 0 21:36 0 2:24 7:12 VC Horas 12:00 16:48 21:36 Função de Custo Gráfico 5.19 – Função de custo e velocidade do VC. A introdução de mais uma variável de decisão neste algoritmo fez com que os resultados obtidos piorassem, mesmo tendo aumentado para o dobro o número de população e gerações (200), pois nos instantes onde a importância a dar ao custo é máxima =1, verifica-se a utilização de ventilação forçada. Na tabela seguinte compara-se os resultados obtidos com esta versão três do algoritmo genético com os resultados obtidos em 5.2.1 para o ensaio três. Tabela 5.15 – Comparação entre a versão três e a versão dois do modelo algoritmo genético. Ensaio 3 FO [%] Conforto [%] Custo [%] Modelo Algoritmo Genético V2 População:100 Gerações:100 95,28 85,12 98,94 Modelo Algoritmo Genético V3 População:200 Gerações:200 72,88 89,85 65,54 Custo [€] 0,97 26,32 58 A função de custo diminuiu acentuadamente, o que significa que para se obter valores próximo aos da versão 2, teria que se aumentar acentuadamente o número de gerações e populações e aumentaria o tempo de convergência, que neste caso demorou 14 horas para valores superiores. 59 6 Conclusão Após implementação dos vários modelos, recolha de dados e análise dos resultados pode-se concluir que, em todos os modelos, com o aumento do valor de (importância a dar ao custo) a percentagem de conforto diminui e a percentagem de custo aumenta. Em relação aos primeiros resultados (5.1), o modelo EnergyBox, apesar de ter tempos de simulação menores e os valores das funções objetivos estarem na mesma gama de valores do modelo Algoritmo Genético, este método apresenta demasiadas limitações. Uma das grandes limitações do modelo EnergyBox prende-se pelo facto de no método de programação dinâmica não existir um código genérico de fácil implementação. Outra grande limitação diz respeito às variáveis de decisão. É necessário evidenciar quais os valores exatos que estas podem assumir. Por último, como se trata de um modelo que traça o caminho do resultado ótimo do instante final para o inicial, a influencia da inércia térmica do edifício quando o ventilo-conector é solicitado em instantes iniciais não é contabilizada, o que torna a implementação do EnergyPlus na regra de transição da temperatura inviável, uma vez que desperdiça as potencialidades deste software. Todas estas limitações fazem com que o modelo Algoritmo Genético seja uma escolha mais assertiva neste tipo de problemas de otimização. Pode-se concluir também que o software EnergyPlus obtém resultados mais próximos da realidade do que o modelo térmico simplificado, o que faz com que a versão dois do modelo Algoritmo Genético obtenha resultados com um menor erro em relação à realidade que a versão um deste modelo. Um aspeto importante é de que o funcionamento do ventilo convetor no interior da sala tem uma influência mais marcante na alteração da temperatura do que a alteração simulada através do EnergyPlus. Analisando a versão um com a versão dois do modelo do Algoritmo Genético, a primeira versão obtém melhores resultados em menos tempo, para os mesmos parâmetros. Para a versão dois obter melhores resultados, esta necessita de utilizar uma população de 100 elementos e 100 gerações, mas esta alteração de parâmetros aumenta o tempo de obtenção de resultados de 4 horas para 13 horas. Um aspeto que não foi estudado, foi a influência da qualidade dos dados de previsão meteorológica com a distância desta previsão. Uma vez que a versão dois com os melhores parâmetros de otimização demora 13 horas a obter resultados a influência dos dados de previsão pode ser determinante no compromisso entre tempo e qualidade de resultados. Analisando os resultados obtidos através da versão três do algoritmo Genético, conclui-se que este é capaz de gerir com eficácia o uso da iluminação, uma vez que nos períodos onde a sala se 60 encontra ocupada este é capaz de garantir o número mínimo de Lux para garantir o conforto visual. Mas em relação à administração das velocidades e o uso do ventilo convetor, o seu comportamento é muitíssimo inferior ao da versão dois deste modelo. Apesar de se ter aumentado o número de população e de gerações para o dobro, este aumento não foi suficiente para garantir uma boa solução. Com base nos resultados obtidos, seria recomendado a elaboração de um estudo dos parâmetros ótimos a utilizar em cada versão do Modelo Algoritmo Genético, desta forma poderia-se averiguar com mais exatidão quais as melhores versões. Tal como foi referido anteriormente um estudo da influência da distância da previsão meteorológica com os resultados obtidos através da simulação, também seria interessante na escolha da melhor versão. Seria interessante analisar todas estas simulações em tempo real na sala do laboratório de energias, tal como foi feito para apenas um caso, e elaborar questionários de conforto térmico para garantir que as percentagens de conforto obtidas correspondem à realidade. Um grande melhoramento, que seria recomendado realizar, diz respeito ao uso das baterias. Seria importante a introdução de um modelo mais real para gerir a energia armazenada nas baterias. Por último, o melhoramento do modelo EnergyPlus seria vital obter resultados das simulações mais próximas da realidade. 61 REFERÊNCIAS [1] R. P. Load and D. S. Management, “Managing energy,” no. October, pp. 53–55, 2005. [2] L. Klein, J. Kwak, G. Kavulya, F. Jazizadeh, B. Becerik-Gerber, P. Varakantham, and M. Tambe, “Coordinating occupant behavior for building energy and comfort management using multiagent systems,” Autom. Constr., vol. 22, pp. 525–536, Mar. 2012. [3] “European Commission, Europe 2020, The targets, Europe 2020 Targets.” [Online]. Available: http://ec.europa.eu/europe2020/targets/eu-targets/ . Accessed: 28-Aug-2014. [4] I. Richardson, M. Thomson, D. Infield, and C. Clifford, “Domestic electricity use: A highresolution energy demand model,” Energy Build., vol. 42, no. 10, pp. 1878–1887, Oct. 2010. [5] D. Livengood and R. Larson, “The Energy Box: Locally Automated Optimal Control of Residential Electricity Usage,” Serv. Sci., vol. 1, no. 1, pp. 1–16, Mar. 2009. 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Soares, “Análise da produtividade de sistemas fotovoltaicos para diferentes condições atmosféricas,” Instituto Superior Técnico, 2014. 64 APÊNDICES A – Gráficos dos ensaios 1 a 5 com 40 elementos e 40 gerações Ensaio 1 Percentagem de Conforto Conforto [%] 100 1 90 0,5 80 70 21:50 0:50 3:50 6:50 9:50 alfa horas 15:50 1 - 0,0 18:50 0 21:50 Percentagem de Custo 100 Custo [%] 12:50 1 80 0,8 60 0,6 40 0,4 20 0,2 0 21:50 0:14 2:38 5:02 7:26 9:50 Horas alfa 14:38 1 - 0,0 17:02 19:26 0 21:50 Estado da Bateria 4 1 3 2 0,5 1 0 0 22:00 22:20 22:40 23:00 23:20 23:40 0:00 0:20 0:40 1:00 1:20 1:40 2:00 2:20 2:40 3:00 3:20 3:40 4:00 4:20 4:40 5:00 5:20 5:40 6:00 6:20 6:40 7:00 7:20 7:40 8:00 8:20 8:40 9:00 9:20 9:40 10:00 10:20 10:40 11:00 11:20 11:40 12:00 12:20 12:40 13:00 13:20 13:40 14:00 14:20 14:40 15:00 15:20 15:40 16:00 16:20 16:40 17:00 17:20 17:40 18:00 18:20 18:40 19:00 19:20 19:40 20:00 20:20 20:40 21:00 21:20 21:40 Bateria [C/4] 12:14 Horas 1 - 0,0 Função Objectivo 100 Função Objectivo [%] alfa 1 80 60 0,5 40 20 0 21:50 0:50 3:50 6:50 9:50 alfa horas 12:50 15:50 18:50 0 21:50 1 - 0,0 a Função Objectivo [%] Custo [%] 22:00 22:20 22:40 23:00 23:20 23:40 0:00 0:20 0:40 1:00 1:20 1:40 2:00 2:20 2:40 3:00 3:20 3:40 4:00 4:20 4:40 5:00 5:20 5:40 6:00 6:20 6:40 7:00 7:20 7:40 8:00 8:20 8:40 9:00 9:20 9:40 10:00 10:20 10:40 11:00 11:20 11:40 12:00 12:20 12:40 13:00 13:20 13:40 14:00 14:20 14:40 15:00 15:20 15:40 16:00 16:20 16:40 17:00 17:20 17:40 18:00 18:20 18:40 19:00 19:20 19:40 20:00 20:20 20:40 21:00 21:20 21:40 Bateria [C/4] Conforto [%] Ensaio 2 100 Percentagem de Conforto 70 21:50 100 80 60 40 20 0 21:50 0 21:50 0:50 0:14 0:50 3:50 2:38 100 3:50 6:50 4 5:02 9:50 alfa horas 1 - 0,3 7:26 Horas alfa 9:50 6:50 9:50 alfa horas 12:50 Horas 12:14 14:38 12:50 1 90 80 0,5 15:50 17:02 15:50 18:50 19:26 Função Objectivo 60 40 18:50 0 21:50 1 - 0,3 Estado da Bateria 1 3 2 0,5 1 0 0 alfa Percentagem de Custo 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 21:50 1 - 0,3 80 1 0,5 20 0 21:50 1 - 0,3 b Função Objectivo [%] 22:00 22:20 22:40 23:00 23:20 23:40 0:00 0:20 0:40 1:00 1:20 1:40 2:00 2:20 2:40 3:00 3:20 3:40 4:00 4:20 4:40 5:00 5:20 5:40 6:00 6:20 6:40 7:00 7:20 7:40 8:00 8:20 8:40 9:00 9:20 9:40 10:00 10:20 10:40 11:00 11:20 11:40 12:00 12:20 12:40 13:00 13:20 13:40 14:00 14:20 14:40 15:00 15:20 15:40 16:00 16:20 16:40 17:00 17:20 17:40 18:00 18:20 18:40 19:00 19:20 19:40 20:00 20:20 20:40 21:00 21:20 21:40 Bateria [C/4] Custo [%] Conforto [%] Ensaio 3 100 Percentagem de Conforto 70 21:50 0 21:50 0 21:50 0:50 0:14 0:50 3:50 2:38 3:50 6:50 100 5:02 9:50 alfa 4 horas 7:26 9:50 Horas alfa 1 - 0,5 6:50 9:50 alfa horas 12:50 12:14 14:38 1 - 0,5 Horas 12:50 1 90 80 0,5 15:50 17:02 15:50 18:50 19:26 100 60 40 18:50 0 21:50 1 - 0,5 Percentagem de Custo 1 80 0,8 60 0,6 40 0,4 20 0,2 0 21:50 Estado da Bateria 1 3 2 0,5 1 0 0 alfa Função Objectivo 1 80 0,5 20 0 21:50 1 - 0,5 c Função Objectivo [%] 22:00 22:20 22:40 23:00 23:20 23:40 0:00 0:20 0:40 1:00 1:20 1:40 2:00 2:20 2:40 3:00 3:20 3:40 4:00 4:20 4:40 5:00 5:20 5:40 6:00 6:20 6:40 7:00 7:20 7:40 8:00 8:20 8:40 9:00 9:20 9:40 10:00 10:20 10:40 11:00 11:20 11:40 12:00 12:20 12:40 13:00 13:20 13:40 14:00 14:20 14:40 15:00 15:20 15:40 16:00 16:20 16:40 17:00 17:20 17:40 18:00 18:20 18:40 19:00 19:20 19:40 20:00 20:20 20:40 21:00 21:20 21:40 Bateria [C/4] Custo [%] Conforto [%] Ensaio 4 100 Percentagem de Conforto 70 21:50 100 80 60 40 20 0 21:50 0 21:50 0:50 0:14 0:50 3:50 2:38 6:50 5:02 3:50 9:50 7:26 4 100 9:50 1 - 0,7 6:50 9:50 alfa horas 12:50 alfa horas Horas alfa 12:14 12:50 15:50 14:38 Horas 17:02 15:50 1 90 80 0,5 18:50 Percentagem de Custo 19:26 Função Objectivo 60 40 18:50 0 21:50 1 - 0,7 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 21:50 1 - 0,7 Estado da Bateria 1 3 2 0,5 1 0 0 alfa 80 1 0,5 20 0 21:50 1 - 0,7 d Ensaio 5 Percentagem de Conforto Conforto [%] 100 1 90 0,5 80 70 21:50 0:50 3:50 6:50 9:50 12:50 1 - 1,0 horas alfa 15:50 18:50 0 21:50 Percentagem de Custo Custo [%] 100 1 80 0,8 60 0,6 40 0,4 20 0,2 0 21:50 0:14 2:38 5:02 7:26 alfa 9:50 Horas 12:14 14:38 17:02 19:26 0 21:50 1 - 1,0 Estado da Bateria 4 1 2 0,5 1 0 0 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 Bateria [C/4] 3 Horas 1 - 1,0 Função Objectivo 100 Função Objectivo [%] alfa 1 80 60 0,5 40 20 0 21:50 0:50 3:50 6:50 alfa 9:50 horas 12:50 15:50 18:50 0 21:50 1 - 1,0 e B – Código do modelo Energy Box clear all %----- inicializaçao de variáveis -------------tic data1=2014*10000000000+8*100000000+20*1000000+22* 10000; T_ext=zeros(24,1); Rad=zeros(24,1); MONTH=zeros(24,1); DAY=zeros(24,1); HOUR=zeros(24,1); G=zeros(24,1); preco=zeros(24,1); alfa=zeros(24,1); Producao=zeros(24,1); tarifa_data=zeros(24,3); Data=zeros(4,157); Dados=zeros(157,11); Previsao=zeros(156,15); Si1_temp=zeros(4,65); u_conf=zeros(4,65); u_conf1=zeros(4,3); Si1_store=zeros(3,65); Si1_store1=zeros(3,65); tarifaHoraria=3; AC0=0; AC1=0.048*2; %KWh AC2=0.161*2; %KWh AC3=0.290*2; %KWh C=0.5; %KWh s_min=0; s_max=0; T_int=27; Store=4; %----------------- matriz de tarifas ---------a=datenum(2014,8,20,22,0,0); for i=1:25 b=addtodate(a, i-1, 'hour'); c=datevec(b); tarifa_data(i,1)=c(1,2); tarifa_data(i,2)=c(1,3); if c(1,4)==0 tarifa_data(i,3)=24; else tarifa_data(i,3)=c(1,4); end preco(i,:)=Tarifa(tarifa_data,i,tarifaHoraria); end % ------inicialização das matrizes das soluçõesM0=zeros(67,70); ii=3; for i=0:4 for j=21:0.5:27 while ischar(tline) i = i+1; tline = fgetl(fid); B{i} = tline; end fclose(fid); %_____colocaçao dos dados em matrizes_ j=1; for i=5:161 Data(:,j)= abs(sscanf(B{i},'%f %*c %f')); Dados(j,:)=str2num(B{i}); j=j+1; end for i=1:156 Previsao(i,:)=[Data(1,i) Data(2,i) Data(3,i) Data(4,i) Dados(i,:)]; end i=1; while (Previsao(i,1)*10000000000+Previsao(i,2)*10000000 0+Previsao(i,3)*1000000+Previsao(i,4)*10000)<data 1 i=i+1; end for j=1:24 T_ext(j,:)=Previsao(i,5); Rad(j,:)=Previsao(i,9); MONTH(j,:)=Previsao(i,2); DAY(j,:)=Previsao(i,3); HOUR(j,:)=Previsao(i,4); G(j,:)= solar1( MONTH(j,:), DAY(j,:), HOUR(j,:), 0, Rad(j,:),T_ext(j,:)); i=i+1; Producao(j,:)=(10^-3)*solar( MONTH(j,:),DAY(j,:),HOUR(j,:),0,Rad(j,:),T_ext(j, :)); if HOUR(j,:)>=7 && HOUR(j,:)<12 alfa(j,:)=0.5; elseif HOUR(j,:)>=13 && HOUR(j,:)<19 alfa(j,:)=0.5; else alfa(j,:)=0.5; end end % ------ calculo da Matriz soluçao do intante final i=24 ------for i=3 : 65 % ------- Temperatura ------ M0(ii,1)=i; M0(ii,2)=j; M0(1,ii)=i; M0(2,ii)=j; ii=ii+1; end end M0_resultados=M0; S_bill=M0; M0_AC=M0; M0_ACP=M0; M0_store=M0; M1(1,:)=M0(1,:); M1(2,:)=M0(2,:); M1(3,1)=Store; M1(3,2)=T_int; M1_AC=M1; M1_ACP=M1; M1_store1=M1; S_bill1=M1; M1_resultados=M1; %-------- recolha dos dados do site de dados do tecnico -----------------------fid=fopen('weather1.txt'); i = 1; tline = fgetl(fid); B{i} = tline; S_temp=M0(i,2); Si1_temp(4,i)=TemperaturaSala(G(24), T_ext(24), S_temp, 60,0,alfa(24)); Si1_temp(4,i)= roundToDP(Si1_temp(4,i)); if Si1_temp(4,i)<21 Si1_temp(4,i)=21; elseif Si1_temp(4,i)>27 Si1_temp(4,i)=27; end Si1_temp(3,i)=TemperaturaSala(G(24), T_ext(24), S_temp, 60,1,alfa(24)); Si1_temp(3,i)= roundToDP(Si1_temp(3,i)); if Si1_temp(3,i)<21 Si1_temp(3,i)=21; elseif Si1_temp(3,i)>27 Si1_temp(3,i)=27; end Si1_temp(2,i)=TemperaturaSala(G(24), T_ext(24), S_temp, 60,2,alfa(24)); Si1_temp(2,i)= roundToDP(Si1_temp(2,i)); if Si1_temp(2,i)<21 f Si1_temp(2,i)=21; elseif Si1_temp(2,i)>27 Si1_temp(2,i)=27; end Si1_temp(1,i)=TemperaturaSala(G(24), T_ext(24), S_temp, 60,3,alfa(24)); Si1_temp(1,i)= roundToDP(Si1_temp(1,i)); if Si1_temp(1,i)<21 Si1_temp(1,i)=21; elseif Si1_temp(1,i)>27 Si1_temp(1,i)=27; end for j=1:4 u_conf(j,i)=100confortotermicoPMV(Si1_temp(j,i),Si1_temp(j,i),1, 1,0,0.002,50); end % -------------- Energia -----------end % Energia utilizada pelo AC for k=1:4 for j=3:65 for i=3:65 if Si1_temp(k,i)==M0(2,j) if k==4 c=1; d=0; elseif k==3 c=2; d=AC1; elseif k==2 c=3; d=AC2; elseif k==1 c=4; d=AC3; end M0_AC(i,j)=c; M0_ACP(i,j)=d; end end end end for j=3:65 for i=3:65 S_store=M0(i,1); if M0_AC(i,j)==1 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(24); if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M0(1,j) M0_store(i,j)=Si1_storer; Si1_store(i,j)=Si1_storee; end elseif M0_AC(i,j)==2 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(24)-AC1; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M0(1,j) M0_store(i,j)=Si1_storer; Si1_store(i,j)=Si1_storee; end elseif M0_AC(i,j)==3 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(24)-AC2; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M0(1,j) M0_store(i,j)=Si1_storer; Si1_store(i,j)=Si1_storee; end elseif M0_AC(i,j)==4 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(24)-AC3; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; g Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M0(1,j) end end end f_i=0; for i=3:65 for j=3:65 if M0_resultados(i,j)>f_i M0_resultados(i,68)=M0_resultados(i,j); M0_store(i,j)=Si1_storer; M0_resultados(i,69)=M0_resultados(1,j); Si1_store(i,j)=Si1_storee; end end end end M0_resultados(i,70)=M0_resultados(2,j); f_i=M0_resultados(i,j); end end f_i=0; end for k=1:4 for j=3:65 for i=3:65 if Si1_temp(k,i)==M0(2,j) if Si1_store(i,j)==M0(1,j) if Si1_store(i,j)==0 if M0_store(i,j)~=0 if ii=0; for i=3:65 for j=3:65 if M0_resultados(i,j)==M0_resultados(i,68) M0_resultados(i,68+ii*3)=M0_resultados(i,j); M0(i,1)>M0(1,j) M0_resultados(i,69+ii*3)=M0_resultados(1,j); u_cost(i,j)=100-(((M0_ACP(i,j)-(0.5/4)*(M0(i,1)M0(1,j)))*preco(24))/((0.290*2-(0.5/4)*(M0(i,1)M0(1,j)))*0.1))*100; M0_resultados(i,70+ii*3)=M0_resultados(2,j); ii=ii+1; else u_cost(i,j)=100(((M0_ACP(i,j))*preco(24))/((0.290(0.5/4)*(M0(i,1)-M0(1,j)))*0.1))*100; end end ii=0; end %armazenar o do 24 end M_caminho(:,1)=M0_resultados(:,1); M_caminho(:,2)=M0_resultados(:,2); end else if (M0_ACP(i,j)(0.5/4)*(M0(i,1)-M0(1,j)))*preco(24)<0 u_cost(i,j)=0; else if j=3; k=68; for i=1: size(M0_resultados,2)-67 M_caminho(:,j)=M0_resultados(:,k); k=k+1; j=j+1; end M0(i,1)>M0(1,j) u_cost(i,j)=100-(((M0_ACP(i,j)-(0.5/4)*(M0(i,1)M0(1,j)))*preco(24))/((0.290*2-(0.5/4)*(M0(i,1)M0(1,j)))*0.1))*100; else %fazer de 23 a 2 horas=23; for i=1 : 22 [Mi_resultados1,M1n_AC] = estados(M0_resultados,M0,preco,T_ext,C,horas,alfa ,G,Producao); horas=horas-1; u_cost(i,j)=100(((M0_ACP(i,j))*preco(24))/((0.290(0.5/4)*(M0(i,1)-M0(1,j)))*0.1))*100; for jj=1:67 end end end end end end end M_caminho(i*67+jj,1)=Mi_resultados1(jj,1); M_caminho(i*67+jj,2)=Mi_resultados1(jj,2); M_acTotal(i*67+jj,:)=M1n_AC(jj,:); j=3; k=68; end for ii=1: size(Mi_resultados1,2)-67 for k=1:4 for j=3:65 for i=3:65 if Si1_temp(k,i)==M0(2,j) if Si1_store(i,j)==M0(1,j) if M0_store(i,j)~=0 M0_resultados(i,j)=(1alfa(24))*u_conf(k,i)+alfa(24)*u_cost(i,j); end end end M_caminho(i*67+jj,j)=Mi_resultados1(jj,k); k=k+1; j=j+1; end end M0_resultados=Mi_resultados1; end horas=1; h fprintf('hora 23 a 2 calculada/n') %fazer para o 1, com os instantes atuais for j=3:65 % ------- Temperatura ------ S_store=M1(3,1); if M1_AC(3,j)==1 S_temp=M1(3,2); Si1_temp1(4,3)=TemperaturaSala(G(1), T_ext(1), S_temp, 60,0,alfa(1)); Si1_temp1(4,3)= roundToDP(Si1_temp1(4,3)); if Si1_temp1(4,3)<21 Si1_temp1(4,3)=21; elseif Si1_temp1(4,3)>27 Si1_temp1(4,3)=27; end Si1_temp1(3,3)=TemperaturaSala(G(1), T_ext(1), S_temp, 60,1,alfa(1)); Si1_temp1(3,3)= roundToDP(Si1_temp1(3,3)); if Si1_temp1(3,3)<21 Si1_temp1(3,3)=21; elseif Si1_temp1(3,3)>27 Si1_temp1(3,3)=27; end Si1_temp1(2,3)=TemperaturaSala(G(1), T_ext(1), S_temp, 60,2,alfa(1)); Si1_temp1(2,3)= roundToDP(Si1_temp1(2,3)); Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(1); if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M1(1,j) M1_store1(3,j)=Si1_storer; if Si1_temp1(2,3)<21 Si1_temp1(2,3)=21; elseif Si1_temp1(2,3)>27 Si1_temp1(2,3)=27; end Si1_temp1(1,3)=TemperaturaSala(G(1), T_ext(1), S_temp, 60,3,alfa(1)); Si1_temp1(1,3)= roundToDP(Si1_temp1(1,3)); if Si1_temp1(1,3)<21 Si1_temp1(1,3)=21; elseif Si1_temp1(1,3)>27 Si1_temp1(1,3)=27; end for j=1:4 u_conf1(j,3)=100confortotermicoPMV(Si1_temp1(j,3),Si1_temp1(j,3), 1,1,0,0.002,50); end % -------------- Energia -----------% Energia utilizada pelo AC for k=1:4 for j=3:65 if Si1_temp1(k,3)==M1(2,j) if k==4 c=1; d=0; elseif k==3 c=2; d=AC1; elseif k==2 c=3; d=AC2; elseif k==1 c=4; d=AC3; end M1_AC(3,j)=c; M1_ACP(3,j)=d; end end end Si1_store1(3,j)=Si1_storee; end elseif M1_AC(3,j)==2 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(1)-AC1; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M1(1,j) M1_store1(3,j)=Si1_storer; Si1_store1(3,j)=Si1_storee; end elseif M1_AC(3,j)==3 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(1)-AC2; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; i elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if (M1_ACP(3,j)(0.5/4)*(M1(3,1)-M1(1,j)))*preco(1)<0 u_cost1(3,j)=0; else if M1(3,1)>M1(1,j) u_cost1(3,j)=100-(((M1_ACP(3,j)-(0.5/4)*(M1(3,1)M1(1,j)))*preco(1))/((0.290*2-(0.5/4)*(M1(3,1)M1(1,j)))*0.1))*100; else if Si1_storee==M1(1,j) M1_store1(3,j)=Si1_storer; u_cost1(3,j)=100(((M1_ACP(3,j))*preco(1))/((0.290*2(0.5/4)*(M1(3,1)-M1(1,j)))*0.1))*100; Si1_store1(3,j)=Si1_storee; end end elseif M1_AC(3,j)==4 end end Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(1)-AC3; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M1(1,j) end end end end for k=1:4 for j=3:65 if Si1_temp1(k,3)==M1(2,j) if Si1_store1(3,j)==M1(1,j) if M1_store1(3,j)~=0 M1_resultados(3,j)=(1alfa(horas))*u_conf1(k,3)+alfa(horas)*u_cost1(3,j )+Mi_resultados1(j,68); end end end end end f1_i=0; for j=3:65 if M1_resultados(3,j)>f1_i M1_store1(3,j)=Si1_storer; M1_resultados(3,68)=M1_resultados(3,j); Si1_store1(3,j)=Si1_storee; end end end M1_resultados(3,69)=M1_resultados(3,j); M1_resultados(3,70)=M1_resultados(3,j); f1_i=M1_resultados(3,j); end end for k=1:4 for j=3:65 if Si1_temp1(k,3)==M1(2,j) if Si1_store1(3,j)==M1(1,j) if Si1_store1(3,j)==0 if M1_store1(3,j) ~=0 for j=3:65 if M1_resultados(3,j)==M1_resultados(3,68) M1_resultados(3,68)=M1_resultados(3,j); % M1_resultados(3,69)=M1_resultados(1,j); if M0(3,1)>M0(1,j) M1_resultados(3,70)=M1_resultados(2,j); u_cost1(3,j)=100-(((M1_ACP(3,j)-(0.5/4)*(M1(3,1)M1(1,j)))*preco(1))/((0.290*2-(0.5/4)*(M1(3,1)M1(1,j)))*0.1))*100; else u_cost1(3,j)=100(((M1_ACP(3,j))*preco(1))/((0.290*2(0.5/4)*(M1(3,1)-M1(1,j)))*0.1))*100; end end else end end M_caminho(1542,1)=M1_resultados(1,1); M_caminho(1542,2)=M1_resultados(1,2); M_caminho(1543,1)=M1_resultados(2,1); M_caminho(1543,2)=M1_resultados(2,2); M_caminho(1544,1)=M1_resultados(3,1); M_caminho(1544,2)=M1_resultados(3,2); j=3; k=68; for i=1: size(M1_resultados,2)-67 M_caminho(1544,j)=M1_resultados(3,k); k=k+1; j=j+1; j end end %------Calcular o melhor caminho Caminho(1,1)=M_caminho(1544,4); Caminho(1,2)=M_caminho(1544,5); j=1; for c = 1:23 b=23-c; for i= b*67+1: (b+1)*67 if Caminho(j,1)==M_caminho(i,1) if Caminho(j,2)==M_caminho(i,2) j=j+1; Caminho(j,1)=M_caminho(i,4); Caminho(j,2)=M_caminho(i,5); Caminho(j,4)=b; Caminho(j,3)=M_caminho(i,3); break end end end end toc for i=1:24 Conforto(i,:)=100confortotermicoPMV(Caminho(i,2),Caminho(i,2),1,1, 0,0.002,50); end for i=3:67 if Caminho(1,1)==M1_AC(1,i) && Caminho(1,2)==M1_AC(2,i) AC(1,1)=M1_AC(3,i); end end function [Mi_resultados1,M01_AC1]=estados(M01_resultados,M 01,preco,T_ext,C,horas, alfa,G,Producao) Si1_temp1=zeros(4,65); u_conf1=zeros(4,65); Mi_resultados1=M01; M01_AC1=M01; M01_ACP1=M01; S_bill1=M01; M01_store1=M01; Si1_store1=M01; s_min1=0; s_max1=0; AC1=0.048*2; AC2=0.161*2; AC3=0.290*2; %----- calculo da Matriz solução dos instantes i -----for i=3 : 65 % ------- Temperatura -----S_temp1=M01(i,2); Si1_temp1(4,i)=TemperaturaSala(G(horas), T_ext(horas), S_temp1, 60,0,alfa(horas)); Si1_temp1(4,i)= roundToDP(Si1_temp1(4,i)); if Si1_temp1(4,i)<21 Si1_temp1(4,i)=21; elseif Si1_temp1(4,i)>27 Si1_temp1(4,i)=27; end Si1_temp1(3,i)=TemperaturaSala(G(horas), T_ext(horas), S_temp1, 60,1,alfa(horas)); Si1_temp1(3,i)= roundToDP(Si1_temp1(3,i)); if Si1_temp1(3,i)<21 Si1_temp1(3,i)=21; elseif Si1_temp1(3,i)>27 Si1_temp1(3,i)=27; Si1_temp1(2,i)=TemperaturaSala(G(horas), T_ext(horas), S_temp1, 60,2,alfa(horas)); Si1_temp1(2,i)= roundToDP(Si1_temp1(2,i)); if Si1_temp1(2,i)<21 Si1_temp1(2,i)=21; elseif Si1_temp1(2,i)>27 Si1_temp1(2,i)=27; end Si1_temp1(1,i)=TemperaturaSala(G(horas), T_ext(horas), S_temp1, 60,3,alfa(horas)); Si1_temp1(1,i)= roundToDP(Si1_temp1(1,i)); if Si1_temp1(1,i)<21 Si1_temp1(1,i)=21; elseif Si1_temp1(1,i)>27 Si1_temp1(1,i)=27; end for j=1:4 u_conf1(j,i)=100confortotermicoPMV(Si1_temp1(j,i),Si1_temp1(j,i), 1,1,0,0.002,50); end end % -------------- Energia -----------% % Energia utilizada pelo AC for k=1:4 for j=3:65 for i=3:65 if Si1_temp1(k,i)==M01(2,j) if k==4 c=1; d=0; elseif k==3 c=2; d=AC1; elseif k==2 c=3; d=AC2; elseif k==1 c=4; d=AC3; end M01_AC1(i,j)=c; M01_ACP1(i,j)=d; end end end end for j=3:65 for i=3:65 S_store=M01(i,1); if M01_AC1(i,j)==1 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(horas); if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end k elseif Si1_storee<=C/4 && if Si1_storee==M01(1,j) M01_store1(i,j)=Si1_storer; Si1_store1(i,j)=Si1_storee; end elseif M01_AC1(i,j)==2 Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(horas)-AC1; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end if Si1_storee==M01(1,j) M01_store1(i,j)=Si1_storer; Si1_store1(i,j)=Si1_storee; end end end end for k=1:4 for j=3:65 for i=3:65 if Si1_temp1(k,i)==M01(2,j) if Si1_store1(i,j)==M01(1,j) if Si1_store1(i,j)==0 if M01_store1(i,j)~=0 if Si1_storee==M01(1,j) if M01_store1(i,j)=Si1_storer; M01(i,1)>M01(1,j) Si1_store1(i,j)=Si1_storee; end u_cost(i,j)=100-(((M01_ACP1(i,j)(0.5/4)*(M01(i,1)M01(1,j)))*preco(horas))/((0.290*2(0.5/4)*(M01(i,1)-M01(1,j)))*0.1))*100; elseif M01_AC1(i,j)==3 else Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(horas)-AC2; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; elseif Si1_storee<=C/4 && Si1_storee>0 Si1_storer=1; Si1_storee=1; elseif Si1_storee<=(2*C)/4 && Si1_storee>C/4 Si1_storer=2; Si1_storee=2; elseif Si1_storee<=(3*C)/4 && Si1_storee>(2*C)/4 Si1_storer=3; Si1_storee=3; elseif Si1_storee<=C && Si1_storee>(3*C)/4 Si1_storer=4; Si1_storee=4; end u_cost(i,j)=100(((M01_ACP1(i,j))*preco(horas))/((0.290*2(0.5/4)*(M01(i,1)-M01(1,j)))*0.1))*100; end end else if (M01_ACP1(i,j)(0.5/4)*(M01(i,1)-M01(1,j)))*preco(horas)<0 u_cost(i,j)=0; else if M01(i,1)>M01(1,j) u_cost(i,j)=100-(((M01_ACP1(i,j)(0.5/4)*(M01(i,1)M01(1,j)))*preco(horas))/((0.290*2(0.5/4)*(M01(i,1)-M01(1,j)))*0.1))*100; if Si1_storee==M01(1,j) else M01_store1(i,j)=Si1_storer; Si1_store1(i,j)=Si1_storee; end u_cost(i,j)=100(((M01_ACP1(i,j))*preco(horas))/((0.290*2(0.5/4)*(M01(i,1)-M01(1,j)))*0.1))*100; elseif M01_AC1(i,j)==4 end end end Si1_storee=(S_store*(C/4))+Producao(horas)-AC3; if Si1_storee<=0 Si1_storer=-1; Si1_storee=0; elseif Si1_storee>C Si1_storer=4; Si1_storee=4; end end end end end l for k=1:4 for j=3:65 for i=3:65 if Si1_temp1(k,i)==M01(2,j) if Si1_store1(i,j)==M01(1,j) if M01_store1(i,j) ~=0 Mi_resultados1(i,70)=Mi_resultados1(2,j); f_i=Mi_resultados1(i,j); end end f_i=0; end ii=0; Mi_resultados1(i,j)=(1alfa(horas))*u_conf1(k,i)+alfa(horas)*u_cost(i,j) +M01_resultados(j,68); end end end end end end for i=3:65 for j=3:65 if Mi_resultados1(i,j)==Mi_resultados1(i,68) f_i=0; Mi_resultados1(i,70+ii*3)=Mi_resultados1(2,j); Mi_resultados1(i,68+ii*3)=Mi_resultados1(i,j); Mi_resultados1(i,69+ii*3)=Mi_resultados1(1,j); for i=3:65 for j=3:65 if Mi_resultados1(i,j)>f_i Mi_resultados1(i,68)=Mi_resultados1(i,j); ii=ii+1; end end ii=0; end Mi_resultados1(i,69)=Mi_resultados1(1,j); m C – Código do Modelo Algoritmo Genético clear all %############################ % inicialização de variáveis LimitedeConforto=10; Data=zeros(4,157); Dados=zeros(157,11); PrevisaoDia=zeros(156,15); PrevisaoAnterior=zeros(156,15); %############################## %############################## % recolha de dados % - Dados de Previsão % - Dados atuais exteriores % %------------------ Recolha de dados no site de dados do técnico -----------------------fid=fopen('Ficheiro11.txt'); i = 1; tline = fgetl(fid); B{i} = tline; while ischar(tline) i = i+1; tline = fgetl(fid); B{i} = tline; end fclose(fid); %_________colocação dos dados em matrizes____________________ j=1; for i=5:161 Data(:,j)= abs(sscanf(B{i},'%f %*c %f')); Dados(j,:)=str2num(B{i}); j=j+1; end for i=1:156 PrevisaoDia(i,:)=[Data(1,i) Data(2,i) Data(3,i) Data(4,i) Dados(i,:)]; end %------------------------------------------------------------------------%---- recolha dos dados Exteriores (site de met)----------------------%[ClimactualExterior] = DadosActual; ClimactualExterior(1,1)=19; ClimactualExterior(1,2)=77; ClimactualExterior(1,3)=7; ClimactualExterior(1,4)=1018; ClimactualExterior(1,5)=15; data1=2014*10000000000+8*100000000+20*1000000+22* 10000; data(1,1)=2014; data(1,2)=8; data(1,3)=20; data(1,4)=22; data(1,5)=0; data(1,6)=0; %------------------------------------------------------------------------%############################## %############################## % Introdução dos dados no ficheiro climático do EP % %_____Retirar valores do ficheiro Climático_______________ cd ('C:\Program Files\EnergyPlusV8-10\WeatherData') fid = fopen('FicheiroClimatico.epw','r'); i = 1; tline = fgetl(fid); C{i} = tline; while ischar(tline) i = i+1; tline = fgetl(fid); C{i} = tline; end fclose(fid); cd ('C:\Users\Maria João\Dropbox\Maria Joao Tese\Programas\Resultados\AG24Luz\EnergyPlus1_24h de simulacao sem LUz') i=1; %------- Localizar a hora e dia atual no ficheiro da previsarDia------% while (PrevisaoDia(i,1)*10000000000+PrevisaoDia(i,2)*10 0000000+PrevisaoDia(i,3)*1000000+PrevisaoDia(i,4) *10000)<data1 i=i+1; end hora=data(1,4); if hora == 0 hora=24; end Dia=data(1,3); Mes1=data(1,2); T=ClimactualExterior(1,1); RH=ClimactualExterior(1,2); Vento=ClimactualExterior(1,3); DirVento=PrevisaoDia(i,8); swd=PrevisaoDia(i,9); swo=PrevisaoDia(i,10); lwd=PrevisaoDia(i,11); lwo=PrevisaoDia(i,12); Pslv=PrevisaoDia(i,13); Pcp=PrevisaoDia(i,14); Pressao=ClimactualExterior(1,4)*100; Tdp=ClimactualExterior(1,5); % --------------------------------------------------------------------------switch 1 case Mes1==1 Mes=0; case Mes1==2 Mes=31; case Mes1==3 Mes=31+28; case Mes1==4 Mes=31+28+31; case Mes1==5 Mes=31+28+31+30; case Mes1==6 Mes=31+28+31+30+31; case Mes1==7 Mes=31+28+31+30+31+30; case Mes1==8 Mes=31+28+31+30+31+30+31; case Mes1==9 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31; case Mes1==10 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31+30; case Mes1==11 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31+30+31; case Mes1==12 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31+30+31+30; end linha=(Mes*24+(Dia-1)*24+hora)+8; DadosLinha=sscanf(C{linha},'%f %*c %f %*c %f %*c %f%*c %f %*c %*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f',[1,inf]); C{linha} = sprintf('2005,%d,%d,%d,60,?9?9?9?9?9?9?9?9?9?9?9? 9?9?9?9?9?9?9?9?9?9*9,%0.1f,%0.1f,%0.0f,%d,%d,%d, %0.0f,%0.0f,%d,%d,%d,%d,%d,%d,%0.0f,%0.0f,%0.0f,% d,%d,%d,%d,%d,%d,%1.4f,%d,%d,%3.3f,%3.1f,%2.1f',M es1,Dia,hora,T,Tdp,RH,Pressao,DadosLinha(1,32),Da n dosLinha(1,33),lwd,swd,swo,DadosLinha(1,37),Dados Linha(1,38),DadosLinha(1,39),DadosLinha(1,40),Dad osLinha(1,41),DirVento,Vento,DadosLinha(1,44),Dad osLinha(1,45),DadosLinha(1,46),DadosLinha(1,47),D adosLinha(1,48),DadosLinha(1,49),DadosLinha(1,50) ,DadosLinha(1,51),DadosLinha(1,52),DadosLinha(1,5 3),DadosLinha(1,54),DadosLinha(1,55),DadosLinha(1 ,56)); ii=i+1; %__________________Colocação dos dados no ficheiro Climático_______________ for i=ii:156 hora=PrevisaoDia(i,4); if hora == 0 hora=24; end Dia=PrevisaoDia(i,3); Mes1=PrevisaoDia(i,2); T=PrevisaoDia(i,5); RH=PrevisaoDia(i,6); Vento=PrevisaoDia(i,7); DirVento=PrevisaoDia(i,8); swd=PrevisaoDia(i,9); swo=PrevisaoDia(i,10); lwd=PrevisaoDia(i,11); lwo=PrevisaoDia(i,12); Pslv=PrevisaoDia(i,13); Pcp=PrevisaoDia(i,14); Pressao=PrevisaoDia(i,15)*100; dosLinha(1,33),lwd,swd,swo,DadosLinha(1,37),Dados Linha(1,38),DadosLinha(1,39),DadosLinha(1,40),Dad osLinha(1,41),DirVento,Vento,DadosLinha(1,44),Dad osLinha(1,45),DadosLinha(1,46),DadosLinha(1,47),D adosLinha(1,48),DadosLinha(1,49),DadosLinha(1,50) ,DadosLinha(1,51),DadosLinha(1,52),DadosLinha(1,5 3),DadosLinha(1,54),DadosLinha(1,55),DadosLinha(1 ,56)); end %______Colocação dos valores no ficheiro Climático_______________ cd ('C:\Program Files\EnergyPlusV8-10\WeatherData') fid = fopen('FicheiroClimatico.epw','w'); for i = 1:numel(C) if C{i+1} == -1 fprintf(fid,'%s', C{i}); break else fprintf(fid,'%s\n', C{i}); end end fclose('all'); % alterar dias do ficheiro IDF cd ('C:\Program Files\EnergyPlusV8-10\ExampleFiles') %-----calculo da temperatura bolbo seco--- the Bögel modification, also known as the Arden Buck equation,---a=6.1121; b=18.678; c=257.14; d=234.5; y=log((RH/100)*exp((b-(T/d))*(T/(c+T)))); Tdp=(c*y)/(b-y); % --------------------------------------------------------------------------- fid = fopen('Sala3fan.idf','r'); i = 1; tline = fgetl(fid); D{i} = tline; while ischar(tline) i = i+1; tline = fgetl(fid); D{i} = tline; end fclose(fid); switch 1 case Mes1==1 Mes=0; case Mes1==2 Mes=31; case Mes1==3 Mes=31+28; case Mes1==4 Mes=31+28+31; case Mes1==5 Mes=31+28+31+30; case Mes1==6 Mes=31+28+31+30+31; case Mes1==7 Mes=31+28+31+30+31+30; case Mes1==8 Mes=31+28+31+30+31+30+31; case Mes1==9 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31; case Mes1==10 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31+30; case Mes1==11 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31+30+31; case Mes1==12 Mes=31+28+31+30+31+30+31+31+30+31+30; end D{57}= sprintf('%d',data(1,2)); D{58}= sprintf('%d',data(1,3)); linha=(Mes*24+(Dia-1)*24+hora)+8; DadosLinha=sscanf(C{linha},'%f %*c %f %*c %f %*c %f%*c %f %*c %*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f%*c %f',[1,inf]); C{linha} = sprintf('2005,%d,%d,%d,60,?9?9?9?9?9?9?9?9?9?9?9? 9?9?9?9?9?9?9?9?9?9*9,%0.1f,%0.1f,%0.0f,%d,%d,%d, %0.0f,%0.0f,%d,%d,%d,%d,%d,%d,%0.0f,%0.0f,%0.0f,% d,%d,%d,%d,%d,%d,%1.4f,%d,%d,%3.3f,%3.1f,%2.1f',M es1,Dia,hora,T,Tdp,RH,Pressao,DadosLinha(1,32),Da t = datenum(data); datestr(t); t=addtodate(t, 1, 'day'); data1=datevec(t); D{60}= sprintf('%d',data1(1,2)); D{62}= sprintf('%d',data1(1,3)); D{77}= sprintf('%d',data1(1,2)); D{79}= sprintf('%d',data1(1,3)); t = datenum(data); datestr(t); t=addtodate(t, -1, 'day'); data1=datevec(t); D{73}= sprintf('%d',data1(1,2)); D{75}= sprintf('%d',data1(1,3)); fid = fopen('Sala3fan.idf','wt'); for i = 1:numel(D) if D{i+1} == -1 fprintf(fid,'%s', D{i}); break else fprintf(fid,'%s\n', D{i}); end end fclose('all'); %####################### % Primeira simulação do EnergyPlus % e recolha dos resultados %---------Correr o EnerguPlus ------------------cd ('C:\Program Files\EnergyPlusV8-1-0') status = dos('RunEPlus.bat Sala3fan FicheiroClimatico'); cd ('C:\Users\Maria João\Dropbox\Maria Joao Tese\Programas\Resultados\AG24Luz\EnergyPlus1_24h de simulacao sem LUz') o % ---Recolha dos resultados do EnergyPlus -Mes1=data(1,2); dia=data(1,3); hora=data(1,4); Min=data(1,5); switch 1 case Min<10 min=0; case Min>=10 min=10; case Min>=20 min=20; case Min>=20 min=20; case Min>=30 min=40; case Min>=40 min=40; case Min>=50 min=50; end && Min<20 && Min<30 && Min<30 && Min<40 %################################## % calculo de 3 variáveis % - Preço % - Produção % - factor de importância ao preçoVSconforto %- calcular o preço a cada instante for i=1:144 preco(i)=Tarifa(Resultados0,i,3); end %- calcular a produçao de energia a cada instante d=1; for s=1:144 && Min<50 Resultados0=ones(144,10); cd ('C:\Program Files\EnergyPlusV8-10\ExampleFiles\Outputs') fid = fopen('Sala3fan.ESO'); i = 1; tline = fgetl(fid); C{i} = tline; while ischar(tline) i = i+1; tline = fgetl(fid); C{i} = tline; end fclose 'all'; cd ('C:\Users\Maria João\Dropbox\Maria Joao Tese\Programas\Resultados\AG24Luz\EnergyPlus1_24h de simulacao sem LUz') linha=25+((hora-1)*6*17)+((min/10)*17); linhaR=linha; if PrevisaoDia(d+1,4)==0 PrevisaoDia(d+1,4)=24; end while PrevisaoDia(d,4)~=Resultados0(s,3) d=d+1 ; end swd(s,1)=PrevisaoDia(d,9); T(s,1)=PrevisaoDia(d,5); end for i=1:144 P(i)=solar(Resultados0,i,swd,T); end %- Calcular o alfa a cada instante for i=1:144 if Resultados0(i,3)>=9 && Resultados0(i,3)<12 alfa(i)=0.5; elseif Resultados0(i,3)>=13 && Resultados0(i,3)<19 alfa(i)=0.5; else alfa(i)=1; end end for i=1:144 Tradmat=sscanf(C{linha+1},'%f %*c %f',[1,inf]); Tmat=sscanf(C{linha+2},'%f %*c %f',[1,inf]); HRmat=sscanf(C{linha+16},'%f %*c %f',[1,inf]); Datamat=sscanf(C{linha},'%f %*c %f %*c %f %*c %f %*c %f %*c %f %*c %f %*c',[1,inf]); SCH0=0; Resultados0(i,1)=Datamat(1,3); Resultados0(i,2)=Datamat(1,4); Resultados0(i,3)=Datamat(1,6); Resultados0(i,4)=Datamat(1,7); Resultados0(i,5)=Tmat(1,2); Resultados0(i,6)=Tradmat(1,2); Resultados0(i,7)=HRmat(1,2); [Resultados0(i,8),Resultados0(i,9)]=confortotermi coPMV(Tmat(1,2),Tradmat(1,2),1,1,0,0.002,HRmat(1, 2)); Resultados0(i,10)=SCH0; linha=linha+17; end %%%--- Copiar o ficheiro SCH do AC cd ('C:\Program Files\EnergyPlusV8-10\DataSets\TDV') fid = fopen('AC.csv','r'); i = 1; tline = fgetl(fid); C{i} = tline; while ischar(tline) i = i+1; tline = fgetl(fid); C{i} = tline; end fclose(fid); AC1=C; AC2=C; cd ('C:\Users\Maria João\Dropbox\Maria Joao Tese\Programas\Resultados\AG24Luz\EnergyPlus1_24h de simulacao sem LUz') log=[4*ones(144,1); Resultados0(:,9)]; save ('log.mat','log') %######################################## % Modelo de otimização % Algoritmo Genético tic LB=zeros(1,432); UB=[3*ones(1,144),ones(1,288)]; INTCON=1:288; options= gaoptimset('crossoverFrac',0.5,'PopulationSize',1 0,'StallGen',10,'Generations',5,'PlotFcns',@gaplo tbestf) [xop,fval]=ga(@(x)myfit(x,alfa,Resultados0,linhaR ,AC1,P,preco),432,[],[],[],[],LB,UB,@(x)myconstr( x),INTCON,options) %######################################## % Recolha dos Resultados for j=1:144 if xop(j)==0 E_AC(j,1)=0; %W-consumo elétrico Modo_AC(j,1)=0; elseif xop(j)==1 E_AC(j,1)=48*2*(10^-3); %W-consumo electrico Modo_AC(j,1)=1; elseif xop(j)==2 E_AC(j,1)=161*2*(10^-3); %W-consumo electrico Modo_AC(j,1)=2; elseif xop(j)==3 E_AC(j,1)=290*2*(10^-3); %W-consumo electrico Modo_AC(j,1)=3; end end j=1; for i=289:432 E_luz(j)=(9355.59257*xop(i)^5 27030.48053*xop(i)^4 + 27482.47180*xop(i)^3 - p 11503.09720*xop(i)^2 + 2227.62706*xop(i))*(10^3); %KW j=j+1; end [Resultados1] = ACvelociadade(Resultados0,linhaR,AC1,Modo_AC); plot(1:1:144,Resultados0(:,9),1:1:144,Resultados1 (:,9)) toc precoMax=0.1; E_ACMax=0.290*2; E_luzMax=0.5321137; B1(1)=4; f(1)=0; for i=1:144 PPM(i)=Resultados1(i,9); B1(i+1,1)=((0.5/6)/4)*B1(i)+(P(i)*(10^-3)/6)E_AC(i)-E_luz(i); if B1(i+1,1)<=0; B1(i+1,1)=0; elseif B1(i+1,1)> (0.5/6) B1(i+1,1)=4; elseif B1(i+1,1)<=(0.5/6)/4 && B1(i+1,1)>0 B1(i+1)=1; elseif B1(i+1,1)<=(2*(0.5/6))/4 && B1(i+1,1)>(0.5/6)/4 B1(i+1)=2; elseif B1(i+1,1)<=(3*(0.5/6))/4 && B1(i+1,1)>(2*(0.5/6))/4 B1(i+1)=3; elseif B1(i+1,1)<=(0.5/6) && B1(i+1,1)>(3*(0.5/6))/4 B1(i+1,1)=4; end if x(j)==0 E_AC(j,1)=0; %W-consumo elétrico Modo_AC(j,1)=0; elseif x(j)==1 E_AC(j,1)=48*2*(10^-3); %W-consumo electrico Modo_AC(j,1)=1; elseif x(j)==2 E_AC(j,1)=161*2*(10^-3); %W-consumo electrico Modo_AC(j,1)=2; elseif x(j)==3 E_AC(j,1)=290*2*(10^-3); %W-consumo electrico Modo_AC(j,1)=3; end end load ('log.mat', 'log'); for i=1:size(log,2) if isequal(log(1:144,i),Modo_AC) for ii=1:144 PPM(ii,1)=log(ii+144,i); end jj=0; break else jj=1; end end if jj ==1 [Resultados1] = ACvelociadade(Resultados0,linhaR,AC1,Modo_AC); for ii=1:144 PPM(ii,1)=Resultados1(ii,9); end j=size(log,2); j=j+1; log (:,j)=[Modo_AC; PPM]; save('log.mat','log') if xop(i+144)==1 % só usa a da rede f(i+1) =f(i) + alfa(i)*((((E_luz(i)+E_AC(i)))*preco(i))/((E_ACMa x+E_luzMax)*precoMax))*100+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-xop(288+i))*100); else % usa energia da rede e da bateria if (((E_luz(i)+E_AC(i))((0.5/6)/4)*(B1(i)-B1(i+1)))*preco(i))<0 f(i+1) =f(i) + 0+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-xop(288+i))*100); else if B1(i,1)>B1(i+1,1) end % Função custo da Luz (W) j=1; for i=289:432 E_luz(j)=(9355.59257*x(i)^5 27030.48053*x(i)^4 + 27482.47180*x(i)^3 11503.09720*x(i)^2 + 2227.62706*x(i))*(10^-3); %KW j=j+1; end precoMax=0.1; E_ACMax=0.290*2; E_luzMax=0.5321137; f(i+1) =f(i) + alfa(i)*((((E_luz(i)+E_AC(i)-((0.5/6)/4)*(B1(i)B1(i+1)))*preco(i))/((E_luzMax+E_ACMax((0.5/6)/4)*(B1(i)-B1(i+1)))*precoMax)))*100+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-xop(288+i))*100); % Função de custo com pelos para conforto e consumo elétrico B(1)=4; else f(i+1) =f(i) + alfa(i)*(((E_AC(i)+E_luz(i))*preco(i))/(((E_luzMa x+E_ACMax)*precoMax)))*100+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-xop(288+i))*100); B(i+1)=((0.5/6)/4)*B(i)+(P(i)*(10^-3)/6)E_AC(i)-E_luz(i); end end end end function f = myfit(x,alfa,Resultados0,linhaR,AC1,P,preco) Modo_AC=zeros(1,1); f=0; for i=1:144 if B(i+1)<=0; B(i+1)=0; elseif B(i+1)> (0.5/6) B(i+1)=4; elseif B(i+1)<=(0.5/6)/4 && B(i+1)>0 B(i+1)=1; elseif B(i+1)<=(2*(0.5/6))/4 && B(i+1)>(0.5/6)/4 B(i+1)=2; elseif B(i+1)<=(3*(0.5/6))/4 && B(i+1)>(2*(0.5/6))/4 B(i+1)=3; elseif B(i+1)<=(0.5/6) && B(i+1)>(3*(0.5/6))/4 B(i+1)=4; end for j=1:144 q if x(i+144)==1 % só usa a da rede end f =f + alfa(i)*((((E_luz(i)+E_AC(i)))*preco(i))/((E_ACMa x+E_luzMax)*precoMax))*100+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-x(288+i))*100); else % usa energia da rede e da bateria if (((E_luz(i)+E_AC(i))((0.5/6)/4)*(B(i)-B(i+1)))*preco(i))<0 f =f + 0+(1-alfa(i))*(PPM(i)+(1.1x(288+i))*100); else if B(i)>B(i+1) f =f + alfa(i)*((((E_luz(i)+E_AC(i)((0.5/6)/4)*(B(i)B(i+1)))*preco(i))/((E_luzMax+E_ACMax((0.5/6)/4)*(B(i)-B(i+1)))*precoMax)))*100+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-x(288+i))*100); else f =f + alfa(i)*(((E_AC(i)+E_luz(i))*preco(i))/(((E_luzMa x+E_ACMax)*precoMax)))*100+(1alfa(i))*(PPM(i)+(1.1-x(288+i))*100); function [c,ceq] = myconstr(x) load('lux.mat') i=1; Lux_lampadas=zeros(1,144); for j=289:432 Lux_lampadas(i)=(1229.99163*x(j)^52976.47385*x(j)^4+2103.73931*x(j)^3244.7425*x(j)^2+9.02345*x(j)); i=i+1; end b=1; for i=1:144 c(i)=100-Lux_lampadas(i)-Lux(i,1); b=b+2; end % No nonlinear equality constraints: ceq = []; end end end end end r