IRANI GOMES DOS SANTOS
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E A FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA
PARA O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo – Escola Paulista
de Medicina para obtenção do título de
Mestre Profissional em Ensino em
Ciências da Saúde.
São Paulo
2009
IRANI GOMES DOS SANTOS
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E A FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA
PARA O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo – Escola Paulista
de Medicina para obtenção do título de
Mestre Profissional em Ensino em
Ciências da Saúde.
Orientadora: Profª. Dra.
Urrestarazu Devincenzi
Coorientador:
Batista
São Paulo
2009
Prof.
Dr.
Macarena
Nildo
Alves
Santos, Irani Gomes dos
Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o
Programa Saúde da Família / Irani Gomes dos Santos – São Paulo, 2009.
173f.
Tese (Mestrado Profissional) – Universidade Federal de São Paulo.
Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências da Saúde.
Título em inglês: Multiprofessional Residency and training of the
nutritionist for the Family Health Program
1. Nutricionista 2. Saúde Pública 3. Programa Saúde da Família
4. Internato e Residência.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE
Diretora do CEDESS:
Profa. Dra. Maria Cecília Sonzogno
Coordenador do Curso de Pós-Graduação:
Profa. Dra. Sylvia Helena S. Batista
IRANI GOMES DOS SANTOS
Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa
Saúde da Família
Presidente da Banca: Profª. Dra. Macarena Urrestarazu Devincenzi
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Professora Dra. Ana Lúcia Medeiros de Souza
________________________________________
Professora Dra. Maria Fernanda Petroli Frutuoso
________________________________________
Professor Dr. Gilberto Tadeu Reis da Silva
________________________________________
Professora Dra. Lídia Ruiz Moreno - Suplente
Aprovada em: ____/____/___
DEDICATÓRIA
À minha amada família:
À Madalena, minha querida mãe que tem a generosidade como
dom e amor incondicional.
Ao Lino Carlos, meu pai zeloso, com um amor protetor que me
conduz na batalha da vida sempre me fazendo acreditar em
meu potencial.
À minha irmã Iraí, que me acolhe com um indescritível amor
fraternal.
AGRADECIMENTOS
À professora Macarena Urrestarazu Devincenzi, por manter a paciência diante
de minha grande ansiedade e por sempre acreditar na contribuição deste trabalho
para a categoria de Nutrição.
Ao professor Nildo Alves Batista, pela orientação no desenvolvimento da
análise dos dados.
Aos entrevistados, pela sua cordialidade e disponibilidade.
À Turma do Mestrado Profissional 2007/2009, novos amigos que nessa
trajetória me proporcionaram muitas alegrias, aprendizado, companheirismo e
suporte emocional.
Aos colegas de trabalho: Profª Carla Roberta Ferraz Rodrigues e Profº Renato
Ohara por compartilharem comigo seus conhecimentos e pela constante
disponibilidade.
À amiga e colega de trabalho - Profª Simone Alves Landim, pelo ombro
sempre presente.
Ao Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS),
pela extrema importância que agregou ao meu crescimento profissional.
À Faculdade Santa Marcelina, pelo incentivo e valorização profissional.
“Cada um de nós compõe a sua história,
cada ser em si carrega o dom
de ser capaz e ser feliz.”
(Almir Sater e Renato Teixeira)
APRESENTAÇÃO
Meu percurso profissional teve início em 1998, com a conclusão da
graduação em Nutrição. Em agosto de 1999, fui contratada como nutricionista na
área clínica de um hospital filantrópico situado na zona leste do município de São
Paulo. Buscando maior conhecimento, realizei minha primeira especialização
voltada à Nutrição Clínica.
No início do ano de 2005, recebi uma proposta que mudou totalmente essa
área de atuação, pois visava desenvolver minhas atribuições na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), um projeto idealizado pelo Ministério
da Saúde em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina e Faculdade Santa
Marcelina - Unidade Itaquera.
Nessa proposta, a atuação seria em saúde pública, mais especificamente no
Programa de Saúde da Família (PSF), estratégia para organizar a atenção básica,
implantada a fim de trazer uma nova concepção de saúde, voltada para a promoção
da qualidade de vida e intervenção em fatores de risco.
Vivenciando esse contexto, algumas inquietações surgiram e percebi que
trabalhar com a comunidade e estar no domicílio do usuário exigia algo mais que a
simples transmissão de conhecimentos - educação bancária. Ressalto que a
transmissão de conhecimento também não é indicada na área clínica, porém só
percebi a sua limitação e inadequação após minha inserção nesse novo campo de
atuação.
Era necessário agora considerar a experiência e vivência do próximo, e foi
nesse período que o ingresso em meu segundo curso de especialização - Educação
e Formação em Saúde - tornou-se fundamental para entender como ensinar e
aprender, ouvir antes de falar, observar e compreender antes de interferir. Essas
palavras agora faziam pleno sentido em minha vida, era parte do meu dia a dia, de
minha prática. Era indispensável ampliar os horizontes e aprimorar meus
conhecimentos teóricos e práticos. Ser nutricionista não era mais suficiente, descobri
que o que estava buscando era ser um profissional da saúde – um educador na área
da saúde.
Ser preceptora, diante da vivência com profissionais de diversas formações,
também fez aflorar a necessidade de um trabalho conjunto, não mais
compartimentado e sim um trabalho interdisciplinar, construindo e partilhando
conhecimentos e técnicas. Com o residente, tinha o papel de buscar estratégias que
proporcionassem uma aprendizagem significativa pautada nos problemas que
emergiam no quotidiano, contribuindo também para minimizar os problemas de
saúde a partir de ações integrais, considerando os diferentes determinantes no
processo saúde/doença.
Assumindo esse papel de preceptora e com a preocupação de como
realmente se efetiva essa formação do nutricionista na Residência Multiprofissional
em Saúde da Família, percebi a necessidade de um novo caminhar, agora buscando
o mestrado.
O caminho percorrido até esse momento me fez buscar um ambiente que
tivesse como eixo direcionador a Educação em Saúde, pois poderia trazer respostas
as minhas inquietações.
Portanto, a partir deste momento, convido todos a se apropriarem da
concretização deste estudo desenvolvido no Centro de Desenvolvimento do Ensino
Superior em Saúde (CEDESS), a partir do Mestrado Profissional realizado durante
os anos de 2007 a 2009.
RESUMO
Introdução: As Residências Multiprofissionais em Saúde da Família surgem
recentemente como espaço de formação e produção de tecnologias do cuidado,
importante para qualificação do SUS. Em algumas Residências, o nutricionista
encontra-se inserido, desenvolvendo ações de alimentação e Nutrição relevantes
diante do perfil epidemiológico da população brasileira. Objetivo: Investigar a
atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a partir da
Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Métodos: Um programa de
Residência Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvido em 2005-2007 foi
cenário deste estudo, tendo como sujeitos da pesquisa egressos dessa residência
que desenvolveram suas atividades juntamente com o nutricionista/residente. O
estudo é exploratório, descritivo, analítico, qualitativo, corte tipo transversal, tendo
como técnica de coleta de dados entrevista semiestruturada e a análise dos dados a
partir da análise de conteúdo. Todos os procedimentos éticos foram seguidos, tendo
aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa e aceite/assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido pelos entrevistados. Resultados e discussões:
A pequena inserção do nutricionista nessa estratégia foi considerada um dos
motivos para a compreensão pouco clara de sua atuação pelos demais profissionais
e por ele próprio. No entanto, sua especificidade foi valorizada considerando seu
olhar diferenciado para situações voltadas à alimentação e Nutrição, fazendo ampliar
possibilidades de cenários de atuação, destacando ações de promoção e
prevenção. O trabalho multiprofissional e interdisciplinar potencializou essa atuação,
bem como a dinâmica do processo de trabalho instituído pelo Programa Saúde da
Família. Quanto à formação do nutricionista, verificou-se que a vivência
multiprofissional surgiu como facilitador desse processo, proporcionando ao
residente olhar ampliado a partir da interação e trocas cotidianas. Compartilhar
informação e vivências a partir de diferentes realidades buscando sanar dúvidas e
construir um plano de trabalho, mesmo diante do limitado arcabouço teórico da
atuação do nutricionista nessa estratégia, foi possível a partir da discussão entre
pares. A Residência como um programa de pós-graduação proporcionou estratégias
de aprendizagem diferenciadas, nas quais os preceptores e tutores foram
considerados por alguns residentes como facilitadores em sua formação. Os pontos
dificultadores também foram observados, nos quais a formação prévia do
nutricionista voltada à especificidade foi considerada dificultador nesse processo,
uma vez que a especificidade compõe apenas parte das necessidades desse
cenário. Os relatos indicam a carência de profissionais preparados para desenvolver
o papel de facilitador/docente somado à inserção em poucos cenários de
aprendizagem, limitando a possibilidade de novas intervenções e discussões.
Considerações finais: A Residência Multiprofissional em Saúde da Família vem
tentando reduzir a lacuna entre a formação e atuação do nutricionista, possibilitando
aproximação com as premissas que ancoram essa estratégia, ampliado seu
processo de formação fazendo-o exercitar na prática os preceitos exigidos no seu
perfil profissional.
Palavras chaves: Nutricionista, Programa Saúde da Família, Internato e Residência
ABSTRACT
Introduction: The Multiprofessional Residencies in the Family Health emerges
recently as a training and production of technologies of care, an important
qualification for the SUS. In some residences, the Nutritionist is inserted, developing
activities relevant to food and nutrition before the epidemiological profile of the
Brazilian population. Objective: To Investigate the actions of the nutritionist in the
Family Health Program and its formation from the Multidisciplinary Residency in
Family Health. Methods: A Multiprofessional Residence in Health Family Program
developed in 2005-2007 was the scene of the study, having as subject of the
research egresses who developed their activities jointly the nutritionist/resident. The
study is exploratory, descriptive, analytical, qualitative, cross-cut type, with the
technique of data collection and semi-structured analysis of data from the analysis of
content. All ethical procedures were followed and approval of the Research Ethics
Committee and accepted / signed the Term of Free and Informed Consent by the
interviewees. Results and discussions: The small insertion of nutritionist this
strategy was considered one of the reasons for unclear understanding of their role by
other professionals and by him/herself. However its specificity was valued based on
their different look for situations turned to food and nutrition, to expand possibilities of
scenarios of action, emphasizing health promotion and prevention. The
multidisciplinary and interdisciplinary work increased that performance and the
dynamics of the work established by the Family Health Program. The training of
nutritionists, it was found that the multiprofessional experience emerged as a
facilitator of this process providing the resident extended look from the daily
interaction and exchange.Share information and experiences from different realities
seeking remedy doubts and build a plan of work, despite the limited theoretical role of
the action of the Nutritionist in this strategy, it was possible from the discussion
between peers. The Residency as a program of post graduate provided strategies for
differentiated learning in which tutors and preceptors were considered by some
residents as facilitators in their training. The difficult points were also observed, in
which the prior training of the Nutritionist focused on the specificity was considered
difficult in this case, since the specificity of requirements comprises only part of that
scenario. The reports indicate a shortage of professionals prepared to develop the
role of facilitator/teacher added the insertion in a few scenarios learning, limiting the
possibility of new interventions and discussions. Final considerations: The
Multiprofessional Residency in Family Health is trying to reduce the gap between
training and performance of Nutritionist, enabling closer to the assumptions that
anchor this strategy, expanding its training process making it to exercise in practice
the rules required in their professional profile.
Key words: Nutritionist, Family Health Program, Internship and Residency.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
2
OBJETO............................................................................................................ 22
3
OBJETIVOS ...................................................................................................... 23
3.1
Geral .......................................................................................................... 23
3.2
Específicos ................................................................................................. 23
4
METODOLOGIA ............................................................................................... 24
4.1
Local do estudo .......................................................................................... 24
4.2
População de estudo.................................................................................. 29
4.3
Procedimentos éticos ................................................................................. 31
4.4
Coleta de dados ......................................................................................... 32
4.5
Métodos ..................................................................................................... 34
4.6
Análise dos dados ...................................................................................... 36
5
RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 41
5.1 Eixo temático 1 - Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.... 42
5.2 Eixo temático 2 – Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional
em Saúde da Família (RMSF) .............................................................................. 58
6 FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFSSIONAL
EM SAÚDE DA FAMÍLIA: SUGESTÕES PARA O APRIMORAMENTO ................ 76
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 85
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 88
ANEXOS .................................................................................................................. 97
APÊNDICES........................................................................................................... 101
1
INTRODUÇÃO
Em um cenário de longos anos de movimento sanitário acontecendo no Brasil,
em meio à crise do setor da saúde com suas incongruências, desarticulação e
incapacidade de prestar assistência razoável à maioria da população, a partir da 8ª
Conferência Nacional de Saúde que embasou o texto da Constituição de 1988, é
instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo até os dias de hoje a luta para
que seus princípios de universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de
descentralização e de controle social da gestão, sejam respeitados. (MANO, 2004)
O SUS configurou-se como um elemento de importância e destaque na política
de saúde dos anos 90, apesar das dificuldades contextuais em virtude da
operacionalização de alguns dos seus princípios básicos e a descentralização das
ações do setor para os municípios.
Diante da magnitude dos problemas de saúde do povo brasileiro, advindos de
fatores ambientais, biológicos, físicos e sociais, decorrentes e permanentemente
agravados pela crise social dos últimos anos, cuja repercussão direta se traduz em
aumento da violência, desemprego e exclusão (FORATTINI, 2000), o SUS não tem
sido capaz, por si só, de colocar em prática as conquistas legais que representa.
A partir da necessidade de construção e consolidação do SUS, surge em 1994
o Programa Saúde da Família – PSF (ALVES, 2005; MANO, 2004), sendo
anunciado oficialmente como um instrumento para reorganização do SUS e da
municipalização, no qual o Ministério da Saúde definiu critérios institucionais para
sua implantação. As primeiras equipes do PSF foram instituídas com um caráter de
porta de entrada para o sistema de saúde, buscando a reversão e reorganização do
modelo assistencial vigente. (VIEIRA et al, 2004)
Nessa primeira versão, o PSF foi colocado como um modelo de assistência à
saúde que visa desenvolver ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da
família e da comunidade, no nível de atenção primária, utilizando o trabalho de
equipes de saúde responsáveis pelo atendimento na unidade local de saúde e na
comunidade.(BRASIL, 1994) O PSF surge então, não sendo uma proposta paralela
13
na organização dos serviços de saúde, e sim uma estratégia de substituição e
reestruturação do modelo. (VIEIRA et al, 2004)
Segundo Tomaz (2002), apesar de a sigla utilizada apresentar a letra P, de
programa, não deve ser visto assim, pois propõe ações que vão muito além da
extensão da cobertura para as populações marginalizadas.
Esse fato pode ser comprovado pelos documentos publicados pelo Ministério da
Saúde em 1997 e 1998, que reforçam o entendimento do PSF como estratégia para
a reorganização da atenção básica, implantada a fim de trazer uma nova concepção
de saúde, voltada para a promoção da qualidade de vida, resgatando então os
princípios do SUS, visando melhorar e ampliar o atendimento à população. (BRASIL,
1997; BRASIL, 2000)
Inicialmente implantado em cidades pequenas, situadas em áreas de baixa
densidade populacional, com escassez de serviços e profissionais de saúde,
elevada
morbimortalidade
(CAPISTRANO
FILHO,
1999),
o
PSF
foi
progressivamente sendo expandido e implantado em municípios de médio porte,
como também, em grandes centros urbanos, sobretudo ao final da década de 90.
A cidade de São Paulo teve sua experiência iniciada somente em 1996, por
força de uma outra opção política municipal para a saúde, o Plano de Atendimento à
Saúde (PAS), sendo utilizado como modelo assistencial na ocasião em que o PSF
foi instituído em outros estados.
Assim, a não municipalização da gestão da saúde em São Paulo levou a
Secretária de Estado da Saúde a assumir a implantação do PSF com a
denominação de Qualidade Integral em Saúde (QUALIS), a partir da articulação do
Ministério da Saúde em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina,
organização social sem fins lucrativos tradicional da região leste da cidade. (SILVA;
DALMASO, 2002)
A pesquisa de avaliação de resultado realizada após um ano de
funcionamento do QUALIS mostrou resultados extremamente positivos, somados a
14
aceitação de mais de 90% da população da área de abrangência onde ele foi
instituído. Com esses resultados, em 1998 o Projeto QUALIS foi ampliado para
áreas das regiões sudeste e norte da cidade, em parceria com a Fundação Zerbini.
(SILVA; DALMASO, 2002; CAPISTRANO FILHO, 1999) A gestão desses serviços
continuava sob responsabilidade da Secretaria de Governo da Saúde do Estado.
A gestão municipal, iniciada em 2001, assumiu progressivamente a
implantação do SUS e a descentralização das ações em saúde, incorporando o PSF
como prioridade na estratégia de reorganização da rede básica da cidade,
estabelecendo que até o final da gestão 2000/2004 toda rede básica deveria ser
transformada progressivamente em PSF.
A partir desse momento, as unidades QUALIS passaram a ter a denominação
de PSF, sendo assumidas pela esfera do governo municipal e priorizando as regiões
identificadas pelo mapa da exclusão social da cidade, que compreendia os distritos
de saúde de toda a periferia, caracterizando a focalização como estratégia para a
universalização. (ELIAS; et al, 2003) O PSF foi inicialmente implantado na Zona
Leste da cidade, por ser a região com um movimento popular articulado e
organizado, somado a sua experiência com o Projeto Médico de Família.
Essa estratégia vem sendo consolidada como modelo de atenção básica, no
qual diversas ações têm sido desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, podendo ser
citada principalmente a aprovação da Política Nacional da Atenção Básica em 2006,
que redefine também para o PSF os princípios gerais, responsabilidades de cada
esfera do governo, infraestrutura e recursos necessários, características do
processo de trabalho, atribuições dos profissionais e as regras de financiamento.
(BRASIL, 2006a)
Apesar de ser uma estratégia recente, já é possível enxergar e questionar
alguns princípios que fizeram parte da implantação do PSF, no qual se destaca a
possibilidade de expansão da equipe básica, carência de profissionais (caráter
quantitativo e qualitativo), o redimensionamento das áreas, multiprofissionalidade,
entre outros. (MANO, 2004)
15
Diante disso, os cursos de Especialização em Saúde da Família, destinados a
profissionais de nível superior, capacitação da equipe e a criação de Residências
Multiprofissionais em Saúde da Família surgem com o objetivo de minimizar a
carência qualitativa dos profissionais da saúde. (CAMPOS; BELISÁRIO, 2001)
No ano de 2006, em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, foi
possível constatar que os programas de Residência Multiprofissional em Saúde
financiados pelo Ministério da Saúde estavam presentes na região Norte (Rondônia),
Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Sergipe), Sul (Paraná, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo), tendo seu número de vagas
variando de três a dez categorias profissionais, sendo o mínimo composto por três
profissões (Enfermagem, Odontologia e Farmácia) em Rondônia e o máximo de 10
desenvolvido em São Paulo. (BRASIL, 2006b)
Considerando a crescente demanda do setor saúde e a partir do artigo 27 da
Lei Orgânica de Saúde (LOS) que estabeleceu os serviços de saúde como campos
para o ensino e pesquisa (BRASIL, 2007a), o Ministério, por meio da Portaria
Interministerial 2.117, instituiu a Residência Multiprofissional em Saúde específicas
ou multiprofissionais, como um espaço de formação e produção de tecnologias do
cuidado, importante para a qualificação do SUS. (BRASIL, 2005a; BRASIL, 2006b)
A partir dessa portaria, um número maior de cursos de especialização sob a
forma de Residência foi percebido, porém sem legislação apropriada de caráter
nacional, que assegurasse a qualidade para esse tipo de formação em serviço.
Buscando organizar essa estrutura, foi instituída em 30 de junho de 2005, a
Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde – CNRMS (BRASIL,
2005b; BRASIL, 2006b), tendo suas atribuições definidas apenas em 2007,
juntamente com a categorização das residências como formação em serviço em
caráter de pós-graduação Lato sensu destinado às profissões relacionadas à saúde.
(BRASIL, 2007b)
A diversidade das regiões brasileiras, somada à necessidade das residências
serem fomentadas respondendo às prioridades e anseios locais, pode justificar o
16
desenvolvimento de residências com estrutura, categorias profissionais, processo de
trabalho e abordagem de ensino/aprendizagem diversificada.
Dentre as residências desenvolvidas em São Paulo, cita-se a Residência
Multiprofissional em Saúde da Família, desenvolvida na Zona Leste, no período de
em 2002-2004, a partir do contrato instituído entre o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e Casa de Saúde Santa Marcelina, que posteriormente
firmou acordo de Cooperação Técnica com Faculdade Santa Marcelina, instituição
de ensino superior, responsável pela certificação como pós-graduação, para
formação de 40 profissionais da saúde (enfermeiros e médicos).
Em 2005, após novo contrato firmado entre o Ministério da Saúde, inicia-se a
segunda Residência com um aumento substancial do número de residentes,
totalizando 90 vagas para um total de dez profissões da área da Saúde e Serviço
Social (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição,
Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional). (BOURGET, et al,
2006) Atualmente, nesse cenário, a Residência encontra-se na gestão 2007-2009
com 75 vagas conservando as 10 profissões.
Essa residência surgiu em resposta à demanda pelo desenvolvimento do
conhecimento na área da assistência à saúde da família, embasado nas
necessidades e demandas de saúde da população, expressas pela mudança do
perfil demográfico-epidemiológico. (CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005)
O nutricionista envolve-se nesse processo por sua responsabilidade de
desenvolver ações de alimentação e Nutrição com a finalidade de elevar a qualidade
de vida da população, trabalhando com conceitos e estratégicas educativas,
recriando práticas de atenção à saúde. (ASSIS; et al, 2002; SANTOS, 2005;
CARVALHO, 2005)
Em 2002, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Nutrição, a partir de
oficinas de trabalho, foram discutidos vários temas relacionados à área de
alimentação e Nutrição, entre eles incluem-se as ações de Nutrição na Saúde da
Família. Em destaque ao produto dessa oficina, ressalta-se: a) garantir o exercício
17
profissional do nutricionista em todos os níveis do Sistema Único de Saúde, b)
articular políticas para inserção do profissional em estratégias de atenção à saúde
nas três esferas do governo, c) identificação das alternativas de atuação do
nutricionista no PSF. (CFN, 2006a) No entanto, atualmente, grande parte dos
estados brasileiros que já implantaram o Programa de Saúde da Família, como, por
exemplo, o estado de São Paulo, durante o desenvolvimento desse estudo, não
contava com o nutricionista como um profissional atuante nessa estratégia.
Apesar dos esforços dos órgãos de classe e da expressiva mudança do
padrão alimentar da população brasileira, necessitando de ações de promoção à
saúde e prevenção de doenças, a inserção desse profissional ainda é muito
reduzida, sendo inferior a 12% na maioria dos estados brasileiros.(CFN, 2006b;
AKUTSU, 2008) Essa pequena inserção torna-se preocupante, se comparada ao
aumento dos índices de obesidade e sobrepeso, desnutrição, doenças crônicas não
transmissíveis e carências nutricionais presentes no Brasil. (BRASIL, 2003)
Vários estudos que demonstram a transição epidemiológica e nutricional
associam o aumento desse fenômeno com a qualidade alimentar da população
somada ao sedentarismo (LEVY-COSTA et al, 2005; BRASIL, 2003), gerando
sobrecarga no SUS, por demandarem grande número de ações, procedimentos e
serviços de saúde, principalmente ao se tratar das doenças crônicas. (COUTINHO,
et al, 2008)
Diante disso torna-se essencial um enfoque voltado ao curso da vida,
quebrando o ciclo vicioso que se inicia ainda no período intra-uterino perpetuando ao
longo da vida. (COUTINHO, et al, 2008) Percebe-se que o incentivo ao adequado
acompanhamento pré-natal, a gestação, aleitamento materno exclusivo, vigilância
do crescimento extendendo-se por todo ciclo de vida são considerados intervenções
nutricionais importantes que podem reduzir o risco de complicações de várias
enfermidades, configurando-se como ações de prevenção e promoção à saúde.
(BRASIL, 2003)
Ao se trabalhar a promoção à saúde, as ações são desenvolvidas não
pautadas na doença e sim buscando a conscientização para um estilo de vida
18
saudável. (CZERESNIA, 1999) Tais ações são consideradas essenciais diante de
um fenômeno que traz a inversão nos padrões de distribuição dos problemas
nutricionais, associado ao padrão de determinação de doenças atribuídas à
modernidade. (KAC; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2003)
Esse fenômeno atualmente é considerado um dos maiores desafios das
políticas públicas, uma vez que faz surgir a necessidade de um modelo de atenção à
saúde pautado na integralidade do indivíduo e sua família, com a abordagem
centrada na promoção da saúde, enfocando o ambiente físico e social. O PSF pode
ser considerado esse modelo de saúde, por assumir a integralidade do cuidado,
desenvolvendo
ações
de
promoção,
proteção
e
recuperação
da
saúde.
(COUTINHO, et al., 2008; BRASIL, 1994)
Diante desse fato, o PSF configura-se como um campo relevante para a
atuação do nutricionista, pois a partir de seu conhecimento científico, esse
profissional pode planejar, desenvolver e avaliar ações nutricionais, bem como
propor estratégias visando contribuir para a melhora do estado de saúde e nutrição
da população. O princípio de integralidade também justifica abordar ações de
alimentação e Nutrição, uma vez que tem por finalidade elevar a qualidade de vida
da população. (SANTOS, 2005)
No entanto, esse cenário de atuação para o nutricionista é muito recente. Em
grande parte dos municípios brasileiros, essa atuação ainda precisa ser fomentada e
fortalecida, para que a potencialidade da ciência da Nutrição e suas intervenções em
alimentação e nutrição possam efetivamente contribuir para a melhoria da qualidade
de vida e de saúde. (BRASIL, 2008a)
Ressalta-se que além da atuação, a formação do nutricionista também
precisa ser revisitada, pois apesar de reconhecer a necessidade da inserção do
profissional nesse campo de atuação, é fundamental que esse profissional tenha
conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar nessa estratégia. Contudo, ainda
hoje é possível ver nos currículos de graduação de Nutrição, carência de assuntos
que contemplem a Educação, Ciências Socioeconômicas e Saúde Pública, fato
semelhante observado nos currículos no ano de 1988. (COSTA, 1999)
19
Com certeza, algumas mudanças positivas aconteceram nos currículos
durante esse período, todavia, ainda existe uma limitação de momentos que
propiciem a ampliação da visão discente saindo da doença para assumir uma visão
integral, agregando os conhecimentos multi e/ou interprofissionais.
Percebe-se que a efetividade da mudança das grades curriculares não
acompanha a demanda de mudanças políticas, econômicas, culturais, sociais e
tecnológicas, apesar de algumas faculdades terem como preocupação apresentar
em suas disciplinas eixos temáticos que compreendam o homem, desde o social até
o biológico, por meio da prática, como reforça Batista e Batista (2004, p. 51), quando
ressalta que a reformulação curricular na graduação é consenso em todos os fóruns
de ensino em saúde do Brasil, propondo mudanças:
(...) do paradigma flexneriano ao da integralidade; do enfoque em
doenças à ênfase na promoção da saúde; da transmissão da
informação à construção do conhecimento; da compartimentação
disciplinar à integralidade; do hospitalocentrismo à diversidade dos
cenários de ensino e aprendizagem; da centralidade no saber
docente à escolha de conteúdos baseada nas necessidades sociais
(...)
Diante disso, é fundamental que os currículos de graduação preconizem uma
maior integração entre o mundo do ensino e o do trabalho, enfatizando a formação
generalista, trabalho multiprofissional, diversidade de cenários de prática e a adoção
de metodologias ativas de aprendizagem. (SANTOS, et al, 2005)
Segundo Feuerwerker (2009), a formação inadequada dos profissionais de
saúde vem surgindo como um obstáculo importante para a reorientação de um
modelo até então centrado no âmbito hospitalar e no consumo abusivo de
tecnologia, justificando a necessidade de mudanças na formação.
Atualmente, as pós-graduações no formato de Residências Multiprofissionais
tentam reduzir essa lacuna entre o biológico e social, a especificidade e a
interdisciplinaridade, isso porque insere o residente no contexto do PSF e traz a
articulação da teoria com a prática, somando o convívio com outras profissões,
outros conhecimentos e experiências.
20
Tentar conhecer a formação e atuação do nutricionista no PSF a partir da
Residência Multiprofissional em Saúde da Família é justificável diante de toda
demanda social e epidemiológica na atenção básica, na qual a ciência da Nutrição é
de grande relevância. No entanto, conhecer como esse processo se desenvolve
significa abrir possibilidades de aprimoramento desse processo.
21
2
OBJETO
Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a
partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
22
3
OBJETIVOS
3.1
Geral
Investigar a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua
formação a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
3.2
Específicos
- Investigar as concepções de tutores, egressos nutricionistas e de outras
profissões sobre a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
- Identificar pontos facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista
na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
- Levantar sugestões para aprimoramento do processo de formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
23
4
METODOLOGIA
4.1
Local do estudo
O estudo tem como cenário a Residência Multiprofissional em Saúde da
Família (RMSF) desenvolvida em parceria com Ministério da Saúde, Faculdade
Santa Marcelina e Casa de Saúde Santa Marcelina entre os anos de 2005 a 2007.
Para a realização das atividades previstas por essa residência, foi necessário
escolher Unidades de Saúde da Família da região Leste do Município de São Paulo,
que têm como modelo de saúde o Programa Saúde da Família e a Casa de Saúde
Santa Marcelina como parceira na gestão, com recursos humanos e estrutura física
adequada para o acolhimento da residência.
A região leste de São Paulo - sede dessas Unidades de Saúde da Família possui cerca de 10.899.560 habitantes, sendo administrada por 10 subprefeituras,
compreendendo as regiões de Aricanduva, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo,
Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera, Mooca, Penha, São Mateus e São Miguel
Paulista. (PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO, 2009) Dentre essas regiões,
a RMSF esteve presente na Cidade Tiradentes, Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera
e São Miguel Paulista.
A estrutura física e recursos humanos dessas unidades foram relevantes,
uma vez que a Residência é considerada uma pós-graduação Lato sensu, em que a
formação do residente ocorre no serviço, contemplando uma carga horária de 60
horas/semanais divididas em atuação prática e teórica com abordagem específica e
multiprofissional. Essa gestão 2005-2007 absorveu 90 profissionais de dez
categorias, com no máximo dois anos de formação de nível superior na área da
Saúde e Serviço Social, sendo elas: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e
Terapia Ocupacional.
Para inserir os residentes nessas Unidades de Saúde da Família, eles foram
divididos em dezesseis grupos, com cinco e seis componentes, mesclando-se as
profissões para serem inseridos em dezesseis equipes de saúde da família, tendo
24
cada um desses minigrupos um enfermeiro residente e, na maioria, pelo menos um
odontólogo.
As Equipes de Saúde da Família fazem parte das particularidades do
Programa Saúde da Família e são conhecidas como equipe mínima ou nuclear,
atendendo cada equipe cerca de 1.000 famílias. Integram-se a essas equipes
mínimas aproximadamente um médico, um enfermeiro, dois auxiliares de
enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários da saúde. A equipe ampliada,
que conta com a presença do odontólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e
fonoaudiólogo, compartilha as ações nessa estratégia.
A equipe mínima foi considerada pela RMSF como referência no processo de
ensino/aprendizagem durante o momento prático. A equipe ampliada, com exceção
do odontólogo, participou desse processo, porém sem um papel estabelecido pela
RMSF, ou seja, estava inserida no serviço, participando de atividades que poderiam
incluir ou não a residência.
O propósito de considerar o odontólogo como tutor ocorreu, porque esse
profissional permanece inserido na unidade de saúde da família, sendo responsável
por uma ou mais equipes, diferentemente dos outros profissionais da equipe
ampliada que são responsáveis por mais de uma Unidade de Saúde da Família,
desenvolvendo suas atribuições circulando entre elas.
Partindo do pressuposto das Diretrizes do Conselho Nacional de Residência
Médica, cada grupo de seis residentes teve o acompanhamento de um preceptor
denominado de Preceptor de categoria. Baseada na metodologia adotada que
implica formação em serviço numa perspectiva multiprofissional, cada equipe de
residentes foi acompanhada por um preceptor denominado Preceptor de área. Por
sua vez, as equipes de residentes estavam vinculadas a uma equipe mínima, cujos
profissionais – em número de dois - configuravam-se Tutores – médico, enfermeiro,
agregando também a tutoria do odontólogo integrante da equipe ampliada. (CASA
DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005)
25
Para que não ocorresse sobreposição de tarefas, foi prevista a atuação dos
preceptores e tutores. Sendo assim, a atribuição do Preceptor de Categoria era o
acompanhamento do processo de trabalho do residente, bem como treinamento em
serviço, somado ao aprimoramento dos momentos teóricos. Para o Preceptor de
Área, sua atribuição era acompanhar a equipe multiprofissional, bem como suas
atividades desenvolvidas com esse enfoque. Por sua vez, o Tutor assumiu o
acompanhamento diário, com vistas a ampliar a visão do educando, voltada para
oportunizar a análise de possibilidade de aplicação prática do saber conquistado.
(CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005)
Esquema1: Espaço de desenvolvimento da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família - parceria com Ministério da Saúde (MS), Faculdade Santa
Marcelina (FASM) e Casa de Saúde Santa Marcelina (CSSM)/ gestão 2005-2007
Programa Saúde da Família
Unidades de Saúde da Família
Insere-se
Equipe mínima/nuclear
Auxiliar de
enfermagem
Enfermeiro
Equipe ampliada
Residência Multiprofissional
em Saúde da Família
MS/FASM/CSSM
2005/2007
ACS
Fisioterapeuta
Médico
Odontologo
Fonoaudiologo
Terapeuta
Ocupacional
Preceptor de
categoria
Preceptor de
área
Tutores
Equipe multiprofissional
de residentes
26
O acompanhamento dos residentes, portanto, era feito pelos preceptores e
tutores. Devido à ausência da inserção do nutricionista nas Unidades de Saúde da
Família no período em que a residência ocorreu, a supervisão da especificidade
desse profissional ficou a cargo do preceptor de categoria, acompanhando
atividades que podem ser agrupadas em três grandes grupos:
Consultas individuais com a finalidade não só de avaliação e orientação
nutricional, mas também educação, escuta qualificada e intervenções graduais para
que o usuário consiga apropriar-se dos novos conceitos e a inserção de novos
hábitos e rotinas.
Grupos educativos almejando interação, participação e sensibilização do
usuário para melhoria do estilo de vida. Grupos com busca da participação ativa do
usuário, buscando o entendimento do porquê dessas ações, deixando o usuário à
vontade para questionar e intervir. As ações eram conjuntas, sem centralidade em
uma única pessoa.
Visitas domiciliares a fim de conhecer o indivíduo, sua família, o meio em que
ele exerce suas relações sociais, seus limites e resiliência em enfrentar problemas
existentes. Essas visitas eram realizadas para usuários considerados prioridade nas
ações do PSF, sendo eles: gestante, puérpera, criança menor de 1 ano, usuário
portador de Hipertensão Arterial, Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, acamado e
restrito ao lar. As visitas domiciliares tinham como principal objetivo ampliar as
discussões técnicas e clínicas para o âmbito da abordagem sistêmica familiar e
também para o enriquecimento da abordagem multiprofissional, propiciando recortes
da realidade que penetrassem na construção do conhecimento dos alunos e na
própria construção das intervenções coletivas na prestação da assistência.
Os residentes nutricionistas desenvolveram sua prática nas regiões da Cidade
Tiradentes e Itaim Paulista com a seguinte estrutura profissional em vigor durante o
período da residência.
27
- Parque Santa Rita: situada na região do Itaim Paulista, contendo quatro
equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e
Fonoaudiologia.
- Jardim Jaraguá: unidade do Itaim Paulista com quatro equipes mínimas,
equipe bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e Fonoaudiologia.
- Vila Silva Teles: também situada na região do Itaim Paulista, contendo cinco
equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e
Fonoaudiologia.
- Vila Curuçá Velha: pertencente à Vila Curuçá, bairro da região do Itaim
Paulista, com seis equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de
Fisioterapia e Fonoaudiologia.
- Barro Branco: Unidade de Saúde situada na região de Cidade Tiradentes,
com cinco equipes mínimas, equipe ampliada de Fisioterapia, Terapia Ocupacional.
- Dom Angélico: também presente na área de Cidade Tiradentes, com três
equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia, Terapia
Ocupacional.
Na vertente multiprofissional, as ações foram acompanhadas pelos tutores das
Unidades de Saúde da Família e supervisionadas pelo Preceptor de área. Todas as
atividades que incluíam identificação dos grupos de risco, conhecer o território bem
como possíveis espaços para desenvolvimento de ações de promoção a saúde,
planejamento de ações de prevenção, grupos educativos, visitas domiciliares e até
mesmo consultas compartilhadas fizeram parte das atividades multiprofissionais,
buscando criar soluções coletivas para o encaminhamento de problemas, promover
mais espaços de aprendizagem aos residentes e potencializar os recursos locais.
Nesses momentos, buscou uma estrutura de trabalho que permitisse a troca
de experiências e conhecimentos, tentando desde o início não ter o enfoque apenas
da especialidade, almejando um trabalho interdisciplinar, na perspectiva da
28
abordagem integral dos problemas de saúde na área de abrangência da Unidade de
Saúde da Família em que estavam inseridos.
A abordagem teórica ficou a cargo do preceptor de área e categoria. A teoria
com conteúdos multiprofissionais foi desenvolvida por todos os preceptores a partir
de um cronograma de aulas que abordaram temas relacionados à Saúde Pública e,
por sua vez, PSF. Como estratégias de ensino, podem ser destacadas três
vertentes:
aula
teórica
expositiva,
PBL
(Problem
Based
Learning)
e
Problematização.
Os conteúdos específicos foram desenvolvidos pelo Preceptor de categoria,
trazendo assuntos pertinentes à área de Saúde Pública e buscando sempre
relacionar com o trabalho no PSF, mesmo diante da pouca experiência do
nutricionista nessa área. Os momentos de aula também eram utilizados para
discussão do processo de trabalho do nutricionista no PSF, com o propósito de
estabelecer ações/protocolos, conhecer como cada residente das Unidades de
Saúde desenvolvia seu trabalho e discutir estratégias de atuação.
4.2
População de estudo
Para atingir os objetivos almejados, foram considerados como sujeitos desta
pesquisa egressos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família
desenvolvida no período de 2005 a 2007 e que realizaram ações em parceria com o
nutricionista/residente naquele período. Diante do universo de tutores e residentes
de outras profissões presentes nessa Residência, foi feito um sorteio aleatório por
grupos de participantes (tutores e residentes), no qual todos os sorteados
concordaram em participar do estudo. Os sujeitos desse estudo totalizam treze
pessoas, sendo: 2 tutores, 6 egressos nutricionistas e 5 egressos de outras
profissões.
Enfermeiros e médicos que compõem as equipes de saúde da família e que
foram tutores na residência foram escolhidos como parte da população de estudo,
uma vez que são considerados atores extremamente relevantes, por assumirem a
29
atribuição de acompanhar diariamente o trabalho dos residentes, bem como
oportunizar a ampliação da visão do educando e sua prática.
Devido à grande rotatividade da Equipe de Saúde da Família, buscou-se
considerar apenas os tutores que permaneceram com a equipe de residentes até o
término do processo. Enquadraram-se nesse critério apenas 8 tutores, sendo sua
maioria enfermeiros. A partir de sorteio aleatório, foram escolhidos um médico e um
enfermeiro para compor uma parte da população de estudo dos Tutores,
contemplando assim a inclusão de parte da equipe mínima do PSF na pesquisa.
Considerando que o cenário do estudo é representado pela RMSF inserida nas
unidades nas quais se desenvolve o Programa Saúde da Família, almejou-se somar,
aos sujeitos do estudo, egressos cuja profissão já tem inserção nessa estratégia, a
partir da equipe ampliada e que fizeram parte da RMSF 2005 – 2007, integrando a
mesma equipe multiprofissinal em que o nutricionista esteve inserido. Foi escolhido
por meio de sorteio aleatório um residente de cada profissão, sendo: um
fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional, um farmacêutico e um
odontólogo.
Integrando-se também como população de estudo, estão todos egressos
nutricionistas (seis) dessa Residência, que vivenciaram o desenrolar das atividades
dessa profissão, a partir da RMSF nas Unidades de Saúde da Família já citadas
anteriormente.
Os participantes dessa pesquisa são predominantemente do sexo feminino
(92,3%), com idade variável entre 25 e 35 anos.
No que se refere ao tempo de formação dos sujeitos, verificou-se que 53,8%
(n=7) estão formados há cerca de 4 anos, 23,1% (n=3) concluíram a faculdade há 3
anos, seguido por 7,7% de profissionais formados há 5 (n=1) , 7 (n=1) e 11 (n=1)
anos.
30
Ao serem questionados sobre maior titulação, encontrou-se 100% de
especialistas, sendo também unânime a participação em Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde da Família de caráter Lato sensu.
Durante o desenvolvimento do estudo, apenas 03 profissionais (23,1%)
participantes do estudo trabalham no Programa Saúde da Família, há 10, 4 ou 2
anos. Os demais profissionais aguardavam processo seletivo ou mudaram de campo
de atuação.
4.3
Procedimentos éticos
Para que o estudo respeitasse todos os procedimentos éticos que se espera
de um trabalho científico, as seguintes etapas foram desenvolvidas antes da coleta
dos dados:
- Aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa
Marcelina, instituição que chancela a Residência Multiprofissional em Saúde da
Família. Processo nº 008/08 (ANEXO A).
- Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São
Paulo. Processo nº 0203/2008 (ANEXO B).
- Leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) para
cada colaborador da pesquisa, expondo os objetivos, descrição dos procedimentos
para a coleta de dados, sua isenção em despesas e compensações, garantia de
acesso às informações do estudo, garantia de liberdade de não participação do
estudo ou retirada de consentimento a qualquer momento sem qualquer prejuízo,
direito de confidencialidade e esclarecimentos permanentes.
- Entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para cada
entrevistado, após seu aceite na participação da pesquisa.
31
- Compromisso de que os resultados apurados nessa pesquisa serão
apresentados às instituições envolvidas, respeitando todos os aspectos éticos que
envolvem um estudo científico.
- Análise dos dados de forma global, na qual o conteúdo das entrevistas será
analisado em conjunto, sem exposição do nome do entrevistado.
4.4
Coleta de dados
Os egressos e tutores, após o sorteio, foram contactados pela pesquisadora
por telefone, a partir de seu cadastro na secretária da Faculdade Santa Marcelina –
Unidade de Ensino Itaquera, sendo informados dos objetivos deste estudo e
convidados a participar como sujeitos da pesquisa.
Todos mostraram-se interessados em participar deste estudo e a coleta de
dados ocorreu em dia, local e horário escolhido pelo entrevistado. Naquele
momento, o ambiente bem como a presença de ruídos foram analisados,
constatando que os ambientes foram considerados satisfatórios para a coleta.
Os dados então foram coletados pela pesquisadora a partir de entrevista com
igual teor para todos os participantes. A entrevista permitiu a obtenção de fatos
considerados objetivos ou concretos e fatos que se referem diretamente ao indivíduo
e sua reflexão sobre a realidade que vivencia. (MINAYO, 2006)
O tipo de entrevista escolhida foi semiestruturada, pois compreende a
articulação de perguntas fechadas e abertas que, a partir de um roteiro, permitem
facilidade na abordagem e asseguram que as hipóteses ou seus pressupostos
sejam trazidos na conversa. (MINAYO, 2006) Esse roteiro, segundo Triviños (1987,
p.146), é “resultado não só da teoria que alimenta a ação do investigador, mas
também de toda a informação que ele já recolheu sobre o fenômeno social que
interessa”.
32
Anterior à aplicação das entrevistas, foi realizado pré-teste com a finalidade
de aprimoramento das perguntas, para que conseguissem abranger adequadamente
os objetivos esperados na pesquisa.
O pré-teste seguiu o mesmo rigor a ser desenvolvido nas entrevistas, ou seja,
foi gravado, deixando o tempo de resposta livre para o entrevistador e realização de
transcrição integral do conteúdo.
Os sujeitos escolhidos para a aplicação do pré-teste fizeram parte da mesma
residência que é cenário deste estudo, desenvolvendo ações multiprofissionais com
os egressos nutricionistas. No entanto, não compreendem a população de estudo
por assumirem na RMSF 2005-2007 a atribuição de preceptoria.
No primeiro pré-teste, uma das questões mostrou-se extensa e confusa; a
entrevistada não conseguiu compreender qual era o questionamento, resultando em
uma resposta insuficiente. Outra questão também teve de ser reformulada por trazer
duplo entendimento. Durante esse processo, foram solicitadas à entrevistada
sugestões para o aprimoramento das questões a partir do seu ponto de vista.
Para o segundo pré-teste, todas as alterações foram realizadas e a entrevista
passou de 4 para 5 questões, mais sucintas e compreensíveis, eliminando o duplo
sentido das perguntas. As questões mostraram-se adequadas, sendo possível então
aplicá-las nos sujeitos da pesquisa.
As entrevistas foram desenvolvidas a partir das seguintes questões:
1- Em sua concepção, qual é a atuação do nutricionista em Unidades de Saúde
da Família?
2- A partir da vivência com a atuação do nutricionista, descreva uma situação
que você presenciou que demonstre a atuação desse profissional.
As entrevistas realizadas com as nutricionistas tiveram apenas mudança no
enfoque da ação na frase, uma vez que a questão é direcionada à atuação
33
desenvolvida por esses profissionais. Portanto, essa questão apresentou-se da
seguinte maneira: A partir de sua atuação na RMSF, descreva uma situação que
você desenvolveu que demonstre a atuação do nutricionista.
3-
O que você considera como pontos facilitadores na formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família?
4-
O que você considera como pontos dificultadores na formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família?
5- Quais sugestões você daria para o aprimoramento do processo de formação
do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família?
Foram realizadas 13 entrevistas, todas gravadas com duração média de 11
minutos e 11 segundos, permitindo livre desenvolvimento das respostas pelos
entrevistados. A gravação de entrevistas possibilita registro imediato das expressões
orais, sem comprometer o registro total das falas.
4.5
Métodos
O presente estudo é do tipo exploratório, descritivo, analítico, corte tipo
transversal, com abordagem qualitativa.
A escolha pela pesquisa exploratória deu-se porque, segundo Gil (1999), essa
pesquisa permite desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas
à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores. A finalidade primordial da pesquisa exploratória é buscar o
conhecimento do repertório popular de respostas, o qual pode referir-se tanto ao
conhecimento, crença e opinião, quanto à atitude, aos valores e à conduta.
Trata-se de um estudo descritivo, pois promove a descrição das
características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de
relações
entre variáveis, visando
à identificação,
registro e análise das
34
características, fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno ou
processo. (TOBAR; YALOUR, 2001; GIL, 1999)
Na pesquisa qualitativa, são incorporadas questões ligadas ao significado e à
intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, e
quando relacionada ao campo da saúde, faz eclodir questões relacionadas às
ciências sociais, visto que a saúde não institui disciplina nem campo separado das
outras instâncias da realidade social. Tem sua diferenciação das pesquisas
quantitativas, pois a pesquisa qualitativa aborda questões relacionadas ao caráter
social e ideológico. (MINAYO, 2004)
A técnica de análise de dados utilizada neste estudo é a análise de conteúdo,
cujas técnicas visam obter indicadores que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/ recepção de um conjunto de mensagens, por
meio de procedimentos sistemáticos e objetivos. (BARDIN, 1997; GOLDENBERG,
1998; MINAYO, 2006) Essas mensagens expressam um significado e um sentido,
que não pode ser considerado um ato isolado, uma vez que se encontra
intimamente ligado às condições contextuais de seus produtores. (FRANCO, 2007)
Diante dos pressupostos da técnica de análise de conteúdo, optou-se pela
análise temática. Conforme Franco (2007), a utilização do tema como unidade de
análise para a interpretação das respostas de determinados grupos de pessoas
resulta em um grande número de respostas permeadas por diferentes significados.
A mesma autora considera que o tema pode ser uma simples sentença, um conjunto
delas ou um parágrafo e que “uma questão temática incorpora, com maior ou menor
intensidade, o aspecto pessoal atribuído pelo respondente acerca do significado de
uma palavra e/ou sobre as conotações atribuídas a um conceito”. (FRANCO, 2007
p.42)
Para Minayo (2006), ao fazer uma análise temática, o pesquisador busca
descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação; a presença ou
frequência faz emergir um significado para o objeto analítico visado.
35
4.6
Análise dos dados
Depois de gravadas, as entrevistas foram transcritas integralmente,
respeitando-se a livre expressão dos entrevistados sobre sua opinião. Ao realizar as
transcrições, de acordo com Kock (2006), é possível encontrar falas não planejadas,
fragmentadas, incompletas, pouco elaboradas, curtas ou coordenadas, no entanto
esse fato não desmerece o produto das entrevistas, uma vez que:
(...) na sequenciação linear dos tópicos ocorrem, muitas vezes,
descontinuidades que parecem, a primeira vista, prejudicar a
coerência do texto falado. Acontece, porém, que tais segmentos
“intrusos” acabam encontrando seu lugar na organização hierárquica
dos tópicos, de modo que a aparente incoerência acaba por
desaparecer. (KOCK, 2006 p. 90) (grifo do autor)
As questões contidas nas entrevistas possibilitaram estabelecer dois eixos
temáticos direcionadores da pesquisa, sendo eles:
Eixo Temático 1: Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
Eixo Temático 2: Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em
Saúde da Família.
Pautando-se nos objetivos da pesquisa, tendo como metodologia para análise
de dados a análise de conteúdo temática, os conteúdos das entrevistas foram
analisados, segundo Minayo (2006), respeitando os seguintes preceitos: Pré-análise,
Definição das Unidades de Análise (Unidade de Contexto e Unidade de Registro), e
Categorias de análise.
As entrevistas foram lidas exaustivamente pela pesquisadora, buscando
apropriar-se do material a partir de leitura flutuante que, consoante Bardin (1997),
permite nos invadir por impressões, representações, emoções, conhecimentos e
expectativas.
Posteriormente nova leitura foi realizada, buscando coletar informações que
se enquadrassem nos dois eixos propostos, realizada em momentos diferentes,
36
possibilitando um olhar único para cada eixo da pesquisa em cada visita às
entrevistas.
A procura pelas informações que emergem das entrevistas caracteriza a
busca pela Unidade de Contexto. Para Franco (2007 p. 46), “pode ser
consideradas como “pano de fundo” que imprime o significado às unidades de
análise” (grifo do autor). As unidades de contexto tornam-se fundamentais para a
análise e interpretação dos textos a serem decodificados, ancorando posteriormente
a compreensão e significado exato da unidade de registro. (FRANCO, 2007) Esse
fato pode ser entendido a partir do exemplo a seguir:
Eixo temático 1 – Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família
Unidade de Contexto (UC):
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família
tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos,
trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode
trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade
de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá
inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do
tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma
visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um
enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no
PSF com o nutricionista.
Nesse caso, a frase escolhida diz respeito ao que o entrevistado estabelece
como atuação do nutricionista no PSF. Esse mesmo procedimento é realizado para
o outro eixo temático.
As Unidades de Contexto recebem números sequenciais, com a finalidade de
identificação. No exemplo, percebe-se que essa é a nona Unidade de Contexto
(UC9).
Após seleção em todas as entrevistas das Unidades de Contexto, iniciou-se o
processo de identificação das Unidades de Registro, a menor parte do conteúdo
(FRANCO, 2007), responsáveis por expressarem o real significado daquele
contexto.
37
Portanto, seguindo o raciocínio do exemplo anterior:
Unidade de Contexto (UC):
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família
tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos,
trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode
trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade
de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá
inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do
tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma
visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um
enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no
PSF com o nutricionista.
Unidade de Registro (UR):
UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de
Família, tem diversas áreas de atuação.
UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos,
trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças.
UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente,
como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do
tratamento.
Ressalta-se que de uma Unidade de Contexto pode emergir mais de uma
Unidade de Registro, que deve ser numerada sequencialmente, a fim de trazer
rápida identificação. No exemplo utilizado, essa UC apresentou três UR,
representadas pelos números 15, 16, 17.
Com as Unidades de Contexto estabelecidas e as Unidades de Registro
identificadas, é possível então agrupar as unidades de Registro a partir da
proximidade de seus significados. Esse processo de análise é definido como
confluência ou aglutinação. É posterior a essa etapa que se torna possível elencar
as categorias que, segundo Franco (2007), constituem-se de uma classificação de
elementos que compõem um conjunto, que se agrupam baseados em analogias a
partir de critérios definidos.
Na sequência do exemplo, nota-se que as categorias que emergiram foram:
38
Unidade de Contexto (UC)
UC9 Bom o nutricionista... é, na
Unidade Básica de Saúde de
Família tem diversas áreas de
atuação. Ela vai... atua em
grupos educativos, trabalhando
com
a
promoção,
com
prevenção de doenças...é....
pode
trabalhar
na
parte
ambulatorial...vai... ela tem... é
...a oportunidade de conhecer a
casa do paciente, conhecer ...é,
como que ele tá inserido, quais
são as dificuldades que ele tem
pra aderência do tratamento.
Então isso eu acho muito bom
pra.. pra gente ter uma visão
mais ampla, né. Não só ali no
consultório dando só um..um
enfoque, então a gente pode ter
outro tipo de abordagem na...
no PSF com o nutricionista.
Unidade de Registro (UR)
Categorias
UC9 – UR15 o nutricionista, na
Unidade Básica de Saúde de
Família, tem diversas áreas de
atuação.
UC9 – UR15 Visão ampliada de
UC9
–
UR16
ela
(NUTRICIONISTA) atua em
grupos educativos, trabalhando
com
a
promoção,
com
prevenção de doenças.
UC9
UC9 – UR17 ela tem a
oportunidade de conhecer a
casa do paciente, como ele tá
inserido,
quais
são
as
dificuldades pra aderência do
tratamento.
UC9
cenários de atuação.
–
UR16
Atuação
na
Promoção e Prevenção.
-
UR17
Atuação
favorecida pela dinâmica do
processo de trabalho do PSF.
O critério de categorização semântico foi o escolhido, por permitir selecionar
categorias, agrupando-as conforme o significado dos temas, sendo posteriormente
confrontadas com achados de outras investigações sobre o assunto. (FRANCO,
2007) Todas as categorias encontradas na pesquisa emergiram das falas dos
entrevistados, não tendo sido então criadas a priori.
Após o processo de definição das categorias, ainda é possível surgir um
subitem que remete à temática percebida, ou seja, das categorias encontradas,
podem emergir algumas subcategorias.
Considerando o exemplo utilizado, pode ser observado que só a UC9 – UR16
apresentou uma subcategoria intitulada: Diversidade de estratégias de educação.
39
Unidade de Contexto
(UC)
UC9 Bom o nutricionista...
é, na Unidade Básica de
Saúde de Família tem
diversas
áreas
de
atuação. Ela vai... atua
em grupos educativos,
trabalhando
com
a
promoção,
com
prevenção
de
doenças...é....
pode
trabalhar
na
parte
ambulatorial...vai...
ela
tem... é ...a oportunidade
de conhecer a casa do
paciente, conhecer ...é,
como que ele tá inserido,
quais são as dificuldades
que ele tem
pra
aderência do tratamento.
Então isso eu acho muito
bom pra.. pra gente ter
uma visão mais ampla,
né. Não só ali no
consultório
dando
só
um..um enfoque, então a
gente pode ter outro tipo
de abordagem na... no
PSF com o nutricionista.
Unidade de Registro
(UR)
UC9
–
UR15
o
nutricionista, na Unidade
Básica de Saúde de
Família
tem
diversas
áreas de atuação.
Categoria
Subcategoria
UC9 – UR15 Visão
ampliada de cenários
de atuação.
UC9
–
UR16
ela
(NUTRICIONISTA) atua
em grupos educativos,
trabalhando
com
a
promoção,
com
prevenção de doenças.
UC9 – UR16 Atuação
UC9
na
Diversidade
de
estratégias
de
UC9 – UR17 ela tem a
oportunidade de conhecer
a casa do paciente, como
ele tá inserido, quais são
as
dificuldades
pra
aderência do tratamento.
UC9 - UR17 Atuação
Promoção
e
Prevenção.
–
UR16
educação.
favorecida
pela
dinâmica do processo
de trabalho do PSF.
Para melhor visualização, as unidades de Contexto, de Registro e as
Categorias de cada eixo temático foram dispostas em um quadro, podendo ser
observadas nos apêndices B e C.
40
5
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As questões apresentadas neste estudo fizeram emergir a concepção de
cada entrevistado sobre o profissional nutricionista, tendo como cenário a
Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Os relatos colhidos convergiram
para dois eixos temáticos, sendo considerados direcionadores da pesquisa: 1)
Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família, 2) Formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Em relação ao eixo temático 1) Atuação do nutricionista no Programa Saúde
da Família, foram encontradas 68 unidades de contexto que resultaram em 112
unidades de registro. Dessas unidades de registro, emergiram sete categorias de
análise: Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista; Valorização da
atuação específica; Visão ampliada de cenários de atuação; Atuação na
Promoção e Prevenção; Atuação na perspectiva multiprofissional; Evidências
da atuação na perspectiva interdisciplinar; Atuação favorecida pela dinâmica
do processo de trabalho do PSF.
Ao considerar o eixo temático 2) Formação do nutricionista na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família, verificou-se a presença de 61 unidades de
contexto e 103 unidades de registro, que foram divididas em três subeixos:
•
Pontos facilitadores na formação do nutricionista na RMSF. Nesse subeixo
emergiram quatro categorias: Vivência multiprofissional como facilitadora
na formação; Discussão entre pares como facilitador no processo de
formação; RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de
aprendizagem; Preceptores/tutores como facilitadores na formação.
•
Pontos dificultadores na formação do nutricionista na RMSF com quatro
categorias: Formação voltada à especificidade dificultando o olhar
ampliado para o PSF; Profissionais não preparados para lidar com um
novo modelo de formação como a RMSF; Inserção em poucos cenários
de atuação como dificultadores da formação; Limitado arcabouço
teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista no PSF.
41
•
Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista
na RMSF, apresentando sete categorias: Inserir o nutricionista no campo
de ensino buscando potencializar o aprendizado; Buscar nutricionista
com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica
específica; Buscar
docentes que contemplem a diversidade de
formações; Construir estratégias de ensino com participação discente;
Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino;
Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão; Educação
permanente para preceptores/tutores visando aprimorar o processo de
ensino/aprendizagem.
Esse último subeixo, responsável pelo cumprimento do objetivo que busca
levantar sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista
na RMSF, terá suas categorias utilizadas como arcabouço para o desenvolvimento
do produto solicitado pelo Mestrado Profissional no Centro de Desenvolvimento do
Ensino
Superior
em
Saúde
(CEDESS),
trazendo
uma
proposta
para
o
aprimoramento da Formação do nutricionista na RMSF. O desenvolvimento do
produto pode ser observado no capitulo 6 desta tese.
5.1 Eixo temático 1 - Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família
Para esse eixo temático, convergiram as unidades de registro que abordaram
a concepção dos entrevistados sobre a atuação do nutricionista no PSF,
considerando sua vivência durante o período de Residência Multiprofissional em
Saúde da Família.
Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista
As falas apresentadas relatam que a atuação do nutricionista é pouco
conhecida. Percebe-se, porém, ideia de que a presença desse profissional pode
levar a uma abrangência de atendimento, independente da complexidade ou linha
42
de cuidado em que o usuário se encontra, frequentemente assumindo um caráter de
referência da equipe.
(...) demanda maior que não competeria ao nutricionista no PSF, por
falta de não ter pra onde referenciar (...) E1 – UR2
(...) muitas vezes a gente fica numa situação que o nutricionista tem
que dar conta de tudo (...)E1 – UR3
(...) paciente acamado que fazia uso de sonda, ficou ao encargo da
equipe de saúde da família, que já seria de uma complexidade além
do PSF, mas que é parte da realidade com a qual a gente se
deparou(...)E10 – UR84
Em decorrência da compreensão pouco clara da atuação do nutricionista,
certamente potencializada pela Ausência do profissional no PSF, as falas
demonstraram também dificuldade em alguns momentos de entendimento de quais
atividades refletem a real atuação do nutricionista, visto que esse profissional
encontrava-se inserido no momento do estudo apenas a partir de um programa de
pós-graduação.
(...) se espera muito do nutricionista por ser um profissional novo e
quando a equipe não consegue dar suporte para aquilo, acaba sendo
dele. E1 – UR4
Outro ponto percebido diz respeito à dificuldade de desenvolver ações
quando se desconhece o caminho a seguir, ou seja, falta de direcionamento para
a atuação no PSF, tanto de atividades específicas (área de Nutrição), quanto pela
compreensão insuficiente dos demais profissionais inseridos nessa estratégia,
podendo às vezes limitar o desenvolvimento das ações.
(...) a gente não tem um direcionamento da atenção básica, não tem
por onde a gente começar a Nutrição. E1 – UR14
(...) as pessoas ficam naquela, que não sabem como fazer, como
lidar e acaba dificultando às vezes o trabalho do profissional. E9 –
UR78
A pequena inserção do nutricionista no PSF foi considerada por Santos
(2005) como um dos motivos da falta de conhecimento das funções e atribuições do
43
nutricionista
por
outros
profissionais,
mesmo
considerando
o
atual
perfil
epidemiológico da população brasileira, caracterizado pelo assustador crescimento
de doenças crônicas não transmissíveis, deficiências nutricionais e sua estreita
relação com hábitos de vida e alimentação não saudáveis. (BRASIL, 2008a)
Essa ausência ou tímida inserção pode ser observada ao se comparar dois
estudos, um realizado por Gambardella, et al (2000) em São Paulo e o outro por
Vasconcelos (1991) em Santa Catarina. Nota-se que a maioria dos formados tem
como atuação a área Clínica, sendo 36,6% em São Paulo e 48,4% em Santa
Catarina, e somente 7% dos profissionais formados têm o vínculo empregatício na
rede básica de saúde em São Paulo e um número um pouco menor (4,8%) assume
esse cargo em Santa Catarina.
Tais dados vão ao encontro do levantamento realizado pelo Conselho Federal
de Nutricionistas (CFN, 2006b), em que se constatou que a área de abrangência do
Conselho Regional de Nutricionistas (CRN7) - que contempla os estados de Pará,
Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá e Acre - é a região onde se verifica o maior
índice de inserção do nutricionista em Saúde Pública (19%). Apesar de ser
considerada uma porcentagem baixíssima, esse valor é ainda maior se comparado a
outras regiões, onde a frequência é inferior a 12%. Já em pesquisa realizada por
Akutsu (2008), foi constatado que dos 587 nutricionistas brasileiros que participaram
do estudo, apenas 60 atuam na área de Nutrição Pública.
Percebe-se que os estudos citados reforçam a pequena inserção do
nutricionista em Saúde Pública, e dentro dessa área, não foram encontrados
trabalhos que demonstrem quantos nutricionistas de fato atuam especificamente no
PSF em todo Brasil.
No ano de 2005, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2008)
estabeleceu as atribuições do nutricionista em diversos campos de atuação, nos
quais está incluída a Saúde Pública, considerando o PSF como integrante desse
cenário.
44
É fato que a resolução emitida pelo CFN foi um ganho importante para a
profissão; no entanto quando as falas abordam a falta de direcionamento para atuar
no PSF, referem-se à dificuldade de desenvolver essas atribuições, uma vez que
dificilmente se encontram diretrizes para atuar especificamente nesse programa.
Para Boog (2008), apesar de a resolução estar em vigor, faz-se necessário
considerar que o processo de institucionalização depende da criação de uma nova
realidade de atuação.
Diante desse cenário é que Santos (2005) pontua o momento da Residência
em Saúde da Família como um espaço para o nutricionista atuar em equipes de
PSF, divulgar suas ações e ampliar seu campo de trabalho. Essa nova área de
atuação deve fazer com que o profissional demonstre desprendimento, ousadia,
envolvimento e criatividade. (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007)
Acredita-se que a compreensão das atribuições que competem ao
nutricionista no PSF pode ser ampliada, pela inserção desse profissional nos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família.(BRASIL, 2008b) Esses núcleos de apoio
sugerem a presença do nutricionista, considerado como necessário diante do perfil
epidemiológico e nutricional do Brasil.
Valorização da atuação específica
Apesar de o PSF constituir-se como um campo de atuação no qual o trabalho
multiprofissional é fundamental, as falas ressaltam a necessidade da atuação
específica como ponto primordial nas ações desenvolvidas pelo nutricionista, uma
vez que sua especificidade traz um conhecimento técnico próprio de sua profissão.
(...) com a presença da nutri, como ela já conhece mais específico de
alimentos, a pessoa começa a entender melhor, capta melhor tudo
isso, e é mais completa a abordagem (...) E8 – UR67
(...) segundo SIAB, a gente tinha nenhum ou um ou dois desnutridos,
então a intervenção e o olhar com ela na equipe pôde permitir que a
gente fizesse esse diagnóstico e intervenção direcionada. E11 –
UR90
45
Os destaques dos relatos referentes ao conhecimento específico do
nutricionista vêm ao encontro das competências previstas em sua formação, que
contempla, entre outras vertentes, a capacidade de avaliar, diagnosticar e
acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e
avaliar dietas e suplementos dietéticos para indivíduos sadios e enfermos, bem
como realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e Nutrição,
considerando
a
influência
sociocultural
e
econômica
que
determina
a
disponibilidade, consumo e utilização biológica dos alimentos pelo indivíduo e pela
população. (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2001)
Diante do conhecimento específico do nutricionista e do seu olhar para
situações que envolvem a alimentação e nutrição, fica muito mais fácil de se
detectarem os problemas. Em estudo desenvolvido por Santos (2005), médicos e
enfermeiros referem que, com a inserção do nutricionista, ocorre melhora no
atendimento do usuário, uma vez que os entrevistados citaram dificuldades em
abordar temas relacionados à alimentação e nutrição.
Assis (2002) percebe o nutricionista como um profissional com participação
relevante no PSF, pois possui conhecimento específico que o instrumentaliza a
observar valores socioculturais, realizar diagnóstico e assim propor as devidas
orientações dietéticas, sempre adequadas à realidade familiar.
Considerando a demanda proveniente da transição epidemiológica e nutricional
que se encontra estreitamente associada a hábitos alimentares inadequados
principalmente a partir das décadas de 80 e 90, com baixo consumo de fibras e
micronutrientes e consumo excessivo de gorduras saturadas (LEVY-COSTA, et al,
2005), é primordial que o nutricionista desenvolva apoio constante para a promoção
de uma alimentação saudável, culminando na prevenção e tratamento da obesidade
e de outros distúrbios nutricionais. (BRASIL, 2003)
Diante desse cenário e pautado nos conhecimento técnicos do nutricionista,
faz-se necessário um planejamento para ações de prevenção as doenças
relacionadas à alimentação e de intervenções nutricionais, visando promover um
46
melhor estado nutricional da população, no qual o trabalho com outros profissionais
só engrandece e potencializa os resultados.
O nutricionista, em trabalho com a equipe multiprofissional, deve agir como
formador de outros profissionais, como articulador de estratégias de ação junto aos
equipamentos sociais da área de abrangência territorial, contribuindo pra a
promoção da alimentação saudável, da Segurança Alimentar e Nutricional e do
Direito Humano à Alimentação Adequada. (BRASIL, 2008a)
Considerando o PSF como uma estratégia voltada para a promoção da
qualidade de vida é que o Sistema Conselhos Federais e Regionais de Nutricionista
(2009) e Assis (2002) reforçam que uma assistência de saúde, cujo objetivo seja
transformar a história das práticas alimentares e dos resultados de intervenção, não
poderá ser desenvolvida sem a atuação do nutricionista.
Visão ampliada de cenários de atuação
As considerações colhidas das entrevistas também demonstram uma visão
ampliada de cenários de atuação em que o nutricionista pode contribuir, somando
seus conhecimentos a uma gama de atividades, todas pautadas na ampla estrutura
de ações desenvolvidas pelo PSF.
(...) não só focado em atendimento como se fosse ambulatorial e não
trabalhar grupo educativo, visita domiciliar, envolver a família, outros
profissionais que trabalhem na unidade. E3 – UR25
(...) orientações com grupo, comunidade e tudo que abrange no PSF,
as visitas domiciliares, consultas individuais, o trabalho com individuo
e a família como um todo(...) E7 – UR57
(...) em quase todas as áreas eu vejo a atuação do nutricionista, na
saúde da criança, no acompanhamento nos dois primeiros anos de
vida, com as prioridades a hipertensão, a diabetes (...) E10 – UR79
Espera-se que o nutricionista exerça suas atribuições em diversos cenários
de atuação, pois é considerado um profissional capacitado a atuar, visando à
47
segurança alimentar e à atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento em
que a alimentação e a nutrição se apresentem fundamentais. (CFN, 2008)
Ao ampliar os cenários de atuação em Saúde Pública, abre-se um leque de
possibilidades, permitindo ações educativas sobre a alimentação e nutrição,
diagnóstico populacional da situação alimentar e nutricional, o estímulo à produção e
ao consumo de alimentos saudáveis produzidos regionalmente e o atendimento para
doenças relacionadas à alimentação e à nutrição. (SILVA, 2009)
Essas atribuições podem ser desenvolvidas no PSF, reconhecendo o território
com um local propício para o desenvolvimento dessas ações educativas na
amplitude que o PSF se desenvolve, sempre considerando os espaços comunitários,
trabalhando com a intersetorialidade e com abordagem multiprofissional.
A amplitude dos cenários de atuação do nutricionista na atenção primária
responde à demanda da responsabilidade de promover práticas alimentares
saudáveis aos serviços e equipes de saúde, estabelecidas pela Política Nacional de
Alimentação e Nutrição e pela Política Nacional de Promoção da Saúde, por
constituir-se em uma estratégia de saúde pública relevante para o enfrentamento
dos problemas alimentares e nutricionais atuais, vivenciado pela população
brasileira. (COUTINHO, et al, 2008)
O PSF, que almeja a promoção à saúde e prevenção de agravos, entre outras
ações, apresenta-se como um cenário para o desenvolvimento da amplitude de
atuações desenvolvidas pelo nutricionista que considera a alimentação associada a
fatores complementares que, para Oliveira e Thebaud-Mony (1997), contemplam a
perspectiva econômica, social e cultural.
A ampliação dos cenários de atuação para o nutricionista se traduz em um
ganho para seu perfil como profissional da saúde, proporcionando também, a partir
da relação com outros profissionais, o aumento das possibilidades de ações
advindas da Nutrição, buscando reverter a situação nutricional atual.
48
Atuação na Promoção e Prevenção
As falas revelaram, de forma predominante, que um trabalho voltado à
Promoção e Prevenção é o que mais se espera na atuação realizada pelo
nutricionista. Consideram que esse trabalho deva contemplar ações que despertem
a conscientização de estilo de vida saudável e que permitam reduzir ou evitar
agravos à saúde da população, extrapolando o caráter assistencialista, pautados na
necessidade de educar e orientar para promoção da saúde e prevenção de doenças.
(...) a atuação do nutricionista é na prevenção, atuando mesmo em
ações de alimentação, segurança alimentar, mais principalmente em
prevenção e promoção, não só a questão curativa. E4 – UR28
(...) a área de atuação é a mesma da nossa, atuação na forma de
preferência preventiva (...) E7 – UR56
(...) como se alimentar melhor, ter um bom hábito alimentar, isso faz
parte da promoção da saúde de uma maneira muito importante é
interessante esse aspecto do trabalho do nutricionista. E10 – UR83
Para conseguir desenvolver as premissas de promoção e prevenção, as
unidades de registro trazem de forma muito expressiva a necessidade de
diversidade de estratégias de educação como ferramenta utilizada pelo
nutricionista, responsável pela tentativa de mudança de hábitos alimentares ou
compreensão da necessidade da melhora deles.
(...) a gente fez junto as papas, foi muito construtiva, a questão
educativa a gente conseguiu fazer junto com aquelas pessoas, não
ficar só falando, transferindo o conhecimento. E4 – UR31
(...) eles tinham dúvidas, mas não tinham pra quem perguntar, esses
grupos educacionais ajudavam muito na questão de desvendar tabus
(...) E5 – UR38
Com base nos relatos que afirmam a participação do nutricionista em ações
de Promoção e Prevenção, surge a necessidade de entendimento desses dois
termos. Ao se tratar de prevenção, consideram-se ações que privilegiem
intervenções voltadas a evitar o aparecimento de doenças específicas, bem como
minimizar sua incidência e prevalência nas populações, objetivando controlar a
transmissão de doenças infecciosas e promover a redução do risco de doenças
49
degenerativas (CZERESNIA, 1999). Já ao considerar Promoção à saúde, esse
aspecto traz uma visão ampliada, considerando ações não direcionadas a uma
doença específica, mas com o propósito de aumentar a saúde e o bem-estar social.
Todavia, a diferenciação de prevenção e promoção ainda é pouco entendida
devido ao modo como elas ocorrem. Para Czeresnia (1999), alguns projetos de
promoção de saúde também utilizam os conceitos de doença, transmissão e risco,
mesmo discurso da prevenção.
As mudanças sociais, políticas e culturais, o esgotamento do paradigma
biomédico e a mudança do perfil epidemiológico tornam urgente a proposta de
Promoção à Saúde. (CARVALHO, 2004) É fundamental que as estratégias utilizadas
adaptem-se às necessidades locais e às possibilidades de cada região, percebendo
sempre as diferenças em seus sistemas sociais, culturais e econômicos. (BRASIL,
2002)
Diante da ampla demanda relacionada aos cuidados da atenção primária,
Silva (2009) e Santos (2005) ponderam que os maiores problemas de saúde no
Brasil poderiam ser evitados por medidas preventivas, uma vez que a prevenção,
controle e tratamento dos agravos à saúde estão intimamente ligados à alimentação
dos indivíduos, suscitando a relevância da participação do nutricionista, tendo em
vista sua dedicação à promoção de uma alimentação saudável, buscando assim
evitar agravamento de doenças crônicas não transmissíveis.
Em estudos realizados com profissionais que conhecem o trabalho do
nutricionista, reforça-se a necessidade da inserção desse profissional com a
finalidade de prevenção, redução de fatores de risco para desenvolvimento de
doenças e promoção à saúde dos indivíduos. (PEDROSA; TELES, 2001; OLIVEIRA;
RADICCHI, 2005)
Atualmente, com a portaria que institui os Núcleos de Atenção em Saúde da
Família, nos quais o nutricionista pode ser um membro integrante, o Ministério da
Saúde lançou a Matriz de Ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica de
Saúde com o propósito de orientar o nutricionista, norteado pelo conhecimento
50
técnico específico de como proceder nas ações de promoção e prevenção em saúde
diante dos sujeitos das ações (indivíduo, família e comunidade), dos níveis de
intervenção que contemplam a gestão das ações de alimentação e nutrição e o
cuidado nutricional compreendendo o diagnóstico, promoção da saúde, prevenção
de doenças, tratamento, cuidado e assistência. (BRASIL, 2008a) Todas as ações
devem ser desenvolvidas em todo ciclo de vida, isso porque se percebe que
exposições nutricionais, ambientais e padrões de crescimento durante a vida
intrauterina e nos primeiros anos de vida podem repercutir diretamente nas
condições de saúde quando adulto. (COUTINHO, et al, 2008)
Para Buss (1999), independente da competência profissional, as ações no
sentido de produzir mudanças rápidas na saúde de grandes parcelas de população
trazem repercussão lenta no habito de vida dos indivíduos, portanto, considera a
relevância do uso mais constante do meio de comunicação de massas, a partir de
estratégias educativas.
Desse modo, seja buscando a prevenção ou promoção da saúde, Czeresnia
(1999) reforça que isso implicará a mudança de como esse conhecimento pode ser
operacionalizado nas práticas de saúde e essa mudança pode ocorrer, entre outras
vertentes, a partir de ações de educação, desenvolvidas pelos profissionais da
saúde ou em nível governamental.
Segundo Milet e Marconi (1992), nas estratégias educativas, o profissional da
saúde deve orientar e facilitar o processo de ensino-aprendizagem, de maneira a
promover as condições ideais para que os resultados ocorram por meio de
conhecimentos sobre a linguagem utilizada no trabalho em grupo, nos vínculos que
ali estabelecem, bem como no estímulo de seus integrantes.
A Matriz de ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica também
destaca esse fato, ao sugerir ações educativas para alcançar os objetivos de ações
de alimentação e nutrição e do cuidado nutricional que integrem o rol de ações de
saúde desenvolvidas no âmbito da atenção básica à saúde, visando promoção da
saúde e prevenção de doenças. (BRASIL, 2008a)
51
Atuação na perspectiva multiprofissional
O trabalho realizado em conjunto com outros profissionais surge como outra
prática importante na vertente de atuação do nutricionista. É pontuado que as ações,
fossem elas consultas, visita domiciliar, grupos educativos, entre outras, durante o
período da RMSF, eram realizadas com a interface multiprofissional, possibilitando
ampliar e qualificar a atuação desse profissional.
(...) a gente pode ver em relação a outras áreas como é que a gente
pode atuar em ações de promoção de saúde, não só muito
específico na área de Nutrição (...) E2 – UR19
(...) esse contato com outros profissionais e até a possibilidade de
ele ver onde pode atuar junto com esses outros profissionais, então é
uma coisa em conjunto. E8 – UR68
(...) possibilitou ampliar mesmo a atuação no sentido de ter mais
práticas coletivas, de conseguir trabalhar efetivamente em equipe
(...)E11 – UR92
Czeresnia
(1999)
nos
dá
um
alerta
diante
dos
preceitos
da
multiprofissionalidade, ao dizer que é primordial que o profissional desenvolva suas
atividades baseado na delimitação dos problemas, o que possibilitará implementar
práticas eficazes, pois caso contrário, o enfoque ficará restrito a sua especialidade.
Para buscar ampliar o olhar além da especificidade, surge a necessidade da
vivência com outros profissionais; a forma e a intensidade da interação entre as
profissões intitularão e caracterizarão sua estrutura de atuação.
Para Ceccim e Feuerwerker (2004), considerando o complexo fenômeno que
é o processo saúde-doença, torna-se fundamental um trabalho em que as equipes
interajam de forma multiprofissional; isso porque um modelo de saúde centrado no
usuário e sua família, como é o caso do PSF, traz a necessidade da ressiginificação
do processo de trabalho para a integralidade, sendo necessário um adequado
trabalho da equipe multiprofissional.
Essa forma de trabalho multiprofissional representa melhor qualidade dos
serviços prestados no setor saúde (PEDUZZI, 1998). Portanto, desenvolver as
52
ações de saúde a partir da multiprofissionalidade, é uma das propostas defendidas
pelo SUS, pois ao trabalhar em equipe, nesse enfoque, os conhecimentos
individuais e coletivos são ampliados, proporcionando a construção de um
atendimento integral, atendendo às necessidades de saúde da população e do
sistema público.
Nessa perspectiva, buscar o desenvolvimento de programas que realizem
esse modelo de atuação, para Gil (2005), pode caracterizar como oportunidade para
uma reflexão, considerando alternativas que propiciem rever os caminhos para a
formação dos profissionais, objetivando um trabalho integrado, em equipe, com
trocas mais efetivas de saberes e práticas, como pode ser verificado nas
Residências Multiprofissionais.
O nutricionista inclui-se no trabalho multiprofissional, compartilhando seus
conhecimentos voltados ao cuidado nutricional na atenção básica, contribuindo para
a efetividade das ações de Nutrição a partir da construção compartilhada de
conhecimentos (BRASIL, 2008a), tendo em vista a dimensão da alimentação na vida
do indivíduo/ família/ comunidade e, por sua vez, beneficia-se dos saberes dos
outros
profissionais,
aprimorando
sua
especificidade
e
ampliando
seus
conhecimentos.
Evidência de atuação na perspectiva interdisciplinar
A multiprofissionalidade configura-se como premissa da RMSF, no entanto,
percebe-se que em alguns momentos, esse modo de atuação era extrapolado,
assumindo o caráter interdisciplinar, no qual eram desenvolvidas estratégias com
visão ampliada, proporcionando uma prática menos restrita e fragmentada.
(...) eu acabei superando o papel de nutricionista até pra ter um
pouco de psicologia com essas crianças. (...) E6 – UR48
(...) nós, profissionais da saúde, também através das conversas que
nós tínhamos em reuniões, acabamos incorporando dentro das
nossas orientações, orientações que ela passava pra gente (...) E7 –
UR61
53
A defesa da multiprofissionalidade na composição do perfil profissional
aparece junto à interdisciplinaridade, nos argumentos de trabalho em equipe voltado
a uma abordagem biopsicossocial na prevenção, promoção e proteção à saúde.
(CECCIM, 2009). Esse fato reforça que em alguns momentos onde se institui a
multiprofissionalidade, ações realizadas podem remeter-se à interdisciplinaridade.
Para Furtado (2007), a interdisciplinaridade é entendida como relações entre
disciplinas menos verticais, com compartilhamento de trabalho, a partir de conceitos
em comum, nos quais se percebe real entrosamento entre elas. Na verdade, dá-se
uma nova combinação de elementos internos e o estabelecimento de canais de
trocas entre os campos em torno de uma tarefa a ser desempenhada conjuntamente
e não a simples justaposição de conhecimentos específicos.
Entretanto, ressalta-se que trabalhar a interdisciplinaridade não significa
negar as especialidades e objetividade de cada ciência, deve-se respeitar o território
de cada campo do conhecimento, bem como distinguir os pontos que os unem e que
os diferenciam, enfatizando o trabalho coletivo e na parceria e respeito pelas
diferenças. (UNIFESP, 2009)
Todavia, para que um profissional da área da saúde consiga exercer uma
formação generalista, humanística e crítica que apresente conhecimentos,
habilidades e atitudes suficientes para atuar na diversidade e demandas sociais,
econômicas, políticas e educativas, é relevante sua relação com a prática
interdisciplinar.
Para compreender as dimensões que envolvem o trabalho de uma equipe no
cenário em que ela estabelece suas atribuições, faz-se necessária uma visão da
realidade que extrapole os limites disciplinares, então a interdisciplinaridade é uma
das soluções para a superação desse desafio. (FEUERWERKER; SENA, 2009)
Segundo Batista e Batista (2004, p. 30), a interdisciplinaridade implica em:
(...) assumir a tarefa de explicitar as possibilidades de contribuição e
o desafio de adentrar em outra área, com abertura para aprender
54
com o outro; que exige a construção de espaços coletivos de partilha
de conhecimentos e experiências.
A interdisciplinaridade propicia ao profissional uma prática a partir dos
saberes coletivos, direcionando-o a uma prática social que transcende a formatação
e especialização características das ações de saúde no País. (ASSIS, 2002) Essa
prática faz “formar profissional competente para o atendimento de toda e qualquer
necessidade do usuário, mesmo as não percebidas”. (CECCIM; FEUERWERKER,
2004, p. 1407)
A
concepção
interdisciplinar
reforça
a
necessidade
das
profissões
estabelecerem canais de comunicação e de colaboração, possibilitando melhor
desempenho em equipe diante das situações e problemas da realidade. (FAZENDA,
2003; PINHEIRO et al, 2008). Peduzzi (1998) segue essa mesma lógica, ao trazer o
exemplo no campo da saúde mental, considerando a necessidade de ampliar o
trabalho além do objeto psiquiátrico, no qual essa ampliação dirige-se ao sofrimento
psiquiátrico, que assume o universo da vida mental, social e cultural.
Esse fato pode ser muito bem observado nas doenças e agravos não
transmissíveis (DANTS) que, por serem considerados crônicos, exigem uma forma
de trabalho interdisciplinar que requer vários saberes que extrapolam o saber
biomédico. Rozemberg e Minayo (2001) reafirmar esse fato ao perceberem que um
único saber não esgota todas as questões que compõem o processo de
adoecimento de um sujeito.
Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do Programa Saúde
da Família
Observa-se que para os entrevistados, a atuação do nutricionista foi
potencializada ao considerar a dinâmica de trabalho do PSF, decorrente da
formação de vínculo com o usuário, sua família e comunidade. Destaca-se também
que a atuação com outros profissionais, seja da equipe mínima ou ampliada, agrega
força para a atuação do nutricionista.
55
(...) ter aquela população pronta, como se eles tivessem me
aguardando, as demandas, os pacientes estavam ali, a facilidade de
você chegar nas casas. E4 – UR33
(...) as consultas em saúde da família é diferente, porque a gente já
conhece a pessoa, tem um papel diferenciado (...) E9 – UR77
(...) o trabalho dela foi importante aqui pra população, porque quando
acabou, o pessoal vinha perguntar e agora como vai ser minha vida
daqui pra frente sem a orientação dela (...) E12 – UR104
Atuar no PSF fez com que o nutricionista conhecesse as diretrizes desse
programa que se desenvolve pautado no caráter substitutivo, onde o novo processo
de trabalho deixa para trás as práticas convencionais e se estabelece centrado na
vigilância em saúde; trabalha com a integralidade e hierarquização, na qual a
unidade de saúde da família insere-se no primeiro nível de ações e serviços do
sistema local de saúde e realizada essas ações de forma integral; desenvolve suas
práticas de saúde considerando o território de abrangência e sempre com o auxílio
de uma equipe multiprofissional. (BRASIL, 2006a)
Juntamente com os profissionais do PSF, o nutricionista desenvolveu ações
que fugiram de sua especificidade, resultando em um ganho em sua atuação, pois
permitiu ampliar seu olhar como profissional da saúde. Segundo a Política de
Atenção Básica, os profissionais inseridos nesse cenário devem participar do
processo de territorialização e mapeamento da área adscrita, identificando grupos,
famílias e indivíduos expostos a riscos; realizar cuidados em saúde dessa
população, considerando também os espaços comunitários; notificar doenças e
agravos a partir da busca ativa, desenvolver, planejar e avaliar as ações da equipe
de saúde a partir do levantamento de informações disponível, entre outras. (BRASIL,
2006a)
Além disso, agrega-se a proposta do acolhimento, responsabilização e
trabalho sobre as necessidades de saúde, propiciando aos profissionais que lá
desenvolvem seu trabalho, a oportunidade de estabelecer relações mais
satisfatórias,
humanas,
comprometidas
e
eficazes
junto
à
população.
(FEUERWERKER, 2009)
56
Essas relações estabelecidas no PSF permitem a interação com o indivíduo e
comunidade, possibilitando conhecer suas necessidades, a partir da criação de
vínculo e alteração do enfoque voltado ao indivíduo, para pensar na família como
objeto de atenção. (WAGNER, et al, 1999; FABRÍCIO, et al, 2004; REINALDO;
ROCHA, 2009)
Machado et al (2009) consideram a relevância desse vínculo a partir da
experiência observada em uma residência multiprofissional em saúde da família, na
qual ressalta que o vínculo possibilitou ao nutricionista desenvolver ações exitosas
de promoção à saúde no que se refere à sensibilização e empoderamento dos
usuários.
Diante de tudo o que foi discutido até o momento, percebe-se que a inserção
desse profissional é de fato vista como relevante; todavia frente à diversidade de
fatores sociais, psicológicos, biológicos e culturais que envolvem um indivíduo e sua
família, surge o questionamento sobre a atual formação do nutricionista, fazendonos pensar se, após a graduação, esse profissional encontra-se apto a navegar
nesse novo campo de atuação.
A partir desse prisma, surge o segundo eixo temático desse estudo, com o
olhar voltado à formação do nutricionista, a partir da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família.
Os resultados encontrados nesse eixo temático deram origem a um artigo
científico que foi submetido para publicação na Revista de Nutrição - Brasilian
Journal of Nutrition (ISSN 1415-5273). Essa revista possui Qualis B2 e é indexada
pelas seguintes bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), CAB Abstract
and Global Health, FSTA (Food Science and Technology Abstracts), Chemical
Abstract, Excerpta Medica, Latindex (México), Popline, Scopus, Nisc, e Web of
Science. O número do protocolo de submissão é 2058 e o e-mail enviado pela
Editora Gerente da Revista de Nutrição informando o recebimento do manuscrito
pode ser encontrado no Anexo C.
57
5.2 Eixo temático 2 – Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em
Saúde da Família (RMSF)
Esse eixo temático engloba o que os entrevistados consideram como pontos
facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista a partir da Residência
Multiprofissional.
Durante a construção desse eixo temático, foi percebida a dificuldade de
encontrar fundamentação teórica que subsidiasse a discussão das categorias à luz
da literatura científica relacionada à formação do nutricionista, principalmente
quando se refere ao PSF. No entanto, acredita-se que várias experiências são
desenvolvidas, porém possivelmente não publicadas.
Diante desse fato e percebendo a estreita relação entre a formação e
atuação, as categorias que emergiram trazendo pontos facilitadores e dificultadores
na formação do nutricionista no PSF vêm somar às discussões trabalhadas no eixo
temático a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
5.2.1 Pontos facilitadores na formação do nutricionista na RMSF
Vivência multiprofissional como facilitadora na formação
Nos relatos, os entrevistados consideram o fato de conviverem com outros
profissionais e residentes - ponto fundamental para a formação, uma vez que essa
vivência proporciona um olhar diferenciado a partir da interação e trocas cotidianas.
(...) me considero hoje um profissional com uma visão diferenciada
de trabalho de saúde que não se restringe àquela coisa mais limitada
da Nutrição, a gente conseguiu extrapolar. E1 – UR5
(...) vendo o que o outro faz, você sabe que pode ajudar o outro
atuando ali também, acho que isso ajudou um pouquinho na
formação do nutricionista (...)E8 – UR74
58
(...) visão integral que a gente consegue a partir da troca. Eu acho
que isso foi importante para o nutricionista, foi importante pra mim,
foi muito interessante essa questão da troca. E10 – UR90
A multiprofissionalidade, apesar de ser uma proposta defendida pelo SUS
com o propósito de agregar melhor qualidade ao setor saúde (PEDUZZI, 1998), vem
sendo compreendida por ser considerada recente e surge com o propósito do
trabalho conjunto, contrapondo o modelo médico-hegemônico há muito tempo
instituído.
Percebe-se
que
trabalhar
multiprofissionalidade
remete
a
buscar
o
atendimento integral na composição de ações e serviços de saúde e sua integração
em rede. Diante disso, para CECCIM (2009), a multiprofissionalidade traz a visão de
uma abordagem biopsicossocial na assistência e a introdução dos conceitos de
prevenção, promoção e proteção à saúde. Compreende-se que os fatores que
envolvem um indivíduo não são mutuamente excludentes e só se explicam a partir
da relação de um com o outro, ou seja, a visão de outros profissionais ajuda a
compreender os fatos que nos apresentam.
O Projeto Pedagógico da Universidade Federal de São Paulo, campus
Baixada Santista (UNIFESP, 2009), que desenvolve os cursos de Fisioterapia,
Terapia Ocupacional, Psicologia, Educação Física (Bacharelado modalidade Saúde)
e Nutrição, traz a relevância de interação entre as profissões, desde sua formação
na graduação, construindo redes de saberes e experiências aprimoradas e
ampliadas a partir da inter-relação com outros cursos. Essa estrutura de educação
tem como princípio norteador o que Delors (2006) considera como fundamental em
um processo de aprendizagem, os quatro pilares da educação.
Esses pilares constituem-se no aprender a conhecer, onde se busca adquirir
os instrumentos da compreensão; o aprender a fazer, relacionado à como proceder
diante do contexto em que se está inserido; o aprender a viver junto, que remete ao
ato de participação e cooperação e o aprender a ser, que integra todos os pilares
anteriores.
59
Schulman (2004) reforça esse fato ao considerar que a aprendizagem pode
ocorrer em diversas circunstâncias; mas isso se intensifica quando desenvolvida em
momentos em que o indivíduo faz parte de uma equipe ou quando aprende, coopera
e colabora com os outros.
Nessa perspectiva, Gil (2005) sugere o desenvolvimento de programas,
mesmo após a graduação, que concretizem o trabalho integrado, em equipe, com
trocas mais efetivas de saberes e práticas. Isso porque, ao formar profissionais para
o SUS, deve ser considerada a complexidade dos fatores que envolvem o contexto
da Atenção Básica, associar os quatro pilares da educação e contribuir para que o
profissional deixe de ter o olhar reducionista focado na doença e passe a considerar
o processo de adoecimento e a cura dos sujeitos doentes.
Com certeza, algumas mudanças positivas já são percebidas ao considerar a
formação do Nutricionista para a Saúde Pública, todavia, ainda existe uma limitação
de momentos que propiciem a ampliação da visão desse profissional, saindo da
doença para assumir uma visão integral e agregando os conhecimentos
multiprofissionais. Para Feuerwerker e Sena (2009), esse fato ainda ocorre, porque
ainda somos formados acreditando que cada disciplina produz respostas
necessárias diante de um contexto com multiplicidade de fatores. As residências
multiprofissionais surgem então tentando aprimorar a formação desses profissionais
a partir da inter-relação multiprofissional.
Discussão entre pares como facilitador no processo de formação
A necessidade de aprimorar o conhecimento específico surge de forma
secundária, na qual se percebe a relevância de realizar troca de informações com
outro nutricionista, conhecer visões diferentes de atuação, sanar dúvidas e juntos
construir um plano de trabalho. Para os entrevistados, estar com seus pares foi
considerado pontos facilitadores em sua formação.
60
(...) a equipe de Nutrição trocava informação, tentava fazer
protocolos, padronizar e com isso ia aprendendo, aprimorando,
discutindo, bom pro crescimento profissional. E2 – UR10
(...) as aulas específicas são boas pra fazer os protocolos, ver se
uma está dando orientação do jeito que a outra está dando, trocar
experiência de grupo, dar sugestões. E2 – UR24
(...) as aulas com a equipe de Nutrição também foi uma coisa
importante, um momento de a gente dividir conhecimento. E6 –
UR56
A discussão entre pares tem sido importante para a Nutrição, uma vez que, a
partir desse processo, foi e continua sendo possível criar consensos, guias e
protocolos que servem como orientação para o trabalho do Nutricionista,
aprimorando seus conhecimentos específicos e suas ações de cuidado à saúde,
previstas em sua formação.
A contribuição das discussões entre pares pode ser bem percebida nas ações
desenvolvidas pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição –
CGPAN, inserida no Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à
Saúde. A CGPAN é formada por uma equipe técnica de Nutricionistas que se
dividem em grupos de trabalho para estudar e desenvolver ações relacionadas à
alimentação e à nutrição da população brasileira. Como principal missão, a CGPAN
busca implementar ações pautadas nas diretrizes da Política Nacional de
Alimentação e Nutrição com vistas à garantia de condições de saúde adequadas à
população brasileira. (BRASIL, 2009a)
Ao considerar a Residência Multiprofissional em Saúde da Família, essa
discussão entre pares foi importante no aprimoramento da formação do
Nutricionista, já que foi percebida como espaço de aprimoramento do conhecimento,
servindo como estrutura para desenvolver protocolos de atendimento. Possibilitou
colocar em prática as atribuições destinadas ao nutricionista na Saúde Pública,
entender como esse profissional trabalha a multiprofissionalidade e, também, como
momento de escuta da dificuldade de atuar diante da formação prévia.
Para Dias (2009), desenvolver ações entre pares possibilita que o grupo
partilhe suas representações formais e informais, propiciando a construção de
61
aprendizagem e conhecimentos, o que pode ser considerado como um
potencializador na sua formação.
Percebe-se que a partir dessas discussões, é possível perceber ampliação do
aprendizado, pois emergem atitudes de cooperação a partir da busca do saber
compartilhado, bem como relato das próprias dificuldades e erros ocorridos no
trabalho diário com pessoas da mesma área de atuação profissional, promovendo a
valorização
da
reflexão-ação-reflexão
permanente
entre
os
envolvidos.
(SCHULMAN, 2004)
Ressalta-se que o trabalho desenvolvido conjuntamente, além de permitir
compartilhar os conhecimentos, possibilita a promoção de apoio mútuo e importante
crescimento coletivo.
RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem
Outro ponto percebido a partir dos relatos foi a consideração de que a RMSF,
por ser um programa de pós-graduação, possibilitou estratégias de aprendizagem
diferenciadas,
ora
por
meio
da
vivência
prática
intensa
(específica
e
multiprofissional), ora pelo estímulo à pesquisa e aquisição de conhecimento teórico.
(...) a gente tinha empolgação, motivação pra ir em congresso,
escrever artigo, publicar em revista, a gente escreveu livro, a gente
cresceu bastante como profissional (...) E2 – UR17
(...) o que facilita muito pra um profissional que vai trabalhar na
saúde da família que tenha feito uma residência é toda experiência e
a vivência da prática né.... então é... o convívio dentro de uma
Unidade de Saúde da Família, as atividades que se desenvolvem
enquanto residente (...)E3 – UR28
(...) a residência multiprofissional em saúde da família amplia um
pouco a clínica do profissional, porque nossa formação de graduação
é muito assistida, intervenção pra uma pessoa com problema(...) E11
– UR95
As
Residências
aprendizagem
Multiprofissionais
significativa,
proporcionando
tem
como
participação
proposta
ativa do
desenvolver
residente,
62
buscando motivação e interesse a partir dos assuntos relacionados ao cotidiano que
o envolve.
Essa modalidade permite aproximar a formação profissional em saúde da
realidade social e do trabalho no SUS, qualificando os profissionais para atuarem no
sistema (LAPPIS, 2009), isso porque objetiva proporcionar o diálogo permanente da
formação e na atuação, fazendo com que o trabalho em saúde ganhe um novo
significado, redefinindo ações e papéis profissionais. (NASCIMENTO, 2008)
Diante disso, a inserção dos residentes nas Unidades de Saúde da Família, a
partir dos programas de residência, possibilita que a experiência adquirida na prática
complete sua formação, uma vez que é a partir da experiência clínica, quando o
profissional se aproxima das pessoas que necessitam de cuidados de saúde
(FEUERWERKER, 1998), que se estabelece vínculo e ao participar desse processo,
desveste-se da postura de único detentor do saber.
As residências dotadas de grande influência para concretizar a formação
desses profissionais (FEUERWERKER, 2009) almejam formar pessoas com perfil
adequado à atenção à saúde de qualidade e capazes de atuar enfrentando os
problemas que emergem do campo multifatorial da Saúde Pública. Isso implica
ações educativas que sejam dinâmicas e dialéticas, buscando desenvolver
conhecimento, habilidades e atitudes que lhes permitam compreender a realidade
humana e social e que sejam capazes de produzir mudanças. (FEUERWERKER;
SENA, 2009)
O Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional - Pró-Saúde
(BRASIL, 2007a), que traz contribuições para o aprimoramento dos cursos de
graduação na área de saúde, também pode ter suas contribuições percebidas na
extensão da pós-graduação, nesse caso a Residência Multiprofissional de Saúde da
Família, uma vez que possibilita uma aprendizagem diferenciada, propiciando
oferecer à sociedade profissionais aptos a responderem às necessidades da
população brasileira e promoverem a operacionalização do SUS. Busca-se com isso
a melhoria da qualidade e resolubilidade da atenção prestada à população, a partir
de uma abordagem integral do processo saúde-doença e da promoção da saúde.
63
Soma-se a isso a cooperação entre os gestores do SUS e as Instituições de Ensino
Superior (IES), ampliando a prática educacional na rede de serviços básicos de
saúde.
Na aprendizagem diferenciada vivenciada nas residências, outro fator
importante é a ruptura com os modelos disciplinares rígidos e a busca por um
projeto de formação em saúde que represente integração de diferentes
conhecimentos e profissionais com propostas de ensino que busquem práticas que
incorporem a reflexão contextual da realidade, mediada por um processo de ensinoaprendizagem interativo, tendo em vista também a necessidade de novos cenários.
(UNIFESP, 2009)
Outra vertente explorada pela residência por ser considerada um programa de
pós-graduação é sua responsabilidade com a pesquisa, uma vez que, segundo
Perrenoud (2009a), a forma e o local como essa prática se desenvolve devem
proporcionar o processo de ensino-aprendizagem pautado em tarefas abertas e em
situações problemas, sempre usando largamente a pesquisa. Envolver-se com
pesquisa permite ao residente tornar-se mais critico, questionador e construtor de
seu conhecimento, assumindo papel importante na formação desse profissional,
contribuindo para a mudança da realidade social.
Preceptores/tutores como facilitadores na formação
Apesar de preceptores e tutores terem funções diferenciadas nos programas
de residência multiprofissionais, aqui serão apresentados como um único grupo, pois
para alguns entrevistados, ao se tratar da formação do residente, os objetivos dos
dois se fundem, pois oportunizaram a aplicação na prática do saber conquistado.
(...) ter os tutores lá pra orientar também ajuda bastante, as visitas do
preceptor pra tentar acompanhar quais foram as atividades. E5 –
UR45
(...) no caso nutricionista e ter os preceptores junto, isso de uma
certa forma supria o que num tinha inserção do nutricionista na
Saúde da Família (...) E7– UR71
64
Se a RMSF tem como finalidade formar profissionais em nível de pósgraduação que possam transitar nos cenários da atenção básica com potencial para
responder às necessidades da população brasileira a partir dos preceitos do SUS,
podemos perceber quanto é importante o papel dos profissionais envolvidos como
facilitadores dessa aprendizagem diferenciada.
Nesse sentido, no ano de 2005, foi emitida uma portaria que traz as
atribuições e a responsabilidade destinada a esses profissionais que nas
Residências são denominados preceptores e tutores. (BRASIL, 2005c) Define-se
preceptor o profissional que assume o papel de supervisão docente-assistencial por
área específica, que exerce atividade de organização do processo de aprendizagem
especializada e de orientação técnica aos residentes, nesse caso a partir da
especialização, estreitando a distância entre a teoria e a prática. Já para os tutores,
o diferencial vem no desenvolvimento de estratégias de aprendizagem exercidas no
campo onde se desenvolve a aprendizagem em serviço.
Podemos perceber que, inserido no campo de atuação ou na abordagem
teórica, a atividade do preceptor e do tutor recebe a nomenclatura de docenteassistencial. Ao se assumir como docente, o preceptor/tutor deve proporcionar ao
aluno/residente situações que o façam refletir, buscar e participar do processo de
ensino-aprendizagem. Para isso, é fundamental que o docente seja um facilitador
para uma formação de base sólida, onde o aluno consiga navegar em situações de
mudanças a partir de vários prismas a que a sociedade o expõe. (RIBEIRO, 2001)
Para Moreira (2009), diante das atuais mudanças a que a sociedade está
exposta, a educação deve buscar desenvolver um indivíduo capaz de enfrentar
ambiguidades e incertezas, e para isso é fundamental que ele tenha uma
personalidade inquisitiva, flexível, criativa, inovadora, tolerante e liberal.
Diante disso, o docente deve criar ações de ensino que sejam pautadas na
discussão e orientação, escolhas e análises das informações, motivando as
dimensões ativas e interativas desses alunos, contribuindo para o desenvolvimento
de estilos e estratégias de aprendizagem, pesquisa e socialização do que foi
aprendido. (UNIFESP, 2009)
65
A pretensão não é promover a passividade e sim permitir que o residente
construa e produza seu conhecimento, sendo o preceptor/tutor o interlocutor desse
processo. Para Silva, Espósito e Nunes (2008), o preceptor deve assumir a postura
de uma visão ampliada em que o ensinar e o aprender saiam do contexto
estritamente técnico e especialista e permitam uma formação aberta à realidade,
sendo estimulante e direcionadora de uma postura reflexiva e crítica. Acredita-se
que essa afirmação possa ser estendida ao tutor.
5.2.2 Pontos dificultadores na formação do nutricionista na RMSF
Formação voltada à especificidade, dificultando o olhar ampliado para o PSF
As respostas às questões realizadas demonstram que um grande dificultador
está relacionado a um contexto de atuação que extrapola o conhecimento técnico do
nutricionista. São situações corriqueiras ao PSF, porém que não compuseram o
aprendizado desse profissional, fazendo com que ele depare com a necessidade de
olhar além da especificidade, porém sem clareza de como agir.
(...) diversos temas surgiam que extrapolavam a alimentação como
violência, como alcoolismo, como evasão escolar que o nutricionista
não tem preparo pra lidar com isso. E1 – UR2
(...) mais difícil talvez tenha sido mais a parte teórica, algumas coisas
eram de mais difícil compreensão, o nutricionista na graduação não
tem esse enfoque mais antropológico (...) E3 – UR31
(...) questões de saúde mental que ela não conseguia nem enxergar
dentro da formação dela (...) E10 – UR89
Para discutirmos sobre esse fato, faz-se necessário conhecer como foi
desenvolvida a formação do Nutricionista desde o início. Na década de 30, a
Nutrição surgiu com seus olhos voltados a ações de caráter individual e curativo,
restringindo-se a Nutrição Clínica, em que o alimento era agente para o tratamento.
Nesse período, a alimentação coletiva também ganhou força, contudo as ações
eram de administração da alimentação de coletividades sadias e enfermas. Até
então, a promoção da saúde, prevenção da doença ou o meio em que se insere o
66
indivíduo não eram tão valorizados, isso porque, conforme Costa (1999), a prática
do Nutricionista originalmente estava ligada à prática clínica em âmbito hospitalar,
focado no saber biológico.
Quando as instituições formadoras e as associações de classe analisaram a
formação e detectaram as discrepâncias entre o perfil dos egressos e as
transformações ocorridas na sociedade, perceberam que isso foi consequência da
dicotomia existente entre o biológico e o social nos currículos de Nutrição. (COSTA,
1999, BOOG, 2008)
No I Seminário e II Diagnóstico dos cursos de Nutrição, um outro estudo
mostrou que egressos relatavam dificuldades em sua atuação decorrentes de falhas
no curso de graduação, no qual a falta de experiência prática e a dissociação entre a
teoria e prática foram os aspectos mais relevantes (COSTA, 1996), ou seja, ao se
defrontar com a prática, foi possível perceber que enfoques específicos voltados à
alimentação e nutrição são insuficientes.
A fragmentação do conhecimento, característica comum nos cursos de
graduação, pode refletir em uma prática durante a atuação profissional repleta de
obstáculos para a construção da integralidade da assistência. (FEUERWERKER,
1998).
Isso porque prevalece nos serviços a assistência individual centrada no
papel do médico e ao se inserir na prática, essa atuação é pequena diante da
necessidade de um trabalho com intervenções técnicas múltiplas, articuladas pela
interação dos agentes de diferentes áreas profissionais. (BOOG, 2008)
Para Costa (1999), faz-se necessário fomentar a relação entre o
conhecimento biológico e o social, entre o técnico e político, não apenas pela
formação em Nutrição, mas por todos os cursos da área de saúde. Promover uma
formação que se aproxime das questões comunicativas, comportamentais, éticas e
emocionais, da capacidade de interagir em equipe, da formação do profissional.
(BOOG, 2008)
67
Diante disso, para atuar no Programa Saúde da Família, é fundamental que o
nutricionista tenha uma formação que contemple as questões sociais com
capacidade de leitura dos problemas locais em todo território de abrangência das
equipes de Saúde da Família (SILVA, 2009), pois um olhar fragmentado e
intervencionista só limitaria os espaços de compreensão do contexto no qual se
desenrolam os processos de saúde e doença. (ROZEMBERG; MINAYO, 2001)
Pautada nesse cenário, é que Feuerwerker (2009) assinala a necessidade da
breve articulação de mudança na formação das diversas profissões da saúde,
buscando a construção das competências comuns dessas profissões. Isso
propiciaria desvestir-se da visão medicocêntrica e assumir a postura de um
profissional voltado à atuação biopsicossocial.
Profissionais não preparados para lidar com um novo modelo de formação
como a RMSF
A dificuldade de encontrar profissionais capacitados para desenvolver os
conteúdos teóricos, relacionar a teoria à prática e seguir um caminho metodológico a
partir de um planejamento pré-estabelecido é verificada nas falas dos entrevistados.
Ao observar a vivência prática, apesar de anteriormente a presença de
preceptores e tutores ter sido pontuada como facilitadores no processo de formação,
algumas falas demonstraram que em certos momentos, esse papel de facilitador não
foi efetivo, seja pela forma de seleção de tutores ou pelo desenvolvimento de suas
atribuições. Na teoria ou na prática, as falas pontuam que esses fatos não
permitiram adequado processo de ensino/aprendizagem.
Às vezes a gente não tinha profissionais tão capacitados pra dar
certos temas, então acabava que não clareava muita coisa, a gente
não conseguia nem absorver muito (AULAS) e nem aplicar muito
aquilo que tinha sido abordado. E3 – UR32
Eu vi muitos profissionais (TUTORES) que aceitaram os residentes
por uma questão de hierarquia, não porque eles tivessem
preocupados em formar os residentes (...) E4 – UR38
68
A necessidade de oportunizar aos residentes mudanças em sua formação,
ampliando seu olhar além da especificidade, é considerada como ponto relevante no
contexto das residências, porém, foi possível perceber que alguns sujeitos
considerados facilitadores desse processo também apresentavam dificuldades em
trazem em suas ações essas mudanças.
Ao encontro desse fato surge o resultado da oficina da Residência
Multiprofissional em Saúde, desenvolvida no 5° Fórum Nacional de Métodos Ativos
de Ensino-Aprendizagem na Faculdade de Marília, na qual foi pontuada a existência
de poucos preceptores com qualificação para atuar na Residência Multiprofissional
em Saúde da Família. (SGAMBATTI; et al, 2009)
Percebe-se que a estrutura que envolve o campo de formação precisa ser
pautada no objetivo da integralidade, absorvendo profissionais para atuar no campo
da prática e/ou na docência que tenham alterado sua estratégia formadora
anteriormente focada no caráter biológico e que consigam fazer a articulação com
uma aprendizagem que vise à construção de conhecimentos e não a sua
transmissão.
Boog (2008) traz uma critica importante ao reforçar a dificuldade de formar um
profissional com uma visão da Nutrição Social, que chegue ao campo de atuação
apto a exercer suas atribuições se, ao longo de seu processo de formação, não
conviveu com profissionais de sua categoria atuando regularmente nesse campo.
É fundamental que esse profissional que assume a responsabilidade de
educador perante o residente tenha a competência de saber mobilizar um conjunto
de conhecimentos, know-how, esquemas de avaliação e de ação e atitudes com a
finalidade de enfrentar com eficácia situações complexas e inéditas. (PERRENOUD,
2009b)
Esse
profissional
deve
saber
promover
a
integração
e
troca
de
conhecimentos, respeitando o espaço de cada um e percebendo que um mesmo
conhecimento técnico não permite igual entendimento aos que dele necessitam.
(FERNANDES, et al, 2005)
69
Então nesse momento, podem surgir algumas dificuldades para se trabalhar
em uma estrutura (RMSF) alicerçada em um modelo multiprofissional. É relevante
que sejam potencializadas essas diferenças, nas quais as visões de diversos
profissionais sejam utilizadas com uma vertente para melhor percepção de uma
situação, garantindo assim um resultado mais adequado à situação de cotidiano de
uma sociedade. (WAGNER; et al, 1999)
Para Oliveira (2006), uma residência deve prever em seu Projeto Político
Pedagógico estratégias para o desenvolvimento dos profissionais de saúde
envolvidos no contexto do serviço, instituindo um espaço de aprendizagem a partir
da reflexão da prática e de sua prática.
A educação permanente em Saúde seria uma estratégia relevante para a
recomposição das práticas de formação e controle social no setor saúde, entre
outras, sendo orientadora das iniciativas de desenvolvimento dos profissionais e das
estratégias de transformações das práticas de saúde. (CECCIM, 2005) Reforça-se
que impulsionar processos de educação permanente da rede SUS significa
reconhecer a responsabilidade desses processos na formação dos residentes.
(LAPPIS, 2009)
Também ao considerar formação, nota-se que a responsabilidade não se
restringe apenas aos tutores e preceptores, pois o cenário em que a Residência se
desenvolve, bem como sua estrutura de ensino e aprendizagem, é primordial para
garantir essa formação.
Na oficina da Residência Multiprofissional desenvolvida na Faculdade de
Marília, os participantes também referiram-se à qualidade dos cenários para o
desenvolvimento da prática, em que algumas vezes a atuação do residente limita-se
como mão de obra tomando lugar do processo de aprendizagem. (SGAMBATTI; et
al, 2009)
Tornado o local e os envolvidos no desenvolvimento da residência aptos a
trabalharem no Programa Saúde da Família, pode-se perceber esse campo como
70
um local de ensino-aprendizagem, isso se somarmos a esses fatores um movimento
reflexivo e crítico que saiba considerar as diversas formações.
Inserção em poucos cenários de aprendizagem como dificultador da formação
Para os entrevistados, aprimorar o processo de formação do nutricionista na
RMSF pode ter sido dificultado pela pequena diversidade de cenários de
aprendizagem, visto que permanecer em uma única área de abrangência territorial
limita a possibilidade de novas intervenções e discussões.
(...) cada nutricionista ficou numa realidade, então acho que isso
dificultou um pouco o aprendizado igual pra todo mundo. Você viver
uma coisa e você ouvir do outro que viveu não é a mesma coisa (...)
E8 – UR75
(...) ter uma troca assim, entre os postos, uma região trocar ir pra
outra pra viver aquela realidade, depois discutir o que tá fazendo,
que poderia fazer. E8 – UR78
Quanto mais diversificada e problematizadora for a estratégia de ensino a que
o residente está submetido, maior será sua possibilidade de aprendizado. E esse
fato pode ser melhor desenvolvido se somado a ele, proporcionar a diversidade de
cenários de prática.
No entanto, na residência em que o estudo foi desenvolvido, os residentes
permaneceram na mesma Unidade de Saúde da Família do início até o final do
processo de formação. A escolha por fixar os residentes em uma única unidade traz
sua fundamentação pautada na relevância que a construção de vínculo promove na
relação do profissional com o usuário, possibilitando estreitar e potencializar essa
interação.
Apesar disso, Ribeiro (2001) ainda reforça a necessidade de oportunizar na
formação condições para que seja experimentado o novo, isto é, proporcionar ao
indivíduo vivenciar diversos momentos e deparar muitas vezes com situações nunca
percebidas.
71
Essas diferentes situações podem de início refletir-se em alguns desconfortos
comuns no cotidiano do trabalho (usa-se a palavra trabalho por considerar a RMSF
como uma formação em serviço), mas para Ceccim (2005), essa condição é
indispensável para que uma pessoa decida mudar ou incorporar novos elementos a
sua prática, ou seja, a exposição a vários cenários pode traduzir-se em maiores
experiências.
Além disso, percebe-se que a diversificação de cenários de ensino e
aprendizagem é fundamental para aprimorar a articulação entre a teoria e a prática
(OLIVEIRA, 2008). Acrescenta-se a esse fato a prática ancorada por estratégias de
ensino que busquem a educação problematizadora, considerando o saber prévio do
aluno, refletindo na construção de um novo conhecimento que amplia a visão técnica
e permite resultar em um indivíduo socializado, crítico e reflexivo, capaz de ver além
de uma parte do corpo ou doença.
Esse tipo de educação oportuniza a manipulação de conteúdos, observação e
experimentação (PERRENOUD, 2009a), isso porque a situação em que o aluno está
exposto não é algo fictício e sim situações com que ele se defrontará durante sua
atuação.
Limitado arcabouço teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista
no PSF
A limitada produção teórica específica surgiu como dificultador, quando os
relatos sinalizam que o direcionamento das atividades de formação seriam mais
efetivos com o apoio de um adequado arcabouço teórico, por considerar que a teoria
ancora a prática que está sendo desenvolvida.
(...) a falta de um arcabouço teórico que desse conta da atuação do
nutricionista no Programa de Saúde da Família (...) E10 – UR92
(...) o resto da equipe multiprofissional teve que quase que construir
os seus textos teóricos o papel de cada um, numa equipe
multiprofissional, num programa de atenção primária. E10 – UR93
72
Durante o desenvolvimento da RMSF buscando aprimorar a formação do
residente nutricionista, foi realizado levantamento bibliográfico referente ao processo
de trabalho do nutricionista no PSF com a finalidade de nortear as ações realizadas.
A partir desse levantamento, foi percebida uma relevante produção científica sobre
ações de alimentação e nutrição desenvolvidas no âmbito da Saúde Pública, que
serviram como subsídio para os nutricionistas residentes, porém limitadas à
produção referente ao processo de trabalho específico do nutricionista no PSF.
O que existem são trabalhos divulgados em eventos como a II Mostra de
alimentação e nutrição no SUS, I Seminário internacional de Nutrição na atenção
primária, desenvolvida em Brasília em 2008, organizado pela Coordenação-Geral da
Política de Alimentação e Nutrição – CGPAN (BRASIL, 2009b), que serviu como
troca de experiências de nutricionistas, principalmente ao se tratar do Programa
Saúde da Família e como tema mais atual os Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
As experiências divulgadas e discutidas a partir de pôsteres e palestras
trouxeram contribuições de vários estados brasileiros, sendo que sua maioria tratou
do trabalho do nutricionista no PSF a partir de sua inserção em Residências
Multiprofissionais em Saúde da Família.
O Rio de Janeiro trouxe sua experiência intitulada “O Nutricionista na
Estratégia Saúde da Família: relato de uma experiência bem sucedida no município
do Rio de Janeiro”, expondo sua vivência nas visitas domiciliares a paciente
acamados,
práticas
de
educação continuada junto
às
equipes
do PSF,
desenvolvimento de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos
distúrbios nutricionais por meio dos grupos de prevenção, ações para diagnóstico
nutricional das populações adstritas e atendimento nutricional e promoção da
educação nutricional trabalhando com a intersetorialidade. (RANGEL; et al, 2009)
A residência multiprofissional desenvolvida em Sobral no Estado do Ceará
contribuiu com “Formação do nutricionista para atuação no NASF: a experiência da
Residência Multiprofissional em Saúde da Família em Sobral-CE”, esclarecendo
ações desenvolvidas pelo nutricionista nessa residência, pautados na promoção de
hábitos alimentares saudáveis, práticas interdisciplinares e intersetoriais de
73
promoção à saúde, apoio ao acompanhamento de beneficiários do Programa Bolsa
Família (vigilância nutricional) e além de parcerias com atores locais para
potencializar as ações. (ALVES, 2009)
A experiência trazida por São Luís (Maranhão) abordou o trabalho
desenvolvido pelos residentes nutricionistas com os agentes comunitários de saúde,
por considerá-los multiplicadores importantes no contexto do PSF – “A participação
do nutricionista em equipe multidisciplinar na atenção básica à saúde: um relato de
experiência”. (TELES; SILVEIRA; CARDOSO; 2009)
Ao fazer uma busca cientifica refinada nos bancos de dados da LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE
(Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic
Library Online), poucas experiências referentes ao processo de trabalho do
nutricionista no PSF foram encontradas. Isso reforça o fato de que o nutricionista,
mesmo sendo a partir das residências multiprofissionais, desenvolve suas ações no
PSF, como pudemos observar nas experiências apresentadas anteriormente, porém
ainda com pequena divulgação científica de suas atividades.
Talvez a construção do arcabouço teórico referente ao processo de trabalho
do nutricionista no PSF deva ser realizada a partir dos nutricionistas inseridos nas
residências multiprofissionais, uma vez que sua inserção fora desse contexto ainda
é pequena e atualmente se faz a partir dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família,
programa recente e que ainda está em processo de definição e implantação. Santos
(2005) reforça esse fato ao considerar a Residência em Saúde da Família como um
espaço para o nutricionista atuar no PSF e assim poder divulgar suas atividades e
ampliar o entendimento de seu processo de trabalho.
Ressalta-se que momentos como os proporcionados pela Coordenação-Geral
da Política de Alimentação e Nutrição - CGPAN são essenciais para conhecer a
vivência de outros cenários e promover trocas de experiências, podendo considerar
como campo de aprendizado que se reflete no aprimoramento do processo de
trabalho do nutricionista no PSF e amplia a formação desse profissional
74
A partir dos resultados encontrados nesse eixo temático, almeja-se publicálos na revista científica Interface – Comunicação, Saúde e Educação (ISSN 14143283). Essa revista possui Qualis B1 e é indexada pelas seguintes bases de dados:
Bibliografia Brasileira de Educação, CLASE (Citas Latinoamericanas en Ciencias
Sociales y Humanidades), DOA (Directory of Open Access Journal), EMCare,
LATINDEX (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de
América Latina, el Caribe, España y Portugal), LILACS (Literatura Latino-americana
e do Caribe em Ciências da Saúde), LLBA (Linguistics and Language Behavior
Abstracts), Scopus, Social Planning/Policy & Development Abstracts, Social Services
Abstracts e Sociological Abstracts.
75
6
FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFSSIONAL
EM SAÚDE DA FAMÍLIA: SUGESTÕES PARA O APRIMORAMENTO
Ao finalizar a análise dos resultados de um estudo, é possível notar a
necessidade de aprimoramento em diversas vertentes advindas do cenário em que
ele foi desenvolvido. Soma-se a isso a responsabilidade que uma pesquisa assume
em não ter esse espaço apenas como coleta de dados e sim levar contribuições
buscando melhorar a situação presente.
É com base nessas apreciações que as diretrizes do Mestrado Profissional do
Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS) estabelecem
a elaboração de um produto que tenha a finalidade de, a partir dos resultados da
pesquisa, elaborar uma proposta de aprimoramento como devolutiva ao cenário do
estudo.
O CEDESS permite autonomia do pesquisador e orientador para escolher
como esse produto será desenvolvido. A partir desse momento surge a proposta de
construir um produto que considere as sugestões fornecidas pelos sujeitos desta
pesquisa, somado a experiência da pesquisadora no cenário da Residência
Multiprofissional em Saúde da Família.
Os preceitos do Planejamento Estratégico Situacional (PES) foram utilizados
como direcionadores desse produto, isso porque esse tipo de planejamento
possibilita considerar a complexidade da realidade e reconhecer que sua explicação
depende da inserção de cada indivíduo envolvido no problema, sendo, portanto
parcial e múltiplo. (TANCREDI et al, 1998)
Agrega-se a isso a relevância de utilizar as sugestões dos entrevistados deste
estudo, uma vez que para o PES considerar o ponto de vista e percepções de todos
os envolvidos torna-se essencial pois caracteriza a significação das ações. (RIEG;
ARAUJO FILHO, 2002)
O PES diferencia-se da estrutura tradicional, uma vez que no planejamento
tradicional é possível verificar diagnóstico da situação, prognóstico único, plano por
76
setores, certezas e sujeitos como agentes. Já no planejamento estratégico
situacional, o diagnóstico é substituído por apreciações situacionais, o prognóstico
único por várias apostas em cenários, o plano por setores é assumido por plano por
problemas, certeza por incerteza e surpresas, no qual os sujeitos deixam de ser
agentes para serem atores do processo. (TANCREDI et al, 1998) Percebe-se
também que no PES existem várias possibilidades de ação, sendo que no modelo
tradicional, existem metas únicas.
Esse método nos faz assumir a realidade com todas suas nuances, sem
trabalhar com relações diretas de causa e efeito, isso porque se percebe que toda
situação ou cenário de aprendizado é passível de mudanças. (RIEG; ARAUJO
FILHO, 2002)
Teixeira e Fernandes (2003) consideram que definir e formular com clareza os
problemas torna-se ponto fundamental para a efetividade do planejamento, uma vez
que formulados os problemas e encontradas as causas críticas fica mais fácil
elaborar o plano de ações.
Nessa proposta de aprimoramento da formação do nutricionista na
Residencia Multiprofissional em Saúde da Família além de considerar a opinião dos
atores envolvidos no processo, utilizou-se também os nós críticos fundamentais para
o desenvolvimento do planejamento, obtidos a partir do eixo temático formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Os
quatros
momentos
propostos
pelo
PES:
Explicativo,
Normativo,
Estratégico e Tático-operacional (TANCREDI et al 1998; CECÍLIO, 1997) serviram
de direcionadores para a construção dessa proposta. Sendo para o PES empregado
o “momento” com a finalidade de fugir da ideia de “etapas”, sempre aplicadas nos
planejamentos tradicionais. (CECÍLIO, 1997)
Momento explicativo: buscando abandonar a ideia de diagnóstico proposto
pelo planejamento tradicional, nesse momento é solicitada a explicação situacional,
a problematização, no qual se percebe que algo não está adequado para um ou
mais atores, suscitando a necessidade de mudança da situação real, almejando uma
77
situação ideal. Neste estudo, as unidades de contexto advindas do subeixo
“Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na
Residência Multiprofissional em Saúde da Família” foram utilizadas como explicação
situacional, pois retrataram a problematização da situação a partir do ponto de vista
dos entrevistados.
Momento normativo: contempla como deve ser a realidade em contraposição
aos problemas presentes, sugerindo como alterar a realidade atual, estabelecendo
uma situação ideal. As sete categorias de análises que contemplam o subeixo
“Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na
Residência Multiprofissional em Saúde da Família”, surgem como solução para
desfazer os nós críticos apresentados, pois retratam uma situação ideal a partir do
ponto de vista dos entrevistados. As categorias são: Inserir o nutricionista no
campo de ensino buscando potencializar o aprendizado; Buscar nutricionista
com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica;
Buscar docentes que contemplem a diversidade de formações; Construir
estratégias de ensino com participação discente; Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino; Intensificar o enfoque de
pesquisa
e
momentos
de
discussão;
Educação
permanente
para
preceptores/tutores visando aprimorar o processo de ensino/aprendizagem.
Diferente do momento explicativo e normativo que tiveram como arcabouço
para sua construção unidades de contexto e categorias advindas das falas dos
entrevistados, os momentos que se seguem, estratégico e tático-operacional foram
desenvolvidos pautados na experiência da pesquisadora como preceptora de uma
Residência Multiprofissional em Saúde da Família, somado a finalização da
formação diante de um mestrado profissional. Portanto desse ponto em diante,
esses momentos surgem como contribuição da pesquisadora nesse processo.
Momento estratégico: análise do que pode ser feito, almejando resolução do
problema explicitado. Nesse momento, são sugeridas estratégias com a finalidade
de chegar o mais próximo possível do que foi considerado o ideal, tendo em vista
algumas limitações (políticas e financeiras) que envolvem esses problemas.
78
Momento tático-operacional: instalação do planejamento sugerindo as
estratégias/compromissos a serem desenvolvidas pautadas nas ações propostas
pelo momento estratégico. Soma-se a isso a responsabilidade de execução dessa
ação, ou seja, de quem é a governabilidade para o desenvolvimento dessa
estratégia.
Sugere-se ainda a avaliação do processo diante de cada estratégia proposta,
o responsável por realizá-la e sua periodicidade. O ato de avaliar surge com a ideia
de revisitar o planejamento, buscando aperfeiçoar e redirecionar suas propostas. No
caso deste estudo, visa sempre promover uma adequada formação do residente no
cenário que a Residência Multiprofissional em Saúde da Família estabelece.
Ressalta-se que como citado anteriormente o PES serviu apenas como
direcionador dessa proposta e apesar de seguir todos os momentos exigidos no
planejamento estratégico situacional, a estrutura desse proposta/produto não pode
ser considerada um PES, isso porque um dos preceitos desse planejamento é que
os autores envolvidos no processo participem integralmente de sua construção,
avaliação e replanejamento. No caso deste estudo desenvolvido em 2008, os atores
envolvidos fizeram parte apenas da gestão 2005-2007, não estando presentes na
residência atual.
Com a construção dessa proposta: “Formação do Nutricionista na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família – Faculdade Santa Marcelina/ Casa de Saúde
Santa
Marcelina:
sugestões
para
o
aprimoramento”,
notou-se
que
esse
planejamento não se restringe apenas a formação do nutricionista e sim a todos os
profissionais
presentes
na
residência,
uma
vez
que
nas
sugestões
de
aprimoramento, o enfoque dos entrevistados não foi apenas para a especificidade,
sendo que o que se almeja é a formação estruturada e integral, independente da
profissão.
Essa sugestão de planejamento será entregue à Coordenação da Residência
Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvida pela Faculdade Santa Marcelina
e Casa de Saúde Santa Marcelina, com expectativa de que o estudo traga
contribuições ao Projeto Político Pedagógico do Curso.
79
O produto: Proposta de aprimoramento do processo de formação na
Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Faculdade Santa Marcelina/
Casa de Saúde Santa Marcelina pode ser observado a seguir.
80
Inserir o nutricionista no
campo
de
ensino
buscando potencializar o
aprendizado
Ausência do nutricionista nas
Unidades de Saúde da Família
Docente
nutricionista
Buscar nutricionista com
conhecimento em PSF
para
aprimorar
a
abordagem
teórica
específica
Desenvolver
momentos
teóricos com docentes
nutricionistas
que
se
apropriem do processo de
trabalho do PSF
Inserir
a
equipe
de
residentes
que
tenha
nutricionista nas Unidades
de Saúde da Família na
área de abrangência do
NASF com nutricionista
como membro integrante
O que pode ser feito
Momento Estratégico
Desenvolver
momentos
teóricos
com nutricionistas exresidentes
ou
integrantes do NASF
que se apropriem do
processo de trabalho
do PSF
Inserir a equipe de
residentes que tenha
nutricionista
nas
Unidades de Saúde
da Família na área
de abrangência do
NASF
com
nutricionista
como
membro integrante
Compromisso
Parceiro da
Atenção Básica
+
Coordenação da
RMSF
Parceiro da
Atenção Básica
+
Coordenação da
RMSF
Responsabilidade
Momento Tático-Operacional
Avaliação por aula
ou módulo, sendo
realizada
pelos
residentes
e
docentes
Avaliar o processo
de aprendizagem
mensalmente,
tendo como um dos
avaliadores
o
nutricionista
do
NASF e o residente
nutricionista.
Avaliação
Observações
81
Instrumento modificado por Cunha, K. baseado no Planejamento Estratégico Situacional (MATUS) a partir da referência: CECÍLIO, L.C.O. Contribuições para uma teoria da mudança do setor
público. In: CECILIO, L.C.O.(org.). Inventando a mudança na saúde. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p.235-333.
*
(...) a parte teórica da Nutrição no
PSF, a gente precisaria de um
profissional que trabalha-se bem essa
questão do tema na saúde pública,
que tivesse esse domínio. E1 – UR7
(...) poderia ser melhor se tivesse já
um profissional que já tivesse inserido
no PSF, seria com certeza muito mais
enriquecedor como é toda residência
(...)E9 – UR87
Desenvolvimento adequado da teoria
específica voltada para a Saúde
Pública/PSF
Um nutricionista na
Unidade de Saúde da
Família
Possibilidades
O que deve ser feito
Problematização
(...) a inserção desse profissional
(NUTRICIONISTA) no PSF, se
tivesse já nutricionistas lá na unidade,
tendo em quem se espelhar, se teria
uma ideia melhor, não chegaria tão
perdido (...)E5 – UR47
Momento Normativo
Momento Explicativo
Santa Marcelina/ Casa de Saúde Santa Marcelina *
Proposta de aprimoramento do processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Faculdade
(...) tem que ser uma residência
participativa, mas isso não quer dizer
que é... a instituição não determine o
cronograma, os objetivos, o que eles
querem para aqueles alunos, então
Necessidade de planejamento
pedagógico que vise a participação
discente
(...) (ATIVIDADES) ser construídas
juntamente com o residente (...) E2 –
UR20
(...)
aulas
com
profissionais
qualificados, sabendo o que vai falar
como vai falar, de maneira que seja
bacana
pra
todo
mundo,
aprendizagem. E9 – UR84
(...) precisa que tenha profissionais
que tenham um embasamento pra
falar pra pessoas de diversas
formações e que façam com que
todos independente de que formação
tenha tido, compreendam. E3 – UR34
(...) Aulas mais estruturadas, com
profissionais
realmente
que
entendam do assunto específico (...)
E9 – UR84
Inserção de profissionais com
abordagem interdisciplinar
Planejamento de ensino
estruturado, porém visando
envolvimento discente no
desenvolvimento do
processo
ensino/aprendizagem.
Construir estratégias de
ensino com participação
discente
Docentes com visão
interdisciplinar
Buscar docentes que
contemplem a
diversidade de formações
especialista em PSF
Módulos teóricos e práticos
com
estratégias
problematizadoras,
nas
quais
os
preceptores/tutores
são
capacitados, fazendo com
que o residente seja
corresponsável pelo seu
processo de aprendizagem.
Presença de profissionais/
docentes que desenvolvam
seu processo de trabalho
com
abordagem
multi/interdisciplinar,
podendo
contribuir
no
processo
de
ensino/aprendizagem
considerando a diversidade
profissional da Residência.
Presença
de
docentes
que
desenvolvam
estratégias de ensino
a
partir
da
diversidade
profissional
dos
residentes. Docentes
esses que podem
estar nos serviços
que contemplem a
saúde pública, como
por exemplo: NASF,
Centro
de
Apoio
Psicossocial (CAPS),
DST-Aids, Centro de
Referência do Idoso
(CRI), entre outros,
pois
desenvolvem
suas
ações
com
abordagem
multiprofissional.
Módulos teóricos e
práticos
com
estratégias
problematizadoras,
nas
quais
os
preceptores/tutores
são
capacitados,
fazendo com que o
residente
seja
corresponsável pelo
seu processo de
aprendizagem.
+
Tutores
+
Preceptores
+
Docentes
Demais parceiros/
instituições
+
Coordenação da
RMSF
por
sendo
pelos
e
82
Avaliação
por
estratégia
sendo
realizada
pelos
docentes,
preceptores,
tutores e residentes
Avaliação
módulos,
realizada
residentes
docentes
(...) já tem uma produção de
monografia, de artigo, então que isso
fosse reunido, organizado, estudado
e investimento em pesquisa E10 –
UR94
Necessidade de capacitação dos
preceptores/tutores
(...) pegar os tutores que vão fazer
parte da residência fazer um curso
com eles, explicando que eles vão ta
recebendo, que é esperado dessa
equipe (...) E5 – UR51
(...) ver tipos populacionais diferentes,
aumentar a diversidade na técnica
dele, no aprendizado. E12 – UR101
Discussão limitada de estudos de
casos e pequena produção científica
Maior cobrança por parte do
preceptor de território de discussão
de caso, porque não teve muito, tinha
os casos, mas ficava entre nós, não
ia mais numa coisa mais profunda
(...) E2 – UR26
ficou uma coisa muito aberta eu achei
na minha formação (...) E4 – UR42
Carência de cenários adequados
para o processo de
ensino/aprendizagem
(...) acho que a escolha do local onde
o residente vai passar o período da
residência tem que ser feita
pensando quem trabalha nesse posto
tem condições de receber o
residente, atua da maneira correta,
da forma como se pensa o PSF (...)
E3 – UR37
Educação permanente
para preceptores/tutores
visando aprimorar o
processo de
ensino/aprendizagem.
Produção de artigos
científicos e discussão de
caso a partir da
multiprofissionalidade
Intensificar o enfoque de
pesquisa e momentos de
discussão
Campo de ensino que
proporcione
desenvolvimento adequado
dos preceitos do PSF e
relação clara e construtiva
com a atenção básica.
Repensar e diversificar
cenários que sirvam
como campo de ensino
Inserir os residentes
em
locais
que
estabeleçam
a
trajetória das linhas
de cuidado que o
usuário
percorre
durante o processo
de
assistência,
promoção
e
prevenção em saúde
favorecendo
o
processo de ensino e
aprendizagem
do
residente.
Produção de pelo
menos um artigo
científico além do
trabalho
de
conclusão durante o
período da RMSF.
Intensificar
momentos
de
discussão de casos
abordagem
multiprofissional nas
reuniões de equipe.
Promover educação
permanente
com
tutores
e
preceptores.
Inserir os residentes em
locais que estabeleçam a
trajetória das linhas de
cuidado que o usuário
percorre
durante
o
processo de assistência,
promoção e prevenção em
saúde,
favorecendo
o
processo de ensino e
aprendizagem do residente.
Produção científica durante
o período da RMSF, além
do trabalho de conclusão.
Intensificar momentos de
discussão
de
casos
abordagem
multiprofissional.
Promover
educação
permanente com tutores e
preceptores.
Parceiro da
Atenção Básica
+
Coordenação da
RMSF
Residentes
+
Tutores
+
Preceptores
Gerência de
demais instituições
+
Parceiro da
Atenção Básica
+
Coordenação da
RMSF
Residentes
83
Avaliação a partir
do
desenvolvimento
do processo de
trabalho
e
envolvimento
do
preceptor/tutor na
RMSF.
Avaliação por meio
do
aceite
nas
revistas indexadas.
Avaliação
da
participação
e
aprendizado
a
partir
das
discussões, sendo
realizada
por
Preceptores,
Tutores
e
Residentes.
Avaliação
do
desenvolvimento
das
ações,
realizada
pelos
preceptores
e/ou
demais
pessoas
que acompanham
esse processo.
Preceptor/Tutor como
facilitadores da formação
Tutores
+
Preceptores
+
formação do nutricionista nas Residências Multiprofissionais em Saúde da Família.
84
Existe a pretensão de publicação científica também desse subeixo temático, tendo em vista sua contribuição para a
(...) eu acho que o tutor também pode
se preparar para buscar o potencial
de cada residente, mesmo que aquilo
não seja próximo do que ele espera
dar mais autonomia para o residente
desenvolver suas potencialidades (...)
E6 – UR 62
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Residência Multiprofissional em Saúde da Família surgiu como um espaço
fundamental para o desenvolvimento da atuação do nutricionista no PSF,
possibilitando aproximação com as premissas que ancoram essa estratégia.
Durante o desenrolar de sua prática, a partir da Residência, o nutricionista
conseguiu
perceber
sua
especificidade
como
relevante
para
intervenções
nutricionais, seja na assistência, promoção ou prevenção de doenças, porém
insuficiente diante da diversidade de fatores sociais, culturais e psicológicos que o
contexto do PSF o expôs.
É sabido que o nutricionista, ao trabalhar com a alimentação, considera os
fatores que podem influenciar um distúrbio nutricional; contudo, temas como cultura,
educação em saúde, família, violência, alterações psicológicas entre outros, com os
quais o nutricionista ainda não tem grande apropriação, interferem no padrão
alimentar de um indivíduo e consequentemente em sua saúde.
Apesar da dificuldade em trabalhar assuntos que extrapolem a especificidade,
o nutricionista, durante a atuação, foi percebido como um agente de estratégias de
promoção à saúde e prevenção de agravos na amplitude de cenários que o PSF
abarca. A valorização de seu conhecimento específico tornou-se relevante diante de
seu olhar mais refinado em situações que envolvem a alimentação e nutrição.
Diante desse fato, acredita-se que os relatos que trazem compreensão pouco
clara da atuação do nutricionista no PSF podem ser modificados a partir da inserção
desse profissional além das residências multiprofissionais, o que atualmente pode
ser possível pela implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Esses núcleos têm por objetivo ampliar a abrangência e o escopo das ações da
atenção básica, bem como sua resolubilidade, compartilhando as práticas em saúde
nos territórios sob responsabilidade das Equipes de Saúde da Família. A presença
do nutricionista no NASF é relevante, tendo em vista o perfil epidemiológico e
nutricional do Brasil.
85
Ao olhar para a formação a partir da residência, notou-se que sua estrutura
somada ao processo de trabalho do PSF permitiu ao nutricionista aprimorar sua
formação prévia ao se aproximar e conhecer o indivíduo, sua família e comunidade.
Assim, fez o nutricionista considerar a multifatoriedade presente nesse contexto,
conseguindo compreender melhor as necessidades e dificuldades dos indivíduos,
para que por meio de sua intervenção nutricional pudesse trabalhar com a
sensibilização e empoderamento de mudanças no estilo de vida.
Além disso, o nutricionista, em conjunto com os outros profissionais, teve a
oportunidade de, a partir de vivências práticas e discussões teorias, buscar uma
intervenção integral ao indivíduo e sua família e esse fato foi potencializado pela
estrutura da RMSF que permitiu espaço protegido de formação, abrindo caminho
para novas práticas de ensino-aprendizado.
Esse espaço com grande enfoque multiprofissional promoveu intensidade na
interação entre as profissões que estavam inseridas na residência, permitindo que
os residentes aos poucos saíssem do campo médico-hegemônico pautado no olhar
fragmentado e intervencionista e percebessem a amplitude do contexto em que o
processo saúde/doença se desenrola. Assim o ato de compartilhar saberes
diversificados, as interações e trocas cotidianas entre as diferentes profissões foram
em grande parte responsáveis pela ampliação desse olhar agora voltado à
integralidade.
Diante disso, um ponto fundamental a ser trabalhado é o preparo dos
profissionais considerados facilitadores desse processo. Ao afirmar que as
residências surgiram como instrumento para minimizar a carência qualitativa dos
profissionais da saúde, ressalta-se a necessidade de mobilizar e qualificar os
facilitadores – tutores e preceptores, que devem saber considerar a multi e a
interdisciplinaridade como fundamentais para a atuação e que assumam a
responsabilidade como facilitadores no processo de formação no novo modelo
proposto pela Residência, possibilitando transformações no processo de trabalho
dos profissionais a serem formados para o SUS.
86
Outro aspecto relevante é olhar para o processo de formação desenvolvido
pelos programas de Residência Multiprofissionais em Saúde da Família e buscar
sempre o aprimoramento desse processo, seja durante seu desenvolvimento e/ou
no final de cada gestão. Pautado nesse aspecto, o fato de ouvir e promover esse
aperfeiçoamento, a partir das sugestões advindas dos envolvidos na residência,
agrega parte do caráter participativo necessário para o aprimoramento do projeto
pedagógico do programa visando desenvolver uma adequada formação.
Todas as considerações feitas até o momento não expressam a ideia de que
o nutricionista tenha de dar conta de toda complexidade presente na atenção básica.
Mas sim, fazer com que ele tenha sua formação, neste caso a partir da pósgraduação, desenvolvida em momentos compartilhados com outras profissões, que
amplie o leque de possibilidades de atuação, vivencie novas experiências,
resultando em um somatório de conhecimentos que o fará, em novas situações, ter
um olhar integral e diferenciado somado a sua especificidade.
87
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Rev. Nutr. Campinas, v.21, n.1, p. 7-19. 2008.
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Secretaria Nacional de Juventude; altera as Leis nos 10.683, de 28 de maio de 2003,
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88
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dez. 1999.
96
ANEXOS
Anexo A - Aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa
Marcelina.
97
Anexo B – Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
de São Paulo.
98
99
Anexo C – Resposta de Revista de Nutrição demonstrando a submissão do artigo:
O nutricionista no Programa Saúde da Família: sua atuação a partir do olhar dos
profissionais de saúde.
100
APÊNDICES
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A pesquisa: “Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o
Programa Saúde da Família” é um estudo que tem como objetivo investigar a
formação do nutricionista a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da
Família com vistas a sua atuação no Programa Saúde da Família.
Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária
neste estudo, que consiste em entrevista gravada. As perguntas serão feitas pela
pesquisadora responsável pelo estudo, após agendamento de local e horário,
conforme disponibilidade do entrevistado.
Você só será incluído na pesquisa após sua autorização e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As informações colhidas são de
caráter confidencial em todas as fases da pesquisa, sendo que ao serem publicadas,
resguardarão sua identificação.
Em qualquer etapa do estudo, você terá livre acesso a todas as informações
coletadas, bem como esclarecimento de eventuais dúvidas. Ressalta-se que o
consentimento para participar pode ser recusado ou retirado a qualquer momento da
realização da pesquisa, sendo que sua participação não lhe trará nenhum prejuízo,
compensação financeira ou despesa. As informações sobre o resultado da pesquisa
estarão disponíveis e serão enviados mediante a sua solicitação.
O principal investigador é a nutricionista Irani Gomes dos Santos, que pode ser
encontrada no endereço: Avenida Padres Olivetanos, nº. 57 apto 143, Vila
Esperança - São Paulo-SP; nos telefones: 11 20234413/ 11 98076710; e no e-mail:
[email protected]. Caso haja alguma consideração ou dúvida relacionada à
ética desta pesquisa, você pode entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa da UNIFESP – Rua Botucatu, 572, 1º andar, cjt 14, São Paulo–SP.
Telefone: 5571-1062, FAX: 5539-7162, E-mail: [email protected].
101
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Fui suficientemente informado (a) a respeito da Pesquisa: “Residência
Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família”,
por meio das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o
estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos da pesquisa, os
procedimentos a serem realizados e seus desconfortos e riscos, as garantias de
confidencialidade, e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que
minha participação é isenta de qualquer despesa.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo, e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades,
prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido com esta
pesquisa.
________________________________
Assinatura do entrevistado
Data
/
/
________________________________
Assinatura da testemunha
Data
/
/
(Somente para o responsável do projeto)
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste entrevistado para a participação neste estudo.
__________________________________
Assinatura do responsável pela pesquisa
Data
/
/
102
E1 – UC3 – UR4 E1 – UC3 – UR4 Ausência
Compreensão pouco clara do profissional no PSF
da
atuação
do
nutricionista.
E1 – UC3 – UR5 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
UC3 Então às vezes algumas coisas que
se espera muito do nutricionista por ser
um profissional novo e a equipe não
consegue dar suporte para aquilo, acaba
sendo dele, mas eu acho que a atuação
do nutricionista seria muito na promoção
e prevenção da saúde.
103
E1 – UC2 – UR3
Compreensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
UC2 Então eu acho que muitas vezes a E1 – UC2 – UR3 muitas vezes a gente
gente fica numa situação que o fica numa situação em que o nutricionista
nutricionista tem que dar conta de tudo, tem que dar conta de tudo.
mas ele não tem o preparo pra isso.
Então por exemplo... hã.... casos de uma
síndrome mais rara.. hã que já seria uma
atenção de outro nível, hã...dieta ...uma
desnutrição muito grave, que não seja
uma desnutrição primária... hã... que
mais... hã... criança por exemplo com
paralisia cerebral, tem algumas crianças
que são muito grave, dieta enteral.
E1 – UC3 – UR4 se espera muito do
nutricionista por ser um profissional novo
e a equipe não consegue dar suporte
praquilo, acaba sendo dele.
E1 – UC3 – UR5 a atuação do
nutricionista seria muito na promoção e
prevenção da saúde.
E1 – UC1 – UR1 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1 - UC1 – UR2
Compreensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1 - UC1 - UR1 a principal atuação que o
nutricionista poderia ter é na promoção
da saúde.
E1 - UC1 – UR2 demanda maior que não
competiria ao nutricionista no PSF, por
falta de não ter pra onde referenciar.
SUBCATEGORIAS
CATEGORIAS
UNIDADE DE REGISTRO
UNIDADE DE CONTEXTO
Entrevistado 1 (E1)
UC1 Hã... eu acho que a principal
atuação que o nutricionista poderia ter é
na promoção da saúde. Eu acho que
seria o foco principal, mas acaba
surgindo uma demanda maior, hã... que
não compete... eu acho que não
competiria ao nutricionista no PSF, mas
eu acho que por falta de não ter pra onde
referenciar.
Apêndice B – Eixo temático 1: Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
–
UC6
–
UR11 E1
–
UC6
–
104
UR11
E1 – UC6 – UR9 Atuação E1 – UC6 – UR9
na Promoção e Prevenção Diversidade de estratégia
de educação
UC6
–
UR10
E1 – UC6 – UR10 E1–
Atuação na Promoção e Diversidade de estratégia
de educação
Prevenção
E1 – UC6 – UR9 pode trabalhar muito
bem a promoção numa estratégia
interessante que o nutricionista domina.
E1 – UC6 – UR10 o alimento na verdade
ele acaba sendo só uma ferramenta e
você pode trabalhar nutrição ou outros
temas.
UC6 Que talvez se eu tiver... no
momento eu não conseguia ter.. por
causa de horário, apoio... é... a presença
de outros profissionais né, por exemplo o
psicólogo, o TO né... um assistente
social que reforçaria esse trabalho multi
né, porque diversos temas surgiam que
extrapolavam a alimentação, como
violência, como alcoolismo, como evasão
escolar, que o nutricionista não tem né
E1 – UC6 – UR11 oficina culinária com
crianças, a gente fazia um vínculo bem E1
E1 – UC5 – UR7 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1 – UC5 – UR8 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1 – UC5 – UR7 experiência de trabalhar
com oficina culinária, com crianças bem
no sentido da promoção da saúde.
E1 – UC5 – UR8 eram crianças que iam
lá pra gente cozinhar, pra trabalhar
diversos temas envolvendo saúde
infantil.
UC5 Hã eu acho que falando em
promoção acho que foi a atuação que
mais marcou que já foi mais no fim da
residência quando tava com uma
experiência, depois de já ter feito muito...
tentado fazer muitas coisas que não
deram certo... de ter feito errado. Foi
experiência de trabalhar com oficina
culinária, com crianças bem no sentido
da promoção da saúde, que eram
crianças que não necessariamente
tinham alguma... alguma deficiência
nutricional, algum risco nutricional ... e
eram crianças que iam lá pra gente
cozinhar,
pra
gente
trabalhar
alimentação, trabalhar diversos temas
envolvendo saúde infantil né.
E1 – UC5 – UR7
Diversidade de estratégia
de educação
E1 – UC5 – UR8
Diversidade de estratégia
de educação
E1 – UC4 – UR6
Compreensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1– UC4 – UR6 nutricionista até pode
dar um suporte, mas acaba ficando muito
com ele, porque não tem pra onde
referenciar.
UC4 Outro nível. Que eu acho que
nutricionista até pode dar um... um
suporte mas eu acho que acaba ficando
muito que.. com... que ele fosse resolver
aquilo porque você não tem pra onde
referenciar... então ele que vai resolver.
E1 – UC8 – UR13 Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
E1 – UC8 – UR13 questão da nutrição no
próprio município na atenção básica, ela
é muito desarticulada, a gente não tem
sistema de vigilância nutricional.
E1– UC8 – UR14 a gente não tem um
direcionamento da atenção básica, num
tem por onde a gente começar a
UC8 E até assim, não só em relação à
Nutrição aqui né... que a gente sabe que
não tá... não tá inserida, mas por
exemplo de outros lugares, a gente não
sabe como está estruturado esse serviço
e até assim a questão da Nutrição no
próprio município na atenção básica
105
E1 – UC8 – UR14 Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
E1 – UC7 – UR12 E1 – UC7 – UR12 Falta
Compreensão pouco clara de direcionamento para
da
atuação
do atuação no PSF
Nutricionista.
E1 – UC7 – UR12 são difíceis os
facilitadores pelo fato de não termos
nutricionista inserido, não sabemos... não
ter muito direcionamento.
UC7 Hã.... assim, específico que eu acho
que da Nutrição foi... são difíceis os
facilitadores pelo fato de não termos
nutricionista inserido, não sabemos....não
ter muito direcionamento. Acho que o
que nos ajuda são coisas maiores, por
exemplo, o fato de ter uma política
nacional de alimentação e Nutrição ... eu
acho ajuda a nortear esse trabalho.
E1–
UC8
–
UR13
Compreensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1 – UC8 – UR14
Compreensão pouco clara
da
atuação
do
Atuação na Promoção e Diversidade de estratégia
de educação
Prevenção
a... esse preparo pra lidar com isso. Mas gostoso, podia trabalhar diversos temas.
eu acho é... foi algo que marcou muito
como se pode trabalhar muito bem a
promoção numa estratégia interessante...
muito interessante que o nutricionista
domina né... então...o âmbito do que vai
trabalhar... o alimento na verdade ele
acaba sendo só uma ferramenta e você
pode trabalhar Nutrição ou outros temas.
Então eu acho foi algo que marcou e
sempre que possível eu levava para
outras... outras... outros grupos, levava
essa estratégia de oficina culinária, mas
era um grupo específico, esse de oficina
culinária com crianças, a gente fazia um
vinculo bem gostoso, podia trabalhar
diversos temas.
como um todo, ela é muito ainda
desarticulada, a gente não tem sistema
de vigilância nutricional, que por
exemplo, os outros municípios, as outras
residências a gente sabe que era a base
de trabalho, e quando nós falávamos que
a gente não tinha SISVAN, os outros
residentes falavam Eh como vocês
trabalham? A gente trabalha da forma
que a gente quer. E era ... e essa é a
verdade, a gente trabalha achando...
trabalhou achando que assim daria certo,
foi muito interessante foi um trabalho
conjunto né... acertamos algumas coisas,
erramos muitas outras né... mas eu acho
que isso é o que pega... a gente não tem
um
direcionamento,
nossos
direcionamentos são muito macros né...
da atenção básica, que viria da CGPAN,
mas do município a gente não tem
orientação nenhuma, num tem algo que
por exemplo pudesse ir na atenção
básica do município, na secretária, e
falar tá.. o que... por onde a gente
começa a Nutrição? A gente não tem
essa referência.
E2
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade
Básica de Saúde de Família tem diversas
áreas de atuação. Ela vai... atua em
grupos educativos, trabalhando com a
promoção,
com
prevenção
de
doenças...é.... pode trabalhar na parte
ambulatorial...vai... ela tem... é ...a
oportunidade de conhecer a casa do
106
E2 – UC9 – UR15 Visão
ampliada de cenários de
atuação.
E2 – UC9 – UR16 E2 – UC9 – UR16
Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
Prevenção.
de educação.
E2 – UC9 – UR15 o nutricionista, na
Unidade Básica de Saúde de Família tem
diversas áreas de atuação.
E2 – UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA)
atua em grupos educativos, trabalhando
com a promoção, com prevenção de
doenças.
E2 – UC9 – UR17 ela tem a
E2 – UC9 - UR17
nutricionista.
Nutrição.
E2 – UC10 – UR18 tem vários, tem E2 – UC10 – UR18 Visão
ampliada de cenários de
vários leques de atuação.
atuação.
E2 – UC10 – UR19 a gente pode ver em E2 – UC10 – UR19
relação a outras áreas como é que a Atuação na Promoção e
gente pode atuar em ações de promoção Prevenção.
de saúde, não só muito específico na
área de Nutrição.
E2 – UC11 – UR20 o grupo de
desnutrição... então a gente fez todo um
trabalho que envolveu a enfermagem, os
auxiliares, os médicos, de triagem
dessas crianças.
E2 – UC11 – UR21 É grupo de diabetes,
os médicos não sabiam informar muito
bem a respeito da dieta, a gente ia e
informava, isso já ia capacitando o
médico que já estava ali presente.
UC10 Acho que eu achei... gostei
bastante do...da atuação né..., tem
vários... tem vários leques de atuação
né, e não só na parte específica, então a
gente pode ver é ... ver em relação a
outras áreas como é que a gente pode
atuar, pensar em não ficar só atuando na
nossa área, mas em ações de promoção
de saúde, não só muito específico na
área de Nutrição.
UC11 Acho que um dos pontos mais
fortes foram os grupos multiprofissionais
que nós desenvolvemos, seja pro
diabético, pro desnutrido. Então por
exemplo é.... o grupo de desnutrição...
então a gente fez todo um trabalho que
envolveu a enfermagem, que envolveu
os auxiliares, que envolveu os médicos
de triagem dessas crianças. Aí depois
é... foi feito um levantamento de quais
eram as desnutridas, quais não eram e
foi feito um grupo.. de ...multiprofissional
com médico, enfermeira, a gente se
atualizou, um trocou informação com o
E2 – UC11 – UR21
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E2 – UC11 – UR20
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
oportunidade de conhecer a casa do Atuação favorecida pela
paciente, como ele tá inserido, quais são dinâmica do processo de
as dificuldades pra aderência do trabalho do PSF.
tratamento.
paciente, conhecer ...é, como que ele tá
inserido, quais são as dificuldades que
ele tem pra aderência do tratamento.
Então isso eu acho muito bom pra.. pra
gente ter uma visão mais ampla, né. Não
só ali no consultório dando só um..um
enfoque, então a gente pode ter outro
tipo de abordagem na... no PSF com o
nutricionista.
107
E3 – UC14 – UR24
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E3 – UC14 – UR25
Visão
ampliada
de
cenários de atuação.
108
E2 – UC13 – UR23 um grupo pra perder E2 - UC13 – UR23 E2 – UC13 – UR23
peso teve um cardápio, consultas Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
individuais, onde o grupo multi também Prevenção.
participava.
UC13 Teve o grupo também de.. pra
perder peso, que o pessoal ficava mais
motivado pra perder peso ....é... a gente
teve um cardápio pra cada um, cada um
também
passou
em
consultas
individuais, onde o grupo multi também
participava.
E3
UC14 Eu acho que principalmente né..
pensando em Saúde da Família tem ...
tem que pensar em promoção da saúde
né... em prevenção de doenças não...não
só focado em atendimento.... como se
fosse um atendimento ambulatorial e não
E3 – UC14 – UR24 em Saúde da Família
tem que pensar em promoção da saúde,
prevenção de doenças.
E3 – UC14 – UR25 não só focado em
atendimento como se fosse ambulatorial
e não trabalhar grupo educativo, visita
E2 – UC12 – UR22 nas visitas E2 – UC12 – UR22 E2 – UC12 – UR22
domiciliares, melhorando a higiene Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
daquele alimento, orientando o volume, Prevenção.
os tipos de alimentos mais adequados.
UC12 É... nas visitas domiciliares a gente
pode ajudar as pessoas acamadas
com... melhorando a higiene do...
daquele alimento que era preparado...é,
orientando o volume, orientando.... deixa
eu ver .... orientando volume.......
orientando os tipos de alimentos mais
adequados.
outro, trocamos experiências e fizemos o
grupo
né...
e
depois
teve
acompanhamento das crianças. É grupo
de diabetes, então é... os médicos não
sabiam informar muito bem a respeito da
dieta, ...a gente ia e informava é... o
pessoal a respeito da dieta adequada ...
isso já ia capacitando o médico que já
estava ali presente, a dentista falava
alguma coisa, a gente já capacitava ali,
então a gente tinha muito conhecimento.
UC15
–
UR27 E3 - UC15 – UR27
E3 – UC15 – UR27 os grupos no posto E3não tinham um retorno, os pacientes não Atuação na Promoção e Diversidade de estratégia
de educação
frequentavam, esse grupo pra perda de Prevenção.
peso foi um grupo que se manteve, a
gente conseguiu dar andamento.
UC15 É difícil escolher...tá...eu acho que
eu vou pegar como exemplo um grupo
educativo que .. que eu sempre
desenvolvia que .. que foi um grupo ...
que não teve durante um bom tempo
durante a residência, que era o grupo de
pacientes que... que começaram a
passar comigo em consulta pra perda de
peso, o foco principal era pra perda de
peso, alguns tinham outras coisas
associadas,
né...dislipidemia
né
hipertensão, mas o foco mesmo era a
mudança da alimentação pra perda de
peso. Então é....então a gente né,
desenvolvia esses grupos mensais né,
tinha um retorno legal, era um grupo... os
grupos a gente percebia no posto que
não tinha um retorno dos pacientes, os
pacientes não frequentavam... ia uma
vez e não voltava mais e esse grupo foi
um grupo que se manteve né... eu acho
que seis, sete meses a gente conseguiu
dar andamento nesse grupo. Não sei se
era o que você queria ouvir....
109
domiciliar, envolver a família, outros
profissionais que trabalhem na unidade.
E3 – UC14 – UR26 voltar mesmo pra E3 – UC14 – UR26
promoção da saúde, pra conseguir tratar, Atuação na Promoção e
educar e orientar antes que a pessoa Prevenção.
seja acometida por algum agravo.
trabalhar grupo educativo, não trabalhar
visita domiciliar, envolver a família,
envolvendo é... outros profissionais que
também trabalhem na unidade, e...mas
eu acho que ... que basicamente é..é
voltar mesmo pra promoção da saúde,
pra conseguir tratar né, educar e...,
orientar antes que a pessoa seja
acometida por... por algum agravo.
UC17 Uma situação que eu desenvolvi...
há... eu acho que foi a questão do grupo
de papas né, pra mim foi muito forte isso,
porque a mãe ela tem... tinha muita
dificuldade em trabalhar realmente é...
com que o médico ou enfermeiro falava...
e ela tinha dificuldade de viver aquilo
concretamente, ou seja, ver o alimento,
qual alimento vai colocar, e às vezes a
escolaridade também dificulta porque ela
não consegue é... ver mentalmente a
E4
UC16 Eu acho que na minha concepção
é... a atuação do nutricionista é na
prevenção né... acho que dentro do
modelo do PSF que já existe com as
prioridades, é tá atuando mesmo em
ações de alimentação, segurança
alimentar, mas principalmente em
prevenção e promoção, não só a questão
curativa. Porque eu acho que a questão
curativa ela vem, a demanda, ela chega
na.. na unidade, mas minha concepção o
nutricionista tem que ser um agente que
busca é... ações preventivas e buscar
aquelas pessoas também que não
chegam ao serviço. E dentro da estrutura
que já tem na saúde da família eu acho
se insere muito bem né...é... com a
gestante, com crianças, com idosos, com
acamado, isso a gente é... já se insere
com muita facilidade. Mas eu acho que
nutricionista tem que estar trabalhando
principalmente com prevenção.
E4 – UC16 – UR30
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E4 – UC16 – UR29
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E4 – UC16 – UR28
Atuação na Promoção e
Prevenção.
110
E4 – UC17 – UR31 a gente fez junto as E4 – UC17 – UR31 E4 - UC17 – UR31
papas, foi muito construtiva, a questão Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
educativa a gente conseguiu fazer junto Prevenção.
com aquelas pessoas, não ficar só
falando, transferindo o conhecimento.
E4 – UC16 – UR28 a atuação do
nutricionista é na prevenção, atuando
mesmo em ações de alimentação,
segurança alimentar, mas principalmente
em prevenção e promoção, não só a
questão curativa.
E4 – UC16 – UR29 o nutricionista tem
que ser um agente que busca ações
preventivas e buscar aquelas pessoas
também que não chegam ao serviço.
E4 – UC16 – UR30 nutricionista tem que
estar trabalhando principalmente com
prevenção.
UC18 Bom, não sei se é essa a
resposta... mas o que me facilitou muito
eu acho que foi é... o próprio... a própria
estrutura do posto de saúde, os
pacientes já cadastrados é... os agentes
comunitários que já tinham essa... um
olhar né, eles já conseguiam enxergar
essa demanda. Eu acho que isso é..é...
facilitou bastante minha atuação. Quando
eu entrei na unidade apesar das
dificuldades que a gente teve... mil e
umas... mas eu acho que ter aquela
população pronta pra né... eu me senti
assim é... é como se eles tivessem me
aguardando né... quer dizer as
demandas estavam ali prontas, os
pacientes estavam ali, a facilidade de
você chegar nas casas.
coisa abstrata... sabe a papinha, qual é a
consistência, qual tempero que eu
coloco.. então eu acho que o grupo
quando a gente fez junto as papas, eu
acho que foi uma coisa muito construtiva,
então a questão educativa a gente
conseguiu fazer junto com aquelas
pessoas,
não
ficar
só
falando,
transferindo o conhecimento. A gente
acha que transfere mas muitas vezes ele
não chega pra ... pra pessoa que precisa
realmente assimilar aqui. Então o que
ficou muito forte pra mim foram esses....
esse grupo né, com mães. Acho que é só
isso.
E4 – UC18 – UR32 o que facilitou foi a
própria estrutura do posto de saúde, os
agentes comunitários que já tinham um
olhar, eles conseguiam enxergar essa
demanda.
E4 – UC18 – UR33 ter aquela população
pronta, como se eles tivessem me
aguardando, as demandas, os pacientes
estavam ali, a facilidade de você chegar
nas casas.
E4 – UC18 – UR33
Atuação favorecida pela
dinâmica do processo de
trabalho do PSF.
E4 – UC18 – UR32
Atuação favorecida pela
dinâmica do processo de
trabalho do PSF.
111
E5 – UC21 – UR38 eles tinham dúvidas, E5 – UC21 – UR38 E5 – UC21 – UR38
mas não tinham pra quem perguntar, Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
esses grupos educacionais ajudavam Prevenção.
muito na questão de desvendar tabus.
UC21 Acho que seria mais assim, por
exemplo os.. os grupos que a gente fazia
né, tanto pro ... um que foi muito bom foi
do... com os agentes comunitários que a
gente... que até no caso daria pra
aproveitar o momento pra esclarecer
algumas dúvidas deles até mesmo
porque eles são... é... como se diz ...
quando distribuem a ideia... é...
multiplicadores isso, porque muitas
vezes você via que eles tinham algumas
dúvidas mas não tinham pra quem
112
E5 – UC20 – UR36 Visão
ampliada de cenários de
atuação.
E5 – UC20 – UR36 Saúde da Família
você acaba trabalhando com prevenção,
reabilitação até mesmo abordagens
multiprofissionais.
E5 – UC20 – UR37 dá pra trabalhar com
os outros membros da equipe, não
precisa ficar só focado na Nutrição.
UC20 Mas como em Saúde da Família a
gente acaba abordando tudo então você
acaba trabalhando com prevenção,
reabilitação digamos assim né, até
mesmo
com
abordagem
multiprofissionais né, então dá pra
trabalhar com...com os outros membros
da equipe, não precisa ficar só focado só
na Nutrição e mas eu acho... eu acredito
que o principal mesmo é essa parte de
prevenção mesmo pra evitar possíveis
danos posteriores digamos assim.
E5 – UC20 – UR37
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E5 – UC19 – UR34
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E5 – UC19 – UR35
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E5 – UC19 – UR34 em Saúde da Família
daria pra trabalhar muito com a
prevenção.
E5 – UC19 – UR35 é exatamente uma
área que a gente tenta evitar que a
pessoa piore com educação alimentar
pra não trabalhar com reabilitação.
E5
UC19 Acredito assim né, nutricionista
na... em Saúde da Família no caso daria
pra trabalhar muito com a prevenção e
é... porque um... é exatamente uma área
assim né, que a gente tenta evitar que a
pessoa piore digamos assim, com
educação alimentar e tudo mais, pra não
ter que trabalhar com reabilitação.
E5 – UC22 – UR39 Nas consultas para
aquela pessoa, você vê que há mudança
de hábitos, ela passa a entender o
porquê ela tem que fazer aquilo.
E5 – UC22 – UR40 pelo menos você
consegue atender, ajudar a pessoa e
fazer com que ela fique mais esclarecida.
UC23 Então.. demorou... o fato de não E5 – UC23 – UR41 não ter o nutricionista
ter o nutricionista na.. na Unidade meio na unidade a gente teve que fazer com
que, digamos assim, não que atrasou, nossos próprios passos.
mas que uma coisa que a gente poderia
UC22 Nas consultas também acho
interessante apesar de ser uma coisa
mais individualizada, não dá pra atender
a população tão grande assim, mas para
aquela pessoa, eu acho que você tá
ajudando bastante, você vê que a
mudança de hábitos dela é muito mais
fácil, porque ela passa a entender o
porquê ela tem que fazer aquilo, não é só
aquela coisa de entregar uma listinha e
olha só pra isso, e você que se vire, se
não melhorar, o problema é seu, porque
você que tá com a doença. Então pelo
menos você consegue atender e...e
ajudar mais a pessoa e fazer com que
ela fique mais esclarecida.
perguntar,
então
esses
grupos
educacionais que a gente fazia, tanto
para eles quanto mesmo pra população,
ajudava muito na ... nessa questão de
desvendar tabus, digamos assim...
porque antes eles não tinham pra
quem... pra quem perguntar, numa
consulta médica ou numa consulta de
enfermagem é... o tempo era muito curto
então não dava tempo de tirar essas
dúvidas, então seria uma... uma... uma
atuação assim que seria bom pro
nutricionista ta desenvolvendo.
113
E5 – UC23 – UR41 E5 – UC23 – UR41
Compreensão pouca clara Ausência do profissional
da
atuação
do no PSF.
nutricionista.
E5 – UC22 – UR40
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E5 – UC22 – UR39
Atuação na Promoção e
Prevenção.
UC24 Deixa eu ver de dificultador.... não,
porque você... a receptividade pra esse
profissional foi tão boa que eu acho todo
mundo queria ajudar pra que desse
certo, então, queria muito que ficassem
essas coisas, então acho que tudo
acabou em outros sentidos foi... foi na
verdade um facilitador, a boa recepção
da unidade tudo e tal, mas eu acho que
era mais isso mesmo a falta de... de
contato com esse profissional, então ao
mesmo tempo que todo mundo queria
passar em consulta é..... você ficava
muito presa a isso, a mais só consulta,
não vou ter que partir pras outras
atividades também, mas por não ter
ninguém que guiasse você, tem que ir...
ir fazendo seu caminho sozinho mesmo,
então acho tendo um profissional
ajudaria bastante, eu acho que foi o
maior dificultador que teve no caso.
E6
UC25 É... a atuação do nutricionista é
importante pra começar. Eu acho que
hoje em dia eles não estão .. não estão
inseridos em alguns Estados, aqui no
Paraná eles estão inseridos por exemplo,
ai não, mas é... eu acho que ele tem um
papel fundamental principalmente na é ...
pra começar dá pra ver pelas prioridades
já pegar andando, a gente teve que
começar fazer com os nossos próprios
passos digamos assim, então isso foi
dificultadores mesmo.
114
E5 – UC24 – UR42 E5 – UC24 – UR42
Compreensão pouca clara Ausência do profissional
da
atuação
do no PSF.
nutricionista.
E6 – UC25 – UR43 atuação do E6 – UC25 – UR43
nutricionista é importante pra começar, Atuação na Promoção e
dá pra ver pelas prioridades que o PSF Prevenção.
estabelece que é Diabetes, Hipertensão,
obesidade, essas coisas que tem tudo a
ver com o trabalho do nutricionista.
E5 – UC24 – UR42 eu acho que era a
falta de contato com esse profissional,
todo mundo queria passar em consulta,
ficava muito presa a isso.
E6 – UC27 – UR45 (NUTRICIONISTA)
pra auxiliar os enfermeiros, os médicos
em muitas outras doenças que não são
tão abrangentes.
E6 – UC27 – UR46 importante a inserção
do nutricionista em atuação com equipe
multidisciplinar.
UC27 e acho que mesmo pra auxiliar os
enfermeiros, os médicos em muitas
outras doenças que não são tão
abrangentes, mas a gente viu diversos
casos particulares é... é muito importante
a inserção do nutricionista principalmente
em atuação com equipe multidisciplinar
que se pudesse contar com um psicólogo
também seria bastante importante pra
essa troca do nutricionista com o
psicólogo com o fonoaudiólogo.
UC28 Bom, eu falei desse grupo de E6 – UC28 – UR47 grupo de crianças e E6 – UC28 – UR47
obesos,
eu
acabei Evidências de atuação na
crianças e adolescentes obesos é... foi adolescentes
muito importante esse contato com eles, percebendo as falhas nessas relações perspectiva
E6 – UC27 – UR46
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E6 – UC27 – UR45
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E6 – UC26 – UR44 nutricionista é E6 – UC26 – UR44
importante também pra ajudar a Atuação na Promoção e
população desde o começo da Prevenção.
alimentação.
UC26 e eu acho que a nutricionista é
importante também porque é... pra ajudar
a população desde o começo da
alimentação,
a
gente
vê
muita
obesidade, eu trabalhei bastante com a
obesidade na infância e na adolescência,
então a gente vê que os pais não sabem
é...introduzir a alimentação, não sabe
é.... lidar com a criança quando precisa
estabelecer limites pra... pra essa criança
se alimentar, então ai começa haver um
... uma distorção alimentar desde da... da
infância que fica bastante difícil de
reverter antes, e... é depois quer dizer
que o próprio PSF estabelece que é
Diabetes,
Hipertensão,
essas...é
obesidade essas coisas que tem tudo a
ver com o trabalho do nutricionista
115
UC30 Bom eu acho que facilitador é...
uma coisa que eu encontrei, vou falar
uma coisa que dificultou que eu acho que
facilitaria se houvesse, é eu acho que
facilitaria se houvesse nutricionistas nas
Unidades pra amparar na hora do
trabalho que não é multi que é o trabalho
individual dos...das nutricionistas, é isso
seria essencial porque em muitos
E6 – UC30 – UR50 os dois (enfermagem
e odontologia) estavam inseridos e a
Nutrição não, então nesses momentos
que eu tinha que fazer o trabalho sozinha
eu ficava perdida.
E6 – UC29 – UR49 em alguns casos as E6 – UC29 – UR49
mães agradeciam porque os filhos Atuação na Promoção e
estavam passando a comer melhor, por Prevenção.
esse apoio do nutricionista auxiliando a
melhorar a relação alimentar da criança.
116
E6 – UC30 – UR50 E6 – UC30 – UR50 Falta
Compreensão pouca clara de direcionamento para
da
atuação
do atuação no PSF.
nutricionista.
E6 – UC28 – UR48
Evidências de atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
UC29 Também é outro... outro grupo que
eu acabei fazendo com a enfermeira
Maressa é.. a gente fez um trabalho
com...é... com crianças que ainda
estavam amamentando e crianças que
....mães que estavam introduzindo a
alimentação e...e foi legal que em alguns
casos eu tive retorno disso, de mãe que
agradeciam porque os filhos tavam é...
passando a comer melhor, simplesmente
por ter esse apoio do nutricionista é...
direcionando e auxiliando essa mãe a ...
a melhorar a relação alimentar da
criança.
interdisciplinar.
familiares e como o nutricionista podia
ajudar.
E6 – UC28 – UR48 eu acabei superando
o papel de nutricionista até pra ter um
pouco de psicologia com essas crianças.
eu acabei percebendo que é... as falhas
que existiam ali nessas relações
familiares e como é que o nutricionista
podia ajudar é..... eu acho que é claro
que nessa atuação eu acabei superando
o papel de nutricionista até pra me tornar
é ...um ... ter um pouco até de psicologia
com essas crianças, mas de qualquer
forma é... eu notei a importância dessa
interação com a... com essas crianças.
UC31 então facilitou a presença da
equipe multi, eu tinha muita integração
com a Maressa e isso foi um ponto de
apoio fundamental é... eu acho que
outras coisas que facilitaram foi a relação
que eu desenvolvi com alguns pacientes,
que eu consegui estabelecer lá dentro
momentos é...o pessoal que tá... como
na minha equipe eu só tinha, eu tinha
poucas outras profissionais e eram
dentista e só enfermeira, acabou
acontecendo que os dois estavam
inseridos e a Nutrição não, então nesses
momentos que eu tinha que fazer o
trabalho sozinha eu ficava perdida então
o que facil... um facilitador seria ter
alguém da área que pudesse auxiliar é...
outro facilitador eu acho que exatamente
a presença da equipe multi que foi muito
importante desenvolver o trabalho, a
gente viu a equipe crescer junta é..., a
gente viu as diferenças pessoais serem
reduzidas e o trabalho ir melhorando
gradativamente, mas eu acho que outro
facilitador também é a própria equipe que
recebe, a própria unidade ser receptiva,
o que a gente não teve muito bem lá na
unidade que a gente estava é....eu acho
que isso é um facilitador, você levar
equipes pra unidades que estejam
realmente dispostas e pra... e pra
equipes lá da Unidade que também
estejam dispostas a receber esses
residentes.
E6 – UC31 – UR51 um ponto de apoio
fundamental foi a relação que eu
desenvolvi com alguns pacientes, até
com alguns profissionais da própria
unidade.
E6 – UC31 – UR52 Elas (ACS)
requisitavam bastante, traziam muitos
E6 – UC31 – UR52
Atuação na Promoção e
E6 – UC31 – UR51
Atuação favorecida pela
dinâmica do processo de
trabalho do PSF.
117
E6 – UC33 – UR54 E6 – UC33 – UR54
Compreensão pouca clara Ausência do profissional
da
atuação
do no PSF.
nutricionista.
E6 – UC33 – UR54 os profissionais não
conheciam o meu trabalho lá dentro e
não aproveitavam de mim o que eles
poderiam aproveitar.
UC33 Eu acho que também é... precisa...
o que... o que eu daria de sugestão eu
acho que precisa também, o papel...
assim difundir melhor o papel do
nutricionista dentro é ... dentro dos
118
E6 – UC32 – UR53 E6 – UC32- UR53 Falta
Compreensão pouca clara de direcionamento para
da
atuação
do atuação no PSF.
Nutricionista.
E6 – UC32 – UR53 a gente teve toda
dificuldade com a gerente da nossa
equipe, que nunca se posicionou pra
tentar abrir um espaço melhor pra gente
na unidade.
UC32 eu vi que outras equipes em outras
unidades cresceram muita mais que a
gente, porque tinham é... porque era uma
equipe mais distribuída, uma unidade
mais receptiva, que abriu mais espaço, a
gente teve toda dificuldade com a
gerente da nossa equipe que também
teve um problema de saúde, então ela
era muito ausente ela não... nunca se
posicionou é... pra tentar abrir um espaço
melhor pra gente na unidade.
é..., até com alguns profissionais da casos e queriam que a gente agendasse Prevenção.
própria unidade, fiz amigos e .. e consultas.
consegui ter um trabalho mais produtivo,
eu senti que também da segunda equipe
que eu trabalhei as próprias agentes
comunitárias elas ... elas tinham... elas
davam uma importância pro trabalho da
nutricionista então isso foi um ponto que
facilitou bastante, elas requisitavam
bastante, elas levavam essa mensagem
de que tinha nutricionista disposta...
disponível na Unidade pra população e
elas traziam muitos casos e queriam
é...que a gente agendasse consultas.
Então essa segunda... as agentes
comunitárias da segunda equipe também
foi..foi um facilitador.
próprios... da própria unidade, com os
próprios profissionais da unidade, porque
taí, era mais uma dificuldade que eu
sentia, que os profissionais não
conheciam o meu trabalho lá dentro e
não aproveitavam de mim o que eles
poderiam aproveitar, porque eu é... eu
acabava, sabe eu... chegou um pouco
que aconteceu um dia de uma
enfermeira ir perguntar uma coisa de
alimentação para filha dela pro outro
médico, ao invés de perguntar pra mim.
Então sabe, qual é o problema? Será
que é a credibilidade? A falta de
conhecimento? Eu eu acho que poderia
haver essa é... conscientização melhor,
talvez tentar de alguma forma é.. mostrar
melhor o trabalho do nutricionista, eu
acho que isso não depende só do
residente, depende de quem tá guiando,
depende das próprias é... dos próprios
tutores é... das outras categorias até
como é que eles estão vendo o trabalho
dos outros profissionais que não o dele,
pra ele poder dentro da unidade dele
também é colocar a importância dos
outros.
E7
UC34 Bom ..é, eu vejo assim que o... a
minha concepção até mesmo por
trabalhar na residência, aquela questão
da integração de toda a... de todas as
áreas né... no caso da nossa, teve
dentista, enfermeira e a nutricionista.
Então vamos dizer assim, antes da
E7 – UC34 – UR55 Então eu vejo que E7 – UC34 – UR55
todos têm um trabalho complementar Evidências da atuação na
voltado pra saúde.
perspectiva
interdisciplinar.
E7 – UC34 – UR56 a área de atuação é E7 – UC34 – UR56
a mesma da nossa, atuação na forma de Atuação na Promoção e
preferência preventiva.
Prevenção.
119
E7 – UC34 – UR57 orientações com
grupo, comunidade e tudo que abrange
no PSF, as visitas domiciliares, consultas
individuais, o trabalho com indivíduo e a
família como um todo.
E7 – UC34 – UR58 área de atuação eu
vejo que é a mesma que seria de todos
os outros profissionais.
E7 – UC35 – UR59 a gente estava
sempre bem envolvida, sempre que
fizemos os grupos de orientações, a
gente acabou integrando todas as áreas
juntos.
E7 – UC35 – UR60 acabava até que de
residência eu tinha uma visão, mas
depois até mesmo por trabalhar com ela,
a visão é.. mudou né, até mesmo com...
até mesmo em relação a minha área.
Então eu vejo que todos têm um
trabalho,
vamos dizer
assim,
é
complementar, claro que voltado pra
saúde né. Então a.... área de atuação é,
até mesmo por essa visão eu acho que é
a mesma da nossa, atuação no que ...na
forma de é... de preferência preventiva,
né, de fazer as..as orientações com o
grupo, com a comunidade e tudo isso...
a...e acho que tudo que abrange o... o
que abrange no PSF, as...as visitas
domiciliares, as consultas individuais, o
trabalho com ... com cada indivíduo e
com a família como um todo né, porque
só o trabalho com o indivíduo sozinho a
gente... bom...pelo menos o que eu vi...
não dava um resultado se não tiver todo
o apoio familiar, né, então a área de
atuação eu vejo que é essa, vamos dizer
assim, a mesma que seria de todos os
outros... outros profissionais, tanto
médico, enfermeiro, dentista e como o
nutricionista e como outras as áreas que
trabalhou junto.
UC35 É... bom... o que que eu
presenciei... é como eu respondi na
primeira pergunta... a gente estava
sempre bem envolvida né, então sempre
que nós fizemos o..os grupos de
orientações,
o
que
acabava
E7
–
UC35
–
UR60
E7 – UC35– UR59
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E7 – UC34 – UR58
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E7 – UC34 – UR57 Visão
ampliada de cenários de
atuação.
120
tanta integração, ela falava da nossa
área e a gente sabia falar dela até
mesmo quando não estávamos juntos.
E7 – UC35– UR61 nós, profissionais da
saúde, também através das conversas
que nós tínhamos em reuniões,
acabamos incorporando dentro das
nossas orientações, orientações que ela
passava pra gente.
–
UC36
–
UR62 E7
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E7 – UC35 – UR61
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
UC36 Eu não sei se é exatamente isso, E7 – UC36 – UR62 grupo com as E7
acontecendo, até mesmo pelo formato da
residência, mas a gente acabou
integrando todas as áreas juntos né,
então o... ah... eu via a demonstração...
como a gente estava mais junto... eu não
tive não tive a oportunidade de
acompanhar ela em consultas individuais
e tudo né....mas sempre que a gente
fazia as atividades coletivas ou as visitas
domiciliares eu presenciava a atuação
dela no... no sentido da orientação
mesmo, do... de correr as informação e
ter orientação tanto pra família né... nas
visitas domiciliares quanto nos grupos de
orientações que nós fazíamos tudo
juntos acabava...acabava até que...é....
de tanta integração que tinha que ela
falava da nossa área e a gente sabia
falar dela... até mesmo quando...quando
não estávamos juntos. Então isso é uma
coisa
importante,
porque
nós,
profissionais da saúde, também através
da...das conversas que nós tínhamos em
reuniões
acabamos...
acabamos...
incorporando
dentro
das
nossas
orientações ou orientações que ela
passava pra gente ... então eu acho... eu
vejo
assim
que...
vamos
dizer
assim....é... a atuação dela que eu
vivenciei tanto com a comunidade,
quanto pra nós, profissionais da saúde,
nesse sentido, vamos dizer... eu uso até
hoje.
–
UC36
–
121
UR62
mas o .. o assim... uma coisa que eu
lembro assim... que..é... foi legal que a
gente fez... foi... a ...é...quando a gente
fez a...o grupo com as crianças que.. que
levamos os alimentos e tudo né... e
vamos dizer assim, dávamos pra criança
pra ela pegar, vamos dizer assim é..., é
entre aspas conhecer melhor o alimento
né, ou as frutas, no caso eram as frutas,
porque geralmente que ..o que a gente
mais vê... é assim... crianças comendo
é.... doces ou outras coisas que não
tem...
não
são
tão
aceitáveis
nutricionalmente. Mas aí a gente acabou
apresentando...
apresentando
né...
dessa forma as frutas pra elas então
pegando, tendo esse contato né.. vamos
lá é levar banana.. tudo, lavava as
frutas... e aí depois vamos todo mundo
comer
junto,
descascar
laranja,
descascar mexerica, tudo esses coisas,
então comer... todo mundo...até nós
também tava... estávamos junto com as
crianças também... tudo ... né,
pra
criança
sentir,
pegar,
sentir...nas
escolas...ah.... nas escolas nós fizermos
isso também de pegar no... um dia
depois do.. que elas comeram, vamos
pegar o que tinha.... tinha laranja, aí nós
fomos todo mundo junto lá... pegar ...
abrir a mexerica tudo.. comer.. abrir pras
as crianças... então foi uma atividade que
eu achei que foi muito legal que envolveu
todo mundo e que ... e que deu pra ver
também que as crianças também...
122
crianças que levamos os alimentos foi Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
uma atividade que foi muito legal, que Prevenção.
envolveu todo o mundo e que deu pra
ver também que as crianças gostaram
também bastante.
UC38 Uma abordagem mais ampla para
as pessoas, porque hoje na Unidade de
Saúde da Família é médico, enfermeiro,
auxiliar e o agente comunitário né, é uma
abordagem já ampla, mas ninguém ainda
tem a formação que o nutricionista tem
pra conseguir também né, pegar essa...
essa área dele, saber abordar. Eles
sabem ... é orientações básicas né, mas
tem coisas que... por exemplo, como eu
já... já... já atuei junto a Cris, que é
nutricionista também, eu vi, aprendi
bastante coisa além, eu já vi abordagem
só dos profissionais da saúde da
Unidade de Saúde da Família e já vi uma
abordagem com a Cris participando
também, com a nutricionista participando
e é diferente né. Eu acho que isso é uma
coisa que ainda tem que...a gente ainda
tem que estudar melhor e ainda tem que
certificar melhor, ver que tipo de
E8 – UC38 – UR64 Uma abordagem
mais ampla pras pessoas, porque hoje
na unidade de saúde da família é uma
abordagem já ampla, mas ninguém ainda
tem a formação que o nutricionista tem
pra conseguir pegar essa área dele,
saber abordar.
E8 – UC38 – UR65 eu já vi abordagem
só dos profissionais da saúde da
Unidade de Saúde da Família e vi uma
abordagem
com
a
nutricionista
participando e é diferente. Eu acho que
de certa forma melhora o atendimento.
E8 – UC38 – UR65
Valorização da atuação
específica.
E8 – UC38 – UR64
Valorização da atuação
específica.
assim não sei... até mesmo pelo
incentivo que tava de... tá todo mundo
fazendo aquela....a mesma coisa ali..
deu pra ver que elas gostaram também
bastante.
E8
UC37 Acho que nutricionista pode E8 – UC37 – UR63 nutricionista pode E8 – UC37 – UR63 Visão
complementar né, uma abordagem mais complementar, uma abordagem mais ampliada de cenários de
atuação.
ampla do... das pessoas que procuram a ampla.
unidade de saúde, já que a proposta da
unidade de saúde é focar na atenção
básica né, de que ele tem, tem como
somar isso.
123
UC39
Uma
situação?......Hã
teve
várias.... uma? Acho que assim até….
coisas mais práticas né, por exemplo,
uma palestra ou orientação nutricional
seja pra hipertenso e diabético que é o
que eles pegam pra chavão né, tem
outras coisas gestante, criança também
que eu participei, mas de hipertenso e
diabético geralmente era assim, era
falado lá na ... na hora né... é não coma
sal, pode é... ingerir tanto... o alimento ou
alimento tal.... mas com a presença da
nutricionista, isso se torna mais prático
né, a gente pode desenvolver outras
estratégias que a pessoa entende melhor
eu acho né, de.... de coisas ilustradas, de
desenhos, de esquemas, de exemplos
práticos, de coisas... por exemplo,
enlatados não pode? Né... numa
orientação normal, não é dado isso, só é
falado do sal. Quando a pessoa pensa,
vou comprar aquela latinha né, de ervilha
ou alguma coisa assim, ela não sabe que
ali tem sal né, por exemplo é linguiça,
é...presunto, queijo, tudo isso não é
falado né ... só é falado do sal uma coisa
que a pessoa coloca e já com a presença
da nutri, como ela já conhece mais
específico de alimentos ela já né ... e
também
até
pra...
pra
complementar...na... no tempero....ela
fala não, aí vai ficar tudo sem gosto? Não
abordagem pode fazer, mas acho que de
certa forma melhora o atendimento.
E8 – UC39 – UR66 com a presença da
nutricionista, a gente pode desenvolver
outras estratégias que a pessoa entende
melhor, coisas ilustradas, desenhos,
esquemas, exemplos práticos.
E8 – UC39 – UR67 com a presença da
nutri, como ela já conhece mais
específico de alimentos, a pessoa
começa a entender melhor, capta melhor
tudo isso, e é mais completa a
abordagem.
E8 – UC39 – UR67
Valorização da atuação
específica.
124
E8 – UC39 – UR66 E8 – UC39 – UR66
Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
Prevenção.
UC40 É difícil responder né... acho que o
nutricionista sabe responder melhor que
eu... mas eu acho que é ...é esse contato
com os outros profissionais também né,
eu tomo... me tomo como exemplo,
assim como eu, em contato com o
nutricionista
tive
outras...
aprendi
bastante coisa... hoje eu não sei tanto...
dar tanto... não tão capacitado quanto o
nutricionista mas algumas coisas eu
aprendi para abordar isso né, algumas
coisas eu sei falar e acho que pro... pro
nutricionista também, esse contato com
outros profissionais e até a possibilidade
de ele ver onde pode atuar junto com
esses outros profissionais, por exemplo
eu sou fisioterapeuta, tinha caso por
exemplo de artrose né, que vinha pra...
pra mim, eu preciso do nutri também
porque se eu ficar cuidando da artrose e
a pessoa não reduzir um pouco o peso,
essa artrose vai continuar, então é uma
coisa em conjunto.
E9
UC41 Bom eu acho né, pelo que eu vi,
precisa né, usa mais coisa natural, não
sei o que... acho que isso é .. a pessoa
começa a entender melhor né... ela capta
melhor tudo isso, e é mais completa a
abordagem, do que ficando falando
sempre a mesma coisa... no caso de
hipertenso e diabético, teve outros de
crianças, específico pra obesidade né,
então tem várias vivências.
E9 – UC41 – UR69 pelo que eu vi, E9
–
UC41
–
UR69
E8 – UC40 – UR68 esse contato com E8 – UC40 – UR68
outros profissionais e até a possibilidade Atuação na perspectiva
de ele ver onde pode atuar junto com multiprofissional.
esses outros profissionais, então é uma
coisa em conjunto.
125
E9 – UC42 – UR71 grupo junto com E9 – UC42 – UR71
outros profissionais pra ter uma visão Atuação na perspectiva
não só da alimentação, mas em qualquer multiprofissional.
tipo de grupo.
UC44 Ó... eu trabalhei com a Alexandra
nutricionista, nós fazíamos consultas
juntas muitas vezes, pra tá puxando
mesmo, parte de terapia medicamentosa
E9 – UC 44 – UR73 nós fazíamos E9 – UC44 – UR73
consultas juntas muitas vezes, pra tá Atuação na perspectiva
puxando parte de terapia medicamentosa multiprofissional.
com a parte nutricional.
126
E9 – UC42 – UR70 grupos específicos E9 – UC42 – UR70 E9 – UC42 – UR70
com a nutricionista pra ensinar a forma Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
Prevenção.
melhor de se alimentar.
UC43 As visitas né, domiciliares também, E9 – UC43 – UR72 consulta, grupo, E9 – UC43 – UR72 Visão
ampliada de cenários de
por exemplo, para aqueles pacientes que visita.
atuação.
não podem vir até o posto pra estar
fazendo a consulta com a nutricionista
né, e que dá pra ser feito na casa da
pessoa sem problema nenhum né, a não
ser quando você faz com pesagem aí
fica mais difícil de pesar, porque não tem
né, mas eu acho que dá pra fazer, e...
acho que é isso... consulta, grupo, visita.
UC42 os grupos, daí já não..... eu acho
que daí tem os dois tipos né, os
específicos com a nutricionista pra
melhorar a alimentação, a qualidade da
alimentação né, a forma como... pra
ensinar a forma melhor de se alimentar e
grupo junto com outros profissionais né,
pra ter uma visão todo o papel não só da
alimentação, mas do medicamento, do...
do... da enfermagem em qualquer tipo de
grupo.
que eu acho que tem que ser é consulta consulta com as nutricionistas pra Valorização da atuação
né, com as nutricionistas especificas né, avaliarem as condições dos pacientes, específica.
pras
nutricionistas
avaliarem
as porque muitos médicos fazem errado.
condições dos pacientes, porque muitos
médicos fazem errado né, por isso eu
acho importante o papel do nutricionista
nesse sentido.
E9 – UC45 – UR76
Valorização da atuação
específica.
127
E9 – UC45 – UR75 eu conheci mesmo
como que é feito foi na consulta, como é
específico pra cada pessoa, não tem
modelo padrão.
E9 – UC45 – UR76 tem que ter formação
específica pra fazer a consulta e o pósconsulta, o trabalho que é feito pra tá
desenvolvendo uma dieta adequada
específica para aquela pessoa.
UC45 Ó... o que eu conheci mesmo
como que é feito foi na consulta né. Que
eu fazia junto com ela e via como era
feita a abordagem, a entrevista,
montagem da dieta... depois né... eu
cheguei a ver também e aí que eu fui
conhecer melhor como que é feito é, as
porções, como é especifico pra cada
pessoa, não tem um...um...um modelo
padrão tal, isso eu achei bacana que
eu... que eu não conhecia né. Porque, no
E9 – UC45 – UR75
Valorização da atuação
específica.
E9 – UC 44 – UR74 era um grupo em E9 – UC44 – UR74 E9 – UC44 – UR74
conjunto que a gente abordava vários Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
assuntos, inclusive entrava também a Prevenção.
parte nutricional.
com a parte nutricional, porque a gente
tem
interações
com
alimento,
medicamento, tem muito disso. E
também pra tá melhorando as duas
coisas né, não adianta o paciente
melhorar a alimentação e não tomar
remédio direito ou vice-versa. Então
trabalhei em consulta em conjunto com a
Alexandra, grupos bastante né, não só
com a nutricionista, mas com a
assistente social, enfermeira, terapeuta
ocupacional, né, era um grupo em
conjunto que a gente abordava vários
assuntos, inclusive entrava também a
parte nutricional é... grupos específicos,
só eu e ela chegamos a fazer também,
só eu e a Alexandra né, pra pegar essas
duas partes e visita domiciliar também
mas é... cheguei também só com ela...
eu e a Alexandra só né, vê a parte
nutricional e medicamentosa e junto com
as outras categorias também que tinha
essas duas coisas assim.
UC46 Vendo o Programa Saúde de
Família, eu acho que é novo né, não
tinha e uma coisa que foi criada pela
residência, excetuando-se médico né,
enfermeiro, fisioterapeuta e dentista e TO
também, as outras categorias não
existiam né, no Programa Saúde da
Família então foi uma coisa que a gente
criou nova... nova mesmo, apesar de ter
muitos conhecimentos pré estabelecidos
que foram apenas colocados, muitas
coisas foram adaptadas pra ... pras
exigências que o programa exigia da
gente, então tinha que adaptar muitas
coisas, eu acho que isso que isso que
acrescentou né, o papel do nutricionista
em saúde da família né, o papel das
visitas que não.. não tinha né, o papel
dos grupos que também num tinha pros
outros profissionais. Eu acho que esses
PSF,
é
modelo
padrão
né,
pa...pa...pa...pa..pa. E na verdade é
bem... bem elaborado, por isso que eu
acho que tem de ter nutricionista mesmo
pra fazer essas coisas né, porque tem de
ter formação específica pra isso, a gente
até pegava algumas coisas, até pra
passar, mas não é a mesma coisa né,
porque tem que ter o profissional de
verdade na consulta, vendo ela fazer a
consulta e o pós-consulta né o trabalho
que é feito pra ta desenvolvendo uma
dieta adequada pra... específica para
aquela pessoa né.
E9 – UC46 – UR77 as consultas em
saúde da família é diferente, porque a
gente já conhece a pessoa, tem um
papel diferenciado.
E9 – UC46 – UR77
Atuação favorecida pela
dinâmica do processo de
trabalho do PSF.
128
UC47 às vezes assim, pra..... pros
profissionais que já estavam nos postos
de saúde, nos hospitais, é entenderem o
papel dos residentes né, porque ficou
estranho também né, porque nunca
tinha visto essas categorias, pra você
colocar seu trabalho ali acabou ficando
mais difícil né, então essa coisa da
inserção
dos
profissionais
como
residente, em um ponto foi mais difícil
também
né,
porque
não
tinha
conhecimentos desses profissionais, a
própria população, tipo nutricionista
agora? O que é isso né? Então acabou
sendo legal tudo... porque você está
mostrando uma coisa que você mostra
que dá certo mais, mas negativo porque
as pessoas ficam naquela, que não
sabem como fazer, como lidar e acaba
dificultando às vezes o trabalho, né, do
profissional.
E10
UC48 É.... em quase todas as áreas eu
pontos são os pontos que acrescentaram
na formação do nutricionista em saúde
da família. Até mesmo as consultas que
são coisas de praxe que fazem em
qualquer lugar, mas as consultas em
saúde da família é diferente, porque a
gente tem uma população específica, já
conhece a pessoa, então acaba sendo
diferente, tem um papel diferenciado,
acho que... que acrescenta né... no
programa.
E10 – UC48 – UR79 em quase todas as E10 – UC48 – UR79
129
E9 – UC47 – UR78 as pessoas ficam E9 – UC47 – UR78 E9 – UC47 – UR78 Falta
naquela, que não sabem como fazer, Compreensão pouco clara de direcionamento para
atuação
do atuação no PSF.
como lidar e acaba dificultando às vezes da
nutricionista.
o trabalho do profissional.
E10 – UC49 – UR81 na parte de E10 – UC49 – UR81
educação em saúde, nessa questão de Atuação na Promoção e
educação alimentar de como consumir Prevenção.
os alimentos, melhor consumir.
E10 – UC50 – UR82 o Programa de
Saúde da Família é um programa de
atenção primária e o enfoque tem de ser
na promoção e na prevenção, o
Nutricionista podia acrescentar muito.
E10 – UC50 – UR83 como se alimentar
melhor, ter um bom hábito alimentar, isso
faz parte da promoção da saúde de uma
maneira muito importante é interessante
esse aspecto do trabalho do nutricionista.
UC49 mesmo na parte de educação em
saúde, nessa questão não sei se chama
educação alimentar, mas de como
consumir
os
alimentos,
melhor
consumir... eu acho muito específico da
Nutrição, eu acho que por mais que
outros profissionais possam trazer uma
contrib..., assim... do seu conhecimento
acadêmico, alguma coisa,
existem
coisas que são específicas da Nutrição.
UC50 Deixa eu ver.. assim pra não ficar
assim muito vago né, então... na hipert...
assim no tratamento de doenças
decorrentes da má alimentação, que aí
quando já aconteceu a doença, o agravo
né, na hipertensão. Agora, como o
Programa de Saúde da Família é um
programa de atenção primária e o
enfoque tem de ser na promoção e na
prevenção, eu acho assim que o
nutricionista podia acrescentar muito, e a
de
E10 – UC50 – UR83
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E10 – UC50 – UR82
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E10 – UC48 – UR80
Atuação na Promoção e
Prevenção.
Visão
ampliada
cenários de atuação.
áreas, eu vejo a atuação do nutricionista,
na
saúde
da
criança,
no
acompanhamento nos dois primeiros
anos de vida, com as prioridades a
hipertensão, a diabetes
E10 – UC48 – UR80 fundamental o
trabalho do nutricionista na promoção da
saúde, na questão da qualidade de vida,
da alimentação.
vejo a atuação do nutricionista, então na
saúde da criança, no acompanhamento
nos dois primeiros anos de vida, é... no
... com as prioridades a hipertensão, a
diabetes, é fundamental o trabalho do
nutricionista..é.. na promoção da saúde...
então na questão da... da qualidade de
vida, então.. da alimentação tanto pra
perda de peso, como pra aproveitamento
de alimentos, então como trabalhar isso
eu acho que é uma especificidade da
Nutrição.
130
131
E10 – UC52 – UR86 uma coisa bem que E10 – UC52 – UR86 E10 – UC52 – UR86
eu lembro, ela orientando mãe, Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação.
puérperas como tomar o aditil, pra não Prevenção.
dar junto com o leite, é coisa simples,
mas que faz toda diferença na absorção
de ferro.
E10 – UC51 –UR85
Atuação na Promoção e
Prevenção.
UC52 Lembro é... claramente assim,
alguns mitos, então o.. uma coisa bem
que eu lembro... uma orientação que a
Paula dava do consumo de ferro junto
com cálcio né, então eu lembro ela
orientando mãe, puérperas assim,
como... como tomar o aditil é que o
aditivo de ferro, pra não dar junto com...
com o leite, que é uma coisa... é coisa
simples mas que faz toda diferença na
absorção de ferro. Até no atendimento de
diabéticos que a gente atendeu muito,
então o trabalho da Nutrição nesse
E10 – UC51 – UR84
Compreensão pouco clara
da atuação nutricionista.
E10 – UC51 – UR84 paciente acamado
que fazia uso de sonda, ficou ao encargo
da equipe de saúde da família, que já
seria de uma complexidade além do
PSF, mas que é parte da realidade com
a qual a gente se deparou.
E10 – UC51 – UR85 promoção de saúde
mesmo.
UC51 Olha, tem inúmeras assim, desde
paciente acamado que fazia uso de
sonda e que ficou ao encargo da equipe
de saúde da família, então a sonda para
alimentação em casa, uma questão que
já seria até de uma complexidade além
do PSF, mas que acontece... que é parte
da realidade com qual a gente deparou
e... e assim até nessa parte de promoção
de saúde mesmo.
gente fica pensando aí, pensa em
Nutrição, pensa só em obeso né, e eu
fico pensando não, que ... que não é só
em obeso, eu acho é ... é como... como
se alimentar melhor, como se alimentar
bem, como ter um bom hábito alimentar,
isso faz parte da promoção da saúde de
uma maneira muito importante, então é...
é interessante esse aspecto do trabalho
do nutricionista.
UC55 É... eu acho que o nutricionista, eu
acho que ele consegue trazer um olhar
diferenciado, mas dentro do PSF do
trabalho que já é feito tanto com as
prioridades, que tem do programa então
os hipertensos, diabéticos, menor de é...
um ano, gestante, quanto conseguirem
ampliar um pouquinho esse olhar para as
UC53 e então... na prevenção eu vi
muito, a gente fazia muitos grupos de
prevenção em que a Nutrição tinha papel
importante, tanto de prevenção de
agravos quanto promoção de saúde,
como se alimentar melhor e tal... até da
mais alta complexidade que a gente se
deparou, que foi um... uma pessoa que
usava sonda em casa e que recebeu
orientação do nutricionista. Quer dizer
tem várias situações.
E11
UC54 Bom... bom eu acho que assim
como os demais profissionais, na
atenção primária, no PSF, ele vai poder
ajudar tanto na parte de promoção,
educação e assistência em várias áreas,
incluindo a saúde alimentar, saúde é... a
saúde das faixas etárias que o PSF cuida
em relação à alimentação e Nutrição.
sentido foi... ele foi um diferencial,
porque ele fazia grupo de culinária então,
ensinando como... como fazer bolo com
adoçante, e uma coisa simples, mas
assim que fazia muito a diferença.
E11 – UC55 – UR89 eu acho que o E11 – UC55 – UR89
ampliada
de
nutricionista consegue trazer um olhar Visão
diferenciado, ampliar um pouquinho esse cenários de atuação.
olhar, às vezes não é uma prioridade,
mas você consegue abranger um
pouquinho mais.
E11 – UC54 – UR88 como os demais E11 – UC54 – UR88
profissionais, na atenção primária, no Atuação na Promoção e
PSF, ele vai poder ajudar tanto na parte Prevenção.
de promoção, educação e assistência em
várias áreas.
132
E10 – UC53 – UR87 a gente fazia muitos E10 – UC53 – UR87 E10 – UC53 – UR87
grupos de prevenção em que a Nutrição Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
tinha papel importante, tanto de Prevenção.
de educação.
prevenção de agravos quanto promoção
de saúde.
UC56 Nutricionista... Ah eu acho que
uma coisa que foi bem legal que tem até
a ver com nosso trabalho de conclusão
de curso, que foi um trabalho que a
gente fez com a população préescolar...é desnutrida, com sobrepeso e
eutrófica. Por que eu acho que foi um
trabalho diferencial? Porque segundo
dados oficiais do SIAB dos serviços de
saúde, a gente tinha nenhum ou um ou
dois desnutridos, então a intervenção e o
olhar que... com ela na equipe, que ela
teve junto com a equipe, nunca um
trabalho isolado né, pôde permitir que a
gente fizesse esse diagnóstico... é...
fizesse esse diagnóstico e fizesse a
intervenção direcionada. Então eu acho
que isso foi totalmente diferenciado,
então acaba como o outro profissional
médico, enfermeiro, tem uma visão muito
específica, acaba tendo um olhar pras....
pras especificidades dele e pras
prioridades do programa, isso só foi
possível com a presença desse
profissional, e até a questão de formação
técnica né, algumas coisas de nível
técnico, ah! às vezes um classifica, ah
isso é desnutrido, não é desnutrido,
chama de desnutrição leve ou isso é um
risco de desnutrição. Então até uma
outras ... é população que a gente
assiste né, então às vezes não é uma
prioridade, mas você consegue abranger
um pouquinho mais disso.
E11 – UC56 – UR90 segundo SIAB, a
gente tinha nenhum ou um ou dois
desnutridos, então a intervenção e o
olhar com ela na equipe pôde permitir
que a gente fizesse esse diagnóstico e
intervenção direcionada.
Efono11 – UC56 – UR91 Então até uma
questão de formação técnica mesmo, por
ter um olhar diferente, às vezes a gente
deixa passar algumas coisas que o
profissional consegue ver.
E11 – UC56 – UR91
Valorização da atuação
específica.
E11 – UC56 – UR90
Valorização da atuação
específica.
133
UC57 Eu acho que possibilitou ampliar
mesmo a atuação no sentido de ter mais
práticas coletivas, de conseguir trabalhar
efetivamente em equipe, porque às
vezes o nutri... nutricionista é um...é um
profissional que está isolado, não
consegue efetividade do trabalho dele,
porque não conseguem ter o suporte
dos... dos demais profissionais e .... eu
acho que assim a.. a residência a
proposta do PSF aproxima muito mais da
população e a Nutrição vem falando da
mudança de hábitos né... então eu acho
isso
é
uma
abordagem
muito
interessante, porque às vezes você pode
falar lá receita de bolo, o profissional tá
trabalhando, orientando, mas ele não
tem a percepção real da realidade
daquela pessoa, então por isso não
consegue promover uma mudança. E eu
acho que muitos também distúrbios
alimentares, algumas coisas que tem a
ver, tem um pano de fundo que envolve
outras áreas, então eu acho isso, o
trabalho da psicologia, do serviço social,
ajudou muito com outras questões e até
mesmo nos pro... próprios procedimentos
clínicos, então medicamentos se tá
tomando, se não tá tomando, tá
questão de formação técnica mesmo, por
ter um olhar diferente, às vezes ah eu
uso tal classificação ou uso tal formação,
às vezes a gente deixa passar algumas
coisas que o profissional consegue ver.
E11 – UC57 – UR92 possibilitou ampliar
mesmo a atuação no sentido de ter mais
práticas coletivas, de conseguir trabalhar
efetivamente em equipe.
E11 – UC57 – UR93 o nutricionista é um
profissional que tá isolado, não consegue
efetividade do trabalho dele, porque não
conseguem ter o suporte dos demais
profissionais.
E11 – UC57 – UR94 muitos distúrbios
alimentares têm um pano de fundo que
envolve outras áreas, essa proximidade
com tudo isso ajuda ele a ter uma
atuação mais ampliada, mas efetiva.
E11 – UC57 – UR94
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
134
E11 – UC57 – UR93 E11 – UC57 – UR93
Compreensão pouco clara Ausência do profissional
da
atuação
do no PSF.
Nutricionista.
E11 – UC57 – UR92
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
UC58 Do nutricionista pra ele.... eu acho
que o trabalho compartilhado, essa visão
ampliada. Eu acho... eu acho que
principal eu acho que é a prática coletiva,
que eu acho que isso, acho que ajudou
muito a ampliar o trabalho do
nutricionista. E eu acho até mesmo a
formação pra realidade brasileira, porque
às vezes a gente tem uma formação
teórica que você estuda alguns casos,
mas que é ensinada, e a gente tem uma
popul.... é uma parcela da população que
pertence a outro grupo social, então eu
acho que esse olhar
pra todos os
demais grupos sociais e também
diferentes faixas etárias né, diferentes
grupos populacionais. Eu acho que é a
ampliação mesmo desse olhar, atividade
intersetorial também, então isso eu
também acho que também é uma coisa
legal, dentro da prática então como eu
posso mudar meu olhar, como eu posso
mudar? Mas assim e quais os outros
recursos que eu também posso contar,
então a gente está muito mais próximo
de políticas sociais é... das políticas e
dos programas sociais, então vai pra
uma área assim que vai envolver gestão,
adequado ou não, então esse paciente
tem tal perfil clínico, tá fazendo... tal o
tipo de tratamento,então isso ajuda
também essa proximidade com tudo isso,
ajuda ele
a ter uma atuação mais
ampliada é, mais... mais efetiva.
E11 – UC58 – UR95 Do nutricionista eu
acho que o trabalho compartilhado, essa
visão ampliada, a prática coletiva, acho
que ajudou muito a ampliar o trabalho do
nutricionista.
E11 – UC58 – UR96 Eu acho que é a
ampliação mesmo desse olhar, quais os
outros recursos que eu também posso
contar, a gente está mais próximo de
políticas sociais dos programas sociais,
gestão, supervisões, vigilância, cuidado
de higiene, infraestrutura.
E11 – UC58 – UR96
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E11 – UC58 – UR95
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
135
E11 – UC60 – UR98 E11 – UC60 – UR98
Compreensão pouco clara Ausência do profissional
da
atuação
do no PSF.
nutricionista.
E11 – UC60 – UR98 o nutricionista, de
modo geral, tem que lidar muito com o
senso comum, então é muito difícil ele
quebrar os paradigmas que ficam
rondando a atuação do profissional.
UC60 Eu acho que com o nutricionista de
modo geral, ele tem que lidar muito com
o senso... senso comum, então é muito
difícil ele quebrar os paradigmas, então
assim ah eu ... a .... eu a...a... e isso na
136
E11 – UC59 – UR97
Compreensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E11 – UC59 – UR97 algo que dificulta
você dividir a estrutura de trabalho/tempo
de maneira muito igual e o nutricionista
tinha esse momento que era diferencial.
UR59 talvez a estrutura de trabalho
demorou um pouco pra entrar nos eixos,
assim então, por exemplo o nutricionista,
qual é a carga horária que eu deveria ter
para a supervisão de caso e às vezes
nisso, como era muito genérico né, as
vezes não era adequado pra prática dele,
ou mesmo assim na prática tradicional,
por exemplo, a gente fala ah a gente faz..
fazer uma consulta de Nutrição é muito
importante você saber o hábito é.... você
ter tudo aquele levant... recordatório
alimentar, então era uma... uma
entrevista, era um momento que tinha de
ser mais prolongado e às vezes as
rotinas
da
prática
eram
muito
instantâneas queixa e conduta e na
Nutrição não é queixa e conduta, a
queixa é muito longa , então achei então
uma coisa... algo que dificulta porque
você
dividir
a
estrutura
de
trabalho/tempo de maneira muito igual e
o nutricionista tinha esse momento que
era diferencial... diferenciado.
que vai envolver as supervisões, vai
envolver vigilância, vai ter cuidado de
higiene, infra-estrutura, vai trabalhar um
pouco mais isso.
formação acho que foi uma coisa dentro
da equipe de tudo ... eu fico pensando na
prática e na formação, não sei se é essa
a intenção, mas o senso comum
prevalece então, às vezes a orientação
de uma dieta qualquer um pode fazer,
então isso é uma coisa que é muito difícil
de quebrar , quebrar esse paradigma que
existe de senso comum que ficam
rondando a atuação do profissional,
então a orientação da dieta de um bebê
todo mundo pode fazer, a isso qualquer
um sabe, então quebrar isso, ter
estrutura, ter massa critica mesmo, ter
pessoas em número e no mesmo
discurso pra quebrar um pouco disso eu
acho que é uma coisa que eles tiveram
que enfrentar que foi uma dificuldade.
E12
UC61 A atuação que eu acho é de
prevenção
né,
das
doenças
degenerativas que são causadas pela
má Nutrição, pelo excesso de peso né,
por exemplo hipertensão, diabetes,
complicações de hipertensão de diabetes
né... então ele faz lá um trabalho de
prevenção, de orientação e promoção de
saúde também né, na parte curativa tipo
da obesidade, da orientação errada né...
que
a
maioria
da
população
principalmente é que necessita mais.
UC62 Então eu presenciei é.... eu assisti
as consultas dela, os pacientes. Primeiro
a ligação que ela teve com os pacientes,
ela teve uma... como se diz... uma
E12 – UC61– UR100
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E12 – UC61 – UR99
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E12 – UC62 – UR101 a ligação que ela E12 – UC62 – UR101
teve com os pacientes, ela teve uma Atuação favorecida pela
dinâmica do processo de
relação muito boa.
trabalho do PSF.
E12 – UC61 – UR99 atuação é de
prevenção das doenças degenerativas
que são causadas pela má nutrição, pelo
excesso de peso
E12 – UC61 – UR100 ele faz um trabalho
de prevenção, orientação e promoção de
saúde, na parte curativa tipo da
obesidade.
137
E12 – UC63 – UR105 Deu muito valor E12 – UC63 – UR105
Atuação na perspectiva
pra equipe e ela somou.
multiprofissional.
E12 – UC63 – UR106 eles começavam E12 – UR63 – UR105
até a melhorar em termos de pressão Atuação na Promoção e
alta, diabetes, ter uma noção melhor de Prevenção.
Nutrição e até ajudar os próprios
colegas, vizinhos e tudo mais.
UC63 Deu muito valor pra ... pra equipe
e ela somou entendeu... nas reuniões de
equipe aqui, ela passava as coisas dos
pacientes para gente entendeu, a gente
tinha uma noção melhor dos pacientes,
eles começavam até melhorar em termos
de pressão alta, diabetes ... ter uma
noção melhor de Nutrição e até ajudar os
próprios colegas né de...de vizinhos e
tudo mais. A Paula era mesmo
requisitada, pelo menos na minha equipe
assim... né.... nutricionista é importante
mesmo.
UC64 O que aconteceu... ela veio trouxe E12 – UC64 – UR107 tinha os pacientes, E12
–
UC64–
UR107
E12 – UC62 – UR104
Atuação favorecida pela
dinâmica da Estratégia
Saúde da Família.
138
E12 – UC62 – UR103 E12 – UC62 – UR103
Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação
Prevenção.
E12 – UC62 – UR102
Atuação na Promoção e
Prevenção.
E12 – UC62 – UR102 ela orientou,
cuidou do peso, tanto que os pacientes
se sentiram motivados e a maioria
começou a perder peso mesmo.
E12 – UC62 – UR103 dá pra ver que
com menos dinheiro você pode fazer até
uma alimentação melhor através da
orientação que ela dava pros pacientes
E12 – UC62 – UR104 o trabalho dela foi
importante aqui pra população, porque
quando
acabou,o
pessoal
vinha
perguntar e agora como vai ser minha
vida daqui pra frente sem a orientação
dela?
relação muito boa, com os pacientes é...
ela orientou, cuidou do peso, tanto que
os pacientes se sentiram motivados e a
maioria deles começou a perder peso
mesmo, começou a pensar em termos de
uma Nutrição melhor entendeu... até em
termos de... econômicos que ela... que
dá pra ver que com menos dinheiro você
pode fazer até uma alimentação melhor,
através da orientação que ela dava pros
pacientes eu achei assim... excelente; o
trabalho dela foi muito gratificante, foi
importante aqui pra população, porque
quando acabou o .. a residência, o
pessoal sentiu falta, vinha perguntar
cadê a...a Paula, cadê a Paula e agora
como ... quer dizer... como vai ser minha
vida daqui pra frente, sem a orientação
dela... nossa, foi assim... foi muito bom.
UC66 Eu acho que ele faria... ele dava o
suporte mesmo nutricional da... da
famílias, porque a gente tem muitos
pacientes ou com desnutrição ou com
obesidade mórbida, e ai ele taria inserido
pra ta ajudando a... a esses pacientes...
não seria assim, um nutricionista pra
cada equipe, mas um nutricionista dentro
da unidade onde a gente pudesse
aquela coisa assim que parece que deu
uma turbinada na nossa equipe né, e
na... no começo tinha os pacientes né...
eles ficavam assim... tem nutricionista
que bacana, tamos aprendendo, tamos
fazendo... receitas etc e tal.. porque não
tinha né.. e o ponto foi isso... que o
negocio veio e de repente “puff” cabou
né... e o tempo que .. que a gente queria
não só pra nossa equipe, mas pra toda
unidade né.... queria um tempo maior
dela aqui né... e que depois ela
continuasse esse trabalho, no entanto
cabou foi embora, entendeu...
E13
UC65 A... eu acho que ele compõe né, a
equipe, porque o enfermeiro até faz o
papel do nutricionista é, sendo que não
tem toda a capacidade né e a... e a...
como que eu posso dizer, e a formação
por aquilo, e eu acho que ele acaba
entrando um pouquinho e eu acho que
se tivesse o papel do nutricionista dentro
do.. do programa é... ia ajudar muito a
cada um fazer o seu papel.
E13 – UC66 – UR110 ele dava o suporte E13 – UC66 – UR110
mesmo nutricional da família, a gente Atuação na Promoção e
tem muitos pacientes com desnutrição, Prevenção.
com obesidade mórbida, e aí ele estaria
inserido pra tá ajudando.
E13 – UC65 – UR108 ele compõe a E13 – UC65 – UR108
equipe.
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E13 – UC65 – UR109 porque o E13 – UC65 – UC109
enfermeiro até faz o papel do Compreensão pouco clara
nutricionista, sendo que não tem toda a da
atuação
do
capacidade.
nutricionista.
eles ficavam assim... tem nutricionista, Atuação na Promoção e
que bacana! Estamos aprendendo!
Prevenção.
139
E13 – UC68 – UR112 essa vivência com E13 – UC68 – UR112 E13 – UC68 – UR112
a população mesmo, essa abertura, a Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação
busca desses pacientes, que eles ficam Prevenção.
todos meio que escondidos dentro da
área.
UC68 E eu acho também essa vivência
com a população mesmo, com a...
porque nós temos na... na rede então
essa vivência mesmo, essa abertura, a
busca desses pacientes, que eles ficam
todos é..... meio que escondidos dentro
da área e aí com a... com o nutricionista,
eu acho que aflora isso e eles começam
a aparecer e ai vê mesmo a necessidade
dele dentro do programa.
140
E13 – UC67 – UR111 a gente chamava E13 – UC67 – UR111 E13 – UC67 – UR111
as pessoas pra fazer a reeducação Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias
de educação
alimentar e a gente viu mesmo essa Prevenção.
reeducação alimentar, eles perdiam peso
gradualmente.
UC67 A gente tinha um.. um grupo de...
no outro posto que a gente... eu estava,
a gente tinha um grupo de...onde a gente
chamava as pessoas pra fazer a
reeducação alimentar... e a gente viu
mesmo essa ... essa reeducação
alimentar dos pacientes, onde eles
perdiam peso gradualmente, e foi muito
bom... e eu acho que é isso mesmo que
a população precisa: da reeducação
alimentar.
encaminhar casos pra eles.
UC2 Foi experiência de trabalhar com oficina
culinária, com crianças bem no sentido da
promoção da saúde, que eram crianças que
não necessariamente tinham alguma...
alguma deficiência nutricional, algum risco
nutricional ... e eram crianças que iam lá pra
gente
cozinhar, pra gente trabalhar
alimentação, trabalhar diversos temas
envolvendo saúde infantil. Que talvez se eu
tiver... no momento eu não conseguia ter..
por causa de horário, apoio... é... a presença
de outros profissionais, por exemplo o
psicólogo, o TO, um assistente social que
reforçaria esse trabalho multi, porque
diversos temas surgiam que extrapolavam a
alimentação,
como
violência,
como
alcoolismo, como evasão escolar, que o
nutricionista não tem esse preparo pra lidar
141
E1 – UC2 – UR2 diversos temas surgiam que E1 – UC2 – UR2 Formação voltada à
extrapolavam a alimentação, tais como especificidade, dificultando o olhar ampliado
violência, como alcoolismo, como evasão para o PSF.
escolar que o nutricionista não tem preparo
pra lidar com isso.
UNIDADE DE CONTEXTO
UNIDADE DE REGISTRO
CATEGORIAS
Entrevistado 1 (E1)
UC1 Hã... eu acho que a principal atuação E1 - UC1 - UR1 a gente fica numa situação E1 - UC1 - UR1 Formação voltada à
que o nutricionista poderia ter é na promoção em que o nutricionista tem que dar conta de especificidade, dificultando o olhar ampliado
da saúde. Eu acho que seria o foco principal, tudo, mas ele não tem o preparo pra isso.
para o PSF.
mas acaba surgindo uma demanda maior,
hã... que não compete... eu acho que não
competiria ao nutricionista no PSF, mas eu
acho que por falta de não ter pra onde
referenciar. Então eu acho que muitas vezes
a gente fica numa situação que o nutricionista
tem que dar conta de tudo, mas ele não tem
o preparo pra isso.
Apêndice C – Eixo temático 2: Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família .
E1 – UC3 – UR3 o que ajudou na formação,
mas pro profissional de saúde e não
específico como nutricionista é o trabalho
multiprofissional.
E1 – UC3 – UR4 outras categorias
trabalhando ali direto enriqueceram o
trabalho do nutricionista, que eu tinha o
clássico, muito bom, o biológico, saber muito
bem de alimento, mas sempre falta da
formação como trabalhar com isso.
E1 – UC3 – UR5 me considero hoje um
profissional com uma visão diferenciada de
trabalho de saúde que não se restringe
àquela coisa mais limitada da Nutrição, a
gente conseguiu extrapolar.
E1 – UC3 – UR5 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E1- UC3 – UR4 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E1- UC3 – UR3 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
142
UC4 Eu acho que tem que ter o profissional E1 - UC4 – UR6 Eu acho que tem que ter o E1 – UC4 – UR6 Inserir nutricionista no
na rede pra dar um suporte. E eu acho que profissional na rede pra dar um suporte... campo de ensino, buscando potencializar o
agora como a gente já tem profissionais profissionais formados (PELA RESIDÊNCIA). aprendizado.
formados... eu acho que cabe agora também,
por exemplo, tentar absorver esses
profissionais pra tentar começar a formular
UC3 Mas o que ajudou na formação, mas eu
acho que mais pro profissional de saúde e
não específico como nutricionista é o trabalho
multiprofissional. Então você tem outras
categorias pra tá trabalhando ali direto... e
isso enriqueceu o trabalho do nutricionista,
que eu tinha o clássico, então assim, muito
bem o biológico, saber muito bem de
alimentos, mas sempre falta da formação
como trabalhar isso. E a... e o trabalho com
outras categorias, no meu caso, seria fono,
hã... assistente social, psicólogo, psicologia e
enfermagem, essas três categorias... essas
quatro categorias que eu tinha mais contato
ajudaram muito, principalmente psicologia e o
serviço social, que eu não... nunca... nunca
tive contato assim pra trabalhar e que tem
uma visão muito maior de trabalho de saúde
do que o que o serviço está acostumado,
então eu acho que isso acrescentou demais
na formação... eu me considero hoje... todas
acho que também fizeram residência, um
profissional com uma visão diferenciada de
trabalho de saúde, que isso não se restringe
àquela coisa mais limitada da Nutrição, a
gente conseguiu extrapolar isso.
com isso.
UC5 Então eu acho assim também... a parte
teórica da Nutrição no PSF, a gente
precisaria de um profissional que ... que
trabalhasse bem essa questão do tema na
saúde pública, que tivesse... que tivesse esse
domínio. Não sei... Eu ainda tenho dúvida se
é necessário mesmo ter essa parte teórica ...
porque a residência coloca que essa parte
teórica ela...deve ser no geral ... pra... como
saúde da família e não específica por
categoria, mas eu acho que em alguns
momentos,
também
ajudaria
...
eu
sinceramente, eu.. eu ainda não sei qual é a
melhor forma. Se é falar não é assim... tem
de ter um professor bom em saúde... em
Nutrição em saúde pública, pra gente
trabalhar políticas de saúde pública... mas
também quanto tempo isso não tomaria do ..
quanto isso não ficaria específico de Nutrição
em
saúde
pública
e
fugiria
do
multiprofissional saúde da família. Então acho
isso, algumas diretrizes, algum .... algum ... a
questão do processo de trabalho, a partir da
formação
desses
profissionais,
não
necessariamente da nossa residência, mas a
gente sabe que tem residência no país todo,
tem pessoas ...ou pessoas trabalhando
nesses PSF... então pra gente tentar
incorporar essas pessoas ... ou numa
organização ou próprio inserido no trabalho,
pra gente começar a formar essa estrutura de
como deve ser o trabalho do nutricionista no
PSF. Eu acho que isso ajudaria demais a
formação do...do residente.
E1 - UC5 – UR7 a parte teórica da Nutrição
no PSF, a gente precisaria de um profissional
que trabalhasse bem essa questão do tema
na saúde pública, que tivesse esse domínio.
E1 - UC5 – UR8 tem que ter um professor
bom em saúde ... em Nutrição em saúde
pública.
E1 – UC5 – UR9 em algum momento, a
gente sente falta dessa parte teórica mais
forte, de educação nutricional, específica, é
claro que ajuda muito a visão de educação
em saúde, mas as coisas mais específicas às
vezes falta.
143
E1 - UC5 – UR8 Buscar nutricionista com
conhecimento em PSF para aprimorar a
abordagem teórica específica.
E1 – UC5 – UR9 Buscar nutricionista com
conhecimento em PSF para aprimorar a
abordagem teórica específica.
E1 - UC5 – UR7 Buscar nutricionista com
conhecimento em PSF para aprimorar a
abordagem teórica específica.
UC7 Um outro ponto que a gente também
tinha liberdade de ...de montar nossas ideias,
fazer os projetos e fazer acontecer .. alguma
coisa que as pessoas achavam que era muito
difícil, muito teórica, isso foi legal, porque isso
motivava a gente, a gente queria fazer o que
que tem esses dois lados, mas em algum
momento, a gente sente falta dessa parte
teórica mais forte, por exemplo de educação
nutricional... específica. Porque às vezes, no
geral .. é claro que ajuda muita a visão da
educação de saúde, mas às vezes as coisas
mais específicas às vezes falta. Não sei como
deveria ser trabalhado... aulas mesmo toda
semana, ou alguns momentos específicos
com pessoas convidadas.. não sei.... mas
acho que falta um pouco, porque a gente não
tem essa formação teórica.
E2
UC6 O ponto facilitador é que a equipe
trocava muito... a equipe de Nutrição trocava
assim muita informação, tentava fazer os
protocolos certinhos, tentar padronizar e com
isso a gente ia aprendendo, ia aprimorando,
ia discutindo, isso foi muito bom pro nosso
crescimento profissional. E... relacionamento
com a equipe multiprofissional também foi
muito bom... foi um ponto facilitador, porque
normalmente quando a gente sai da
faculdade, a gente só fica pensando na parte
da Nutrição, a gente não pensa no indivíduo
como um todo ..é então isso foi bom
também... porque a gente pode ver outros
tipos de visão de... de outros profissionais.
E2 – UC7 – UR12 liberdade de montar
nossas ideias, fazer os projetos e fazer
acontecer.
E2 – UC7 – UR13 isso motivava, a gente
queria fazer o que todo mundo achava difícil,
queria criar estratégias, podia usar muita
144
E2 – UC7 – UR12 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem.
E2 – UC7 – UR13 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem.
E2 – UC6 – UR11 o relacionamento com a E2 – UC5 – UR11 Vivência multiprofissional
equipe multiprofissional foi muito bom, porque como facilitadora na formação.
quando a gente sai da faculdade só fica
pensando na parte da Nutrição, então foi bom
porque a gente pode ver outros tipos de visão
de outros profissionais.
E2 – UC6 – UR10 a equipe de Nutrição E2 – UC6 – UR10 Discussão entre pares
trocava informação, tentava fazer protocolos, como facilitador no processo de formação.
padronizar e com isso ia aprendendo,
aprimorando,
discutindo,
bom
pro
crescimento profissional.
E2 – UC8 – UR15 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E2 – UC8 – UR15 a discussão de casos
multiprofissionais com a equipe multi foi muito
boa.
E2 – UC8 – UR16 a gente sai da faculdade e
quer dar palestrinha, a gente conseguiu
aprender bastante com a TO em relação a
grupo, dinâmica, tipo de abordagem.
E2 – UC9 – UR17 a gente tinha empolgação, E2 – UC9 – UR17 RMSF proporcionando
para
novas
estratégias
de
motivação para ir em congresso, escrever espaço
artigo, publicar em revista, a gente escreveu aprendizagem.
livro, a gente cresceu bastante como
profissional.
E2 – UC10 – UR18 outra coisa que dificultou E2 – UC10 – UR18 Preceptores/tutores como
foi nossa preceptora de área que era um como dificultador na formação
pouquinho nervosa, não ouvia muito, não
aceitava critica, o grupo ficou um pouco
largado por parte da preceptora de território.
UC8
Hã...
a
discussão
de
casos
multiprofissionais com a equipe multi foi muito
boa, porque... ah!... e outra coisa importante
é que também a gente sai da Faculdade e
quer dar palestrinha e a gente viu que isso
não é a melhor estratégia para gente usar
com o público é... com a TO, a gente
conseguiu aprender bastante coisa, em
relação a grupo, dinâmica, tipo de abordagem
é... isso foi assim muito bom.
UC9 Bom, facilitadores, uma coisa muito bom
é porque assim a gente tinha empolgação,
tinha motivação pra ir em congresso, pra
escrever artigo, publicar em revista, a gente
escreveu livro, então foi muito muito bom.
Então, ajudou bastante a gente, a gente
cresceu bastante como profissional, isso seria
os facilitadores.
UC10 Ah! e outra coisa que dificultou foi
nossa preceptora de área que era um
pouquinho nervosa e brigava com o grupo e
daí o pessoal ficou desmotivado também é...
por esse motivo. Então ela não ouvia muito,
145
E2 – UC8 – UR16 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
criatividade, colocar em prática.
E2 – UC7 – UR14 a gente não ficava só E2 – UC7 – UR14 RMSF proporcionando
para
novas
estratégias
de
focado muito no serviço, a gente tinha um espaço
tempo a mais, fazer o que as pessoas não aprendizagem.
faziam, era o diferencial.
todo mundo achava difícil, a gente queria
criar estratégias, a gente tinha... podia usar
muita criatividade, colocar aquilo em prática.
Isso é muito bom. Não fica aquelas pessoas
falando Ah! não ...é difícil. A gente não ficava
só focado muito no serviço, a gente tinha um
tempo a mais pra ter... fazer o que as
pessoas não faziam, então era o diferencial
que foi muito bom.
E2 - UC11 – UR19 Eu acho que atividades
tem que ser mais organizadas, estar préestabelecidas.
E2 – UC11 – UR20 (ATIVIDADES) ser
construídas juntamente com o residente.
E2 – UC12 – UR21 Não iria para o hospital,
porque assim quem vai para atenção básica,
normalmente não gosta muito da parte
clínica, e pra gente na residência, foi assim
uma tortura ter que ir pro hospital.
E2 – UC12 – UR22 poderia ir até pros
ambulatórios, ir para o CREN, ir para outros
lugares assim, foi muito bom é... então faria
esse convênio com algumas outras
instituições.
UC11 Eu acho que atividades tem de ser
mais organizadas, tem de estar préestabelecidas antes, é... tem que ser
construídas juntamente com... com o
residente, não entregar uma coisa pronta já
vai fazer isso... acho que tem que construir
junto. Humm... deixe eu ver.... o que mais.....
do jeito que a gente... na parte de Nutrição,
achei assim que foi muito bom, num
mudaria...
UC12 Não iria para o hospital ... porque
assim quem vai para atenção básica, quem
escolhe essa área normalmente não gosta
muito da parte clínica, e pra gente é... na
residência foi assim uma tortura ter que ir pro
hospital, a gente contava os dias pra
terminar, a gente chegava em casa acabada.
Então assim pra gente é... a gente foi, porque
teve que ir, mas se tivesse que ir de novo, se
tivesse que escolher entre ir ou não ir, o ideal
seria não ir, acho que se focasse mais é...
poderia ir até pros ambulatórios, ambulatórios
foi uma parte muito legal, mas agora ficar no
hospital mesmo, foi uma parte muito ruim,
assim... foi traumático. Ir para o CREN, ir
para outros lugares assim, foi muito bom é...
não aceitava crítica, isso... ela achava que só
ela estava certa... então não era aberta a
críticas, então a gente ficou com um pouco
de receio, ela abandonou depois a ....o grupo,
o grupo ficou um pouco largado por parte
é...parte da preceptora de território, então
isso foi ruim.
146
E2 – UC12 – UR22 Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino.
E2 – UC12 –UR21 Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino.
E2 – UC11 – UR20 Construir estratégias de
ensino com participação discente.
E2 – UC11 – UR19 Pouca oportunidade de
aprendizagem.
E2 – UC14 – UR25 Intensificar o enfoque em
pesquisa e momentos de discussão.
E2 – UC14 – UR25 Acho que assim... uma
leitura mais intensa de artigos científicos,
uma cobrança.
E2 – UC14 – UR26 Maior cobrança por parte
do preceptor de território de discussão de
caso, porque não teve muito, tinha os casos,
mas ficava entre nós, não ia mais numa coisa
mais profunda.
E2 – UC14 – UR27 um caso por semana no
contexto multiprofissional, cada um poderia
estar contribuindo, porque às vezes a gente
tem um caso, por conta do trabalho ninguém
dá aquela importância, fica esquecido, então
ter um segmento.
UC14 Acho que assim... uma leitura mais
intensa de artigos científicos, uma cobrança,
assim, você vai apresentar tal dia... acho que
isso era bom....mas de resto da parte da
Nutrição foi tranquilo. Maior cobrança por
parte do preceptor de território de discussão
de caso tá... , porque não teve muito. Então a
gente tinha os casos ali, mas ficava entre
nós, então algumas coisas, não ia mais numa
coisa mais profunda, porque o preceptor às
vezes não cobrava não..., então acho que
deveria ter isso mais.... Ah... um caso por
semana, o que vocês acham, mas no
contexto multiprofissional mesmo, cada um
poderia ta contribuindo... cobrar.. falar olha...
dar prazo...cobrar... acho que isso seria bom,
porque às vezes a gente tem um caso, por
conta do trabalho ninguém cobra ninguém
né.. não dá aquela importância que deveria
dar... então às vezes fica esquecido, então
ter um segmento, acho que isso pode
147
E2 – UC14 – UR27 Intensificar o enfoque em
pesquisa e momentos de discussão.
E2 – UC14 – UR26 Intensificar o enfoque em
pesquisa e momentos de discussão.
E2 – UC13 – UR23 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E2 – UC13 – UR24 Discussão entre pares
como facilitadores no processo de formação.
E2
–
UC13
–
UR23
as
aulas
multiprofissionais também foram importantes
E2 – UC13 – UR24 as aulas específicas são
boas pra fazer os protocolos, vê se uma está
dando orientação do jeito que a outra tá
dando, trocar experiência de grupo, dar
sugestões.
UC13 As aulas, deixaria mesmo. As
específicas deixaria. As multiprofissionais
também foram importantes... discussão de
casos. Mas as específicas são boas porque
pra gente fazer os protocolos, pra gente ver
se tá ... se uma está dando orientação do
jeito que a outra tá dando... para gente trocar
experiência de grupo, da sugestões pras
outras... isso é muito bom.
então faria esse convênio com algumas
outras instituições... foi assim muito bom
mesmo e eu tiraria essa parte do hospital.
melhorar.
E3
UC15 Eu acho que o principal, o que facilita
muito pra um profissional que vai trabalhar na
saúde da família, que tenha feito uma
residência é toda experiência e a vivência da
prática .... então é... o convívio dentro de uma
Unidade de Saúde da Família, as atividades
que se desenvolvem enquanto residente que
isso depois.. tudo isso ele vai...vai utilizar da
mesma forma na sua atuação fora da
residência, mas também em saúde da família.
Eu acho que...que isso a prática e também a
questão da... do trabalho multiprofissional,
interdisciplinar que na residência a gente
trabalhou ... trabalhava bastante na ... no ...
do multiprofisional. Meu grupo era ... eu
acho... que era a gente conseguiu trabalhar
isso muito bem, não ficava cada um só na
sua área e que às vezes você vai entrar
direto pra trabalhar em Saúde da Família,
não passa por uma residência, pode ficar
aquela coisa mais.... é...
individualizada
mesmo ... cada um cuida do seu e não tem
mesmo o multiprofissional. Eu acho que são
os dois ... os dois pontos que facilitariam
muito e eu acho ... que além de facilitar
fariam com que.. com que a... o Programa
Saúde da Família fosse executado da
maneira como ele foi pensado.
UC16 Eu acho... eu acho que assim... né...
pensando exatamente na residência que eu
fiz .. eu acho que o mais dificultador talvez
tenha sido mais parte teórica, algumas coisas
eram de mais difícil compreensão, a não ser
E3 – UC15 – UR30 Vivência multiprofissional
como facilitadora no processo de formação.
E3 – UC15 – UR29 Vivência multiprofissional
como facilitadora no processo de formação.
E3 – UC15 – UR28 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem.
148
E3 – UC16 – UR31 mais dificultador talvez E3 – UC16 – UR31 Formação voltada à
tenha sido mais parte teórica, algumas coisas especificidade, dificultando o olhar ampliado
eram de mais difícil compreensão, o para o PSF.
nutricionista na graduação não tem esse
enfoque mais antropológico.
E3 – UC15 – UR28 o que facilita muito para
um profissional que vai trabalhar na saúde da
família que tenha feito uma residência é toda
experiência e a vivência da prática.... então
é... o convívio dentro de uma Unidade de
Saúde da Família, as atividades que se
desenvolvem enquanto residente.
E3 – UC15 – UR29 a questão da... do
trabalho multiprofissional, interdisciplinar que
na residência a gente trabalhou ... trabalhava
bastante na ... no ... do multiprofisional.
E3 – UC15 – UR30 Meu grupo não ficava
cada um só na sua área e que às vezes você
vai entrar direto pra trabalhar em Saúde da
Família, não passa por uma residência, pode
ficar aquela coisa mais individualizada
mesmo ... cada um cuida do seu e não tem
mesmo o multiprofissional.
E3 – UC17 – UR33 (CONTEÚDO DAS E3 – UC17 – UR33 Formação voltada à
AULAS) multi das questões de processo especificidade, dificultando o olhar ampliado
saúde doença, que o nutricionista não tem para o PSF.
esse tipo de teoria mesmo, de embasamento.
UC17 Não... do multi (CONTEÚDO DAS
AULAS), acho que...do específico não porque
já era uma vivência né... já eram temas que
por mais que não... não tivesse atuado muito,
alguns temas já é de nossa formação,
então... no mínimo, uma base a gente já
tinha... então ia algum profissional lá e
complementava, era tudo de mais fácil
compreensão. Eu falo mesmo mais do multi
das questões de processo saúde doença,
que a gente tinha uma formação, na
graduação a gente num... o nutricionista não
tem esse tipo de ... de... de teoria mesmo...
de ... de embasamento. Aqueles temas...
módulos que eram mais abrangentes e que a
gente tinha aula todo mundo junto.
149
UC18 Eu acho que ... pegando gancho no E3 – UC18 – UR34 precisa que tenha E3 – UC18 – UR34 Buscar docentes que
E3 – UC16 – UR32 Às vezes a gente não E3 – UC16 – UR32 Pouca oportunidade de
tinha profissionais tão capacitados pra dar aprendizagem.
certos temas, então acabava que não
clareava muita coisa, a gente não conseguia
nem absorver muito (AULAS) e nem aplicar
muito aquilo que tinha sido abordado.
a formação que eu já tivesse tido, algumas ...
alguns temas que eram abordados... coisas
mais viajantes assim... que o nutricionista na
graduação não tem esse enfoque mais
antropológico, coisas assim e... acho que ....
como... como...eu ... eu ponho como crítica
pra residência é ... a forma como foi feito...
como foram feitos esses módulos ....como
foram feitos esses módulos teóricos. Às
vezes a gente é... não tinha é... profissionais
tão capacitados pra dar certos módulos,
certos temas... então acabava que não...não
clareava muita coisa, acabava frequentando
e a gente não conseguia nem absorver muito
e nem aplicar muito aquilo que tinha sido
abordado.
150
E3 – UC19 – UR37 Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino.
E3 – UC19 – UR36 Preceptores/tutores como
ponto dificultador na formação.
UC19 E tem também a questão do... de tutor,
de é... preceptor... que na época ..é ... tinham
preceptores que a gente via que tinham
dedicações diferentes n a forma de lidar com
o residente de forma diferente e a tutoria
também... que tinha tutoria que era também
só no papel ... não existia tutoria. Então eu
também acho que a escolha do local onde o
residente vai... vai passar o período da
E3 – UC19 – UR36 tinham preceptores que a
gente via que tinham dedicações diferentes, a
forma de lidar com o residente, tinha tutoria
que era também só no papel, não existia
tutoria.
E3 – UC19 – UR37 acho que a escolha do
local onde o residente vai passar o período
da residência tem que ser feita pensando
quem trabalha nesse posto tem condições de
profissionais que tenham um embasamento contemplem a diversidade de formações.
pra falar pra pessoas de diversas formações
e que façam com que todos independente de
que formação tenha tido, compreendam.
E3 – UC18 – UR35 algumas coisas na E3 – UC18 – UR35 Pouca oportunidade de
residência eram propostas meio que pra aprendizagem.
inglês ver, o aprimoramento acho tem que ser
no sentido do que vai ser mais proveitoso pro
residente e não do que vai ser mais bonito
pra instituição.
que eu falei
aí, como dificultador essa
questão da parte teórica ... que eu acho que
precisa de um ... precisa que tenha
profissionais que tenham um embasamento
para falar pras pessoas de diversas
formações e que façam com que todos,
independente de ...de que formação tenha
tido, compreendam da mesma forma e
consigam colocar isso na prática, outra coisa
assim... que agora eu lembrei ... é... por
exemplo, às vezes algumas coisas na
residência eram propostas meio que pra
inglês ver, assim sabe... Ah... tem que fazer
isso...então como exemplo... tem que atender
100 famílias num período curtíssimo. Acho
que ninguém conseguiu atender... e tinha que
atender... e tinha que visitar e acabou
deixando de fazer outras coisas. Então eu
acho que tem que .... tem que ... que ... o
aprimoramento acho tem que ser no sentido
do... do que vai ser mais proveitoso pro
residente e não do que vai ser mais bonito
pra instituição, o que vai ser mais proveitoso,
o que vai realmente contribuir pra formação
do residente.
residência é...tem... tem que ser feita
pensando nisso... que.... quem que trabalha
nesse posto tem condições de receber o
residente, quem trabalha aqui tem condições
de receber o residente, atua da maneira
correta... da forma como se pensa o PSF, pro
residente também não se contaminar por
uma atuação que não é a ideal pra tá PSF.
É... o que eu me lembro assim, agora é isso.
E4
UC20 Eu acho que falta visão dos
profissionais do PSF é... eu acho que os
profissionais do PSF não estão prontos para
um processo educativo, em formação é..
de... especialistas em saúde da família. Eu vi
muitos profissionais que aceitaram os
residentes por uma questão de hierarquia,
não porque eles tivessem preocupados em
formar os residentes.
Os tutores das
unidades...é... os preceptores não. Eu já acho
que eles ... eles abraçaram o projeto da
residência apesar das dificuldades de uma
falta às vezes de objetivos, às vezes a gente
mudava nosso caminho educativo de
matérias, de assuntos a serem discutidos,
mas eu acho que a questão na unidade,
então... faltou esse... essa formação, porque
hoje eu trabalho com estagiário e a minha
postura é de querer ensinar, é de ser
disponível. É... hoje eu recebo as residentes
pra fazer estágio aqui, as residentes
nutricionistas, então assim... eu vivo isso com
muita ... é.... eu valorizo muita a atenção a
esse aluno, porque eu já fui aluna, então eu
acho que a residência faltou isso mesmo,
E4 – UC20 – UR38 Eu vi muitos profissionais
(TUTORES) que aceitaram os residentes por
uma questão de hierarquia, não porque eles
tivessem preocupados em formar os
residentes
E4 – UC20 – UR39 às vezes a gente mudava
nosso caminho educativo de matérias, de
assuntos a serem discutidos.
E4 – UC20 – UR40 eu acho que a residência
faltou isso mesmo, consciência do pessoal da
UBS mesmo.
receber o residente, atua da maneira correta,
da forma como se pensa o PSF
151
E2 – UC20 – UR40 Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino.
E4 – UC20 – UR39 Pouca oportunidade de
aprendizagem.
E4 – UC20 – UR38 Preceptores/tutores como
dificultador na formação.
UC21 Pra aprimorar... aí são tantas coisas..
mas eu acho que é... ter... ter um
cronograma, mas estabelecido...é... Eu
acho... depois que eu amadureci um pouco
...eu acho que eu senti... eu senti... eu pensei
né...é. Eu acho que não pode dar muita
margem pro residente..é... é... como é que eu
vou dizer... não, é que ele se intromete muito,
mas eu acho que foi dada muita abertura pro
residente, de certa parte tem que ser uma
residência participativa, mas isso não quer
dizer que é... a instituição não determine o
cronograma, os objetivos, o que eles querem
para queles alunos, então ficou uma coisa
muito aberta eu achei na minha formação,
todo mundo falava, todo mundo dava palpite,
todo mundo acatava... e eu acho que falta
mais assim...uma direção... Quando eu
começo o curso da residência é... eu quero
saber porque eu estou aqui, o que a
instituição quer de mim ....e o que eu vou
aprender. E aí eu decido se eu vou continuar
naquele curso, mas não é uma coisa que foi
construída, mas eu acho que para as
próximas residências, isso já pode ser mais
estabelecido. Olha, nós formamos pessoas
com esse perfil, nós queremos que você
participe dessa formação, a gente tem esses
objetivos para você, mas não que... ficou uma
coisa um pouco solta, eu acho ... tem que ser
mais uma linha mesmo. Igual quando você
faz uma pós-graduação, você sabe as
matérias que você tem durante o ano, você
consciência da.. do pessoal da UBS mesmo.
E4 – UC21 – UR41 ter um cronograma, mas
estabelecido (AULAS)
E4 – UC21 – UR42 tem que ser uma
residência participativa, mas isso não quer
dizer que é... a instituição não determine o
cronograma, os objetivos, o que eles querem
praqueles alunos, então ficou uma coisa
muito aberta eu achei na minha formação
152
E4 – UC21 – UR41 Pouca oportunidade de
aprendizagem no campo teórico.
E4 – UC21 – UR42 Construir estratégias de
ensino com participação discente.
UC23 Eu acho que a questão de ter os
tutores lá pra orientar também ajuda
bastante, as visitas do preceptor é.... pra
tentar acompanhar quais foram as atividades,
até mesmo hã.... uma coisa que ajudou
bastante que também foi tipo...
alguns
trabalhos que a gente fez em conjunto de
todas unidades, então era uma coisa.. uma
ideia que de repente você tinha que trabalhar
e já aproveitou pra ver com todos as nutris,
se a ideia é a mesma, essas coisas então, e
essa supervisão ajudou bastante. Mas eu
acho que é mais essa questão de você tá lá
sabe os objetivos, quais são as competências
que você tem que ter. Eu acho que estava
construindo na nossa época, mas eu
acho...eu espero que tudo, as referências que
a gente vivenciou estejam sendo usadas nas
outras turmas.
E5
UC22 Acho que exatamente a parte prática ...
é aquela coisa você dá a cara a tapa, vai é....
vai aos trancos e barrancos, digamos assim,
trocando ideias com as outras residentes,
preceptor tudo e tal, mas é no dia a dia
mesmo que você aprende, então é fato de
você ter que fazer, independente de ter
alguém pra te orientar ou não, você corre
atrás, pesquisa, faz o melhor possível pra
que dê tudo certo e faça um bom trabalho é...
então eu acho que é mais essa questão de
pôr na prática mesmo, que você vinha vendo
na teoria pelos quatro anos da faculdade,
digamos assim, então é a prática mesmo.
E5 – UC23 – UR45 ter os tutores lá pra
orientar também ajuda bastante, as visitas do
preceptor pra tentar acompanhar quais foram
as atividades.
E5 – UC23 – UR46 alguns trabalhos que a
gente fez em conjunto de todas as Unidades,
uma ideia que de repente você tinha que
trabalhar e já aproveitou pra ver com todos as
nutris, essa supervisão ajudou bastante.
E5 – UC22 – UR43 no dia a dia, mesmo que
você aprende ter que fazer, então é o fato de
você ter que fazer, independente de ter
alguém pra te orientar.
E5 – UC22 – UR44 eu acho que é mais essa
questão de pôr na prática o que você vinha
vendo na teoria pelos quatro anos da
faculdade.
153
E5 – UC23 – UR46 Discussão entre pares
como facilitadores no processo de formação.
E5 – UC23 – UR45 Preceptores/Tutores
como facilitadores no processo de formação.
E5 – UC22 – UR44 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem.
E5 – UC22 – UR43 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem.
E5 – UC25 – UR49 por não ter ninguém que E5 – UC25 – UR49 Inserir o nutricionista no
guiasse você, tem que ir fazendo seu campo de ensino, buscando potencializar o
caminho sozinho mesmo, então acho... tendo aprendizado.
um profissional (NUTRICIONISTA) ajudaria
bastante, foi o maior dificultador que teve.
154
E5 – UC24 – UR48 Preceptores/tutores como
dificultador na formação.
UC25 Deixa eu ver de dificultador.... não,
porque você... a receptividade pra esse
profissional foi tão boa que eu acho... todo
mundo queria ajudar pra que desse certo,
então, ah! queria muito que ficassem essas
coisas, então acho que tudo acabou em
outros sentidos foi... foi na verdade um
facilitador, a boa recepção da unidade tudo e
tal, mas eu acho que era mais isso mesmo, a
falta de... de contato com esse profissional,
E5 – UC24 – UR47 Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
E5 – UC24 – UR47 a inserção desse
profissional (NUTRICIONISTA) no PSF, se
tivesse já nutricionistas lá na unidade, tendo
em quem se espelhar, se teria uma ideia
melhor, não chegaria tão perdido.
E5 – UC24 – UR48 por mais boa vontade que
tivessem os tutores, não sabe o que você tem
que fazer, eles não sabem te orientar.
UC24 Acho que exatamente isso, a falta
desse ... a inserção desse profissional na...
no PSF. Então, se tivesse já nutricionistas lá
na unidade, acredito que... tendo em quem se
espelhar, se teria uma ideia melhor, não
chegaria tão perdido na... na residência
então, é tive... pra a gente, pra mim pelo
menos na... no começo o... o que foi pior
assim, foi chegar numa unidade que nunca
nem teve contato com o nutricionista, então
mesmo, por mais boa vontade que tivessem
os tutores, o médico e o enfermeiro não
sabem o que você tem que fazer, então... é
eles não sabem te orientar, não sabem se te
mandam você atender... normalmente eles
fazem isso abrem uma agenda pra você e...e
colocam um monte de pacientes e atende
lá... mas é... de repente tivesse alguma
nutricionista já com as atividades dela você...
você veria... a... ela faz o atendimento, faz
grupo, a ela trabalha com ... com focando tal
pessoas.
mesmo no dia a dia.
UC26 de repente não sei se ter mais ... mais
supervisão, digamos assim... ter mais
preceptores da área, pra que eles cobrissem
mais digamos assim, dia sim dia não, uma
coisa assim e ... de repente fazer um ... já
pegar os tutores que vão... vão fazer parte da
residência mesmo, que é certeza, de repente
fazer um curso com eles, explicando até que
... que eles vão tá recebendo,
que é
esperado dessa equipe, até mesmo pra eles
saberem tá orientando. Muitas vezes se...
pelo menos nos dois campos que eu peguei o
Guilhermina e o Barro Branco, os preceptores
(O CORRETO ERA TUTORES) num sabiam
nem... nem que iriam vir os residentes, então
caiu assim de paraquedas literalmente isso
pra eles. Então acho que se eles tivessem
tido uma preparação de repente eles já... já
saberiam assim o que orientar e até mesmo o
que cobrar... as atitudes que eram esperadas
desses residentes, então assim, de repente
realmente ter mais supervisão... mais
supervisores digamos, da área e mais
preparo dos tutores e assim eu sei que é
difícil realmente é... existe uma troca de
então ao mesmo tempo que todo mundo
queria passar em consulta é..... você ficava
muito presa a isso, a mais só consulta, não
vou ter que partir pras outras atividades
também, mas por não ter ninguém que
guiasse, você tem que ir... ir fazendo seu
caminho sozinho mesmo, então acho tendo
um profissional ajudaria bastante, eu acho
que foi o maior dificultador que teve no caso.
E5 – UC26 – UR50 mais supervisão, ter mais
preceptores da área, para que eles cobrissem
dia sim dia não
E5 – UC26 – UR51 pegar os tutores que vão
fazer parte da residência fazer um curso com
eles, explicando que eles vão ta recebendo,
que é esperado dessa equipe
E5 – UC26 – UR52 mais preparo dos tutores
e ver aquelas pessoas que estão dispostas
mesmo ta recebendo os residentes
E5 – UC26 – UR53 tem tutores que gostam
de ter residentes, tem tutores que não, só
estão com o residente porque coube a eles
esse cargo, mas então se partisse assim da
própria vontade deles de se candidatarem...
eu gostaria de ter residente, fazer um curso
pra me preparar pra receber esses residentes
seria ótimo.
155
E5 – UC26 – UR52 Educação permanente
para preceptores/tutores visando aprimorar o
processo de ensino- aprendizagem.
E5 – UC26 – UR53 Preceptores/tutores como
dificultador na formação.
E5 – UC26 – UR51 Educação permanente
para preceptores/tutores, visando aprimorar o
processo de ensino-aprendizagem.
E5 – UC26 – UR50 Intensificar o enfoque de
pesquisa e momentos de discussão.
E6 – UC27 – UR54 eu acho que facilitaria se E6 – UC27 – UR54 Inserir o nutricionista no
houvesse nutricionistas nas unidades pra campo de ensino, buscando potencializar o
amparar na hora do trabalho que não é multi, aprendizado.
que é o trabalho individual dos nutricionistas.
156
UC28 eu acho que outro facilitador também é E6 – UC28 – UR55 você levar equipes pra E6 – UC28 – UR55 Repensar e diversificar
a própria equipe que recebe, a própria unidades que estejam realmente dispostas a cenários que sirvam como campo de ensino.
unidade ser receptiva, o que a gente não teve receber esses residentes.
tutores muito grande, mas vê se daria de no
caso de... é ver aquelas pessoas que estão
dispostas mesmo a estar recebendo os
residentes, não tanto assim: ah! você foi o
escolhido, mas... mas partir por parte deles
mesmo, tem tutores que gostam de ter
residentes, tem tutores que não, só estão
com o residente porque coube a eles esse
cargo, mas então se partisse assim da
própria vontade deles de se candidatarem...
eu gostaria de ter residente, fazer um curso
pra me preparar pra receber esses residentes
seria ótimo.
E6
UC27 Bom, eu acho que facilitador é... uma
coisa que eu encontrei, vou falar uma coisa
que dificultou que eu acho que facilitaria, se
houvesse, é eu acho que facilitaria se
houvesse nutricionistas nas unidades pra
amparar na hora do trabalho que não é multi
que é o trabalho individual dos...das
nutricionistas, é isso seria essencial porque
em muitos momentos é...o pessoal que tá...
como na minha equipe eu só tinha, eu tinha
poucas outras profissionais e eram dentistas
e só enfermeiras, acabou acontecendo que
os dois estavam inseridos e a Nutrição não,
então nesses momentos que eu tinha que
fazer o trabalho sozinha eu ficava perdida,
então o que facil... um facilitador seria ter
alguém da área que pudesse auxiliar.
E6 – UC30 – UR58 o fato de você E6 – UC30 – UR58 Educação permanente
(PRECEPTOR) não ter tido também para preceptores/tutores visando aprimorar o
experiência em saúde da família foi uma processo ensino/aprendizagem.
coisa que dificultou pra você e pra gente.
157
UC31 eu acho que outra dificuldade que eu E6 – UC31 – UR59 a equipe que a gente E6 – UC31 – UR59 Preceptores/tutores como
E6 – UC29 – UR57 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
UC30 Bom, o primeiro ponto dific... é a
primeira dificuldade eu acho que foi a falta de
experiência de todo mundo, a primeira... foi a
primeira residência, então é... ninguém
estava muito preparado é.... eu acho que o
fato de você não ter tido também experiência
em saúde da família é... foi uma coisa que
dificultou pra todo mundo, pra você e pra
gente.
E6 – UC29 – UR56 Discussão entre pares
como facilitador no processo de formação.
E6 – UC29 – UR56 as aulas com a equipe de
Nutrição também foi uma coisa importante,
um
momento
de
a
gente
dividir
conhecimento.
E6 – UC29 – UR57 outro facilitador era os
momentos que todos os residentes se
reuniam, mesmo que nas aulas.
UC29 eu acho que os encontros é... as aulas
com a equipe de Nutrição também foi uma
coisa importante, é... porque eu acho que era
um
momento
de
a
gente
dividir
conhecimento, eu acho isso importante, eu
acho que da forma como aconteceu é claro
poderia ter... era uma experiência nova,
poderia ter tido, acontecido de outras formas,
mas eu acho que isso é importante, eu acho
importante também é...., outro facilitador era
os momentos que todos os residentes é.. se
reuniam, mesmo que nas aulas, apesar
dessa carga horária pesada, eu acho que
isso acabou atrapalhando, mas eu achava
que era um momento importante até todos os
residentes juntos.
muito bem lá na unidade que a gente estava
é....eu acho que isso é um facilitador, você
levar equipes pra unidades que estejam
realmente dispostas e pra... e pra equipes lá
da unidade que também estejam dispostas a
receber esses residentes.
E6 – UC32 – UR61 fazer um trabalho E6 – UC32 – UR61 Educação permanente
primeiro com as unidades para saber que para preceptores/tutores visando aprimorar o
esse trabalho vai ser uma coisa contínua, processo ensino aprendizagem.
para já criar a mentalidade.
UC32 eu acho que é... tem que fazer um
trabalho primeiro com as unidades, todas da
Zona Leste pra saber que esse trabalho vai
ser uma coisa contínua que talvez elas
precisem receber não uma, mas algumas
vezes, pra já criar essa mentalidade.
158
UC33 Bom, eu acho que é... tem mais E6 – UC33 – UR 62 eu acho que o tutor E6 – UC33 – UR 62 Educação permanente
alguma coisa eu acho que é em relação.. também pode se preparar para buscar o para Preceptores/Tutores visando aprimorar o
pegou da primeira vez não estava preparada dificultador na formação.
para receber a gente, a gente teve que mudar
de equipe.
E6 – UC31 – UR60 a nossa equipe multi foi E6 – UC31 – UR60 Pouca oportunidade de
mal planejada, só três profissionais, a gente aprendizagem.
acabou não aproveitando o potencial que a
gente tinha por não ter uma equipe mais
diversificada.
particularmente tive foi o meu relacionamento
com as outras residentes da Nutrição, em
especial é... outro dificultador eu acho que a
equipe que a gente pegou da primeira vez na
unidade não estava preparada pra receber a
gente e depois as duas (refere-se às tutoras)
saíram inclusive da Unidade a gente teve que
mudar de equipe, eu acho que a nossa
equipe multi ela estava é, ela foi uma equipe
mal planejada, só três profissionais, isso foi
uma coisa que ... que a gente acabou não
aproveitando o potencial que a gente tinha
por não ter uma equipe mais diversificada, eu
vi que outras equipes em outras unidades
cresceram muito mais que a gente, porque
tinham é... porque era uma equipe mais
distribuída, uma unidade mais receptiva, que
abriu mais espaço, a gente teve toda
dificuldade com a gerente da nossa equipe
que também teve um problema de saúde,
então ela era muito ausente ela não... nunca
se posicionou é... para tentar abrir um espaço
melhor para gente na unidade é... eu acho
que tudo isso foram...foram coisas que
dificultaram.
E6 – UC33 – UR 63 Educação permanente
para Preceptores/Tutores visando aprimorar o
processo ensino aprendizagem.
processo ensino aprendizagem
E7 – UC34 – UR64 antes da residência eu E7 – UC34 – UR64 Vivência multiprofissional
tinha uma visão, mas depois por trabalhar como facilitadora na formação.
com ela (NUTRICIONISTA), a visão mudou,
até mesmo em relação à minha área.
potencial de cada residente, mesmo que
aquilo não seja próximo do que ele espera
dar mais autonomia para o residente
desenvolver suas potencialidades.
E6 – UC33 – UR63 outra coisa é que os
tutores tenham algum tipo de treinamento de
liderança para saber aproveitar o potencial de
cada residente.
159
UC35 como a gente estava mais junto... eu E7 – UC35 – UR65 de tanta integração que E7 – UC35 – UR65 Vivência multiprofissional
não tive a oportunidade de acompanhar ela tinha que ela falava da nossa área e a gente como facilitadora na formação.
em consultas individuais e tudo....mas sabia falar dela... até mesmo quando não
termo de relação pessoal, eu acho que é....
eu acho que o tutor também pode é... se
preparar para buscar o potencial de cada...
de cada residente, é mesmo que aquilo não
seja próximo do que ele espera entendeu, dar
mais autonomia pra... pra cada residente é...
desenvolver suas potencialidades e assim,
não priorizar só o que ele acha importante,
porque às vezes coincide com um ou dois
também fazem melhor entendeu, eu acho
que outra coisa é que os tutores saibam...
tenham algum tipo de treinamento de
liderança, alguma coisa assim pra também
saber aproveitar o potencial de cada
residente e não...não deixar se perder muita
coisa que é não tá de acordo com o que ele
espera, mas pode... pode ser uma coisa
muito legal, pode trazer um resultado melhor.
E7
UC34 Bom ..é, eu vejo assim que ... a minha
concepção até mesmo por trabalhar na
residência aquela questão da integração de
toda a... de todas as áreas no caso da nossa,
teve dentista, enfermeira e a nutricionista.
Então vamos dizer assim, antes da residência
eu tinha uma visão, mas depois até mesmo
por trabalhar com ela, a visão é.. mudou né,
até mesmo com... até mesmo em relação à
minha área. Então eu vejo que todos têm um
trabalho, vamos dizer assim, é complementar,
claro que voltado pra saúde.
UC36 Então isso é uma coisa importante,
porque, nós profissionais da saúde, também
através da...das conversas que nós tínhamos
em reuniões acabamos... acabamos...
incorporando dentro das nossas orientações
ou orientações que ela passava pra gente ...
então eu acho... eu vejo assim que... vamos
dizer assim....é... a atuação dela que eu
vivenciei tanto com a comunidade, quanto pra
nós, profissionais da saúde, nesse sentido,
vamos dizer... eu uso até hoje na verdade as
questões de.. do que eu aprendi na
residência é, digo, nessas questões de... do
quê?... das orientações que ela passou lá
que a gente acabava é.. transmitindo é...
passando também pra comunidade, não só
nos nossos grupos de orientação de odonto,
quanto agora que eu estou trabalhando
também na Unidade de Saúde, eu também
acabo incorporando as questões...de ...da
nutricionista dentro dos grupos que eu faço
hoje.
E7 – UC36 – UR66 uma coisa importante,
nós profissionais da saúde, também através
das conversas que nós tínhamos em
reuniões, acabamos incorporando dentro das
nossas orientações o que ela passava pra
gente.
E7 – UC36 – UR67 agora que eu estou
trabalhando também na Unidade de Saúde
eu também acabo incorporando as questões
da nutricionista dentro dos grupos que eu
faço hoje.
sempre que a gente fazia as atividades estávamos juntos.
coletivas ou as visitas domiciliares eu
presenciava a atuação dela no... no sentido
da orientação mesmo, do... de correr as
informação e ter orientação tanto pra
família... nas visitas domiciliares quanto nos
grupos de orientações que nós fazíamos tudo
juntos acabava...acabava até que...é.... de
tanta integração que tinha que ela falava da
nossa área e a gente sabia falar dela... até
mesmo quando...quando não estávamos
juntos.
160
E7 – UC36 – UR67 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E7 – UC36 – UR66 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E7 – UC38 – UR70 um ponto pra não E7 – UC38 – UR70 Inserir o nutricionista no
dificultar pra formação dele é a inserção do campo de ensino buscando potencializar o
nutricionista na equipe mínima de Saúde da aprendizado.
Família.
161
E7 – UC37 – UR69 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
UC38 Bom é... é... acho que a primeira...
acho que surgia era a questão de não ter a
inserção
na...no
PSF
do...desse
profissional.... acho que assim.... porque as
categorias que tinham o profissional
inserido...acho que...é.... de você ter o
profissional... o tutor no campo facilitava.
vamos dizer assim, pelo conhecimento da
rotina, do..do serviço e tudo....acho que
E7 – UC37 – UR68 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E7 – UC37 – UR68 o que facilitou pra
formação do nutricionista foi essa questão
desse envolvimento com essas outras áreas.
E7 – UC37 – UR69 nós aprendíamos com ela
e ela aprendia com a gente, com os tutores e
tudo.
UC37 É... bom... o... a Residência o que que
ela .... que eu acho que ela contribuiu... pra
formação eu acho que... eu vejo assim...
vamos dizer assim... eu vejo acho que foi
como .. eu vejo isso como ...como um todo
pra... pra nossa equipe, o que facilitou pra
formação.. eu acho que eu não sei se eu
consigo é... separar assim cada profissão,
porque como a gente tentava... acho que a
proposta da residência tinha essa visão da
integração, acho que... o que facilitou pra
formação do nutricionista foi essa questão
desse envolvimento mesmo com o ...com
todo... as outras .. com essas outras áreas,
vamos dizer.. nós aprendíamos com ela e ela
aprendia com a gente também...então, tanto
com a enfermeira, quanto com dentistas,
então...com os tutores e tudo. E até mesmo
dentro do... das aulas que nós tínhamos na
faculdade mesmo. Então os pontos que são...
que facilitam acho que é isso, a integração e
a inserção da nutricionista na equipe mesmo
dentro da...da equipe da residência mesmo....
acho que é isso.
UC39 Então eu acho que ... acho que esses
eram os pontos principais, porque os outros
pontos é... porque a preceptora de área, no
caso nutricionista e ter os preceptores junto,
isso de uma certa forma supria o que num
tinha bem.. como eu disse é... pela inserção
do nutricionista na Saúde da Família, acho
que esse... acho que esse era.. eu vejo como
esse sendo o ponto assim principal que a
gente discutia aqui, os outros pontos... acho
que não ... acho que não teve um ponto que
fosse tão relevante quanto esse ... é isso que
eu acho.
E8
UC40 É difícil responder... acho que o
nutricionista sabe responder melhor que eu...
mas eu acho que é ...é esse contato com os
outros profissionais também, eu tomo... me
tomo como exemplo, assim como eu em
contato com o nutricionista tive outras...
aprendi bastante coisa... hoje eu não sei
tanto... dar tanto... não tão capacitado quanto
o nutricionista mas algumas coisas eu
aprendi para abordar isso, algumas coisa eu
sei falar e acho que pro... pro nutricionista
também,
esse
contato
com
outros
profissionais e até a possibilidade de ele ver
onde pode atuar junto com esses outros
profissionais,
por
exemplo
eu
sou
fisioterapeuta, tinha caso por exemplo de
vamos dizer assim.... vamos dizer assim....um
ponto pra não dificultar pra formação dele é
a..é a inserção do nutricionista na equipe ...
na equipe mínima de... na Saúde da Família.
E8 – UC40 – UR72 eu, em contato com o
nutricionista, aprendi bastante coisa, hoje eu
não sei tanto, mas algumas coisas eu aprendi
para abordar.
E8 – UC40 – UR73 contato com outros
profissionais e até a possibilidade de ele ver
onde pode atuar junto com esses outros
profissionais.
162
E8 – UC40 – UR73 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E8 – UC40 – UR72 Vivência multiprofissional
como facilitadora na formação.
E7 – UC39 – UR71 no caso, nutricionista e E7 – UC39 – UR71 Preceptores/Tutores
ter os preceptores junto, isso de uma certa como facilitadores no processo de formação.
forma supria o que num tinha inserção do
nutricionista na Saúde da Família.
E8 – UC42 – UR75 cada nutricionista ficou Efisio8 – UC42 – UR75 Inserção em poucos
numa realidade, então acho que isso cenários de atuação como dificultador da
dificultou um pouco o aprendizado igual pra formação.
todo mundo. Você viver uma coisa e você
ouvir do outro que viveu não é a mesma
coisa.
UC42 Dificultador..... deixa eu ver.... acho
que com é uma coisa que ele está
descobrindo agora, onde ele pode atuar .... e
isso é uma descoberta um pouco individual.
Eu acho que na residência, cada nutricionista
ficou numa realidade e... e foi se adaptando,
foi descobrindo o que pode fazer, o que pode,
onde pode atuar, suas competências de
163
E8 – UC41 – UR74 vendo o que o outro faz, E8 – UC41 – UR74 Vivência multiprofissional
você sabe que pode ajudar o outro atuando como facilitadora na formação.
ali também, acho que isso ajudou um
pouquinho na formação do nutricionista.
UC41 Então assim, acho que ela tem uma....
tipo o nutricionista, por exemplo, eu posso a...
uma pessoa que tem... que esteja obesa
também saber que ela vai ter uma artrose,
assim tá ligado, eu acho que é saber ligar
melhor as coisas, ver a pessoa melhor como
um todo, orientar melhor... ela veio
encaminhado pra nutricionista, mas olha no
futuro você vê... vir a ter esse problema...
Então eu acho que é uma visão mais ampla,
acho que entender um pouco melhor a outra
área, saber um pouco relacionar tudo isso,
não abordar como o outro profissional, mas
atender de uma forma mais integral, mais
plena mais ampla, ver onde pode atuar, às
vezes não... não percebe, e às vezes vendo
o que o outro faz, você sabe que você pode
ajudar o outro atuando ali também, acho que
isso ajudou um pouquinho na formação do
nutricionista.... eu acho que é isso.
artrose, que vinha pra... pra mim, eu preciso
do nutri também, porque se eu ficar cuidando
da artrose e a pessoa não reduzir um pouco
o peso, essa artrose vai continuar, então é
uma coisa em conjunto.
E8 – UC43 – UR76 entrar numa residência
multiprofissional, mas não saber direito ainda
o que vai fazer, ter que descobrir, perceber
isso foi um dificultador.
E8 – UC43 – UR77 a formação de uma é um
pouco diferente da outra pela realidade o
trabalho que uma fez num lugar não é o
trabalho que a outra fez, então uma tem uma
vivência e a outra tem outra.
E8 – UC43 – UR78 ter uma troca assim, entre
os postos, uma região trocar ir pra outra pra
viver aquela realidade, depois discutir o que
tá fazendo, que poderia fazer.
E8 – UC43 – UR78 Inserção em poucos
cenários de atuação como dificultador da
formação.
E8 – UC43 – UR77 Inserção em poucos
cenários de atuação como dificultador da
formação.
E8 – UC43 – UR76 Formação volta à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
164
UC45 é aquilo que eu falei de realidades E8 – UC45 – UR80 trocar mesmo pra saber E8 – UC45 – UR80 Repensar e diversificar
UC44 Dificuldade é ... também a gente não E8 – UC44 – UR79 a gente não sabe Efisio8 – UC44 – UR79 Formação voltada à
sabe trabalhar mesmo multi, inter, trans, tudo trabalhar mesmo multi, inter, trans, tudo isso especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
isso teve que ser aprendido e dois anos é teve que ser aprendido.
bastante, mas aprender isso é...é difícil...
então eu não sei até que ponto a gente
conseguiu absorver tudo isso daí, a gente
tentou, mas não sei se foi suficiente... vamos
ver.
UC43
entrar
numa
residência
multiprofissional, mas não saber direito ainda
o que vai fazer lá... ter que descobrir isso, ter
que perceber isso, isso acho que foi um
dificultador e o outro também, acho que
uma... por exemplo, a formação de uma,
acho que.... a visão de uma é um pouco
diferente da visão da outra pela realidade. O
que uma fez... o trabalho que uma fez num
lugar não é o trabalho que a outra fez, até
pela demanda daquela região, então uma
tem uma vivência e outra tem outra, talvez
tivesse tido uma troca entre.... entre as....
assim práticas mesmo entre os postos tal...
seria melhor.
acordo com aquela realidade... então acho
que assim, isso dificultou um pouco
o....aprendizado assim, como poderia dizer....
igual pra todo mundo... é lógico, teve
um...deve ter tido momento de troca entre
vocês e que isso foi....foi sanado, mas você
viver uma coisa e você ouvir do outro que
viveu não é a mesma coisa.
E8 – UC46 – UR82 trabalhar o multi, mas E8 – UC46 – UR82 Intensificar o enfoque de
assim com questões práticas talvez no pesquisa e momento de discussão.
começo, com discussões, com eventos,
porque a gente soube tudo muito pontual,
mas, juntar tudo eu tive dificuldade.
UC46 Uma categoria vinha e falava aí, tem
que fazer grupo disso, outra a... grupo disso.
Não dava pra fazer tudo que... eu vejo às
vezes... a gente teve que fazer um
planejamento lembra, da... de categoria na
atuação, eu não fiz metade do que eu
coloquei que eu ia fazer, por quê? Porque
não deu. Pra formação, por exemplo, a gente
165
se viver digamos em qualquer realidade, cenários que sirvam como campo de ensino.
conhecer todos os postos, não ficar num
lugar só, conhecer todas as realidades.
E8 – UC45 – UR81 ter uma troca maior tanto E8 – UC45 – UR81 Repensar e diversificar
entre categoria profissional, quanto na equipe cenários que sirvam como campo de ensino.
mesmo, desenvolver coisas juntos na equipe.
diferentes, então numa tem mais criança, na
outra é... tem mais hipertenso, na outra tem
mais acamado, na outra tem mais, então
assim a gente acaba desenvolvendo projetos
diferentes, um mais com crianças, outros
mais com idosos, outros mais com....então
acho que assim, trocar mesmo pra ter... pra
saber se viver digamos em qualquer
realidade, entendeu... trocar... conhecer
todos os postos, não ficar num lugar só,
conhecer todas as ... as realidades , e ter
uma troca maior tanto entre categoria
profissional
na...na...
por
exemplo
nutricionista, quanto na equipe mesmo ,
desenvolver coisas juntos na equipe, acho
que as duas coisas são importantes sem
perder o foco , a integração entre a equipe e
a
integração
entre
o
nutricionista,
principalmente porque não está inserido na
categoria, não é uma competência assim que
está estabelecida igual a enfermagem, a
enfermagem tem que trabalhar isso, isso, isso
e isso, a nutricionista não tem isso ainda,
está sendo feito né, então por isso eu acho
que tem que ter um... uma discussão maior
na categoria mesmo.
tinha que ter visto tudo aquilo eu acho, tem
coisa que se eu for ter que montar hoje eu
não sei, porque eu não montei, eu não fiz
aquilo que eu me propus a fazer, mas
também não precisava,.. então isso que eu
falo que é difícil, não.. é complicado .... então
é trabalhar o multi, mas assim com questões
práticas talvez no começo, com discussões,
com eventos, porque a gente soube tudo
muito pontual mas, juntar tudo eu tive
dificuldade... bastante. No final só que deu
certo, pelo menos alguma coisa deu certo no
final. Foi gostoso, foi bom... no final a gente
vai descobrindo, a gente vai juntando as
peças, uma coisa muito boa de fazer, tem
uma.. uma recompensa, a gente vê um
retorno a gente vê uma melhora.
E9
UC47 Eu acho que assim é, não sei se cabe
aqui, mas assim no caso das aulas que são
importantes.
Aulas
mais...
melhores
estruturadas, que não... ... não foi, todo
mundo sabe disso, mais estruturadas, com
profissionais realmente que entendam do
assunto, específico da área de Nutrição por
exemplo, não um profissional generalista.
Lógico que é importante essa visão, mas eu
acho que é importante enriquecer o papel
específico da pessoal também, então.. aulas
de... principalmente em relação às aulas com
profissionais qualificados, aulas estruturadas,
sabendo o que vai falar como vai falar, de
maneira que seja bacana para todo mundo,
aprendizagem... acho que é isso. Agora para
a residência mesmo, acho que é a ...a parte
E9 – UC47 – UR83 Aulas mais estruturadas,
com profissionais realmente que entendam
do assunto específico.
E9 – UC47 – UR84 aulas com profissionais
qualificados, sabendo o que vai falar, como
vai falar, de maneira que seja bacana para
todo mundo, aprendizagem.
166
E9 – UC47 – UR83 Buscar nutricionista com
conhecimento em PSF para aprimorar a
abordagem teórica específica.
E9 – UC47 – UR84 Buscar docentes que
contemplem a diversidade de formações.
E9 – UC49 – UR86 talvez fosse mais
interessante ter o nutricionista no posto como
profissional, seria muito melhor ficar
acompanhando, aprendendo.
E9 – UC49 – UR87 poderia ser melhor se
tivesse já um profissional que já tivesse
inserido no PSF, seria com certeza muito
mais enriquecedor como é toda residência.
UC49 talvez fosse mais interessante ter o
nutricionista já lá no posto como profissional ,
seria muito melhor ficar lá acompanhando,
aprendendo e não tinha , era a residente era
a pessoa que tinha... não tinha a pessoa lá
no posto. Acho que isso também, que não
existe, mas poderia ser melhor se tivesse já
um profissional que já tivesse inserido no
PSF, seria com certeza muito mais
enriquecedor como residente, como é toda
residência médica, como é toda residência de
enfermagem, tem um profissional lá todo dia
sabendo fazer as coisas, que é algo que
167
E9 – UC49 – UR87 Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
E9 – UC49 – UR86 Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
E9 – UC48 – UR85 estruturação do dia, E9 – UC48 – UR85 Pouca oportunidade de
módulo, tal assunto, ter uma programação aprendizagem.
pra gente saber o que vai acontecer,o que vai
ser falado, pra já estar vendo alguma coisa
dessas pra gente acrescentar na aula. Isso
não tinha, era tudo meio jogado.
UC48 ficou lesado de aula teórica, ficou
mesmo, não tem como falar que não ficou,
todo mundo reclamou acho que ficou faltando
isso na parte teórica das aulas, conhecimento
tanto na parte específica quanto na parte de
saúde pública. . Teve profissionais muito
bons que vieram ministrar as aulas mas
poderia ter sido muito melhor com certeza,
pena que foi ... pela estruturação dia, módulo,
tal assunto, ter uma programação pra gente
saber o que vai acontecer,o que vai ser
falado, pra já tá vendo alguma coisa dessas
pra gente acrescentar na aula. Isso não tinha
, era tudo meio jogado, acho que ficou
faltando isso pra aprimorar mais ainda o
papel .. a formação do residente.
teórica, tem que ser mais estruturada com ...
com profissionais é... mais capacitados pra
estar ministrando isso daí... eu acho que é
isso o que ficou faltando.
UC51 Outra questão é o olhar integral da
integralidade, então eu me lembro de uma
coisa assim... quando eu... eu sou terapeuta
ocupacional. então eu tenho uma formação
muito grande pra trabalhar com saúde mental
e eu falei: vamos trabalhar com saúde mental
e a nutricionista perguntou: Que que eu vou
fazer num grupo de saúde mental? E eu
sentei com ela e falei que uma das questões
é que todo usuário de psicotrópico,
neuroléptico eles tendem a engordar muito ou
emagrecer muito ou tem os distúrbios de..
distúrbios alimentares, da psiquia... que a
psiquiatria trata, então são questões de
saúde mental que ela não conseguia nem
enxergar dentro da formação dela, como eu
também consegui aprender um monte de
coisa, que lógico eu nunca vou substituir o
nutricionista, mas minha formação é mais
integral, é mais completa, eu consigo ver a
pessoa de maneira holista, não gosto dessa
palavra , mas assim, essa visão integral que
deveria ter na residência.
E10
UC50 Eu acho que é a troca né, a questão de
ter vários profissionais então... até hoje eu
me pego dando orientação que eu aprendi
como o nutricionista, como eu acho que por
exemplo convivendo comigo, a nutricionista
aprendeu algumas coisas que ela não tinha
formação na área dela, como a gente
aprendeu com o dentista e com o médico.
Então essa questão da troca é uma questão
fundamental.
E10 – UC51 – UR89 questões de saúde
mental que ela não conseguia nem enxergar
dentro da formação dela.
E10 – UC51 – UR90 visão integral que a
gente consegue a partir da troca. Eu acho
que isso foi importante para N, foi importante
pra mim, foi muito interessante essa questão
da troca.
UR88
Vivência
facilitadora
na
168
E10 – UC51 – UR89 Formação voltada à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
E10
–
UC51
–
UR90
Vivência
multiprofissional
como
facilitadora
na
formação.
E10 – UC50 – UR88 é a troca, a questão de E10
–
UC50
–
ter vários profissionais, eu acho que, multiprofissional
como
convivendo comigo, a nutricionista aprendeu formação.
algumas coisas que ela não tinha formação
na área dela.
E10 – UC53 – UR92 a falta de um arcabouço
teórico que desse conta da atuação do
nutricionista no Programa de Saúde da
Família.
E10 – UC53 – UR93 o resto da equipe
multiprofissional teve que construir os seus
textos teóricos, o papel de cada um, numa
equipe multiprofissional, num programa de
atenção primária.
UC53 Eu acho que a falta de um arcabouço
teórico, porque até então foi inédita a
presença do nutricionista, então eu acho que
é a falta de um arcabouço teórico que desse
conta da atuação do nutricionista no
Programa de Saúde da Família. Como foi
uma... pelo menos a minha turma foi a turma
pioneira que começou , não tinha... não tinha
é... onde fazer revisão da literatura, a gente
meio que juntava as coisas, isso pra todo
mundo eu acho... tirando o médico e o
enfermeiro,
o
resto
da
equipe
multiprofissional teve que quase que construir
os seus textos teóricos ali, o que ... o papel
de cada um, numa equipe multiprofissional,
num programa de atenção primária. Apesar
de todo mundo ter uma inserção clara e tal,
eu acho que isso, por exemplo, pra TO já
169
E10 – UC53 – UR93 Escasso arcabouço
teórico específico referente ao processo de
trabalho no PSF.
E10 – UC53 – UR92 Escasso arcabouço
teórico específico referente ao processo de
trabalho no PSF.
E10 – UC52 – UR91 questão da prática E10 – UC52 – UR91 RMSF proporcionando
profissional, o tempo inteiro dentro da espaço
para
novas
estratégias
de
unidade básica de saúde, aprendendo a lidar aprendizagem.
com os problemas que os profissionais de
unidade de saúde lidam, acho muito
interessante.
UC52 Então eu acho que além dessa troca
que tinha na coisa da residência, a questão
da prática profissional, você tá o tempo inteiro
ali, dentro da unidade básica de saúde,
aprendendo a lidar com os problemas que os
profissionais de unidade de saúde lidam, eu
acho muito interessante.
a gente consegue a partir da troca. Então eu
não sabia que diabetes podia ser
diagnosticado por um problema de gengiva,
foi convivendo com a dentista que a gente
descobriu isso. Eu acho que isso foi
importante para nutricionista também, foi
importante pra mim, foi muito interessante
essa questão da troca.
E11 – UC55 – UR95 a residência E11 – UC55 – UR95 RMSF proporcionando
multiprofissional em saúde da família amplia espaço
para
novas
estratégias
de
um pouco a clínica do profissional, porque aprendizagem.
nossa formação de graduação é muito
assistida, intervenção para uma pessoa com
problema.
E10 – UC54 – UR94 já tem uma produção de E10 – UC54 – UR94 Intensificar o enfoque de
monografia, de artigo, então que isso fosse pesquisa e momentos de discussão.
reunido, organizado, estudado e investimento
em pesquisa.
170
UC56 Bom, eu acho que uma das coisas que E11 – UC56 – UR96 a estrutura de trabalho E11 – UC56 – UR96 Pouca oportunidade de
UC54 agora já tem outra turma, eu acho que
já tem uma produção aí de monografia, de
artigo, então o primeiro que isso fosse
reunido... de livro foi feito livro. Então que
isso
fosse
organizado,
estudado
e
investimento em pesquisa. Eu acredito assim
que apesar de ser uma especialização em
serviço, ela é uma experiência academia
ainda... é uma pós-graduação, então que ...
que fosse realmente despendido um tempo
da residência como estudar que papel é esse
do... do nutricionista na atenção primária.
E11
UC55 Bom eu acho, a residência
multiprofissional em saúde da família eu acho
que amplia um pouco a clínica do
profissional, porque eu acho que a nossa
formação de graduação é muito pro ... é
muito assistida, então você vai fazer
intervenção pro grupo, pra uma pessoa que
está lá com problema de obesidade, uma
desnutrição, algum assim que teve que fazer
uma intervenção cirúrgica.
tinha alguma coisa construído, porque já tem
.... já tem uma TO trabalhando lá, agora pra
Nutrição não tinha.... pra Nutrição não tinha.
Foi muito construído ao longo da residência,
juntando assunto e aí, você estudava
diabetes, diabetes na atenção primária, mas
não tinha o que que o nutricionista na
atenção primária... isso talvez tenha sido a
maior.. a dificuldade assim.
demorou um pouco pra entrar nos eixos, por aprendizagem.
exemplo, a carga horária que eu deveria ter
para a supervisão de caso, às vezes não era
adequada
pra
prática
dele
(NUTRICIONISTA).
171
UC57 ter a inserção da categoria também E11 – UC57 – UR97 ter a inserção da E11 – UC57 – UR97 Inserir o nutricionista no
(NUTRIÇÃO)
também
teria campo de ensino buscando potencializar o
teria facilitado muito, então às vezes seria categoria
aprendizado.
muito mais fácil, como o profissional não era facilitado muito.
conhecido da rede, então eles começaram de
uma etapa anterior do que outras categorias,
então às vezes não ter a presença de um
talvez pra todos os profissionais e pro
nutricionista em particular, eu acho a questão
assim de recursos materiais que às vezes
nós éramos dez categorias profissionais,
então às vezes algumas coisas específicas
deles ou de cada categoria ficou deficiente,
faltava, então por ser muito abrangente,
talvez a estrutura de trabalho demorou um
pouco pra entrar nos eixos. Assim,então por
exemplo, o nutricionista, qual é a carga
horária que eu deveria ter para a supervisão
de caso e às vezes nisso, como era muito
genérico, às vezes não era adequado pra
prática dele, ou mesmo assim, na prática
tradicional por exemplo, a gente fala ah a
gente faz.. fazer uma consulta de Nutrição é
muito importante, você saber o hábito é....
você ter tudo aquele levant... recordatório
alimentar, então era uma... uma entrevista,
era um momento que tinha que ser mais
prolongado e às vezes as rotinas da prática
eram muito instantâneas, queixa e conduta e
na Nutrição não é queixa e conduta, a queixa
é muito longa , então achei então uma
coisa... algo que dificulta, porque você dividir
a estrutura de trabalho/tempo de maneira
muito igual e o nutricionista tinha esse
momento que era diferencial... diferenciado.
profissional, talvez não pro médico e
enfermeiro, que é nuclear lá, um médico e
enfermeiro pra cada tantas famílias, mas ter
um profissional de referência então ainda é
artigo de luxo. Nutrição é artigo de luxo,
então às vezes ter alguém que possa fazer
toda essa referência, contrrreferência de
fazer um pouco mais de é... de divulgação da
atuação, eu acho que isso ajudaria mesmo,
de estar mais presente é... na unidade.
E12
UC58 Facilitadores... a prática, achei que foi
um ponto facilitador pra ela... ela veio pra
população, ela veio pra equipe. Ao mesmo
tempo que ela tinha pra fornecer de instrução
e tudo ela recebia da gente também
orientação
da
parte
médica,
tinha
fisioterapeuta também que participava junto,
parte da odonto. E então, a parte prática que
ela teve aqui eu acho que é fundamental é
pra ela.. eu tenho medo que eu viajo muito
nas coisas, eu perco o fio da meada.... eu
acho que a parte pra... prática tem a ver com
a gente, o que eu posso falar foi o que ela
viveu aqui com a gente, foi muito importante
tanto pra ela quanto pra gente, a gente
ganhou muito com a experiência que ela
tinha, com.. com a sabedoria que ela tinha
sobre a Nutrição. Que realmente no dia a dia
aqui é difícil, se pegar todo dia e se estar se
atualizando em termos de Nutrição, ela tinha
aquilo tudo fresquinho na cabeça, ela trazia
pra gente, ajudava muito e vice-versa
também, a gente ajudava ela, em termos de
diabetes, pressão alta, ela assistia também
E12 – UC58 – UR98 Ao mesmo tempo que
ela tinha pra fornecer de instrução e tudo ela
recebia da gente também, orientação da
parte médica, tinha fisioterapeuta, odonto.
E12 – UC58 – UR99 a gente ajudava ela, em
termos de diabetes, pressão alta, ela assistia
também nossos grupos de hipertensão,
doenças degenerativas, isso ajudava ela a
articular o que tinha de experiência da parte
técnica com a parte prática.
UR99
Vivência
facilitadora
na
E12
–
UC58
–
multiprofissional
como
formação.
172
UR98
Vivência
facilitadora
na
E12
–
UC58
–
multiprofissional
como
formação.
173
E13 – UC61 – UR103 Integração entre as E13
–
UC61
–
UR103
Vivência
outras profissões.
multiprofissional
como
facilitadora
na
formação.
E12 – UC60 – UR102 (PALESTRAS) uma E12 – UC60 – UR102 Intensificar o enfoque
abordagem
multiprofissional
e
uma de pesquisa e momentos de discussão.
abordagem multitécnica também.
UC60 (PALESTRAS) Uma abordagem
multiprofissional
e
uma
abordagem
multitécnica também, porque dependendo da
causa, o tipo de Nutrição pode variar
também... vai tratar ... por exemplo, eu estou
cuidando de um paciente que tenha
determinado tipo de alimentos ou com
vitaminas e proteínas, ela precisa saber como
ela vai educar esse paciente pra que a gente
conseguir chegar a um consenso comum, a
Nutrição e a parte curativa.
E13
UC61 Eu acho que o trabalho em equipe
junto com outras equipes de... outras
profissões, como é fisio, farmaco, então essa
integração entre as outras profissões.
E12 – UC59 – UR100 Intensificar o enfoque
de pesquisa e momentos de discussão
E12 – UC59 – UR101 Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino
E12 – UC59 – UR100 mais cursos,
congressos.
E12 – UC59 – UR101 ver tipos populacionais
diferentes, aumentar a diversidade na técnica
dele, no aprendizado.
UC59
Aprimoramento...
mais
cursos,
congressos, é... ver tipos ... é... de...
populacionais diferentes, na prática ele vai ter
... aumentar a diversidade dele na técnica
dele, no aprendizado. Mais palestras, e fazer
... ensinar.. mostrar pra população a
importância de uma nutri...boa nutrição, e da
participação mesmo dele com outras.. outras
áreas técnicas também , onde ele se encaixa,
saber onde ele vai se encaixar, como ele vai
se desenvolver....
nossos grupos, de hipertensão, doenças
degenerativas então... isso aí ajudava ela a
articular a... o que ela tinha de experiência da
parte técnica com ... aqui... com a parte
prática mesmo.
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