Simulado de Gramática 1. (Unifesp 2014) Mantida a norma-padrão da língua portuguesa, a frase que preenche corretamente o segundo balão é: a) Todos os dragões o tem. b) Todos os dragões têm isso. c) Os dragões todos lhe tem. d) Sempre se encontra dragões com isso. e) Sofre disso todos os dragões. 2. (G1 - utfpr 2013) Em qual alternativa todas as palavras em negrito devem ser acentuadas graficamente? a) Atraves de uma lei municipal, varias pessoas recebem ingressos gratis para o cinema. b) É dificil correr atras do prejuizo sozinho. c) Aqui, em Foz do Iguaçu, a dengue esta sendo um grande problema de saude publica. d) O bisneto riscou os papeizinhos com o lapis. e) O padrão economico do juiz é elevado. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Sinal dos tempos Na semana passada, os jornais do mundo inteiro noticiaram, com alarde, o lançamento de um novo aparelho celular, desses que fazem de tudo e mais um pouco. Nas redes sociais, o assunto “bombou”, como se fosse um grande acontecimento. Os consumidores deslumbrados e os aficionados por tecnologia ficaram, é claro, ansiosos para comprar o brinquedinho – alçado (até que surja um modelo mais incrementado) a condição de preciosidade do ano. Uma frase no Twitter, entretanto, chamou-me a atenção no meio de toda essa euforia. Dizia mais ou menos o seguinte: “quando as manchetes do mundo são o lançamento de um celular, algo está errado com o mundo”. Concordo e assino embaixo. Não por ser contra o avanço tecnológico, muito pelo contrário. O que me incomoda é, sim, a submissão neurótica das pessoas a essas novidades e a tudo o que recebe o rótulo de “último lançamento”. Não deixa de ser patético, por outro lado, o descompasso entre os lançamentos tecnológicos e os serviços prestados à sociedade para o uso dessas novidades, como ocorre no Brasil. Em matéria de telefonia e acesso à internet, por exemplo, sabemos que os preços daqui são de Primeiro Mundo, enquanto os serviços são de quinta categoria. Os aparelhos estão cada vez mais sofisticados e acessíveis, o consumo atinge mais e mais pessoas de diferentes extratos sociais, mas o serviço está cada vez pior e com preços cada vez mais abusivos. Histórias de pessoas que ficam dias sem acesso à internet, por falta de assistência das operadoras, multiplicam-se. Sinais que despencam durante ligações telefônicas tornaram-se recorrentes. Agora mesmo, escrevo sem internet em casa, por causa do descaso da operadora. Isso ocorreu duas vezes em menos de um mês. Na primeira, foram três dias sem sinal e sem assistência técnica. Na segunda, o jeito foi cancelar a linha e contratar o serviço de outra empresa. Enquanto não instalam a nova linha, a internet do celular tem quebrado o galho, apesar de o sinal cair a toda hora. Um outro descompasso – este de ordem social – concerne as pessoas que não têm acesso às novas tecnologias e são obrigadas a usá-las a todo custo. É o caso de dona Geralda, que nasceu na roça e veio para a cidade trabalhar como faxineira. Hoje aposentada, vive com a irmã num bairro pobre e distante. Quando soube, no mês passado, que tinha direito a um www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 1 de 8 Simulado de Gramática benefício, a ser solicitado num órgão público, ela pegou dois ônibus e foi até lá. Depois de enfrentar a fila das prioridades, foi finalmente recebida pelo atendente que, em tom burocrático e ar displicente, lhe disse: “A senhora pode estar preenchendo o formulário na internet”. Confusa, dona Geralda disse que não tinha computador e nem sabia direito o que é internet. O rapaz insistiu: “É só pedir alguém para estar preenchendo para a senhora”. “Mas quem? Só tenho a minha irmã, que não mexe com essas coisas”, ela retrucou. “Então a senhora vai a um cybercafé, que lá eles fazem tudo. Tem um logo ali, na esquina.” – foi a resposta. E ela: “Sambacafé? O que é isso?”. O moço, então, despachou-a com impaciência, repetindo que o formulário tinha que ser preenchido pela internet e ponto final. A ele cabia a tarefa de fazer o cadastro, mas preferiu fazer andar a fila. Sim, algo está errado com o mundo. MACIEL, Maria Esther. Estado de Minas. Belo Horizonte, 18 set. 2012. Caderno Cultura. Disponível em: <http://impresso.em.com.br/>. Acesso em: 18.set.2012. 3. (G1 - cftmg 2013) No terceiro parágrafo, o uso das aspas em “último lançamento” tem o objetivo de a) indicar a inadequação da expressão para o novo aparelho. b) demarcar a adjetivação dada pelas mídias ao novo celular. c) realçar a crítica em relação à constante criação de necessidades de consumo. d) contrastar a modernidade do aparelho de telefonia móvel com a realidade brasileira. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: As variedades linguísticas brasileiras são diversas à medida da extensão territorial do País. Considere o texto seguinte, que apresenta uma dessas variedades. — Vancê já sabe, nha Lainha, que eu ‘tou na mente de lhe pedir; alguém já lhe havéra de ter contado. Ela avermelhou toda: — É: eu sube mesmo. — Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer, si d’aqui por diante eu fico no direito de falar p’r’o seu véio no negócio, e também si já não é tempo de ir comprando a roupinha, a louça, a trastaria dûa casa. — Isso ‘ta no seu querer. — Mas vancê casa antão comigo de tuda a sua vontade, não tem nem um no pensamento? — Não tenho, nho Vicente. Eu não incubro a ideia de casar c’o Réimundo, e ele também queria casar comigo. Agora, dêsque ele faltou c’a promessa, eu não tenho prisão por ninguém. (Silveira , Valdomiro. Constância. In: Os caboclos: conto. Rio de Janeiro; Brasília: Civilização Brasileira; INL, 1975. Adaptado.) 4. (G1 - ifsp 2013) Como pudemos notar, há, no texto, a tentativa de representação da língua cabocla. Assinale a alternativa em que estão apresentadas três palavras típicas dessa variedade linguística, seguidas de sua grafia correta, conforme a norma culta, nos parênteses. a) vancê (cê), si (si), dêsque (desde que). b) véio (velho), dûa (de uma), c’o (com o). c) nha (mocinha), louça (loiça), nem um (nem um). d) ‘tou (esto), antão (então), ninguém (ninguém). e) sube (subi), trastaria (trasteria), incubro (incubro). 5. (G1 - ifsc 2012) Quanto à ortografia e à acentuação, assinale a alternativa CORRETA. a) Após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentão-se e fazem silencio para houvir o diretor. b) Mesmo que sofresse-mos uma repreenção por queixa de algum professor mais cioso de suas obrigações, a oférta parecia-nos irrecusável. c) Marta nunca deicha o filho sózinho na cosinha, temerosa de que ele venha a puchar uma panela sobre sí. d) À excessão de meu primo, que se mostrava um tanto pretencioso, todos os garotos eram bastante humildes. e) A perícia analisaria a flecha, em busca de vestígios que pudessem fornecer indícios sobre sua trajetória. www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 2 de 8 Simulado de Gramática TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No século XV, viu-se a Europa invadida por uma raça de homens que, vindos ninguém sabe de onde, se espalharam em bandos por todo o seu território. Gente inquieta e andarilha, deles afirmou Paul de Saint-Victor que era mais fácil predizer o 1........ das nuvens ou dos gafanhotos do que seguir as pegadas da sua invasão. Uns risonhos despreocupados: passavam a vida esquecidos do passado e descuidados do futuro. Cada novo dia era uma nova aventura em busca do escasso alimento para os manter naquela jornada. Trajo? No mais completo 2........4: 3........ sujos e 7puídos cobriam-lhes os corpos queimados do sol. Nômades, aventureiros, despreocupados – eram os boêmios. Assim nasceu a semântica da palavra 13boêmio. O nome gentílico de 9Boêmia passou a aplicar-se ao 8indivíduo despreocupado, de existência irregular, relaxado no vestuário, vivendo ao 11deusdará, à toa, na vagabundagem alegre. 12Daí também o substantivo boêmia. Na definição de Antenor Nascentes5: vida despreocupada e alegre, vadiação, estúrdia, vagabundagem. 14Aplicouse depois o termo, especializadamente, à vida desordenada e sem preocupações de artistas e escritores mais dados aos prazeres da noite que aos trabalhos do dia. Eis um exemplo clássico do que se chama degenerescência semântica. De limpo gentílico – natural ou habitante da Boêmia – boêmio acabou carregado de todas essas conotações desfavoráveis. A respeito do substantivo 15boêmia, vale dizer que a forma de uso, ao menos no Brasil, é boemia, acento tônico em -mi-. E é natural que assim seja, considerando-se que -ia é sufixo que exprime condição, estado, ocupação. Conferir6: 16alegria, 18anarquia, barbaria, 17rebeldia, tropelia, 20pirataria... Penso que sobretudo palavras como folia e 19orgia devem ter influído na fixação da tonicidade de boemia. Notar também o par abstêmio/abstemia. Além do mais, a prosódia boêmia estava prejudicada na origem pelo nome 10próprio Boêmia: esses boêmios não são os que vivem na Boêmia... Adaptado de: LUFT, Celso Pedro. Boêmios, Boêmia e boemia. In: O romance das palavras. São Paulo: Ática, 1996. p. 30-31. 6. (Ufrgs 2012) Considere os pares de palavras abaixo. 1. puídos (ref. 7) e indivíduo (ref. 8) 2. Boêmia (ref. 9) e próprio (ref. 10) 3. deus-dará (ref. 11) e Daí (ref. 12) Em quais pares as palavras respeitam a mesma regra de acentuação ortográfica? a) Apenas 1. b) Apenas 2. c) Apenas 3. d) Apenas 1 e 2. e) Apenas 1 e 3. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Quando a rede vira um vício Com o titulo "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da web, Não consigo mais viver normalmente. Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega de rede. "Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda." Odiálogo dá a dimensão do tormento provocado pela dependência em Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria rede se dissemina. Segundo pesquisas recémconduzidas pelo Centro de Recuperação para Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web — com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 3 de 8 Simulado de Gramática euforia. Conclui uma psicóloga americana: "O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até desembocar num universo paralelo — e completamente virtual". Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas "útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. "Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a família raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já tem bem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta — até culminar, pasme-se, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano. As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches — que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga: "Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem". Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para isso — eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia —, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vicio se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vicio, a maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim. Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependência em internet é reconhecida — e tratada — como uma doença. Surgiram grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80% voltam a niveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado. 7. (G1 - col.naval 2011) Assinale a opção cujas palavras são, respectivamente, acentuadas pela mesma justificativa das que aparecem destacadas em "Na avaliação de uma das psicólogas, ‘os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável’." (4° parágrafo) a) Família, incluí-lo, saída. b) Prognóstico, atrás, fútil. c) Plausível, alguém, factível. d) Alcoólatra, razoável, vício. e) Múltiplos, amá-la, intolerância. www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 4 de 8 Simulado de Gramática TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Será a felicidade necessária? Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante 1 da pergunta “Você é feliz?”, dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em busca de uma resposta. 5Nesse processo, depara-se com armadilhas. 6Caso se tenha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a expectativa futura. 11Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara. Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência que se impôs ao 1influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. 7Se ainda for pouco, que atinja o 2enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criança. “É a felicidade necessária?” é a chamada de capa da última revista New Yorker (22 de março) para um artigo que, assinado por Elizabeth Kolbert, analisa livros recentes sobre o tema. No caso, a ênfase está nas pesquisas sobre felicidade (ou sobre “satisfação”, como mais modestamente às vezes são chamadas) e no impacto que exercem, ou deveriam exercer, nas políticas públicas. Um dos livros analisados, de autoria do ex-presidente de Harvard Derek Bok (The Politics of Happiness: What Government Can Learn from the New Research on Well-Being), constata que nos últimos 35 anos o PIB per capita dos americanos aumentou de 17000 dólares para 27000, o tamanho médio das casas cresceu 50% e as famílias que possuem computador saltaram de zero para 70% do total. No entanto, 8a porcentagem dos que se consideram felizes não se moveu. Conclusão do autor, de lógica 3irrefutável e alcance revolucionário: se o crescimento econômico não contribui para aumentar a felicidade, 10“por que trabalhar tanto, arriscando desastres ambientais, para continuar dobrando e redobrando o PIB?”. Outro livro, de autoria de Carol Graham, da Universidade de Maryland (Happiness Around the World: The Paradox of Happy Peasants and Miserable Millionaires), informa que 9os nigerianos, com seus 1400 dólares de PIB per capita, 12atribuem-se grau de felicidade equivalente ao dos japoneses, com PIB per capita 25 vezes maior, e que os habitantes de Bangladesh se consideram duas vezes mais felizes que os da Rússia, quatro vezes mais ricos. Surpresa das surpresas, os afegãos atribuem-se bom nível de felicidade, e a felicidade é maior nas áreas dominadas pelo Talibã. Os dois livros vão na mesma direção das conclusões de um relatório, também citado no artigo da New Yorker, preparado para o governo francês por dois detentores do Nobel de Economia, Amartya Sem e Joseph Stiglitz. Como exemplo de que PIB e felicidade não caminham juntos, eles evocam os congestionamentos de trânsito, “que podem aumentar o PIB, em decorrência do aumento do uso da gasolina, mas não a qualidade de vida”. Embora embaladas com números e linguagem científica, tais conclusões apenas repisariam o 4pedestre conceito de que dinheiro não traz felicidade, não fosse que ambicionam influir na formulação das políticas públicas. O propósito é convidar os governantes a afinar seu foco, 13se têm em vista o bem-estar dos governados (e podem eles ter em vista algo mais relevante?). Derek Bok, o autor do primeiro dos livros, aconselha ao governo americano programas como estender o alcance do seguro-desemprego (as pesquisas apontam a perda de emprego como mais causadora de infelicidade do que o divórcio), facilitar o acesso a medicamentos contra a dor e a tratamentos da depressão e 14proporcionar atividades esportivas para as crianças. Bok desce ao mesmo nível terra a terra da mãe que trocasse o grandioso desejo de felicidade pelo de uma boa faculdade e um bom salário para o filho. TOLEDO, Roberto Pompeu. Veja. Março de 2010. www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 5 de 8 Simulado de Gramática 8. (Ifsul 2011) Qual das alternativas apresenta informação incorreta? a) O emprego da vírgula, em Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara (ref. 11), é justificado pela presença de um novo sujeito na oração seguinte. b) A partícula ao se transformaria em à, em ...atribuem-se grau de felicidade equivalente ao dos japoneses (ref. 12), se o termo grau fosse substituído pelo termo medida. c) O acento circunflexo no verbo ter, em ...se têm em vista o bem-estar dos governados... (ref. 13), ocorre em função de o sujeito governantes estar no plural, estando seu emprego, portanto, em consonância com o novo Acordo Ortográfico. d) A passagem... proporcionar atividades esportivas para as crianças (ref. 14) poderia ser substituída correta e adequadamente pela construção... proporcioná-las atividades esportivas. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O padeiro Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo. Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: – Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?” Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detêlo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas. BRAGA, Rubem. O padeiro. In: ANDRADE, Carlos Drummond de; SABINO, Fernando; CAMPOS, Paulo Mendes; BRAGA, Rubem. Para gostar de ler: v. 1. Crônicas. 12ª ed. São Paulo: Ática, 1982. p.63 - 64. 9. (G1 - ifsc 2011) Considere as palavras abaixo, que aparecem acentuadas no texto, e assinale a única alternativa na qual a acentuação da palavra está corretamente justificada. a) “ninguém”: paroxítona terminada em em. b) “detê-lo”: oxítona terminada em o. c) “máquina”: acento diferencial. d) “saía”: paroxítona terminada em ditongo. e) “lá”: monossílaba tônica terminada em a. www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 6 de 8 Simulado de Gramática Gabarito: Resposta da questão 1: [B] As alternativas [A], [C], [D] e [E] apresentam desvios à norma culta da língua portuguesa. Para que isso não acontecesse, deviam ser substituídas por: [A] Todos os dragões o têm. [C] Os dragões todos o têm. [D] Sempre se encontram dragões com isso. [E] Sofrem disso todos os dragões. Assim, é correta apenas a alternativa [B]. Resposta da questão 2: [A] “Através” é oxítona terminada em “es”, “várias” é paroxítona terminada em ditongo (acompanhado de “s”) e “grátis” é paroxítona terminada em “is”. Assim, as três palavras devem ser acentuadas. Resposta da questão 3: [C] É correta a opção [C], pois o uso das aspas em “último lançamento” permite perceber uma crítica implícita aos métodos que são criados em uma sociedade consumista para a aquisição de um objeto que rapidamente se tornará obsoleto. Resposta da questão 4: [B] Apenas [B] apresenta três palavras típicas da linguagem cabocla, seguidas de sua grafia correta: véio (velho), dûa (de uma), c’o (com o). Resposta da questão 5: [E] Apenas a opção [E] está correta. As demais deveriam ser substituídas por: [A] – após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentam-se e fazem silêncio para ouvir o diretor; [B] – mesmo que sofrêssemos uma repreensão por queixa de algum professor mais cioso de suas obrigações, a oferta parecia-nos irrecusável; [C] – Marta nunca deixa o filho sozinho na cozinha, temerosa de que ele venha a puxar uma panela sobre si; [D] – à exceção de meu primo, que se mostrava um tanto pretensioso, todos os garotos eram bastante humildes. Resposta da questão 6: [B] O acento de “puído” deve-se ao hiato entre “u” e “i”; já “indivíduo” leva acento por ser uma paroxítona terminada em ditongo. Acentua-se “deus-dará” por tratar-se de uma oxítona terminada em “a”; “daí”, por sua vez, é acentuado devido ao hiato entre “a” e “i”. O único par acentuado pela mesma regra é o item [2]: tanto “Boêmia” como “próprio” são paroxítonas terminadas em ditongo. Resposta da questão 7: [B] www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 7 de 8 Simulado de Gramática A palavra “Psicólogas” é assinalada com acento agudo por se tratar de um proparoxítona, “usá-lo” (constituída por dois termos independentes) tem o primeiro termo acentuado por se tratar de uma palavra oxítona terminada em “a” ( regra ortográfica aplicável também se for seguida de “s”) e “saudável”, por ser uma paroxítona terminada em “l”. As palavras que são acentuadas pelas mesmas justificativas encontram-se na opção b). Resposta da questão 8: [D] O verbo “proporcionar” é transitivo direto e indireto na frase em que “atividade esportivas” é objeto direto e “para as crianças”, objeto indireto. Assim, o pronome oblíquo correspondente é “lhes” e não “las”, como se apresenta na frase da opção D. Resposta da questão 9: [E] A acentuação da palavra “lá” está corretamente justificada em [E]. As demais opções são incorretas, pois “Ninguém” é uma oxítona terminada em em, “detê-lo”, oxítona terminada em e, “máquina”, proparoxítona, e “saía” apresenta acento agudo por se tratar da vogal tônica i em posição de hiato, não precedida de ditongo. www.metavest.com.br www.facebook.com/metavest Tel.(11) 3379-0187 Página 8 de 8