Anais do I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar
ISSN 1980-4083
Comissão Científica
Amália Neide Covic (IOP/GRAACC)
Ana Mercês Bahia Bock (PUCSP)
Antonio Sérgio Petrilli (IOP/GRAACC/UNIFESP)
Cláudio Teixeira (Hospital Pequeno Príncipe)
Conceição Vieira da Silva (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Cynthia Andersen Sarti (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Edina Mariko Koga da Silva (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Eduardo Caliendo Marchesan (IOP/GRAACC)
Eduardo Kanemoto (IOP/GRAACC)
Eneida Simões da Fonseca (UFRJ/Hospital Jesus)
Marcos Lara (Faculdade Tancredo Neves)
Maria Aparecida de Menezes (Faculdade Mozarteum de São Paulo)
Maria da Graça Nicoletti Mizukami (UFSC/Universidade Mackenzie)
Maria Regina Dubeux Kawamura (USP)
Paulo de Tarso Puccini (CEDEP/IAMSPE)
Raquel Furuie (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Rosana Puccini (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Rudolf Wechsler (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Comissão Organizadora
Rosana Puccini (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Amália Neide Covic (IOP/GRAACC)
Conceição Vieira da Silva (Depto de Enfermagem/UNIFESP)
Eduardo Caliendo Marchesan (IOP/GRAACC)
Eduardo Kanemoto (IOP/GRAACC)
Raquel de Aguiar Furuie (Depto de Fonoaudiologia/UNIFESP)
Rudolf Wechsler (Depto de Pediatria/UNIFESP)
Colaboradores
Aidê Mitie Kudo (Instituto da Criança/HCSP)
Fabiana Aparecida de Melo (IOP/GRAACC)
Graciella Watanabe (IOP/GRAACC)
Luzia M. Costa (UNIFESP)
Marina C. Pedro Fioratti (IOP/GRAACC)
Rafael Purgato Turrini (IOP/GRAACC)
Regina Penha Lucena(ITACI/HCSP)
1
Mesa de Abertura
Prof. Dr. José Roberto Ferraro - Superintendente do Hospital São Paulo/Reitoria da UNIFESP
Prof. Dr Domingos Palma - Secretaria da Educação do Município de São Paulo
Profª Dra Rosana Puccini - Chefe do Depto de Pediatria/UNIFESP
Prof. Dr. Antonio Sérgio Petrilli - Superintendente Geral do Graacc
Profª Ms Amália Neide Covic - Setor de Pedagogia/IOP/GRAACC
Abertura
Palestra: : Profª Drª Maria da Graça Nicoletti Mizukami
Tema: “Aprendizagem da Docência”
Abertura dos trabalhos
Dr Rudolf Wechsler
GT1 - Políticas Públicas
Nas últimas décadas, as Políticas Públicas têm procurado implementar e assegurar a
intervenção pedagógica hospitalar.
Compreender a cultura de uma população escolar que se forma tanto ou ao mesmo tempo
enquanto produto de um processo de democratização de estudo, mas também das modificações
internas dos hospitais, é o que objetiva este Grupo de Trabalho.
Temas:

Retrospectiva e tendências.

Encontros e desencontros entre as PP e a realidade educacional.

Implementação das PP.

O poder de deliberação e decisão.
2
Síntese das Discussões
Mediadores: Cláudio Teixeira e Maria Aparecida de Menezes
Relatório das atividades do GT1 elaborado por Maria Aparecida de Menezes
Dia 19/08/06
Período da Manhã
Os trabalhos iniciaram-se pela primeira Mesa Propositiva, com a presença da Sra. Silvana Lucena
dos Santos Drago da Divisão de Orientação Técnica (DOT) da Secretaria Municipal de Educação
de São Paulo (SME), com o tema “Retrospectivas e Tendências”.
A representante da SME de São Paulo fez um relato da política para o atendimento de alunos
com necessidades educacionais especiais, apoiada em dados do período entre 2003 a 2006,
embora o formato atual tenha se iniciado em 1998.
Entre as propostas de atendimento, figuram as escolas especiais destinadas aos alunos surdos
e/ou com deficiência auditiva, salas de apoio e acompanhamento à inclusão, convênios com
entidades e as classes hospitalares (existe apenas uma em um hospital do município).
Os participantes levantaram perguntas sobre os dados apresentados, disponibilização de
recursos, parcerias com setores da saúde, acompanhamento e trabalho pedagógico e,
questionaram intensamente, a política da gestão atual, em particular à posição de que é da escola
que necessita dos serviços de apoio, a responsabilidade em procurar a Secretaria, pois “a escola
tem autonomia para decidir o que é melhor para ela” - procedimento estabelecido tanto para as
escolas quanto para classes hospitalares.
3
A apresentação do Tema 2: “Experiência e Desafios”, de Marlene Aparecida Comin Araújo e Olga
Samways não ocorreu por ausência das representantes da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná.
A atividade seguinte, Comunicação Oral foi aberta com a apresentação do trabalho “A Relevância
da Classe Hospitalar em Instituições Públicas de São Luís para Crianças de 07 a 10 anos”,
apresentado por Márcia Letícia Araújo Pereira, cuja pesquisa demonstrou existir dificuldades para
o cumprimento da lei naquele município, muitas crianças hospitalizadas perdem a seqüência dos
estudos, pois existem apenas projetos do tipo brinquedoteca e o empenho na luta para a
implantação de uma classe no Hospital Universitário em parceria com a Universidade Federal do
Maranhão.
O trabalho seguinte, “Resgate Histórico da Escolarização do Hospital Erasto Gaertner”, de
Margarida Mitsuko da Silva Skibinski e Mirta Cristina Pereira Pacheco, relatou o processo de
implantação e desenvolvimento de uma classe em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba,
iniciado em 1988 com atividades de recreação, e vem crescendo, tendo como objetivo privilegiar a
humanização, o contato com a escola de origem das crianças, a escolarização, enfim, o
pedagógico.
As discussões que encerraram a manhã giraram sobre a pouca participação de representantes
dos governos nos eventos; as necessárias trocas de informações entre cidades e secretarias; a
mobilização das diferentes instâncias; as parcerias entre o público e privado, com o cuidado para
não minimizar a obrigação do Estado
Período da Tarde
A Mesa Propositiva teve a coordenação de Ana Lúcia Tarouquella Schilke durante a apresentação
dos temas 3 e 4, conforme a seguir.
“Escola Hospitalar: Utopia ou Realidade” relato apresentado por Armando Arosa, fez um resgate
histórico do processo da Secretaria Municipal de Educação de Niterói, a partir de 1993, quando
ainda não havia estrutura para o atendimento hospitalar escolar e apresentou uma proposta de
criação e implementação de uma unidade escolar municipal em ambientes hospitalar.
Na seqüência, a Profª Drª. Conceição Vieira da Silva do Departamento de Enfermagem da
UNIFESP, representando as parceiras Regina Issuzu Hirooka de Borba e Ieda Aparecida
Carneiro, apresentou o tema “Classe Hospitalar: Direito da Criança ou Dever da Instituição?”, cujo
trabalho trouxe o posicionamento pela afirmação do direito das classes hospitalares, não só como
garantia do cumprimento legal, mas também, a importância delas para o desenvolvimento da
criança, pois é um período que marca o crescimento intelectual e compromisso com um grupo
social ao qual pertence e isto deve ser preservado pela continuidade das atividades escolares.
Após a mesa, a Comunicação Oral sob o título “As Classes Hospitalares Em Santa Catarina:
Caracterização” foi apresentada por Terezinha Maria Cardoso, que teve por objetivo conhecer as
conhecer as classes hospitalares em funcionamento no estado de Santa Catarina. Os resultados
indicaram que o trabalho desenvolvido não se limita aos conteúdos do currículo oficial, se estende
à promoção da auto-estima do educando e, também, dos familiares que o acompanham,
embora sejam precárias as condições de trabalho.
Encerrando os trabalhos do dia, Fabiana Aparecida de Melo Oliveira trouxe sua pesquisa em
andamento com o título “As Classes Hospitalares no Contexto das Políticas Públicas Brasileiras”,
na qual faz uma coleta de dados, em consulta direta aos sites, sobre como o ensino, através de
classes hospitalares, aparece legalmente previsto nos documentos normativos nacionais que
prevêem a implantação das classes hospitalares nos diversos estados brasileiros. Os resultados
têm indicado a obtenção de dados é difícil, são poucas as informações e para completar o
mapeamento é necessário recorrer à literatura dedicada ao assunto.
O debate que se seguiu foi envolvente, com muitas questões sobre a nomenclatura utilizada;
queixas quanto à falta de formação dos professores e dos profissionais dos hospitais, pois ensinar
não é específico de um lugar, seja a escola comum ou a hospitalar e a necessidade de pressionar
4
os órgãos públicos, pois as políticas públicas não se iniciam pelo Estado e, sim, por pressão.
Dia 20/08/06
Período da Manhã
A Mesa Propositiva do dia contou com a coordenação do Prof. Eduardo Caliendo Marchesan.
O primeiro tema, “Vivência da Implantação das Classes Hospitalares” foi apresentado por Marlene
Mayer A. Silva da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. A escolarização hospitalar
naquele município, iniciou-se em 1987 no Hospital Pequeno Príncipe (instituição provada), com
uma perspectiva lúdica. Algumas parcerias foram articuladas a partir de 1988 com outros hospitais
e secretarias municipais e do estado. Ainda hoje não tem uma sala ou classe formal, do ponto de
vista físico, e o trabalho ocorre nos diversos espaços e setores do hospital; a perspectiva é
educacional e humanizadora.
Para o segundo tema, contamos com a presença de Rosemary Aparecida Hilário representando a
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, que trouxe o relato “Estruturação da Classe
Hospitalar em um Hospital Oncológico”, sobre a. Escola Especializada Schwester Heine que
funciona no Hospital A. C. Camargo (Hospital do Câncer), cujas atividades iniciaram-se em 1987,
fruto de um convênio com a Prefeitura do Município de São Paulo e a Secretaria Estadual de
Educação do Estado. Atende crianças de zero a oito anos, com atividades pedagógicas e
brinquedoteca, objetivando o desenvolvimento integral, escolarização e reinserção na escola de
origem. O atendimento é oferecido a crianças de tratamento em estágio agudo, e também, em
função da demanda, em parceria com a Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual,
articula oftalmologia e Educação Especial. Mais de 50% das crianças atendidas originam-se de
outros estados brasileiros, principalmente do Norte.
No debate que se seguiu, surgiram questionamentos sobre o fato de a rede municipal oferecer
uma única classe hospitalar para o atendimento à cidade de São Paulo e também sobre as
parcerias ou rede de apoio que não deve substituir as políticas públicas. Ainda sobre parcerias, os
convênios com as universidades foram bastante discutidos e os estagiários que não devem
substituir os professores.
“Políticas Públicas para Escolas Hospitalares: Necessidade de Definições e Ações” intitulou o
tema seguinte, da Profa. Dra. Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula, cujo trabalho apresentou,
através de levantamento bibliográfico e análise de documentos, um panorama no Brasil das
escolas hospitalares. As conclusões apontam para o fato de que são poucas as Secretarias de
Educação Especial que reconhecem o direito legítimo e implementam, de fato, as escolas nos
hospitais; necessidade da construção e socialização de saberes para atuação dos educadores;
medidas governamentais de implementação e acompanhamento do trabalho dos professores nas
escolas hospitalares e uniformização terminológica.
Dando seguimento, a comunicação oral “Inclusão Escolar em Ambiente Hospitalar: Experiência
com Crianças e Adolescentes em Tratamento Oncológico”, de autoria de Gilda Maria Maia Martins
Saldanha, Izabel Cristina Ferreira Oliveira e João Gomes Tavares Neto, trouxe a experiência do
atendimento educacional hospitalar no Pará, através de um convênio entre Secretaria de Estado
de Educação e um hospital privado, cujo objetivo é a inclusão educacional, trabalho iniciado em
2002.
Na última comunicação oral o tema foi “Considerações sobre Escolarização no Contexto
Hospitalar”, trabalho assinado por Mariliza Simonete Portela, Ariane Macedo, Neuseli Lipinski e
Yvelise Vallim, que discorreu sobre o atendimento, rotina e atividades pedagógicas em um
hospital particular de Curitiba com professoras cedidas pela Secretaria Municipal de Educação
através de um convênio.
Na última discussão do grupo, emergiram questões trazidas pelos expositores como a
nomenclatura utilizada de formas diferentes não só no ambiente escolar como hospitalar e foram
retomadas outras já discutidas, como a formação dos professores de classes hospitalares, os
estagiários, o número insuficiente de classes hospitalares implementadas e as parcerias.
5
Alguns aspectos comuns ou tangentes aos trabalhos e discussões do GT1-Políticas
Públicas:
ØNo que se refere aos aspectos normativos, documentos, legislação, diretrizes, dados
estatísticos e terminologia:
-É imprescindível garantir o cumprimento da legislação, ou seja, a afirmação do direito
legítimo para a implantação do atendimento escolar hospitalizado;
-Não ficar apenas nos marcos legais: é necessário verificar em que condições esse
atendimento vem ocorrendo;
-Lutar pela flexibilização do sistema de dotação orçamentária a partir dos dados enviados
às secretarias, os quais são tabulados e utilizados para a liberação de recursos, pois a
flutuação é característica da condição do aluno/paciente;
-Faz-se necessária discussão e definição da terminologia utilizada, pois a ancoragem
conceitual determina e sustenta as definições e ações das políticas públicas.
ØQuestionamento e indicativos no aspecto pedagógico:
-Firmar a importância do pedagógico, entendendo-o que não se limita ao conteúdo;
-Preservar a escolarização, considerando, paralelamente aos conteúdos, os aspectos
emocionais e relacionais da criança hospitalizada;
-Compreender como fundamental a continuidade das atividades escolares num momento
em que a criança está debilitada fisicamente, alijada de seu grupo social, mas
atravessando o seu crescimento intelectual;
-Pensar um trabalho de interlocução com os familiares no processo de reinserção na
escola pós-hospitalização.
Ø Quanto aos profissionais da educação e hospitais e, na perspectiva das políticas públicas,
como encontrar o equilíbrio para:
-Dimensionar o perfil do profissional que trabalha nesse atendimento;
-Conseguir uma ampla discussão sobre formação: deve ser específica ou generalista?
Deverá ser realizada na graduação ou na pós-graduação? Como e que tipo de
investimentos devem ser feitos? Quais os saberes necessários? Qual o campo de
conhecimento?
-Definir o papel do estagiário tanto nas universidades quanto nos hospitais.
ØEstabelecer, clara e atentamente, o papel das parcerias e doações para que o poder público não
se desresponsabilize do que é seu dever.
Trabalhos apresentados
Arosa, Armando. "Escola Hospitalar: Utopia ou Realidade" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Prof. Armando Arosa
Superintendente de Desenvolvimento de Ensino / Subsecretário de Projetos Especiais – Niterói/RJ
6
Introdução
Com surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente um novo desafio foi colocado para as
Secretarias de Educação(SME) – a escolarização da criança/adolescente hospitalizado. Esta
garantia legítima de direito ainda não encontrou respaldo nas políticas elaboradas e aplicadas
pelas SMEs. Esta situação se materializa pelo fato do foco de atenção das SMEs estarem
egocentradas nas escolas, dificultando sua atuação sistêmica em outros espaços educativos que
não o escolar.
Justificativa
Quando as SMEs assumem o atendimento educacional hospitalar, realizam esta ação mediante
convênio, que engessam o atendimento educativo, muitas vezes, por não conhecer a dinâmica
deste espaço e não ter discutido sobre a função da ação educacional em um hospital. Sua
realização e pautada em projeto, pois esta atuação é entendida como modalidade da Educação
Especial, sendo compreendida como uma ação periférica aprisionada na burocracia administrativa
– financeira que restringem, e muito, a autonomia deste espaço educativo.
Este cenário sinaliza a necessita de pensar estratégias que garantam a efetivação das ações
educativas hospitalares de forma a superarem o olhar reducionista que, hoje, sustenta
fragilmente, as ações educacionais hospitalares.
Metodologia
Mesa de Debate – Escola Hospitalar: Utopia ou Realidade. Este espaço reflexivo terá como
proposta discutir a possibilidade de criação da Escola Hospitalar tomando como ponte de partida a
experiência vivenciada pela Secretaria de Educação de Niterói na elaboração do Decreto que
normatiza a criação da Escola Hospitalar naquele município.
Palavras-chave:
Estatuto da Criança e do Adolescente, Escolarização, Escola Hospitalar,
Debate.
Cardoso, Terezinha Maria. "AS CLASSES HOSPITALARES EM SANTA CATARINA:
CARACTERIZAÇÃO" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo,
Brasil.
Resumo Expandido.
Terezinha Maria Cardoso
EED/CED/UFSC
Introdução
Classe Hospitalar (CH) é a terminologia do MEC/SEESP (Ministério de Educação/Secretaria de
Educação Especial) para designar o atendimento pedagógico educacional no hospital. Seu
principal objetivo é atuar no combate ao fracasso escolar comum às crianças/adolescentes que
são submetidas a internações longas e/ou freqüentes, impossibilitando-as de acompanhar o ano
letivo da escola regular. (MEC, 2002). Em Santa Catarina, a Portaria nº 30, SED, de 05 de março
de 2001, que dispõe sobre a implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para
crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internado em
hospitais, regulamenta esse atendimento no âmbito do Estado. O trabalho desenvolvido na Classe
é referendado por uma escola da Rede Estadual de Ensino. Os dados da Secretaria de Educação
7
apontam para a existência de 12 CH no Estado, a maioria criada no ano de 2002, duas
implementadas em 2001 e uma em 2003.
Metodologia
Este texto traz parte dos resultados do projeto “Convergindo olhares para alunos hospitalizados:
conteúdos, metodologias e práticas”, qual seja, conhecer as CH em funcionamento no Estado de
SC. Os dados foram coletados por: questionário contendo tópicos que buscavam informações
referentes à Classe propriamente dita e sobre a professora; entrevista, que aprofundavam com as
impressões das professoras sobre a Classe e o seu trabalho; e fotografias que complementaram a
análise da arquitetura das Classes. Ao todo, doze cidades foram percorridas em 7 regiões do
Estado e 12 CH e em média 20 professores foram ouvidos, em entrevistas individuais e coletivas.
Resultados
As CH visitadas são espaços agradáveis e acolhedores, que trazem à criança lembranças da
escola, mas que se diferenciam dela na organização. Têm espaço próprio para o desenvolvimento
do trabalho pedagógico e, a maioria delas, é fruto de adaptações de quartos, enfermaria, sala de
espera ou sala de depósito. Com exceção de uma Classe, as demais não possuem ramal
telefônico. Registram um atendimento médio mensal com variação entre 100, 40 e 23
atendimentos/mês.
Os dados produzidos na investigação indicam que o trabalho desenvolvido pelas
professoras das CH não se limita aos conteúdos do currículo oficial, antes se estende à promoção
da auto-estima do educando e, também, dos familiares que o acompanham. Lembram, também,
que cognição e vida são faces de uma mesma moeda. Ao trabalharem os conteúdos escolares de
forma lúdica, dão suporte emocional ao educando para enfrentar com maior tranqüilidade o
período de internação. Assim, trazem o mundo da escola, (res)significando-a.
Conclusão
O cuidado parece ser a pedra angular da prática pedagógica efetivada nas CH. Sem negar as
análises que desvelam as precárias condições de trabalho, buscamos qualificar os elementos de
reprodução emocional da vida como indispensável para o processo de ensinar e aprender. Uma
educação biocêntrica que entende a cognição para além de processos mentais e da consciência,
como sinônimo de vida (MATURANA, 1998; CARVALHO, 1999; CECCIM, 1997; SOUSA, s/d).
Palavras-chave: classe hospitalar, fracasso escolar, educação biocêntrica.
Referências
CARVALHO, Marília P. No coração da sala de aula: gênero e trabalho docente nas séries
iniciais. São Paulo: Xamã, 1999.
CECCIM, R. B. Criança hospitalizada: a atenção integral como uma escuta à vida. In: CECCIM, R.
B.; CARVALHO, P. R. A. (org.) Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida.
Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1997.
FONSECA, Eneida S. da. Implantação e implementação de espaço escolar para crianças
hospitalizadas. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.8, n.2, p.205-222, jul./dez.
2002.
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte:
Editora da UFMG, 1998.
MEC. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações.
Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2002.
8
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Dispõe sobre a
implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e
adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados em
hospitais. Portaria n. 030, de 05 de março de 2001. Florianópolis: SED, 2001.
SOUSA, A. M. B. Educação Biocêntrica: uma poética da cognição... Florianópolis, s/d.
Trabalho não publicado.GT2 – Currículo Todo professor hospitalar convive com duas
realidades e uma só vivência, muitas vezes extremamente contraditória. Discutir a construção de
um currículo não excludente é o que objetiva este Grupo de Trabalho.Temas:

A cultura escolar e a cultura hospitalar.

Estruturação do currículo pedagógico hospitalar.

Adequação entre currículo da escola hospitalar e da escola de origem.

Os diferentes tempos do estudar no hospital.
Menezes, Maria Aparecida, “GESTÃO E INCLUSÃO ESCOLAR” (2006)em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido.
Maria Aparecida de Menezes
Faculdade Mozarteum de São Paulo/Curso de Pedagogia/[email protected]
Introdução
O presente trabalho é resultado de leituras e reflexões sobre o tema Educação Inclusiva, aliadas à
experiência em escolas públicas e o cotidiano de trabalho com gestores, acrescidos da docência
em cursos de Pedagogia nos quais, a intencionalidade de formação de coordenadores
pedagógicos, diretores e supervisores, volta-se para o gerenciamento de unidades escolares de
educação básica.
Metodologia
O estudo iniciou-se a partir de questionamentos provocados pela vivência com gestores e seus
enfrentamentos diante das novas exigências escolares em presença da diversidade da clientela
nas escolas, em particular, dos alunos com necessidades educacionais especiais e a composição
do quadro de professores e demais educadores, incluindo o próprio gestor, cuja formação não
contempla a demanda atual.
A partir desse contexto delineou-se o processo de estudos no desvelamento guiado pela questão
norteadora: como pensar Gestão e Inclusão Escolar?
Buscou-se aporte teórico em Maria Teresa Mantoan, Paulo Freire, Vitor Paro e documentos
pertinentes, que contribuíram no sentido de esclarecer a questão da Inclusão Escolar no cenário
da escola brasileira.
Comentários
Procuramos situar algumas contradições e conflitos e apontar a relação entre os novos
compromissos assumidos pela escola e a necessária experiência do diálogo entre gestores e
demais segmentos do contexto escolar.
Consideramos também necessário que os educadores estejam atentos à complexidade do tema e
à sensibilidade indispensável para lidar com a Inclusão Escolar, reconhecendo as limitações, mas
também transformações possíveis através de instrumentos legítimos de participação.
9
Palavras-chave: Educação Inclusiva, Gestão, Inclusão Escolar.
Oliveira, Fabiana Aparecida de Melo. "AS CLASSES HOSPITALARES NO CONTEXTO DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Fabiana Aparecida de Melo Oliveira
Graduanda em Letras pela Universidade de São Paulo. Professora-estagiária do Projeto Escola
Móvel-Aluno Específico vinculado ao IOP/GRAACC.
Introdução
O reconhecimento, por parte da legislação brasileira, de que crianças e adolescentes
hospitalizados têm direito a atendimento pedagógico-educacional figura como um elemento
extremamente relevante no contexto educacional nacional. Destarte, esta pesquisa pretendeu se
configurar como um exercício de coleta de informações sobre como o ensino através de classes
hospitalares aparece legalmente previsto ao longo deste território.
Metodologia
A pesquisa está centrada na consulta de documentos normativos que prevêem a implantação das
classes hospitalares nos diversos estados brasileiros. Desse modo, destacou-se um levantamento
de dados relacionados às políticas públicas em âmbito federal e, também, uma comparação entre
as possíveis leituras e adaptações desenvolvidas pelas secretarias e conselhos estaduais de
educação.
Mais especificamente, o levantamento de dados corresponde a uma consulta direta aos sites
oficiais, tanto do Ministério da Educação e Desporto, como das secretarias e conselhos estaduais
de educação de todo território nacional. O que se privilegiou, portanto, foram os documentos
normativos, ou seja, leis, decretos, deliberações, pareceres e resoluções.
Resultados
A dificuldade de acesso a esses materiais foi o maior obstáculo vivenciado ao longo deste
trabalho. Assim, é plausível destacar que nem todas as secretarias, bem como os conselhos
estaduais de educação disponibilizam em seus sites oficiais os documentos que fundamentam
suas determinações. Da mesma maneira, há que se mencionar que nenhum dos responsáveis
pela área de educação especial contatado contribuiu com informações acerca da previsibilidade
legal ou não de classes hospitalares em sua região de atuação.
Efetivamente foram encontradas, dentro da metodologia proposta, informações apenas sobre 11
regiões: Ceará, Pernambuco, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Nessa perspectiva, convém notar que as
classes hospitalares são mencionadas como um serviço especializado ou como parte da estrutura
de atendimento a alunos portadores de necessidades educativas especiais. A exceção cabe aos
estados do Ceará e Pernambuco, onde tal terminologia sequer apareceu nos documentos
analisados.
Como fazia parte do objetivo desta investigação trilhar as especificidades legais de todos os
10
estados brasileiros, o que na prática foi impossível, pareceu fundamental buscar outras pesquisas
que já tivessem abordado a temática das políticas públicas regionais no âmbito do ensino
especial[1]. Assim, foi possível obter informações sobre outros estados, tais como Amapá,
Amazonas, Pará, Bahia, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Desse modo, obteve-se informações sobre 18 estados, além do Distrito Federal. Desse total,
apenas 8 estados e o próprio Distrito Federal, isto é, 50 % das regiões pesquisadas, apresentam
as classes hospitalares em sua legislação (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São
Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul) enquanto nos demais, tal terminologia, ao menos
nos documentos consultados, sequer apareceu citada textualmente.
Palavras-chave: Políticas Públicas, Inclusão, Escola Hospitalar
Referências Bibliográficas:
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Nacional de Educação Especial. Brasília, MEC/SEESP, 1994.
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_________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9394 de 20/12/1996.
Disponível em:<http://www.unoparvirtual.com.br/lei9394.pdf>.
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________. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE no 10/2005. Disponível
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PERNAMBUCO. Conselho Estadual de Educação. Resolução CEE/PE no 01, de 14/02/2000.
Disponível em: <http://www.cee.pe.gov.br/index_legislacao.htm>.
RIO DE JANEIRO. Conselho Estadual de Educação. Deliberação 291/04. Disponível na internet
em: <http://www.cee.rj.gov.br/coletanea/d291.pdf>.
RIO
GRANDE
DO
SUL.
Projeto
de
Lei
<http://www.al.rs.gov.br/Diario/Proposicoes/PROP1589htm>.
229/2003.
Disponível
em:
SÃO PAULO. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE no 05/2000. Disponível em:
<http://www.ceesp.sp.gov.br/Deliberacoes/de_05_00htm>.
____________. Secretaria Estadual de Educação. Resolução SE no 61 de 2002. Disponível em:
<http://www.edunet.sp.gov/itemlise/arquivos/61_2002htm>.
___________.
Projeto
de
Lei
1123
<http://www.camara.gov.br/sileg/integra/243213.htm>.
de
2003.
Disponível
em:
UNESCO/MINISTÉRIO
DA
EDUCAÇÃO
E
CIÊNCIA
DA
ESPANHA.
(1994).
Declaração de Salamanca e Linha de ação sobre necessidades educativas especiais: Acesso e
qualidade. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>.
[1] Nesse sentido, a maior contribuição encontrada remete ao texto de BUENO, José Geraldo
Silveira & FERREIRA, Júlio Romero (coord.). Políticas regionais de educação especial no Brasil.
12
Paula, Ercília Maria Angeli Teixeira de."POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ESCOLAS
HOSPITALARES: NECESSIDADE DE DEFINIÇÕES E AÇÕES" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Profa. Dra. Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula
Docente de Departamento de Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG/PR.
A escola hospitalar no Brasil vêm se expandindo, de forma expressiva, nas últimas décadas. Este
fato demonstra que existem interesses de alguns setores da população brasileira em humanizar e
reconhecer o direito à educação para crianças e adolescentes hospitalizados. No entanto, apesar
de existirem inúmeros esforços dos estudiosos da área, educadores, profissionais de saúde,
pessoas da sociedade civil e alguns órgãos públicos; as escolas nos hospitais ainda não recebem
o devido cuidado, atenção e reconhecimento legal para a sua real efetivação na sociedade
brasileira. Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica e reflexões apresentadas na tese de
doutorado, por mim defendida, no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade
Federal da Bahia no ano de 2005 a respeito das escolas nos hospitais. A metodologia utilizada foi
o levantamento bibliográfico e análise de documentos que abordam esta temática. Na análise das
Políticas Nacionais da Educação Especial, do Ministério da Educação, BRASIL (1994, 2001,2002)
é possível verificar que as “Classes Hospitalares e os Atendimentos Domiciliares” estão
contempladas nas resoluções da Educação Especial. Todavia, são poucas as Secretarias de
Educação Especial que reconhecem este direito como legítimo, implementando de fato, as
escolas nos hospitais. A maioria das escolas está relacionada às Secretarias da Educação
Municipal ou Estadual. Também existem escolas relacionadas ao Governo Federal, como as
escolas dos hospitais da Rede Sarah. Em alguns hospitais, a contratação dos professores é feita
como prestação de serviços, com caráter privado. No que se refere à produção bibliográfica, os
trabalhos de Ceccim e Carvalho (1997), Kosinski (1997) Fonseca (1999) Matos (1998), Barros
(1999), Carvalho e Telles (2000), Amaral e Silva (2003), Baumel (2003), Fontes (2003) e Paula
(2005), apontam para a necessidade urgente da construção e socialização de saberes para
atuação dos educadores nos hospitais, de medidas governamentais de implementação e
acompanhamento do trabalho dos professores nas escolas hospitalares. Uma produção mais
recente como a de Mazzota (2006) discute questões relacionadas a necessidade de reflexões
sobre a uniformização terminológica das Políticas Públicas da Educação Especial, a
descontinuidade de programas e propostas e a coerência dos princípios esposados nestas
Políticas. Nas Políticas Públicas das escolas hospitalares alguns aspectos merecem reflexões e
ações efetivas como: a expansão das escolas nos hospitais, realização de concursos públicos
para os professores, pagamento de insalubridade aos professores, discussão dos projetos político
pedagógicos das escolas, garantia de verba nos orçamentos públicos para aquisição de materiais
e vários outros aspectos a serem discutidos coletivamente nos Fóruns e Encontros Nacionais em
defesa das escolas hospitalares.
Palavras Chave: Políticas Públicas, Escola no Hospital, Aluno Hospitalizado.
REFERÊNCIAS
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hospitalares: respeitando a cidadania de crianças e jovens enfermos. Disponível em
http://www.malhatlantica.pt/ecae-cm/daniela.htm. Acesso em 20 de Agosto de 2003
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Educação. Set/Out/Nov de 1999, p. 20-27
13
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da Educação Especial. Brasília, 1994
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Educação. Brasília. Disponível em http://www.mec.gov.br/cne/ftp/minuta/minuta1dox. Acesso em
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KOSINSKI, Regina Taam. Educação em Enfermarias Pediátricas.São Paulo: Revista Ciência
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contexto da política educacional brasileira. Revista de Educação. Universidade Federal
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Pereira, Márcia Letícia Araújo. "A RELEVÂNCIA DA CLASSE HOSPITALAR EM
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE SÃO LUÍS PARA CRIANÇAS DE 07 A 10 ANOS" (2006), em I
Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar, São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Márcia Letícia Araújo Pereira
Universidade Federal do Maranhão
14
INTRODUÇÃO
A partir do século XX, iniciam-se as discussões sobre a relação pessoa, doença e cura e as
mudanças em prol de uma política de humanização da saúde, partindo da organização do
Sistema Único de Saúde (SUS).
O SUS foi efetivado em 2001 em todo país, visando uma transformação no atendimento aos
pacientes em instituições públicas de saúde, de maneira a valorizar o ser humano integralmente.
(FERNANDES, 2004)
Desta maneira, a pedagogia hospitalar tem se expandido pelo Brasil, principalmente
atrelada à Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS. (FERNANDES, 2004)
O documento do Humaniza SUS enfatiza a atenção integral à saúde através da mudança de
cultura da comunidade hospitalar e a construção coletiva de ações. Para não se efetivar como
mais um programa, estabeleceu-se como uma política em que todas as dimensões da saúde da
saúde devem perpassar. (BRASIL, 2004)
Em via desta preocupação, a educação imprimiu um novo papel para o pedagogo, o
beneficiamento do desenvolvimento da criança através de experiências vivenciadas dentro do
hospital envolvendo o brincar, o pensar, o criar e o trocar. Com este intuito, a mais antiga escola
hospitalar do Brasil é organizada no Hospital Jesus em Vila Isabel, Rio de Janeiro. (FONSECA,
2004).
METODOLOGIA
Para a realização desta investigação foram feitas análises bibliográficas específicas da
área de Pedagogia Hospitalar bem como de áreas afins: Saúde Pública e Psicologia Infantil.
Julgou-se pertinente analisar as fontes bibliográficas, buscando explicações coerentes para a
prática social inerente ao hospital, tendo em vista o processo de mudança constante da
percepção de mundo do ser humano, a partir de sua vivência história, do meio em que vive e da
transformação dos eventos com todas as ligações internas intrínsecas a esta; além disso,
ressaltar a importância de uma classe hospitalar para ressignificação de valores e desejos
interrompidos em crianças do ensino fundamental menor internadas em instituições públicas de
São Luís.
RESULTADOS
Muitas crianças hospitalizadas entre 07 e 10 anos, na cidade de São Luís têm perdido o ano letivo
ou a seqüência dos estudos por falta de classes hospitalares. Pode-se pensar que como a
incidência é maior de crianças de outros municípios do Estado, não seria viável o
acompanhamento em ritmo de escolarização pelo distanciamento do hospital da escola.
COMENTÁRIOS
O alcance do êxito atravessa os caminhos do planejamento flexível, com atividades que tenham
início, meio e fim. No começo da semana, realizar visitas às enfermarias para examinar as
possíveis saídas e entradas de crianças. Elaborar atividades e projetos diversificados que
contemplem trabalhos em grupos e individuais. É necessário registrar e avaliar tudo,
principalmente quando a classe tem certificação para o regresso do aluno à escola de origem.
Quando possível, fazer contato com a escola do aluno.(FONSECA, 2003)
Palavras-chave: Sistema de Saúde Pública, Humanização, Pedagogia Hospitalar.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Política nacional de humanização: a humanização como eixo
norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: MS, 2004.
Disponível em: <http://www.saude.gov.br/humanizasus> Acesso em: 14 jan. 2006.
15
FERNANDES, Edicléa Mascarenhas. Construindo um hospital hospitaleiro: acolhendo a família.
In: ENCONTRO NACIONAL, 3., ENCONTRO BAIANO DE ATENDIMENTO ESCOLAR NO
AMBIENTE HOSPITALAR, 1., 2004, Salvador. Anais..., Salvador, 2004. 1 CD-ROM. Produzido
por Multimídia.
FONSECA. Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo:
Memnon, 2003, 97p.
_________. Atendimento educacional na enfermaria pediátrica do HUPE. In: ENCONTRO
NACIONAL, 3., ENCONTRO BAIANO DE ATENDIMENTO ESCOLAR NO AMBIENTE
HOSPITALAR, 1., 2004, Salvador. Anais..., Salvador, 2004. 1 CD-ROM. Produzido por Multimídia.
Portela, Mariliza Simonete, Macedo, Ariane, Lipinski, Neuseli, Vallim, Yvelise.
"CONSIDERAÇÕES SOBRE ESCOLARIZAÇÃO NO CONTEXTO HOSPITALAR" (2006), em I
Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Mariliza Simonete Portela, Ariane Macedo, Neuseli Lipinski, Yvelise Vallim
Hospital Pequeno Príncipe
Secretaria Municipal de Educação de Curitiba
Introdução: Acompanhamento Escolar no Contexto Hospitalar
A educação tem um papel fundamental na formação do ser humano, devido ao potencial
de transformação ocorrendo em qualquer espaço, ou tempo, e o professor, um agente inovador
que procura conhecer e apropriar-se de novos espaços sócio-educacionais promovendo
educação.
Entende-se a família, a comunidade e a escola, como importantes espaços para a
promoção da identidade do ser humano, ocupando a escola, pelo seu valor cultural, espaço de
destaque que permite experiências significativas na construção de valores próprios e sua relação
com a sociedade. No entanto, para um grande número de estudantes o hospital é um local de
permanência constante, cíclica ou eventual e que deve ser considerado na perspectiva de
ambiente educacional.
É crescente o número de hospitais, que através de seu programa de humanização prevê o
atendimento educacional. Entre as entidades hospitalares, está o Hospital Pequeno Príncipe,
onde o atendimento pedagógico é realizado por uma equipe que inclui professoras cedidas pela
Secretaria Municipal de Educação através de um convênio entre as partes.
Metodologia
As atividades pedagógicas culturais são elaboradas de acordo com a demanda prevendo a
utilização de recursos como pesquisas com o uso da internet, jogos, livros didáticos e
literários...podendo resultar na elaboração de relatórios enviados às escolas de origem.
O atendimento pedagógico oferecido, busca a manutenção ou estabelecimento de vínculo
com a escola, estudos e reflexões, aliando restabelecimento físico e enriquecimento cultural, mas
16
com o mesmo grau de intensidade, busca tornar a sua permanência hospitalar mais prazerosa
possível.
O atendimento se dá tanto em pequenos grupos nas enfermarias, quando é possível o
agrupamento ou individualmente no leito, com o apoio dos diversos profissionais envolvidos, o que
facilita o tempo de atendimento.
Na rotina diária está o cadastramento das crianças, o esclarecimento do trabalho junto ao
familiar e um convite à atividades instigando seu interesse e curiosidade da criança. Estabelecese um contrato verbal de parceria a seguir, o contato com a escola para definir os conteúdos para
esse período. A oferta do atendimento pedagógico se estende às crianças de período curto de
internamento, mesmo porque nem sempre se prevê o tempo de hospitalização.
Comentários
Para dar continuidade aos estudos que ganham especificidade no contexto hospitalar,
apresentamos a síntese deste trabalho entendendo que a divulgação e troca de informações
possa fortalecer este campo de atividades tão importantes para o bem estar dos estudantes.
Esta ação tem por objetivo não somente cumprir marcos legais, mas pretende gerar
conhecimentos, promover reflexão sobre ações pedagógicas e contribuir para o estreitamento dos
elos entre educandos, familiares e profissionais em seus aspectos relacionais. Assegurando o
direito de retorno à escola e sua reintegração psicossocial, preservando seus direitos e
promovendo a formação de indivíduos capazes de construir seu próprio conhecimento e valer-se
dele para sua atuação na sociedade.
Palavras chave: hospital / atendimento pedagógico / formação
Referências Bibliográficas
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BICUDO, M.A.V. (org.) Pesquisa em Educação Matemática: Concepções & Perspectivas. São
Paulo: UNESP, 1999
BICUDO, M.A.& GARNICA, A.V.M. Filosofia da Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica,
2003
BRENELLI, R.P. O Jogo como Espaço para Pensar. São Paulo: Papirus, 2003
BRITO, M. R. F. de e GARCIA, V. J. N. A psicologia cognitiva e suas aplicações à educação.
Florianópolis: Insular, 2000
CARRAHER, T & CARRAHER, D. Na Vida dez, na Escola Zero. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2003
D’AMBRÖSIO U. Etnomatemática Elo entre as Tradições e a Modernidade. 2. ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2002
D’AMBRÖSIO U. Matemática da Teoria à Prática. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2003
GUERNELLI, N. N. A Criança com Leucemia na Escola. 1. ed. São Paulo: Livro Pleno, 2002
MACEDO, L.(org) Aprender com Jogos e Situações Problemas. Porto Alegre: Artmed, 2000
MORET, V.P. Construtivismo, a produção do Conhecimento em Sala de Aula. 4. ed. Rio de
Janeiro, D&P, 2004
PLACCO, V. M. de S. (org.) Psicologia e Educação. Revendo contribuições. São Paulo: EDUC,
2000
PONTE, J.P. Investigar a nossa própria prática. Em, Grupo de Trabalho sobre Investigação:
Refletir e Investigar sobre a prática profissional Lisboa : Associação de professores de
Matemática, 2002
17
Saldanha, Gilda Maria Maia Martins, Oliveira, Izabel Cristina Ferreira, e Neto, João Gomes
Tavares. "INCLUSÃO ESCOLAR EM AMBIENTE HOSPITALAR: EXPERIÊNCIA COM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO" (2006), em I Fórum
Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Gilda Maria Maia Martins Saldanha
Secretaria de Estado de Educação
Izabel Cristina Ferreira Oliveira
Hospital Ophir Loyola
João Gomes Tavares Neto
Secretaria de Estado de Educação
No Pará, o atendimento educacional público em ambiente hospitalar ocorre desde 2002, através
de um convênio entre Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, Hospital Ophir Loyola - HOL e
SEEPS. Este convênio instaurou o Programa Prosseguir cujo escopo é garantir educação de
qualidade em uma perspectiva inclusiva e humanizadora. Este trabalho relata a experiência do
atendimento educacional de crianças e adolescentes em ambiente hospitalar.
O Prosseguir atua em diversos setores do HOL. Na pediatria temos uma sala de recreação onde
as crianças encontram brinquedos e jogos. São realizadas oficinas de criação artística, confecção
de brinquedos e pinturas utilizando materiais e sementes amazônicas. Nas enfermarias da
pediatria um professor acompanha a vida escolar das crianças interadas.
Na quimioterapia infantil, a brinquedoteca proporciona lazer, com brinquedos e jogos variados. No
momento da quimioterapia o professor desenvolve atividades audiovisuais, artísticas e culturais,
propiciando distração, prazer e amenizando o estresse físico e emocional.
Outro espaço de aprendizagem é a sala de aula onde são alfabetizadas crianças de 6 a 8 anos,
enquanto outros professores atendem alunos de 1ª à 8ª séries. O atendimento educacional varia
de acordo com a realidade de cada aluno. As crianças que não reúnem condições de freqüentar a
escola são matriculadas na Escola Estadual Barão do Rio Branco e freqüentam as atividades
educacionais no próprio hospital.
As atividades escolares são complementadas por pequenos projetos culturais componentes do
nosso calendário letivo: Formatura de alfabetização e promoção letiva, Auto de Natal, Páscoa,
Homenagem às Mães, Jogos Internos, Feira Cultural, Sessões de Cinema, Visitas a Museus e
Parques Ecológicos etc.
O Prosseguir é um marco de qualidade para inclusão educacional de crianças e adolescentes em
tratamento oncológico. Suas ações têm contribuído para garantir educação formal com alegria e
esperança no futuro compartilhada entre crianças, seus familiares e professores.
Palavras-chave: educação hospitalar, humanização, inclusão, esperança.
18
Silva, Conceição Vieira da, Borba, Regina Issuzu Hirooka de, Carneiro, Ieda Aparecida.
"Classe Hospitalar: Direito da Criança ou Dever da Instituição?" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Conceição Vieira da Silva
Universidade Federal de São Paulo/ Departamento de Enfermagem
Regina Issuzu Hirooka de Borba
Universidade Federal de São Paulo/ Departamento de Enfermagem
Ieda Aparecida Carneiro
Hospital São Paulo/ Serviço de Pediatria
Para questionarmos sobre a classe hospitalar como direito da criança e dever da
instituição é preciso ressaltar sua importância para o desenvolvimento da criança.
Uma das características marcantes da criança escolar que vai dos 6 anos de idade até a
adolescência é o senso de industriosidade, adquirido principalmente por meio da educação formal.
É o período que marca o crescimento intelectual e o primeiro compromisso da criança com um
grupo social. A motivação, o encorajamento e o reforço destas atitudes decorrem principalmente
da aprovação e do reconhecimento dos membros do grupo de convívio. A privação destas
oportunidades devido a alguma situação, como processo de adoecimento e hospitalização
prolongada, ou quando não lhes são proporcionados condições pedagógicas adequadas, pode
resultar em sentimento de inferioridade(1,2).
Estudos realizados com crianças portadoras de doenças crônicas têm demonstrado que
a continuidade das atividades curriculares é o que mais elas sentiam falta após o advento da
doença em suas vidas, pois um bom desempenho escolar prova sua capacidade cognitiva,
restabelecendo a auto estima, a auto realização e assim sua auto afirmação(3,4).
O acompanhamento do currículo escolar durante a permanência da criança hospitalizada
está contemplada no item 9 da resolução 41 de 10/95 do CONANDA(5) e no parágrafo 1º do artigo
13 da Resolução do Conselho Nacional de Educação Básica de 11/12/2001(6) que institui como
uma das diretrizes da educação especial, a classe hospitalar, no sentido de contribuir para seu
retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizador com crianças e
jovens não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola
regular. Assim, devemos firmar a classe hospitalar como Direito da Criança e Dever da Instituição,
para que os direitos da criança sejam preservados, contribuindo para um melhor desenvolvimento
infantil.
Palavras-chave: classe hospitalar; defesa da criança e do adolescente, criança hospitalizada,
pediatria
19
Referências Bibliográficas
1. Wong DL. Whaley & Wong. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva.
5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997.
2. James SR, Ashwill JW, Droske SC. Nursing care of children: principles & practice. 2ª ed. USA:
WB Saunders Company; 2002.
3. Pereira SR. (Re) construindo o hospital: a ótica da criança portadora de doença renal crônica.
[Tese]. São Paulo (S P): Universidade Federal de São Paulo; 1999.
4. Borba RIH, Sarti CA. A asma infantil e o mundo social e familiar da criança. Rev Bras Alerg
Imunopatol. 2005 setembro/outubro;28(5):249-54.
5. Brasil. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução n. 41 de
outubro de 1995. Direitos da criança e do Adolescente hospitalizados. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília (DF); 1995 out 17;Seção 1:319-20.
6. Brasil. Conselho Nacional de Educação Básica. Resolução CNE/CEB n.2, de 11 de setembro
de 2001. Institui diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Diário Oficial
da Republica Federativa do brasil, Brasília (DF);2001 set 14;Seção 1E:39-40.
Skibinski, Margarida Mitsuko da Silva e Pacheco, Mirta Cristina Pereira. "RESGATE
HISTÓRICO DA ESCOLARIZAÇÃO DO HOSPITAL ERASTO GAERTNER" (2006), em: I Fórum
Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Margarida Mitsuko da Silva Skibinski - Assistente Social da Pediatria do Hospital Erasto Gaertner
Curitiba/Pr
Mirta Cristina Pereira Pacheco - Professora da Prefeitura Municipal de Curitiba à disposição da
Pediatria do Hospital Erasto Gaertner Curitiba/Pr
Introdução
As atividades pedagógicas no Hospital Erasto Gaertner em parceria com a Prefeitura Municipal
de Curitiba, tiveram início em abril de 1988, de acordo com documento intitulado “Projeto da Ação
Comunitária”, segundo o mesmo, a Prefeitura cederia uma professora para desenvolver atividades
de recreação junto às crianças, duas vezes por semana por um período de quatro horas diárias.
A partir 1991, através de novo convênio, ao hospital seria cedida uma professora atuando cinco
dias da semana com carga horária de quatro horas, sendo focado a “assistência escolar as
crianças internadas, oferecendo atendimento individualizado e mantendo entrosamento com a
escola a que pertencem as crianças” Citação: Cláusula Primeira do documento.
Relato da prática
Nesse momento foi montada uma sala de aula junto ao refeitório na pediatria, essa sala foi
equipada com móveis, televisor, livros... Tudo doado por pessoas e empresas cientes da
necessidade uniram forças e iniciou-se um lindo sonho!
20
Ao longo desses anos até o fim de 2004, as atividades escolares foram transcorrendo de forma a
auxiliar as crianças em suas dificuldades escolares, a professora contava com o apoio de
apostilas doadas por um colégio da rede particular de ensino. Findado o ano a professora regente
se aposenta.
No início de 2005, nova professora assume a classe hospitalar e juntamente com o Serviço Social
remodelam a didática, investindo em novos projetos, sendo:
- Escolarização: Buscando priorizar o resgate escolar, estimulando partilha de idéias;
- Gostar de Ler: Criação de uma biblioteca na sala de aula;
- Brincar Exercitando: Em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, estagiárias de
Educação Física desenvolvem atividades lúdicas;
- Sala de Espera: Atendimento pedagógico aos pacientes do ambulatório;
- Exposição: Apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos alunos/pacientes.
Comentários
Findamos o ano de 2005 com 1150 atendimentos.
Palavras-chave: atendimento pedagógico - criança – adolescente
Referências Bibliográficas
Convênio Prefeitura Municipal de Curitiba/ Liga Paranaense de Combate ao Câncer. Curitiba/Pr1991
Projeto de Ação Comunitária. Liga Paranaense de Combate ao Câncer/Prefeitura Municipal de
Curitiba. Curitiba/Pr-1988
Relatório Anual de Escolarização Hospitalar – Hospital Erasto Gaertner. Curitiba/Pr-2005
SKIBINSKI, MARGARIDA M. S.; NASCIMENTO, ROSANGELA P. A Pediatria do Hospital Erasto
Gaertner no tripé da qualidade de vida: Saúde, Educação e Humanização. Projeto nº 1295
Curitiba/Pr-2005
21
GT2 - Currículo
Todo professor hospitalar convive com duas realidades e uma só vivência, muitas
vezes extremamente contraditória.
Discutir a construção de um currículo não excludente é o que objetiva este Grupo
de Trabalho.
Temas:

A cultura escolar e a cultura hospitalar.

Estruturação do currículo pedagógico hospitalar.

Adequação entre currículo da escola hospitalar e da escola de origem.

Os diferentes tempos do estudar no hospital.
Síntese das Discussões
Mediador: Marcos Rodrigues de Lara
Relatório das atividades do GT2 elaborado por Marcos Rodrigues de Lara
dia 19/08/2006
PARTE DA MANHÃ:
A primeira mesa temática contou a presença da Profa. Dra. Mere Abramowicz e da Profa. Dra.
Edina Mariko Koga da Silva, tendo sido Coordenada pelo Prof. Dr. Marcos Masetto.
22
A Profa. Mere iniciou as apresentações fazendo uma retrospectiva do tema Currículo
mostrando sua trajetória desde suas primeiras abordagens como percurso, grade, rol de
disciplinas, lista temática, etc. até a sua abordagem contemporânea de uma área
multidisciplinar, inserida culturalmente em determinadas visões, voltada ao aluno e,
principalmente, emancipatória.
Na segunda fala, a Profa. Edina apresentou sua experiência com um currículo inovador no
ensino da medicina através do método de aprendizagem pela solução de problemas. Essa
experiência foi adquirida fora do país na busca de novos métodos e práticas que a Unifesp vem
tentando abordar. Nela, a Profa. Edina mostrou uma prática totalmente centrada no aluno, o
fim da prática de aulas formais, onde o professor passa a ser um suporte na aprendizagem do
aluno que vai, por si só e em grupo, buscar soluções e respostas aos problemas colocados pela
Instituição. Estes problemas são elaborados pela Instituição, que estabelece o currículo
necessário para a prática da medicina, e sua evolução através da complexização dos
problemas a serem enfrentados. O aluno e seu grupo encontram suas formas e modos de
aprender e vão se apoiar em todos os meios disponíveis para adquirir os conhecimentos
necessários, não apenas no professor, o único detentor do conhecimento requerido no
currículo tradicional.
Essa estrutura curricular deixou a platéia bastante interessada em temas complementares
como condução dos temas e avaliação dos alunos. Quanto a avaliação dos alunos a Profa.
Edina mostrou uma prática totalmente diferente da tradicional onde o aluno se auto-avalia, é
avaliado por seus colegas de grupo, e pelo monitor do grupo. Ele é exposto, ainda, outras
avaliações institucionais específicas na área das habilidades e das atitudes, formando assim o
que a Profa. Mere havia chamado de currículo e avaliação multidisciplinar, abrangente e
emancipatória.
Na seqüência das Comunicações Orais a Profa. Ana Lúcia Tarouquella Schilke apresentou o
trabalho que a equipe da qual faz parte vem desenvolvendo em suas classes hospitalares para
mostrar que o currículo de uma classe hospitalar não pode ser a simples transposição do
currículo da escola tradicional ao custo de um “fragoroso naufrágio”. Para ela, falta a junção e
significado para as atividades desenvolvidas no hospital com aquelas desenvolvidas nas
escolas de origem. Nesse ponto foi apontado, inclusive com o reforço da platéia, o pouco
aprofundamento teórico que esta prática vem tendo, carecendo de uma melhor definição de
campo de conhecimento e atividade, inclusive intelectual.
Encerrando a parte da manhã a Profa. Cristiane Verdi apresentou sua comunicação oral sobre
o trabalho desenvolvido pelo seu grupo na busca pela implantação de escolas hospitalares em
sua região, sem grandes apoios conceituais ou práticos e sua luta na prática, ficando,
novamente, clara a pouca base conceitual da área.
PARTE DA TARDE:
A segunda mesa temática do dia contou com a participação da Profa. Carolina Pereira
Malachias Coutinho e da Profa. Dra. Raquel de Aguiar Furuie, sendo coordenada pela Profa.
Dra. Veruska Andrade.
A Profa. Carolina mostrou, através de sua prática com crianças portadoras de limitações
visuais, a necessidade do currículo envolver mais do que o simples conteúdo, mas também a
intencionalidade no uso de materiais específicos e da ajuda que pode significar o envolvimento
dos pais e da escola nesse processo. Foi debatido com a platéia a enorme necessidade que as
classes hospitalares têm e treinarem seus profissionais de forma freqüente para não ficarem
apenas nos conteúdos dos temas e ampliarem a noção de currículo, como falado na parte da
manhã pela Profa. Mere. Outro ponto apontado foi a necessidade de transformar as mães em
agentes de luta pela conquista das condições necessárias no meio em que a criança vive. Isso
seria muito útil na sensibilização das escolas de origem em elaborarem materiais especiais
para essas crianças. Foi lembrado que sempre existe uma forma para se aprender.
A Profa. Raquel, através de uma revisão histórica do ambiente hospitalar procurou dar
significado as estruturas de poder encontrados nesse ambiente hoje, no qual se integram as
classes hospitalares. Foram fortemente destacados o movimento de reconhecimento dos
23
direitos da criança hospitalizada e das mães com filhos nesta condição. No debate com a
platéia a Profa. Raquel fez a ligação entre os direitos buscados pela Profa Carolina em sua fala
e o momento histórico e legal vivido pelas classes hospitalares.
Neste ponto das discussões das práticas foi apontada pela platéia a recomendação a ser feita
para a coordenação dos próximos encontros para a realização de Oficinas de Práticas
específicas como a de manuseio de material Braile, musica, artes, brincadeiras, etc. buscando
a troca de experiências e o aperfeiçoamento de cada um.
Na sua comunicação oral a Profa. Maria de Fátima Ferreira dos Santos Oliveira mostrou a
necessidade do currículo da classe hospitalar incluir o resgate da auto-imagem da criança
através do suporte de humanização do ambiente hospitalar através de argumentos de
conteúdo na relação professor(a)/aluno(a). Além disso, todo esse trabalho precisa buscar
também ser aferido por indicadores objetivos para melhorar a relação da atividade com as
instituições, inclusive as governamentais.
Fechando os trabalhos do dia, a Profa. Graciella Watanabe e o Prof. Rafael Purgato
apresentaram seu trabalho de ensino de ciências nas classes hospitalares. Mostraram a
necessidade de flexibilizar as metodologias aprendidas nos cursos de formação de professores
(outra grande preocupação de toda a platéia) e demonstraram na prática que conteúdos em
movimento geram currículos móveis e em construção constante. O maior esforço de adaptação
deve ser no sentido de respeitar as condições em que se encontra a criança hospitalizada.
Quem comanda o processo é a criança e não o conteúdo planejado. A grande preocupação dos
dois professores foi de mostrar a enorme necessidade que as classes hospitalares enfrentam
no treinamento de sus professores para uma situação que não conta com a simples aplicação
da programação prévia. Ficou claro, pela fala dos dois professores, que ensinar ciência a
crianças hospitalizadas é mais que ensinar conteúdo é propiciar uma forma delas se
apropriarem de uma realidade hostil a elas mesmas, dando-lhes mais tranqüilidade no
processo de internação.
Dia 20/08/2006
PARTE DA MANHÃ:
O segundo dia do GT de Currículo foi dominado pelo tema da informática, da computação e da
virtualidade. Em um mundo cercado pela informática o Prof. Dr. Jacques Wainer, que compôs a
primeira mesa temática do dia, colocou no centro da discussão uma questão básica:
“Computador é bom para a Educação?”. Entendendo-se aqui a expressão “bom” como atingir
boas notas, o Prof. Wainer apresentou sua recente pesquisa que, através de dois métodos
diferentes mostra que, no primeiro método, pelo levantamento de artigos já publicados nos
Estados Unidos nesta área (que são muito poucos), não se pode chegar a uma conclusão
definitiva nem a favor nem contra. Pelo segundo método de análise baseado nos resultados do
último ENEM, os dados estatísticos sobre as notas obtidas dos alunos divididos em classes
sociais mostra que o computador não auxilia na obtenção de notas melhores nesse exame. E
fica pior quando se verifica que o uso de computador nas classes mais populares está ligado a
obtenção de notas mais baixas.
A Profa. Dra. Elizete Lúcia Moreira Matos, participante da mesa temática e também
apresentadora da primeira comunicação oral (em substituição a sua equipe de trabalho)
mostrou a implantação de um ambiente virtual voltado para a educação infantil em classe
hospitalar (o primeiro no Brasil) reforçando que a virtualidade da informática é apenas uma
ferramenta a serviço do currículo que carrega todas as intencionalidades básicas da
educação.Um dos grandes pontos apontados pela Profa. Elizete foi a necessidade de
treinamento dos professores neste meio pois muitos deles não são afeitos às ferramentas da
informática.
Frentes as polêmicas questões apontadas pelo Prof. Wainer e pela prática trazida pela Profa.
Elizete, a Profa. Dra. Myrtes Alonso, que coordenou esta mesa, concluiu das discussões da
24
platéia que o que se aprende no ambiente virtual da computação talvez não seja capturado por
avaliações tradicionais que se resumem a dar uma nota única pelo estoque de conhecimento
demonstrado. Fica em aberto o formato para se apreender conteúdos explicitados nas falas do
dia anterior tanto da Profa. Mere como da Profa. Edina que abordaram outras dimensões do
saber (saber aprender, saber, ser, saber fazer, saber conhecer).
Na segunda comunicação oral do dia a Profa. Fabiana Ferreira do Nascimento centrou sua
apresentação na intencionalidade de inserção social que o trabalho de sua equipe tem no uso
da informática junto a jovens portadores de febre reumática. Numa demonstração de prática
de um currículo que contempla fatores sociais, a Profa. Fabiana mostrou que, por serem estes
jovens oriundos das camadas mais populares da sociedade, para as quais são, socialmente
reservados trabalhos mais pesados com o emprego do esforço físico, para os quais estes
jovens estariam absolutamente impossibilitados, a informática surge como uma possibilidade
viável de inserção num mercado de trabalho que, normalmente lhes seria inatingível. Foi
destacado o enorme esforço que este trabalho exige de seus executores para além do espaço
da sala de aula no contato com parceiros do mercado de trabalho.
Na linha do tema de ajuste das ferramentas de informática para as intencionalidades do
currículo, a Prof. Regina Célis Martinasso Galbiatti apresentou sua prática de aplicação de
equipamentos especiais junto a uma criança portadora da Síndrome Werdniz Hoffmann que
hoje consegue manifestar seus desejos e praticar suas atividades educacionais respeitadas
suas limitações. Assim como no dia anterior, aqui também foi pontuado com a platéia que não
se pode desistir de ninguém.
A última comunicação oral do dia, feita pela Profa. Maristela Silva Darela sobre sua prática de
passeios de estudos com crianças hospitalizadas, demonstrou que o currículo que se pretende
significativo deve ir para além do espaço escolar levando a criança a se ver como um ser
emancipado no mundo que a circunda. Mais uma vez a prática educacional ficou intimamente
ligada às intencionalidades dos conteúdos desejados no currículo além de trazer, como dizia
Paulo Freire, o prazer para dentro do ato de aprender.
Das discussões da platéia ao longo das falas, pode-se destacar alguns pontos para serem
aprofundados individual e coletivamente nos próximos encontros como:
1. recomendação das oficinas de práticas específicas.
2. ampliar a produção intelectual do grupo na busca de uma melhor delimitação do campo
tanto teórico como o de atuação profissional.
3. discutir mais aprofundadamente se o modelo seguido atualmente é o melhor para
transformar o que é hoje uma modalidade em uma atividade profissional.
4. discutir o modelo que gere dados estatísticos para dar base para pleitos de verbas e
justifique a existência oficial da atividade, que hoje é invisível aos registros oficiais e às
políticas públicas.
5. buscar autonomia para a atividade.
6. pode-se prever que sem estas definições de caminhos anteriores, não se formará um
grupo fixo de profissionais da área no longo prazo.
Nota do Mediador:
Os trabalhos apresentados e as discussões geradas pela platéia foram infinitamente mais ricos
do que eu pude traduzir nestas poucas palavras. Fica aqui minhas desculpas aos participantes
que tornaram os trabalhos envolventes, meu convite aos que não puderam estar presentes
nas apresentações e nos debates que leiam a íntegra dos trabalhos e meus agradecimentos
aos organizadores do Fórum pelo convite e pela possibilidade que me deram de compartilhar
dois dias com pessoas tão incríveis.
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Trabalhos apresentados
Coutinho, Carolina Pereira Malachias. "Atendimento Pedagógico na Área da Deficiência Visual
do Hospital do Câncer A. C. Camargo" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Carolina Pereira Malachias Coutinho
Hospital do Câncer / Departamento de Pediatria / Escola Especializada Schwester Heine
Introdução
A Escola da Pediatria – Módulo Oftalmologia funciona desde dezembro de 2002 e faz parte de
uma gama de 3 módulos instalados nos locais que atendem crianças no Hospital do Câncer A C.
Camargo. Atende em média 530 pacientes por ano sendo 65% deles em idade entre 0 e 6 anos,
24% entre 7 e 10 anos, 6% entre 11 e 14 anos, 4% entre 15 e 18 anos e 1% com idade maior que
18 anos. 59% deles estão matriculados em escola regular ou especial. 48% vem de outros
estados do Brasil, 30% vem de cidades do interior do estado de São Paulo e apenas 22% residem
na capital.
Os pacientes comparecem à Escola Módulo Oftalmologia para os seguintes procedimentos
médicos: avaliação oftalmológica, exame de fundo de olho, aplicação de laser (TTT), crioterapia,
controle de Retinoblastoma, controle familiar de Retinoblastoma, curativo pós-operatório,
avaliação
pré-cirurgica
para
correção
estética
(Ex:
reconstrução
de
órbita).
A maioria desses procedimentos está ligada ao Retinoblastoma que é o tumor intraocular maligno
mais freqüente na infância. Ele se origina de células que formam parte da retina, pode invadir o
nervo óptico e atingir o sistema Nervoso Central. Classifica-se em esporádico (não hereditário),
onde a criança acometida é a primeira da família a apresentar a doença e hereditário (germinal),
onde os outros membros da família podem apresentar a mesma doença ou histórias de tumores
ósseos. O Retinoblastoma pode aparecer em um ou em ambos os olhos e o diagnóstico
geralmente é feito até os 4 anos de idade.
Para ver o mundo com formas e cores, é necessário um nervo óptico e uma retina intactos, sem
alterações. Como
O Retinoblastoma pode causar alterações na retina, pode haver algum comprometimento visual,
levando o indivíduo a condição de visão sub-normal ou cegueira em um ou em ambos os olhos.
Existem casos de pacientes sem acometimento visual mas em função do exame de fundo de olho,
procedimento freqüente no Setor de Oftalmologia, que implica na dilatação da pupila e
conseqüentemente visão turva para perto, apresentam alterações visuais.
Relato de Prática
Sendo essa a realidade dos pacientes, a escola trabalha com materiais adaptados às
necessidades dos alunos, materiais esses que ajudam a tornar a aprendizagem significativa e
auxiliam na alfabetização, estimulação visual de bebês, estimulação tátil, olfativa, lateralidade e
organização espacial, discriminação de formas e cores, jogo simbólico, seriação e classificação,
seqüência, memória, desenvolvimento da linguagem, familiarização de pontos, letras e números
em Braille.São produzidos na própria escola do hospital com objetos reaproveitáveis e com auxílio
26
de materiais específicos para deficientes visuais já existentes no mercado, além disso podem ser
usados por qualquer tipo de criança, com ou sem visão sub-normal e cegueira.
A adaptação desses materiais pedagógicos, dos de uso em projetos e as formas de
registros feitas pelos alunos, ajudam a garantir a adesão deles às atividades propostas e a
minimizar o desconforto causado pelo tipo de atendimento oftalmológico do hospital.
Alguns exemplos de materiais voltados para:
ESTIMULAÇÃO DE BEBÊS: chocalhos com brilho e contrastes de cores (estimulação visual),
guizos para pés e mãos (reconhecimento corporal).
ALFABETIZAÇÃO: alfabeto móvel em Braille de vários tamanhos e em tinta ampliado com
contraste preto/branco para alunos com visão sub-normal, jogo de objetos a serem relacionados
com suas respectivas escritas adaptadas.
QUANTIDADE: jogos com números adaptados e com peças concretas para contagem.
ESTIMULAÇÃO TÁTIL: dominó e jogo de memória com texturas, caixa tátil com objetos dentro
para serem identificados, pareamento de bolas com texturas diferentes, jogo dos pesos para
identificação das características de alguns materiais e associação com o peso dos mesmos.
ESTIMULAÇÃO AUDITIVA: jogo com diversos chocalhos onde o aluno tem que fazer o
pareamento através dos sons.
ESTIMULAÇÃO OLFATIVA: jogo dos cheiros onde cada pote contém coisas com aromas distintos
para serem identificados.
MEMÓRIA: jogo de memória com texturas para alunos com deficiência visual e memória com
peças grandes e com desenhos ampliados em preto e branco para alunos com visão sub-normal.
DISCRIMINAÇÃO DE FORMAS E CORES: blocos lógicos de tamanho maior.
JOGO SIMBÓLICO: bonecas, coisas de cozinha, animais em miniatura.
SERIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO: seriação por tamanhos, classificação de formas geométricas e
objetos de uso diário.
SEQÜÊNCIA: seqüência de histórias para serem montadas trabalhando a percepção temporal.
DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM: trabalho com objetos diversos em miniatura para que os
alunos possam montar e escrever suas histórias.
ENSINO BRAILLE: materiais para familiarização e aperfeiçoamento da leitura e escrita Braille:
células Braille feitas de caixa de ovo, E.V.A., madeira, pinos feitos de bolas e pregos.
INFORMÁTICA: computador com software sintetizador de voz (virtual vision).
BIBLIOTECA BRAILLE: composta de livros didáticos, paradidáticos e infantis em Braille, livros e
revistas falados.
Alguns exemplos de materiais adaptados para serem usados em projetos:
MEIO AMBIENTE: foi necessário montar uma bandeja que caracterizasse uma praia com água,
areia, conchas, coqueiro, outra bandeja que caracterizasse o campo com terra, montanha de
argila, grama, animais em miniatura, uma horta para os alunos plantarem sementes, regarem a
terra e acompanharem as plantas em suas diversas fases do crescimento.
MAPA MUNDI: foi necessário pegar um mapa grande, destacar os países em relevo com cola
colorida e trazer um globo terrestre.
BANDEIRA DO BRASIL: foi necessário fazer uma bandeira grande, onde cada cor e forma eram
representadas por texturas diferentes, a escrita “ORDEM E PROGRESSO” foi feita em tinta e em
Braille.
As atividades de leitura, escrita e desenho também são adaptadas. Para uma pessoa com
dificuldade visual desenhar, pode-se usar uma tela para insetos ou uma folha de E.V.A embaixo
27
da folha de sulfite presas em uma prancheta, assim, o que for desenhado fica em relevo na parte
de trás da folha; para a escrita Braille é necessário uso da reglete e punção. Já para o aluno com
visão sub-normal, oferecemos materiais que proporcionem contrastes usando cores mais fortes e
contornos de linhas mais definidos, cadernos ampliados com pautas mais largas e linhas mais
grossas, caneta preta de ponta porosa para contraste com as linhas, lápis 3B ou 6B, folha sulfite
contornada com fita adesiva preta para que o contraste diferencie a folha branca da mesa
geralmente clara. Ampliamos letras, figuras e textos quando necessário.
Acreditando na necessidade de uma continuidade do trabalho da Escola da Oftalmologia em casa
e na escola, pais e professores são orientados em relação a como lidar, adaptar recursos e
estimular seus filhos e alunos de forma a garantir o desenvolvimento integral dos mesmos nos
aspectos psicoafetivo, cognitivo, sensório-motor, da sócio-interação, comunicação e linguagem. É
deixado à disposição deles um material informativo para consulta sobre o Retinoblastoma,
orientação e mobilidade, visão sub-normal, formas de adaptações de materiais em casa e na
escola, manual de confecção de brinquedos voltados a estimulação de Deficientes Visuais, etc.
Quando há necessidade, a escola da Oftalmologia vai atrás de instituições/escolas especializadas
para o encaminhamento dos pacientes que estão sem atendimento pedagógico especializado
muitas vezes fora da cidade de São Paulo.
Os pacientes são periodicamente observados em relação ao seu desenvolvimento. Cada um tem
sua ficha de acompanhamento para que se possa tomar as providências necessárias.
Conclusões
De acordo com o grande número de pacientes que necessitam de orientações a seus pais e
escolas, constata-se a importância do atendimento específico na área da deficiência visual na
Escola da Pediatria – Módulo Oftalmologia. Percebe-se que o tipo de atendimento prestado ajuda
a criança a se familiarizar com o ambiente hospitalar, minimiza o medo dos pacientes em relação
aos procedimentos médicos, acalma-os na hora da consulta, e auxilia médicos e a equipe de
enfermagem a fazerem os exames necessários com mais tranqüilidade.
Como em um primeiro momento a prioridade dos pais é a cura da doença do filho e não tanto a
reabilitação visual e as questões ligadas à escolaridade, fica um pouco difícil orientá-los em
relação a essas questões e esperar que eles busquem prontamente os recursos indicados mas
mesmo assim, observamos que há adesão e participação na maior parte dos casos.
É de suma importância o envolvimento da escola regular ou especial do paciente nesse
processo. Sem esse envolvimento, o trabalho não é tão efetivo e para fluir, uma parceria tem que
se estabelecer: escola devidamente orientada e família envolvida!
“A criança cega ou com baixa visão pode se desenvolver muito bem desde que tenha acesso à
educação com métodos e recursos adequados, que prepare seus sentidos para conhecer o
ambiente, que tenha participação na vida familiar, amor, carinho e otimismo em seu ambiente.
Isso é fundamental para ajudá-la a ter bom desenvolvimento afetivo e emocional, condição
necessária para um pleno e harmonioso desenvolvimento global. As brincadeiras e os brinquedos
são muito importantes em sua vida.”
Mara O de Campos Siaulys
Palavras-chaves: Retinoblastoma, deficiência visual, visão sub-normal, intervenção pedagógica e
encaminhamentos.
Referências Bibliográficas
SIAULYS, Mara O. Campos Brincar para todos. São Paulo: Laramara, 2005.
28
SIAULYS, Mara O. Campos Papai e mamãe, vamos brincar? São Paulo: Laramara, 1997.
SIAULYS, Mara O. Campos Brincar juntinhos. São Paulo: Laramara.
BRUNO, Marilda M. G. O desenvolvimento integral do portador de deficiência visual. São Paulo:
Laramara, 1993.
BRUNO, Marilda M. G. Deficiência visual: reflexões sobre a prática pedagógica. São Paulo:
Laramara, 1997.
HADAD, Maria A O, SAMPAIO, Marcos W. e JOSÉ, Newton K. Auxílios para baixa visão volume I.
São Paulo: Laramara, 2001.
MIN, Hsu Y., SAMPAIO, Marcos W. e HADAD, Maria A O Baixa visão: conhecendo mais para
ajudar melhor. São Paulo: Laramara, 2001.
MAZINI, E. F. S. O perceber e o relacionar-se do deficiente visual. Brasília: CORDE, 1994.
SÉRIE ATUALIDADES PEDAGÓGICAS 6: programa de capacitação de recursos humanos do
Ensino Fundamental – Deficiência visual, volumes 1, 2 e 3, MEC.
www.mec.gov.br
www.hcancer.org.br
www.espaçorealmedico.com.br
www.caccdurvalpaiva.org.br
www.tucca.org.br
Darela, Maristela Silva. "Saída de Estudo: o conhecimento além do espaço da Classe Hospitalar"
(2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Maristela Silva Darela
Instituição: Hospital Infantil Joana de Gusmão - HIJG
Introdução:
As propostas pedagógicas na classe hospitalar do HIJG vão além das atividades desenvolvidas
no ambiente hospitalar. Como forma de promover um aprendizado mais amplo e diversificado são
realizados passeios de estudo com os alunos que frequentam a escola no hospital. Esta iniciativa
vem ao encontro do planejamento das professoras, que buscam na comunidade, espaços
alternativos, com atividades relacionadas ao conteúdo que está sendo trabalhado. Abordando
conteúdo referente ao Sistema Solar, por exemplo, realiza-se visita ao Planetário da UFSC;
Energia Elétrica, no Projeto Casa Aberta da Eletrosul (apresenta as fontes de energia, economia
de energia, preservação da natureza...); Direitos da Criança, na Vara da Infância e Juventude,
discutindo os mesmos com Juizado e Conselheiros; Meio Ambiente, Oficina de Reciclagem de
Papel do Centro Integrado de Cultura; Semana da Asa, Base Aérea; entre outros.
29
Objetivos:
Ampliar os conhecimentos sobre o tema de estudo; promover a integração da criança com a
comunidade local; possibilitar a saída do ambiente hospitalar.
Método:
Os passeios são realizados com a participação de alunos de 1ª a 8ª série, que frequentam a
classe e apresentam condições de saírem da sua unidade. A cada saída do hospital as
providências a serem tomadas são: ofício à Direção solicitando autorização; após deferimento,
solicitação à chefia da Enfermagem e da Residência Médica, de um profissional destas áreas para
acompanhar o passeio; autorização assinada pelos pais e médicos de cada paciente (local do
passeio, data e horário); providência de transporte e lanche.
Resultados:
Para as crianças que estão hospitalizadas as saídas de estudo, ou passeios, são momentos de
descontração. Mesmo tendo a professora objetivos específicos para este fim, temos consciência
de que vai muito além disto. Mesmo encontrando algumas dificuldades para as saídas, o retorno
é positivo. As mesmas vão desde a organização até a responsabilidade que cada profissional
assume ao tirar o paciente do hospital. No entanto, a felicidade estampada no rosto de cada
criança reforça o benefício que os passeios trazem. A possibilidade de se afastar do ambiente
hospitalar, para muitas crianças (principalmente com internação mais prolongada), é uma forma
de se relacionar com o mundo, de interagir com outras pessoas. Como profissionais da
educação, acreditamos que essas experiências contribuem significativamente no processo de
aprendizagem, uma vez que essa vivência dá ao aluno a possibilidade de uma melhor
compreensão do conteúdo em questão.
Palavras-chave: classe hospitalar, ambiente hospitalar, espaços alternativos
Galbiatti, Regina Célis Martinasso. "Educação Alternativa – Alfabetização com Tecnologia
Assistiva" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Regina Célis Martinasso Galbiatti
Secretaria Municipal de Educação de São José do Rio Preto/ Departamento de Educação
Especial / Classe Hospitalar – Hospital de Base
O objetivo dessa apresentação é expor um trabalho realizado na Classe Hospitalar,
durante o período 2005/2006, que promoveu um acompanhamento pedagógico para a inclusão,
no processo educacional, de uma criança internada na UTI pediátrica do Hospital de Base de São
José do Rio Preto, portadora de Atrofia Muscular Espinhal tipo I- Síndrome WerdnigHoffmann.Essa enfermidade faz com que a criança perca todos os movimentos, conseguindo
comunicar-se apenas com os olhos. No entanto, o desenvolvimento cognitivo é normal e uma
característica que vale ser ressaltada é a vivacidade e inteligência que os seus portadores
30
possuem em contraste com a pouca atividade motora. Por meio de um método alternativo procurei
criar estratégias de comunicação a fim de tentar alfabetizá-la, ao fazê-la interagir com o mundo da
escrita por meio do olhar. Os resultados evidenciaram que a educação possibilita a criança resignificar sua vida e o espaço hospitalar em que se encontra, quebrando paradigmas e criando
novas perspectivas para a educação dos especiais.
Palavras-chave: Classe Hospitalar, Educação Alternativa, Tecnologia Assistiva
Matos, Elizete L. M. "Projeto Eurek@ Kids – Inclusão Digital em Contexto Hospitalar" (2006), em
I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Profª Drª Elizete L. M. Matos
PUCPR
INTRODUÇÃO
O Eurek@Kids é um projeto com apoio CNPq, para o desenvolvimento de um ambiente virtual de
aprendizagem, principalmente ao atendimento de crianças e adolescentes hospitalizados. Esse
Projeto foi iniciado em junho de 2005, com finalização e implantação definitiva prevista para junho
de 2007. Visa contribuir significativamente, para ampliar a qualidade, de trabalhos
multi/inter/disciplinares que vêm sendo aplicados em hospitais, com a incorporação do uso das
Tecnologias de Informação e Comunicação, como ferramenta de base para dar suporte às
atividades de atendimento às crianças e adolescentes hospitalizados, em idade de escolarização.
Acredita-se que, por extensão, este projeto tem condições de minimizar, sensivelmente, grandes
percalços sociais, com soluções que destacam a inclusão social, a democratização tecnológica, a
promoção humana, as novas formas de comunicação entre hospital e escola.
PALAVRAS-CHAVE: EUREK@ Kids, Criança e Adolescente, Ambiente Virtual de Aprendizagem
e Escola.
METODOLOGIA
Este projeto integra a linha de pesquisa do Mestrado em Educação da PUCPR “Teoria e Prática
Pedagógica na Formação de Professores” e envolve alunos PIBIC, alunos de graduação,
mestrandos, professores do programa e professores da instituição. A coordenadora do projeto é a
autora acima citada na apresentação desta proposta. Oportuniza a investigação de situações de
pesquisa vinculadas às necessidades reais da educação e tecnologias em contexto diferenciado e
31
emergente na sociedade.
RESULTADOS
Visa, sem renunciar aos conteúdos específicos da aprendizagem normatizada, ir além,
flexibilizando e agilizando os conteúdos do currículo escolar de modo que, por meio de um
ambiente virtual de aprendizagem possa favorecer a continuidade da escolarização para crianças
e adolescentes hospitalizados. Para atender as particularidades da realidade do aluno
hospitalizado, precisa-se não só desenvolver metodologia própria para satisfazer tais
necessidades, como também continuar dando condições para preparar e formar profissionais
professores para essa nova ação educativa. Estuda e propõe contribuições para ampliar
significativamente os trabalhos que vem sendo desenvolvidos em hospitais, incorporando o uso
das Tecnologias Educacionais, para dar suporte as atividades educativas desenvolvidas ao
atendimento da criança/adolescente em contexto hospitalar.
COMENTÁRIOS
Diante do exposto, há que se proporcionar às crianças e adolescentes hospitalizados, além de
atividades lúdicas, melhores condições que atendam efetivamente a sua manutenção escolar,
diante do quadro que evidencia um cenário marcado de abandonos escolares e de limitações da
própria escola em atender esses alunos com necessidades tão específicas. Em face dessa
realidade, ficou evidente que se poderia mesclar o conhecimento adquirido e o aproveitamento
dos recursos humanos disponíveis, numa conciliação que beneficiasse não só o dia-a-dia da
criança e do adolescente hospitalizado, como também o seu vínculo com a escola. Dessa forma,
propõe-se criar um ambiente virtual (salas de aulas virtuais) que seja capaz de fazer a mediação
entre escola/hospital/aluno-hospitalizado. Cabe, assim, o devido realce no sentido de que este
projeto, venha apontar novas vertentes, que favoreçam tanto o escolar hospitalizado quanto a sua
respectiva escola.
BIBLIOGRAFIA
GONZÁLES-SIMANCAS, José Luis y POLAINO-LORENTE, Aquilino. Pedagogia hospitalar:
actividad educativa en ambientes clínicos. Madrid: Narcea SA de Ediciones, 1990.
GONZÁLEZ-SIMANCAS, J. L. La pedagogia hospitalaria desde la perspetiva educativa.
Madrid: [s.n.], 1984.
MATOS, Elizete Lúcia Moreira. O desafio ao professor universitário na formação do
pedagogo para atuação na educação hospitalar. Dissertação de Mestrado. PUCPR, 1998.
MATOS, E. L. M. e MUGGIATI, M. M.T. de F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Editora
Champagnat, 2001. MATOS, E. L. L. e GOMES, P. V. (Orgs.) Uma experiência de virtualização
universitária: o Eureka na PUCPR. Curitiba: Champagnat, 2003.
MUGGIATI, Margarida Maria Teixeira de Freiras. Hospitalização escolarizada: uma nova
alternativa para o escolar doente. Dissertação de Mestrado. PUCRS, 1989.
MATOS, E. L. M. EUREK@ Kids – Ambiente Virtual de Aprendizagem. Projeto CNPq – Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico, 2005.
Matos, Elizete Lúcia Moreira, Furtado, Renata Largura de Lima, Foester,Henrique Carlos
Heise. "EUREK@ KIDS – Ambiente Virtual de Aprendizagem" (2006), em I Fórum Nacional de
32
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Profª Drª Elizete Lucia Moreira Matos
PUCPR / Profª Mestrado em Educação
Renata Largura de Lima Furtado
PUCPR / Aluna Curso de Pedagogia
Henrique Carlos Heise Foester
Introdução
O EUREK@ Kids é um projeto de desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem
baseado no ambiente EUREKA da PUCPR, que visa auxiliar a comunicação entre
crianças/adolescentes hospitalizados em idade escolar com a escola em que estão matriculados,
onde possa haver, além de uma significativa melhora em seu quadro clinico, o acompanhamento
dos conteúdos trabalhados na escola, atividades lúdicas e interação com os colegas e a
professora. Este projeto está situa-se na área da Pedagogia Hospitalar, que atualmente é
amplamente discutida no cenário educacional brasileiro, sendo a hospitalização escolarizada uma
exigência do Ministério da Educação e Cultura, pautada na resolução n° 2, de 11-9-01, do
CNE/CEB. A participação no desenvolvimento deste ambiente como aluna PIBIC num projeto
CNPq juntamente com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, vem de encontro com a
vontade de aprofundar os conhecimentos na área de tecnologia educacional aliada ao
atendimento do público alvo deste projeto.
Metodologia
Para desenvolver os objetivos propostos nesta pesquisa que está em fase de desenvolvimento e
só finalizará em julho de 2007 foram utilizadas as metodologias exploratória, qualitativa e
quantitativa. A amostra da pesquisa foram inicialmente duas Pedagogas da Secretaria Municipal
de Educação que atuam no Hospital que será validado o projeto e onze professores responsáveis
pelos laboratórios de informática nas Escolas Municipais de Curitiba. Houve também o
reconhecimento do espaço onde o projeto será validado e em trabalho conjunto com equipe
multidisciplinar do projeto a adequação do ambiente original EUREKA e o acompanhamento
pedagógico no desenvolvimento das telas iniciais do ambiente.
Resultados
Com os dados coletados foi possível verificar que a relação criança/adolescente hospitalizado e
escola poderá melhorar significativamente com o desenvolvimento do EUREK@ Kids, pois este
poderá se tornar um poderoso recurso pedagógico no acompanhamento escolar, diminuindo
desta forma a evasão escolar muitas vezes causada pelo período que o escolar permanece no
hospital e também poderá auxiliar na recuperação do mesmo, visto que o vinculo com a
comunidade escolar poderá ser mantida virtualmente. Em relação aos professores da rede
municipal verificamos que há uma grande preocupação em capacitar os profissionais para que os
recursos tecnológicos sejam inseridos a prática pedagógica de forma que promovam melhorias ao
processo educacional.
Palavras-chave: EUREK@ Kids, crianças/adolescentes, hospitalização escolarizada, pedagogia
hospitalar, ambiente virtual de aprendizagem.
Referências Bibliográficas
BEHRES, Marilda Aparecida. A formação continuada dos professores e a prática pedagógica.
33
Curitiba: Champagnat, 1996.
__________, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba:
Champagnat, 1999.
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estratégias e orientações. Brasília: MEC; SEESP, 2002.
DELORS, Jacques. Educação para o século XXI. Tradução Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed,
2005.
MATOS, Elizete Lúcia Moreira. Pedagogia Hospitalar: uma possibilidade a mais. Revista
Facinter, n.15 – www.facinter.br acesso em 21/04/2006.
_________, Elizete Lúcia Moreira; PAVÃO, Zélia Milléo. O desafio ao professor universitário na
formação do pedagogo para atuação na educação hospitalar. 1998. 145 f.Dissertação
(Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 1998
MENEZES, Cinthya Vernize Adachi. A necessidade da formação do pedagogo para atuar em
ambiente hospitalar: um estudo de caso em enfermarias pediátricas do hospital de clínicas
da UFPR. Florianópolis, 2004.
MUGGIATI, Margarida Teixeira de Freitas; KNECHTEL, Maria do Rosário. Hospitalização
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SAGATIO, Sandra Guimarães. Pedagogia em ambientes clínicos: alguns aspectos didáticos
pedagógicos
no
processo
de
hospitalização.
Disponível
em
www.proec.ufpr.br/enec/download/pdf/3ENEC/educacao/PEDAGOGIGA. Acesso em 15/05/2006.
Nascimento, Fabiana Ferreira do, Schilke, Ana Lúcia Tarouquella, Muller, Regina. "O Ensino
da Informática no Ambiente Hospitalar: O Paciente Virando Aluno/a e O/A Aluno/a Sendo
Paciente" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Fabiana Ferreira do Nascimento
Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE
Ana Lucia Tarouquella Schilke
Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE
Regina Muller
Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE
Introdução
A febre reumática é uma doença séria, de difícil adesão ao tratamento e que vem
acometendo um numero crescente de crianças e adolescentes em nosso país, comprometendo
significativamente a inserção desse futuro jovem, no mercado de trabalho, gerando com isso um
problema social.
34
Diante dessa evidência, pensamos em estratégias educativas que pudessem contribuir
para a diminuição da exclusão social. Nosso trabalho surge da necessidade de garantir o acesso
ao conhecimento de uma ferramenta, hoje, indispensável para o mercado de trabalho – a
informática.
Nosso objetivo é contribuir para a diminuição das desigualdades sociais vivenciadas pelos
portadores de febre reumática através da qualificação profissional desses jovens, possibilitando,
ainda, a vinculação com o hospital garantindo assim adesão ao tratamento.
O trabalho em grupo permite a socialização de suas histórias de vidas. Eles/as a partir
disso, re-significam essas experiências e incorporam a utilização da informática como um
instrumento potencializador do acesso ao conhecimento.
Metodologia
O curso é dividido em cinco módulos de formação que mesclam conceitos da informática –
Windows, Internet, Word, Excel e PowerPoint – com conhecimentos da vida cotidiana, onde ao
final de cada modulo é realizado uma atividade extra-classe ligada aos temas geradores que
surgem das demandas trazidas pelos/as alunos/as.
O curso tem duração de seis meses e as aulas acontecem semanalmente – aos sábados – das
09:00 as 12:00 com capacidade para 12 alunos.
Optamos por trabalhar com o referencial teórico baseado na metodologia sócioconstrutivista de Vygotsky onde o professor atua como um mediador do conhecimento.
Combinado a essa, a metodologia do conhecimento em rede, que visa possibilitar a esses
adolescentes compreenderem novos caminhos do mundo do trabalho, sendo apresentados a
novas tecnologias, as culturas existentes e aos novos conhecimentos que surgem.
Resultados
Já estamos na nossa terceira turma e mantemos um índice elevado de comparecimento as
aulas.
Percebemos que os alunos/pacientes mantém em dia a profilaxia secundária∗ e que
contribuímos para expandir o conhecimento e a curiosidade desses/as adolescentes.
Sua auto-estima aumenta e eles/as se sentem valorizados por estarem participando de um
curso oferecido pelo hospital.
Comentários ou Conclusões
O uso do computador hoje em dia e algo cotidiano na vida de muitos brasileiros e
atualmente quem não domina o seu uso é rotulado como analfabeto digital. Dependendo da
profissão e sem o conhecimento da informática, o individuo tem dificuldades de encontrar uma
posição no mercado de trabalho.
Durante todo o curso temos a preocupação de que esses/as adolescentes/as se questionem: qual
a importância do curso; porque as informações que circulam nele são importantes; como fazer
para perpetuá-las e quem poderá ser beneficiado por ela.
Diante disso, quando propomos uma intervenção pedagógica a este sujeito estamos propondo um
novo pensar sobre a saúde e a educação de quem vivencia a rotina médico-hospitalar.
Nessa dimensão, o computador é utilizado e visto como uma ferramenta pedagógica que
possibilita o trabalho em outras ações e dimensões e não somente como uma atividade fim.
35
Palavras-Chave: Educação Hospitalar – Promoção da Saúde – Cidadania
Referências Bibliográficas
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Espaços e Tempos no Ensinar e Aprender”. Rio de Janeiro: DP&A, 2000 e GARCIA, Regina Leite.
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BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação?. 33ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1995
DESLANDES, Suely Ferreira. A Construção do Projeto de Pesquisa. In: MINAYO, M. C. De S.
(org.). “Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade”. Petrópolis: Vozes, 1994
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Rio de Janeiro: DP&A, 2000.FALZETTA Ricardo. Mãos ao Micro Professor! In: Revista
Nova Escola, ano XVII, dez/2002, nº 158, p.48-9
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Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992
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NASCIMENTO, Fabiana Ferreira do. A Atuação e o Atendimento Pedagógico Hospitalar: Um
Novo Caminho na Educação, Monografia (Especialização em Psicopedagogia), Universidade
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PELLEGRINI, Denise. Aprenda com Eles e Ensine Melhor. In: Revista Nova Escola, Ano XVI,
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SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella e SILVA, Ana Esther Araujo. Apostila de Orientação para
Prevenção de Febre Reumática: Profissionais de Ensino. Rio de Janeiro: INCL, 2003
SERRÃO, Margarida e BALEEIRO, Maria Clarice. Aprendendo a Ser e a Conviver. 2ª ed. São
Paulo: FTD, 1999.
TAILLE, Yves de La, OLIVEIRA, Marta Kohl de e DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky e Wallon:
Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992
VALLA, Victor Vincent (org.). Saúde e Educação, Rio de Janeiro: DP&A, 2000
∗ Tratamento com penicilina benzatina de 14/14 ou de 21/21 dias para evitar novos surtos da
doença.
36
Oliveira, Maria de Fátima Ferreira dos Santos. "Pedagogia Hospitalar: Atividades Educativas e
Integradora" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Maria de Fátima Ferreira dos Santos Oliveira
Unimed de Joinville Cooperativa de Trabalho Médico/ Centro Hospitalar Unimed
Serviço de Pedagogia Hospitalar
Introdução
A Unimed de Joinville Cooperativa de trabalho médico / Centro Hospitalar Unimed aposta no
atendimento humanizado como diferencial. O Hospital foi inaugurado em Março de 2001.
Atualmente com 133 leitos, possui a média de internação infantil na faixa de 14 leitos/dia,
podendo chegar a 20 pacientes/dia atendidos pelo Serviço de Pedagogia Hospitalar que abrange
crianças de 0 (zero) a 16 anos. Conta com uma Pedagoga especialista em educação,dois
auxiliares administrativos como apoio. As atividades acontecem nos leitos da internação, na sala
de Biblioteca e Brinquedoteca, na sala de recuperação do centro cirúrgico, na sala de espera e
observação infantil do Pronto Atendimento.
Relato da Prática
A prática Pedagógica é realizada através de Projeto Pedagógico Hospitalar com foco nas
áreas:RJB (recreação, jogos e brincadeiras),AM (artes – musicalização através de cantigas de
rodas, música popular brasileira e outras), AEX(arte expressão contação de histórias e
filmes),APL(artes plásticas - pesquisa e observação de obras de artes e confecção de
artesanato),AEH( Atendimento Escolar Hospitalar), Biblioteca e Brinquedoteca (empréstimos,
recreação livre) e Mural Educativo (exposição do tema no Projeto Pedagógico Hospitalar).
Diariamente as atividades são programadas com base no PPH e situação clinica dos pacientes. A
aplicação das mesmas é possibilitada pela ação da pedagoga e apoio dos voluntários do Centro
Voluntário de Apoio à Saúde (CEVAS), do Programa Nacional de Incentivo a Leitura (PROLER)
da Universidade de Joinville. A Biblioteca Uni-Duni-Med conta com o apoio do Programa
Biblioteca Ambulante do SESC local. A Brinquedoteca Uni-Duni-Med está associada a Associação
Brasileira de Brinquedoteca.
Comentários
A prática pedagógica no Centro Hospitalar Unimed contribuiu para alcançar o objetivo de um
atendimento humanizado, visando atender os direitos da criança e do adolescente hospitalizado,
bem como, valorizando o pedagogo como parceiro para tal conquista.
Palavras-chave: 1.Educação. 2.Pedagogia Hospitalar 3.Brinquedoteca 4.Humanização Hospitalar
5.Projetos.
Referência Bibliográficas:
Matos,Elizete Lúcia Moreira; Muggiati, M. Teixeira de Freitas Pedagogia Hospitalar- Curitiba:
Champagnat,2201.
Ensino da Arte em foco. Florianópolis:Ed. da UFSC,1994.
37
CUNHA,Nylse Helena Silva.Brinquedos,desafios e descobertas - Petrópolis,Rj: Vozes,2005.
CUNHA,Nylse Helena Silva Brinquedo,linguagem e alfabetização/ - Petrópolis,Rj: Vozes,2004.
KIRINUS, Gloria.Criança e poesia na Pedagogia Freinet - São Paulo: Paulinas,1998. - (coleção
Comunicar).
OLIVEIRA,Vera Barros de.
Petrópolis,Rj:Vozes,2004.
Jogos
de
regras
e
a
resolução
de
problemas
-
GOUVEIA,Maria Helena.Viva e Deixe Viver: histórias de quem conta histórias; coordenação
Valmir Cimino; ilustrações Paulo Zilberman.São Paulo : Globo, 2003.
SANTOS,Santa Marli Pires (organizadora)- Brinquedoteca:a criança, o adulto e o lúdico . Petrópilis,Rj : Vozes,2000.
MOLYES,Janet R. Só Brincar?O Papel do brincar na educação Infantil ; Trad. Maria Adriana
Veronese. - Porto Alegre: Artmed Editora,2002.
SCHILKE, ANA LÚCIA TAROUQUELLA, NASCIMENTO, FABIANA FERREIRA DO. "TRABALHANDO CURRÍCULO NO AMBIENTE
HOSPITALAR: UM NOVO OLHAR NA TENTATIVA DE ROMPER COM AS GRADES DO CONHECIMENTO" (2006), EM I FÓRUM
NACIONAL DE ATENDIMENTO ESCOLAR HOSPITALAR. SÃO PAULO, BRASIL.
RESUMO EXPANDIDO
Ana Lúcia Tarouquella Schilke
Secretaria Municipal de Educação de Niterói/ Coordenação de Educação e Saúde/Programa
Pedagogia Hospitalar
Fabiana Ferreira do Nascimento
Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE
Introdução
O trabalho que apresentamos nasce das reflexões feitas sobre as estratégias de
construção do currículo vivencias e experimentadas no hospital no Programa Pedagogia
Hospitalar∗. Entendemos esse processo como um caminho pedagógico que faz o contínuo
exercício de re-ligar saberes curriculares com os conhecimentos da vida cotidiana.
Nosso principal objetivo é discutir a construção do currículo no atendimento educacional
hospitalar tendo como perspectiva o diálogo entre conhecer – experimentar – viver.
Metodologia
Neste trabalho utilizamos como referencial teórico-metodológico o paradigma indiciário, além de
dialogar com Barbier (1993), Gallo (2002), Freire (1998).
Nesta abordagem metodológica, a sensibilidade e a intuição são elementos que buscam
compreender atitudes verbalizadas ou não presentes nas crianças/adolescentes internados,
38
percebendo estes indícios, como subsídios necessários para elaboração de um currículo
impregnado de sentido.
Nossa compreensão parte do pressuposto que a proposta metodológica de transposição
de uma escola para dentro do hospital tende ao fracasso, isto porque, a utilização de um currículo
endurecido, marcado pela disciplinarização do conhecimento, nega ao/a aluno/a internado/a a
possibilidade de pensar criticamente o seu processo de adoecimento, isto ocorre porque o
hospital possui demandas educativas e rotinas diferenciadas das vivenciadas em outros espaços
educacionais.
Diante dessa afirmativa, problematizamos a construção de um currículo baseado na ação
pedagógica que abra espaço para a troca de forma que essa se materialize em um co-agir tendo
na base das relações – professor/aluno/hospital - escolhas educativas que potencialize a
construção de um currículo que valorize a vida.
Resultados
A criança/adolescente constrói conhecimento de acordo com suas vivencias. A partir disso o/a
professor/a planeja o conteúdo programático e organiza as atividades pedagógicas tendo como
elemento articulador os seus interesses, desejos e necessidades.
Ao problematizar, no ambiente hospitalar, a compreensão do atendimento pedagógicoeducacional da criança/adolescente, emerge nesse espaço uma concepção de educação que
utiliza os recursos pedagógicos como ferramentas que tem o potencial de transformação da
realidade.
Nesta perspectiva, o processo educativo é entendido como instrumento dinamizador na
conquista de cidadania.
Comentários ou Conclusões
Numa lógica onde as inquietações, as dúvidas são elementos norteadores do currículo, a
ação educativa deixa de ser apenas tecnicista e instrumental. Seu objetivo é de potencializar um
currículo vivo e em movimento que possibilita ampliar a capacidade humana, interferindo na
formação da subjetividade das pessoas envolvidas no processo educativo. Estes sujeitos tornamse capazes de exercer poder com vista a transformar as condições ideológicas e materiais de
dominação em práticas que promovam a democracia.
O que ganha dimensão e sentido é trabalhar um currículo significativo que compreenda
que a construção do conhecimento ocorre transdisciplinarmente, marcada pela interseção de
vários campos de saberes.
Nesta abordagem, o currículo se configura como possibilidade de, em um espaço desigual,
tentar garantir alguma forma de igualdade, onde o paciente assume o controle sobre o seu corpo,
sobre sua enfermidade, fazendo escolhas e assumindo decisões juntamente com a equipe
médica.
Palavras-chave: Educação Hospitalar – Escuta Sensível – Currículo - Cidadania.
Bibliografia:
BARBIER, R. (1993) A Escuta Sensível em Educação. In: Cadernos ANPED – Trabalhos nº 5,
setembro.
CECCIM, R., FONSECA, E. (1999): Classes hospitalares: buscando padrões referencias de
atendimento pedagógico-educacional à criança e ao adolescente hospitalizado. In: Revista
Integração.9 (21).
BRASIL. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Resolução n.º 41 de 13/10/1995.
Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente/ Impressa Oficial, 1995 a.
______. Secretaria Nacional de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro
39
1/MEC/SEESP. Brasília: a Secretaria, 1994. 66 p.
FREIRE, P. (1998): Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários a Prática Educativa. São
Paulo: Paz e Terra.
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GINZBURG, C. Mitos, Emblemas e Sinais: Morfologia e História. São Paulo: Companhia da
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GIROUX, H e SIMON, R. Cultura Popular e Pedagogia Crítica: a vida cotidiana como base
para o conhecimento curricular in MOREIRA, A. SILVA, T. (orgs.) Currículo, Cultura e
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NASCIMENTO, Fabiana Ferreira do. A Atuação e o Atendimento Pedagógico Hospitalar: Um
Novo Caminho na Educação, Monografia (Especialização em Psicopedagogia), Universidade
Candido Mendes, Rio de Janeiro: UCAM, 2004.
SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella. O Fazer Pedagógico no Ambiente Hospitalar: Uma Possível
Escuta das Potencialidades da Criança Internada, Monografia (Especialização em
Alfabetização das Crianças das Classes Populares), Faculdade de Educação da Universidade
Federal Fluminense, Niterói: UFF, 2003
SILVA, J. Estatuto da Criança e do Adolescente: Comentários. São Paulo: Editora Revista dos
tribunais LTDA,1994
VALLA, V. V. A crise de interpretação é nossa: procurando compreender a fala das classes
subalternas. In: Revista Educação & Realidade. 21(2): 177-190. Jul/dez, 1996
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984
•
Atendimento educacional à criança hospitalizada realizado pela Secretaria Municipal de
Educação de Niterói e parceria com o Hospital Getúlio Vargas Filho e Hospital Universitário
Antônio Pedro.
Verdi, Cristiane, Schnor, Rosa Maria, Jesus, Viviane Bonetti G. de. "Pedagogia Hospitalar –
Contribuições e Benefícios" (2006) em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São
Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Cristiane Verdi
IBPEX/Pedagogia Hospitalar
Rosa Maria Schnor
40
IBPEX/Pedagogia Hospitalar
Viviane Bonetti G. de Jesus
IBPEX/Pedagogia Hospitalar
Introdução
A Pedagogia Hospitalar proporciona o atendimento pedagógico-educacional às crianças e
adolescentes que, dadas as suas condições especiais de saúde, se encontram impossibilitados de
compartilhar as experiências sócio-cognitivas de sua família, de sua escola e grupo social.
Metodologia
A finalidade da Pedagogia Hospitalar, amparada pela Constituição Federal, LDB, ECA e Direitos
da Criança e do Adolescente Hospitalizados (Resolução nº 41 de 13 de outubro de 1995), é
integrar educadores, equipe médica e família num trabalho que permite ao enfermo, por meio de
ações lúdicas, recreativas e pedagógicas novas possibilidades e maneiras de dar continuidade a
sua vida escolar e com isso beneficiar sua saúde física, mental e emocional, gerando mudanças
no ambiente físico hospitalar, tornando-o mais alegre e estimulante com projetos pedagógicos
adequados. Uma vez que esta é uma proposta pedagógica distinta da habitualmente praticada,
visto que se dá em ambiente hospitalar, a escolarização que ali se processa necessita possuir
características próprias, de acordo com o contexto vivenciado, visando a recuperação desta
criança/adolescente.
Nesse sentido, educação é o conjunto das ações, processos,
influências, estruturas, que intervêm no desenvolvimento humano de
indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social,
num determinado contexto de relações entre grupos e classes
sociais. É uma prática social que atua na configuração da existência
humana individual e grupal, para realizar nos sujeitos humanos as
características de "ser humano". (Libâneo, 2000, p. 22)
Resultados
O papel da educação no hospital, e, conseqüentemente do pedagogo, é proporcionar ao enfermo,
momentos de prazer, de construção de conhecimentos gerando situações de reflexão, de resgate
de sua auto-estima, contribuindo para amenizar seu quadro clínico, visto que a atuação deste
profissional, segundo a autora Matos (2001) “. . . nunca deve perder de vista o alvo do seu
trabalho – o ser humano – que no momento necessita de ajuda, para soerguer-se de seu estado
físico e psicológico acarretado pela doença” (40 – 41).
Conclusão:
A Pedagogia Hospitalar vem como um importante vetor de excelência na qualidade de vida da
criança e da família e ainda como um aliado dos profissionais envolvidos no tratamento. Busca,
portanto, acelerar o retorno da criança ao convívio do seu lar, família, amigos e escola.
Palavras-Chave: pedagogia; criança; hospitalar; reflexão.
Referências Bibliográficas
MATOS, Elizete Lúcia Moreira. MUGGIATI, Margarida M. Teixeira de Freitas. Pedagogia
Hospitalar. Curitiba: Champagnat, 2001.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê?São Paulo: Cortez, 2000.
BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução n° 41 de Outubro de
1995 (DOU 17/19/95).
41
Watanabe, Graciella, Purgato, Rafael. "O Ensino de Ciências em Classe Hospitalar" (2006), em
I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Graciella Watanabe
Instituto de Física/ Universidade de São Paulo
Rafael Purgato
Instituto de Física/ Universidade de São Paulo
Introdução
O principal desafio dentro da Escola Móvel é instigar o aluno ao interesse pelo
conhecimento durante o período em que se submete ao tratamento de câncer no hospital. Neste
contexto, a discussão que se segue é a necessidade de um levantamento dos processos e
abordagens adotados sob o enfoque das ciências exatas
A necessidade de entender quais as preocupações que permeiam a vida desses jovens
estudantes fez com que este trabalho tivesse como foco a elaboração de um currículo capaz de
trazer ao ambiente hospitalar e, ao mesmo tempo, escolar uma maneira de ensinar ciências onde
o sujeito possa definir suas necessidades enquanto aluno.
A pergunta mais freqüente neste sentido é qual a representação que o aluno/paciente tem
da escola e a finalidade de se aprender dentro do hospital.
Outro fator relevante citado por Fourez (2002) em seu trabalho é a preocupação entre
discernir as nossas intenções enquanto professores sobre o que realmente queremos formar:
cidadãos capazes de discutir com conhecimento os debates coletivos ou jovens desestimulados
pelo não entendimento das funções de uma teoria cientifica sem um aval concreto?
Portanto, a intenção das experiências explicitadas neste trabalho é vincular o estudo
científico à realidade do aluno, numa tentativa de trazer para o hospital uma abordagem com o
intuito de estimular a capacidade de cada sujeito. Considera-se incluir nesta premissa, ainda, a
idéia de que todo jovem estudante pode e deve ter interesses que vão além dos próprios bancos
escolares e se dispõe ao êxito exterior, onde possa interagir em uma identificação entre a ciência
e a realidade.
Metodologia
As experiências vivenciadas no período de março/2005 a julho/2006, como professoresestágiarios, trouxeram aos autores várias questões sobre a necessidade de elaborar aulas
capazes de superar os períodos de afastamento dos alunos/pacientes de suas escolas de origem,
bem como de direcionar para esses estudantes um enfoque científico num sentido mais amplo.
A maior preocupação foi gerar um processo de conhecimento onde professor/aluno
pudessem dispor de mudanças capazes de produzir novas formas de dinâmica e organização de
conteúdo, como afirmam Fiedler/Mattos (2002).
42
Portanto, outro fator relevante para esta discussão foi inserir atividades investigativas
tentando explorar a capacidade de cada indivíduo, permitindo a interação entre aluno/professor
através da discussão diante dos problemas abordados, onde o sujeito pudesse interagir às
atividades e sugerir soluções para explicar os fenômenos físicos adotados na experiência.
Conclusões
Foi observado, neste trabalho, que as atividades de experimentação, onde o ensino de
ciências é influenciado diante das abordagens diferentes de cada professor, tornam-se especificas
para cada aluno/paciente a fim de suprir as necessidades de cada sujeito diante de suas
possíveis dificuldades.
A inserção de atividades de demonstrações investigativas e as analogias com o contexto
hospitalar, quando inseridas como método de ensino de ciências, contribuem para o entendimento
dos conteúdos por parte dos alunos, bem como para a sensação de realidade frente ao
isolamento hospitalar.
Assim, torna-se necessário, por parte dos professores, muita flexibilidade para ensinar e
desenvolver os conteúdos com cada aluno, uma vez que cada indivíduo tem suas
particularidades.
Palavras-chave: classe hospitalar, ensino de ciências, atividades de experimentação.
Referências Bibliográficas
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mecânica. Encontro Nacional dos Pesquisadores no Ensino de Ciências. Bauru: ENPEC, 2005.
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pandisciplinaridade. Encontro Nacional de Pesquisadores em Ensino de Física. São Paulo: SBF,
2002.
FOUREZ, G. Crise no ensino de ciências?. Investigação em Ensino de Ciências. Porto Alegre,
2003
KAWAMURA, M.R.D. Disciplinaridade, sim!. São Paulo: Ciência & Ensino, 1997.
NICIOLI, R. B. Jr.; HOSSOUME, Y. Representações sociais de radioterapia em crianças de
classes hospitalares – contribuições para uma abordagem pedagógica. São Paulo: Universidade
de São Paulo, 2004. (Monografia)
PETRILLI, A. S. (org). Uma intervenção na área do câncer da criança e do adolescente – doc.
Parceria Universidade e Comunidade. São Paulo: UNIFESP/ EPM, 1991.
PIETROCOLA, M. Construção e realidade: o realismo cientifico de Mario Bunge e o ensino de
ciências através de modelos. São Paulo: Universidade Federal Santa Catarina
WATANABE, G.; ABIB, M. L. V. O ensino de Física nos primeiros anos de escolarização no
âmbito hospitalar. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2003. (Monografia)
43
GT3 - Ensino e Aprendizagem
São demais as questões, constatações e conhecimentos a serem construídos
sobre este tema.
Fazer uma melhor leitura dos processos específicos ligados ao "por que aprender",
"o que é aprender" e "como aprender" nos ambientes de aprendizagem hospitalar é o que
objetiva este Grupo de Trabalho.
Temas:

Avaliação do processo.

Aluno/paciente: quem é e como ele aprende?

Formação de professores para ambiente de ensino/aprendizagem hospitalar.

Aprender e ensinar: necessidades e possibilidades.
44
Síntese das Discussões
Mediadoras: Eneida Simões da Fonseca e Monalisa de Cássia Fogaça
Relatório das atividades do GT3 elaborado porMonalisa de Cássia Fogaça
19/08/2006.
Mesa propositiva: Profª. Drª Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula
Apresentação do Tema 1: “TO em Hospital Infantil:
IOP/GRAACC/UNIFESP – Walkyria de Almeida Santos.
a
Experiência
do
A terapeuta ocupacional Walkyria de Almeida Santos, iniciou sua palestra enfocando os
10 anos de Terapia Ocupacional no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP). Explanou a
importância da TO no meio hospitalar e o relacionamento com o staff, enfocando: 1. O
serviço da TO em saúde, predominantemente dentro do hospital.
2. Aspectos do trabalho com a criança hospitalizada e interface com a equipe
educacional, pedagógica e multiprofissional.
3. Tecnologia Assistida (arsenal de recursos e serviços para contribuir, a fim de
ampliar habilidades funcionais para pessoas com deficiências, promovendo a vida
independente e a inclusão).
Ressaltou a importância da fundamentação teórica que a TO deve ter ao inserir-se dentro
de programas que visem o bem-estar da criança e adolescente com câncer.
Comunicação Oral 2: Classe Hospitalar: uma proposta de atendimento pedagógico
– Cecília Maoela Radis Vieira Prioste.
A apresentadora iniciou sua fala, dizendo que seu trabalho estava em fase inicial, por
tratar-se de um estudo de iniciação científica.
Abordou a importância da relação entre saúde e educação, para o desenvolvimento de
atividades em prol ao aluno hospitalar.
Enfocou o processo educacional dentro do âmbito hospitalar, esclarecendo as diferenças
entre o lúdico e a educação formal. Ressaltou que classes hospitalares por ela visitadas,
durante sua pesquisa, confundiam a real atuação do pedagogo dentro do hospital, ou
seja, o enfoque priorizava as atividades lúdicas (hospitais particulares), realizadas na
brinquedoteca, em relação à educação formal, propriamente dita.
Ressaltou a resistência encontrada pelos próprios educadores em relação ao seu projeto
de iniciação científica, fazendo uma crítica, na capacitação do pedagogo em sua
formação universitária.
Comunicação Oral 3: A importância do projeto pedagógico na classe hospitalar –
Ana Cristina Tediolli.
A apresentadora discorreu sobre a importância de um projeto pedagógico que enfatizasse
a educação forma em hospitais. Comentou sobre o número de classes hospitalares
45
registradas no CENSO de 2005 no portal do MEC, sendo um total de 43 classes
hospitalares reconhecidas. Disse que em sua pesquisa de levantamento de dados
encontrou um total de 85 classes hospitalares, e diante da controvérsia, explicou a falta
de divulgação do trabalho pedagógico hospitalar.
Apresentação do tema 3: A importância do pedagógico dentro da equipe
multidisciplinar – Prof. Dr. Antonio Sérgio Petrilli (IOP/GRAACC/UNIFESP).
O Prof. Petrilli iniciou sua palestra destacando a importância da Escola Móvel,
coordenada pela Profª Amália Covic, no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP), parceiro
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Disse que o GRAACC é uma
organização não governamental, constituída por voluntários e colaboradores, além de
professores e profissionais ligados a UNIFESP.
Discorreu sobre o histórico do GRAACC, desde sua fundação até o presente momento.
Ressaltou a importância de garantir a qualidade de vida de pacientes e familiares. E, para
tal, compromisso, reforçou a importância da transformação cultural organizacional, no
Instituto, visando à humanização no atendimento.
Destacou a importância do voluntário entre o aluno, sendo o agente membro da interface
entre a escola e a equipe multidisciplinar.
Divulgou o número de crianças atendidas no GRAACC: 1400 registradas na Escola
móvel.
E, para finalizar, complementou dizendo: “O professor é o conjunto da obra. Faz parte de
todo o processo dentro do Hospital”.
Apresentação do tema 4: aluno-paciente: quem é e como aprende – Profª Drª Ana
Mercês Bahia Bock (PUC/SP).
“O aluno não é destino, objetivo. O aluno é um passeio no processo ensinoaprendizagem”.
Quem é o aluno? Como compreende? Como se coloca no processo?
Dar a significação para o aluno de classes hospitalares: aluno-paciente e não pacientealuno. Redimensionar a concepção do professor no processo educacional. Visualizar e
contatar com o aluno, que faz parte do processo de conhecimento, e não o paciente que é
visto como aluno.
Comunicação Oral 4: Simeão Britto da Silva, fez um relato de sua experiência de
implantação da classe hospitalar em Recife.
Comunicação Oral 5: Fibrose Cística: Atendimento pedagógico e multidisciplinar –
Sandra Mara de Albuquerque
46
20/08/2006.
Apresentação do tema 5: disciplinaridade e interdisciplinaridade – Profª Drª Maria
Regina Dubeaux Kawamura.
Abordou a necessidade de resgatar o sentido da Escola, ou seja, uma “reconcepção” da
Escola: o conhecimento como algo que dá sentido a vida; o aprendizado como prazer; a
função do professor como parceiro e aprendiz.
Sua palestra foi divida em subitens:
1. O sentido do conhecimento e a falta de sentido do conhecimento escolar
•O
conhecimento escolar como disciplinar: necessidade
disciplinaridade, em determinados níveis de ensino.
intrínseca
dessa
•A fragmentação do conhecimento, mas, sobretudo, a perda de sentido.
•A perda de sentido não tem origem na disciplinaridade, mas, no distanciamento da
realidade.
•A escola passou a ter como objetivo as regras e características de cada
conhecimento, e não a busca do conhecimento como instrumento para
compreensão do mundo.
•A contextualização, ou seja, o mundo cotidiano como ponto de partida, é o que
permite dar novos significados ao conhecimento.
2. A escola como espaço de promoção de um conhecimento disciplinar
(Percurso individual: acender a chama da curiosidade e da vontade de aprender.)
•Que acompanha, mas não se restringe aos conteúdos escolares...
•Que busca conquistas para a independência de pensar, de criar...
•Que incorpore conhecimentos apenas na medida em que façam sentido...
•Que promova competências e não somente acúmulo de informação...
•Que mobiliza para fazeres e ações...
3. Interdisciplinaridade e seus âmbitos
•Nos objetivos formativos
•Nas práticas e estratégias de aprendizado
•Na ação do professor
•Na composição das disciplinas
4. Desafios
•É possível restringir a abrangência dos conhecimentos tratados?
•É possível trabalhar com menos elementos e elementos de maior significado?
•Como priorizar a formação (e não a informação), como priorizar o desenvolvimento de
competências próprias?
47
•Como fortalecer a autonomia?
•A educação como processo coletivo:
Equipe hospitalar, professores e alunos...
Como seria possível estabelecer parcerias com familiares, escolas de origem, centros de
formação?
Trabalhos apresentados
Albuquerque, Sandra Mara Amazonas de, Blacher, Judis. (2006) "Fibrose Cística:
Atendimento Pedagógico e Multidisciplinaridade" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento
Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido.
Sandra Mara Amazonas de Albuquerque
Escola Estadual Técnica em Saúde, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Programa de Apoio
Pedagógico
Judis Blacher
Escola Estadual Técnica em Saúde, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Programa de Apoio
Pedagógico
Introdução: O Programa de Apoio Pedagógico - PAP é um projeto de escola hospitalar pioneiro
no RS que surgiu da parceria entre a Escola Estadual Técnica em Saúde- ETS e o Hospital de
Clínicas de Porto Alegre - HCPA em agosto de 1990. As equipes docentes do PAP acompanham
crianças e adolescentes internados nas seguintes Unidades do hospital: Pediatria, Oncologia
Pediátrica, CAPS e Psiquiatria Infanto-juvenil. Neste trabalho, focaremos os alunos portadores de
Fibrose Cística-FC que, durante a internação, necessitam de isolamento protetor. Relato da
prática: Nossos desafios: atender a todos, “fibrose” e “não fibrose” obedecendo aos seguintes
critérios: divulgar os trabalhos dos alunos em isolamento protetor sem promover infecção cruzada;
qualquer material levado a isolamento não pode retornar à sala de aula; a entrada e/ou saída de
um profissional nesses ambientes requer higienização adequada das mãos. A divulgação da
produção de um aluno em isolamento protetor funciona da seguinte forma: após a aula, o docente
higieniza-se e retira-se do ambiente; o aluno, de seu quarto, dita sua tarefa à professora que deve
permanecer no corredor; as anotações são informatizadas e enviadas às escolas de origem.
Comentários: Adaptar a escola às necessidades de cada indivíduo (Simões, 2003; Piaget, 1970)
é nossa meta; Transpor limites, o nosso desafio. Integramos a equipe multidisciplinar de Fibrose
Cística do HCPA, que é um dos centros de referência nesse tratamento, e participamos
efetivamente dos rounds semanais. Os esclarecimentos sobre a doença respaldam a criação de
rotinas específicas e facilitam nossa comunicação com os alunos, com as famílias e com as
escolas. Melhor informadas, as escolas mostram-se mais acessíveis quanto ao envio de tarefas e
mais tolerantes às recuperações de anos letivos; Nossos registros constatam: mesmo após
prolongadas e/ou repetidas internações, raras são as perdas cognitivas e sociais.
Palavras-chaves: Fibrose Cística - Multidisciplinaridade – Isolamento Protetor
48
Bibliografia:
FONSECA, ES. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memmon, 2003 .
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
LA TAILLE, Yves de. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo: Ática, 2002.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1970.
Garcia, Simone Hoerbe, Freitas, Soraia Napoleão. "Atendimento Escolar no Ambiente
Hospitalar e a Educação Inclusiva: Ensino e Aprendizagem de um Aluno Pós-Hospitalizado"
(2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Simone Hoerbe Garcia
Educadora Especial, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade
Federal de Santa Maria/UFSM/RS e bolsista CAPES.
Soraia Napoleão Freitas
Profa.Dra. do Departamento de Educação Especial da Universidade Federal de Santa
Maria/UFSM/RS e orientadora da pesquisa.
(INTRODUÇÃO) O atendimento escolar no ambiente hospitalar e a educação inclusiva são
duas temáticas que estão inseridas nas discussões atuais da educação. O atendimento escolar no
ambiente hospitalar é efetivado na classe hospitalar, que segundo a Política Nacional de
Educação Especial (1994), garante acompanhamento educacional a crianças e jovens em
situação de risco, como é o caso da internação ou tratamento hospitalar, uma vez que a
hospitalização determina restrições às relações de convivência, às oportunidades sócio-interativas
escolares, ou seja, compromete a relação com colegas e as relações de aprendizagem mediadas
pelo professor e a exploração intelectual dos ambientes de vida social. A presente pesquisa teve
como objetivo geral investigar se o acompanhamento pedagógico realizado na classe hospitalar
do Hospital Universitário de Santa Maria/HUSM cumpriu a função de facilitador no processo de
inclusão de um aluno pós-hospitalizado no âmbito escolar. (METODOLOGIA) Para tanto, foi
realizado um estudo de caso de um aluno pós-hospitalizado, que freqüentou a classe hospitalar
do Hospital Universitário de Santa Maria no período de 2000 a 2004 e que estava incluído na
quinta-série de uma escola estadual do município de Santa Maria. Como instrumentos de coleta
de dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as professoras da escola que
atuaram junto ao aluno durante as fases de início, manutenção e término do tratamento de saúde
e com a professora da classe hospitalar do referido aluno. (RESULTADOS) Assim, percebemos
que o acompanhamento pedagógico realizado na classe hospitalar do Hospital Universitário de
Santa Maria revelou ser um modelo a ser seguido por outros hospitais, uma vez que demonstrou o
cumprimento de seu papel como facilitador no retorno a escola do aluno pós-hospitalizado,
49
quando muitas vezes essa inclusão na escola após o confinamento hospitalar é um processo de
difícil adaptação da criança do ponto de vista cognitivo e social. (CONCLUSÕES) Por tudo isso,
afiançamos que o acompanhamento pedagógico oferecido pela classe hospitalar durante o
tratamento de saúde foi de extrema importância, pois permitiu que o aluno, mesmo impossibilitado
de freqüentar a escola, continuasse a estudar e acompanhar sua turma a partir dos materiais
enviados pela escola. O aluno ao retornar a escola, apresentou facilidade de readaptação tanto
escolar quanto social, pois não foi privado dos conteúdos escolares e dos relacionamentos
afetivos durante a internação hospitalar, tendo a oportunidade de estabelecer novos vínculos de
amizades no hospital, o que refletiu positivamente na reintegração com o grupo escolar.
Palavras -chave: Atendimento escolar no ambiente hospitalar - Educação Inclusiva - Ensino Aprendizagem - Aluno pós-hospitalizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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estratégias e orientações. Brasília: MEC; SEESP, 2002.
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Oliveira, Tyara Carvalho de, Ribeiro, Amélia Escotto do Amaral. "Indicações para Atuação
Docente em Classes Hospitalares" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Tyara Carvalho de Oliveira
Pós Graduada em Gestão em Saúde e Administração Hospitalar - Universidade Estácio de Sá/RJ
Amélia Escotto do Amaral Ribeiro
Doutora em Educação, Mestre em Educação e Mestre em Filosofia pela PUC/RJ. Professora da
UERJ/FEBF.
50
Esse texto amplia a reflexão a respeito da formação de professores, em um contexto
social de demandas múltiplas, redefinindo espaços de atuação. Dentre estes, as Classes
Hospitalares. Aprofundar a reflexão e o conhecimento sobre a Classe Hospitalar enquanto campo
de atuação docente justifica-se na medida em que se observa certo desconhecimento a respeito
dos aspectos conceituais e teórico-metodológicos que envolvem essa modalidade de ensino. A
relevância de estudos neste campo relaciona-se com a possibilidade de desvelar para os Cursos
de Formação de professores, um universo tanto conceitual quanto de atuação.
Resultados parciais de pesquisa descritiva realizada em diferentes espaços hospitalares
revelam que um dos desafios a ser superado se refere às especificidades da prática docente
nessa modalidade de ensino. Os dados coletados ratificam o que a literatura sobre o tema vem
apontando. Em outras palavras, o professor de classe hospitalar desempenha um papel de
mediador entre a criança e o hospital; para a criança ou adolescente hospitalizado, o contato com
o professor e com a classe hospitalar é uma oportunidade de ligação com os padrões da vida
cotidiana e com a vida em casa e na escola (Fonseca, 2003). Acrescenta-se ser indispensável o
conhecimento das patologias mais freqüentes na unidade hospitalar em que atua para saber dos
limites clínicos do paciente-aluno. Daí a necessidade de um preparo pedagógico, associado a
uma orientação pedagógica especifica ao campo de atuação da classe hospitalar (Ortiz, 2000).
Quanto ao perfil pedagógico – educacional, torna-se relevante a adequação à realidade
hospitalar, o respeito às potencialidades do aluno, motivando e facilitando sua inclusão no
contexto escolar hospitalar. Tal inclusão implica estímulo à criança, tendo o conhecimento como
elo entre o desejo de saber e a superação do distanciamento entre as necessidades curriculares
(de cada criança) e o ambiente hospitalar.
O MEC (2002), no documento “Classe Hospitalar e atendimento Pedagógico domiciliar:
estratégias e orientações” recomenda ao professor coordenador da proposta pedagógica da
classe hospitalar ou em atendimento domiciliar o conhecimento sobre a dinâmica e o
funcionamento dessa modalidade de ensino, assim como as técnicas pedagógicas e terapêuticas
dela decorrentes, as rotinas da enfermaria, dos serviços ambulatórias e das estruturas de
assistência social. Sua atuação articula-se com a equipe de saúde do hospital, com a Secretaria
de Educação, com a escola de origem do educando de modo a orientar os professores de forma
mais adequada.
Assim, exige-se um professor capacitado para trabalhar com a diversidade humana e
cultural, para identificar as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de
freqüentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares.
Sugere-se que tenha formação em Educação Especial, em Pedagogia ou Licenciaturas; que
tenha noções sobre as doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e suas
características. E, ainda, adequar e adaptar o ambiente às atividades e aos materiais, planejar o
dia–a-dia da turma, registrar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido.
Palavras-Chave: Formação de Professores; Classe Hospitalar; criança/adolescente hospitalizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MEC/SEESP. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e
orientações.Brasília.MEC/SEESP.2002
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educativa em clinica pediátrica. Revista reflexão e Ação, v.8, n.1,p.93-100, jan/jun.2000.
51
Pacheco, Mirta Cristina Pereira. "O Papel do Professor dentro do Setor de Hemodiálise" (2006),
em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Mirta Cristina Pereira Pacheco
Prefeitura Municipal de Curitiba/ Fundação Criança Renal/ Setor de Hemodiálise
Introdução: No ano de 1997 a Associação Criança Renal (hoje Fundação Criança Renal)
responsável pelo tratamento de crianças portadoras de doenças renais, firmou convênio com a
Secretaria de Educação do Município de Curitiba, solicitando professoras para exercerem
atividades pedagógicas com os pacientes durante o tratamento de hemodiálise. Esta parceria, em
nenhum momento objetivou a substituição da escola e sim a conscientização dos pacientes e pais
quanto à importância de se dar continuidade aos estudos.
As sessões de hemodiálise têm duração em média de 04 horas cada uma e ocorrem três
vezes por semana, garantindo assim, a permanência dos alunos em tratamento por tempo
indeterminado.
No setor temos desde bebês que estão no tempo das descobertas, as crianças que
aprendem rapidamente e os adolescentes que já compreendem melhor sua doença, entre revolta
e incerteza freqüentam as aulas às vezes com muito ânimo e outras nem tanto!
Relato da prática:Dentro desse contexto, as professoras trabalham conteúdos referentes
à série que os alunos/pacientes freqüentam, preferencialmente os repassados por suas escolas
de origem ou conteúdos em que as crianças apresentavam dificuldade.
Manter contato com as escolas dos pacientes sempre que possível, tornou-se algo
fundamental, repassando informações quanto a realidade de um renal crônico, suas limitações,
tanto físicas (devido a não participação nas aulas de Educação Física), como alimentares (por
ocasião do lanche servido) e a justificativa de faltas (internamentos prolongados e sessão de
hemodiálise), quando necessário também pleiteado vagas em escolas, para crianças que iniciam
tratamento hemodialítico durante o ano letivo e oriundas de outras cidades.
Comentários: Nosso grande desafio são os adolescentes que não freqüentavam mais
as escolas e encontram-se com o ensino fundamental incompleto, formamos parceria com um
Centro de Ensino Supletivo. Nos anos de 1999, 2000 e 2001 tivemos a grande satisfação de
presenciarmos 12 formaturas no ensino fundamental.
Palavras-chave: Prática Pedagógica – Hemodiálise- Crianças
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a=613&dataDoJornal=atual
Prioste, Cecília Manoela Radis Vieira, Carlini, Alda Luiza. "Classe Hospitalar: Uma Proposta
de Atendimento Pedagógico" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar.
São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Cecília Manoela Radis Vieira Prioste
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Educação,
Pedagogia (Iniciação Científica)
Profa. Dra. Alda Luiza Carlini
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Educação,
Pedagogia, Professora Orientadora
Introdução: A classe hospitalar existe em função da necessidade dos alunos-pacientes
55
permanecerem hospitalizados para se submeterem a tratamentos de doenças crônicas.
Geralmente, esta internação ocorre por períodos longos e repetidos, o que dificulta o regresso
dessas crianças à escola para dar continuidade aos estudos. Esta pesquisa objetivou caracterizar
a ação educativa realizada pelos profissionais de educação com os pacientes escolares, na classe
hospitalar, para descrever o seu funcionamento e a atuação desses profissionais.
Metodologia: A coleta de dados se realizou por meio da observação das atividades da classe
hospitalar e pela entrevista com os professores responsáveis, utilizada para complementar as
informações obtidas durante a observação.
Resultados e Comentários: A pesquisa proporcionou condições para o estudo teórico e para a
observação da realidade dos profissionais de educação que atuam na classe hospitalar de um
hospital da cidade de São Paulo. E, como Iniciação Científica, constituiu oportunidade de
aprendizagem para a aluna-pesquisadora e de divulgação dessa modalidade de atuação
educativa entre os alunos da Faculdade de Educação.
É fato que incluir as crianças e adolescentes internados na classe hospitalar ainda é um desafio,
pois não são muitos os hospitais que têm demonstrado condições para respeitar esse direito
constitucional. No entanto, no decorrer da pesquisa foi possível perceber que ainda são muitos os
educadores que desconhecem essa forma de atuação profissional.
Palavras-chave: Classe hospitalar; alunos-pacientes; educação inclusiva.
Santos, Giselli Cláudia Pinheiro. "Alfabetização de Crianças em Tratamento Oncológico:
Experiência em Curso no Hospital Ophir Loyola – Belém/PA." (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Giselli Cláudia Pinheiro Santos
Secretaria de Estado de Educação – Classe Hospitalar.
O trabalho de alfabetização desenvolvido pelo Hospital Ophir Loyola ocorre desde 2003, como
uma das formas de atendimento pedagógico do Programa Prosseguir, resultado de convênio
firmado entre a Secretaria de Estado de Educação e o referido hospital, que visa dar continuidade
ao processo de ensino aprendizagem e reintegrar a criança à escola regular.
A classe de alfabetização atende a uma média de dezoito crianças na faixa etária de seis a oito
anos, que se encontram em tratamento oncológico. A perspectiva de alfabetizar em espaço
hospitalar requer um comprometimento pedagógico redobrado, não apenas pela condição de
tratamento quimioterápico ao qual as crianças estão submetidas, mas também pelo fato de a
maioria ser oriunda de famílias carentes em que a baixa escolaridade de seus pais contribui para
que não sejam desenvolvidos o hábito e o estímulo à leitura.
56
O método de alfabetização que utilizamos tem sua base no construtivismo, adaptando-se às
necessidades e ao momento peculiar que a criança vivencia. Nossa atividade cotidiana tem como
escopo o resgate da auto-estima e a criação de novas possibilidades para expressão de todas as
potencialidades das crianças.
O ato de ler, a resolução de problemas e a compreensão do mundo dão substância ao nosso
trabalho pedagógico, além da aplicação de atividades que desenvolvam habilidades de
coordenação motora, percepção, lateralidade entre outras específicas a esta fase da educação
infantil.
Recursos audiovisuais também são utilizados em nossas atividades diárias, assim como as aulas
de informática, onde as crianças consolidam os conteúdos trabalhados através do contato com
jogos educativos.
Temos alcançado resultados satisfatórios na medida em que conseguimos inserir as crianças no
universo da leitura consolidando um trabalho sério e enriquecedor.
Palavras-chave: alfabetização, criança, tratamento oncológico.
Tediolli, Ana Cristina, Zenorini, Rita da Penha Campos. "A Importância do Projeto Pedagógico
na Classe Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São
Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Ana Cristina Tediolli
Universidade São Francisco – Campus Itatiba - (aluna do curso de Pedagogia)
Rita da Penha Campos Zenorini
Universidade São Francisco – Campus Itatiba - (professora/orientadora do curso de Pedagogia)
Introdução
O reconhecimento do trabalho nas classes hospitalares é incipiente em nosso país, não
tendo a merecida atenção e valorização do poder público. Dessa forma, nota-se a necessidade da
conscientização da sociedade em relação à importância do atendimento pedagógico-educacional
no contexto hospitalar. Esse trabalho procura atender as necessidades educativas, pois
restabelece as ligações com a vida em casa e na escola e realiza a mediação didática-educativa
promovendo o desenvolvimento da aprendizagem (FONSECA,1999).
Diante disso, é necessário que a sociedade, em especial os órgãos governamentais,
reflitam sobre como possibilitar e intensificar a continuidade ao ensino das crianças e/ou
57
adolescentes que por algum problema de saúde são impedidas de freqüentar a escola, passando
a vivenciar uma realidade que desconhecem.
Como aponta Ceccim (1997) a aprendizagem pode ocorrer dentro do hospital, pois
apesar das crianças estarem doentes, isso não as impede de continuar crescendo e se
desenvolvendo. A Classe Hospitalar é o meio que vem ratificar o direito à educação, visando
promover a escolarização, oportunizar o desenvolvimento e contribuir para a reintegração da
criança hospitalizada à sociedade e à escola, após a alta hospitalar.
A partir dos estudos realizados constatou-se que a educação no contexto hospitalar é
importante para o desenvolvimento cognitivo, físico e social. Sendo assim, é preciso que esse
trabalho seja desenvolvido a partir da construção do Projeto Pedagógico para poder abranger as
necessidades, dificuldades e interesses de cada indivíduo. Cabe ressaltar que esse documento
possibilita mudanças, estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar,
sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela instituição de ensino como um todo.
Diante de tais colocações, faz-se necessário refletir sobre o trabalho na classe hospitalar,
no que se refere, em especial, a construção do projeto e suas implicações.
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo principal analisar Projetos Pedagógicos que
embasam os atendimentos educacionais oferecidos na classe hospitalar.
Metodologia
Foram realizadas buscas aos sites de hospitais que oferecem atendimento em classe
hospitalar. No momento, estão sendo feitos os contatos com os hospitais a fim de verificar se os
mesmos possuem o Projeto Pedagógico. Após os contatos serão encaminhadas
correspondências eletrônicas, para explicitar os objetivos do estudo e solicitar o acesso ao Projeto
Pedagógico para análise.
Resultados
A presente pesquisa está em andamento, até o momento pôde-se observar, por meio dos
contatos feitos com os hospitais, que a maioria possuí um documento para nortear o atendimento
educacional da classe hospitalar.
Comentários
Ao pensar no hospital como um espaço educativo, vê-se que o período em que a criança
encontra-se hospitalizada pode se tornar um tempo de construção de conhecimento e aquisição
de novos significados, o que demonstra a importância dessa modalidade de ensino. Vale destacar
a importância do Projeto Pedagógico como um caminho que possibilita a reflexão sobre as ações,
as metas, o currículo a ser aplicado e as peculiaridades da realidade em que a instituição está
inserida.
Palavras – chaves: Classe Hospitalar - Projeto Pedagógico
Referências Bibliográficas
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Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001
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Disponível: www.sbp.com.br/img/documentos/doc-crianças-hosp. > acesso em 27 mar 2006
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março 2003, p. 19-22
59
Vilhena, Eliana Pacheco. "Atendimento Pedagógico Hospitalar para Alunos das Primeiras Séries
do Ensino Fundamental: Experiência do Hospital Ophir Loyola – Belém/PA" (2006), em I Fórum
Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Eliana Pacheco Vilhena.
Secretaria de Estado de Educação
O atendimento pedagógico para crianças do ensino fundamental desenvolvido no Hospital Ophir
Loyola realiza-se através de uma turma em regime multisseriado, composta por alunos da 1ª, 2ª e
3ª séries. Esta relação de ensino-aprendizagem difere do cotidiano de uma escola formal, pois
demanda práticas pedagógicas que ultrapassem o formalismo da instituição escolar. A finalidade é
construir um ambiente de inclusão educacional e de humanização para o atendimento de crianças
em tratamento oncológico.
Nas atividades aplicadas, utilizamos uma metodologia interdisciplinar – ainda que em estado
embrionário -, buscando associar os saberes do aluno com os conhecimentos explorados no
contexto das várias disciplinas trabalhadas. Com isso procuramos superar a fragmentação dos
conhecimentos e instaurar uma relação de reciprocidade onde professores e alunos aprendem e
ensinam.
As ações desenvolvidas junto à turma, além da escolarização em ambiente hospitalar buscam
também, a preparação do aluno para o retorno à escola convencional. O atendimento pedagógico
levado a termo no hospital ameniza o processo de normalização e auxilia o reencontro da criança
com a vida extra-hospitalar, com seu círculo de relações e consigo própria.
Os resultados mais positivos decorrentes dessa relação educacional estão no fortalecimento dos
vínculos afetivos existentes entre os alunos, seus familiares e os professores, possibilitando com
isso um melhor desenvolvimento do tratamento, tornando mais agradável(m melhor arocidade
onde professores e alunos aprendem e ensinam.litando o desenvolvimento do tratamento e
diminuindo contexto d e menos extenso o período de permanência no hospital.
Palavras-chave: interdisciplinaridade, pedagogia hospitalar, tratamento oncológico
Watanabe, Giselle, Junior, Roberto Bovo Nicioli, Kawamura, Maria Regina Dubeux. "O
Ensino Através DE TEMas NO ÂMBITO HOSPITALAR" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Giselle Watanabe
Instituto de Física/ Universidade de São Paulo
60
Roberto Bovo Nicioli Junior
Instituto de Física/ Universidade de São Paulo
Maria Regina Dubeux Kawamura
Instituto de Física/ Universidade de São Paulo (orientadora)
Resumo
As duas monografias realizadas entre os anos de 2003 e 2005 na Escola Móvel[1] por
licenciandos do curso de Física da Universidade de São Paulo trouxeram algumas expectativas e
questões que não foram respondidas ou que não tiveram a oportunidade de serem abordadas
naquele momento. Partindo desse anseio, essa pesquisa faz uma re-leitura desses trabalhos
traçando como eixo central o ensino a partir de temas inseridos nos currículos tradicionais.
O primeiro trabalho tinha como foco a educação ambiental - tema água - e a sua relação
com a problemática social. Os objetivos da pesquisa estavam vinculados às habilidades (analisar,
interpretar, comunicar o conhecimento e a motivação) que os alunos pacientes de nível
fundamental viriam desenvolver durante o processo de ensino-aprendizagem. Esses alunos
produziam e interagiam com atividades relacionadas ao conteúdo escolar que remetem questões
cotidianas, mais especificamente, socioambientais. O segundo trabalho tinha como preocupação o
contexto atual do aluno, explorando conceitos de radioterapia. Aqui foram levantadas as principais
etapas do tratamento de radioterapia pelos próprios alunos pacientes e, a partir de então, as
principais formas de se trabalhar conceitos de radiação por meio desse tratamento foram
abordadas.
Durante a pesquisa ficou evidente que a metodologia empregada no ensino tradicional
não caberia no âmbito hospitalar, seja devido ao ambiente (espaço físico) ou as condições
determinadas pela disponibilidade e limitações de cada aluno paciente. Para suprir essas
necessidades foram elaboradas seqüências didáticas individuais que incluíam desde leituras,
experimentos, produção de desenhos, relatórios e textos até entrevistas com alunos e familiares.
Ao organizá-las foram considerados tanto a disponibilidade dos alunos quanto os conteúdos
trabalhados nas escolas de origem.
Refletindo sobre as ações pedagógicas no âmbito hospitalar e analisando as condições
das quais esses alunos são impostos fica evidente que as intervenções do professor, seja para
organizar ou discutir conteúdos novos ou para orientar e redirecionar os conteúdos já trabalhados
nas escolas de origem, são essenciais e indispensáveis. No entanto, essa intervenção deve ser
devidamente dosada de modo que tanto a disponibilidade quanto a situação emocional e física do
aluno paciente sejam consideradas.
Para que o professor faça as intervenções adequadas e devido a sua função
multidisciplinar, parece-nos conveniente que o trabalho seja realizado a partir de temas. Para
trabalhar tais temas Garcia (1998) aponta para a necessidade de dotar os conteúdos escolares de
um enfoque que possibilite alterar a maneira do aluno de ver o mundo, sendo viável mediante a
utilização do conhecimento metadisciplinar. Vale ressaltar que a escolha dos temas deve abarcar
aspectos sociais, tecnológicos e científicos em diferentes graus de importância, mas é
interessante que contemple a realidade desses alunos, que vise à formação de cidadãos para
atuar em suas comunidades e que sejam capazes de tomar decisões mais conscientes. É
necessário, segundo Santos (2000), que o currículo esteja centrado em competências de
construção e mobilização de conhecimentos e valores que facultem competências de decidir e
agir.
Espera-se que este trabalho traga aos docentes que atuam nas classes hospitalares
oportunidades de reflexões abrangentes sobre as suas atitudes, em especial na escolha de temas
que contemplem os currículos das escolas de origem e ao mesmo tempo atendam as expectativas
dos alunos.
Palavras Chave: classe hospitalar, ensino de física, currículo, representações sociais, temas.
61
Referências Bibliográficas
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idéias para a formação de educadores. São Paulo: PUC, 2003.
GARCÍA, J. E. Hacia una teoría alternativa sobre los contenidos escolares. 1ed. Espanha: Díada
Editora S. L., 1998.
NICIOLI, R. B. Jr.; HOSSOUME, Y. Representações sociais de radioterapia em crianças de
classes hospitalares – contribuições para uma abordagem pedagógica. São Paulo:
Universidade de São Paulo, 2004. (Monografia)
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uma abordagem pedagógica. XVI SNEF - Simpósio Nacional de Ensino de Física. Rio de
Janeiro: RJ, 2005.
PETRILLI, A. S. (org). Uma intervenção na área do câncer da criança e do adolescente – doc.
Parceria Universidade e Comunidade. São Paulo: UNIFESP/ EPM, 1991.
SANTOS, Maria E. V. M. dos. A cidadania na “voz” dos manuais. Lisboa: Livros Horizonte, 2001.
WATANABE, G.; ABIB, M. L. V. O ensino de Física nos primeiros anos de escolarização no
âmbito hospitalar. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2003. (Monografia)
WATANABE, G.; ABIB, M. L. V. O ensino de Física nos primeiros anos de escolarização no
âmbito hospitalar. IV ENPEC - Encontro nacional de pesquisa em educação em ciências. São
Paulo: Bauru, UNESP, 2003
[1] A Escola Móvel, onde a pesquisa foi realizada, é uma organização não-governamental que visa
auxiliar pedagogicamente crianças e adolescentes durante o tratamento de câncer. Ela surgiu em
março de 2000, pela iniciativa dos professores Eduardo Kanemoto e Amália Neide Covic. Os
objetivos da escola-móvel são: Resgatar os aspectos cotidianos e saudáveis da vida da criança e
do adolescente, manter o vínculo e as relações com os saberes, com o desenvolvimento cognitivo
e com os ambientes de aprendizagem, prevenir a exclusão e o fracasso escolar, reintegração
social, auto-valorização, desenvolvimento de habilidades e competências e respeito aos direitos
fundamentais da criança e do adolescente enfermo. De acordo com a resolução nº 2 de 11/09/01.
GT4 - Pesquisa
A construção de conhecimentos é uma necessidade que potencializa o
atendimento pedagógico hospitalar.
Construir um quadro teórico-metodológico de recolhimento de informações, base
de dados e análise apropriada para dar conta da complexidade da realidade educacional
hospitalar é o que objetiva este Grupo de Trabalho.
Tema único:
62
●
A pesquisa vista a partir das práticas e as práticas revisitadas a partir das
pesquisas. Duas realidades?
Trabalhos apresentados
Borba, Regina Issuzu Hirooka de, Sarti, Cynthia Andersen. "Mundo da Criança Portadora de
Asma Grave na Escola" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São
Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Regina Issuzu Hirooka de Borba
Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Enfermagem.
Cynthia Andersen Sarti
Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Medicina Preventiva
Introdução:Este estudo tem com propósito apresentar e discutir os resultados de um recorte da
tese de doutorado(1) e teve como objetivo compreender o significado que a criança asmática
grave e sua família atribuem à doença e o seu mundo na escola. Sabe-se que o fenômeno “asma”
ocorre num contexto envolvendo não só o aspecto biológico, mas também as relações
interpessoais em seus aspectos psicológicos e sociais, transformando-se em experiências difíceis
às pessoas envolvidas, permeadas de sofrimento, dor e ameaça de morte. Metodologia: é um
63
estudo de caso qualitativo, que busca uma compreensão abrangente do grupo, retratando a
realidade em todas as suas manifestações(2,3) desenvolvido no ambulatório de Pediatria da
Disciplina de Alergia de um hospital público do Município de São Paulo. Foram estudadas três
crianças entre 9 e 10 anos e seus familiares, denominados casos Milton, Marco Antonio e
Gabriela. Os dados foram coletados entre 2000 e 2002, mediante as técnicas de observação
participante, entrevista semi-estruturada e não estruturada, e brinquedo terapêutico dramático.
Resultados: No caso Milton, a relação da criança e a escola são marcadas com conflitos, pelas
demandas do tratamento, o que determinam, que ela falte às aulas e que nem sempre possa
desempenhar as atividades físicas e esportivas. Faltar às aulas representa um mal, pois deixa de
aprender mais. Menciona a escola como um lugar legal, porque pode brincar e aprender. O caso
Marco Antonio evidencia os conflitos com a escola, interferindo não só na assiduidade e nas
brincadeiras, mas, sobretudo no relacionamento com os colegas que o discriminavam
considerando-o louco, o que determinava sua rejeição pelo grupo, embora recebesse apoio
pedagógico das professoras. O bom desempenho escolar faz com que o pai deposite esperança
de que o filho tenha uma vida melhor. No caso Gabriela, apesar das crises de asma e
convivência com inúmeras restrições, o desempenho da criança na escola e nas atividades
esportivas parece não estar sendo prejudicado. Já em relação à convivência com as colegas, é
conflituosa, preferindo manter distância das mesmas, para evitar que elas viessem em sua casa.
Demonstra que gosta da escola por exercer uma função socializadora, sobretudo da escola de
ginástica olímpica que representa uma realização importante em sua vida e seu esforço é ilimitado
em conseguir uma boa classificação nas competições. Comentários: nos três casos estudados, a
escola é valorizada tanto pela criança como pela família. O bom desempenho escolar das
crianças alimenta na família a expectativa de um futuro mais promissor para elas com
possibilidade de se formarem e terem um bom emprego. Tendo em vista as dificuldades
encontradas pelas crianças em freqüentar a escola e o convívio com colegas, deve criar um
trabalho conjunto entre os profissionais de saúde e da educação, assegurando a manutenção da
educação formal e do convívio social salutar.
Palavras chave: escola; asma; enfermagem pediátrica
Referências Bibliográficas
1. Borba RIH. A asma infantil e o mundo social e familiar da criança. [Tese]. São Paulo (SP): Universidade
Federal de São Paulo; 2003.
2. Ludke M, André MEDA. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 4ª reimp. São
Paulo:EPU; 1986.
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Aguiar. 3ª ed. São Paulo: Hucitec; 1997.
Costa, Luzia Medeiros da, Robles, Roseli Monteiro, Carneiro, Ieda Aparecida, Souza,
Natacha Oliveira, Bueno, Alexandra Oliveira, Bueno, Charles. "Visão de Alguns Profissionais
da Educação sobre Classes Hospitalares" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Luzia Medeiros da Costa/Departamento de Pediatria
64
Roseli Monteiro Robles/ Serviço Social/ Unifesp
Ieda Aparecida Carneiro/Unifesp/ Enfermaria de Pediatria
Natacha Oliveira Souza/ Unifesp/ Serviço Social
Alexandra Oliveira Bueno/ Unifesp/ Enfermaria de Pediatria
Charles Bueno/ USP/Faculdade de Educação
Resumo
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, a oferta de Educação Especial é dever do Estado.
Desse modo é importante que os profissionais da rede pública de educação tenham ciência do
atendimento pedagógico hospitalar, uma vez que a criança hospitalizada é considerado um aluno
com necessidades educacionais especiais, segundo a Política Nacional de Educação Especial. A
criança hospitalizada, de acordo com os Direitos da Criança e do Adolescene Hospitalizado e o
ECA, têm direitos a ter continuidade do currículo escolar durante o período de hospitalização.
Esse direito é reconhecido pelos profissionais de saúde e Educação.Este estudo objetiva
promover interação entre escolas regulares próximos de uma Instituição de Saúde Terciário para
conhecer a visão dos profissioanis de educacão quanto as Classes Hospitalares. Metodologia,
estudo descritivo onde foi realizado entrevistas com Diretores e/ou Coordenadores de instituições
educacionais públicas de nível de cursos Fundamental e Médio, no total de 03 escolas.
Conclusão, foi identificado o desconhecimento dos educadores msobre as atividades pedagógicos
hospitalares, porém os mesmos reconheceram a importância dessa nova modalidade pedagógica
e apresentaram disponibilidade para participarem desse trabalho em conjunto com a Equipe de
Saúde.
Palavras–Chave: Classes Hospitalares – Atendimento Pedagógico HospitalarCriança/Adolescente Hospitalizado/ Profissionais da Educação
Referência Bibliográficas
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respeitando
a
cidadania
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obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto,
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PAULA, Ercília Maria Angeli Teixeira de. Desafios, Impasses e Perspectivas na Formação de
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Tem Idade e Não Tem Lugar, É Só Começar! Também em Contexto Hospitalar..." (2006), em I
Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Andressa Kryminice - IBPEX
Profª Drª Elizete Matos - PUCPR
Célia Regina Algarte da Cunha
INTRODUÇÃO
A importância do brincar para crianças/adolescentes hospitalizadas, com diferentes
enfermidades é o que se vem pesquisando e vivenciando por meio de inúmeros projetos, tais
como: “Enquanto o sono não vem”, “Sala de espera”, “Inclusão digital”, “Eureka kids” e
“Hospitalização Escolarizada”, “Mural Interativo", propostas estas de cunho lúdico, educativo e
recreativo, com o intuito de oportunizar um trabalho educacional e lúdico em ambiente hospitalar.
Cabe destacar a estas propostas educacionais aplicadas em hospitais, como bem ressalta Matos
(2001, p.38- 39) “irá beneficiar sua saúde mental, certamente refletirá positivamente nos aspectos
da saúde física, contribuindo sensivelmente, para abreviar seu tempo de internação".
METODOLOGIA
No desenvolvimento prático deste trabalho realizado nos hospitais para que possam ser
significativos aos enfermos; pois, os mesmos encontram-se fragilizados, necessitando de um olhar
além do corpo adoecido, ressalta-se a valorização de suas capacidades, potencialidades e
desejos, por meio do brincar que envolve ludicidade, o lazer, recreação e educação.Estas
propostas, tem como objetivos abranger os diferentes contextos hospitalares, bem como, as
diferentes rotinas; ou seja, preocupa-se desde a criança/adolescente que irá fazer apenas uma
consulta, até o enfermo que irá permanecer por longos períodos em contexto hospitalar.
RESULTADOS
A atuação em ambiente hospitalar,depende do envolvimento entre os profissionais, para
66
que a sua aplicação seja realmente significativa. Segunda a autora acima citada
situa-se numa inter-relação entre os profissionais da equipe médica e a
educação. Tanto pelos conteúdos da educação formal, como para a saúde e
para a vida, como pelo modo de trazer continuidade do processo a que estava
inserida de forma diferenciada e transitória a cada enfermo...Na realidade, esta
área de atendimento constitui o modo especial de entender a pedagogia. De
outro lado, na medida em que procura estar presente à condição enferma dos
alunos, a Pedagogia Hospitalar está próxima, também de fazer da equipe
inter/multi/transdisicplinar. (MATOS, 2001, p. 37).
Observa-se atualmente que a proposta da Pedagogia Hospitalar auxilia na recuperação e
deixa mais alegre o ambiente hospitalar, que de alguma forma é visto como hostil por tratar de
enfermidades, o que muitas vezes está relacionado a dor e ao sofrimento.
COMENTÁRIOS
É importante que todos os envolvidos estejam realmente engajados nesta proposta e
dispostos a doar-se. E o pedagogo deverá, estar ciente da sua importância neste projeto, bem
como ter habilidades e competências para tal. Com esta proposta, pode-se resgatar
gradativamente a auto-estima, o brilho no olhar, a força, a superação e a alegria. Um pouco de
romantismo nas palavras? Quem sabe? Mas isso é a essência da vida, é a essência desta
criança/ adolescente enferma ou hospitalizada que não pode se apagar e que não pode lhe ser
negada. É o educar, é o brincar, sem limite de idade, sem lugar certo, sem hora marcada, é só se
entregar, é só começar!
Palavras- chaves: criança/ adolescente, hospitalizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MATOS, E. L. M. e MUGGIATI, M. M. T. de F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba, Ed. Champagnat,
2001. 90p.
Nascimento, Fabiana Ferreira do, Schilke, Ana Lúcia Tarouquella, Sardinha, Rosely.
"Professor/a em Hospital: A Academia Formando O “Ideal” e O/A Profissional Trabalhando com O
Real" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Fabiana Ferreira do Nascimento
Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE
Ana Lúcia Tarouquella Schilke
Secretaria Municipal de Educação de Niterói/ Coordenação de Educação e Saúde/Programa
Pedagogia Hospitalar
67
Rosely Sardinha
Secretaria Municipal de Educação de Niterói / Coordenação de Educação e Saúde/Programa
Pedagogia Hospitalar
Introdução
Após a publicação da resolução 41 (que trata dos direitos da criança/adolescente
hospitalizado) em 13 de outubro de 1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o direito à educação durante a internação, surge no cenário nacional, com status de
obrigação legal.
Esse direito, agora formalmente reconhecido, coloca um novo desafio para os/as
professores/as: como assegurar o direito à educação para a criança/adolescente hospitalizado
visto que a academia só pensa a educação dentro da escola?
Metodologia
A ação pedagógica hospitalar ainda está em busca de referenciais teóricos que legitimem
e qualifiquem sua ação. Diante disso propomos nesse trabalho discutir as implicações resultantes
da formação dos professores/as para atuarem no hospital uma vez que essa discussão ainda não
alcançou os centros.
Utilizaremos como metodologia a pesquisa-ação objetivando compreender o processo de
formação do/a professor/a para atuar no atendimento pedagógico educacional da
criança/adolescente hospitalizado.
Na pesquisa-ação a relação entre conhecimento e ação está no centro da problemática
metodológica, ativando o papel do/a professor/a pesquisador/a na situação investigada.
Essa metodologia permite refletir e transformar a ação através da interação inteligente e
criativa entre o conhecimento teórico e prático emergente e resultante do diálogo reflexivo de
todos/a os/a atores/as envolvidos no grupo.
Resultados
Nosso estudo está pautado nas ações desenvolvidas por professores/as que atuam em
hospitais do município de Niterói/RJ e que utilizam o princípio da pesquisa-ação para qualificarem
a sua prática.
Nesse trabalho, surgem estratégias de formação que visa garantir a discussão das
implicações da ação educativa em um hospital, pois quando o/a educador/a chega nesse espaço,
além de não conhecer a dinâmica e não ter discutido sobre a funcionalidade pedagógica de sua
ação/atuação – que transcende nossa realidade e formação atual – sua relação ainda é de
paciente e não de agente social em serviço.
Comentários ou Conclusões
É possível concluirmos que o hospital é um ambiente novo para o/a professor/a e que
embora esse/a, por um lado, tenha sua entrada profissional garantida legalmente; por outro, não
tem respaldo numa pedagogia pensada para trabalhar com o/a aluno/a internado/a.
A academia hoje prepara o professor/a para trabalhar com a homogeneidade, mas quando
esse volta sua ação para o ambiente hospitalar, encontra um ambiente cuja as diversidades (seja
idade, patologia, interesses e outras) e problemáticas que envolvem cada individuo, saltam aos
olhos. Na tentativa de unir o currículo formal com os desejos dos/as alunos/as hospitalizados/as
surge uma proposta que objetiva garantir o seu pleno desenvolvimento cognitivo durante o seu
período de internação e ao mesmo tempo estimular o socializar e o pensar criticamente o seu
processo de adoecimento.
Palavras-chave: Educação Hospitalar – Formação – Currículo
68
Referências Bibliográficas
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Novo Caminho na Educação, Monografia (Especialização em Psicopedagogia), Universidade
Candido Mendes, Rio de Janeiro: UCAM, 2004.
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Escuta das Potencialidades da Criança Internada, Monografia (Especialização em
Alfabetização das Crianças das Classes Populares), Faculdade de Educação da Universidade
Federal Fluminense, Niterói: UFF, 2003
Santana, Ívia Vianna. "Desafios e Propostas para O Atendimento Escolar Hospitalar: Aprender
para Esquecer A Dor" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São
Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Ívia Vianna Santana
Pontifícia Universidade Católica/ Instituto de Psicologia
Introdução:
A partir de um trabalho sobre atendimento pedagógico em hospitais apresentado na
disciplina “Psicologia Escolar e Problemas de Aprendizagem I” no 1o semestre de 2005 no curso
de psicologia da PucMinas, foram levantadas as seguintes questões: É possível pensar o hospital
como um espaço educacional? De que forma educação pode contribuir para a saúde da criança
hospitalizada?
Por constatar a pouca existência de teorias sobre o Atendimento Escolar em Ambiente Hospitalar,
escolhi este assunto como tema da monografia que será apresentada como trabalho de conclusão
de curso em Dezembro de 2006.
Metodologia:
Este trabalho se propõe a fazer um estudo de caso da construção de um projeto de
atendimento escolar para o Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, que realizado pelas alunas do
curso de Pedagogia da Universidade Federal de Minas Gerais. A partir deste estudo pretende-se
problematizar a implantação do atendimento escolar em ambiente hospitalar de uma forma mais
ampla não se restringindo ao caso exclusivamente.
Comentários:
Em 2001 o Conselho Nacional de Educação - Secretaria de Educação Especial (SEESP)
através da Resolução n. 2 no Art. 13 regulamenta o atendimento educacional especial à criança,
adolescente ou adulto que se encontrar impossibilitado de freqüentar a educação formal por
causa de tratamento de saúde.
69
A pouca existência de teorias ou estudos desta natureza em território nacional pode gerar, tanto
na área educacional quanto na de saúde, o desconhecimento desta modalidade de ensino e uma
falta de integração entre a educação e a saúde das crianças e aos jovens hospitalizados. Isto
pode levar a violação do direito social à educação na forma prevista por lei ou significar um
atendimento precário, indo de encontro à realidade psicossocial destes indivíduos. Sendo assim,
pretendo pesquisar como se viabiliza a implantação do atendimento escolar hospitalar. Este direito
regulamentado está de fato acontecendo?
O objetivo geral desta pesquisa é refletir sobre a implantação do Atendimento Escolar
Hospitalar no sentido expresso pela lei. A partir daí pretende-se discutir esta modalidade de
atendimento, pensando na viabilidade de uma educação no hospital.
Diante das pesquisas prévias, há uma escassa oferta desta modalidade de atendimento no
estado de Minas Gerais. A partir dessa constatação pretendo apresentar uma discussão segundo
Maria Helena Patto a respeito dessa distância constatada entre o legislado e a oferta do serviço,
de equipamentos e reflexões sociais a respeito do tema.
PALAVRAS-CHAVE: Criança, Escola Hospitalar, Leis, Viabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Adolescente Hospitalizados. Resolução no. 41 de 13/10/1995. Brasília: Imprensa Oficial 2001.
BRASIL, Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução
CNE/CEB
No
2,
de
11
de
setembro
de
2001.
Disponível
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Disponível
em:
<http://test.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141324782005000200010&lng=pt&nrm=iso>Acesso em 05 mar. 2006.
FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003
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PATTO, Maria Helena Souza. Exercícios de indignação: escritos de educação e psicologia. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
Silva, Lucas Araújo, Matos, Elizete Lúcia Moreira. "Lazer, Recreação, Saúde e Educação: Um
Benefício a mais em Contexto Hospitalar." (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Lucas Araujo Silva
70
PUCPR/Especialização
Elizete Lúcia Moreira Matos
PUCPR/ Professora do Curso de Mestrado em Educação da PUCPR
Introdução.
Neste trabalho apresenta-se alguns aspectos referentes a questão do lazer e da recreação
com ferramenta para o Professor em contexto hospitalar, sob, a visão das instituições de Ensino
Superior no Curso de Pedagogia, quanto à formação do pedagogo e sua atuação em algumas
realidades hospitalares na cidade de Curitiba- PR. É uma proposta inovadora e, portanto, o
trabalho do pedagogo no hospital, apesar de ser uma pesquisa com uma caminhada de apenas
12 anos cientificamente, já apresenta leis nacionais que a incorporaram nas políticas
educacionais.
Metodologia.
As metodologias utilizadas nesta pesquisa foram: exploratória, qualitativa e quantitativa,
por essa ser a melhor forma de pesquisar a valia do objeto de pesquisa, utilizando entrevista,
análise e bases bibliográficas. Diante destes aspectos é que se apresenta a questão relacionada
ao lazer e a recreação e algumas definições e atribuições como ferramenta no processo
ensino/aprendizagem. Destaca-se também a educação e saúde, com alguns resultados da
pesquisa que envolveu profissionais em contexto hospitalar e instituições de ensino superior de
Curitiba. As perguntas foram respondidas pela coordenação do curso de Pedagogia de cada
instituição. E por fim aborda a pedagogia hospitalar, seu surgimento em contexto especifico na
cidade de Curitiba.
Resultados e Comentários ou Conclusões.
Em todos os cursos que responderam à pesquisa têm-se uma grande preocupação em
subsidiar a formação dos futuros pedagogos tanto para o contexto hospitalar com, para outros
ambientes extra escolares. E na prática com os profissionais que atuam nesse contexto fica claro
o auxílio do lazer e da recreação como ferramentas para o melhor desenvolvimento do trabalho
pedagógico e a socialização das crianças e jovens, bem como para os pais e acompanhantes
deles.
Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar, Lazer, Recreação.
Referências Bibliográficas:
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Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Simeão Britto da Silva
FAFIRE
Walnéa Virginia Mangueira Lima
FAFIRE
Introdução
Nosso trabalho procurou levantar, por meio de pesquisas bibliográfica e de campo, as
possibilidades didático-pedagógicas vivenciadas pelas crianças e adolescentes que freqüentaram
a sala de aula no IMP (Instituto Materno Infantil prof. Fernando Figueira, em Recife – PE), bem
como os desafios presentes nessa prática educativa. De acordo com Fonseca (2003), “o
atendimento escolar no ambiente hospitalar é uma realidade”.
Metodologia
O caminho metodológico considerou: a prática pedagógica realizada no período de fevereiro a
dezembro de 2005 e implicou na identificação de 200 alunos/pacientes atendidos na sala de aula;
as situações didáticas desenvolvidas; os níveis de complexidade; o tempo pedagógico de sua
realização considerando o horário das aulas; e a contribuição no desenvolvimento de novos
conceitos e/ou novas atitudes que pudessem ser verificadas pela escuta pedagógica (CECCIN &
CARVALHO, 1977).
Resultados
72
Trabalhando com os alunos em atividades pedagógicas sugeridas nos PCns, especialmente nas
áreas de linguagem e comunicação observamos que, 86% dos alunos (n =170) apresentaram
defasagem de conhecimento em relação à série informada; 15% (n = 30) não sabiam ler nem
escrever, mesmo com freqüência/matrícula nas séries iniciais do ensino fundamental. Além disso,
a pesquisa apontou que os desafios da prática educativa neste espaço são os seguintes: a baixa
estima do aluno em função do estado de adoecimento; os exames clínicos rotineiros; a duração
da aula = 2h para comportar atividades que completem ciclo (início, meio e fim); a inexistência de
interação entre equipe de cuidadores e pedagogos hospitalares. Tudo isso levou-nos a considerar
que o planejamento pedagógico deve adaptar-se às possibilidades físicas, cognitivas e às
singularidades dos alunos.
Conclusões
Nosso trabalho sugere como possibilidades didático-pedagógicas a utilização de coletâneas de
atividades nas áreas de linguagem (narrativa de história, problematização, refacção do texto,
leitura de imagens, etc.), comunicação, através de atividades lúdicas, transversalizadas pela
realidade dos alunos/pacientes. Acreditamos que as sugestões aqui apresentadas apontam para
caminhos de mediação didático-pedagógicas que poderão contribuir numa prática educativa
humanizada no atendimento Escolar Hospitalar. Para tanto, reconhecemos que os profissionais do
atendimento deverão ensinar tendo sempre em vista a pesquisa de novas possibilidades didático–
pedagógicas que, em primeiro lugar, reconheçam as particularidades constitutivas do espaço
Escolar Hospitalar. Em segundo lugar, compreenderem que todo processo de intervenções clínica
ou pedagógica depende da problemática da criança e de seu quadro clínico. Desse modo,
poderemos, enquanto educadores hospitalares beneficiar-nos dos modos de saberes e fazeres
clínicos e pedagógicos que facilitem, técnica e eticamente, o conhecimento da realidade
existencial e aprendencial dos alunos/pacientes, especificamente no que se refere às
especificidades envolvidas em seus processos de aprender/ser no que pertine ao complexo das
mediações que fundam a dinâmica do ensinar. Assim, o processo educativo poderá incluir o
aluno/paciente no espaço Escolar Hospitalar, posto que significará auto-educar-se de maneira
holística, (re)criativa etc.
Palavras – chave: Possibilidades didático – pedagógicas - Classe Hospitalar.
Referência Bibliografia
BRASIL. MEC. Parâmetro Curriculares Nacionais.
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estratégias e orientações. / Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC ; SEESP, 2002. 35
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____ . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º 9394 de 20 de dezembro de
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HENRI WALLON – Psicologia e Educação. Ed. Loyola
Weinhardt, Mariana S., Matos, Elizete L. M. "Formação de Professores com A Utilização de
Ambientes Virtuais de Aprendizagem em Contexto Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Resumo Expandido
Mariana S. Weinhardt
Elizete L. M. Matos
Pontifícia Universidade Católica do Paraná/ Departamento de educação a distância/ PUC-PR
INTRODUÇÃO
A pedagogia hospitalar é um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o
contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais
transitórias do educando em ambiente hospitalar e domiciliar. Trata-se de conceber uma nova
realidade com características educativas. Com o objetivo de, favorecer benefícios, no que tange à
saúde, proporcionando uma formação ampla, mais densa, orgânica e articulada do professor,
fortalecendo sua competência teórica e técnica e seu comprometimento político-social; contribuir
para o desenvolvimento e aperfeiçoamento integral do educando enfermo, na continuidade de
suas atividades pedagógicas e na recuperação mais rápida de sua saúde, proporcionando-lhe
oportunidades e facilidades, para recuperar, manter e facilitar o desenvolvimento físico, intelectual
cultural e social. A necessidade de formação continuada e de desenvolvimento de novas
habilidades e novos meios de informação e comunicação para que o professor possa empregar
com o educando hospitalizado. Com o projeto EUREK@KIDS, sendo este, um projeto de
desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem, pensado principalmente para o
atendimento de crianças/jovens hospitalizados, proposta com a certeza de estar contribuindo para
ampliar significativamente os trabalhos que vem sendo desenvolvidos nos hospitais, incorporando
o uso das Tecnologias de Comunicação e Informação, como ferramenta de base para dar suporte
as atividades desenvolvidas para o atendimento da criança/jovem doente, diminuindo
sensivelmente grandes percalços sociais, destacando-se a inclusão social, a democratização
tecnológica, a promoção humana, as novas formas de comunicação e a educação inclusiva.
Palavras-chave: pedagogia hospitalar; escolarização; inclusão; formação continuada; lúdico.
74
METODOLOGIA
Este trabalho integra a linha de pesquisa do Mestrado em Educação da PUC-PR “Teoria e Prática
na Formação de Professores”. Esta pesquisa tem como finalidade obter os fins da mesma far-se-á
uma busca bibliográfica e num segundo momento, será feita a pesquisa de campo concretizada
por meio de um questionário e entrevista destinados a criança/jovem, pais ou responsável e para
o professor do hospital. É inaceitável a desculpa que criança/jovem doente não possam ter
continuidade em seus estudos enquanto hospitalizados, utilizando o bom senso estimulando
essas crianças/jovens nas condições possíveis. Por isso, resolveu-se por este estudo
investigativo, para alertar a educadores que essa também é uma ação que pode minimizar
significativamente a evasão escolar. Para este estudo será utilizada a metodologia da pesquisaqualitativa e quantitativa.
RESULTADOS
A pesquisa ainda não possue resultados, pois está em desenvolvimento. Início do Mestrado em
Educação-março de 2006.
COMENTÁRIOS
A sociedade em busca de sua humanização não pode deixar de ocupar-se com a integração
daqueles que, permanecendo excluídos a um estado de fragilidade física, às vezes, temporárias
ou não, necessitam de um olhar mais sensível. Em se tratando da criança/ jovem em idade
escolar acometida de enfermidade grave, os esforços dispensados são mais significativos, pois, é
o futuro que está em jogo. Em vista disso, a sua inclusão nos processos educacionais deve
constituir um dever da sociedade e direito da criança/jovem doente e hospitalizada.
BIBLIOGRAFIA
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Novaes, L. H. V. S. Brincar é Saúde-O alívio do estresse na criança hospitalizada. Pelotas:
Educat, 1998.
75
Pôsters
Trabalhos apresentados
Gianelli, Maria Inez Della Vecchia, Figueiredo, Denise, Moribe, Izilda Y. S., Oliveira, Rita T. B.
R. de, Lombardi, Ulisses. "Tecendo Laços com a Vida" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Maria Inez Della Vecchia Giannelli
Denise Figueiredo
Izilda Y S Moribe
Rita T B R de Oliveira
Ulisses Lombardi
Associação Pró- Hope Apoio à Criança com Câncer
Centro Educacional Pró-Hope
Introdução: No ano de 1999,como coordenadora de um curso de Pedagogia de uma faculdade de
São Paulo, propus um projeto de intervenção escolar na área de saúde, com o objetivo de atender
a demanda de crianças e jovens gravemente enfermos que estavam fora do circuito escolar, e ao
mesmo tempo inovar os estágios dos alunos da Pedagogia. Entrei em contato com a Associação
Pró-Hope, que inaugurara uma unidade de apoio para pacientes com câncer, que não estando
mais em internação hospitalar, necessitavam permanecer na cidade para os necessários
tratamentos .Vivenciamos várias versões até chegarmos ao formato atual, uma sala-escola, em
dois turnos, com presença flexível para os alunos, multisseriação ( infantil e fundamental I), e
articulação imprevisibilidade/não improvisação. Para desenvolvê-lo conto com a equipe de coautores supra citada.Metodologia:Pedagogia de projetos foi o que melhor atendeu nossas
necessidades.Aplicamos o conceito de transferência da psicanálise lacaniana, na construção de
laços com o objeto do conhecimento e com o Outro, e utilizamos os princípios construtivistasinteracionistas. O atendimento é individual, com inserção grupal, por meio de projeto articulador,
que envolve a sala e os acompanhantes dos alunos.Resultados:Inserção dos alunos no circuito
escolar e na rede regular de ensino sempre em série mais avançada; resgate da identificação pela
aposta na vida e autonomização do sujeito, decorrente da responsabilização e implicação do
mesmo em sua aprendizagem; fortalecimento das relações com o acompanhante e hospedes da
casa; formação de laço com a vida saindo do circuito pulsional de morte; aderência aos
tratamentos; formação de laços com o conhecimento e o Outro; aposta na vida e no
futuro.Comentários:Percebemos um arranjo novo na relação ensino aprendizagem com a
priorização da diferença enquanto elemento articulador. Aos conceitos de escuta, nome do pai,
laço agregam-se os de palavra verdadeira/oca (Freire) e plena/vazia (Lacan) Palavras de
76
implicação e criação, para a educação que é sempre da ordem do imprevisível, onde não
improvisar é escutar o sujeito que aprende, para não calarmos nossa angustia propondo o que
julgamos importante ou necessário. Suportar a angustia para escutar a palavra do outro é o que
pensamos para a educação de nossos dias.
Referências Bibliográficas:
BAUMAN, Zigmunt. Modernidade Líquida Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2001.
_________, Amor Líquido. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2003.
FREIRE, Paulo. Alfabetização: leitura do mundo leitura da palavra. Rio de Janeiro, Editora
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LACAN, Jacques. Escritos Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1998.
_______, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro, Zahar Editores,
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LOPES, E. M. T. A Psicanálise escuta a Educação Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2001.
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_______, Você quer mesmo ser avaliado? São Paulo, Manole Editora, 2006.
MRECH, Leny M. Psicanálise e Educação: novos operadores de leitura São Paulo, Editora
Pioneira, 1999.
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NABUCO, Maria Eugênia. A prática entre vários. Psychanalisie attachée à l`Hôpital de Meaux,
chargée de cours à l`Université René Descartes – Paris V (mimio,2006).
Miranda, Alaíde Pamplona. "Atendimento Pedagógico em Espaço Hospitalar: Pediatria do
Hospital Ophir Loyola-Belém/Pará" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Alaíde Pamplona Miranda
Secretaria de Estado de Educação
O atendimento pedagógico realizado na pediatria do Hospital Ophir Loyola é uma ação
constitutiva do programa Prosseguir, desenvolvida através de um convênio entre a Secretaria de
Estado de Educação e a instituição hospitalar com a finalidade de oferecer escolarização a
crianças em tratamento oncológico.
Fundado nos princípios da educação para todos, da inclusão de crianças com necessidades
educacionais especiais e humanização das relações em ambiente hospitalar, nosso trabalho
procura manter vivo o vínculo entre o paciente-aluno internado na pediatria e o processo de
77
escolarização.
Buscamos o permanentemente o favorecimento do processo ensino-aprendizagem, através do
desenvolvimento de ações fundadas na descoberta com alegria e prazer. Com as crianças em
idade de alfabetização construímos atividades práticas que estimulam a coordenação motora, o
desenvolvimento do raciocínio lógico e que dêem suporte ao processo de alfabetização.
Para as crianças que estão cursando o ensino fundamental, obedecemos aos conteúdos
disciplinares estabelecidos nas grades curriculares da Secretaria de Educação, e a criança,
durante o seu período de permanência no hospital, recebe o atendimento educacional na sala de
aula, na sala de recreação ou no próprio leito.
Em busca de um atendimento global desenvolvemos atividades práticas que envolvem as
crianças e seus familiares. São oficinas de criação artística, de construção de brinquedos
utilizando material regional e enfatizando as peculiaridades da cultura amazônica. Juntamente
com o grupo multiprofissional da pediatria, realizamos pequenos projetos para celebração de
datas comemorativas e eventos que produzem uma mobilização nacional e local como a copa do
mundo, as olimpíadas etc.
Os resultados positivos que temos alcançado decorrem da aliança entre as áreas da educação e
da saúde, o mútuo envolvimento de profissionais dessas áreas tem contribuído tanto para o
fortalecimento das ações educativas quanto para uma maior eficácia no tratamento de saúde.
Palavras-chave: escolarização, pediatria, tratamento oncológico.
Prazeres, Zoe Conceição Cotta Souza dos. "A Brinquedoteca e o Cuidado de Crianças em
Tratamento Oncológico no Hospital Ophir Loyola – Belém/Pará" (2006), em I Fórum Nacional de
Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil
Zoe Conceição Cotta Souza dos Prazeres
Hospital Ophir Loyola – brinquedoteca/quimioterapia
A brinquedoteca da quimioterapia do Hospital Ophir Loyola-HOL, atende a crianças e
adolescentes de 1 a 18 anos, em tratamento oncológico, que encontram-se enternados ou em
tratamento ambulatorial.
Trabalhamos jogos simbólicos que envolvem o faz-de-conta. Confeccionamos brinquedos com
sucatas (caixas de medicamentos e outros) e utilizamos a técnica de origami na construção de
pássaros.
Dos jogos, exploramos as regras, o cumprimento de normas, o estímulo à atenção, a
concentração, o raciocínio e o enfrentamento de elementos como competição e sorte(ganho e
perda) O trabalho em grupo estimula a socialização entre as crianças e entre as crianças e os
adultos. Os jogos de construção, instigam a capacidade de produzir com criatividade e
imaginação. Neste contexto, a aprendizagem, a inteligência, a concentração e a atenção
decorrem da realização de uma atividade agradável e provocadora. Quando isso ocorre, brincar
torna-se um sinal de saúde.
78
Mantemos um calendário de datas comemorativas (dia das mães, dia da criança, natal, etc.), com
isso integramos os professores, os alunos e seus familiares em um processo de construção, que
vai desde a elaboração cotidiana de atividades até a realização de eventos de culminância.
Cultivamos um “cantinho da leitura” com os clássicos infantis, revistas em quadrinhos e livros
diversos, pois isto possibilita prazer como no ato de brincar. Isto tem favorecido o
desenvolvimento de variadas linguagens. O entusiasmo da brincadeira associado à leitura faz com
que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de
palavras novas. Favorece também o desenvolvimento da sociabilidade, pois brincando a criança
desenvolve o seu senso de companheirismo ao mês mo tempo em que aprende a conviver em
novas situações.
Brincar com o outro tem reforçado os laços afetivos, consolidado o companheirismo e o amor
entre crianças, seus familiares e a recreadora.
Palavras-chave: brinquedoteca, tratamento oncológico, educação.
Sanchez, Ângela Maria, Ribeiro, Maria Aparecida de Lima. "Classe Hospitalar" (2006),
em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Angela Maria Sanchez
Maria Aparecida de Lima Ribeiro
Hospital Infantil Cândido Fontoura
CLASSE HOSPITALAR
A Classe hospitalar do HICF foi implantada em julho de 2003, com o objetivo de dar continuidade
às atividades escolares durante o período de internação de crianças e adolescentes do Ensino
Fundamental e Médio. A partir de novembro de 2005 ampliou-se o atendimento, sendo
contempladas.
São duas educadoras com formação em Pedagogia, que atuam de 2a a 6a feira, nos períodos da
manhã e tarde, realizando atendimento em uma sala adaptada, com materiais pedagógicos e 04
computadores. Na impossibilidade de locomoção do paciente, a educadora vai até os leitos das
enfermarias ou UTI, levando um notebook para a realização das atividades.
Além de atividades escolares, os alunos-pacientes têm a oportunidade de assistir filmes através
dos projetos O Cinema vai até o leito e Sessão pipoquinha. Desde de sua implantação foram
atendidas 760 crianças.
79
Santos, Maria Cecília Kuzmann, Radatz, Marilze, Boyen, Criatiane Barcellos. "Humanização
Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Maria Cecília Kuzmann Santos IBPEX
Marilze Radatz IBPEX
Cristiane Barcellos Boyen IBPEX
INTRODUÇÃO
Sendo um dos ramos da Pedagogia, a Pedagogia Hospitalar vem atender a crianças ou
adolescentes em idade escolar que se encontram hospitalizados e, portanto, impossibilitados de
freqüentarem a escola. As atividades desenvolvidas em contexto hospitalar devem estimular os
aspectos cognitivos, afetivos e social, nas vertentes inter/multi/transdiciplinares.
METODOLOGIA
O direito da criança em prosseguir na sua formação escolar durante a permanência no
hospital e os benefícios do ensino e do material didático que são disponibilizados por meio de
planejamentos, conforme as propostas em andamento, principalmente nos casos de
hospitalização prolongada, estão asseguradas na lei: SEESP/MEC, (1994, p.20) “Ambiente
hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados, que
necessitam de educação especial e estejam em tratamento hospitalar”.
As atividades pedagógicas desenvolvidas proporcionam as crianças/adolescentes a
diferença, a qual se traduz por um ambiente hospitalar, que é tradicionalmente triste para um
espaço mais alegre e ameno.
Segundo algumas idéias, em que Matos, destaca e aqui se faz uma paráfrase, (2001, p.
75) ...a assistência pedagógica no hospital apresenta a vantagem de auxiliar pedagogicamente na
problemática específica da criança/jovem hospitalizado, levando em consideração a hora de
formular e realizar suas atividades escolares com momentos especiais planejados dentro de suas
possibilidades.
CONCLUSÃO
O pedagogo hospitalar pode atuar em hospitais, postos de saúde, atendimento domiciliar,
coordenar grupos voluntários para contribuírem nos vários aspectos pedagógicos, prevenção de
acidentes, entre tantas outras possibilidades. O Pedagogo faz valer a ação lúdica, que funciona
como instrumento amenizador e de grande benefício ao estado geral para crianças/adolescentes.
Auxiliar na atenção das crianças/adolescentes que estão enfermas ou hospitalizadas.
Os trabalhos realizados nesta área indicam um olhar atento as questões de humanização e
na formação bio/psico/cognitiva e social cultural da criança e adolescente hospitalizado, e nos
alerta o quanto ainda necessitamos nos aprofundarmos e desenvolver mais pesquisas e
discussões sobre educação. Saúde e humanização.
Palavras Chave: Humanização, Pedagogia Hospitalar, Educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MATOS, E. L. M e MUGIATTI, M. M. T.de F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Editora Champagnat,
2001, p.75.
Silva, Fátima Júlia Martins da, Franco, Vera Lúcia, Uchoa, Janete de Sá, Botelho, Simone.
"O Brincar na Ação Educativa Hospitalar " (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar
Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Fátima Júlia Martins da Silva
VERA LÚCIA FRANCO
JANETE DE SÁ UCHOA
SIMONE BOTELHO
Secretaria Municipal de Educação de Niterói /Programa Pedagogia Hospitalar
Palavras-chave: Brincar - Ação Educativa - Criança
Introdução
As conseqüências da internação são traumáticas. No brincar, observamos que as tensões
provocadas pela internação diminuem sensivelmente.
No Hospital Getúlio Vargas Filho, o atendimento é voltado para a Educação Infantil, e a
brincadeira é atividade imprescindível na abordagem com a criança, percebemos que brincando
ela se expressa, mostra o que sentem e quem são, com a brincadeira interagem com pessoas e
exploram novas oportunidades de forma prazerosa e significativa.
Relato de Prática
Paula∗ foi internada com quadro desnutrição. Permaneceu no hospital enquanto a mãe retornou
para casa∗.
A menina aparentava ter menos idade, não andava, sem tônus muscular, com dificuldades em
segurar pequenos objetos. Ficava em seu bercinho acuada, movimentando o corpo para frente e
para trás. Possuía bastante dificuldade em aceitar gestos de afeto quando abordada, chorando e
se retraindo. Uma boneca foi dada à Paula e a todo instante ela a embalava nos braços. “Assim
como a presença de um objeto, uma boneca ajudam-na a sentir-se segura na hora de dormir, pois
permite a recriação da situação mãe-filho na qual protegem-se mutuamente, os brinquedos no
hospital cumprem um papel de proteção como objetos de transferência que fazem com que não
se sinta sozinha”(Dolto,1999,p.99).
Paula participava das atividades junto às demais crianças. Acostumada a rotina, já nos esperava
no bercinho. Observamos a cada dia que o seu estado físico dava sinais significativos de melhora,
ficando de pé e empurrando a cadeirinha para que pudesse se locomover pelo corredor. Interagia
ativamente nas atividades escolhendo o que queria fazer e com o que brincar.
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Conclusão
A recuperação de Paula era notada por todos. Ao ser contrariada demonstrava irritação, bem
diferente daquela menininha apática que conhecemos no início.
Aproveitamos esses momentos para estimular o desenvolvimento e a aprendizagem infantil,
criando situações-problema que desencadeiam a participação espontânea nas atividades
pedagógicas propostas.
Bibliografia
BARBIER,R.(1993) A Escuta Sensível em Educação; in Cadernos ANPED – Trabalhos nº
5,setembro.
CECCIM, R., FONSECA, E. (1999): Classes Hospitalares: buscando padrões referenciais de
atendimento pedagógico-educacional à criança e ao adolescente hospitalizado. In: Revista
Integração. 9 (21).
DOLTO,F. As etapas decisivas da infância. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella. O Fazer Pedagógico no Ambiente Hospitalar: Uma Possível
Escuta das Potencialidades da Criança Internada, Monografia (Especialização em Alfabetização
das Crianças das Classes Populares), Faculdade de Educação da Universidade Federal
Fluminense, Niterói: UFF, 2003
VYGOTSKY,L.S: O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento. In: A Formação Social da mente.
4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991(ed. Orig. 1993).
WALLON, H. Do acto ao pensamento. Lisboa:Portugália,1966.
WINNICOTT,D.W.O Brincar e a Realidade.1971
∗ Nome fictício, idade: 2 anos e 8 meses
∗ Porque a mãe além de estar grávida de 6 meses ainda tinha mais três filhos, ficando as crianças
sob os cuidados da enfermagem
Souza, Ademilson Chaves de. "Auto-Imagem de Crianças e Adolescentes: Relato de
Experiência na Classe Hospitalar Ophir Loyola" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento
Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Ademilson Chaves de Souza
Secretaria de Estado de Educação/SEDUC.
Este relato apresenta a vivência pedagógica com crianças e adolescentes oriundas de várias
cidades amazônicas, e que se encontram em tratamento oncológico no Hospital Ophir Loyola em
Belém do Pará. O “Auto-imagem” é um projeto que se encontra em estágio embrionário, mas que
é parte constitutiva do Programa Prosseguir que atende desde 2002, à classe hospitalar, no
Hospital Ophir Loyola.
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A produção pedagógica do projeto Auto-Imagem é desenvolvida em aulas de história, geografia e
ensino religioso. Com o auxílio da informtica que é utilizada como instrumento de apoio, são
armazenados em banco de dados digitalizado, os desenhos e telas produzidos pelos alunos no
cotidiano das aulas.
Apoiados em (COSTA, 2005 e PAIVA,2004) utilizamos o método da linguagem visual no processo
ensino-aprendizagem. O aprender através da linguagem visual ocorre quando as crianças e
adolescentes produzem iconografia e as interpretam com base em suas vivências e saberes
anteriores. Neste processo de aprendizagem significativa(AUZUBEL, 1978) os alunos exercitam a
criatividade, desenvolvem a expressão oral e a elaboração de textos.
A iconografia é um recurso pedagógico que tem atuado positivamente no aprendizado dos alunos
(TREVISAN, 2002). Aprender história, geografia, ensino religioso e outras disciplinas através de
leitura de imagens pode contribuir para a produção de um ambiente alegre e feliz estimulando a
vontade de continuar os estudos (ALVES, 2000).
O Auto-Imagem, toma como desafio ensinar com alegria em ambiente hospitalar. E mesmo como
resultado parcial e incompleto nota-se a alegria dos alunos, no olhar, no sorriso e na expressão
facial, quando estes interagem com o computador, produzem desenhos , falam e escrevem sobre
o que produziram.
Palavras-chave: crianças, adolescentes, linguagem visual, educação.
Sordi, Eliana De. "Danças Circulares na Formação e Prática do Professor no Atendimento
Escolar Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo,
Brasil.
Eliana De Sordi
Secretaria de Educação de SBC - Equipe Técnica
Introdução
Danças Circulares, movimento iniciado por Bernhard Wosien na Escócia, constitui-se em
uma modalidade que utiliza danças tradicionais de vários povos, normalmente em círculo.
Escolhi esta atividade, correlata à minha formação em Psicologia, em função de
experiências pessoais e profissionais nas áreas clínica e educacional – em rede pública, na
Formação de Professores e Gestores de escolas de ensino regular com alunos com
Necessidades Educacionais Especiais incluídos.
Relato da Prática
Conheci as Danças Circulares em 1995, uma atividade prazerosa que proporciona
interação, compartilhamento, trocas, afeto, respeito e aceitação, na qual o corpo é exigido não
apenas no movimento, mas na percepção de si, consciência de limitações e possibilidades, num
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processo de experiências e descobertas individuais e grupais.
Compartilhá-las e observar seus efeitos, constituiu-se em estímulo para o trabalho em
oficinas para alunos de ensino comum e classes especiais.
Promoção de convivência entre pessoas com habilidades e competências diferentes,
respeito às decisões grupais e às características de cada um, cooperação nas dificuldades e
tolerância na resolução de conflitos foram visíveis.
Nesses, e nos grupos de formação de professores, os resultados observados foram
semelhantes; exemplificados em depoimento.
“A dança trabalhou mais meu lado afetivo e “senti” mais meu corpo. O trabalho em grupo
sempre nos traz descobertas e como estou me sentindo bem, os alunos também se sentirão agora eu consigo ver com trabalhar com eles de uma forma mais gostosa”. (professora M)
Comentários
As Danças Circulares como um instrumento que utiliza aspectos lúdico, sensorial e
relacional na formação do professor, podem otimizar o aprendizado no trabalho escolar hospitalar,
promovendo integração e cooperação nas relações entre crianças e adultos.
Palavras-chave: Danças Circulares, Formação do Professor.
Referências Bibliográficas
GARAUDY, Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1980.
OSSONA, Paulina. A educação pela dança. São Paulo. Summus, 1988.
RAMOS, Renata C. L. (org.) Danças Circulares Sagradas: uma proposta de dança e cura. São
Paulo. TRIOM: Faculdade Anhembi Morumbi, 1998.
WOSIEN, Bernhard. Dança – Um caminho para a totalidade .São Paulo. TRIOM, 2000.
Szvarca, Yara Maria, Alves, Zulmira. "A Criança Hospitalizada: Aprender a (e) Brincar É só
Começar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.
Yara Maria Szvarca
Zulmira alves
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
INTRODUÇÃO
O trabalho de Hospitalização Escolarizada que vem acontecendo efetivamente no
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA desde setembro de 2002, através de
convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Curitiba e a Sociedade Evangélica Beneficente,
está dando um importante passo em direção a consolidação dos valores éticos e democráticos,
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tornando-se assim, mais sensível às necessidades especiais de grupos socialmente fragilizados.
Atualmente, há no referido hospital atividades que incluem acompanhamento escolar para
crianças e adolescentes hospitalizados, apresentações de teatro, música, contação de histórias,
jogos, brincadeiras e inclusão digital.
Este trabalho tem como objetivo mostrar a prática pedagógica desenvolvida com crianças
da educação infantil, internadas nas pediatrias do HUEC.
RELATO DA PRATICA
Na perspectiva das atividades, a abordagem pedagógica no ambiente hospitalar é
entendida como instrumento redutor dos efeitos traumáticos da internação e do impacto causado
pelo distanciamento da criança e de sua rotina. A intenção é de transformar o período de
internação hospitalar em um tempo de construção, de conhecimento e aquisição de novos
significados.
No espaço disponível do hospital para o desenvolvimento das atividades tem-se buscado
conhecer o mundo em que estas crianças vivem, respeitando a sua cultura e história, observando
suas atitudes, escutando seus casos. As atividades lúdicas fazem parte do cotidiano das crianças
e são planejadas á partir do interesse e das necessidades destas, proporcionando experiências e
descobertas para as mesmas.
Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa, aberta. Ensinar deve consistir em
conceber, encaixar e regular situações de aprendizagem, segundo princípios ativos construtivistas
e interacionistas.
CONCLUSAO
Acreditamos que brincar é por si só uma vivência reestruturante que recupera o paciente e
ameniza o sofrimento da internação. Ao brincar, nos reequilibramos e reciclamos nossas
emoções.
As atividades envolveram também as questões de tempo de internação, alimentação, alta
dos colegas e óbitos, propiciando a compreensão dos objetos e das pessoas do ambiente
hospitalar.
PALAVRAS-CHAVE: 1. pedagogia hospitalar; 2. lúdico; 3. educação infantil.
REFERÊNCIAS
PAULA, Ercília M. A. T. Educação, diversidade e esperança: a práxis pedagógica no contexto da
escola hospitalar. tese (doutorado) Salvador: 2005.
Anais, 1º Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar. UERJ.2000.
Brasil. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Direitos da Criança e
do Adolescente Hospitalizados. Resolução no. 41, de 13/10;1995. Brasília: Imprensa
Oficial. 1995.
______Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução
CNE/CBE no. 2 de 11/09/2001. Diário Oficial da União no. 177, seção 1E de 14/09/2001.
p.39-40. Brasília-DF: Imprensa Oficial. 2001.
_____ Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial. 1988.
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______ Ministério da Educação. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico
domiciliar:orientações e estratégias./Secretaria de Educação Especial. Brasilia: MEC;
85
SEESP, 2002.Ceccim, R.B. Criança hospitalizada: necessidades educacionais. Palestra
apresentada no 1o Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar: o trabalho
pedagógico-educacional no ambiente hospitalar; a criança doente também estuda e
aprende. Anais. p. 55-58. Rio de Janeiro: UERJ, 19 a 21 de julho de 2000 (disponível na
internet em http://www2.uerj.br/~escolahospitalar. 2001.
______ R.B. & CARVALHO A C. Criança Hospitalizada. Atenção Integral como Escuta à Vida. Ed.
UFRGS. 1997.
GIL, Juliana Dallarmi & Ercília Maria A.T. de Paula. Pedagogia Hospitalar, Olhar do Professor.
UPG 2: 135-148, nov.1999.
______ Intervenção Pedagógica em Hospitais Infantis. II Encontro Nacional de Estágios UEPG,
s/d.
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