EXERCICIOS DE APROFUNDAMENTO – LITERATURA – ARCADISMO E
BARROCO
1. (Enem 2014) Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios
barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
2. (Espm 2014) Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu 1fado ao meu quando os cotejo!
Igual causa nos fez perdendo o Tejo
2
Arrostar co sacrílego gigante (...)
Ludíbrio, como tu, da sorte dura,
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura (...)
(Bocage)
1
fado = destino
arrostar = encarar, afrontar
2
Assinale a afirmação correta sobre o poema. O eu lírico:
a) Expressa inveja de Camões por não ter tido igual sepultura.
b) Compara-se a Camões, fazendo um desabafo enfático da amargura pela infelicidade ao
longo de uma existência.
c) Segue o princípio clássico do relatar experiências humanas negativas aplicáveis a todos.
d) Alterna versos alexandrinos (ou dodecassílabos) com versos decassílabos.
e) Dirige-se ao "Céu" e ao "Tejo" com a intenção de aliar-se aos elementos da natureza.
3. (G1 - ifsp 2014) Leia o soneto do escritor barroco Gregório de Matos.
Descrição da Cidade de Sergipe d’El-Rei
Três dúzias de casebres remendados,
Seis becos, de 1mentrastos entupidos,
Quinze soldados, rotos e despidos,
Doze porcos na praça bem criados.
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Dois conventos, seis frades, três letrados,
Um juiz, com bigodes, sem ouvidos,
Três presos de piolhos carcomidos,
Por comer dois meirinhos esfaimados.
As damas com sapatos de 2baeta,
Palmilha de tamanca como frade,
Saia de 3chita, cinta de raqueta.
O feijão, que só faz 4ventosidade
Farinha de pipoca, pão que greta,
De Sergipe d’El-Rei esta é a cidade.
(DIMAS, Antônio. Gregório de Matos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)
1
mentrasto: tipo de erva
baeta: tecido felpudo
3
chita: tecido de algodão de pouco valor
4
ventosidade: que provoca flatulência
2
Pela leitura do soneto, é correto afirmar que o poeta
a) critica veladamente o governo português por ter escolhido essa cidade para ser a sede
administrativa da colônia.
b) escreve esse poema para expor as angústias vividas durante o período em que cumpria a
primeira ordem de desterro.
c) comenta a elegância e a sensualidade das damas, visto que sempre apreciou as mulheres
brasileiras.
d) lamenta a inexistência de instituições religiosas, pois elas organizariam moralmente a
cidade.
e) descreve as condições do local, mostrando que os habitantes vivem rusticamente e com
poucos recursos.
4. (Espcex (Aman) 2014) Leia os versos abaixo:
“Se não tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.”
A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é
a) aurea mediocritas.
b) cultismo.
c) ideias iluministas.
d) conflito espiritual.
e) carpe diem.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:
Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à(s) questão(ões).
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
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Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Obras, 1996.)
5. (Unifesp 2014) No soneto, o eu lírico expressa-se de forma
a) eufórica, reconhecendo a necessidade de mudança.
b) contida, descortinando as impressões auspiciosas do cenário.
c) introspectiva, valendo-se da idealização da natureza.
d) racional, mostrando-se indiferente às mudanças.
e) reflexiva, explorando ambiguidades existenciais.
6. (Unifesp 2014) Nesse soneto, são comuns as inversões, como se vê no verso – Quanto
pode dos anos o progresso! – que, em ordem direta, assume a seguinte redação:
a) Quanto dos anos o progresso pode!
b) O progresso quanto pode dos anos!
c) Pode quanto dos anos o progresso!
d) Quanto o progresso dos anos pode!
e) Pode quanto o progresso dos anos!
7. (Unifesp 2014) São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente,
a) metáforas e a ideia da imutabilidade das pessoas e dos lugares.
b) sinestesias e a superação pelo eu lírico de seus maiores problemas.
c) paradoxos e a certeza de um presente melhor para o eu lírico que o passado.
d) hipérboles e a força interior que faz o eu lírico superar seus males.
e) antíteses e o abalo emocional vivido pelo eu lírico.
8. (Unifesp 2014) No contexto em que estão empregados, os termos sítio (1.º verso), tímido
(4.º verso) e perpétua (10.º verso) significam, respectivamente,
a) acampamento, imaturo e permanente.
b) campo, fraco e imprescindível.
c) fazenda, obscuro e frequente.
d) lugar, receoso e eterna.
e) imediação, inseguro e duradoura.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado¹, um estilo tão
dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa
razão é também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o
pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte (...) Não
fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar negro (...) Como hão de ser as
palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o
estilo da pregação, muito distinto e muito claro.
(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
9. (Espm 2014) A expressão que traduz a ideia de rebuscamento no estilo é:
a) “púlpitos”
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b) “semear”
c) “céu”
d) “xadrez de palavras”
e) “estrelas”
10. (Espm 2014) Assinale a incorreta sobre o texto de Padre Vieira:
a) vale-se do estilo conceptista do Barroco, voltando-se para a argumentação e raciocínio
lógicos.
b) ataca duramente os pregadores cultistas, devido ao estilo pomposo, de difícil acesso, e aos
exageros da ornamentação.
c) critica o sermão que está preocupado com a suntuosidade linguística e estilística.
d) defende a pregação que tenha naturalidade, clareza e distinção.
e) mostra que, seguindo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque ambas
são práticas da natureza.
11. (Espcex (Aman) 2013) Considerando a imagem da mulher nas diferentes manifestações
literárias, pode-se afirmar que
a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu-lírico é feminino, mostrando o outro lado
do relacionamento amoroso.
b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir da escolha de um aspecto físico em que
sua beleza se iguale à perfeição da natureza.
c) no Realismo, a mulher era idealizada como misteriosa, inatingível, superior, perfeita, como
nas cantigas de amor.
d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e utiliza a dissimulação e a sedução, muitas
vezes desencadeando crises e problemas.
e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, evidenciando o poder por ela
conquistado, enquanto os homens viviam uma paz espiritual.
12. (G1 - ifsp 2013) O culto exagerado da forma, o rebuscamento, a riqueza de pormenores, o
conflito entre o profano e o sagrado são características
a) do Renascimento.
b) da Ilustração.
c) do Realismo.
d) do Barroco.
e) do Simbolismo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A(s) questão(ões) a seguir toma(m) por base a letra de uma guarânia dos compositores
sertanejos Goiá (Gerson Coutinho da Silva, 1935-1981) e Belmonte (Pascoal Zanetti Todarelli,
1937-1972).
Saudade de minha terra
De que me adianta viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar?
Adeus, paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar;
Ver a madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar.
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.
Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado.
Nesta nova vida, aqui da cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado;
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
E fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema em que fui criado.
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Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.
Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas.
Ia aos domingos passear de canoa
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doces lembranças daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas!
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia, mas também ensina.
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.
Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer.
Nesta madrugada, estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando a estrada,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo ali,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.
(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548,
s/d.)
13. (Unesp 2013) Relendo os primeiros seis versos da terceira estrofe, percebe-se que o
conteúdo neles relatado apresenta analogia com a poesia do Arcadismo, de que foram típicos
representantes em nosso país Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Indique
uma dessas semelhanças.
14. (Enem 2012)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca
no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas
do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas, (MG), esculpido em pedrasabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela
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a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidade do reinado nas obras divinas.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelo e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)
15. (G1 - ifsp 2012) Pode-se afirmar que se destaca no poema
a) o racionalismo, característica do Barroco.
b) o conceptismo, característica do Arcadismo.
c) o cultismo, característica do Barroco.
d) o teocentrismo, característica do Barroco.
e) o pastoralismo, característica do Arcadismo.
16. (G1 - ifsp 2012) A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico
a) valoriza os trajes ricos da cidade.
b) despreza a vida humilde.
c) manifesta preocupação religiosa.
d) valoriza os benefícios de sua vida no campo.
e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”
Observação:
hei pecado = tenho pecado
delinquido = agido de modo errado
17. (Mackenzie 2012) É traço relevante na caracterização do estilo de época a que pertence
o texto:
a) a progressão temática que constrói forças de tensão entre pecado e salvação.
b) a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo onírico do poeta.
c) os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema rímico, que refletem o desequilíbrio
emocional do eu lírico.
d) a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o conhecimento verdadeiro e
redentor.
e) a força argumentativa de uma poesia com marcas exclusivas de ideais antropocêntricos.
18. (Mackenzie 2012) Na estrofe, o poeta
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a) dirige-se ao Senhor para confessar os pecados e submete-se à penitência para obter a
redenção espiritual.
b) invoca Deus para manifestar, com muito respeito e humildade, a intenção de não mais
pecar.
c) estabelece um diálogo de igual para igual com a divindade, sugerindo sua pretensão de
livrar-se do castigo e da piedade de Deus.
d) confessa-se pecador e expressa a convicção de que será abençoado com a graça divina.
e) arrepende-se dos pecados cometidos, acreditando que, assim, terá assegurada a salvação
da alma.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES:
Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).
18
Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre.
Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
descansarei o já vergado corpo
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada.
As frias tardes, em que negra nuvem
os chuveiros não lance,
irei contigo ao prado florescente:
aqui me buscarás um sítio ameno,
onde os membros descanse,
e ao brando sol me aquente.
Apenas me sentar, então, movendo
os olhos por aquela
vistosa parte, que ficar fronteira,
apontando direi: — Ali falamos,
ali, ó minha bela,
te vi a vez primeira.
Verterão os meus olhos duas fontes,
nascidas de alegria;
farão teus olhos ternos outro tanto;
então darei, Marília, frios beijos
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na mão formosa e pia,
que me limpar o pranto.
Assim irá, Marília, docemente
meu corpo suportando
do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
quem, sentida, chorando
meus baços olhos cerra.
(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa
Editora, 1982.)
19. (Unesp 2012) Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos de dez e de seis
sílabas se sucedem nas oito estrofes do poema.
a) 6, 10, 6, 6, 10, 10.
b) 10, 6, 10, 10, 6, 6.
c) 10, 10, 6, 10, 6, 6.
d) 10, 6, 10, 6, 10, 6.
e) 6, 10, 6, 10, 6, 6.
20. (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das
características mais marcantes do Arcadismo:
a) paisagem bucólica.
b) pessimismo irônico.
c) conflito dos elementos naturais.
d) filosofia moral.
e) desencanto com o amor.
21. (Unesp 2012) A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico
a) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos.
b) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor.
c) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor.
d) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana.
e) não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere morrer ainda jovem.
22. (Unesp 2012) Marque a alternativa em que o verso apresenta acento tônico na segunda e
na sexta sílabas:
a) o tempo arrebatado.
b) das belezas que teve.
c) daqui a poucos anos.
d) e ao brando sol me aquente.
e) na mão formosa e pia.
23. (Unesp 2012) Observe os seguintes vocábulos extraídos da sétima estrofe do poema:
I. ternos.
II. frios.
III. pia.
IV. pranto.
As palavras que aparecem na estrofe como adjetivos estão contidas apenas em:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
O poeta Gregório de Matos escreveu muitos poemas denunciando a corrupção e a injustiça da
sociedade baiana e colonial da época. A população era composta de muitos negros escravos e
brancos pobres que em sua maioria conviviam com pouquíssimas famílias influentes e ricas
vindas de Portugal que dominavam a colônia que crescia à custa de muita exploração humana.
Depois de infernizar essa elite escravagista com seus versos, quando mais velho Gregório se
volta ao catolicismo. Este poema é desta fase, neste, especificamente, faz um paralelo entre a
sociedade baiana que não melhorava por conta de seus governantes ao faraó do Egito do
velho testamento.
Resposta da questão 2:
[B]
“Cotejar” é sinônimo de “comparar”; o eu lírico compara o próprio destino com o de Camões,
julgando-os semelhantes quanto à desgraça: “perderam o Tejo (foram exilados), a paz não é
encontrada quando vivos”.
Resposta da questão 3:
[E]
[A] Nunca Sergipe foi sede administrativa da colônia, mas por inferência, pode-se presumir que
o rei tivesse cogitado tal mudança. Por outro lado, os versos fazem uma dura crítica à
região ao descrever sua miséria.
[B] O desterro é o castigo de viver fora de seu país de origem, contudo os versos falam de uma
região daqui mesmo do Brasil.
[C] Ao contrário, os versos criticam as roupas feias usadas por pessoas muito simples.
[D] Há uma descrição de uma cidade erma e atrasada, com dois conventos e seis frades.
[E] Correta. Os versos mostram que os habitantes vivem rusticamente, porém com a ironia
característica do Boca do Inferno, apelido do poeta barroco.
Resposta da questão 4:
[A]
Do latim, “mediocridade dourada”, aurea mediocritas são as palavras usadas pelo poeta latino
Horácio para exaltar as vantagens de uma condição de vida simples, média, sem luxo, mas
também distante da pobreza. Esse conceito é apresentado pelo poeta nos versos, pois o eu
lírico propõe a sua amada vestimentas rústicas, “com as lãs mais grossas”, em contraposição
às “lãs e peles finas”.
Resposta da questão 5:
[E]
Claudio Manuel da Costa é considerado pela crítica literária como um poeta de transição, pois
sua obra apresenta características árcades (cenário campestre, pastoralismo), mas também
desenvolve temáticas existenciais em que as antíteses e os paradoxos, típicos do Barroco,
refletem os seus conflitos pessoais. Assim, é correta a alternativa [E].
Resposta da questão 6:
[D]
Na ordem direta, a oração apresenta os termos (sujeito, verbo e seus complementos) em
disposição sequencial, como na frase da alternativa [D], em o sujeito “o progresso dos anos”
precede o termo verbal “pode”.
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Resposta da questão 7:
[E]
O poema expressa as vivências do eu lírico em face de duas realidades, duas situações com
sentido antagônico, que acontecem na realidade do presente e na evocação das lembranças
de um passado distante (“Árvores aqui vi tão florescentes,/Que faziam perpétua a
primavera:/Nem troncos vejo agora decadentes“). A última estrofe do poema coloca em
evidência também a sensação de nostalgia que advém da constatação da mutabilidade e
efemeridade da vida, o que permite considerar correta a alternativa [E].
Resposta da questão 8:
[D]
É correta a alternativa [D], pois, no contexto em que são usados, os termos “sítio”, “tímido” e
“perpétua” apresentam valor semântico de lugar, receoso e eterna, respectivamente.
Resposta da questão 9:
[D]
“Xadrez de palavras” está relacionado à ideia de “rebuscamento no estilo” ao se estabelecer
uma relação metafórica entre “xadrez”, jogo de tabuleiro conhecido por sua dificuldade ao
impor o uso da lógica, e “rebuscamento”, associado à ideia de “requinte”.
Resposta da questão 10:
[E]
Padre Antônio Vieira é um autor barroco em cujos textos predomina o estilo conceptista, uma
vez que defende pontos de vista; neste caso, defende que o pregar e o semear são ações que
se assemelham tendo em vista seu caráter “fácil e natural”.
Resposta da questão 11:
[B]
As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois
[A] nas cantigas de amor, o eu lírico é masculino;
[C] a idealização é típica do Romantismo;
[D] o amor, o casamento, a relação homem e mulher são questões abordadas no Modernismo,
questionamentos que provocam reconhecimento e valorização da mulher no espaço social
da época;
[E] a estética barroca nega a concepção da figura do ser perfeito típico do Classicismo e
apresenta a mulher como alguém dual, merecedora de elogios e também de críticas.
Assim, é correta apenas [B].
Resposta da questão 12:
[D]
É correta a opção [D], pois o Barroco é a arte do conflito, do contraste de imagens, palavras e
conceitos: fé vs. razão, corpo vs. alma, religião vs. ciência. A linguagem rebuscada e o uso
exagerado de recursos estilísticos, como hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos
caracterizam a vertente cultista do Barroco, estilo também chamado de Gongorismo.
Resposta da questão 13:
“Que saudade imensa, do campo e do mato,/Do manso regato que corta as campinas./Ia aos
domingos passear de canoa/Na linda lagoa de águas cristalinas;/Que doces lembranças
daquelas festanças,/Onde tinha danças e lindas meninas!”
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O excerto acima retoma os tópicos do movimento neoclássico: busca da simplicidade em
contato direto com a natureza bucólica (“manso regato”, “Na linda lagoa de águas cristalinas”) e
o abandono do status social exigido na vida urbana, resumidos nos termos latinos LOCUS
AMOENUS (lugar ameno) e FUGERE URBEM (fugir da cidade), respectivamente.
Resposta da questão 14:
[D]
O Barroco caracteriza-se por uma estética movida principalmente por inspiração religiosa, mas
expressando concomitantemente a sensorialidade, como a estátua do profeta Ezequiel
esculpido por Aleijadinho. O manto, decorado por uma barra com desenho, apresenta dobras
sobrepostas e riqueza de detalhes, ao mesmo tempo que o rosto, altamente expressivo,
apresenta bigodes, barba curta com cabelos curtos cobertos com um barrete ao invés de um
turbante. Assim, é correta a opção [D] que afirma que a obra de Aleijadinho revela
personalidade ao modelar uma imagem sacra com feições populares.
Resposta da questão 15:
[E]
O Arcadismo, escola literária surgida na Europa no século XVIII e, por isso, também
denominada setecentismo ou neoclassicismo, valoriza a vida simples, bucólica e pastoril (locus
ameonus), refúgio para quem sentia a opressão dos centros urbanos dominados pelo regime
do absolutismo monárquico.
Resposta da questão 16:
[D]
O eu lírico dirige-se à mulher objeto da sua afeição e enumera-lhe as razões pelas quais se
considera uma pessoa de sorte: ter boa aparência e ser dono de uma propriedade rural que lhe
dá boas rendas. Assim, depreende-se que o eu lírico valoriza os benefícios da vida no campo,
como se afirma em [D].
Resposta da questão 17:
[A]
A obra de Gregório de Matos está vinculada ao movimento literário do Barroco, estilo que
expressa atitudes contraditórias do autor perante o mundo, a vida, os sentimentos e ele
mesmo. O homem vê-se colocado entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza, mas
atormentado pela ideia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação, como sugere a opção
[A].
Resposta da questão 18:
[D]
Nos dois primeiros versos, o eu lírico reconhece-se pecador e inicia a exposição da tese de
que, mesmo assim, será abençoado com a graça divina, como se afirma em [D]. Nos dois
últimos, surpreende com a aparente contradição de que quanto maior for o grau dos delitos,
maior será a disposição de Deus em perdoar-lhe.
Resposta da questão 19:
[B]
A alternativa [B] apresenta a ordem em que os versos de dez e seis sílabas se sucedem nas
estrofes do poema, conforme exemplificado no excerto abaixo.
Não /vês /a/que/le /ve/lho /res/pei/tá/ (vel) -10
que à /mu/le/ta en/cos/ta/ (do) -6
a/pe/nas/ mal /se /mo/ve e /mal /se ar/ras/(ta) -10
Oh!/quan/to es/tra/go /não /lhe /fez/ o /tem/(po) -10
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o /tem/po ar/re/ba/ta/(do) - 6
que o /mês/mo /bron/ze /gas/(ta)-6
Resposta da questão 20:
[A]
Expressões como “prado florescente”, “sítio ameno” e “brando sol” reproduzem o cenário idílico
característico da poesia árcade. Inspirados na frase fugere urbem (fugir da cidade), do escritor
latino Horácio, os autores árcades voltavam-se para a natureza em busca de uma vida simples,
bucólica, pastoril, do locus amoenus (refúgio ameno).
Resposta da questão 21:
[B]
Em vários momentos, o eu lírico confessa-se resignado com a aproximação da velhice e
inevitabilidade da morte, momentos que serão amenizados pela presença e amor de Marília.
Resposta da questão 22:
[A]
No verso “o tempo arrebatado”, a acentuação recai sobre a segunda e sexta sílabas, pois os
termos “tempo” e “arrebatado” são paroxítonos: o/- tem/- po ar/- re/- ba/- ta-/ (do).
Resposta da questão 23:
[C]
Os termos “ternos”, “frios” e “pia” são adjetivos, pois caracterizam os substantivos “olhos”,
“beijos” e “mãos”, respectivamente, enquanto a palavra “pranto” configura um substantivo, pois
designa um ser.
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