Tecnologia e Inovação como estratégia de crescimento e descentralização econômica em regiões interioranas Juceline Durigam Ferreira Pessanha José Roberto dos Santos Resumo O artigo trata sobre a opção pela Tecnologia e Inovação como estratégia de crescimento e diversificação econômica, com potencial de transformação em regiões distantes da Macrometrópole Paulista, que concentra a atividade econômica no Estado de São Paulo, utilizando o caso real do município de Araçatuba e região. A economia de Araçatuba, anteriormente conhecida como “Terra do Boi Gordo”, representava, em 2000, 0,30% do PIB do Estado de São Paulo, percentual este que se reduziu para 0,28%, em 2010, com o crescimento em ritmo inferior ao estadual. Em um cenário de substituição da pecuária pela cultura da cana-de-açúcar, o crescimento de investimentos em logística e unidades fabris (associadas ao processamento de insumos agropecuários, como a indústria sucroalcooleira, de papel e celulose, nutrição animal e alimentícia), o município busca alternativas de desenvolvimento econômico que permitam a geração de produtos e serviços de alto valor agregado, com objetivo final de ampliar seu dinamismo econômico e relevância no estado e como pólo regional no Oeste Paulista. Neste contexto, o projeto de um Parque Tecnológico em Araçatuba se configura como uma solução viável, amparado pela presença de instituições de ensino e pesquisa atuantes e de empresários que utilizam a tecnologia como estratégia de diferenciação e consolidação em suas empresas. Atualmente, as oportunidades de spin off de tecnologia das universidades locais e regionais para o mercado se materializam na forma de iniciativas isoladas associadas à genética animal e à produção de softwares para segmentos específicos, como o sucroalcooleiro e de administração pública. Todavia, os levantamentos e diagnósticos iniciais elaborados indicam que as oportunidades de ampliação deste movimento são latentes e podem ser percebidas pelo elevado número de publicações científicas de Araçatuba e pelo crescente número de patentes geradas na localidade. Outro destaque são lacunas de atendimento de serviços tecnológicos, notadamente aqueles relacionados a ensaios de conformidade de produtos, com destaque para combustíveis. A consolidação do potencial de negócios relacionados a tecnologia e inovação pode configurar uma nova identidade para Araçatuba e região, fortalecendo e diversificando sua economia. Esse processo pode ser amparado por políticas públicas consistentes, das quais o Parque Tecnológico é uma manifestação concreta, com caráter agregador de parceiros e capacidade de reduzir barreiras ao desenvolvimento tecnológico local, como por exemplo, dificuldades de acesso a serviços de registro de patentes e licenças e de captação de recursos e financiamento setoriais para empresas. O planejamento atual do Parque Tecnológico de Araçatuba, enquanto projeto estruturante de influência regional, considera os diversos elementos aqui sintetizados e projeta objetivos futuros que se reflitam no crescimento da participação municipal no PIB do Estado, através da criação de um ambiente de inovação e negócios de tecnologia com apoio para sua instalação e sobrevida, utilizando a incubação, e na construção de um arranjo institucional inclusivo e sólido, com metas definidas em diferentes horizontes de tempo. A implantação e concretização de tal planejamento têm profundo caráter transformador em uma economia de reduzida escala e pode se configurar como uma estratégia alternativa e real ao crescimento da indústria sucroalcooleira e alimentícia, podendo contribuir para a agregação de valor em tais setores. Palavras chave: Parque Tecnológico, Araçatuba, diversificação econômica. Juceline D.F.Pessanha é Engenheira Mecânica e Gerente de Projetos da Geo Brasilis Consultoria, Planejamento, Meio Ambiente e Geoprocessamento Ltda. E-mail: [email protected] Tel.: 11 3035 1494 José Roberto dos Santos é graduado em Economia e Geografia e é Diretor da Geo Brasilis Consultoria, Planejamento, Meio Ambiente e Geoprocessamento Ltda. E-mail: [email protected] Tel.: 11 3034 1995 Technology and Innovation as strategies of growing and economic decentralization in countryside areas Juceline Durigam Ferreira Pessanha José Roberto dos Santos Abstract This article comments about the option for Technology and Innovation as strategies of growing and economic diversity, with potential transformation in distant regions from Metropolitan Area of São Paulo, which centralizes economic activities in São Paulo State, using for instance , Araçatuba City and its region. The economy from Araçatuba City, once known as “Fat Ox Land “, used to represent in 2000, 0,30% of the GNP from São Paulo State, percentage that was 0,28% in 2010, showing a decrease in growing in comparison to the State. In a scenery of substitution of cattle-raising for sugar-cane crops, the growing of investments in logistics and textile plants (associated to the development of items for cattle-raising and agriculture, for instance, juice and alcohol producer companies, paper and cellulose, animal nutrition and food companies), the city searches for alternatives related to economic development that could permit creation of services and products with significant added value, with final goal of development of economic matters and significance in the State as an important pole in the West area of São Paulo. In this context, the project of a Science Park in Araçatuba shows itself like a possible solution, supported by Teaching and Researching Institutions in area ,and besides, businessmen that have been using technology as an important tool in their companies. Nowadays, the opportunities of “ spin off” of technology in local or regional Universities for the market, they materialize in isolated enterprises related to animal genetics and production of software for particular segments, such as juices and alcohol companies and public administration. However, the studies and diagnosis related to Technology and Innovation may create a new identity for Araçatuba and region, strengthening and diversifying its economy. This process may be supported by serious public politics. Science Park is a good example of that with a characteristic of joining partners, being able to reduce barriers to local technological development, such as difficulties related to registration of patents and licenses or collect financial resources and leasing for several kinds of companies. The current planning of SciencePark in Araçatuba, as a significant and influent project in area, considers several points and ideas summarized in this article and projects future goals that show in the growing of the city related to the GNP from the state through creation of an environment of innovation and business related to technology, having support for setting up and carrying on, using incubation, as well as in building an including and serious institutional arrangement with well defined goals in different periods of time. The establishment of such planning has strong aspect of transformation in a low level economy and may show itself as an important alternative strategy for the growing of juice, alcohol and food companies and even more contributing for raising economic sources in those sectors. Key words: Science Park, Araçatuba, economic diversity Juceline D.F.Pessanha graduated in Mechanical Engineer and is Project Manager at Geo Brasilis Consultoria, Planejamento, Meio Ambiente e Geoprocessamento Ltda. E-mail: [email protected] Phone. +55 11 3035 1494 José Roberto dos Santos graduated in Economics and Geography and is CEO at Geo Brasilis Consultoria, Planejamento, Meio Ambiente e Geoprocessamento Ltda. E-mail: [email protected] Phone. +55 11 3034 1995 1. Introdução A evolução da dinâmica econômica para um modelo que valoriza o conhecimento com fonte de geração de valor agregado em produtos e serviços afeta regiões metropolitanas ou interioranas, com maior ênfase nestas últimas, que tendem a apresentar maiores barreiras ao desenvolvimento e à atração de novos negócios, em função de fatores como: Menor índice de investimentos públicos em infraestrutura; Menor oferta de mão de obra qualificada, principalmente nos níveis técnico, tecnológico e de alta especialização; e Maior distância de grandes mercados consumidores. No Estado de São Paulo, especialmente, o crescimento da atividade econômica e consequentemente de indicadores associados como o PIB – Produto Interno Bruto acontece de modo a privilegiar a Macrometrópole Paulista, composta pelas Regiões Metropolitanas de São Paulo, da Baixada Santista, de Campinas e do Vale do Paraíba e Litoral Norte, as aglomerações urbanas de Sorocaba, Jundiaí e Piracicaba, além das microrregiões de Bragantina e São Roque. Neste cenário, a região oeste do Estado apresenta ritmo inferior de crescimento à média estadual, o que se reflete diretamente no município de Araçatuba e em outras localidades do seu entorno. Este contexto define o Araçatuba e sua região como objeto desta análise, cujo objetivo é avaliar o potencial indutor de desenvolvimento e diversificação econômica que pode ter um Parque Tecnológico em um quadro marcado pela estagnação e baixo crescimento econômico e demográfico. De modo a se atingir tal objetivo, serão utilizadas análises de dados econômicos e demográficos, analises qualitativas de entrevistas e pesquisas (através de instrumento de pesquisa específico, elaborado para a captação de informações que subsidiem a criação do Parque Tecnológico de Araçatuba) realizadas com empresários e instituições de ensino superior da região e gestores públicos municipais responsáveis pela implantação do empreendimento, entre outras ferramentas metodológicas consideradas relevantes para o escopo definido. Serão apresentadas e contextualizadas as dimensões econômica, de ensino e pesquisa e o cenário atual de desenvolvimento de tecnologia e inovação em Araçatuba, com destaque para as barreiras encontradas, a partir das quais pretende-se justificar a opção pelo Parque Tecnológico enquanto política pública estruturante com forte potencial de eliminação de tais obstáculos. 2. Breve Contextualização sobre a Economia de Araçatuba O processo de modificação do perfil econômico do município de Araçatuba está associado ao declínio da atividade pecuária e sua substituição pela cultura da cana-de-açúcar e pela indústria sucroalcooleiras. A participação da atividade pecuária na composição do Produto Interno Bruto – PIB municipal iniciou na década de 1970, com um forte movimento de industrialização marcado pela instalação de grandes indústrias alimentícias, como Nestlé e Etti (atualmente de propriedade do grupo Bunge) no município, ampliando a ocupação industrial às margens da rodovia SP 300 – Marechal Rondon. Após este ciclo de industrialização, percebeu-se uma acomodação dos investimentos, que foram retomados ao longo da última década com a implantação de uma unidade fabril para produção de papel, instalação de estaleiro para construção de barcaças empurradores e de embarcações para navegarem na hidrovia Tietê-Paraná, a construção e um centro multimodal para logística de etanol (que explora as diferentes possibilidades de transporte de cargas existentes em Araçatuba, como a ferrovia concessionada para a América Latina Logística – ALL, a rodovia Marechal Rondon – SP 300, além da própria Hidrovia e correspondente terminal portuário, conjugando esta infraestrutura com serviços de armazenamento de combustível e dutovia de gás natural, concessionada para a empresa Gas Brasiliano) e da inauguração de uma unidade fabril produtora de suplementos alimentícios. Este movimento econômico implicou na alteração não apenas do perfil de ocupação do solo rural, com o arrendamento de propriedades para a cultura canavieira como apresentou a intensificação do grau de urbanização do município e da região, que é afetada pela mesma dinâmica e colabora com a migração população para Araçatuba, enquanto localidade polo. Todavia, o movimento demográfico de migração para Araçatuba foi comprometido pela estagnação econômica da localidade e pelo baixo crescimento do PIB municipal, em período recente. Entre os anos 2.000 e 2.012, segundo dados da Fundação Seade, a população Estado de São Paulo cresceu 13,43%, enquanto na Região de Governo de Araçatuba verificou-se aumento demográfico de 12,11%. No mesmo período, a população do município de Araçatuba cresceu 8,51%, que representa crescimento 36,6% inferior ao estadual. Quadro 1. Evolução da População de Araçatuba, da Região de Governo e Araçatuba e do Estado de São Paulo, entre 2.000 e 2.012. Localidade 2000 2003 2006 2009 2012 Estado de São 36.974.378 38.340.975 39.620.277 40.815.076 41.939.997 Paulo 493.524 509.885 525.030 539.907 553.285 Região de Governo de Araçatuba 169.087 173.289 177.016 180.316 183.480 Araçatuba Fonte: Fundação Seade. 2013. Variação no Período 13,43% 12,11% 8,51% A realização de análise similar para a evolução do Produto Interno Bruto – PIB mostra que, entre os anos 2.000 e 2.010, o PIB estadual cresceu 194,13%, o da Região de Governo evoluiu 196,8% enquanto o PIB do município de Araçatuba obteve aumento de 177,54%. Embora este resultado possa ser modificado em período posterior de análise, influenciado pela concretização dos investimentos anteriormente anunciados e apresentados, Araçatuba configura a necessidade de adoção de políticas econômicas de caráter local, com potencial para reverter o cenário de perda de participação na economia estadual, o que afeta sua dinâmica econômica como um todo e reduz sua atratividade para moradores e empresas. Quadro 2. Evolução do PIB de Araçatuba, da Região de Governo de Araçatuba e do Estado de São Paulo, em milhões de reais Localidade 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Estado de São Paulo 424.161,31 511.735,92 643.487,49 802.654,61 1.003.015,19 1.247.595,93 Variação no Período 194,13% Região de Governo de Araçatuba Araçatuba 3.262,69 4.228,05 5.119,95 6.289,82 7.264,90 9.683,55 196,80% 1.261,76 1.439,45 1.712,59 2.165,52 2.721,73 3.501,84 177,54% Fonte: Fundação Seade. 2013. Cabe ressaltar que, ao mesmo tempo em que sua economia cresce em ritmo inferior ao estadual e regional, com seu PIB correspondendo a aproximadamente 0,28% do valor do Estado de São Paulo, Araçatuba sofre alteração do perfil das atividades econômicas preponderantes, com forte crescimento do setor de serviços. Tal comportamento é influenciado pelo já surgimento de empresas de logística de cargas e terminais multimodais no município, bem como pelo fortalecimento de um polo criador de software e da prestação de serviços de apoio à indústria do açúcar e do álcool. O crescimento do valor adicionado do setor de serviços (175,63%) é o segundo maior do município entre os anos 2.000 a 2.010, ficando atrás da Agropecuária (336,28%), segundo dados da Fundação Seade. No mesmo período, a indústria apresentou evolução de 160,96%, tendo sido o setor econômico de menor crescimento. Quadro 3. Evolução da distribuição do valor adicionado por setores econômicos em Araçatuba, entre 2.000 e 20.10. 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Variação no Período Serviços 879,52 1.033,01 1.225,12 1.588,28 1.939,51 2.424,18 175,63% Agropecuária 19,13 42,67 41,25 47,14 41,2 83,46 336,28% Indústria 248,77 222,31 276,38 310,3 464,46 649,2 160,96% Fonte: Fundação Seade. 2013. O crescimento do subsetor industrial sucroalcooleiro, bastante relevante nos últimos vinte anos para a economia de Araçatuba e região, não foi suficiente para manter a participação do setor no valor adicionado, em virtude de sua vulnerabilidade ao preço definido em mercados internacionais de commodities. Ao mesmo tempo, os inúmeros investimentos ocorridos nos últimos anos na construção de novas usinas e na ampliação da capacidade das já existentes, com a expansão das fronteiras da cana de açúcar até os limites do estado de Mato Grosso do Sul, têm aumentado a dependência regional do negócio do açúcar e álcool e permitindo a criação de uma cadeia produtiva onde, ao contrário de outros polos como Piracicaba, a tecnologia não é adotada como diferencial estratégico e de agregação de valor. Este subsetor ainda colabora (através da produção do açúcar) para que o alimentício ainda se configure como o principal subsetor industrial de Araçatuba, representado por grandes corporações voltadas à transformação de insumos agropecuários (cana de açúcar, tomate, leite, milho, soja, entre outros). Assim, pode-se afirmar que economia de Araçatuba concentra sua atividade industrial em poucos setores específicos (alimentício e de combustíveis, com 56% e 26% da participação no valor adicionado, respectivamente), apresentando forte fragmentação na participação da composição do valor adicionado por parte de outros subsetores, como o de móveis. Figura 1. Distribuição dos subsetores industriais em Araçatuba quanto à sua participação no valor adicionado, no ano de 2.010. Fonte: Fundação Seade. 2013. Cabe ressaltar que projetos relevantes em nível regional, como a implantação de um estaleiro para construção de barcaças e empurradores fluviais para transporte de álcool até Anhembi (SP), colaboram com o incremento da importância da indústria na composição da riqueza local, ao mesmo tempo em que estimulam a multimodalidade, vocação reconhecida e pouco explorada até recentemente, em Araçatuba. Investimentos desse tipo podem influenciar também a importância relativa de subsetores industriais, ampliando participação do grupo Material de Transportes (2% em 2010, de acordo com a Fundação Seade). Se a utilização do desenvolvimento de tecnologias e inovação não é utilizado estrategicamente como diferencial tecnológico pelo setor sucroalcooleiro, outras vocações outrora exploradas, como a criação de gado de corte, foram alteradas pela introdução de tecnologias relevantes em seus processos como no caso da genética animal e suas aplicações, que vão da certificação da origem das matrizes de gado à reprodução assistida e comercialização de matrizes genéticas. Regionalmente, Araçatuba se situa em uma porção do Estado de São Paulo marcada pela presença da indústria sucroalcooleira, pelo crescimento acelerado de Três Lagoas (MS) e pela estagnação do forte desenvolvimento industrial ocorrido em Birigui nas últimas décadas na cadeia produtiva do calçado infantil. 3. O Ensino Superior e Pesquisa em Araçatuba Araçatuba é o grande pólo universitário da região noroeste do estado e parte significativa do corpo discente de ensino superior migra diariamente de outros municípios menores com destino ao município, tanto para estudos de graduação quanto de pós-graduação. O município conta com duas universidades: UNESP – Universidade Estadual Paulista: com cursos de graduação e pós-graduação em Odontologia e Veterinária; e UNIP – Universidade Paulista: com cursos de Engenharia Civil, Ciência da Computação, Sistemas de Informação, além de outros cursos de licenciatura e bacharelado, inclusive na área de saúde. Os dois Centros Universitários privados (UniToledo e UniSalesiano) oferecem cursos de licenciatura e bacharelado em área de gestão e comunicação, além dos seguintes cursos de cunho tecnológico: Tecnologia em Sistemas de Informação (UniToledo); Tecnologia em Design de Modas (UniToledo); Tecnologia em Design de Interiores (UniToledo); Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas (UniSalesiano); Engenharia Mecatrônica (UniSalesiano); Engenharia da Computação e Tecnologia em Jogos Digitais (UniSalesiano); e Engenharia de Telecomunicações (UniSalesiano); Engenharia Elétrica (UniToledo); Engenharia de Energia (UniSalesiano); Engenharia de Biocombustíveis (UniSalesiano); Engenharia Civil (UniToledo). Outras instituições de ensino superior oferecem os seguintes cursos de cunho tecnológico: Ciência da Computação (Faculdades COC); Bioenergia Sucroalcooleira (FATEC); e Informática (FATEC). 3.1. Capital Humano e Produção Científica Os principais centros universitários privados de Araçatuba desenvolvem limitados programas de pós graduação em áreas de tecnologia, dispondo de 6 doutores e 23 mestres como docentes em seus quadros. Sua produção acadêmica de tais instituições é concentrada em artigos de iniciação científica, com reduzido número de publicações nos cursos de pós-graduação, que concentram suas atividades tecnológicas em pesquisas relacionadas a automação residencial, e biotecnologia vegetal. Este perfil é coerente com as dificuldades existentes para a captação de recursos para pesquisas e investimentos em novos equipamentos e laboratórios. Assim, as instituições buscam convênios e parcerias com institutos de ciência e tecnologia mantidos pelo Governo do Estado de São Paulo e por universidades públicas como alternativas para sua inserção em projetos de interesse e para preparar o corpo discente para o ingresso em programas de pósgraduação públicos. Cabe destacar que em Araçatuba é promovido anualmente desde 2001, o ENPEX – Encontro de Ensino Pesquisa e Extensão, evento de alcance nacional que promove a divulgação de trabalhos de iniciação científica. O evento é organizado por instituições de ensino superior particulares e tem alcance nacional, tendo apresentado contínuo aumento no número de trabalhos inscritos e participantes. Destacados os esforços das instituições particulares, cabe ressaltar a predominância a produção científica e acadêmica da universidade pública presente em Araçatuba. A maior instituição de pós-graduação e pesquisa do município é a UNESP, que atua nas áreas de Odontologia e Ciências Veterinárias. O programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UNESP de Araçatuba oferece oportunidades nas áreas de: Áreas de Concentração em Fisiopatologia Médica e Cirúrgica (Mestrado e Doutorado), Medicina Veterinária Preventiva e Produção Animal (Mestrado) e Medicina Veterinária Preventiva (Doutorado). Todas as áreas apresentam programas e linhas de pesquisas definidos, com grande produção científica e maiores números de spin offs, relacionados predominantemente à genética e nutrição animal, ambos associados à Ciência Fisiológica. Na área de Odontologia, algumas das principais linhas de pesquisa são relacionadas ao desenvolvimento de técnicas e tratamentos clínico-cirúrgicos, aplicação de fármacos e materiais odontológicos. Os programas de pós graduação da FOA são os únicos a realizar depósito de patente em Araçatuba. O programa de pós-graduação de Odontopediatria da UNESP tem atuação nas seguintes áreas: Crescimento e Desenvolvimento Somático e Psicológico da Criança, Prevenção da Cárie Dentária e Reação Pulpar a Materiais Restauradores, Tratamentos Endodônticos e Traumatismo Dentário. Os programas de pós graduação da FOA são os únicos a realizar depósito de patente em Araçatuba. Com foco na cooperação na formação de um ambiente de inovação e desenvolvimento da ciência que extrapole a universidade, a UNESP , através da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, tem promovido anualmente, desde 2011, a Feira de Ciência e Tecnologia, que tem como público alvo alunos do ensino fundamental do município e região. 3.2. O Estímulo à Produção Científica em Araçatuba Em 2012, Araçatuba apresentou significa produção científica, incluindo publicações de artigos, pesquisas, participações em livros entre outros. Um breve resumo por macroáreas de conhecimento mostra: Ciências Biológicas – 699 publicações; Ciências Exatas – 32 publicações; Outros – 78 publicações. Ao todo, 104 bolsas de pós-graduação foram concedidas pela Capes – Coodenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, em 2012, a pós-graduandos estabelecidos em entidades de ensino de Araçatuba. Como comparação, em 2005, foram 37 bolsas, configurando aumento de 181%. Dessas 104 bolsas, 49 são de doutorado, outras 53 de mestrado e as 2 restantes de pós-doutorado. Avaliando a distribuição dessas bolsas por área de estudo, tem-se que a grande maioria, mais de 63,4%, está dedicada às ciências de saúde, correspondendo a bolsas de pesquisa na UNESP, curso de Odontologia. As bolsas de ciências agrárias, concentradas na UNESP – Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba, correspondem a 25% do total. A FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo concedeu, para estudantes de Araçatuba, 811 auxílios em diferentes modalidades, entre 2008 e junho de 2010. São bolsas para doutorado, pesquisa científica, iniciação científica, publicações e participação em eventos, no Brasil e no exterior, distribuídas, em sua grande maioria, para as áreas de ciências de saúde e agrárias. Ainda segundo o Capes, a quase totalidade dos docentes em nível superior, alocados em áreas com potencial tecnológico, no município, são doutores. Quanto à avaliação dos programas de pós-graduação disponíveis, segundo critérios do Capes, 10 programas apresentam conceito quatro e outro conceito cinco. 4. A Inovação Tecnológica em Araçatuba na Atualidade Atualmente, o processo de inovação tecnológica em Araçatuba se dá de maneira isolada na maior parte dos casos, através de iniciativas particulares (empresas, geralmente) ou de pesquisa acadêmica concentrada na Universidade Pública (UNESP), conforme apresentado anteriormente. As empresas realizam investimentos em pesquisa e desenvolvimento majoritariamente às suas próprias expensas, desconhecendo linhas de crédito e financiamento que podem ser utilizadas de modo a colaborar na viabilização de desenvolvimento de novas tecnologias. Entre as empresas entrevistadas no município, ao longo do primeiro semestre de 2013, das que realizam pesquisas com foco em desenvolvimento de novos produtos e aplicações tecnológicos e absorção de novas tecnologias, menos de 40% conhecem linhas de crédito com disponibilidade de recursos que possam ser captados. Menos de 10% utilizam tais recursos de maneira regular, desenvolvendo programas sistêmicos de pesquisa e desenvolvimento. Quanto às suas demandas de produtos e serviços tecnológicos, grande parte dos empresários (67% dos entrevistados) manifestou a necessidade de ampliação de disponibilidade de trabalhadores qualificados, fornecedores de produtos e serviços tecnológicos, sendo que estes últimos são comumente trazidos da Região Metropolitana de São Paulo, do Rio de Janeiro, de São José do Rio Preto ou Ribeirão Preto. O município não dispõe e laboratórios acreditados ou certificados para a realização de ensaios de conformidade e serviços de calibração e aferição são escassos. O diálogo entre as instituições de ensino e pesquisa com as empresas é incipiente, ocorrendo com pouca formalização e baseado em conceitos bastante consolidados como a utilização de parcerias para a oferta de vagas de bolsas para estagiários. Menos de 20% das empresas realizam projetos conjuntos com as instituições de ensino e pesquisa, sejam eles relacionados à customização de cursos, que aproximem a formação dos alunos de nível superior da necessidade existente ou ao desenvolvimento de projetos de pesquisa em parceria. E, por fim, a atuação do poder público local enquanto elemento de amálgama e convivência dos diferentes atores carece da estruturação necessária ao fortalecimento e institucionalização de suas ações, o que é observado pela realização de apenas duas reuniões do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Araçatuba ao longo de dois anos, pela ausência de políticas de estímulo à pesquisa, inovação e tecnologia nas empresas e na articulação junto aos atores de promoção do desenvolvimento de tecnologia e inovação. Considerando as oportunidades relacionadas a novos negócios tecnológicos e startups, uma análise dos processos de apoio aos empreendedores indica a predominância de a utilização de ferramentas tradicionais, que apresentadas a seguir a partir do órgão responsável pela sua aplicação: SEBRAE, através de seus programas de organização de negócios; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Relações do Trabalho, que disponibiliza incubadora com vagas para empresas e economia tradicional e de base tecnológica, contando atualmente com quatro empresas incubadas; e Aceleradora de empresas: criada com Apoio do CIESP – Regional Araçatuba e da UNIP – Universidade Paulista Campus Araçatuba, a aceleradora atraiu empresas start ups através de edital específico selecionando projetos de inovação e tecnologia. O processo, concebido para durar quatro meses, envolverá palestras com professores a universidade, apoio na estruturação da ideia de negócio, séries de workshops e eventos de capacitação para os empreendedores, incluindo apresentação dos empreendimentos a potenciais investidores. Foram selecionadas duas startups, ambas com projetos na área de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC. No que tange aos processos de propriedade industrial, observa-se reduzido número de patentes depositadas por empresas do município e por empreendedores individuais. Segundo empresas que atuam no ramo na Região de Governo de Araçatuba, no município 70% das patentes depositadas são de posse de pessoas comuns, que tiveram uma ideia, produziram protótipos e efetuaram os processos de registro de propriedade industrial, dispondo de escassas oportunidades de transformação da invenção em negócio rentável e gerador de tecnologia. Mais de 60% dos entrevistados, sejam do setor acadêmico ou empresarial, percebem como barreiras existentes ao desenvolvimento de tecnologia e inovação pelo menos três entre os seguintes fatores: A ausência de espaços de relacionamento entre universidade e empresas; A dificuldade na atração de recursos para pesquisa e desenvolvimento; Dificuldades regulatórias, financeiras e culturais para proteção da propriedade intelectual; A carência de profissionais para pesquisa e desenvolvimento; e Ausência de prestadores de serviços tecnológicos, notadamente os relacionados à prototipagem, ensaios de conformidade e outros ensaios. 5. Sinergias entre o Parque Tecnológico de Araçatuba e a Economia Local Considerando o atual contexto econômico e de ensino e tecnologia em Araçatuba e região, o Parque Tecnológico pode colaborar com a redução das principais barreiras ao desenvolvimento de ciência, tecnologia e inovação identificadas, inicialmente através da aproximação entre empresas, universidade e empreendedores, com foco na geração de novos negócios de maior valor, que possam atender demandas locais ou regionais existentes e potenciais. Isso se dá pela influência na proximidade física dos atores na composição de um ambiente de inovação, o que atualmente não acontece de maneira natural em Araçatuba, onde carecem incentivos institucionalizados, espaços de interação e diálogo no que se refere à inovação, tecnologia e pesquisa aplicada. Uma análise preliminar das possíveis sinergias entre vocações econômicas implantadas e não desenvolvidas no município e áreas de conhecimento a serem trabalhadas no Parque Tecnológico de Araçatuba dentro de suas diretrizes de Ciências, Tecnologia e Inovação, revelou descompasso entre as pesquisas realizadas e áreas de conhecimento desenvolvidas pela academia, no que se refere aos setores sucroalcooleiro e de tecnologia da informação e comunicação. A posterior expansão de tal análise permitirá a avaliação de outros setores de interesse, como: Indústria Alimentícia; Indústria Moveleira; Genética Animal; Logística. 5.1.Estruturação do Processo de Avaliação de Sinergias A avaliação se dará através da construção de quadros onde serão analisados: Presença de cursos de nível superior, tecnológico e técnico relacionados ao subsetor; Existência de pesquisas acadêmicas relacionadas ao setor, quais sejam as realizadas por instituições de ensino superior ou por Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT) presentes em Araçatuba e Região; Existência de empresas de atuação no setor; Iniciativas de apoio a empreendedores no setor; Potencialidades que podem ser desenvolvidas no Parque em função de demandas setoriais e Diferenciais estratégicos que podem favorecer ou comprometer o crescimento do setor e a formação de cadeias produtivas. 5.2.Análise de Sinergias relacionadas à Indústria Sucroalcooleira A operação da indústria de transformação da cana em açúcar e álcool é amparada, em Araçatuba, pela presença da Fatec , com o curso de Biocombustíveis e com o Centro Universitário Salesiano (UniSalesiano), que oferece graduação em Engenharia de Energia e Engenharia de Biocombustíveis. Além de tais cursos, a UDOP – União dos Produtores de Bioenergia, oferece cursos de pósgraduação em gestão (Gestão Agroindustrial, • Gestão Ambiental, Gestão da Produção Agrícola, Gestão da Produção Industrial; Gestão da Produção com Ênfase em Sustentabilidade e Gestão Estratégica da Comercialização e Finanças, todos voltados ao Setor da Bioenergia). Quanto às pesquisas realizadas pelo setor, são pouco significativas e promovidas pelas próprias empresas, com escasso apoio e acompanhamento das instituições de ensino e pesquisa da região. O financiamento de tais iniciativas com recursos públicos não foi observado. Ao mesmo tempo, em função de políticas institucionais que valorizam segredos industriais, as usinas não têm a cultura de realizar depósitos de patentes ou de desenhos de modo a registrar melhorias de processos e inovações nos produtos. Pesquisas relevantes no setor, como a produção do álcool a partir da celulose, amparadas por grandes universidades e recursos públicos, são conhecidas, mas pouco apropriadas, em Araçatuba .e seu entorno. Todavia, os empresários se mostram fortemente favoráveis à adoção de tecnologias que impliquem em redução de custos produtivos e que estejam consolidadas, como é o caso da geração de bioenergia, também conhecido como cogeração, bastante difundido entre as usinas da região. Quanto às empresas, merecem destaque a subsidiária da Raízen (presente em Bento de Abreu), a Aralco, Equipav, Destivale e Alcooazul. O número de usinas na região subiu de 13, em 2005, para 20, em 2010 e outros empreendimentos estão previstos. No que se refere a iniciativas de apoio aos empreendedores, a Prefeitura Municipal de Araçatuba, bem como de outras localidades da região, não dispõem de planos de apoio ou auxílio e o envolvimento dos empresários na definição de políticas públicas para inovação e tecnologia se dá através da participação de entidades setoriais no conselho municipal existente. Entre as potencialidades a serem desenvolvidas, observa-se escassez de oferta de ensaios de conformidade de combustíveis, desenvolvimento de pesquisas em parceria com as instituições de ensino superior e a retomada do diálogo com empresários do setor instalados em outras regiões, em espaços como feiras de negócios que propiciem oportunidades para a discussão da influência da tecnologia no setor. Os diferenciais estratégicos associados a este subsetor econômico são: Oportunidades relacionadas à Política Estadual de Mudanças Climáticas, que pode envolver adoção de novas sistemáticas na cultura e colheita da cana de açúcar; Desenvolvimento de aproveitamentos economicamente viáveis para partes não utilizadas da cana e redução de emissões de efeito-estufa no setor, além do desenvolvimento de outras matérias primas para a produção de álcool; Aproveitamento da diversidade de modais de transporte para o escoamento da produção; Maior aproveitamento dos equipamentos e laboratórios disponibilizados pela Fatec no município; Forte institucionalização setorial, com capacidade de agregação dos empresários. 5.3.Análise de Sinergias relacionadas à Tecnologia da Informação e Comunicação A presença de empresas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação tem crescido nos últimos cinco anos em Araçatuba, impulsionada por dois fatores: Crescimento do mercado de prestação de serviços de criação e customização de softwares para as usinas sucroalcooleiras; e Migração de empresas já constituídas em outras localidades, beneficiadas pela oferta de redes de fibra ótica de alta capacidade na região. A formação de mão de obra é suportada por um curso de tecnologia oferecido pela FATEC (Análise e Desenvolvimento de Sistemas) e pelo curso de Engenharia da Computação, disponibilizado pela UniSalesiano. Cabe ressaltar que esta instituição de ensino foi a única a realizar convênios para customização da formação de mão de obra e processos de estágio associados a cursos oferecidos em parcerias com as empresas. No que se refere à presença de empresas do setor, Araçatuba e região contam com mais de vinte empresas atuantes na área de Tecnologia de Informação e Comunicação, em sua maioria empresas desenvolvedoras de softwares e aplicativos para smartphones, de pequeno e médio porte, mas que inclui também empresas que ofertam serviços de infraestrutura em telecomunicações. Quanto às pesquisas realizadas pelo setor, são, a exemplo da indústria sucroalcooleira, promovidas pelas próprias empresas, com recursos particulares em sua maioria. Tais pesquisas se relacionam a: Absorção de novas linguagens de programação, notadamente recursos compatíveis com web; Desenvolvimento de aplicativos para smartphones; Cloud computing; e Melhoria de produtos já existentes. Tais pesquisas são efetuadas por profissionais das empresas, eventualmente detentoras de departamentos específicos para inovação e desenvolvimento e dispõe de apoio eventual de instituições de ensino superior da região. A natureza dinâmica e competitiva deste mercado incute nos empresários a forte consciência da necessidade de inovação contínua, como ferramenta estratégica de sobrevivência, manutenção e conquista de mercados. A propriedade intelectual não é protegida, embora haja o sistemático registro e proteção de marcas comerciais dos produtos. No que se refere a iniciativas de apoio aos empreendedores, a Prefeitura Municipal de Araçatuba, bem como de outras localidades da região, não dispõem de planos de apoio ou auxílio para o setor, que é contribuinte de ISS – Imposto sobre Serviços. O envolvimento dos empresários na definição de políticas públicas para inovação e tecnologia não acontece, embora a sua associação setorial seja reconhecida como um dos atores na promoção do desenvolvimento tecnológico em Araçatuba. Entre as potencialidades a serem desenvolvidas, estão pesquisas conjuntas entre empresas e instituições de ensino, a ampliação da oferta da formação de mão de obra, principalmente de nível superior, mas também da pós-graduada, o que hoje esbarra na escassez de programas de pós-graduação e linhas de pesquisa relacionadas. Os diferenciais estratégicos associados a este subsetor econômico são: Ampliação da utilização de internet rápida, com tecnologias 4G e posteriores, que abre espaço para o uso cada vez mais intensivo de aplicativos de telefonia celular, seja relacionada à comunicação e redes sociais, jogos ou utilitários; O armazenamento remoto de arquivos é tendência mundial, a ser consolidada por protocolos de segurança (acesso e backup) de arquivos na nuvem; Ampliação da produtividade de processos comerciais e administrativos de diversos setores econômicos, com uso de softwares específicos; e A disseminação, no Brasil de políticas de disseminação de informações e sua disponibilização via web, exemplificada pela política de Acesso à Informação (Lei Federal No 12.527, de 18 de novembro de 2.011), que abre espaço para o desenvolvimento de ferramentas de busca e divulgação de dados públicos; O crescimento da conectividade global, com o uso de redes sociais e de relacionamento e forte fluxo mundial de informações e notícias. A análise das potencialidades associadas à Tecnologia da Informação e indústria sucroalcooleira indica que há espaço para o desenvolvimento de ambos os setores, na criação de produtos que atendam não apenas a região de governo como o Estado de São Paulo e o país. Os estímulos necessários se relacionam com atividades intrínsecas a um Parque Tecnológico, tanto na aproximação de universidade e setor produtivo quanto na facilitação do acesso dos interessados a recursos financeiros e de infraestrutura para ciência, tecnologia e inovação, como oportunidades de agregação de valor aos produtos e estratégia competitiva. Igualmente, são relevantes as demandas existentes quanto à formação de mão de obra, para a ampliação de oferta de cursos e população atendida e sua adequação às necessidades das empresas estabelecidas em Araçatuba e região. 6. Conclusão Considerando: O cenário econômico e de ensino e pesquisa apresentado; As sinergias existentes para os setores analisados; e O posicionamento do Parque Tecnológico enquanto empreendimento agregador de empresas, universidades e centros de pesquisa, entidades setoriais e poder público, com vocações específicas e planejamento a elas orientado. Pode-se afirmar que o Parque Tecnológico, enquanto política a consolidação do potencial de negócios relacionados à tecnologia e inovação pode transformar o perfil econômico municipal, proporcionando aos atores envolvidos na geração de ciência, tecnologia e inovação de espaço de articulação de oportunidades que fortaleçam vocações econômicas já instaladas ou estimulem o desenvolvimento de novas vocações. O planejamento do Parque Tecnológico de Araçatuba, com foco em construir um empreendimento de sucesso e adequado às necessidades de Araçatuba e sua região, deve implicar a análise dos principais subsetores econômicos (além dos avaliados por ocasião deste trabalho), por um lado, e por outro a avaliação das oportunidades decorrentes de pesquisas científicas em andamento, cujo aproveitamento na produção de riquezas possa ser decorrente de seu desenrolar e atualmente não se relaciona, na maioria dos casos, com a atividade econômica local e regional. Esse processo pode ser amparado por políticas públicas consistentes, das quais o Parque Tecnológico é uma manifestação concreta, com caráter agregador de parceiros e capacidade de reduzir barreiras ao desenvolvimento tecnológico local, como por exemplo, dificuldades de acesso a serviços de registro de patentes e licenças e de captação de recursos e financiamento setoriais para empresas, além de colaborar através da criação de ambiência de inovação e incentivos econômicos para as empresas envolvidas nesse processo. Bibliografia 1. ALMEIDA, M. L. P. A Apropriação do conhecimento Público pelo Setor Privado na Relação Universidade-Empresa: um estudo a partir do caso da UNICAMP, 2001. Tese (Doutorado) - Depto. De História e Filosofia da Educação da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas, Campinas. 2. ZOUAIN, D. M. Parques Tecnológicos Propondo um Modelo Conceitual para Regiões Urbanas O Parque Tecnológico de São Paulo, 2003. Tese (Doutorado) – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo. 3. TERRA, B. A Transferência de Tecnologia em Universidades Empreendedoras – Um Caminho para a Inovação Tecnológica. Rio de Janeiro, Ed. Qualitymark, 2001. 4. TATSCH, Ana Lúcia. Conhecimento, Aprendizagem, Inovação e Proximidade Espacial: o caso do arranjo de máquinas e implementos agrícolas no Rio Grande do Sul. RBI-Revista Brasileira de Inovação, v. 7, n. 1, p. 63-100, 2009. 5. GeoCapes. www.geocapes.gov.br. Acessado em 29 de maio de 2013.