IRANI GOMES DOS SANTOS RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E A FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA PARA O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Mestre Profissional em Ensino em Ciências da Saúde. São Paulo 2009 IRANI GOMES DOS SANTOS RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E A FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA PARA O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Mestre Profissional em Ensino em Ciências da Saúde. Orientadora: Profª. Dra. Urrestarazu Devincenzi Coorientador: Batista São Paulo 2009 Prof. Dr. Macarena Nildo Alves Santos, Irani Gomes dos Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família / Irani Gomes dos Santos – São Paulo, 2009. 173f. Tese (Mestrado Profissional) – Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências da Saúde. Título em inglês: Multiprofessional Residency and training of the nutritionist for the Family Health Program 1. Nutricionista 2. Saúde Pública 3. Programa Saúde da Família 4. Internato e Residência. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE Diretora do CEDESS: Profa. Dra. Maria Cecília Sonzogno Coordenador do Curso de Pós-Graduação: Profa. Dra. Sylvia Helena S. Batista IRANI GOMES DOS SANTOS Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família Presidente da Banca: Profª. Dra. Macarena Urrestarazu Devincenzi BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Professora Dra. Ana Lúcia Medeiros de Souza ________________________________________ Professora Dra. Maria Fernanda Petroli Frutuoso ________________________________________ Professor Dr. Gilberto Tadeu Reis da Silva ________________________________________ Professora Dra. Lídia Ruiz Moreno - Suplente Aprovada em: ____/____/___ DEDICATÓRIA À minha amada família: À Madalena, minha querida mãe que tem a generosidade como dom e amor incondicional. Ao Lino Carlos, meu pai zeloso, com um amor protetor que me conduz na batalha da vida sempre me fazendo acreditar em meu potencial. À minha irmã Iraí, que me acolhe com um indescritível amor fraternal. AGRADECIMENTOS À professora Macarena Urrestarazu Devincenzi, por manter a paciência diante de minha grande ansiedade e por sempre acreditar na contribuição deste trabalho para a categoria de Nutrição. Ao professor Nildo Alves Batista, pela orientação no desenvolvimento da análise dos dados. Aos entrevistados, pela sua cordialidade e disponibilidade. À Turma do Mestrado Profissional 2007/2009, novos amigos que nessa trajetória me proporcionaram muitas alegrias, aprendizado, companheirismo e suporte emocional. Aos colegas de trabalho: Profª Carla Roberta Ferraz Rodrigues e Profº Renato Ohara por compartilharem comigo seus conhecimentos e pela constante disponibilidade. À amiga e colega de trabalho - Profª Simone Alves Landim, pelo ombro sempre presente. Ao Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS), pela extrema importância que agregou ao meu crescimento profissional. À Faculdade Santa Marcelina, pelo incentivo e valorização profissional. “Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz.” (Almir Sater e Renato Teixeira) APRESENTAÇÃO Meu percurso profissional teve início em 1998, com a conclusão da graduação em Nutrição. Em agosto de 1999, fui contratada como nutricionista na área clínica de um hospital filantrópico situado na zona leste do município de São Paulo. Buscando maior conhecimento, realizei minha primeira especialização voltada à Nutrição Clínica. No início do ano de 2005, recebi uma proposta que mudou totalmente essa área de atuação, pois visava desenvolver minhas atribuições na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), um projeto idealizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina e Faculdade Santa Marcelina - Unidade Itaquera. Nessa proposta, a atuação seria em saúde pública, mais especificamente no Programa de Saúde da Família (PSF), estratégia para organizar a atenção básica, implantada a fim de trazer uma nova concepção de saúde, voltada para a promoção da qualidade de vida e intervenção em fatores de risco. Vivenciando esse contexto, algumas inquietações surgiram e percebi que trabalhar com a comunidade e estar no domicílio do usuário exigia algo mais que a simples transmissão de conhecimentos - educação bancária. Ressalto que a transmissão de conhecimento também não é indicada na área clínica, porém só percebi a sua limitação e inadequação após minha inserção nesse novo campo de atuação. Era necessário agora considerar a experiência e vivência do próximo, e foi nesse período que o ingresso em meu segundo curso de especialização - Educação e Formação em Saúde - tornou-se fundamental para entender como ensinar e aprender, ouvir antes de falar, observar e compreender antes de interferir. Essas palavras agora faziam pleno sentido em minha vida, era parte do meu dia a dia, de minha prática. Era indispensável ampliar os horizontes e aprimorar meus conhecimentos teóricos e práticos. Ser nutricionista não era mais suficiente, descobri que o que estava buscando era ser um profissional da saúde – um educador na área da saúde. Ser preceptora, diante da vivência com profissionais de diversas formações, também fez aflorar a necessidade de um trabalho conjunto, não mais compartimentado e sim um trabalho interdisciplinar, construindo e partilhando conhecimentos e técnicas. Com o residente, tinha o papel de buscar estratégias que proporcionassem uma aprendizagem significativa pautada nos problemas que emergiam no quotidiano, contribuindo também para minimizar os problemas de saúde a partir de ações integrais, considerando os diferentes determinantes no processo saúde/doença. Assumindo esse papel de preceptora e com a preocupação de como realmente se efetiva essa formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família, percebi a necessidade de um novo caminhar, agora buscando o mestrado. O caminho percorrido até esse momento me fez buscar um ambiente que tivesse como eixo direcionador a Educação em Saúde, pois poderia trazer respostas as minhas inquietações. Portanto, a partir deste momento, convido todos a se apropriarem da concretização deste estudo desenvolvido no Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS), a partir do Mestrado Profissional realizado durante os anos de 2007 a 2009. RESUMO Introdução: As Residências Multiprofissionais em Saúde da Família surgem recentemente como espaço de formação e produção de tecnologias do cuidado, importante para qualificação do SUS. Em algumas Residências, o nutricionista encontra-se inserido, desenvolvendo ações de alimentação e Nutrição relevantes diante do perfil epidemiológico da população brasileira. Objetivo: Investigar a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Métodos: Um programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvido em 2005-2007 foi cenário deste estudo, tendo como sujeitos da pesquisa egressos dessa residência que desenvolveram suas atividades juntamente com o nutricionista/residente. O estudo é exploratório, descritivo, analítico, qualitativo, corte tipo transversal, tendo como técnica de coleta de dados entrevista semiestruturada e a análise dos dados a partir da análise de conteúdo. Todos os procedimentos éticos foram seguidos, tendo aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa e aceite/assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos entrevistados. Resultados e discussões: A pequena inserção do nutricionista nessa estratégia foi considerada um dos motivos para a compreensão pouco clara de sua atuação pelos demais profissionais e por ele próprio. No entanto, sua especificidade foi valorizada considerando seu olhar diferenciado para situações voltadas à alimentação e Nutrição, fazendo ampliar possibilidades de cenários de atuação, destacando ações de promoção e prevenção. O trabalho multiprofissional e interdisciplinar potencializou essa atuação, bem como a dinâmica do processo de trabalho instituído pelo Programa Saúde da Família. Quanto à formação do nutricionista, verificou-se que a vivência multiprofissional surgiu como facilitador desse processo, proporcionando ao residente olhar ampliado a partir da interação e trocas cotidianas. Compartilhar informação e vivências a partir de diferentes realidades buscando sanar dúvidas e construir um plano de trabalho, mesmo diante do limitado arcabouço teórico da atuação do nutricionista nessa estratégia, foi possível a partir da discussão entre pares. A Residência como um programa de pós-graduação proporcionou estratégias de aprendizagem diferenciadas, nas quais os preceptores e tutores foram considerados por alguns residentes como facilitadores em sua formação. Os pontos dificultadores também foram observados, nos quais a formação prévia do nutricionista voltada à especificidade foi considerada dificultador nesse processo, uma vez que a especificidade compõe apenas parte das necessidades desse cenário. Os relatos indicam a carência de profissionais preparados para desenvolver o papel de facilitador/docente somado à inserção em poucos cenários de aprendizagem, limitando a possibilidade de novas intervenções e discussões. Considerações finais: A Residência Multiprofissional em Saúde da Família vem tentando reduzir a lacuna entre a formação e atuação do nutricionista, possibilitando aproximação com as premissas que ancoram essa estratégia, ampliado seu processo de formação fazendo-o exercitar na prática os preceitos exigidos no seu perfil profissional. Palavras chaves: Nutricionista, Programa Saúde da Família, Internato e Residência ABSTRACT Introduction: The Multiprofessional Residencies in the Family Health emerges recently as a training and production of technologies of care, an important qualification for the SUS. In some residences, the Nutritionist is inserted, developing activities relevant to food and nutrition before the epidemiological profile of the Brazilian population. Objective: To Investigate the actions of the nutritionist in the Family Health Program and its formation from the Multidisciplinary Residency in Family Health. Methods: A Multiprofessional Residence in Health Family Program developed in 2005-2007 was the scene of the study, having as subject of the research egresses who developed their activities jointly the nutritionist/resident. The study is exploratory, descriptive, analytical, qualitative, cross-cut type, with the technique of data collection and semi-structured analysis of data from the analysis of content. All ethical procedures were followed and approval of the Research Ethics Committee and accepted / signed the Term of Free and Informed Consent by the interviewees. Results and discussions: The small insertion of nutritionist this strategy was considered one of the reasons for unclear understanding of their role by other professionals and by him/herself. However its specificity was valued based on their different look for situations turned to food and nutrition, to expand possibilities of scenarios of action, emphasizing health promotion and prevention. The multidisciplinary and interdisciplinary work increased that performance and the dynamics of the work established by the Family Health Program. The training of nutritionists, it was found that the multiprofessional experience emerged as a facilitator of this process providing the resident extended look from the daily interaction and exchange.Share information and experiences from different realities seeking remedy doubts and build a plan of work, despite the limited theoretical role of the action of the Nutritionist in this strategy, it was possible from the discussion between peers. The Residency as a program of post graduate provided strategies for differentiated learning in which tutors and preceptors were considered by some residents as facilitators in their training. The difficult points were also observed, in which the prior training of the Nutritionist focused on the specificity was considered difficult in this case, since the specificity of requirements comprises only part of that scenario. The reports indicate a shortage of professionals prepared to develop the role of facilitator/teacher added the insertion in a few scenarios learning, limiting the possibility of new interventions and discussions. Final considerations: The Multiprofessional Residency in Family Health is trying to reduce the gap between training and performance of Nutritionist, enabling closer to the assumptions that anchor this strategy, expanding its training process making it to exercise in practice the rules required in their professional profile. Key words: Nutritionist, Family Health Program, Internship and Residency. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 2 OBJETO............................................................................................................ 22 3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 23 3.1 Geral .......................................................................................................... 23 3.2 Específicos ................................................................................................. 23 4 METODOLOGIA ............................................................................................... 24 4.1 Local do estudo .......................................................................................... 24 4.2 População de estudo.................................................................................. 29 4.3 Procedimentos éticos ................................................................................. 31 4.4 Coleta de dados ......................................................................................... 32 4.5 Métodos ..................................................................................................... 34 4.6 Análise dos dados ...................................................................................... 36 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 41 5.1 Eixo temático 1 - Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.... 42 5.2 Eixo temático 2 – Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) .............................................................................. 58 6 FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFSSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: SUGESTÕES PARA O APRIMORAMENTO ................ 76 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 85 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 88 ANEXOS .................................................................................................................. 97 APÊNDICES........................................................................................................... 101 1 INTRODUÇÃO Em um cenário de longos anos de movimento sanitário acontecendo no Brasil, em meio à crise do setor da saúde com suas incongruências, desarticulação e incapacidade de prestar assistência razoável à maioria da população, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde que embasou o texto da Constituição de 1988, é instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo até os dias de hoje a luta para que seus princípios de universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de descentralização e de controle social da gestão, sejam respeitados. (MANO, 2004) O SUS configurou-se como um elemento de importância e destaque na política de saúde dos anos 90, apesar das dificuldades contextuais em virtude da operacionalização de alguns dos seus princípios básicos e a descentralização das ações do setor para os municípios. Diante da magnitude dos problemas de saúde do povo brasileiro, advindos de fatores ambientais, biológicos, físicos e sociais, decorrentes e permanentemente agravados pela crise social dos últimos anos, cuja repercussão direta se traduz em aumento da violência, desemprego e exclusão (FORATTINI, 2000), o SUS não tem sido capaz, por si só, de colocar em prática as conquistas legais que representa. A partir da necessidade de construção e consolidação do SUS, surge em 1994 o Programa Saúde da Família – PSF (ALVES, 2005; MANO, 2004), sendo anunciado oficialmente como um instrumento para reorganização do SUS e da municipalização, no qual o Ministério da Saúde definiu critérios institucionais para sua implantação. As primeiras equipes do PSF foram instituídas com um caráter de porta de entrada para o sistema de saúde, buscando a reversão e reorganização do modelo assistencial vigente. (VIEIRA et al, 2004) Nessa primeira versão, o PSF foi colocado como um modelo de assistência à saúde que visa desenvolver ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, no nível de atenção primária, utilizando o trabalho de equipes de saúde responsáveis pelo atendimento na unidade local de saúde e na comunidade.(BRASIL, 1994) O PSF surge então, não sendo uma proposta paralela 13 na organização dos serviços de saúde, e sim uma estratégia de substituição e reestruturação do modelo. (VIEIRA et al, 2004) Segundo Tomaz (2002), apesar de a sigla utilizada apresentar a letra P, de programa, não deve ser visto assim, pois propõe ações que vão muito além da extensão da cobertura para as populações marginalizadas. Esse fato pode ser comprovado pelos documentos publicados pelo Ministério da Saúde em 1997 e 1998, que reforçam o entendimento do PSF como estratégia para a reorganização da atenção básica, implantada a fim de trazer uma nova concepção de saúde, voltada para a promoção da qualidade de vida, resgatando então os princípios do SUS, visando melhorar e ampliar o atendimento à população. (BRASIL, 1997; BRASIL, 2000) Inicialmente implantado em cidades pequenas, situadas em áreas de baixa densidade populacional, com escassez de serviços e profissionais de saúde, elevada morbimortalidade (CAPISTRANO FILHO, 1999), o PSF foi progressivamente sendo expandido e implantado em municípios de médio porte, como também, em grandes centros urbanos, sobretudo ao final da década de 90. A cidade de São Paulo teve sua experiência iniciada somente em 1996, por força de uma outra opção política municipal para a saúde, o Plano de Atendimento à Saúde (PAS), sendo utilizado como modelo assistencial na ocasião em que o PSF foi instituído em outros estados. Assim, a não municipalização da gestão da saúde em São Paulo levou a Secretária de Estado da Saúde a assumir a implantação do PSF com a denominação de Qualidade Integral em Saúde (QUALIS), a partir da articulação do Ministério da Saúde em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina, organização social sem fins lucrativos tradicional da região leste da cidade. (SILVA; DALMASO, 2002) A pesquisa de avaliação de resultado realizada após um ano de funcionamento do QUALIS mostrou resultados extremamente positivos, somados a 14 aceitação de mais de 90% da população da área de abrangência onde ele foi instituído. Com esses resultados, em 1998 o Projeto QUALIS foi ampliado para áreas das regiões sudeste e norte da cidade, em parceria com a Fundação Zerbini. (SILVA; DALMASO, 2002; CAPISTRANO FILHO, 1999) A gestão desses serviços continuava sob responsabilidade da Secretaria de Governo da Saúde do Estado. A gestão municipal, iniciada em 2001, assumiu progressivamente a implantação do SUS e a descentralização das ações em saúde, incorporando o PSF como prioridade na estratégia de reorganização da rede básica da cidade, estabelecendo que até o final da gestão 2000/2004 toda rede básica deveria ser transformada progressivamente em PSF. A partir desse momento, as unidades QUALIS passaram a ter a denominação de PSF, sendo assumidas pela esfera do governo municipal e priorizando as regiões identificadas pelo mapa da exclusão social da cidade, que compreendia os distritos de saúde de toda a periferia, caracterizando a focalização como estratégia para a universalização. (ELIAS; et al, 2003) O PSF foi inicialmente implantado na Zona Leste da cidade, por ser a região com um movimento popular articulado e organizado, somado a sua experiência com o Projeto Médico de Família. Essa estratégia vem sendo consolidada como modelo de atenção básica, no qual diversas ações têm sido desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, podendo ser citada principalmente a aprovação da Política Nacional da Atenção Básica em 2006, que redefine também para o PSF os princípios gerais, responsabilidades de cada esfera do governo, infraestrutura e recursos necessários, características do processo de trabalho, atribuições dos profissionais e as regras de financiamento. (BRASIL, 2006a) Apesar de ser uma estratégia recente, já é possível enxergar e questionar alguns princípios que fizeram parte da implantação do PSF, no qual se destaca a possibilidade de expansão da equipe básica, carência de profissionais (caráter quantitativo e qualitativo), o redimensionamento das áreas, multiprofissionalidade, entre outros. (MANO, 2004) 15 Diante disso, os cursos de Especialização em Saúde da Família, destinados a profissionais de nível superior, capacitação da equipe e a criação de Residências Multiprofissionais em Saúde da Família surgem com o objetivo de minimizar a carência qualitativa dos profissionais da saúde. (CAMPOS; BELISÁRIO, 2001) No ano de 2006, em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, foi possível constatar que os programas de Residência Multiprofissional em Saúde financiados pelo Ministério da Saúde estavam presentes na região Norte (Rondônia), Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Sergipe), Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo), tendo seu número de vagas variando de três a dez categorias profissionais, sendo o mínimo composto por três profissões (Enfermagem, Odontologia e Farmácia) em Rondônia e o máximo de 10 desenvolvido em São Paulo. (BRASIL, 2006b) Considerando a crescente demanda do setor saúde e a partir do artigo 27 da Lei Orgânica de Saúde (LOS) que estabeleceu os serviços de saúde como campos para o ensino e pesquisa (BRASIL, 2007a), o Ministério, por meio da Portaria Interministerial 2.117, instituiu a Residência Multiprofissional em Saúde específicas ou multiprofissionais, como um espaço de formação e produção de tecnologias do cuidado, importante para a qualificação do SUS. (BRASIL, 2005a; BRASIL, 2006b) A partir dessa portaria, um número maior de cursos de especialização sob a forma de Residência foi percebido, porém sem legislação apropriada de caráter nacional, que assegurasse a qualidade para esse tipo de formação em serviço. Buscando organizar essa estrutura, foi instituída em 30 de junho de 2005, a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde – CNRMS (BRASIL, 2005b; BRASIL, 2006b), tendo suas atribuições definidas apenas em 2007, juntamente com a categorização das residências como formação em serviço em caráter de pós-graduação Lato sensu destinado às profissões relacionadas à saúde. (BRASIL, 2007b) A diversidade das regiões brasileiras, somada à necessidade das residências serem fomentadas respondendo às prioridades e anseios locais, pode justificar o 16 desenvolvimento de residências com estrutura, categorias profissionais, processo de trabalho e abordagem de ensino/aprendizagem diversificada. Dentre as residências desenvolvidas em São Paulo, cita-se a Residência Multiprofissional em Saúde da Família, desenvolvida na Zona Leste, no período de em 2002-2004, a partir do contrato instituído entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Casa de Saúde Santa Marcelina, que posteriormente firmou acordo de Cooperação Técnica com Faculdade Santa Marcelina, instituição de ensino superior, responsável pela certificação como pós-graduação, para formação de 40 profissionais da saúde (enfermeiros e médicos). Em 2005, após novo contrato firmado entre o Ministério da Saúde, inicia-se a segunda Residência com um aumento substancial do número de residentes, totalizando 90 vagas para um total de dez profissões da área da Saúde e Serviço Social (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional). (BOURGET, et al, 2006) Atualmente, nesse cenário, a Residência encontra-se na gestão 2007-2009 com 75 vagas conservando as 10 profissões. Essa residência surgiu em resposta à demanda pelo desenvolvimento do conhecimento na área da assistência à saúde da família, embasado nas necessidades e demandas de saúde da população, expressas pela mudança do perfil demográfico-epidemiológico. (CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005) O nutricionista envolve-se nesse processo por sua responsabilidade de desenvolver ações de alimentação e Nutrição com a finalidade de elevar a qualidade de vida da população, trabalhando com conceitos e estratégicas educativas, recriando práticas de atenção à saúde. (ASSIS; et al, 2002; SANTOS, 2005; CARVALHO, 2005) Em 2002, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Nutrição, a partir de oficinas de trabalho, foram discutidos vários temas relacionados à área de alimentação e Nutrição, entre eles incluem-se as ações de Nutrição na Saúde da Família. Em destaque ao produto dessa oficina, ressalta-se: a) garantir o exercício 17 profissional do nutricionista em todos os níveis do Sistema Único de Saúde, b) articular políticas para inserção do profissional em estratégias de atenção à saúde nas três esferas do governo, c) identificação das alternativas de atuação do nutricionista no PSF. (CFN, 2006a) No entanto, atualmente, grande parte dos estados brasileiros que já implantaram o Programa de Saúde da Família, como, por exemplo, o estado de São Paulo, durante o desenvolvimento desse estudo, não contava com o nutricionista como um profissional atuante nessa estratégia. Apesar dos esforços dos órgãos de classe e da expressiva mudança do padrão alimentar da população brasileira, necessitando de ações de promoção à saúde e prevenção de doenças, a inserção desse profissional ainda é muito reduzida, sendo inferior a 12% na maioria dos estados brasileiros.(CFN, 2006b; AKUTSU, 2008) Essa pequena inserção torna-se preocupante, se comparada ao aumento dos índices de obesidade e sobrepeso, desnutrição, doenças crônicas não transmissíveis e carências nutricionais presentes no Brasil. (BRASIL, 2003) Vários estudos que demonstram a transição epidemiológica e nutricional associam o aumento desse fenômeno com a qualidade alimentar da população somada ao sedentarismo (LEVY-COSTA et al, 2005; BRASIL, 2003), gerando sobrecarga no SUS, por demandarem grande número de ações, procedimentos e serviços de saúde, principalmente ao se tratar das doenças crônicas. (COUTINHO, et al, 2008) Diante disso torna-se essencial um enfoque voltado ao curso da vida, quebrando o ciclo vicioso que se inicia ainda no período intra-uterino perpetuando ao longo da vida. (COUTINHO, et al, 2008) Percebe-se que o incentivo ao adequado acompanhamento pré-natal, a gestação, aleitamento materno exclusivo, vigilância do crescimento extendendo-se por todo ciclo de vida são considerados intervenções nutricionais importantes que podem reduzir o risco de complicações de várias enfermidades, configurando-se como ações de prevenção e promoção à saúde. (BRASIL, 2003) Ao se trabalhar a promoção à saúde, as ações são desenvolvidas não pautadas na doença e sim buscando a conscientização para um estilo de vida 18 saudável. (CZERESNIA, 1999) Tais ações são consideradas essenciais diante de um fenômeno que traz a inversão nos padrões de distribuição dos problemas nutricionais, associado ao padrão de determinação de doenças atribuídas à modernidade. (KAC; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2003) Esse fenômeno atualmente é considerado um dos maiores desafios das políticas públicas, uma vez que faz surgir a necessidade de um modelo de atenção à saúde pautado na integralidade do indivíduo e sua família, com a abordagem centrada na promoção da saúde, enfocando o ambiente físico e social. O PSF pode ser considerado esse modelo de saúde, por assumir a integralidade do cuidado, desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. (COUTINHO, et al., 2008; BRASIL, 1994) Diante desse fato, o PSF configura-se como um campo relevante para a atuação do nutricionista, pois a partir de seu conhecimento científico, esse profissional pode planejar, desenvolver e avaliar ações nutricionais, bem como propor estratégias visando contribuir para a melhora do estado de saúde e nutrição da população. O princípio de integralidade também justifica abordar ações de alimentação e Nutrição, uma vez que tem por finalidade elevar a qualidade de vida da população. (SANTOS, 2005) No entanto, esse cenário de atuação para o nutricionista é muito recente. Em grande parte dos municípios brasileiros, essa atuação ainda precisa ser fomentada e fortalecida, para que a potencialidade da ciência da Nutrição e suas intervenções em alimentação e nutrição possam efetivamente contribuir para a melhoria da qualidade de vida e de saúde. (BRASIL, 2008a) Ressalta-se que além da atuação, a formação do nutricionista também precisa ser revisitada, pois apesar de reconhecer a necessidade da inserção do profissional nesse campo de atuação, é fundamental que esse profissional tenha conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar nessa estratégia. Contudo, ainda hoje é possível ver nos currículos de graduação de Nutrição, carência de assuntos que contemplem a Educação, Ciências Socioeconômicas e Saúde Pública, fato semelhante observado nos currículos no ano de 1988. (COSTA, 1999) 19 Com certeza, algumas mudanças positivas aconteceram nos currículos durante esse período, todavia, ainda existe uma limitação de momentos que propiciem a ampliação da visão discente saindo da doença para assumir uma visão integral, agregando os conhecimentos multi e/ou interprofissionais. Percebe-se que a efetividade da mudança das grades curriculares não acompanha a demanda de mudanças políticas, econômicas, culturais, sociais e tecnológicas, apesar de algumas faculdades terem como preocupação apresentar em suas disciplinas eixos temáticos que compreendam o homem, desde o social até o biológico, por meio da prática, como reforça Batista e Batista (2004, p. 51), quando ressalta que a reformulação curricular na graduação é consenso em todos os fóruns de ensino em saúde do Brasil, propondo mudanças: (...) do paradigma flexneriano ao da integralidade; do enfoque em doenças à ênfase na promoção da saúde; da transmissão da informação à construção do conhecimento; da compartimentação disciplinar à integralidade; do hospitalocentrismo à diversidade dos cenários de ensino e aprendizagem; da centralidade no saber docente à escolha de conteúdos baseada nas necessidades sociais (...) Diante disso, é fundamental que os currículos de graduação preconizem uma maior integração entre o mundo do ensino e o do trabalho, enfatizando a formação generalista, trabalho multiprofissional, diversidade de cenários de prática e a adoção de metodologias ativas de aprendizagem. (SANTOS, et al, 2005) Segundo Feuerwerker (2009), a formação inadequada dos profissionais de saúde vem surgindo como um obstáculo importante para a reorientação de um modelo até então centrado no âmbito hospitalar e no consumo abusivo de tecnologia, justificando a necessidade de mudanças na formação. Atualmente, as pós-graduações no formato de Residências Multiprofissionais tentam reduzir essa lacuna entre o biológico e social, a especificidade e a interdisciplinaridade, isso porque insere o residente no contexto do PSF e traz a articulação da teoria com a prática, somando o convívio com outras profissões, outros conhecimentos e experiências. 20 Tentar conhecer a formação e atuação do nutricionista no PSF a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família é justificável diante de toda demanda social e epidemiológica na atenção básica, na qual a ciência da Nutrição é de grande relevância. No entanto, conhecer como esse processo se desenvolve significa abrir possibilidades de aprimoramento desse processo. 21 2 OBJETO Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. 22 3 OBJETIVOS 3.1 Geral Investigar a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. 3.2 Específicos - Investigar as concepções de tutores, egressos nutricionistas e de outras profissões sobre a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família. - Identificar pontos facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. - Levantar sugestões para aprimoramento do processo de formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. 23 4 METODOLOGIA 4.1 Local do estudo O estudo tem como cenário a Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) desenvolvida em parceria com Ministério da Saúde, Faculdade Santa Marcelina e Casa de Saúde Santa Marcelina entre os anos de 2005 a 2007. Para a realização das atividades previstas por essa residência, foi necessário escolher Unidades de Saúde da Família da região Leste do Município de São Paulo, que têm como modelo de saúde o Programa Saúde da Família e a Casa de Saúde Santa Marcelina como parceira na gestão, com recursos humanos e estrutura física adequada para o acolhimento da residência. A região leste de São Paulo - sede dessas Unidades de Saúde da Família possui cerca de 10.899.560 habitantes, sendo administrada por 10 subprefeituras, compreendendo as regiões de Aricanduva, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera, Mooca, Penha, São Mateus e São Miguel Paulista. (PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO, 2009) Dentre essas regiões, a RMSF esteve presente na Cidade Tiradentes, Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera e São Miguel Paulista. A estrutura física e recursos humanos dessas unidades foram relevantes, uma vez que a Residência é considerada uma pós-graduação Lato sensu, em que a formação do residente ocorre no serviço, contemplando uma carga horária de 60 horas/semanais divididas em atuação prática e teórica com abordagem específica e multiprofissional. Essa gestão 2005-2007 absorveu 90 profissionais de dez categorias, com no máximo dois anos de formação de nível superior na área da Saúde e Serviço Social, sendo elas: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Para inserir os residentes nessas Unidades de Saúde da Família, eles foram divididos em dezesseis grupos, com cinco e seis componentes, mesclando-se as profissões para serem inseridos em dezesseis equipes de saúde da família, tendo 24 cada um desses minigrupos um enfermeiro residente e, na maioria, pelo menos um odontólogo. As Equipes de Saúde da Família fazem parte das particularidades do Programa Saúde da Família e são conhecidas como equipe mínima ou nuclear, atendendo cada equipe cerca de 1.000 famílias. Integram-se a essas equipes mínimas aproximadamente um médico, um enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários da saúde. A equipe ampliada, que conta com a presença do odontólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo, compartilha as ações nessa estratégia. A equipe mínima foi considerada pela RMSF como referência no processo de ensino/aprendizagem durante o momento prático. A equipe ampliada, com exceção do odontólogo, participou desse processo, porém sem um papel estabelecido pela RMSF, ou seja, estava inserida no serviço, participando de atividades que poderiam incluir ou não a residência. O propósito de considerar o odontólogo como tutor ocorreu, porque esse profissional permanece inserido na unidade de saúde da família, sendo responsável por uma ou mais equipes, diferentemente dos outros profissionais da equipe ampliada que são responsáveis por mais de uma Unidade de Saúde da Família, desenvolvendo suas atribuições circulando entre elas. Partindo do pressuposto das Diretrizes do Conselho Nacional de Residência Médica, cada grupo de seis residentes teve o acompanhamento de um preceptor denominado de Preceptor de categoria. Baseada na metodologia adotada que implica formação em serviço numa perspectiva multiprofissional, cada equipe de residentes foi acompanhada por um preceptor denominado Preceptor de área. Por sua vez, as equipes de residentes estavam vinculadas a uma equipe mínima, cujos profissionais – em número de dois - configuravam-se Tutores – médico, enfermeiro, agregando também a tutoria do odontólogo integrante da equipe ampliada. (CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005) 25 Para que não ocorresse sobreposição de tarefas, foi prevista a atuação dos preceptores e tutores. Sendo assim, a atribuição do Preceptor de Categoria era o acompanhamento do processo de trabalho do residente, bem como treinamento em serviço, somado ao aprimoramento dos momentos teóricos. Para o Preceptor de Área, sua atribuição era acompanhar a equipe multiprofissional, bem como suas atividades desenvolvidas com esse enfoque. Por sua vez, o Tutor assumiu o acompanhamento diário, com vistas a ampliar a visão do educando, voltada para oportunizar a análise de possibilidade de aplicação prática do saber conquistado. (CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005) Esquema1: Espaço de desenvolvimento da Residência Multiprofissional em Saúde da Família - parceria com Ministério da Saúde (MS), Faculdade Santa Marcelina (FASM) e Casa de Saúde Santa Marcelina (CSSM)/ gestão 2005-2007 Programa Saúde da Família Unidades de Saúde da Família Insere-se Equipe mínima/nuclear Auxiliar de enfermagem Enfermeiro Equipe ampliada Residência Multiprofissional em Saúde da Família MS/FASM/CSSM 2005/2007 ACS Fisioterapeuta Médico Odontologo Fonoaudiologo Terapeuta Ocupacional Preceptor de categoria Preceptor de área Tutores Equipe multiprofissional de residentes 26 O acompanhamento dos residentes, portanto, era feito pelos preceptores e tutores. Devido à ausência da inserção do nutricionista nas Unidades de Saúde da Família no período em que a residência ocorreu, a supervisão da especificidade desse profissional ficou a cargo do preceptor de categoria, acompanhando atividades que podem ser agrupadas em três grandes grupos: Consultas individuais com a finalidade não só de avaliação e orientação nutricional, mas também educação, escuta qualificada e intervenções graduais para que o usuário consiga apropriar-se dos novos conceitos e a inserção de novos hábitos e rotinas. Grupos educativos almejando interação, participação e sensibilização do usuário para melhoria do estilo de vida. Grupos com busca da participação ativa do usuário, buscando o entendimento do porquê dessas ações, deixando o usuário à vontade para questionar e intervir. As ações eram conjuntas, sem centralidade em uma única pessoa. Visitas domiciliares a fim de conhecer o indivíduo, sua família, o meio em que ele exerce suas relações sociais, seus limites e resiliência em enfrentar problemas existentes. Essas visitas eram realizadas para usuários considerados prioridade nas ações do PSF, sendo eles: gestante, puérpera, criança menor de 1 ano, usuário portador de Hipertensão Arterial, Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, acamado e restrito ao lar. As visitas domiciliares tinham como principal objetivo ampliar as discussões técnicas e clínicas para o âmbito da abordagem sistêmica familiar e também para o enriquecimento da abordagem multiprofissional, propiciando recortes da realidade que penetrassem na construção do conhecimento dos alunos e na própria construção das intervenções coletivas na prestação da assistência. Os residentes nutricionistas desenvolveram sua prática nas regiões da Cidade Tiradentes e Itaim Paulista com a seguinte estrutura profissional em vigor durante o período da residência. 27 - Parque Santa Rita: situada na região do Itaim Paulista, contendo quatro equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e Fonoaudiologia. - Jardim Jaraguá: unidade do Itaim Paulista com quatro equipes mínimas, equipe bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e Fonoaudiologia. - Vila Silva Teles: também situada na região do Itaim Paulista, contendo cinco equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e Fonoaudiologia. - Vila Curuçá Velha: pertencente à Vila Curuçá, bairro da região do Itaim Paulista, com seis equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e Fonoaudiologia. - Barro Branco: Unidade de Saúde situada na região de Cidade Tiradentes, com cinco equipes mínimas, equipe ampliada de Fisioterapia, Terapia Ocupacional. - Dom Angélico: também presente na área de Cidade Tiradentes, com três equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia, Terapia Ocupacional. Na vertente multiprofissional, as ações foram acompanhadas pelos tutores das Unidades de Saúde da Família e supervisionadas pelo Preceptor de área. Todas as atividades que incluíam identificação dos grupos de risco, conhecer o território bem como possíveis espaços para desenvolvimento de ações de promoção a saúde, planejamento de ações de prevenção, grupos educativos, visitas domiciliares e até mesmo consultas compartilhadas fizeram parte das atividades multiprofissionais, buscando criar soluções coletivas para o encaminhamento de problemas, promover mais espaços de aprendizagem aos residentes e potencializar os recursos locais. Nesses momentos, buscou uma estrutura de trabalho que permitisse a troca de experiências e conhecimentos, tentando desde o início não ter o enfoque apenas da especialidade, almejando um trabalho interdisciplinar, na perspectiva da 28 abordagem integral dos problemas de saúde na área de abrangência da Unidade de Saúde da Família em que estavam inseridos. A abordagem teórica ficou a cargo do preceptor de área e categoria. A teoria com conteúdos multiprofissionais foi desenvolvida por todos os preceptores a partir de um cronograma de aulas que abordaram temas relacionados à Saúde Pública e, por sua vez, PSF. Como estratégias de ensino, podem ser destacadas três vertentes: aula teórica expositiva, PBL (Problem Based Learning) e Problematização. Os conteúdos específicos foram desenvolvidos pelo Preceptor de categoria, trazendo assuntos pertinentes à área de Saúde Pública e buscando sempre relacionar com o trabalho no PSF, mesmo diante da pouca experiência do nutricionista nessa área. Os momentos de aula também eram utilizados para discussão do processo de trabalho do nutricionista no PSF, com o propósito de estabelecer ações/protocolos, conhecer como cada residente das Unidades de Saúde desenvolvia seu trabalho e discutir estratégias de atuação. 4.2 População de estudo Para atingir os objetivos almejados, foram considerados como sujeitos desta pesquisa egressos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvida no período de 2005 a 2007 e que realizaram ações em parceria com o nutricionista/residente naquele período. Diante do universo de tutores e residentes de outras profissões presentes nessa Residência, foi feito um sorteio aleatório por grupos de participantes (tutores e residentes), no qual todos os sorteados concordaram em participar do estudo. Os sujeitos desse estudo totalizam treze pessoas, sendo: 2 tutores, 6 egressos nutricionistas e 5 egressos de outras profissões. Enfermeiros e médicos que compõem as equipes de saúde da família e que foram tutores na residência foram escolhidos como parte da população de estudo, uma vez que são considerados atores extremamente relevantes, por assumirem a 29 atribuição de acompanhar diariamente o trabalho dos residentes, bem como oportunizar a ampliação da visão do educando e sua prática. Devido à grande rotatividade da Equipe de Saúde da Família, buscou-se considerar apenas os tutores que permaneceram com a equipe de residentes até o término do processo. Enquadraram-se nesse critério apenas 8 tutores, sendo sua maioria enfermeiros. A partir de sorteio aleatório, foram escolhidos um médico e um enfermeiro para compor uma parte da população de estudo dos Tutores, contemplando assim a inclusão de parte da equipe mínima do PSF na pesquisa. Considerando que o cenário do estudo é representado pela RMSF inserida nas unidades nas quais se desenvolve o Programa Saúde da Família, almejou-se somar, aos sujeitos do estudo, egressos cuja profissão já tem inserção nessa estratégia, a partir da equipe ampliada e que fizeram parte da RMSF 2005 – 2007, integrando a mesma equipe multiprofissinal em que o nutricionista esteve inserido. Foi escolhido por meio de sorteio aleatório um residente de cada profissão, sendo: um fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional, um farmacêutico e um odontólogo. Integrando-se também como população de estudo, estão todos egressos nutricionistas (seis) dessa Residência, que vivenciaram o desenrolar das atividades dessa profissão, a partir da RMSF nas Unidades de Saúde da Família já citadas anteriormente. Os participantes dessa pesquisa são predominantemente do sexo feminino (92,3%), com idade variável entre 25 e 35 anos. No que se refere ao tempo de formação dos sujeitos, verificou-se que 53,8% (n=7) estão formados há cerca de 4 anos, 23,1% (n=3) concluíram a faculdade há 3 anos, seguido por 7,7% de profissionais formados há 5 (n=1) , 7 (n=1) e 11 (n=1) anos. 30 Ao serem questionados sobre maior titulação, encontrou-se 100% de especialistas, sendo também unânime a participação em Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família de caráter Lato sensu. Durante o desenvolvimento do estudo, apenas 03 profissionais (23,1%) participantes do estudo trabalham no Programa Saúde da Família, há 10, 4 ou 2 anos. Os demais profissionais aguardavam processo seletivo ou mudaram de campo de atuação. 4.3 Procedimentos éticos Para que o estudo respeitasse todos os procedimentos éticos que se espera de um trabalho científico, as seguintes etapas foram desenvolvidas antes da coleta dos dados: - Aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa Marcelina, instituição que chancela a Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Processo nº 008/08 (ANEXO A). - Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Processo nº 0203/2008 (ANEXO B). - Leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) para cada colaborador da pesquisa, expondo os objetivos, descrição dos procedimentos para a coleta de dados, sua isenção em despesas e compensações, garantia de acesso às informações do estudo, garantia de liberdade de não participação do estudo ou retirada de consentimento a qualquer momento sem qualquer prejuízo, direito de confidencialidade e esclarecimentos permanentes. - Entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para cada entrevistado, após seu aceite na participação da pesquisa. 31 - Compromisso de que os resultados apurados nessa pesquisa serão apresentados às instituições envolvidas, respeitando todos os aspectos éticos que envolvem um estudo científico. - Análise dos dados de forma global, na qual o conteúdo das entrevistas será analisado em conjunto, sem exposição do nome do entrevistado. 4.4 Coleta de dados Os egressos e tutores, após o sorteio, foram contactados pela pesquisadora por telefone, a partir de seu cadastro na secretária da Faculdade Santa Marcelina – Unidade de Ensino Itaquera, sendo informados dos objetivos deste estudo e convidados a participar como sujeitos da pesquisa. Todos mostraram-se interessados em participar deste estudo e a coleta de dados ocorreu em dia, local e horário escolhido pelo entrevistado. Naquele momento, o ambiente bem como a presença de ruídos foram analisados, constatando que os ambientes foram considerados satisfatórios para a coleta. Os dados então foram coletados pela pesquisadora a partir de entrevista com igual teor para todos os participantes. A entrevista permitiu a obtenção de fatos considerados objetivos ou concretos e fatos que se referem diretamente ao indivíduo e sua reflexão sobre a realidade que vivencia. (MINAYO, 2006) O tipo de entrevista escolhida foi semiestruturada, pois compreende a articulação de perguntas fechadas e abertas que, a partir de um roteiro, permitem facilidade na abordagem e asseguram que as hipóteses ou seus pressupostos sejam trazidos na conversa. (MINAYO, 2006) Esse roteiro, segundo Triviños (1987, p.146), é “resultado não só da teoria que alimenta a ação do investigador, mas também de toda a informação que ele já recolheu sobre o fenômeno social que interessa”. 32 Anterior à aplicação das entrevistas, foi realizado pré-teste com a finalidade de aprimoramento das perguntas, para que conseguissem abranger adequadamente os objetivos esperados na pesquisa. O pré-teste seguiu o mesmo rigor a ser desenvolvido nas entrevistas, ou seja, foi gravado, deixando o tempo de resposta livre para o entrevistador e realização de transcrição integral do conteúdo. Os sujeitos escolhidos para a aplicação do pré-teste fizeram parte da mesma residência que é cenário deste estudo, desenvolvendo ações multiprofissionais com os egressos nutricionistas. No entanto, não compreendem a população de estudo por assumirem na RMSF 2005-2007 a atribuição de preceptoria. No primeiro pré-teste, uma das questões mostrou-se extensa e confusa; a entrevistada não conseguiu compreender qual era o questionamento, resultando em uma resposta insuficiente. Outra questão também teve de ser reformulada por trazer duplo entendimento. Durante esse processo, foram solicitadas à entrevistada sugestões para o aprimoramento das questões a partir do seu ponto de vista. Para o segundo pré-teste, todas as alterações foram realizadas e a entrevista passou de 4 para 5 questões, mais sucintas e compreensíveis, eliminando o duplo sentido das perguntas. As questões mostraram-se adequadas, sendo possível então aplicá-las nos sujeitos da pesquisa. As entrevistas foram desenvolvidas a partir das seguintes questões: 1- Em sua concepção, qual é a atuação do nutricionista em Unidades de Saúde da Família? 2- A partir da vivência com a atuação do nutricionista, descreva uma situação que você presenciou que demonstre a atuação desse profissional. As entrevistas realizadas com as nutricionistas tiveram apenas mudança no enfoque da ação na frase, uma vez que a questão é direcionada à atuação 33 desenvolvida por esses profissionais. Portanto, essa questão apresentou-se da seguinte maneira: A partir de sua atuação na RMSF, descreva uma situação que você desenvolveu que demonstre a atuação do nutricionista. 3- O que você considera como pontos facilitadores na formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família? 4- O que você considera como pontos dificultadores na formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família? 5- Quais sugestões você daria para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família? Foram realizadas 13 entrevistas, todas gravadas com duração média de 11 minutos e 11 segundos, permitindo livre desenvolvimento das respostas pelos entrevistados. A gravação de entrevistas possibilita registro imediato das expressões orais, sem comprometer o registro total das falas. 4.5 Métodos O presente estudo é do tipo exploratório, descritivo, analítico, corte tipo transversal, com abordagem qualitativa. A escolha pela pesquisa exploratória deu-se porque, segundo Gil (1999), essa pesquisa permite desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. A finalidade primordial da pesquisa exploratória é buscar o conhecimento do repertório popular de respostas, o qual pode referir-se tanto ao conhecimento, crença e opinião, quanto à atitude, aos valores e à conduta. Trata-se de um estudo descritivo, pois promove a descrição das características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis, visando à identificação, registro e análise das 34 características, fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno ou processo. (TOBAR; YALOUR, 2001; GIL, 1999) Na pesquisa qualitativa, são incorporadas questões ligadas ao significado e à intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, e quando relacionada ao campo da saúde, faz eclodir questões relacionadas às ciências sociais, visto que a saúde não institui disciplina nem campo separado das outras instâncias da realidade social. Tem sua diferenciação das pesquisas quantitativas, pois a pesquisa qualitativa aborda questões relacionadas ao caráter social e ideológico. (MINAYO, 2004) A técnica de análise de dados utilizada neste estudo é a análise de conteúdo, cujas técnicas visam obter indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção de um conjunto de mensagens, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos. (BARDIN, 1997; GOLDENBERG, 1998; MINAYO, 2006) Essas mensagens expressam um significado e um sentido, que não pode ser considerado um ato isolado, uma vez que se encontra intimamente ligado às condições contextuais de seus produtores. (FRANCO, 2007) Diante dos pressupostos da técnica de análise de conteúdo, optou-se pela análise temática. Conforme Franco (2007), a utilização do tema como unidade de análise para a interpretação das respostas de determinados grupos de pessoas resulta em um grande número de respostas permeadas por diferentes significados. A mesma autora considera que o tema pode ser uma simples sentença, um conjunto delas ou um parágrafo e que “uma questão temática incorpora, com maior ou menor intensidade, o aspecto pessoal atribuído pelo respondente acerca do significado de uma palavra e/ou sobre as conotações atribuídas a um conceito”. (FRANCO, 2007 p.42) Para Minayo (2006), ao fazer uma análise temática, o pesquisador busca descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação; a presença ou frequência faz emergir um significado para o objeto analítico visado. 35 4.6 Análise dos dados Depois de gravadas, as entrevistas foram transcritas integralmente, respeitando-se a livre expressão dos entrevistados sobre sua opinião. Ao realizar as transcrições, de acordo com Kock (2006), é possível encontrar falas não planejadas, fragmentadas, incompletas, pouco elaboradas, curtas ou coordenadas, no entanto esse fato não desmerece o produto das entrevistas, uma vez que: (...) na sequenciação linear dos tópicos ocorrem, muitas vezes, descontinuidades que parecem, a primeira vista, prejudicar a coerência do texto falado. Acontece, porém, que tais segmentos “intrusos” acabam encontrando seu lugar na organização hierárquica dos tópicos, de modo que a aparente incoerência acaba por desaparecer. (KOCK, 2006 p. 90) (grifo do autor) As questões contidas nas entrevistas possibilitaram estabelecer dois eixos temáticos direcionadores da pesquisa, sendo eles: Eixo Temático 1: Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família. Eixo Temático 2: Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Pautando-se nos objetivos da pesquisa, tendo como metodologia para análise de dados a análise de conteúdo temática, os conteúdos das entrevistas foram analisados, segundo Minayo (2006), respeitando os seguintes preceitos: Pré-análise, Definição das Unidades de Análise (Unidade de Contexto e Unidade de Registro), e Categorias de análise. As entrevistas foram lidas exaustivamente pela pesquisadora, buscando apropriar-se do material a partir de leitura flutuante que, consoante Bardin (1997), permite nos invadir por impressões, representações, emoções, conhecimentos e expectativas. Posteriormente nova leitura foi realizada, buscando coletar informações que se enquadrassem nos dois eixos propostos, realizada em momentos diferentes, 36 possibilitando um olhar único para cada eixo da pesquisa em cada visita às entrevistas. A procura pelas informações que emergem das entrevistas caracteriza a busca pela Unidade de Contexto. Para Franco (2007 p. 46), “pode ser consideradas como “pano de fundo” que imprime o significado às unidades de análise” (grifo do autor). As unidades de contexto tornam-se fundamentais para a análise e interpretação dos textos a serem decodificados, ancorando posteriormente a compreensão e significado exato da unidade de registro. (FRANCO, 2007) Esse fato pode ser entendido a partir do exemplo a seguir: Eixo temático 1 – Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família Unidade de Contexto (UC): UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista. Nesse caso, a frase escolhida diz respeito ao que o entrevistado estabelece como atuação do nutricionista no PSF. Esse mesmo procedimento é realizado para o outro eixo temático. As Unidades de Contexto recebem números sequenciais, com a finalidade de identificação. No exemplo, percebe-se que essa é a nona Unidade de Contexto (UC9). Após seleção em todas as entrevistas das Unidades de Contexto, iniciou-se o processo de identificação das Unidades de Registro, a menor parte do conteúdo (FRANCO, 2007), responsáveis por expressarem o real significado daquele contexto. 37 Portanto, seguindo o raciocínio do exemplo anterior: Unidade de Contexto (UC): UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista. Unidade de Registro (UR): UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de Família, tem diversas áreas de atuação. UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças. UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente, como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do tratamento. Ressalta-se que de uma Unidade de Contexto pode emergir mais de uma Unidade de Registro, que deve ser numerada sequencialmente, a fim de trazer rápida identificação. No exemplo utilizado, essa UC apresentou três UR, representadas pelos números 15, 16, 17. Com as Unidades de Contexto estabelecidas e as Unidades de Registro identificadas, é possível então agrupar as unidades de Registro a partir da proximidade de seus significados. Esse processo de análise é definido como confluência ou aglutinação. É posterior a essa etapa que se torna possível elencar as categorias que, segundo Franco (2007), constituem-se de uma classificação de elementos que compõem um conjunto, que se agrupam baseados em analogias a partir de critérios definidos. Na sequência do exemplo, nota-se que as categorias que emergiram foram: 38 Unidade de Contexto (UC) UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista. Unidade de Registro (UR) Categorias UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de Família, tem diversas áreas de atuação. UC9 – UR15 Visão ampliada de UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças. UC9 UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente, como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do tratamento. UC9 cenários de atuação. – UR16 Atuação na Promoção e Prevenção. - UR17 Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. O critério de categorização semântico foi o escolhido, por permitir selecionar categorias, agrupando-as conforme o significado dos temas, sendo posteriormente confrontadas com achados de outras investigações sobre o assunto. (FRANCO, 2007) Todas as categorias encontradas na pesquisa emergiram das falas dos entrevistados, não tendo sido então criadas a priori. Após o processo de definição das categorias, ainda é possível surgir um subitem que remete à temática percebida, ou seja, das categorias encontradas, podem emergir algumas subcategorias. Considerando o exemplo utilizado, pode ser observado que só a UC9 – UR16 apresentou uma subcategoria intitulada: Diversidade de estratégias de educação. 39 Unidade de Contexto (UC) UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista. Unidade de Registro (UR) UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Categoria Subcategoria UC9 – UR15 Visão ampliada de cenários de atuação. UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças. UC9 – UR16 Atuação UC9 na Diversidade de estratégias de UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente, como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do tratamento. UC9 - UR17 Atuação Promoção e Prevenção. – UR16 educação. favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. Para melhor visualização, as unidades de Contexto, de Registro e as Categorias de cada eixo temático foram dispostas em um quadro, podendo ser observadas nos apêndices B e C. 40 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES As questões apresentadas neste estudo fizeram emergir a concepção de cada entrevistado sobre o profissional nutricionista, tendo como cenário a Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Os relatos colhidos convergiram para dois eixos temáticos, sendo considerados direcionadores da pesquisa: 1) Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família, 2) Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Em relação ao eixo temático 1) Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família, foram encontradas 68 unidades de contexto que resultaram em 112 unidades de registro. Dessas unidades de registro, emergiram sete categorias de análise: Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista; Valorização da atuação específica; Visão ampliada de cenários de atuação; Atuação na Promoção e Prevenção; Atuação na perspectiva multiprofissional; Evidências da atuação na perspectiva interdisciplinar; Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. Ao considerar o eixo temático 2) Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família, verificou-se a presença de 61 unidades de contexto e 103 unidades de registro, que foram divididas em três subeixos: • Pontos facilitadores na formação do nutricionista na RMSF. Nesse subeixo emergiram quatro categorias: Vivência multiprofissional como facilitadora na formação; Discussão entre pares como facilitador no processo de formação; RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem; Preceptores/tutores como facilitadores na formação. • Pontos dificultadores na formação do nutricionista na RMSF com quatro categorias: Formação voltada à especificidade dificultando o olhar ampliado para o PSF; Profissionais não preparados para lidar com um novo modelo de formação como a RMSF; Inserção em poucos cenários de atuação como dificultadores da formação; Limitado arcabouço teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista no PSF. 41 • Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na RMSF, apresentando sete categorias: Inserir o nutricionista no campo de ensino buscando potencializar o aprendizado; Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica; Buscar docentes que contemplem a diversidade de formações; Construir estratégias de ensino com participação discente; Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino; Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão; Educação permanente para preceptores/tutores visando aprimorar o processo de ensino/aprendizagem. Esse último subeixo, responsável pelo cumprimento do objetivo que busca levantar sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na RMSF, terá suas categorias utilizadas como arcabouço para o desenvolvimento do produto solicitado pelo Mestrado Profissional no Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS), trazendo uma proposta para o aprimoramento da Formação do nutricionista na RMSF. O desenvolvimento do produto pode ser observado no capitulo 6 desta tese. 5.1 Eixo temático 1 - Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família Para esse eixo temático, convergiram as unidades de registro que abordaram a concepção dos entrevistados sobre a atuação do nutricionista no PSF, considerando sua vivência durante o período de Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista As falas apresentadas relatam que a atuação do nutricionista é pouco conhecida. Percebe-se, porém, ideia de que a presença desse profissional pode levar a uma abrangência de atendimento, independente da complexidade ou linha 42 de cuidado em que o usuário se encontra, frequentemente assumindo um caráter de referência da equipe. (...) demanda maior que não competeria ao nutricionista no PSF, por falta de não ter pra onde referenciar (...) E1 – UR2 (...) muitas vezes a gente fica numa situação que o nutricionista tem que dar conta de tudo (...)E1 – UR3 (...) paciente acamado que fazia uso de sonda, ficou ao encargo da equipe de saúde da família, que já seria de uma complexidade além do PSF, mas que é parte da realidade com a qual a gente se deparou(...)E10 – UR84 Em decorrência da compreensão pouco clara da atuação do nutricionista, certamente potencializada pela Ausência do profissional no PSF, as falas demonstraram também dificuldade em alguns momentos de entendimento de quais atividades refletem a real atuação do nutricionista, visto que esse profissional encontrava-se inserido no momento do estudo apenas a partir de um programa de pós-graduação. (...) se espera muito do nutricionista por ser um profissional novo e quando a equipe não consegue dar suporte para aquilo, acaba sendo dele. E1 – UR4 Outro ponto percebido diz respeito à dificuldade de desenvolver ações quando se desconhece o caminho a seguir, ou seja, falta de direcionamento para a atuação no PSF, tanto de atividades específicas (área de Nutrição), quanto pela compreensão insuficiente dos demais profissionais inseridos nessa estratégia, podendo às vezes limitar o desenvolvimento das ações. (...) a gente não tem um direcionamento da atenção básica, não tem por onde a gente começar a Nutrição. E1 – UR14 (...) as pessoas ficam naquela, que não sabem como fazer, como lidar e acaba dificultando às vezes o trabalho do profissional. E9 – UR78 A pequena inserção do nutricionista no PSF foi considerada por Santos (2005) como um dos motivos da falta de conhecimento das funções e atribuições do 43 nutricionista por outros profissionais, mesmo considerando o atual perfil epidemiológico da população brasileira, caracterizado pelo assustador crescimento de doenças crônicas não transmissíveis, deficiências nutricionais e sua estreita relação com hábitos de vida e alimentação não saudáveis. (BRASIL, 2008a) Essa ausência ou tímida inserção pode ser observada ao se comparar dois estudos, um realizado por Gambardella, et al (2000) em São Paulo e o outro por Vasconcelos (1991) em Santa Catarina. Nota-se que a maioria dos formados tem como atuação a área Clínica, sendo 36,6% em São Paulo e 48,4% em Santa Catarina, e somente 7% dos profissionais formados têm o vínculo empregatício na rede básica de saúde em São Paulo e um número um pouco menor (4,8%) assume esse cargo em Santa Catarina. Tais dados vão ao encontro do levantamento realizado pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2006b), em que se constatou que a área de abrangência do Conselho Regional de Nutricionistas (CRN7) - que contempla os estados de Pará, Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá e Acre - é a região onde se verifica o maior índice de inserção do nutricionista em Saúde Pública (19%). Apesar de ser considerada uma porcentagem baixíssima, esse valor é ainda maior se comparado a outras regiões, onde a frequência é inferior a 12%. Já em pesquisa realizada por Akutsu (2008), foi constatado que dos 587 nutricionistas brasileiros que participaram do estudo, apenas 60 atuam na área de Nutrição Pública. Percebe-se que os estudos citados reforçam a pequena inserção do nutricionista em Saúde Pública, e dentro dessa área, não foram encontrados trabalhos que demonstrem quantos nutricionistas de fato atuam especificamente no PSF em todo Brasil. No ano de 2005, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2008) estabeleceu as atribuições do nutricionista em diversos campos de atuação, nos quais está incluída a Saúde Pública, considerando o PSF como integrante desse cenário. 44 É fato que a resolução emitida pelo CFN foi um ganho importante para a profissão; no entanto quando as falas abordam a falta de direcionamento para atuar no PSF, referem-se à dificuldade de desenvolver essas atribuições, uma vez que dificilmente se encontram diretrizes para atuar especificamente nesse programa. Para Boog (2008), apesar de a resolução estar em vigor, faz-se necessário considerar que o processo de institucionalização depende da criação de uma nova realidade de atuação. Diante desse cenário é que Santos (2005) pontua o momento da Residência em Saúde da Família como um espaço para o nutricionista atuar em equipes de PSF, divulgar suas ações e ampliar seu campo de trabalho. Essa nova área de atuação deve fazer com que o profissional demonstre desprendimento, ousadia, envolvimento e criatividade. (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007) Acredita-se que a compreensão das atribuições que competem ao nutricionista no PSF pode ser ampliada, pela inserção desse profissional nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família.(BRASIL, 2008b) Esses núcleos de apoio sugerem a presença do nutricionista, considerado como necessário diante do perfil epidemiológico e nutricional do Brasil. Valorização da atuação específica Apesar de o PSF constituir-se como um campo de atuação no qual o trabalho multiprofissional é fundamental, as falas ressaltam a necessidade da atuação específica como ponto primordial nas ações desenvolvidas pelo nutricionista, uma vez que sua especificidade traz um conhecimento técnico próprio de sua profissão. (...) com a presença da nutri, como ela já conhece mais específico de alimentos, a pessoa começa a entender melhor, capta melhor tudo isso, e é mais completa a abordagem (...) E8 – UR67 (...) segundo SIAB, a gente tinha nenhum ou um ou dois desnutridos, então a intervenção e o olhar com ela na equipe pôde permitir que a gente fizesse esse diagnóstico e intervenção direcionada. E11 – UR90 45 Os destaques dos relatos referentes ao conhecimento específico do nutricionista vêm ao encontro das competências previstas em sua formação, que contempla, entre outras vertentes, a capacidade de avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e avaliar dietas e suplementos dietéticos para indivíduos sadios e enfermos, bem como realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e Nutrição, considerando a influência sociocultural e econômica que determina a disponibilidade, consumo e utilização biológica dos alimentos pelo indivíduo e pela população. (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2001) Diante do conhecimento específico do nutricionista e do seu olhar para situações que envolvem a alimentação e nutrição, fica muito mais fácil de se detectarem os problemas. Em estudo desenvolvido por Santos (2005), médicos e enfermeiros referem que, com a inserção do nutricionista, ocorre melhora no atendimento do usuário, uma vez que os entrevistados citaram dificuldades em abordar temas relacionados à alimentação e nutrição. Assis (2002) percebe o nutricionista como um profissional com participação relevante no PSF, pois possui conhecimento específico que o instrumentaliza a observar valores socioculturais, realizar diagnóstico e assim propor as devidas orientações dietéticas, sempre adequadas à realidade familiar. Considerando a demanda proveniente da transição epidemiológica e nutricional que se encontra estreitamente associada a hábitos alimentares inadequados principalmente a partir das décadas de 80 e 90, com baixo consumo de fibras e micronutrientes e consumo excessivo de gorduras saturadas (LEVY-COSTA, et al, 2005), é primordial que o nutricionista desenvolva apoio constante para a promoção de uma alimentação saudável, culminando na prevenção e tratamento da obesidade e de outros distúrbios nutricionais. (BRASIL, 2003) Diante desse cenário e pautado nos conhecimento técnicos do nutricionista, faz-se necessário um planejamento para ações de prevenção as doenças relacionadas à alimentação e de intervenções nutricionais, visando promover um 46 melhor estado nutricional da população, no qual o trabalho com outros profissionais só engrandece e potencializa os resultados. O nutricionista, em trabalho com a equipe multiprofissional, deve agir como formador de outros profissionais, como articulador de estratégias de ação junto aos equipamentos sociais da área de abrangência territorial, contribuindo pra a promoção da alimentação saudável, da Segurança Alimentar e Nutricional e do Direito Humano à Alimentação Adequada. (BRASIL, 2008a) Considerando o PSF como uma estratégia voltada para a promoção da qualidade de vida é que o Sistema Conselhos Federais e Regionais de Nutricionista (2009) e Assis (2002) reforçam que uma assistência de saúde, cujo objetivo seja transformar a história das práticas alimentares e dos resultados de intervenção, não poderá ser desenvolvida sem a atuação do nutricionista. Visão ampliada de cenários de atuação As considerações colhidas das entrevistas também demonstram uma visão ampliada de cenários de atuação em que o nutricionista pode contribuir, somando seus conhecimentos a uma gama de atividades, todas pautadas na ampla estrutura de ações desenvolvidas pelo PSF. (...) não só focado em atendimento como se fosse ambulatorial e não trabalhar grupo educativo, visita domiciliar, envolver a família, outros profissionais que trabalhem na unidade. E3 – UR25 (...) orientações com grupo, comunidade e tudo que abrange no PSF, as visitas domiciliares, consultas individuais, o trabalho com individuo e a família como um todo(...) E7 – UR57 (...) em quase todas as áreas eu vejo a atuação do nutricionista, na saúde da criança, no acompanhamento nos dois primeiros anos de vida, com as prioridades a hipertensão, a diabetes (...) E10 – UR79 Espera-se que o nutricionista exerça suas atribuições em diversos cenários de atuação, pois é considerado um profissional capacitado a atuar, visando à 47 segurança alimentar e à atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento em que a alimentação e a nutrição se apresentem fundamentais. (CFN, 2008) Ao ampliar os cenários de atuação em Saúde Pública, abre-se um leque de possibilidades, permitindo ações educativas sobre a alimentação e nutrição, diagnóstico populacional da situação alimentar e nutricional, o estímulo à produção e ao consumo de alimentos saudáveis produzidos regionalmente e o atendimento para doenças relacionadas à alimentação e à nutrição. (SILVA, 2009) Essas atribuições podem ser desenvolvidas no PSF, reconhecendo o território com um local propício para o desenvolvimento dessas ações educativas na amplitude que o PSF se desenvolve, sempre considerando os espaços comunitários, trabalhando com a intersetorialidade e com abordagem multiprofissional. A amplitude dos cenários de atuação do nutricionista na atenção primária responde à demanda da responsabilidade de promover práticas alimentares saudáveis aos serviços e equipes de saúde, estabelecidas pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição e pela Política Nacional de Promoção da Saúde, por constituir-se em uma estratégia de saúde pública relevante para o enfrentamento dos problemas alimentares e nutricionais atuais, vivenciado pela população brasileira. (COUTINHO, et al, 2008) O PSF, que almeja a promoção à saúde e prevenção de agravos, entre outras ações, apresenta-se como um cenário para o desenvolvimento da amplitude de atuações desenvolvidas pelo nutricionista que considera a alimentação associada a fatores complementares que, para Oliveira e Thebaud-Mony (1997), contemplam a perspectiva econômica, social e cultural. A ampliação dos cenários de atuação para o nutricionista se traduz em um ganho para seu perfil como profissional da saúde, proporcionando também, a partir da relação com outros profissionais, o aumento das possibilidades de ações advindas da Nutrição, buscando reverter a situação nutricional atual. 48 Atuação na Promoção e Prevenção As falas revelaram, de forma predominante, que um trabalho voltado à Promoção e Prevenção é o que mais se espera na atuação realizada pelo nutricionista. Consideram que esse trabalho deva contemplar ações que despertem a conscientização de estilo de vida saudável e que permitam reduzir ou evitar agravos à saúde da população, extrapolando o caráter assistencialista, pautados na necessidade de educar e orientar para promoção da saúde e prevenção de doenças. (...) a atuação do nutricionista é na prevenção, atuando mesmo em ações de alimentação, segurança alimentar, mais principalmente em prevenção e promoção, não só a questão curativa. E4 – UR28 (...) a área de atuação é a mesma da nossa, atuação na forma de preferência preventiva (...) E7 – UR56 (...) como se alimentar melhor, ter um bom hábito alimentar, isso faz parte da promoção da saúde de uma maneira muito importante é interessante esse aspecto do trabalho do nutricionista. E10 – UR83 Para conseguir desenvolver as premissas de promoção e prevenção, as unidades de registro trazem de forma muito expressiva a necessidade de diversidade de estratégias de educação como ferramenta utilizada pelo nutricionista, responsável pela tentativa de mudança de hábitos alimentares ou compreensão da necessidade da melhora deles. (...) a gente fez junto as papas, foi muito construtiva, a questão educativa a gente conseguiu fazer junto com aquelas pessoas, não ficar só falando, transferindo o conhecimento. E4 – UR31 (...) eles tinham dúvidas, mas não tinham pra quem perguntar, esses grupos educacionais ajudavam muito na questão de desvendar tabus (...) E5 – UR38 Com base nos relatos que afirmam a participação do nutricionista em ações de Promoção e Prevenção, surge a necessidade de entendimento desses dois termos. Ao se tratar de prevenção, consideram-se ações que privilegiem intervenções voltadas a evitar o aparecimento de doenças específicas, bem como minimizar sua incidência e prevalência nas populações, objetivando controlar a transmissão de doenças infecciosas e promover a redução do risco de doenças 49 degenerativas (CZERESNIA, 1999). Já ao considerar Promoção à saúde, esse aspecto traz uma visão ampliada, considerando ações não direcionadas a uma doença específica, mas com o propósito de aumentar a saúde e o bem-estar social. Todavia, a diferenciação de prevenção e promoção ainda é pouco entendida devido ao modo como elas ocorrem. Para Czeresnia (1999), alguns projetos de promoção de saúde também utilizam os conceitos de doença, transmissão e risco, mesmo discurso da prevenção. As mudanças sociais, políticas e culturais, o esgotamento do paradigma biomédico e a mudança do perfil epidemiológico tornam urgente a proposta de Promoção à Saúde. (CARVALHO, 2004) É fundamental que as estratégias utilizadas adaptem-se às necessidades locais e às possibilidades de cada região, percebendo sempre as diferenças em seus sistemas sociais, culturais e econômicos. (BRASIL, 2002) Diante da ampla demanda relacionada aos cuidados da atenção primária, Silva (2009) e Santos (2005) ponderam que os maiores problemas de saúde no Brasil poderiam ser evitados por medidas preventivas, uma vez que a prevenção, controle e tratamento dos agravos à saúde estão intimamente ligados à alimentação dos indivíduos, suscitando a relevância da participação do nutricionista, tendo em vista sua dedicação à promoção de uma alimentação saudável, buscando assim evitar agravamento de doenças crônicas não transmissíveis. Em estudos realizados com profissionais que conhecem o trabalho do nutricionista, reforça-se a necessidade da inserção desse profissional com a finalidade de prevenção, redução de fatores de risco para desenvolvimento de doenças e promoção à saúde dos indivíduos. (PEDROSA; TELES, 2001; OLIVEIRA; RADICCHI, 2005) Atualmente, com a portaria que institui os Núcleos de Atenção em Saúde da Família, nos quais o nutricionista pode ser um membro integrante, o Ministério da Saúde lançou a Matriz de Ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica de Saúde com o propósito de orientar o nutricionista, norteado pelo conhecimento 50 técnico específico de como proceder nas ações de promoção e prevenção em saúde diante dos sujeitos das ações (indivíduo, família e comunidade), dos níveis de intervenção que contemplam a gestão das ações de alimentação e nutrição e o cuidado nutricional compreendendo o diagnóstico, promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento, cuidado e assistência. (BRASIL, 2008a) Todas as ações devem ser desenvolvidas em todo ciclo de vida, isso porque se percebe que exposições nutricionais, ambientais e padrões de crescimento durante a vida intrauterina e nos primeiros anos de vida podem repercutir diretamente nas condições de saúde quando adulto. (COUTINHO, et al, 2008) Para Buss (1999), independente da competência profissional, as ações no sentido de produzir mudanças rápidas na saúde de grandes parcelas de população trazem repercussão lenta no habito de vida dos indivíduos, portanto, considera a relevância do uso mais constante do meio de comunicação de massas, a partir de estratégias educativas. Desse modo, seja buscando a prevenção ou promoção da saúde, Czeresnia (1999) reforça que isso implicará a mudança de como esse conhecimento pode ser operacionalizado nas práticas de saúde e essa mudança pode ocorrer, entre outras vertentes, a partir de ações de educação, desenvolvidas pelos profissionais da saúde ou em nível governamental. Segundo Milet e Marconi (1992), nas estratégias educativas, o profissional da saúde deve orientar e facilitar o processo de ensino-aprendizagem, de maneira a promover as condições ideais para que os resultados ocorram por meio de conhecimentos sobre a linguagem utilizada no trabalho em grupo, nos vínculos que ali estabelecem, bem como no estímulo de seus integrantes. A Matriz de ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica também destaca esse fato, ao sugerir ações educativas para alcançar os objetivos de ações de alimentação e nutrição e do cuidado nutricional que integrem o rol de ações de saúde desenvolvidas no âmbito da atenção básica à saúde, visando promoção da saúde e prevenção de doenças. (BRASIL, 2008a) 51 Atuação na perspectiva multiprofissional O trabalho realizado em conjunto com outros profissionais surge como outra prática importante na vertente de atuação do nutricionista. É pontuado que as ações, fossem elas consultas, visita domiciliar, grupos educativos, entre outras, durante o período da RMSF, eram realizadas com a interface multiprofissional, possibilitando ampliar e qualificar a atuação desse profissional. (...) a gente pode ver em relação a outras áreas como é que a gente pode atuar em ações de promoção de saúde, não só muito específico na área de Nutrição (...) E2 – UR19 (...) esse contato com outros profissionais e até a possibilidade de ele ver onde pode atuar junto com esses outros profissionais, então é uma coisa em conjunto. E8 – UR68 (...) possibilitou ampliar mesmo a atuação no sentido de ter mais práticas coletivas, de conseguir trabalhar efetivamente em equipe (...)E11 – UR92 Czeresnia (1999) nos dá um alerta diante dos preceitos da multiprofissionalidade, ao dizer que é primordial que o profissional desenvolva suas atividades baseado na delimitação dos problemas, o que possibilitará implementar práticas eficazes, pois caso contrário, o enfoque ficará restrito a sua especialidade. Para buscar ampliar o olhar além da especificidade, surge a necessidade da vivência com outros profissionais; a forma e a intensidade da interação entre as profissões intitularão e caracterizarão sua estrutura de atuação. Para Ceccim e Feuerwerker (2004), considerando o complexo fenômeno que é o processo saúde-doença, torna-se fundamental um trabalho em que as equipes interajam de forma multiprofissional; isso porque um modelo de saúde centrado no usuário e sua família, como é o caso do PSF, traz a necessidade da ressiginificação do processo de trabalho para a integralidade, sendo necessário um adequado trabalho da equipe multiprofissional. Essa forma de trabalho multiprofissional representa melhor qualidade dos serviços prestados no setor saúde (PEDUZZI, 1998). Portanto, desenvolver as 52 ações de saúde a partir da multiprofissionalidade, é uma das propostas defendidas pelo SUS, pois ao trabalhar em equipe, nesse enfoque, os conhecimentos individuais e coletivos são ampliados, proporcionando a construção de um atendimento integral, atendendo às necessidades de saúde da população e do sistema público. Nessa perspectiva, buscar o desenvolvimento de programas que realizem esse modelo de atuação, para Gil (2005), pode caracterizar como oportunidade para uma reflexão, considerando alternativas que propiciem rever os caminhos para a formação dos profissionais, objetivando um trabalho integrado, em equipe, com trocas mais efetivas de saberes e práticas, como pode ser verificado nas Residências Multiprofissionais. O nutricionista inclui-se no trabalho multiprofissional, compartilhando seus conhecimentos voltados ao cuidado nutricional na atenção básica, contribuindo para a efetividade das ações de Nutrição a partir da construção compartilhada de conhecimentos (BRASIL, 2008a), tendo em vista a dimensão da alimentação na vida do indivíduo/ família/ comunidade e, por sua vez, beneficia-se dos saberes dos outros profissionais, aprimorando sua especificidade e ampliando seus conhecimentos. Evidência de atuação na perspectiva interdisciplinar A multiprofissionalidade configura-se como premissa da RMSF, no entanto, percebe-se que em alguns momentos, esse modo de atuação era extrapolado, assumindo o caráter interdisciplinar, no qual eram desenvolvidas estratégias com visão ampliada, proporcionando uma prática menos restrita e fragmentada. (...) eu acabei superando o papel de nutricionista até pra ter um pouco de psicologia com essas crianças. (...) E6 – UR48 (...) nós, profissionais da saúde, também através das conversas que nós tínhamos em reuniões, acabamos incorporando dentro das nossas orientações, orientações que ela passava pra gente (...) E7 – UR61 53 A defesa da multiprofissionalidade na composição do perfil profissional aparece junto à interdisciplinaridade, nos argumentos de trabalho em equipe voltado a uma abordagem biopsicossocial na prevenção, promoção e proteção à saúde. (CECCIM, 2009). Esse fato reforça que em alguns momentos onde se institui a multiprofissionalidade, ações realizadas podem remeter-se à interdisciplinaridade. Para Furtado (2007), a interdisciplinaridade é entendida como relações entre disciplinas menos verticais, com compartilhamento de trabalho, a partir de conceitos em comum, nos quais se percebe real entrosamento entre elas. Na verdade, dá-se uma nova combinação de elementos internos e o estabelecimento de canais de trocas entre os campos em torno de uma tarefa a ser desempenhada conjuntamente e não a simples justaposição de conhecimentos específicos. Entretanto, ressalta-se que trabalhar a interdisciplinaridade não significa negar as especialidades e objetividade de cada ciência, deve-se respeitar o território de cada campo do conhecimento, bem como distinguir os pontos que os unem e que os diferenciam, enfatizando o trabalho coletivo e na parceria e respeito pelas diferenças. (UNIFESP, 2009) Todavia, para que um profissional da área da saúde consiga exercer uma formação generalista, humanística e crítica que apresente conhecimentos, habilidades e atitudes suficientes para atuar na diversidade e demandas sociais, econômicas, políticas e educativas, é relevante sua relação com a prática interdisciplinar. Para compreender as dimensões que envolvem o trabalho de uma equipe no cenário em que ela estabelece suas atribuições, faz-se necessária uma visão da realidade que extrapole os limites disciplinares, então a interdisciplinaridade é uma das soluções para a superação desse desafio. (FEUERWERKER; SENA, 2009) Segundo Batista e Batista (2004, p. 30), a interdisciplinaridade implica em: (...) assumir a tarefa de explicitar as possibilidades de contribuição e o desafio de adentrar em outra área, com abertura para aprender 54 com o outro; que exige a construção de espaços coletivos de partilha de conhecimentos e experiências. A interdisciplinaridade propicia ao profissional uma prática a partir dos saberes coletivos, direcionando-o a uma prática social que transcende a formatação e especialização características das ações de saúde no País. (ASSIS, 2002) Essa prática faz “formar profissional competente para o atendimento de toda e qualquer necessidade do usuário, mesmo as não percebidas”. (CECCIM; FEUERWERKER, 2004, p. 1407) A concepção interdisciplinar reforça a necessidade das profissões estabelecerem canais de comunicação e de colaboração, possibilitando melhor desempenho em equipe diante das situações e problemas da realidade. (FAZENDA, 2003; PINHEIRO et al, 2008). Peduzzi (1998) segue essa mesma lógica, ao trazer o exemplo no campo da saúde mental, considerando a necessidade de ampliar o trabalho além do objeto psiquiátrico, no qual essa ampliação dirige-se ao sofrimento psiquiátrico, que assume o universo da vida mental, social e cultural. Esse fato pode ser muito bem observado nas doenças e agravos não transmissíveis (DANTS) que, por serem considerados crônicos, exigem uma forma de trabalho interdisciplinar que requer vários saberes que extrapolam o saber biomédico. Rozemberg e Minayo (2001) reafirmar esse fato ao perceberem que um único saber não esgota todas as questões que compõem o processo de adoecimento de um sujeito. Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do Programa Saúde da Família Observa-se que para os entrevistados, a atuação do nutricionista foi potencializada ao considerar a dinâmica de trabalho do PSF, decorrente da formação de vínculo com o usuário, sua família e comunidade. Destaca-se também que a atuação com outros profissionais, seja da equipe mínima ou ampliada, agrega força para a atuação do nutricionista. 55 (...) ter aquela população pronta, como se eles tivessem me aguardando, as demandas, os pacientes estavam ali, a facilidade de você chegar nas casas. E4 – UR33 (...) as consultas em saúde da família é diferente, porque a gente já conhece a pessoa, tem um papel diferenciado (...) E9 – UR77 (...) o trabalho dela foi importante aqui pra população, porque quando acabou, o pessoal vinha perguntar e agora como vai ser minha vida daqui pra frente sem a orientação dela (...) E12 – UR104 Atuar no PSF fez com que o nutricionista conhecesse as diretrizes desse programa que se desenvolve pautado no caráter substitutivo, onde o novo processo de trabalho deixa para trás as práticas convencionais e se estabelece centrado na vigilância em saúde; trabalha com a integralidade e hierarquização, na qual a unidade de saúde da família insere-se no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de saúde e realizada essas ações de forma integral; desenvolve suas práticas de saúde considerando o território de abrangência e sempre com o auxílio de uma equipe multiprofissional. (BRASIL, 2006a) Juntamente com os profissionais do PSF, o nutricionista desenvolveu ações que fugiram de sua especificidade, resultando em um ganho em sua atuação, pois permitiu ampliar seu olhar como profissional da saúde. Segundo a Política de Atenção Básica, os profissionais inseridos nesse cenário devem participar do processo de territorialização e mapeamento da área adscrita, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos; realizar cuidados em saúde dessa população, considerando também os espaços comunitários; notificar doenças e agravos a partir da busca ativa, desenvolver, planejar e avaliar as ações da equipe de saúde a partir do levantamento de informações disponível, entre outras. (BRASIL, 2006a) Além disso, agrega-se a proposta do acolhimento, responsabilização e trabalho sobre as necessidades de saúde, propiciando aos profissionais que lá desenvolvem seu trabalho, a oportunidade de estabelecer relações mais satisfatórias, humanas, comprometidas e eficazes junto à população. (FEUERWERKER, 2009) 56 Essas relações estabelecidas no PSF permitem a interação com o indivíduo e comunidade, possibilitando conhecer suas necessidades, a partir da criação de vínculo e alteração do enfoque voltado ao indivíduo, para pensar na família como objeto de atenção. (WAGNER, et al, 1999; FABRÍCIO, et al, 2004; REINALDO; ROCHA, 2009) Machado et al (2009) consideram a relevância desse vínculo a partir da experiência observada em uma residência multiprofissional em saúde da família, na qual ressalta que o vínculo possibilitou ao nutricionista desenvolver ações exitosas de promoção à saúde no que se refere à sensibilização e empoderamento dos usuários. Diante de tudo o que foi discutido até o momento, percebe-se que a inserção desse profissional é de fato vista como relevante; todavia frente à diversidade de fatores sociais, psicológicos, biológicos e culturais que envolvem um indivíduo e sua família, surge o questionamento sobre a atual formação do nutricionista, fazendonos pensar se, após a graduação, esse profissional encontra-se apto a navegar nesse novo campo de atuação. A partir desse prisma, surge o segundo eixo temático desse estudo, com o olhar voltado à formação do nutricionista, a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Os resultados encontrados nesse eixo temático deram origem a um artigo científico que foi submetido para publicação na Revista de Nutrição - Brasilian Journal of Nutrition (ISSN 1415-5273). Essa revista possui Qualis B2 e é indexada pelas seguintes bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), CAB Abstract and Global Health, FSTA (Food Science and Technology Abstracts), Chemical Abstract, Excerpta Medica, Latindex (México), Popline, Scopus, Nisc, e Web of Science. O número do protocolo de submissão é 2058 e o e-mail enviado pela Editora Gerente da Revista de Nutrição informando o recebimento do manuscrito pode ser encontrado no Anexo C. 57 5.2 Eixo temático 2 – Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) Esse eixo temático engloba o que os entrevistados consideram como pontos facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista a partir da Residência Multiprofissional. Durante a construção desse eixo temático, foi percebida a dificuldade de encontrar fundamentação teórica que subsidiasse a discussão das categorias à luz da literatura científica relacionada à formação do nutricionista, principalmente quando se refere ao PSF. No entanto, acredita-se que várias experiências são desenvolvidas, porém possivelmente não publicadas. Diante desse fato e percebendo a estreita relação entre a formação e atuação, as categorias que emergiram trazendo pontos facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista no PSF vêm somar às discussões trabalhadas no eixo temático a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família. 5.2.1 Pontos facilitadores na formação do nutricionista na RMSF Vivência multiprofissional como facilitadora na formação Nos relatos, os entrevistados consideram o fato de conviverem com outros profissionais e residentes - ponto fundamental para a formação, uma vez que essa vivência proporciona um olhar diferenciado a partir da interação e trocas cotidianas. (...) me considero hoje um profissional com uma visão diferenciada de trabalho de saúde que não se restringe àquela coisa mais limitada da Nutrição, a gente conseguiu extrapolar. E1 – UR5 (...) vendo o que o outro faz, você sabe que pode ajudar o outro atuando ali também, acho que isso ajudou um pouquinho na formação do nutricionista (...)E8 – UR74 58 (...) visão integral que a gente consegue a partir da troca. Eu acho que isso foi importante para o nutricionista, foi importante pra mim, foi muito interessante essa questão da troca. E10 – UR90 A multiprofissionalidade, apesar de ser uma proposta defendida pelo SUS com o propósito de agregar melhor qualidade ao setor saúde (PEDUZZI, 1998), vem sendo compreendida por ser considerada recente e surge com o propósito do trabalho conjunto, contrapondo o modelo médico-hegemônico há muito tempo instituído. Percebe-se que trabalhar multiprofissionalidade remete a buscar o atendimento integral na composição de ações e serviços de saúde e sua integração em rede. Diante disso, para CECCIM (2009), a multiprofissionalidade traz a visão de uma abordagem biopsicossocial na assistência e a introdução dos conceitos de prevenção, promoção e proteção à saúde. Compreende-se que os fatores que envolvem um indivíduo não são mutuamente excludentes e só se explicam a partir da relação de um com o outro, ou seja, a visão de outros profissionais ajuda a compreender os fatos que nos apresentam. O Projeto Pedagógico da Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista (UNIFESP, 2009), que desenvolve os cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Educação Física (Bacharelado modalidade Saúde) e Nutrição, traz a relevância de interação entre as profissões, desde sua formação na graduação, construindo redes de saberes e experiências aprimoradas e ampliadas a partir da inter-relação com outros cursos. Essa estrutura de educação tem como princípio norteador o que Delors (2006) considera como fundamental em um processo de aprendizagem, os quatro pilares da educação. Esses pilares constituem-se no aprender a conhecer, onde se busca adquirir os instrumentos da compreensão; o aprender a fazer, relacionado à como proceder diante do contexto em que se está inserido; o aprender a viver junto, que remete ao ato de participação e cooperação e o aprender a ser, que integra todos os pilares anteriores. 59 Schulman (2004) reforça esse fato ao considerar que a aprendizagem pode ocorrer em diversas circunstâncias; mas isso se intensifica quando desenvolvida em momentos em que o indivíduo faz parte de uma equipe ou quando aprende, coopera e colabora com os outros. Nessa perspectiva, Gil (2005) sugere o desenvolvimento de programas, mesmo após a graduação, que concretizem o trabalho integrado, em equipe, com trocas mais efetivas de saberes e práticas. Isso porque, ao formar profissionais para o SUS, deve ser considerada a complexidade dos fatores que envolvem o contexto da Atenção Básica, associar os quatro pilares da educação e contribuir para que o profissional deixe de ter o olhar reducionista focado na doença e passe a considerar o processo de adoecimento e a cura dos sujeitos doentes. Com certeza, algumas mudanças positivas já são percebidas ao considerar a formação do Nutricionista para a Saúde Pública, todavia, ainda existe uma limitação de momentos que propiciem a ampliação da visão desse profissional, saindo da doença para assumir uma visão integral e agregando os conhecimentos multiprofissionais. Para Feuerwerker e Sena (2009), esse fato ainda ocorre, porque ainda somos formados acreditando que cada disciplina produz respostas necessárias diante de um contexto com multiplicidade de fatores. As residências multiprofissionais surgem então tentando aprimorar a formação desses profissionais a partir da inter-relação multiprofissional. Discussão entre pares como facilitador no processo de formação A necessidade de aprimorar o conhecimento específico surge de forma secundária, na qual se percebe a relevância de realizar troca de informações com outro nutricionista, conhecer visões diferentes de atuação, sanar dúvidas e juntos construir um plano de trabalho. Para os entrevistados, estar com seus pares foi considerado pontos facilitadores em sua formação. 60 (...) a equipe de Nutrição trocava informação, tentava fazer protocolos, padronizar e com isso ia aprendendo, aprimorando, discutindo, bom pro crescimento profissional. E2 – UR10 (...) as aulas específicas são boas pra fazer os protocolos, ver se uma está dando orientação do jeito que a outra está dando, trocar experiência de grupo, dar sugestões. E2 – UR24 (...) as aulas com a equipe de Nutrição também foi uma coisa importante, um momento de a gente dividir conhecimento. E6 – UR56 A discussão entre pares tem sido importante para a Nutrição, uma vez que, a partir desse processo, foi e continua sendo possível criar consensos, guias e protocolos que servem como orientação para o trabalho do Nutricionista, aprimorando seus conhecimentos específicos e suas ações de cuidado à saúde, previstas em sua formação. A contribuição das discussões entre pares pode ser bem percebida nas ações desenvolvidas pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição – CGPAN, inserida no Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde. A CGPAN é formada por uma equipe técnica de Nutricionistas que se dividem em grupos de trabalho para estudar e desenvolver ações relacionadas à alimentação e à nutrição da população brasileira. Como principal missão, a CGPAN busca implementar ações pautadas nas diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição com vistas à garantia de condições de saúde adequadas à população brasileira. (BRASIL, 2009a) Ao considerar a Residência Multiprofissional em Saúde da Família, essa discussão entre pares foi importante no aprimoramento da formação do Nutricionista, já que foi percebida como espaço de aprimoramento do conhecimento, servindo como estrutura para desenvolver protocolos de atendimento. Possibilitou colocar em prática as atribuições destinadas ao nutricionista na Saúde Pública, entender como esse profissional trabalha a multiprofissionalidade e, também, como momento de escuta da dificuldade de atuar diante da formação prévia. Para Dias (2009), desenvolver ações entre pares possibilita que o grupo partilhe suas representações formais e informais, propiciando a construção de 61 aprendizagem e conhecimentos, o que pode ser considerado como um potencializador na sua formação. Percebe-se que a partir dessas discussões, é possível perceber ampliação do aprendizado, pois emergem atitudes de cooperação a partir da busca do saber compartilhado, bem como relato das próprias dificuldades e erros ocorridos no trabalho diário com pessoas da mesma área de atuação profissional, promovendo a valorização da reflexão-ação-reflexão permanente entre os envolvidos. (SCHULMAN, 2004) Ressalta-se que o trabalho desenvolvido conjuntamente, além de permitir compartilhar os conhecimentos, possibilita a promoção de apoio mútuo e importante crescimento coletivo. RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem Outro ponto percebido a partir dos relatos foi a consideração de que a RMSF, por ser um programa de pós-graduação, possibilitou estratégias de aprendizagem diferenciadas, ora por meio da vivência prática intensa (específica e multiprofissional), ora pelo estímulo à pesquisa e aquisição de conhecimento teórico. (...) a gente tinha empolgação, motivação pra ir em congresso, escrever artigo, publicar em revista, a gente escreveu livro, a gente cresceu bastante como profissional (...) E2 – UR17 (...) o que facilita muito pra um profissional que vai trabalhar na saúde da família que tenha feito uma residência é toda experiência e a vivência da prática né.... então é... o convívio dentro de uma Unidade de Saúde da Família, as atividades que se desenvolvem enquanto residente (...)E3 – UR28 (...) a residência multiprofissional em saúde da família amplia um pouco a clínica do profissional, porque nossa formação de graduação é muito assistida, intervenção pra uma pessoa com problema(...) E11 – UR95 As Residências aprendizagem Multiprofissionais significativa, proporcionando tem como participação proposta ativa do desenvolver residente, 62 buscando motivação e interesse a partir dos assuntos relacionados ao cotidiano que o envolve. Essa modalidade permite aproximar a formação profissional em saúde da realidade social e do trabalho no SUS, qualificando os profissionais para atuarem no sistema (LAPPIS, 2009), isso porque objetiva proporcionar o diálogo permanente da formação e na atuação, fazendo com que o trabalho em saúde ganhe um novo significado, redefinindo ações e papéis profissionais. (NASCIMENTO, 2008) Diante disso, a inserção dos residentes nas Unidades de Saúde da Família, a partir dos programas de residência, possibilita que a experiência adquirida na prática complete sua formação, uma vez que é a partir da experiência clínica, quando o profissional se aproxima das pessoas que necessitam de cuidados de saúde (FEUERWERKER, 1998), que se estabelece vínculo e ao participar desse processo, desveste-se da postura de único detentor do saber. As residências dotadas de grande influência para concretizar a formação desses profissionais (FEUERWERKER, 2009) almejam formar pessoas com perfil adequado à atenção à saúde de qualidade e capazes de atuar enfrentando os problemas que emergem do campo multifatorial da Saúde Pública. Isso implica ações educativas que sejam dinâmicas e dialéticas, buscando desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes que lhes permitam compreender a realidade humana e social e que sejam capazes de produzir mudanças. (FEUERWERKER; SENA, 2009) O Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional - Pró-Saúde (BRASIL, 2007a), que traz contribuições para o aprimoramento dos cursos de graduação na área de saúde, também pode ter suas contribuições percebidas na extensão da pós-graduação, nesse caso a Residência Multiprofissional de Saúde da Família, uma vez que possibilita uma aprendizagem diferenciada, propiciando oferecer à sociedade profissionais aptos a responderem às necessidades da população brasileira e promoverem a operacionalização do SUS. Busca-se com isso a melhoria da qualidade e resolubilidade da atenção prestada à população, a partir de uma abordagem integral do processo saúde-doença e da promoção da saúde. 63 Soma-se a isso a cooperação entre os gestores do SUS e as Instituições de Ensino Superior (IES), ampliando a prática educacional na rede de serviços básicos de saúde. Na aprendizagem diferenciada vivenciada nas residências, outro fator importante é a ruptura com os modelos disciplinares rígidos e a busca por um projeto de formação em saúde que represente integração de diferentes conhecimentos e profissionais com propostas de ensino que busquem práticas que incorporem a reflexão contextual da realidade, mediada por um processo de ensinoaprendizagem interativo, tendo em vista também a necessidade de novos cenários. (UNIFESP, 2009) Outra vertente explorada pela residência por ser considerada um programa de pós-graduação é sua responsabilidade com a pesquisa, uma vez que, segundo Perrenoud (2009a), a forma e o local como essa prática se desenvolve devem proporcionar o processo de ensino-aprendizagem pautado em tarefas abertas e em situações problemas, sempre usando largamente a pesquisa. Envolver-se com pesquisa permite ao residente tornar-se mais critico, questionador e construtor de seu conhecimento, assumindo papel importante na formação desse profissional, contribuindo para a mudança da realidade social. Preceptores/tutores como facilitadores na formação Apesar de preceptores e tutores terem funções diferenciadas nos programas de residência multiprofissionais, aqui serão apresentados como um único grupo, pois para alguns entrevistados, ao se tratar da formação do residente, os objetivos dos dois se fundem, pois oportunizaram a aplicação na prática do saber conquistado. (...) ter os tutores lá pra orientar também ajuda bastante, as visitas do preceptor pra tentar acompanhar quais foram as atividades. E5 – UR45 (...) no caso nutricionista e ter os preceptores junto, isso de uma certa forma supria o que num tinha inserção do nutricionista na Saúde da Família (...) E7– UR71 64 Se a RMSF tem como finalidade formar profissionais em nível de pósgraduação que possam transitar nos cenários da atenção básica com potencial para responder às necessidades da população brasileira a partir dos preceitos do SUS, podemos perceber quanto é importante o papel dos profissionais envolvidos como facilitadores dessa aprendizagem diferenciada. Nesse sentido, no ano de 2005, foi emitida uma portaria que traz as atribuições e a responsabilidade destinada a esses profissionais que nas Residências são denominados preceptores e tutores. (BRASIL, 2005c) Define-se preceptor o profissional que assume o papel de supervisão docente-assistencial por área específica, que exerce atividade de organização do processo de aprendizagem especializada e de orientação técnica aos residentes, nesse caso a partir da especialização, estreitando a distância entre a teoria e a prática. Já para os tutores, o diferencial vem no desenvolvimento de estratégias de aprendizagem exercidas no campo onde se desenvolve a aprendizagem em serviço. Podemos perceber que, inserido no campo de atuação ou na abordagem teórica, a atividade do preceptor e do tutor recebe a nomenclatura de docenteassistencial. Ao se assumir como docente, o preceptor/tutor deve proporcionar ao aluno/residente situações que o façam refletir, buscar e participar do processo de ensino-aprendizagem. Para isso, é fundamental que o docente seja um facilitador para uma formação de base sólida, onde o aluno consiga navegar em situações de mudanças a partir de vários prismas a que a sociedade o expõe. (RIBEIRO, 2001) Para Moreira (2009), diante das atuais mudanças a que a sociedade está exposta, a educação deve buscar desenvolver um indivíduo capaz de enfrentar ambiguidades e incertezas, e para isso é fundamental que ele tenha uma personalidade inquisitiva, flexível, criativa, inovadora, tolerante e liberal. Diante disso, o docente deve criar ações de ensino que sejam pautadas na discussão e orientação, escolhas e análises das informações, motivando as dimensões ativas e interativas desses alunos, contribuindo para o desenvolvimento de estilos e estratégias de aprendizagem, pesquisa e socialização do que foi aprendido. (UNIFESP, 2009) 65 A pretensão não é promover a passividade e sim permitir que o residente construa e produza seu conhecimento, sendo o preceptor/tutor o interlocutor desse processo. Para Silva, Espósito e Nunes (2008), o preceptor deve assumir a postura de uma visão ampliada em que o ensinar e o aprender saiam do contexto estritamente técnico e especialista e permitam uma formação aberta à realidade, sendo estimulante e direcionadora de uma postura reflexiva e crítica. Acredita-se que essa afirmação possa ser estendida ao tutor. 5.2.2 Pontos dificultadores na formação do nutricionista na RMSF Formação voltada à especificidade, dificultando o olhar ampliado para o PSF As respostas às questões realizadas demonstram que um grande dificultador está relacionado a um contexto de atuação que extrapola o conhecimento técnico do nutricionista. São situações corriqueiras ao PSF, porém que não compuseram o aprendizado desse profissional, fazendo com que ele depare com a necessidade de olhar além da especificidade, porém sem clareza de como agir. (...) diversos temas surgiam que extrapolavam a alimentação como violência, como alcoolismo, como evasão escolar que o nutricionista não tem preparo pra lidar com isso. E1 – UR2 (...) mais difícil talvez tenha sido mais a parte teórica, algumas coisas eram de mais difícil compreensão, o nutricionista na graduação não tem esse enfoque mais antropológico (...) E3 – UR31 (...) questões de saúde mental que ela não conseguia nem enxergar dentro da formação dela (...) E10 – UR89 Para discutirmos sobre esse fato, faz-se necessário conhecer como foi desenvolvida a formação do Nutricionista desde o início. Na década de 30, a Nutrição surgiu com seus olhos voltados a ações de caráter individual e curativo, restringindo-se a Nutrição Clínica, em que o alimento era agente para o tratamento. Nesse período, a alimentação coletiva também ganhou força, contudo as ações eram de administração da alimentação de coletividades sadias e enfermas. Até então, a promoção da saúde, prevenção da doença ou o meio em que se insere o 66 indivíduo não eram tão valorizados, isso porque, conforme Costa (1999), a prática do Nutricionista originalmente estava ligada à prática clínica em âmbito hospitalar, focado no saber biológico. Quando as instituições formadoras e as associações de classe analisaram a formação e detectaram as discrepâncias entre o perfil dos egressos e as transformações ocorridas na sociedade, perceberam que isso foi consequência da dicotomia existente entre o biológico e o social nos currículos de Nutrição. (COSTA, 1999, BOOG, 2008) No I Seminário e II Diagnóstico dos cursos de Nutrição, um outro estudo mostrou que egressos relatavam dificuldades em sua atuação decorrentes de falhas no curso de graduação, no qual a falta de experiência prática e a dissociação entre a teoria e prática foram os aspectos mais relevantes (COSTA, 1996), ou seja, ao se defrontar com a prática, foi possível perceber que enfoques específicos voltados à alimentação e nutrição são insuficientes. A fragmentação do conhecimento, característica comum nos cursos de graduação, pode refletir em uma prática durante a atuação profissional repleta de obstáculos para a construção da integralidade da assistência. (FEUERWERKER, 1998). Isso porque prevalece nos serviços a assistência individual centrada no papel do médico e ao se inserir na prática, essa atuação é pequena diante da necessidade de um trabalho com intervenções técnicas múltiplas, articuladas pela interação dos agentes de diferentes áreas profissionais. (BOOG, 2008) Para Costa (1999), faz-se necessário fomentar a relação entre o conhecimento biológico e o social, entre o técnico e político, não apenas pela formação em Nutrição, mas por todos os cursos da área de saúde. Promover uma formação que se aproxime das questões comunicativas, comportamentais, éticas e emocionais, da capacidade de interagir em equipe, da formação do profissional. (BOOG, 2008) 67 Diante disso, para atuar no Programa Saúde da Família, é fundamental que o nutricionista tenha uma formação que contemple as questões sociais com capacidade de leitura dos problemas locais em todo território de abrangência das equipes de Saúde da Família (SILVA, 2009), pois um olhar fragmentado e intervencionista só limitaria os espaços de compreensão do contexto no qual se desenrolam os processos de saúde e doença. (ROZEMBERG; MINAYO, 2001) Pautada nesse cenário, é que Feuerwerker (2009) assinala a necessidade da breve articulação de mudança na formação das diversas profissões da saúde, buscando a construção das competências comuns dessas profissões. Isso propiciaria desvestir-se da visão medicocêntrica e assumir a postura de um profissional voltado à atuação biopsicossocial. Profissionais não preparados para lidar com um novo modelo de formação como a RMSF A dificuldade de encontrar profissionais capacitados para desenvolver os conteúdos teóricos, relacionar a teoria à prática e seguir um caminho metodológico a partir de um planejamento pré-estabelecido é verificada nas falas dos entrevistados. Ao observar a vivência prática, apesar de anteriormente a presença de preceptores e tutores ter sido pontuada como facilitadores no processo de formação, algumas falas demonstraram que em certos momentos, esse papel de facilitador não foi efetivo, seja pela forma de seleção de tutores ou pelo desenvolvimento de suas atribuições. Na teoria ou na prática, as falas pontuam que esses fatos não permitiram adequado processo de ensino/aprendizagem. Às vezes a gente não tinha profissionais tão capacitados pra dar certos temas, então acabava que não clareava muita coisa, a gente não conseguia nem absorver muito (AULAS) e nem aplicar muito aquilo que tinha sido abordado. E3 – UR32 Eu vi muitos profissionais (TUTORES) que aceitaram os residentes por uma questão de hierarquia, não porque eles tivessem preocupados em formar os residentes (...) E4 – UR38 68 A necessidade de oportunizar aos residentes mudanças em sua formação, ampliando seu olhar além da especificidade, é considerada como ponto relevante no contexto das residências, porém, foi possível perceber que alguns sujeitos considerados facilitadores desse processo também apresentavam dificuldades em trazem em suas ações essas mudanças. Ao encontro desse fato surge o resultado da oficina da Residência Multiprofissional em Saúde, desenvolvida no 5° Fórum Nacional de Métodos Ativos de Ensino-Aprendizagem na Faculdade de Marília, na qual foi pontuada a existência de poucos preceptores com qualificação para atuar na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. (SGAMBATTI; et al, 2009) Percebe-se que a estrutura que envolve o campo de formação precisa ser pautada no objetivo da integralidade, absorvendo profissionais para atuar no campo da prática e/ou na docência que tenham alterado sua estratégia formadora anteriormente focada no caráter biológico e que consigam fazer a articulação com uma aprendizagem que vise à construção de conhecimentos e não a sua transmissão. Boog (2008) traz uma critica importante ao reforçar a dificuldade de formar um profissional com uma visão da Nutrição Social, que chegue ao campo de atuação apto a exercer suas atribuições se, ao longo de seu processo de formação, não conviveu com profissionais de sua categoria atuando regularmente nesse campo. É fundamental que esse profissional que assume a responsabilidade de educador perante o residente tenha a competência de saber mobilizar um conjunto de conhecimentos, know-how, esquemas de avaliação e de ação e atitudes com a finalidade de enfrentar com eficácia situações complexas e inéditas. (PERRENOUD, 2009b) Esse profissional deve saber promover a integração e troca de conhecimentos, respeitando o espaço de cada um e percebendo que um mesmo conhecimento técnico não permite igual entendimento aos que dele necessitam. (FERNANDES, et al, 2005) 69 Então nesse momento, podem surgir algumas dificuldades para se trabalhar em uma estrutura (RMSF) alicerçada em um modelo multiprofissional. É relevante que sejam potencializadas essas diferenças, nas quais as visões de diversos profissionais sejam utilizadas com uma vertente para melhor percepção de uma situação, garantindo assim um resultado mais adequado à situação de cotidiano de uma sociedade. (WAGNER; et al, 1999) Para Oliveira (2006), uma residência deve prever em seu Projeto Político Pedagógico estratégias para o desenvolvimento dos profissionais de saúde envolvidos no contexto do serviço, instituindo um espaço de aprendizagem a partir da reflexão da prática e de sua prática. A educação permanente em Saúde seria uma estratégia relevante para a recomposição das práticas de formação e controle social no setor saúde, entre outras, sendo orientadora das iniciativas de desenvolvimento dos profissionais e das estratégias de transformações das práticas de saúde. (CECCIM, 2005) Reforça-se que impulsionar processos de educação permanente da rede SUS significa reconhecer a responsabilidade desses processos na formação dos residentes. (LAPPIS, 2009) Também ao considerar formação, nota-se que a responsabilidade não se restringe apenas aos tutores e preceptores, pois o cenário em que a Residência se desenvolve, bem como sua estrutura de ensino e aprendizagem, é primordial para garantir essa formação. Na oficina da Residência Multiprofissional desenvolvida na Faculdade de Marília, os participantes também referiram-se à qualidade dos cenários para o desenvolvimento da prática, em que algumas vezes a atuação do residente limita-se como mão de obra tomando lugar do processo de aprendizagem. (SGAMBATTI; et al, 2009) Tornado o local e os envolvidos no desenvolvimento da residência aptos a trabalharem no Programa Saúde da Família, pode-se perceber esse campo como 70 um local de ensino-aprendizagem, isso se somarmos a esses fatores um movimento reflexivo e crítico que saiba considerar as diversas formações. Inserção em poucos cenários de aprendizagem como dificultador da formação Para os entrevistados, aprimorar o processo de formação do nutricionista na RMSF pode ter sido dificultado pela pequena diversidade de cenários de aprendizagem, visto que permanecer em uma única área de abrangência territorial limita a possibilidade de novas intervenções e discussões. (...) cada nutricionista ficou numa realidade, então acho que isso dificultou um pouco o aprendizado igual pra todo mundo. Você viver uma coisa e você ouvir do outro que viveu não é a mesma coisa (...) E8 – UR75 (...) ter uma troca assim, entre os postos, uma região trocar ir pra outra pra viver aquela realidade, depois discutir o que tá fazendo, que poderia fazer. E8 – UR78 Quanto mais diversificada e problematizadora for a estratégia de ensino a que o residente está submetido, maior será sua possibilidade de aprendizado. E esse fato pode ser melhor desenvolvido se somado a ele, proporcionar a diversidade de cenários de prática. No entanto, na residência em que o estudo foi desenvolvido, os residentes permaneceram na mesma Unidade de Saúde da Família do início até o final do processo de formação. A escolha por fixar os residentes em uma única unidade traz sua fundamentação pautada na relevância que a construção de vínculo promove na relação do profissional com o usuário, possibilitando estreitar e potencializar essa interação. Apesar disso, Ribeiro (2001) ainda reforça a necessidade de oportunizar na formação condições para que seja experimentado o novo, isto é, proporcionar ao indivíduo vivenciar diversos momentos e deparar muitas vezes com situações nunca percebidas. 71 Essas diferentes situações podem de início refletir-se em alguns desconfortos comuns no cotidiano do trabalho (usa-se a palavra trabalho por considerar a RMSF como uma formação em serviço), mas para Ceccim (2005), essa condição é indispensável para que uma pessoa decida mudar ou incorporar novos elementos a sua prática, ou seja, a exposição a vários cenários pode traduzir-se em maiores experiências. Além disso, percebe-se que a diversificação de cenários de ensino e aprendizagem é fundamental para aprimorar a articulação entre a teoria e a prática (OLIVEIRA, 2008). Acrescenta-se a esse fato a prática ancorada por estratégias de ensino que busquem a educação problematizadora, considerando o saber prévio do aluno, refletindo na construção de um novo conhecimento que amplia a visão técnica e permite resultar em um indivíduo socializado, crítico e reflexivo, capaz de ver além de uma parte do corpo ou doença. Esse tipo de educação oportuniza a manipulação de conteúdos, observação e experimentação (PERRENOUD, 2009a), isso porque a situação em que o aluno está exposto não é algo fictício e sim situações com que ele se defrontará durante sua atuação. Limitado arcabouço teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista no PSF A limitada produção teórica específica surgiu como dificultador, quando os relatos sinalizam que o direcionamento das atividades de formação seriam mais efetivos com o apoio de um adequado arcabouço teórico, por considerar que a teoria ancora a prática que está sendo desenvolvida. (...) a falta de um arcabouço teórico que desse conta da atuação do nutricionista no Programa de Saúde da Família (...) E10 – UR92 (...) o resto da equipe multiprofissional teve que quase que construir os seus textos teóricos o papel de cada um, numa equipe multiprofissional, num programa de atenção primária. E10 – UR93 72 Durante o desenvolvimento da RMSF buscando aprimorar a formação do residente nutricionista, foi realizado levantamento bibliográfico referente ao processo de trabalho do nutricionista no PSF com a finalidade de nortear as ações realizadas. A partir desse levantamento, foi percebida uma relevante produção científica sobre ações de alimentação e nutrição desenvolvidas no âmbito da Saúde Pública, que serviram como subsídio para os nutricionistas residentes, porém limitadas à produção referente ao processo de trabalho específico do nutricionista no PSF. O que existem são trabalhos divulgados em eventos como a II Mostra de alimentação e nutrição no SUS, I Seminário internacional de Nutrição na atenção primária, desenvolvida em Brasília em 2008, organizado pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição – CGPAN (BRASIL, 2009b), que serviu como troca de experiências de nutricionistas, principalmente ao se tratar do Programa Saúde da Família e como tema mais atual os Núcleos de Apoio à Saúde da Família. As experiências divulgadas e discutidas a partir de pôsteres e palestras trouxeram contribuições de vários estados brasileiros, sendo que sua maioria tratou do trabalho do nutricionista no PSF a partir de sua inserção em Residências Multiprofissionais em Saúde da Família. O Rio de Janeiro trouxe sua experiência intitulada “O Nutricionista na Estratégia Saúde da Família: relato de uma experiência bem sucedida no município do Rio de Janeiro”, expondo sua vivência nas visitas domiciliares a paciente acamados, práticas de educação continuada junto às equipes do PSF, desenvolvimento de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos distúrbios nutricionais por meio dos grupos de prevenção, ações para diagnóstico nutricional das populações adstritas e atendimento nutricional e promoção da educação nutricional trabalhando com a intersetorialidade. (RANGEL; et al, 2009) A residência multiprofissional desenvolvida em Sobral no Estado do Ceará contribuiu com “Formação do nutricionista para atuação no NASF: a experiência da Residência Multiprofissional em Saúde da Família em Sobral-CE”, esclarecendo ações desenvolvidas pelo nutricionista nessa residência, pautados na promoção de hábitos alimentares saudáveis, práticas interdisciplinares e intersetoriais de 73 promoção à saúde, apoio ao acompanhamento de beneficiários do Programa Bolsa Família (vigilância nutricional) e além de parcerias com atores locais para potencializar as ações. (ALVES, 2009) A experiência trazida por São Luís (Maranhão) abordou o trabalho desenvolvido pelos residentes nutricionistas com os agentes comunitários de saúde, por considerá-los multiplicadores importantes no contexto do PSF – “A participação do nutricionista em equipe multidisciplinar na atenção básica à saúde: um relato de experiência”. (TELES; SILVEIRA; CARDOSO; 2009) Ao fazer uma busca cientifica refinada nos bancos de dados da LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), poucas experiências referentes ao processo de trabalho do nutricionista no PSF foram encontradas. Isso reforça o fato de que o nutricionista, mesmo sendo a partir das residências multiprofissionais, desenvolve suas ações no PSF, como pudemos observar nas experiências apresentadas anteriormente, porém ainda com pequena divulgação científica de suas atividades. Talvez a construção do arcabouço teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista no PSF deva ser realizada a partir dos nutricionistas inseridos nas residências multiprofissionais, uma vez que sua inserção fora desse contexto ainda é pequena e atualmente se faz a partir dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, programa recente e que ainda está em processo de definição e implantação. Santos (2005) reforça esse fato ao considerar a Residência em Saúde da Família como um espaço para o nutricionista atuar no PSF e assim poder divulgar suas atividades e ampliar o entendimento de seu processo de trabalho. Ressalta-se que momentos como os proporcionados pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição - CGPAN são essenciais para conhecer a vivência de outros cenários e promover trocas de experiências, podendo considerar como campo de aprendizado que se reflete no aprimoramento do processo de trabalho do nutricionista no PSF e amplia a formação desse profissional 74 A partir dos resultados encontrados nesse eixo temático, almeja-se publicálos na revista científica Interface – Comunicação, Saúde e Educação (ISSN 14143283). Essa revista possui Qualis B1 e é indexada pelas seguintes bases de dados: Bibliografia Brasileira de Educação, CLASE (Citas Latinoamericanas en Ciencias Sociales y Humanidades), DOA (Directory of Open Access Journal), EMCare, LATINDEX (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal), LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), LLBA (Linguistics and Language Behavior Abstracts), Scopus, Social Planning/Policy & Development Abstracts, Social Services Abstracts e Sociological Abstracts. 75 6 FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFSSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: SUGESTÕES PARA O APRIMORAMENTO Ao finalizar a análise dos resultados de um estudo, é possível notar a necessidade de aprimoramento em diversas vertentes advindas do cenário em que ele foi desenvolvido. Soma-se a isso a responsabilidade que uma pesquisa assume em não ter esse espaço apenas como coleta de dados e sim levar contribuições buscando melhorar a situação presente. É com base nessas apreciações que as diretrizes do Mestrado Profissional do Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS) estabelecem a elaboração de um produto que tenha a finalidade de, a partir dos resultados da pesquisa, elaborar uma proposta de aprimoramento como devolutiva ao cenário do estudo. O CEDESS permite autonomia do pesquisador e orientador para escolher como esse produto será desenvolvido. A partir desse momento surge a proposta de construir um produto que considere as sugestões fornecidas pelos sujeitos desta pesquisa, somado a experiência da pesquisadora no cenário da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Os preceitos do Planejamento Estratégico Situacional (PES) foram utilizados como direcionadores desse produto, isso porque esse tipo de planejamento possibilita considerar a complexidade da realidade e reconhecer que sua explicação depende da inserção de cada indivíduo envolvido no problema, sendo, portanto parcial e múltiplo. (TANCREDI et al, 1998) Agrega-se a isso a relevância de utilizar as sugestões dos entrevistados deste estudo, uma vez que para o PES considerar o ponto de vista e percepções de todos os envolvidos torna-se essencial pois caracteriza a significação das ações. (RIEG; ARAUJO FILHO, 2002) O PES diferencia-se da estrutura tradicional, uma vez que no planejamento tradicional é possível verificar diagnóstico da situação, prognóstico único, plano por 76 setores, certezas e sujeitos como agentes. Já no planejamento estratégico situacional, o diagnóstico é substituído por apreciações situacionais, o prognóstico único por várias apostas em cenários, o plano por setores é assumido por plano por problemas, certeza por incerteza e surpresas, no qual os sujeitos deixam de ser agentes para serem atores do processo. (TANCREDI et al, 1998) Percebe-se também que no PES existem várias possibilidades de ação, sendo que no modelo tradicional, existem metas únicas. Esse método nos faz assumir a realidade com todas suas nuances, sem trabalhar com relações diretas de causa e efeito, isso porque se percebe que toda situação ou cenário de aprendizado é passível de mudanças. (RIEG; ARAUJO FILHO, 2002) Teixeira e Fernandes (2003) consideram que definir e formular com clareza os problemas torna-se ponto fundamental para a efetividade do planejamento, uma vez que formulados os problemas e encontradas as causas críticas fica mais fácil elaborar o plano de ações. Nessa proposta de aprimoramento da formação do nutricionista na Residencia Multiprofissional em Saúde da Família além de considerar a opinião dos atores envolvidos no processo, utilizou-se também os nós críticos fundamentais para o desenvolvimento do planejamento, obtidos a partir do eixo temático formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Os quatros momentos propostos pelo PES: Explicativo, Normativo, Estratégico e Tático-operacional (TANCREDI et al 1998; CECÍLIO, 1997) serviram de direcionadores para a construção dessa proposta. Sendo para o PES empregado o “momento” com a finalidade de fugir da ideia de “etapas”, sempre aplicadas nos planejamentos tradicionais. (CECÍLIO, 1997) Momento explicativo: buscando abandonar a ideia de diagnóstico proposto pelo planejamento tradicional, nesse momento é solicitada a explicação situacional, a problematização, no qual se percebe que algo não está adequado para um ou mais atores, suscitando a necessidade de mudança da situação real, almejando uma 77 situação ideal. Neste estudo, as unidades de contexto advindas do subeixo “Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família” foram utilizadas como explicação situacional, pois retrataram a problematização da situação a partir do ponto de vista dos entrevistados. Momento normativo: contempla como deve ser a realidade em contraposição aos problemas presentes, sugerindo como alterar a realidade atual, estabelecendo uma situação ideal. As sete categorias de análises que contemplam o subeixo “Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família”, surgem como solução para desfazer os nós críticos apresentados, pois retratam uma situação ideal a partir do ponto de vista dos entrevistados. As categorias são: Inserir o nutricionista no campo de ensino buscando potencializar o aprendizado; Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica; Buscar docentes que contemplem a diversidade de formações; Construir estratégias de ensino com participação discente; Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino; Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão; Educação permanente para preceptores/tutores visando aprimorar o processo de ensino/aprendizagem. Diferente do momento explicativo e normativo que tiveram como arcabouço para sua construção unidades de contexto e categorias advindas das falas dos entrevistados, os momentos que se seguem, estratégico e tático-operacional foram desenvolvidos pautados na experiência da pesquisadora como preceptora de uma Residência Multiprofissional em Saúde da Família, somado a finalização da formação diante de um mestrado profissional. Portanto desse ponto em diante, esses momentos surgem como contribuição da pesquisadora nesse processo. Momento estratégico: análise do que pode ser feito, almejando resolução do problema explicitado. Nesse momento, são sugeridas estratégias com a finalidade de chegar o mais próximo possível do que foi considerado o ideal, tendo em vista algumas limitações (políticas e financeiras) que envolvem esses problemas. 78 Momento tático-operacional: instalação do planejamento sugerindo as estratégias/compromissos a serem desenvolvidas pautadas nas ações propostas pelo momento estratégico. Soma-se a isso a responsabilidade de execução dessa ação, ou seja, de quem é a governabilidade para o desenvolvimento dessa estratégia. Sugere-se ainda a avaliação do processo diante de cada estratégia proposta, o responsável por realizá-la e sua periodicidade. O ato de avaliar surge com a ideia de revisitar o planejamento, buscando aperfeiçoar e redirecionar suas propostas. No caso deste estudo, visa sempre promover uma adequada formação do residente no cenário que a Residência Multiprofissional em Saúde da Família estabelece. Ressalta-se que como citado anteriormente o PES serviu apenas como direcionador dessa proposta e apesar de seguir todos os momentos exigidos no planejamento estratégico situacional, a estrutura desse proposta/produto não pode ser considerada um PES, isso porque um dos preceitos desse planejamento é que os autores envolvidos no processo participem integralmente de sua construção, avaliação e replanejamento. No caso deste estudo desenvolvido em 2008, os atores envolvidos fizeram parte apenas da gestão 2005-2007, não estando presentes na residência atual. Com a construção dessa proposta: “Formação do Nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família – Faculdade Santa Marcelina/ Casa de Saúde Santa Marcelina: sugestões para o aprimoramento”, notou-se que esse planejamento não se restringe apenas a formação do nutricionista e sim a todos os profissionais presentes na residência, uma vez que nas sugestões de aprimoramento, o enfoque dos entrevistados não foi apenas para a especificidade, sendo que o que se almeja é a formação estruturada e integral, independente da profissão. Essa sugestão de planejamento será entregue à Coordenação da Residência Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvida pela Faculdade Santa Marcelina e Casa de Saúde Santa Marcelina, com expectativa de que o estudo traga contribuições ao Projeto Político Pedagógico do Curso. 79 O produto: Proposta de aprimoramento do processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Faculdade Santa Marcelina/ Casa de Saúde Santa Marcelina pode ser observado a seguir. 80 Inserir o nutricionista no campo de ensino buscando potencializar o aprendizado Ausência do nutricionista nas Unidades de Saúde da Família Docente nutricionista Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica Desenvolver momentos teóricos com docentes nutricionistas que se apropriem do processo de trabalho do PSF Inserir a equipe de residentes que tenha nutricionista nas Unidades de Saúde da Família na área de abrangência do NASF com nutricionista como membro integrante O que pode ser feito Momento Estratégico Desenvolver momentos teóricos com nutricionistas exresidentes ou integrantes do NASF que se apropriem do processo de trabalho do PSF Inserir a equipe de residentes que tenha nutricionista nas Unidades de Saúde da Família na área de abrangência do NASF com nutricionista como membro integrante Compromisso Parceiro da Atenção Básica + Coordenação da RMSF Parceiro da Atenção Básica + Coordenação da RMSF Responsabilidade Momento Tático-Operacional Avaliação por aula ou módulo, sendo realizada pelos residentes e docentes Avaliar o processo de aprendizagem mensalmente, tendo como um dos avaliadores o nutricionista do NASF e o residente nutricionista. Avaliação Observações 81 Instrumento modificado por Cunha, K. baseado no Planejamento Estratégico Situacional (MATUS) a partir da referência: CECÍLIO, L.C.O. Contribuições para uma teoria da mudança do setor público. In: CECILIO, L.C.O.(org.). Inventando a mudança na saúde. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p.235-333. * (...) a parte teórica da Nutrição no PSF, a gente precisaria de um profissional que trabalha-se bem essa questão do tema na saúde pública, que tivesse esse domínio. E1 – UR7 (...) poderia ser melhor se tivesse já um profissional que já tivesse inserido no PSF, seria com certeza muito mais enriquecedor como é toda residência (...)E9 – UR87 Desenvolvimento adequado da teoria específica voltada para a Saúde Pública/PSF Um nutricionista na Unidade de Saúde da Família Possibilidades O que deve ser feito Problematização (...) a inserção desse profissional (NUTRICIONISTA) no PSF, se tivesse já nutricionistas lá na unidade, tendo em quem se espelhar, se teria uma ideia melhor, não chegaria tão perdido (...)E5 – UR47 Momento Normativo Momento Explicativo Santa Marcelina/ Casa de Saúde Santa Marcelina * Proposta de aprimoramento do processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Faculdade (...) tem que ser uma residência participativa, mas isso não quer dizer que é... a instituição não determine o cronograma, os objetivos, o que eles querem para aqueles alunos, então Necessidade de planejamento pedagógico que vise a participação discente (...) (ATIVIDADES) ser construídas juntamente com o residente (...) E2 – UR20 (...) aulas com profissionais qualificados, sabendo o que vai falar como vai falar, de maneira que seja bacana pra todo mundo, aprendizagem. E9 – UR84 (...) precisa que tenha profissionais que tenham um embasamento pra falar pra pessoas de diversas formações e que façam com que todos independente de que formação tenha tido, compreendam. E3 – UR34 (...) Aulas mais estruturadas, com profissionais realmente que entendam do assunto específico (...) E9 – UR84 Inserção de profissionais com abordagem interdisciplinar Planejamento de ensino estruturado, porém visando envolvimento discente no desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. Construir estratégias de ensino com participação discente Docentes com visão interdisciplinar Buscar docentes que contemplem a diversidade de formações especialista em PSF Módulos teóricos e práticos com estratégias problematizadoras, nas quais os preceptores/tutores são capacitados, fazendo com que o residente seja corresponsável pelo seu processo de aprendizagem. Presença de profissionais/ docentes que desenvolvam seu processo de trabalho com abordagem multi/interdisciplinar, podendo contribuir no processo de ensino/aprendizagem considerando a diversidade profissional da Residência. Presença de docentes que desenvolvam estratégias de ensino a partir da diversidade profissional dos residentes. Docentes esses que podem estar nos serviços que contemplem a saúde pública, como por exemplo: NASF, Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), DST-Aids, Centro de Referência do Idoso (CRI), entre outros, pois desenvolvem suas ações com abordagem multiprofissional. Módulos teóricos e práticos com estratégias problematizadoras, nas quais os preceptores/tutores são capacitados, fazendo com que o residente seja corresponsável pelo seu processo de aprendizagem. + Tutores + Preceptores + Docentes Demais parceiros/ instituições + Coordenação da RMSF por sendo pelos e 82 Avaliação por estratégia sendo realizada pelos docentes, preceptores, tutores e residentes Avaliação módulos, realizada residentes docentes (...) já tem uma produção de monografia, de artigo, então que isso fosse reunido, organizado, estudado e investimento em pesquisa E10 – UR94 Necessidade de capacitação dos preceptores/tutores (...) pegar os tutores que vão fazer parte da residência fazer um curso com eles, explicando que eles vão ta recebendo, que é esperado dessa equipe (...) E5 – UR51 (...) ver tipos populacionais diferentes, aumentar a diversidade na técnica dele, no aprendizado. E12 – UR101 Discussão limitada de estudos de casos e pequena produção científica Maior cobrança por parte do preceptor de território de discussão de caso, porque não teve muito, tinha os casos, mas ficava entre nós, não ia mais numa coisa mais profunda (...) E2 – UR26 ficou uma coisa muito aberta eu achei na minha formação (...) E4 – UR42 Carência de cenários adequados para o processo de ensino/aprendizagem (...) acho que a escolha do local onde o residente vai passar o período da residência tem que ser feita pensando quem trabalha nesse posto tem condições de receber o residente, atua da maneira correta, da forma como se pensa o PSF (...) E3 – UR37 Educação permanente para preceptores/tutores visando aprimorar o processo de ensino/aprendizagem. Produção de artigos científicos e discussão de caso a partir da multiprofissionalidade Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão Campo de ensino que proporcione desenvolvimento adequado dos preceitos do PSF e relação clara e construtiva com a atenção básica. Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino Inserir os residentes em locais que estabeleçam a trajetória das linhas de cuidado que o usuário percorre durante o processo de assistência, promoção e prevenção em saúde favorecendo o processo de ensino e aprendizagem do residente. Produção de pelo menos um artigo científico além do trabalho de conclusão durante o período da RMSF. Intensificar momentos de discussão de casos abordagem multiprofissional nas reuniões de equipe. Promover educação permanente com tutores e preceptores. Inserir os residentes em locais que estabeleçam a trajetória das linhas de cuidado que o usuário percorre durante o processo de assistência, promoção e prevenção em saúde, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem do residente. Produção científica durante o período da RMSF, além do trabalho de conclusão. Intensificar momentos de discussão de casos abordagem multiprofissional. Promover educação permanente com tutores e preceptores. Parceiro da Atenção Básica + Coordenação da RMSF Residentes + Tutores + Preceptores Gerência de demais instituições + Parceiro da Atenção Básica + Coordenação da RMSF Residentes 83 Avaliação a partir do desenvolvimento do processo de trabalho e envolvimento do preceptor/tutor na RMSF. Avaliação por meio do aceite nas revistas indexadas. Avaliação da participação e aprendizado a partir das discussões, sendo realizada por Preceptores, Tutores e Residentes. Avaliação do desenvolvimento das ações, realizada pelos preceptores e/ou demais pessoas que acompanham esse processo. Preceptor/Tutor como facilitadores da formação Tutores + Preceptores + formação do nutricionista nas Residências Multiprofissionais em Saúde da Família. 84 Existe a pretensão de publicação científica também desse subeixo temático, tendo em vista sua contribuição para a (...) eu acho que o tutor também pode se preparar para buscar o potencial de cada residente, mesmo que aquilo não seja próximo do que ele espera dar mais autonomia para o residente desenvolver suas potencialidades (...) E6 – UR 62 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Residência Multiprofissional em Saúde da Família surgiu como um espaço fundamental para o desenvolvimento da atuação do nutricionista no PSF, possibilitando aproximação com as premissas que ancoram essa estratégia. Durante o desenrolar de sua prática, a partir da Residência, o nutricionista conseguiu perceber sua especificidade como relevante para intervenções nutricionais, seja na assistência, promoção ou prevenção de doenças, porém insuficiente diante da diversidade de fatores sociais, culturais e psicológicos que o contexto do PSF o expôs. É sabido que o nutricionista, ao trabalhar com a alimentação, considera os fatores que podem influenciar um distúrbio nutricional; contudo, temas como cultura, educação em saúde, família, violência, alterações psicológicas entre outros, com os quais o nutricionista ainda não tem grande apropriação, interferem no padrão alimentar de um indivíduo e consequentemente em sua saúde. Apesar da dificuldade em trabalhar assuntos que extrapolem a especificidade, o nutricionista, durante a atuação, foi percebido como um agente de estratégias de promoção à saúde e prevenção de agravos na amplitude de cenários que o PSF abarca. A valorização de seu conhecimento específico tornou-se relevante diante de seu olhar mais refinado em situações que envolvem a alimentação e nutrição. Diante desse fato, acredita-se que os relatos que trazem compreensão pouco clara da atuação do nutricionista no PSF podem ser modificados a partir da inserção desse profissional além das residências multiprofissionais, o que atualmente pode ser possível pela implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Esses núcleos têm por objetivo ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das Equipes de Saúde da Família. A presença do nutricionista no NASF é relevante, tendo em vista o perfil epidemiológico e nutricional do Brasil. 85 Ao olhar para a formação a partir da residência, notou-se que sua estrutura somada ao processo de trabalho do PSF permitiu ao nutricionista aprimorar sua formação prévia ao se aproximar e conhecer o indivíduo, sua família e comunidade. Assim, fez o nutricionista considerar a multifatoriedade presente nesse contexto, conseguindo compreender melhor as necessidades e dificuldades dos indivíduos, para que por meio de sua intervenção nutricional pudesse trabalhar com a sensibilização e empoderamento de mudanças no estilo de vida. Além disso, o nutricionista, em conjunto com os outros profissionais, teve a oportunidade de, a partir de vivências práticas e discussões teorias, buscar uma intervenção integral ao indivíduo e sua família e esse fato foi potencializado pela estrutura da RMSF que permitiu espaço protegido de formação, abrindo caminho para novas práticas de ensino-aprendizado. Esse espaço com grande enfoque multiprofissional promoveu intensidade na interação entre as profissões que estavam inseridas na residência, permitindo que os residentes aos poucos saíssem do campo médico-hegemônico pautado no olhar fragmentado e intervencionista e percebessem a amplitude do contexto em que o processo saúde/doença se desenrola. Assim o ato de compartilhar saberes diversificados, as interações e trocas cotidianas entre as diferentes profissões foram em grande parte responsáveis pela ampliação desse olhar agora voltado à integralidade. Diante disso, um ponto fundamental a ser trabalhado é o preparo dos profissionais considerados facilitadores desse processo. Ao afirmar que as residências surgiram como instrumento para minimizar a carência qualitativa dos profissionais da saúde, ressalta-se a necessidade de mobilizar e qualificar os facilitadores – tutores e preceptores, que devem saber considerar a multi e a interdisciplinaridade como fundamentais para a atuação e que assumam a responsabilidade como facilitadores no processo de formação no novo modelo proposto pela Residência, possibilitando transformações no processo de trabalho dos profissionais a serem formados para o SUS. 86 Outro aspecto relevante é olhar para o processo de formação desenvolvido pelos programas de Residência Multiprofissionais em Saúde da Família e buscar sempre o aprimoramento desse processo, seja durante seu desenvolvimento e/ou no final de cada gestão. Pautado nesse aspecto, o fato de ouvir e promover esse aperfeiçoamento, a partir das sugestões advindas dos envolvidos na residência, agrega parte do caráter participativo necessário para o aprimoramento do projeto pedagógico do programa visando desenvolver uma adequada formação. Todas as considerações feitas até o momento não expressam a ideia de que o nutricionista tenha de dar conta de toda complexidade presente na atenção básica. Mas sim, fazer com que ele tenha sua formação, neste caso a partir da pósgraduação, desenvolvida em momentos compartilhados com outras profissões, que amplie o leque de possibilidades de atuação, vivencie novas experiências, resultando em um somatório de conhecimentos que o fará, em novas situações, ter um olhar integral e diferenciado somado a sua especificidade. 87 REFERÊNCIAS AKUTSU, R. C. Brazilian dieticians: professional and demographic profiles. Rev. Nutr. Campinas, v.21, n.1, p. 7-19. 2008. ALVES, K. P. S. 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Paraná, v.57, n.1/2, p.40-6, jan./ dez. 1999. 96 ANEXOS Anexo A - Aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa Marcelina. 97 Anexo B – Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. 98 99 Anexo C – Resposta de Revista de Nutrição demonstrando a submissão do artigo: O nutricionista no Programa Saúde da Família: sua atuação a partir do olhar dos profissionais de saúde. 100 APÊNDICES Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa: “Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família” é um estudo que tem como objetivo investigar a formação do nutricionista a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família com vistas a sua atuação no Programa Saúde da Família. Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo, que consiste em entrevista gravada. As perguntas serão feitas pela pesquisadora responsável pelo estudo, após agendamento de local e horário, conforme disponibilidade do entrevistado. Você só será incluído na pesquisa após sua autorização e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As informações colhidas são de caráter confidencial em todas as fases da pesquisa, sendo que ao serem publicadas, resguardarão sua identificação. Em qualquer etapa do estudo, você terá livre acesso a todas as informações coletadas, bem como esclarecimento de eventuais dúvidas. Ressalta-se que o consentimento para participar pode ser recusado ou retirado a qualquer momento da realização da pesquisa, sendo que sua participação não lhe trará nenhum prejuízo, compensação financeira ou despesa. As informações sobre o resultado da pesquisa estarão disponíveis e serão enviados mediante a sua solicitação. O principal investigador é a nutricionista Irani Gomes dos Santos, que pode ser encontrada no endereço: Avenida Padres Olivetanos, nº. 57 apto 143, Vila Esperança - São Paulo-SP; nos telefones: 11 20234413/ 11 98076710; e no e-mail: [email protected]. Caso haja alguma consideração ou dúvida relacionada à ética desta pesquisa, você pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP – Rua Botucatu, 572, 1º andar, cjt 14, São Paulo–SP. Telefone: 5571-1062, FAX: 5539-7162, E-mail: [email protected]. 101 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Fui suficientemente informado (a) a respeito da Pesquisa: “Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família”, por meio das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos da pesquisa, os procedimentos a serem realizados e seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade, e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de qualquer despesa. Concordo voluntariamente em participar deste estudo, e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido com esta pesquisa. ________________________________ Assinatura do entrevistado Data / / ________________________________ Assinatura da testemunha Data / / (Somente para o responsável do projeto) Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste entrevistado para a participação neste estudo. __________________________________ Assinatura do responsável pela pesquisa Data / / 102 E1 – UC3 – UR4 E1 – UC3 – UR4 Ausência Compreensão pouco clara do profissional no PSF da atuação do nutricionista. E1 – UC3 – UR5 Atuação na Promoção e Prevenção. UC3 Então às vezes algumas coisas que se espera muito do nutricionista por ser um profissional novo e a equipe não consegue dar suporte para aquilo, acaba sendo dele, mas eu acho que a atuação do nutricionista seria muito na promoção e prevenção da saúde. 103 E1 – UC2 – UR3 Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista. UC2 Então eu acho que muitas vezes a E1 – UC2 – UR3 muitas vezes a gente gente fica numa situação que o fica numa situação em que o nutricionista nutricionista tem que dar conta de tudo, tem que dar conta de tudo. mas ele não tem o preparo pra isso. Então por exemplo... hã.... casos de uma síndrome mais rara.. hã que já seria uma atenção de outro nível, hã...dieta ...uma desnutrição muito grave, que não seja uma desnutrição primária... hã... que mais... hã... criança por exemplo com paralisia cerebral, tem algumas crianças que são muito grave, dieta enteral. E1 – UC3 – UR4 se espera muito do nutricionista por ser um profissional novo e a equipe não consegue dar suporte praquilo, acaba sendo dele. E1 – UC3 – UR5 a atuação do nutricionista seria muito na promoção e prevenção da saúde. E1 – UC1 – UR1 Atuação na Promoção e Prevenção. E1 - UC1 – UR2 Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista. E1 - UC1 - UR1 a principal atuação que o nutricionista poderia ter é na promoção da saúde. E1 - UC1 – UR2 demanda maior que não competiria ao nutricionista no PSF, por falta de não ter pra onde referenciar. SUBCATEGORIAS CATEGORIAS UNIDADE DE REGISTRO UNIDADE DE CONTEXTO Entrevistado 1 (E1) UC1 Hã... eu acho que a principal atuação que o nutricionista poderia ter é na promoção da saúde. Eu acho que seria o foco principal, mas acaba surgindo uma demanda maior, hã... que não compete... eu acho que não competiria ao nutricionista no PSF, mas eu acho que por falta de não ter pra onde referenciar. Apêndice B – Eixo temático 1: Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família. – UC6 – UR11 E1 – UC6 – 104 UR11 E1 – UC6 – UR9 Atuação E1 – UC6 – UR9 na Promoção e Prevenção Diversidade de estratégia de educação UC6 – UR10 E1 – UC6 – UR10 E1– Atuação na Promoção e Diversidade de estratégia de educação Prevenção E1 – UC6 – UR9 pode trabalhar muito bem a promoção numa estratégia interessante que o nutricionista domina. E1 – UC6 – UR10 o alimento na verdade ele acaba sendo só uma ferramenta e você pode trabalhar nutrição ou outros temas. UC6 Que talvez se eu tiver... no momento eu não conseguia ter.. por causa de horário, apoio... é... a presença de outros profissionais né, por exemplo o psicólogo, o TO né... um assistente social que reforçaria esse trabalho multi né, porque diversos temas surgiam que extrapolavam a alimentação, como violência, como alcoolismo, como evasão escolar, que o nutricionista não tem né E1 – UC6 – UR11 oficina culinária com crianças, a gente fazia um vínculo bem E1 E1 – UC5 – UR7 Atuação na Promoção e Prevenção. E1 – UC5 – UR8 Atuação na Promoção e Prevenção. E1 – UC5 – UR7 experiência de trabalhar com oficina culinária, com crianças bem no sentido da promoção da saúde. E1 – UC5 – UR8 eram crianças que iam lá pra gente cozinhar, pra trabalhar diversos temas envolvendo saúde infantil. UC5 Hã eu acho que falando em promoção acho que foi a atuação que mais marcou que já foi mais no fim da residência quando tava com uma experiência, depois de já ter feito muito... tentado fazer muitas coisas que não deram certo... de ter feito errado. Foi experiência de trabalhar com oficina culinária, com crianças bem no sentido da promoção da saúde, que eram crianças que não necessariamente tinham alguma... alguma deficiência nutricional, algum risco nutricional ... e eram crianças que iam lá pra gente cozinhar, pra gente trabalhar alimentação, trabalhar diversos temas envolvendo saúde infantil né. E1 – UC5 – UR7 Diversidade de estratégia de educação E1 – UC5 – UR8 Diversidade de estratégia de educação E1 – UC4 – UR6 Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista. E1– UC4 – UR6 nutricionista até pode dar um suporte, mas acaba ficando muito com ele, porque não tem pra onde referenciar. UC4 Outro nível. Que eu acho que nutricionista até pode dar um... um suporte mas eu acho que acaba ficando muito que.. com... que ele fosse resolver aquilo porque você não tem pra onde referenciar... então ele que vai resolver. E1 – UC8 – UR13 Falta de direcionamento para atuação no PSF. E1 – UC8 – UR13 questão da nutrição no próprio município na atenção básica, ela é muito desarticulada, a gente não tem sistema de vigilância nutricional. E1– UC8 – UR14 a gente não tem um direcionamento da atenção básica, num tem por onde a gente começar a UC8 E até assim, não só em relação à Nutrição aqui né... que a gente sabe que não tá... não tá inserida, mas por exemplo de outros lugares, a gente não sabe como está estruturado esse serviço e até assim a questão da Nutrição no próprio município na atenção básica 105 E1 – UC8 – UR14 Falta de direcionamento para atuação no PSF. E1 – UC7 – UR12 E1 – UC7 – UR12 Falta Compreensão pouco clara de direcionamento para da atuação do atuação no PSF Nutricionista. E1 – UC7 – UR12 são difíceis os facilitadores pelo fato de não termos nutricionista inserido, não sabemos... não ter muito direcionamento. UC7 Hã.... assim, específico que eu acho que da Nutrição foi... são difíceis os facilitadores pelo fato de não termos nutricionista inserido, não sabemos....não ter muito direcionamento. Acho que o que nos ajuda são coisas maiores, por exemplo, o fato de ter uma política nacional de alimentação e Nutrição ... eu acho ajuda a nortear esse trabalho. E1– UC8 – UR13 Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista. E1 – UC8 – UR14 Compreensão pouco clara da atuação do Atuação na Promoção e Diversidade de estratégia de educação Prevenção a... esse preparo pra lidar com isso. Mas gostoso, podia trabalhar diversos temas. eu acho é... foi algo que marcou muito como se pode trabalhar muito bem a promoção numa estratégia interessante... muito interessante que o nutricionista domina né... então...o âmbito do que vai trabalhar... o alimento na verdade ele acaba sendo só uma ferramenta e você pode trabalhar Nutrição ou outros temas. Então eu acho foi algo que marcou e sempre que possível eu levava para outras... outras... outros grupos, levava essa estratégia de oficina culinária, mas era um grupo específico, esse de oficina culinária com crianças, a gente fazia um vinculo bem gostoso, podia trabalhar diversos temas. como um todo, ela é muito ainda desarticulada, a gente não tem sistema de vigilância nutricional, que por exemplo, os outros municípios, as outras residências a gente sabe que era a base de trabalho, e quando nós falávamos que a gente não tinha SISVAN, os outros residentes falavam Eh como vocês trabalham? A gente trabalha da forma que a gente quer. E era ... e essa é a verdade, a gente trabalha achando... trabalhou achando que assim daria certo, foi muito interessante foi um trabalho conjunto né... acertamos algumas coisas, erramos muitas outras né... mas eu acho que isso é o que pega... a gente não tem um direcionamento, nossos direcionamentos são muito macros né... da atenção básica, que viria da CGPAN, mas do município a gente não tem orientação nenhuma, num tem algo que por exemplo pudesse ir na atenção básica do município, na secretária, e falar tá.. o que... por onde a gente começa a Nutrição? A gente não tem essa referência. E2 UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do 106 E2 – UC9 – UR15 Visão ampliada de cenários de atuação. E2 – UC9 – UR16 E2 – UC9 – UR16 Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias Prevenção. de educação. E2 – UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. E2 – UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças. E2 – UC9 – UR17 ela tem a E2 – UC9 - UR17 nutricionista. Nutrição. E2 – UC10 – UR18 tem vários, tem E2 – UC10 – UR18 Visão ampliada de cenários de vários leques de atuação. atuação. E2 – UC10 – UR19 a gente pode ver em E2 – UC10 – UR19 relação a outras áreas como é que a Atuação na Promoção e gente pode atuar em ações de promoção Prevenção. de saúde, não só muito específico na área de Nutrição. E2 – UC11 – UR20 o grupo de desnutrição... então a gente fez todo um trabalho que envolveu a enfermagem, os auxiliares, os médicos, de triagem dessas crianças. E2 – UC11 – UR21 É grupo de diabetes, os médicos não sabiam informar muito bem a respeito da dieta, a gente ia e informava, isso já ia capacitando o médico que já estava ali presente. UC10 Acho que eu achei... gostei bastante do...da atuação né..., tem vários... tem vários leques de atuação né, e não só na parte específica, então a gente pode ver é ... ver em relação a outras áreas como é que a gente pode atuar, pensar em não ficar só atuando na nossa área, mas em ações de promoção de saúde, não só muito específico na área de Nutrição. UC11 Acho que um dos pontos mais fortes foram os grupos multiprofissionais que nós desenvolvemos, seja pro diabético, pro desnutrido. Então por exemplo é.... o grupo de desnutrição... então a gente fez todo um trabalho que envolveu a enfermagem, que envolveu os auxiliares, que envolveu os médicos de triagem dessas crianças. Aí depois é... foi feito um levantamento de quais eram as desnutridas, quais não eram e foi feito um grupo.. de ...multiprofissional com médico, enfermeira, a gente se atualizou, um trocou informação com o E2 – UC11 – UR21 Atuação na perspectiva multiprofissional. E2 – UC11 – UR20 Atuação na perspectiva multiprofissional. oportunidade de conhecer a casa do Atuação favorecida pela paciente, como ele tá inserido, quais são dinâmica do processo de as dificuldades pra aderência do trabalho do PSF. tratamento. paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista. 107 E3 – UC14 – UR24 Atuação na Promoção e Prevenção. E3 – UC14 – UR25 Visão ampliada de cenários de atuação. 108 E2 – UC13 – UR23 um grupo pra perder E2 - UC13 – UR23 E2 – UC13 – UR23 peso teve um cardápio, consultas Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. individuais, onde o grupo multi também Prevenção. participava. UC13 Teve o grupo também de.. pra perder peso, que o pessoal ficava mais motivado pra perder peso ....é... a gente teve um cardápio pra cada um, cada um também passou em consultas individuais, onde o grupo multi também participava. E3 UC14 Eu acho que principalmente né.. pensando em Saúde da Família tem ... tem que pensar em promoção da saúde né... em prevenção de doenças não...não só focado em atendimento.... como se fosse um atendimento ambulatorial e não E3 – UC14 – UR24 em Saúde da Família tem que pensar em promoção da saúde, prevenção de doenças. E3 – UC14 – UR25 não só focado em atendimento como se fosse ambulatorial e não trabalhar grupo educativo, visita E2 – UC12 – UR22 nas visitas E2 – UC12 – UR22 E2 – UC12 – UR22 domiciliares, melhorando a higiene Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. daquele alimento, orientando o volume, Prevenção. os tipos de alimentos mais adequados. UC12 É... nas visitas domiciliares a gente pode ajudar as pessoas acamadas com... melhorando a higiene do... daquele alimento que era preparado...é, orientando o volume, orientando.... deixa eu ver .... orientando volume....... orientando os tipos de alimentos mais adequados. outro, trocamos experiências e fizemos o grupo né... e depois teve acompanhamento das crianças. É grupo de diabetes, então é... os médicos não sabiam informar muito bem a respeito da dieta, ...a gente ia e informava é... o pessoal a respeito da dieta adequada ... isso já ia capacitando o médico que já estava ali presente, a dentista falava alguma coisa, a gente já capacitava ali, então a gente tinha muito conhecimento. UC15 – UR27 E3 - UC15 – UR27 E3 – UC15 – UR27 os grupos no posto E3não tinham um retorno, os pacientes não Atuação na Promoção e Diversidade de estratégia de educação frequentavam, esse grupo pra perda de Prevenção. peso foi um grupo que se manteve, a gente conseguiu dar andamento. UC15 É difícil escolher...tá...eu acho que eu vou pegar como exemplo um grupo educativo que .. que eu sempre desenvolvia que .. que foi um grupo ... que não teve durante um bom tempo durante a residência, que era o grupo de pacientes que... que começaram a passar comigo em consulta pra perda de peso, o foco principal era pra perda de peso, alguns tinham outras coisas associadas, né...dislipidemia né hipertensão, mas o foco mesmo era a mudança da alimentação pra perda de peso. Então é....então a gente né, desenvolvia esses grupos mensais né, tinha um retorno legal, era um grupo... os grupos a gente percebia no posto que não tinha um retorno dos pacientes, os pacientes não frequentavam... ia uma vez e não voltava mais e esse grupo foi um grupo que se manteve né... eu acho que seis, sete meses a gente conseguiu dar andamento nesse grupo. Não sei se era o que você queria ouvir.... 109 domiciliar, envolver a família, outros profissionais que trabalhem na unidade. E3 – UC14 – UR26 voltar mesmo pra E3 – UC14 – UR26 promoção da saúde, pra conseguir tratar, Atuação na Promoção e educar e orientar antes que a pessoa Prevenção. seja acometida por algum agravo. trabalhar grupo educativo, não trabalhar visita domiciliar, envolver a família, envolvendo é... outros profissionais que também trabalhem na unidade, e...mas eu acho que ... que basicamente é..é voltar mesmo pra promoção da saúde, pra conseguir tratar né, educar e..., orientar antes que a pessoa seja acometida por... por algum agravo. UC17 Uma situação que eu desenvolvi... há... eu acho que foi a questão do grupo de papas né, pra mim foi muito forte isso, porque a mãe ela tem... tinha muita dificuldade em trabalhar realmente é... com que o médico ou enfermeiro falava... e ela tinha dificuldade de viver aquilo concretamente, ou seja, ver o alimento, qual alimento vai colocar, e às vezes a escolaridade também dificulta porque ela não consegue é... ver mentalmente a E4 UC16 Eu acho que na minha concepção é... a atuação do nutricionista é na prevenção né... acho que dentro do modelo do PSF que já existe com as prioridades, é tá atuando mesmo em ações de alimentação, segurança alimentar, mas principalmente em prevenção e promoção, não só a questão curativa. Porque eu acho que a questão curativa ela vem, a demanda, ela chega na.. na unidade, mas minha concepção o nutricionista tem que ser um agente que busca é... ações preventivas e buscar aquelas pessoas também que não chegam ao serviço. E dentro da estrutura que já tem na saúde da família eu acho se insere muito bem né...é... com a gestante, com crianças, com idosos, com acamado, isso a gente é... já se insere com muita facilidade. Mas eu acho que nutricionista tem que estar trabalhando principalmente com prevenção. E4 – UC16 – UR30 Atuação na Promoção e Prevenção. E4 – UC16 – UR29 Atuação na Promoção e Prevenção. E4 – UC16 – UR28 Atuação na Promoção e Prevenção. 110 E4 – UC17 – UR31 a gente fez junto as E4 – UC17 – UR31 E4 - UC17 – UR31 papas, foi muito construtiva, a questão Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. educativa a gente conseguiu fazer junto Prevenção. com aquelas pessoas, não ficar só falando, transferindo o conhecimento. E4 – UC16 – UR28 a atuação do nutricionista é na prevenção, atuando mesmo em ações de alimentação, segurança alimentar, mas principalmente em prevenção e promoção, não só a questão curativa. E4 – UC16 – UR29 o nutricionista tem que ser um agente que busca ações preventivas e buscar aquelas pessoas também que não chegam ao serviço. E4 – UC16 – UR30 nutricionista tem que estar trabalhando principalmente com prevenção. UC18 Bom, não sei se é essa a resposta... mas o que me facilitou muito eu acho que foi é... o próprio... a própria estrutura do posto de saúde, os pacientes já cadastrados é... os agentes comunitários que já tinham essa... um olhar né, eles já conseguiam enxergar essa demanda. Eu acho que isso é..é... facilitou bastante minha atuação. Quando eu entrei na unidade apesar das dificuldades que a gente teve... mil e umas... mas eu acho que ter aquela população pronta pra né... eu me senti assim é... é como se eles tivessem me aguardando né... quer dizer as demandas estavam ali prontas, os pacientes estavam ali, a facilidade de você chegar nas casas. coisa abstrata... sabe a papinha, qual é a consistência, qual tempero que eu coloco.. então eu acho que o grupo quando a gente fez junto as papas, eu acho que foi uma coisa muito construtiva, então a questão educativa a gente conseguiu fazer junto com aquelas pessoas, não ficar só falando, transferindo o conhecimento. A gente acha que transfere mas muitas vezes ele não chega pra ... pra pessoa que precisa realmente assimilar aqui. Então o que ficou muito forte pra mim foram esses.... esse grupo né, com mães. Acho que é só isso. E4 – UC18 – UR32 o que facilitou foi a própria estrutura do posto de saúde, os agentes comunitários que já tinham um olhar, eles conseguiam enxergar essa demanda. E4 – UC18 – UR33 ter aquela população pronta, como se eles tivessem me aguardando, as demandas, os pacientes estavam ali, a facilidade de você chegar nas casas. E4 – UC18 – UR33 Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. E4 – UC18 – UR32 Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. 111 E5 – UC21 – UR38 eles tinham dúvidas, E5 – UC21 – UR38 E5 – UC21 – UR38 mas não tinham pra quem perguntar, Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. esses grupos educacionais ajudavam Prevenção. muito na questão de desvendar tabus. UC21 Acho que seria mais assim, por exemplo os.. os grupos que a gente fazia né, tanto pro ... um que foi muito bom foi do... com os agentes comunitários que a gente... que até no caso daria pra aproveitar o momento pra esclarecer algumas dúvidas deles até mesmo porque eles são... é... como se diz ... quando distribuem a ideia... é... multiplicadores isso, porque muitas vezes você via que eles tinham algumas dúvidas mas não tinham pra quem 112 E5 – UC20 – UR36 Visão ampliada de cenários de atuação. E5 – UC20 – UR36 Saúde da Família você acaba trabalhando com prevenção, reabilitação até mesmo abordagens multiprofissionais. E5 – UC20 – UR37 dá pra trabalhar com os outros membros da equipe, não precisa ficar só focado na Nutrição. UC20 Mas como em Saúde da Família a gente acaba abordando tudo então você acaba trabalhando com prevenção, reabilitação digamos assim né, até mesmo com abordagem multiprofissionais né, então dá pra trabalhar com...com os outros membros da equipe, não precisa ficar só focado só na Nutrição e mas eu acho... eu acredito que o principal mesmo é essa parte de prevenção mesmo pra evitar possíveis danos posteriores digamos assim. E5 – UC20 – UR37 Atuação na perspectiva multiprofissional. E5 – UC19 – UR34 Atuação na Promoção e Prevenção. E5 – UC19 – UR35 Atuação na Promoção e Prevenção. E5 – UC19 – UR34 em Saúde da Família daria pra trabalhar muito com a prevenção. E5 – UC19 – UR35 é exatamente uma área que a gente tenta evitar que a pessoa piore com educação alimentar pra não trabalhar com reabilitação. E5 UC19 Acredito assim né, nutricionista na... em Saúde da Família no caso daria pra trabalhar muito com a prevenção e é... porque um... é exatamente uma área assim né, que a gente tenta evitar que a pessoa piore digamos assim, com educação alimentar e tudo mais, pra não ter que trabalhar com reabilitação. E5 – UC22 – UR39 Nas consultas para aquela pessoa, você vê que há mudança de hábitos, ela passa a entender o porquê ela tem que fazer aquilo. E5 – UC22 – UR40 pelo menos você consegue atender, ajudar a pessoa e fazer com que ela fique mais esclarecida. UC23 Então.. demorou... o fato de não E5 – UC23 – UR41 não ter o nutricionista ter o nutricionista na.. na Unidade meio na unidade a gente teve que fazer com que, digamos assim, não que atrasou, nossos próprios passos. mas que uma coisa que a gente poderia UC22 Nas consultas também acho interessante apesar de ser uma coisa mais individualizada, não dá pra atender a população tão grande assim, mas para aquela pessoa, eu acho que você tá ajudando bastante, você vê que a mudança de hábitos dela é muito mais fácil, porque ela passa a entender o porquê ela tem que fazer aquilo, não é só aquela coisa de entregar uma listinha e olha só pra isso, e você que se vire, se não melhorar, o problema é seu, porque você que tá com a doença. Então pelo menos você consegue atender e...e ajudar mais a pessoa e fazer com que ela fique mais esclarecida. perguntar, então esses grupos educacionais que a gente fazia, tanto para eles quanto mesmo pra população, ajudava muito na ... nessa questão de desvendar tabus, digamos assim... porque antes eles não tinham pra quem... pra quem perguntar, numa consulta médica ou numa consulta de enfermagem é... o tempo era muito curto então não dava tempo de tirar essas dúvidas, então seria uma... uma... uma atuação assim que seria bom pro nutricionista ta desenvolvendo. 113 E5 – UC23 – UR41 E5 – UC23 – UR41 Compreensão pouca clara Ausência do profissional da atuação do no PSF. nutricionista. E5 – UC22 – UR40 Atuação na Promoção e Prevenção. E5 – UC22 – UR39 Atuação na Promoção e Prevenção. UC24 Deixa eu ver de dificultador.... não, porque você... a receptividade pra esse profissional foi tão boa que eu acho todo mundo queria ajudar pra que desse certo, então, queria muito que ficassem essas coisas, então acho que tudo acabou em outros sentidos foi... foi na verdade um facilitador, a boa recepção da unidade tudo e tal, mas eu acho que era mais isso mesmo a falta de... de contato com esse profissional, então ao mesmo tempo que todo mundo queria passar em consulta é..... você ficava muito presa a isso, a mais só consulta, não vou ter que partir pras outras atividades também, mas por não ter ninguém que guiasse você, tem que ir... ir fazendo seu caminho sozinho mesmo, então acho tendo um profissional ajudaria bastante, eu acho que foi o maior dificultador que teve no caso. E6 UC25 É... a atuação do nutricionista é importante pra começar. Eu acho que hoje em dia eles não estão .. não estão inseridos em alguns Estados, aqui no Paraná eles estão inseridos por exemplo, ai não, mas é... eu acho que ele tem um papel fundamental principalmente na é ... pra começar dá pra ver pelas prioridades já pegar andando, a gente teve que começar fazer com os nossos próprios passos digamos assim, então isso foi dificultadores mesmo. 114 E5 – UC24 – UR42 E5 – UC24 – UR42 Compreensão pouca clara Ausência do profissional da atuação do no PSF. nutricionista. E6 – UC25 – UR43 atuação do E6 – UC25 – UR43 nutricionista é importante pra começar, Atuação na Promoção e dá pra ver pelas prioridades que o PSF Prevenção. estabelece que é Diabetes, Hipertensão, obesidade, essas coisas que tem tudo a ver com o trabalho do nutricionista. E5 – UC24 – UR42 eu acho que era a falta de contato com esse profissional, todo mundo queria passar em consulta, ficava muito presa a isso. E6 – UC27 – UR45 (NUTRICIONISTA) pra auxiliar os enfermeiros, os médicos em muitas outras doenças que não são tão abrangentes. E6 – UC27 – UR46 importante a inserção do nutricionista em atuação com equipe multidisciplinar. UC27 e acho que mesmo pra auxiliar os enfermeiros, os médicos em muitas outras doenças que não são tão abrangentes, mas a gente viu diversos casos particulares é... é muito importante a inserção do nutricionista principalmente em atuação com equipe multidisciplinar que se pudesse contar com um psicólogo também seria bastante importante pra essa troca do nutricionista com o psicólogo com o fonoaudiólogo. UC28 Bom, eu falei desse grupo de E6 – UC28 – UR47 grupo de crianças e E6 – UC28 – UR47 obesos, eu acabei Evidências de atuação na crianças e adolescentes obesos é... foi adolescentes muito importante esse contato com eles, percebendo as falhas nessas relações perspectiva E6 – UC27 – UR46 Atuação na perspectiva multiprofissional. E6 – UC27 – UR45 Atuação na perspectiva multiprofissional. E6 – UC26 – UR44 nutricionista é E6 – UC26 – UR44 importante também pra ajudar a Atuação na Promoção e população desde o começo da Prevenção. alimentação. UC26 e eu acho que a nutricionista é importante também porque é... pra ajudar a população desde o começo da alimentação, a gente vê muita obesidade, eu trabalhei bastante com a obesidade na infância e na adolescência, então a gente vê que os pais não sabem é...introduzir a alimentação, não sabe é.... lidar com a criança quando precisa estabelecer limites pra... pra essa criança se alimentar, então ai começa haver um ... uma distorção alimentar desde da... da infância que fica bastante difícil de reverter antes, e... é depois quer dizer que o próprio PSF estabelece que é Diabetes, Hipertensão, essas...é obesidade essas coisas que tem tudo a ver com o trabalho do nutricionista 115 UC30 Bom eu acho que facilitador é... uma coisa que eu encontrei, vou falar uma coisa que dificultou que eu acho que facilitaria se houvesse, é eu acho que facilitaria se houvesse nutricionistas nas Unidades pra amparar na hora do trabalho que não é multi que é o trabalho individual dos...das nutricionistas, é isso seria essencial porque em muitos E6 – UC30 – UR50 os dois (enfermagem e odontologia) estavam inseridos e a Nutrição não, então nesses momentos que eu tinha que fazer o trabalho sozinha eu ficava perdida. E6 – UC29 – UR49 em alguns casos as E6 – UC29 – UR49 mães agradeciam porque os filhos Atuação na Promoção e estavam passando a comer melhor, por Prevenção. esse apoio do nutricionista auxiliando a melhorar a relação alimentar da criança. 116 E6 – UC30 – UR50 E6 – UC30 – UR50 Falta Compreensão pouca clara de direcionamento para da atuação do atuação no PSF. nutricionista. E6 – UC28 – UR48 Evidências de atuação na perspectiva interdisciplinar. UC29 Também é outro... outro grupo que eu acabei fazendo com a enfermeira Maressa é.. a gente fez um trabalho com...é... com crianças que ainda estavam amamentando e crianças que ....mães que estavam introduzindo a alimentação e...e foi legal que em alguns casos eu tive retorno disso, de mãe que agradeciam porque os filhos tavam é... passando a comer melhor, simplesmente por ter esse apoio do nutricionista é... direcionando e auxiliando essa mãe a ... a melhorar a relação alimentar da criança. interdisciplinar. familiares e como o nutricionista podia ajudar. E6 – UC28 – UR48 eu acabei superando o papel de nutricionista até pra ter um pouco de psicologia com essas crianças. eu acabei percebendo que é... as falhas que existiam ali nessas relações familiares e como é que o nutricionista podia ajudar é..... eu acho que é claro que nessa atuação eu acabei superando o papel de nutricionista até pra me tornar é ...um ... ter um pouco até de psicologia com essas crianças, mas de qualquer forma é... eu notei a importância dessa interação com a... com essas crianças. UC31 então facilitou a presença da equipe multi, eu tinha muita integração com a Maressa e isso foi um ponto de apoio fundamental é... eu acho que outras coisas que facilitaram foi a relação que eu desenvolvi com alguns pacientes, que eu consegui estabelecer lá dentro momentos é...o pessoal que tá... como na minha equipe eu só tinha, eu tinha poucas outras profissionais e eram dentista e só enfermeira, acabou acontecendo que os dois estavam inseridos e a Nutrição não, então nesses momentos que eu tinha que fazer o trabalho sozinha eu ficava perdida então o que facil... um facilitador seria ter alguém da área que pudesse auxiliar é... outro facilitador eu acho que exatamente a presença da equipe multi que foi muito importante desenvolver o trabalho, a gente viu a equipe crescer junta é..., a gente viu as diferenças pessoais serem reduzidas e o trabalho ir melhorando gradativamente, mas eu acho que outro facilitador também é a própria equipe que recebe, a própria unidade ser receptiva, o que a gente não teve muito bem lá na unidade que a gente estava é....eu acho que isso é um facilitador, você levar equipes pra unidades que estejam realmente dispostas e pra... e pra equipes lá da Unidade que também estejam dispostas a receber esses residentes. E6 – UC31 – UR51 um ponto de apoio fundamental foi a relação que eu desenvolvi com alguns pacientes, até com alguns profissionais da própria unidade. E6 – UC31 – UR52 Elas (ACS) requisitavam bastante, traziam muitos E6 – UC31 – UR52 Atuação na Promoção e E6 – UC31 – UR51 Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. 117 E6 – UC33 – UR54 E6 – UC33 – UR54 Compreensão pouca clara Ausência do profissional da atuação do no PSF. nutricionista. E6 – UC33 – UR54 os profissionais não conheciam o meu trabalho lá dentro e não aproveitavam de mim o que eles poderiam aproveitar. UC33 Eu acho que também é... precisa... o que... o que eu daria de sugestão eu acho que precisa também, o papel... assim difundir melhor o papel do nutricionista dentro é ... dentro dos 118 E6 – UC32 – UR53 E6 – UC32- UR53 Falta Compreensão pouca clara de direcionamento para da atuação do atuação no PSF. Nutricionista. E6 – UC32 – UR53 a gente teve toda dificuldade com a gerente da nossa equipe, que nunca se posicionou pra tentar abrir um espaço melhor pra gente na unidade. UC32 eu vi que outras equipes em outras unidades cresceram muita mais que a gente, porque tinham é... porque era uma equipe mais distribuída, uma unidade mais receptiva, que abriu mais espaço, a gente teve toda dificuldade com a gerente da nossa equipe que também teve um problema de saúde, então ela era muito ausente ela não... nunca se posicionou é... pra tentar abrir um espaço melhor pra gente na unidade. é..., até com alguns profissionais da casos e queriam que a gente agendasse Prevenção. própria unidade, fiz amigos e .. e consultas. consegui ter um trabalho mais produtivo, eu senti que também da segunda equipe que eu trabalhei as próprias agentes comunitárias elas ... elas tinham... elas davam uma importância pro trabalho da nutricionista então isso foi um ponto que facilitou bastante, elas requisitavam bastante, elas levavam essa mensagem de que tinha nutricionista disposta... disponível na Unidade pra população e elas traziam muitos casos e queriam é...que a gente agendasse consultas. Então essa segunda... as agentes comunitárias da segunda equipe também foi..foi um facilitador. próprios... da própria unidade, com os próprios profissionais da unidade, porque taí, era mais uma dificuldade que eu sentia, que os profissionais não conheciam o meu trabalho lá dentro e não aproveitavam de mim o que eles poderiam aproveitar, porque eu é... eu acabava, sabe eu... chegou um pouco que aconteceu um dia de uma enfermeira ir perguntar uma coisa de alimentação para filha dela pro outro médico, ao invés de perguntar pra mim. Então sabe, qual é o problema? Será que é a credibilidade? A falta de conhecimento? Eu eu acho que poderia haver essa é... conscientização melhor, talvez tentar de alguma forma é.. mostrar melhor o trabalho do nutricionista, eu acho que isso não depende só do residente, depende de quem tá guiando, depende das próprias é... dos próprios tutores é... das outras categorias até como é que eles estão vendo o trabalho dos outros profissionais que não o dele, pra ele poder dentro da unidade dele também é colocar a importância dos outros. E7 UC34 Bom ..é, eu vejo assim que o... a minha concepção até mesmo por trabalhar na residência, aquela questão da integração de toda a... de todas as áreas né... no caso da nossa, teve dentista, enfermeira e a nutricionista. Então vamos dizer assim, antes da E7 – UC34 – UR55 Então eu vejo que E7 – UC34 – UR55 todos têm um trabalho complementar Evidências da atuação na voltado pra saúde. perspectiva interdisciplinar. E7 – UC34 – UR56 a área de atuação é E7 – UC34 – UR56 a mesma da nossa, atuação na forma de Atuação na Promoção e preferência preventiva. Prevenção. 119 E7 – UC34 – UR57 orientações com grupo, comunidade e tudo que abrange no PSF, as visitas domiciliares, consultas individuais, o trabalho com indivíduo e a família como um todo. E7 – UC34 – UR58 área de atuação eu vejo que é a mesma que seria de todos os outros profissionais. E7 – UC35 – UR59 a gente estava sempre bem envolvida, sempre que fizemos os grupos de orientações, a gente acabou integrando todas as áreas juntos. E7 – UC35 – UR60 acabava até que de residência eu tinha uma visão, mas depois até mesmo por trabalhar com ela, a visão é.. mudou né, até mesmo com... até mesmo em relação a minha área. Então eu vejo que todos têm um trabalho, vamos dizer assim, é complementar, claro que voltado pra saúde né. Então a.... área de atuação é, até mesmo por essa visão eu acho que é a mesma da nossa, atuação no que ...na forma de é... de preferência preventiva, né, de fazer as..as orientações com o grupo, com a comunidade e tudo isso... a...e acho que tudo que abrange o... o que abrange no PSF, as...as visitas domiciliares, as consultas individuais, o trabalho com ... com cada indivíduo e com a família como um todo né, porque só o trabalho com o indivíduo sozinho a gente... bom...pelo menos o que eu vi... não dava um resultado se não tiver todo o apoio familiar, né, então a área de atuação eu vejo que é essa, vamos dizer assim, a mesma que seria de todos os outros... outros profissionais, tanto médico, enfermeiro, dentista e como o nutricionista e como outras as áreas que trabalhou junto. UC35 É... bom... o que que eu presenciei... é como eu respondi na primeira pergunta... a gente estava sempre bem envolvida né, então sempre que nós fizemos o..os grupos de orientações, o que acabava E7 – UC35 – UR60 E7 – UC35– UR59 Atuação na perspectiva multiprofissional. E7 – UC34 – UR58 Evidências da atuação na perspectiva interdisciplinar. E7 – UC34 – UR57 Visão ampliada de cenários de atuação. 120 tanta integração, ela falava da nossa área e a gente sabia falar dela até mesmo quando não estávamos juntos. E7 – UC35– UR61 nós, profissionais da saúde, também através das conversas que nós tínhamos em reuniões, acabamos incorporando dentro das nossas orientações, orientações que ela passava pra gente. – UC36 – UR62 E7 Evidências da atuação na perspectiva interdisciplinar. E7 – UC35 – UR61 Evidências da atuação na perspectiva interdisciplinar. UC36 Eu não sei se é exatamente isso, E7 – UC36 – UR62 grupo com as E7 acontecendo, até mesmo pelo formato da residência, mas a gente acabou integrando todas as áreas juntos né, então o... ah... eu via a demonstração... como a gente estava mais junto... eu não tive não tive a oportunidade de acompanhar ela em consultas individuais e tudo né....mas sempre que a gente fazia as atividades coletivas ou as visitas domiciliares eu presenciava a atuação dela no... no sentido da orientação mesmo, do... de correr as informação e ter orientação tanto pra família né... nas visitas domiciliares quanto nos grupos de orientações que nós fazíamos tudo juntos acabava...acabava até que...é.... de tanta integração que tinha que ela falava da nossa área e a gente sabia falar dela... até mesmo quando...quando não estávamos juntos. Então isso é uma coisa importante, porque nós, profissionais da saúde, também através da...das conversas que nós tínhamos em reuniões acabamos... acabamos... incorporando dentro das nossas orientações ou orientações que ela passava pra gente ... então eu acho... eu vejo assim que... vamos dizer assim....é... a atuação dela que eu vivenciei tanto com a comunidade, quanto pra nós, profissionais da saúde, nesse sentido, vamos dizer... eu uso até hoje. – UC36 – 121 UR62 mas o .. o assim... uma coisa que eu lembro assim... que..é... foi legal que a gente fez... foi... a ...é...quando a gente fez a...o grupo com as crianças que.. que levamos os alimentos e tudo né... e vamos dizer assim, dávamos pra criança pra ela pegar, vamos dizer assim é..., é entre aspas conhecer melhor o alimento né, ou as frutas, no caso eram as frutas, porque geralmente que ..o que a gente mais vê... é assim... crianças comendo é.... doces ou outras coisas que não tem... não são tão aceitáveis nutricionalmente. Mas aí a gente acabou apresentando... apresentando né... dessa forma as frutas pra elas então pegando, tendo esse contato né.. vamos lá é levar banana.. tudo, lavava as frutas... e aí depois vamos todo mundo comer junto, descascar laranja, descascar mexerica, tudo esses coisas, então comer... todo mundo...até nós também tava... estávamos junto com as crianças também... tudo ... né, pra criança sentir, pegar, sentir...nas escolas...ah.... nas escolas nós fizermos isso também de pegar no... um dia depois do.. que elas comeram, vamos pegar o que tinha.... tinha laranja, aí nós fomos todo mundo junto lá... pegar ... abrir a mexerica tudo.. comer.. abrir pras as crianças... então foi uma atividade que eu achei que foi muito legal que envolveu todo mundo e que ... e que deu pra ver também que as crianças também... 122 crianças que levamos os alimentos foi Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. uma atividade que foi muito legal, que Prevenção. envolveu todo o mundo e que deu pra ver também que as crianças gostaram também bastante. UC38 Uma abordagem mais ampla para as pessoas, porque hoje na Unidade de Saúde da Família é médico, enfermeiro, auxiliar e o agente comunitário né, é uma abordagem já ampla, mas ninguém ainda tem a formação que o nutricionista tem pra conseguir também né, pegar essa... essa área dele, saber abordar. Eles sabem ... é orientações básicas né, mas tem coisas que... por exemplo, como eu já... já... já atuei junto a Cris, que é nutricionista também, eu vi, aprendi bastante coisa além, eu já vi abordagem só dos profissionais da saúde da Unidade de Saúde da Família e já vi uma abordagem com a Cris participando também, com a nutricionista participando e é diferente né. Eu acho que isso é uma coisa que ainda tem que...a gente ainda tem que estudar melhor e ainda tem que certificar melhor, ver que tipo de E8 – UC38 – UR64 Uma abordagem mais ampla pras pessoas, porque hoje na unidade de saúde da família é uma abordagem já ampla, mas ninguém ainda tem a formação que o nutricionista tem pra conseguir pegar essa área dele, saber abordar. E8 – UC38 – UR65 eu já vi abordagem só dos profissionais da saúde da Unidade de Saúde da Família e vi uma abordagem com a nutricionista participando e é diferente. Eu acho que de certa forma melhora o atendimento. E8 – UC38 – UR65 Valorização da atuação específica. E8 – UC38 – UR64 Valorização da atuação específica. assim não sei... até mesmo pelo incentivo que tava de... tá todo mundo fazendo aquela....a mesma coisa ali.. deu pra ver que elas gostaram também bastante. E8 UC37 Acho que nutricionista pode E8 – UC37 – UR63 nutricionista pode E8 – UC37 – UR63 Visão complementar né, uma abordagem mais complementar, uma abordagem mais ampliada de cenários de atuação. ampla do... das pessoas que procuram a ampla. unidade de saúde, já que a proposta da unidade de saúde é focar na atenção básica né, de que ele tem, tem como somar isso. 123 UC39 Uma situação?......Hã teve várias.... uma? Acho que assim até…. coisas mais práticas né, por exemplo, uma palestra ou orientação nutricional seja pra hipertenso e diabético que é o que eles pegam pra chavão né, tem outras coisas gestante, criança também que eu participei, mas de hipertenso e diabético geralmente era assim, era falado lá na ... na hora né... é não coma sal, pode é... ingerir tanto... o alimento ou alimento tal.... mas com a presença da nutricionista, isso se torna mais prático né, a gente pode desenvolver outras estratégias que a pessoa entende melhor eu acho né, de.... de coisas ilustradas, de desenhos, de esquemas, de exemplos práticos, de coisas... por exemplo, enlatados não pode? Né... numa orientação normal, não é dado isso, só é falado do sal. Quando a pessoa pensa, vou comprar aquela latinha né, de ervilha ou alguma coisa assim, ela não sabe que ali tem sal né, por exemplo é linguiça, é...presunto, queijo, tudo isso não é falado né ... só é falado do sal uma coisa que a pessoa coloca e já com a presença da nutri, como ela já conhece mais específico de alimentos ela já né ... e também até pra... pra complementar...na... no tempero....ela fala não, aí vai ficar tudo sem gosto? Não abordagem pode fazer, mas acho que de certa forma melhora o atendimento. E8 – UC39 – UR66 com a presença da nutricionista, a gente pode desenvolver outras estratégias que a pessoa entende melhor, coisas ilustradas, desenhos, esquemas, exemplos práticos. E8 – UC39 – UR67 com a presença da nutri, como ela já conhece mais específico de alimentos, a pessoa começa a entender melhor, capta melhor tudo isso, e é mais completa a abordagem. E8 – UC39 – UR67 Valorização da atuação específica. 124 E8 – UC39 – UR66 E8 – UC39 – UR66 Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. Prevenção. UC40 É difícil responder né... acho que o nutricionista sabe responder melhor que eu... mas eu acho que é ...é esse contato com os outros profissionais também né, eu tomo... me tomo como exemplo, assim como eu, em contato com o nutricionista tive outras... aprendi bastante coisa... hoje eu não sei tanto... dar tanto... não tão capacitado quanto o nutricionista mas algumas coisas eu aprendi para abordar isso né, algumas coisas eu sei falar e acho que pro... pro nutricionista também, esse contato com outros profissionais e até a possibilidade de ele ver onde pode atuar junto com esses outros profissionais, por exemplo eu sou fisioterapeuta, tinha caso por exemplo de artrose né, que vinha pra... pra mim, eu preciso do nutri também porque se eu ficar cuidando da artrose e a pessoa não reduzir um pouco o peso, essa artrose vai continuar, então é uma coisa em conjunto. E9 UC41 Bom eu acho né, pelo que eu vi, precisa né, usa mais coisa natural, não sei o que... acho que isso é .. a pessoa começa a entender melhor né... ela capta melhor tudo isso, e é mais completa a abordagem, do que ficando falando sempre a mesma coisa... no caso de hipertenso e diabético, teve outros de crianças, específico pra obesidade né, então tem várias vivências. E9 – UC41 – UR69 pelo que eu vi, E9 – UC41 – UR69 E8 – UC40 – UR68 esse contato com E8 – UC40 – UR68 outros profissionais e até a possibilidade Atuação na perspectiva de ele ver onde pode atuar junto com multiprofissional. esses outros profissionais, então é uma coisa em conjunto. 125 E9 – UC42 – UR71 grupo junto com E9 – UC42 – UR71 outros profissionais pra ter uma visão Atuação na perspectiva não só da alimentação, mas em qualquer multiprofissional. tipo de grupo. UC44 Ó... eu trabalhei com a Alexandra nutricionista, nós fazíamos consultas juntas muitas vezes, pra tá puxando mesmo, parte de terapia medicamentosa E9 – UC 44 – UR73 nós fazíamos E9 – UC44 – UR73 consultas juntas muitas vezes, pra tá Atuação na perspectiva puxando parte de terapia medicamentosa multiprofissional. com a parte nutricional. 126 E9 – UC42 – UR70 grupos específicos E9 – UC42 – UR70 E9 – UC42 – UR70 com a nutricionista pra ensinar a forma Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. Prevenção. melhor de se alimentar. UC43 As visitas né, domiciliares também, E9 – UC43 – UR72 consulta, grupo, E9 – UC43 – UR72 Visão ampliada de cenários de por exemplo, para aqueles pacientes que visita. atuação. não podem vir até o posto pra estar fazendo a consulta com a nutricionista né, e que dá pra ser feito na casa da pessoa sem problema nenhum né, a não ser quando você faz com pesagem aí fica mais difícil de pesar, porque não tem né, mas eu acho que dá pra fazer, e... acho que é isso... consulta, grupo, visita. UC42 os grupos, daí já não..... eu acho que daí tem os dois tipos né, os específicos com a nutricionista pra melhorar a alimentação, a qualidade da alimentação né, a forma como... pra ensinar a forma melhor de se alimentar e grupo junto com outros profissionais né, pra ter uma visão todo o papel não só da alimentação, mas do medicamento, do... do... da enfermagem em qualquer tipo de grupo. que eu acho que tem que ser é consulta consulta com as nutricionistas pra Valorização da atuação né, com as nutricionistas especificas né, avaliarem as condições dos pacientes, específica. pras nutricionistas avaliarem as porque muitos médicos fazem errado. condições dos pacientes, porque muitos médicos fazem errado né, por isso eu acho importante o papel do nutricionista nesse sentido. E9 – UC45 – UR76 Valorização da atuação específica. 127 E9 – UC45 – UR75 eu conheci mesmo como que é feito foi na consulta, como é específico pra cada pessoa, não tem modelo padrão. E9 – UC45 – UR76 tem que ter formação específica pra fazer a consulta e o pósconsulta, o trabalho que é feito pra tá desenvolvendo uma dieta adequada específica para aquela pessoa. UC45 Ó... o que eu conheci mesmo como que é feito foi na consulta né. Que eu fazia junto com ela e via como era feita a abordagem, a entrevista, montagem da dieta... depois né... eu cheguei a ver também e aí que eu fui conhecer melhor como que é feito é, as porções, como é especifico pra cada pessoa, não tem um...um...um modelo padrão tal, isso eu achei bacana que eu... que eu não conhecia né. Porque, no E9 – UC45 – UR75 Valorização da atuação específica. E9 – UC 44 – UR74 era um grupo em E9 – UC44 – UR74 E9 – UC44 – UR74 conjunto que a gente abordava vários Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. assuntos, inclusive entrava também a Prevenção. parte nutricional. com a parte nutricional, porque a gente tem interações com alimento, medicamento, tem muito disso. E também pra tá melhorando as duas coisas né, não adianta o paciente melhorar a alimentação e não tomar remédio direito ou vice-versa. Então trabalhei em consulta em conjunto com a Alexandra, grupos bastante né, não só com a nutricionista, mas com a assistente social, enfermeira, terapeuta ocupacional, né, era um grupo em conjunto que a gente abordava vários assuntos, inclusive entrava também a parte nutricional é... grupos específicos, só eu e ela chegamos a fazer também, só eu e a Alexandra né, pra pegar essas duas partes e visita domiciliar também mas é... cheguei também só com ela... eu e a Alexandra só né, vê a parte nutricional e medicamentosa e junto com as outras categorias também que tinha essas duas coisas assim. UC46 Vendo o Programa Saúde de Família, eu acho que é novo né, não tinha e uma coisa que foi criada pela residência, excetuando-se médico né, enfermeiro, fisioterapeuta e dentista e TO também, as outras categorias não existiam né, no Programa Saúde da Família então foi uma coisa que a gente criou nova... nova mesmo, apesar de ter muitos conhecimentos pré estabelecidos que foram apenas colocados, muitas coisas foram adaptadas pra ... pras exigências que o programa exigia da gente, então tinha que adaptar muitas coisas, eu acho que isso que isso que acrescentou né, o papel do nutricionista em saúde da família né, o papel das visitas que não.. não tinha né, o papel dos grupos que também num tinha pros outros profissionais. Eu acho que esses PSF, é modelo padrão né, pa...pa...pa...pa..pa. E na verdade é bem... bem elaborado, por isso que eu acho que tem de ter nutricionista mesmo pra fazer essas coisas né, porque tem de ter formação específica pra isso, a gente até pegava algumas coisas, até pra passar, mas não é a mesma coisa né, porque tem que ter o profissional de verdade na consulta, vendo ela fazer a consulta e o pós-consulta né o trabalho que é feito pra ta desenvolvendo uma dieta adequada pra... específica para aquela pessoa né. E9 – UC46 – UR77 as consultas em saúde da família é diferente, porque a gente já conhece a pessoa, tem um papel diferenciado. E9 – UC46 – UR77 Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do PSF. 128 UC47 às vezes assim, pra..... pros profissionais que já estavam nos postos de saúde, nos hospitais, é entenderem o papel dos residentes né, porque ficou estranho também né, porque nunca tinha visto essas categorias, pra você colocar seu trabalho ali acabou ficando mais difícil né, então essa coisa da inserção dos profissionais como residente, em um ponto foi mais difícil também né, porque não tinha conhecimentos desses profissionais, a própria população, tipo nutricionista agora? O que é isso né? Então acabou sendo legal tudo... porque você está mostrando uma coisa que você mostra que dá certo mais, mas negativo porque as pessoas ficam naquela, que não sabem como fazer, como lidar e acaba dificultando às vezes o trabalho, né, do profissional. E10 UC48 É.... em quase todas as áreas eu pontos são os pontos que acrescentaram na formação do nutricionista em saúde da família. Até mesmo as consultas que são coisas de praxe que fazem em qualquer lugar, mas as consultas em saúde da família é diferente, porque a gente tem uma população específica, já conhece a pessoa, então acaba sendo diferente, tem um papel diferenciado, acho que... que acrescenta né... no programa. E10 – UC48 – UR79 em quase todas as E10 – UC48 – UR79 129 E9 – UC47 – UR78 as pessoas ficam E9 – UC47 – UR78 E9 – UC47 – UR78 Falta naquela, que não sabem como fazer, Compreensão pouco clara de direcionamento para atuação do atuação no PSF. como lidar e acaba dificultando às vezes da nutricionista. o trabalho do profissional. E10 – UC49 – UR81 na parte de E10 – UC49 – UR81 educação em saúde, nessa questão de Atuação na Promoção e educação alimentar de como consumir Prevenção. os alimentos, melhor consumir. E10 – UC50 – UR82 o Programa de Saúde da Família é um programa de atenção primária e o enfoque tem de ser na promoção e na prevenção, o Nutricionista podia acrescentar muito. E10 – UC50 – UR83 como se alimentar melhor, ter um bom hábito alimentar, isso faz parte da promoção da saúde de uma maneira muito importante é interessante esse aspecto do trabalho do nutricionista. UC49 mesmo na parte de educação em saúde, nessa questão não sei se chama educação alimentar, mas de como consumir os alimentos, melhor consumir... eu acho muito específico da Nutrição, eu acho que por mais que outros profissionais possam trazer uma contrib..., assim... do seu conhecimento acadêmico, alguma coisa, existem coisas que são específicas da Nutrição. UC50 Deixa eu ver.. assim pra não ficar assim muito vago né, então... na hipert... assim no tratamento de doenças decorrentes da má alimentação, que aí quando já aconteceu a doença, o agravo né, na hipertensão. Agora, como o Programa de Saúde da Família é um programa de atenção primária e o enfoque tem de ser na promoção e na prevenção, eu acho assim que o nutricionista podia acrescentar muito, e a de E10 – UC50 – UR83 Atuação na Promoção e Prevenção. E10 – UC50 – UR82 Atuação na Promoção e Prevenção. E10 – UC48 – UR80 Atuação na Promoção e Prevenção. Visão ampliada cenários de atuação. áreas, eu vejo a atuação do nutricionista, na saúde da criança, no acompanhamento nos dois primeiros anos de vida, com as prioridades a hipertensão, a diabetes E10 – UC48 – UR80 fundamental o trabalho do nutricionista na promoção da saúde, na questão da qualidade de vida, da alimentação. vejo a atuação do nutricionista, então na saúde da criança, no acompanhamento nos dois primeiros anos de vida, é... no ... com as prioridades a hipertensão, a diabetes, é fundamental o trabalho do nutricionista..é.. na promoção da saúde... então na questão da... da qualidade de vida, então.. da alimentação tanto pra perda de peso, como pra aproveitamento de alimentos, então como trabalhar isso eu acho que é uma especificidade da Nutrição. 130 131 E10 – UC52 – UR86 uma coisa bem que E10 – UC52 – UR86 E10 – UC52 – UR86 eu lembro, ela orientando mãe, Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação. puérperas como tomar o aditil, pra não Prevenção. dar junto com o leite, é coisa simples, mas que faz toda diferença na absorção de ferro. E10 – UC51 –UR85 Atuação na Promoção e Prevenção. UC52 Lembro é... claramente assim, alguns mitos, então o.. uma coisa bem que eu lembro... uma orientação que a Paula dava do consumo de ferro junto com cálcio né, então eu lembro ela orientando mãe, puérperas assim, como... como tomar o aditil é que o aditivo de ferro, pra não dar junto com... com o leite, que é uma coisa... é coisa simples mas que faz toda diferença na absorção de ferro. Até no atendimento de diabéticos que a gente atendeu muito, então o trabalho da Nutrição nesse E10 – UC51 – UR84 Compreensão pouco clara da atuação nutricionista. E10 – UC51 – UR84 paciente acamado que fazia uso de sonda, ficou ao encargo da equipe de saúde da família, que já seria de uma complexidade além do PSF, mas que é parte da realidade com a qual a gente se deparou. E10 – UC51 – UR85 promoção de saúde mesmo. UC51 Olha, tem inúmeras assim, desde paciente acamado que fazia uso de sonda e que ficou ao encargo da equipe de saúde da família, então a sonda para alimentação em casa, uma questão que já seria até de uma complexidade além do PSF, mas que acontece... que é parte da realidade com qual a gente deparou e... e assim até nessa parte de promoção de saúde mesmo. gente fica pensando aí, pensa em Nutrição, pensa só em obeso né, e eu fico pensando não, que ... que não é só em obeso, eu acho é ... é como... como se alimentar melhor, como se alimentar bem, como ter um bom hábito alimentar, isso faz parte da promoção da saúde de uma maneira muito importante, então é... é interessante esse aspecto do trabalho do nutricionista. UC55 É... eu acho que o nutricionista, eu acho que ele consegue trazer um olhar diferenciado, mas dentro do PSF do trabalho que já é feito tanto com as prioridades, que tem do programa então os hipertensos, diabéticos, menor de é... um ano, gestante, quanto conseguirem ampliar um pouquinho esse olhar para as UC53 e então... na prevenção eu vi muito, a gente fazia muitos grupos de prevenção em que a Nutrição tinha papel importante, tanto de prevenção de agravos quanto promoção de saúde, como se alimentar melhor e tal... até da mais alta complexidade que a gente se deparou, que foi um... uma pessoa que usava sonda em casa e que recebeu orientação do nutricionista. Quer dizer tem várias situações. E11 UC54 Bom... bom eu acho que assim como os demais profissionais, na atenção primária, no PSF, ele vai poder ajudar tanto na parte de promoção, educação e assistência em várias áreas, incluindo a saúde alimentar, saúde é... a saúde das faixas etárias que o PSF cuida em relação à alimentação e Nutrição. sentido foi... ele foi um diferencial, porque ele fazia grupo de culinária então, ensinando como... como fazer bolo com adoçante, e uma coisa simples, mas assim que fazia muito a diferença. E11 – UC55 – UR89 eu acho que o E11 – UC55 – UR89 ampliada de nutricionista consegue trazer um olhar Visão diferenciado, ampliar um pouquinho esse cenários de atuação. olhar, às vezes não é uma prioridade, mas você consegue abranger um pouquinho mais. E11 – UC54 – UR88 como os demais E11 – UC54 – UR88 profissionais, na atenção primária, no Atuação na Promoção e PSF, ele vai poder ajudar tanto na parte Prevenção. de promoção, educação e assistência em várias áreas. 132 E10 – UC53 – UR87 a gente fazia muitos E10 – UC53 – UR87 E10 – UC53 – UR87 grupos de prevenção em que a Nutrição Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias tinha papel importante, tanto de Prevenção. de educação. prevenção de agravos quanto promoção de saúde. UC56 Nutricionista... Ah eu acho que uma coisa que foi bem legal que tem até a ver com nosso trabalho de conclusão de curso, que foi um trabalho que a gente fez com a população préescolar...é desnutrida, com sobrepeso e eutrófica. Por que eu acho que foi um trabalho diferencial? Porque segundo dados oficiais do SIAB dos serviços de saúde, a gente tinha nenhum ou um ou dois desnutridos, então a intervenção e o olhar que... com ela na equipe, que ela teve junto com a equipe, nunca um trabalho isolado né, pôde permitir que a gente fizesse esse diagnóstico... é... fizesse esse diagnóstico e fizesse a intervenção direcionada. Então eu acho que isso foi totalmente diferenciado, então acaba como o outro profissional médico, enfermeiro, tem uma visão muito específica, acaba tendo um olhar pras.... pras especificidades dele e pras prioridades do programa, isso só foi possível com a presença desse profissional, e até a questão de formação técnica né, algumas coisas de nível técnico, ah! às vezes um classifica, ah isso é desnutrido, não é desnutrido, chama de desnutrição leve ou isso é um risco de desnutrição. Então até uma outras ... é população que a gente assiste né, então às vezes não é uma prioridade, mas você consegue abranger um pouquinho mais disso. E11 – UC56 – UR90 segundo SIAB, a gente tinha nenhum ou um ou dois desnutridos, então a intervenção e o olhar com ela na equipe pôde permitir que a gente fizesse esse diagnóstico e intervenção direcionada. Efono11 – UC56 – UR91 Então até uma questão de formação técnica mesmo, por ter um olhar diferente, às vezes a gente deixa passar algumas coisas que o profissional consegue ver. E11 – UC56 – UR91 Valorização da atuação específica. E11 – UC56 – UR90 Valorização da atuação específica. 133 UC57 Eu acho que possibilitou ampliar mesmo a atuação no sentido de ter mais práticas coletivas, de conseguir trabalhar efetivamente em equipe, porque às vezes o nutri... nutricionista é um...é um profissional que está isolado, não consegue efetividade do trabalho dele, porque não conseguem ter o suporte dos... dos demais profissionais e .... eu acho que assim a.. a residência a proposta do PSF aproxima muito mais da população e a Nutrição vem falando da mudança de hábitos né... então eu acho isso é uma abordagem muito interessante, porque às vezes você pode falar lá receita de bolo, o profissional tá trabalhando, orientando, mas ele não tem a percepção real da realidade daquela pessoa, então por isso não consegue promover uma mudança. E eu acho que muitos também distúrbios alimentares, algumas coisas que tem a ver, tem um pano de fundo que envolve outras áreas, então eu acho isso, o trabalho da psicologia, do serviço social, ajudou muito com outras questões e até mesmo nos pro... próprios procedimentos clínicos, então medicamentos se tá tomando, se não tá tomando, tá questão de formação técnica mesmo, por ter um olhar diferente, às vezes ah eu uso tal classificação ou uso tal formação, às vezes a gente deixa passar algumas coisas que o profissional consegue ver. E11 – UC57 – UR92 possibilitou ampliar mesmo a atuação no sentido de ter mais práticas coletivas, de conseguir trabalhar efetivamente em equipe. E11 – UC57 – UR93 o nutricionista é um profissional que tá isolado, não consegue efetividade do trabalho dele, porque não conseguem ter o suporte dos demais profissionais. E11 – UC57 – UR94 muitos distúrbios alimentares têm um pano de fundo que envolve outras áreas, essa proximidade com tudo isso ajuda ele a ter uma atuação mais ampliada, mas efetiva. E11 – UC57 – UR94 Evidências da atuação na perspectiva interdisciplinar. 134 E11 – UC57 – UR93 E11 – UC57 – UR93 Compreensão pouco clara Ausência do profissional da atuação do no PSF. Nutricionista. E11 – UC57 – UR92 Atuação na perspectiva multiprofissional. UC58 Do nutricionista pra ele.... eu acho que o trabalho compartilhado, essa visão ampliada. Eu acho... eu acho que principal eu acho que é a prática coletiva, que eu acho que isso, acho que ajudou muito a ampliar o trabalho do nutricionista. E eu acho até mesmo a formação pra realidade brasileira, porque às vezes a gente tem uma formação teórica que você estuda alguns casos, mas que é ensinada, e a gente tem uma popul.... é uma parcela da população que pertence a outro grupo social, então eu acho que esse olhar pra todos os demais grupos sociais e também diferentes faixas etárias né, diferentes grupos populacionais. Eu acho que é a ampliação mesmo desse olhar, atividade intersetorial também, então isso eu também acho que também é uma coisa legal, dentro da prática então como eu posso mudar meu olhar, como eu posso mudar? Mas assim e quais os outros recursos que eu também posso contar, então a gente está muito mais próximo de políticas sociais é... das políticas e dos programas sociais, então vai pra uma área assim que vai envolver gestão, adequado ou não, então esse paciente tem tal perfil clínico, tá fazendo... tal o tipo de tratamento,então isso ajuda também essa proximidade com tudo isso, ajuda ele a ter uma atuação mais ampliada é, mais... mais efetiva. E11 – UC58 – UR95 Do nutricionista eu acho que o trabalho compartilhado, essa visão ampliada, a prática coletiva, acho que ajudou muito a ampliar o trabalho do nutricionista. E11 – UC58 – UR96 Eu acho que é a ampliação mesmo desse olhar, quais os outros recursos que eu também posso contar, a gente está mais próximo de políticas sociais dos programas sociais, gestão, supervisões, vigilância, cuidado de higiene, infraestrutura. E11 – UC58 – UR96 Evidências da atuação na perspectiva interdisciplinar. E11 – UC58 – UR95 Atuação na perspectiva multiprofissional. 135 E11 – UC60 – UR98 E11 – UC60 – UR98 Compreensão pouco clara Ausência do profissional da atuação do no PSF. nutricionista. E11 – UC60 – UR98 o nutricionista, de modo geral, tem que lidar muito com o senso comum, então é muito difícil ele quebrar os paradigmas que ficam rondando a atuação do profissional. UC60 Eu acho que com o nutricionista de modo geral, ele tem que lidar muito com o senso... senso comum, então é muito difícil ele quebrar os paradigmas, então assim ah eu ... a .... eu a...a... e isso na 136 E11 – UC59 – UR97 Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista. E11 – UC59 – UR97 algo que dificulta você dividir a estrutura de trabalho/tempo de maneira muito igual e o nutricionista tinha esse momento que era diferencial. UR59 talvez a estrutura de trabalho demorou um pouco pra entrar nos eixos, assim então, por exemplo o nutricionista, qual é a carga horária que eu deveria ter para a supervisão de caso e às vezes nisso, como era muito genérico né, as vezes não era adequado pra prática dele, ou mesmo assim na prática tradicional, por exemplo, a gente fala ah a gente faz.. fazer uma consulta de Nutrição é muito importante você saber o hábito é.... você ter tudo aquele levant... recordatório alimentar, então era uma... uma entrevista, era um momento que tinha de ser mais prolongado e às vezes as rotinas da prática eram muito instantâneas queixa e conduta e na Nutrição não é queixa e conduta, a queixa é muito longa , então achei então uma coisa... algo que dificulta porque você dividir a estrutura de trabalho/tempo de maneira muito igual e o nutricionista tinha esse momento que era diferencial... diferenciado. que vai envolver as supervisões, vai envolver vigilância, vai ter cuidado de higiene, infra-estrutura, vai trabalhar um pouco mais isso. formação acho que foi uma coisa dentro da equipe de tudo ... eu fico pensando na prática e na formação, não sei se é essa a intenção, mas o senso comum prevalece então, às vezes a orientação de uma dieta qualquer um pode fazer, então isso é uma coisa que é muito difícil de quebrar , quebrar esse paradigma que existe de senso comum que ficam rondando a atuação do profissional, então a orientação da dieta de um bebê todo mundo pode fazer, a isso qualquer um sabe, então quebrar isso, ter estrutura, ter massa critica mesmo, ter pessoas em número e no mesmo discurso pra quebrar um pouco disso eu acho que é uma coisa que eles tiveram que enfrentar que foi uma dificuldade. E12 UC61 A atuação que eu acho é de prevenção né, das doenças degenerativas que são causadas pela má Nutrição, pelo excesso de peso né, por exemplo hipertensão, diabetes, complicações de hipertensão de diabetes né... então ele faz lá um trabalho de prevenção, de orientação e promoção de saúde também né, na parte curativa tipo da obesidade, da orientação errada né... que a maioria da população principalmente é que necessita mais. UC62 Então eu presenciei é.... eu assisti as consultas dela, os pacientes. Primeiro a ligação que ela teve com os pacientes, ela teve uma... como se diz... uma E12 – UC61– UR100 Atuação na Promoção e Prevenção. E12 – UC61 – UR99 Atuação na Promoção e Prevenção. E12 – UC62 – UR101 a ligação que ela E12 – UC62 – UR101 teve com os pacientes, ela teve uma Atuação favorecida pela dinâmica do processo de relação muito boa. trabalho do PSF. E12 – UC61 – UR99 atuação é de prevenção das doenças degenerativas que são causadas pela má nutrição, pelo excesso de peso E12 – UC61 – UR100 ele faz um trabalho de prevenção, orientação e promoção de saúde, na parte curativa tipo da obesidade. 137 E12 – UC63 – UR105 Deu muito valor E12 – UC63 – UR105 Atuação na perspectiva pra equipe e ela somou. multiprofissional. E12 – UC63 – UR106 eles começavam E12 – UR63 – UR105 até a melhorar em termos de pressão Atuação na Promoção e alta, diabetes, ter uma noção melhor de Prevenção. Nutrição e até ajudar os próprios colegas, vizinhos e tudo mais. UC63 Deu muito valor pra ... pra equipe e ela somou entendeu... nas reuniões de equipe aqui, ela passava as coisas dos pacientes para gente entendeu, a gente tinha uma noção melhor dos pacientes, eles começavam até melhorar em termos de pressão alta, diabetes ... ter uma noção melhor de Nutrição e até ajudar os próprios colegas né de...de vizinhos e tudo mais. A Paula era mesmo requisitada, pelo menos na minha equipe assim... né.... nutricionista é importante mesmo. UC64 O que aconteceu... ela veio trouxe E12 – UC64 – UR107 tinha os pacientes, E12 – UC64– UR107 E12 – UC62 – UR104 Atuação favorecida pela dinâmica da Estratégia Saúde da Família. 138 E12 – UC62 – UR103 E12 – UC62 – UR103 Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação Prevenção. E12 – UC62 – UR102 Atuação na Promoção e Prevenção. E12 – UC62 – UR102 ela orientou, cuidou do peso, tanto que os pacientes se sentiram motivados e a maioria começou a perder peso mesmo. E12 – UC62 – UR103 dá pra ver que com menos dinheiro você pode fazer até uma alimentação melhor através da orientação que ela dava pros pacientes E12 – UC62 – UR104 o trabalho dela foi importante aqui pra população, porque quando acabou,o pessoal vinha perguntar e agora como vai ser minha vida daqui pra frente sem a orientação dela? relação muito boa, com os pacientes é... ela orientou, cuidou do peso, tanto que os pacientes se sentiram motivados e a maioria deles começou a perder peso mesmo, começou a pensar em termos de uma Nutrição melhor entendeu... até em termos de... econômicos que ela... que dá pra ver que com menos dinheiro você pode fazer até uma alimentação melhor, através da orientação que ela dava pros pacientes eu achei assim... excelente; o trabalho dela foi muito gratificante, foi importante aqui pra população, porque quando acabou o .. a residência, o pessoal sentiu falta, vinha perguntar cadê a...a Paula, cadê a Paula e agora como ... quer dizer... como vai ser minha vida daqui pra frente, sem a orientação dela... nossa, foi assim... foi muito bom. UC66 Eu acho que ele faria... ele dava o suporte mesmo nutricional da... da famílias, porque a gente tem muitos pacientes ou com desnutrição ou com obesidade mórbida, e ai ele taria inserido pra ta ajudando a... a esses pacientes... não seria assim, um nutricionista pra cada equipe, mas um nutricionista dentro da unidade onde a gente pudesse aquela coisa assim que parece que deu uma turbinada na nossa equipe né, e na... no começo tinha os pacientes né... eles ficavam assim... tem nutricionista que bacana, tamos aprendendo, tamos fazendo... receitas etc e tal.. porque não tinha né.. e o ponto foi isso... que o negocio veio e de repente “puff” cabou né... e o tempo que .. que a gente queria não só pra nossa equipe, mas pra toda unidade né.... queria um tempo maior dela aqui né... e que depois ela continuasse esse trabalho, no entanto cabou foi embora, entendeu... E13 UC65 A... eu acho que ele compõe né, a equipe, porque o enfermeiro até faz o papel do nutricionista é, sendo que não tem toda a capacidade né e a... e a... como que eu posso dizer, e a formação por aquilo, e eu acho que ele acaba entrando um pouquinho e eu acho que se tivesse o papel do nutricionista dentro do.. do programa é... ia ajudar muito a cada um fazer o seu papel. E13 – UC66 – UR110 ele dava o suporte E13 – UC66 – UR110 mesmo nutricional da família, a gente Atuação na Promoção e tem muitos pacientes com desnutrição, Prevenção. com obesidade mórbida, e aí ele estaria inserido pra tá ajudando. E13 – UC65 – UR108 ele compõe a E13 – UC65 – UR108 equipe. Atuação na perspectiva multiprofissional. E13 – UC65 – UR109 porque o E13 – UC65 – UC109 enfermeiro até faz o papel do Compreensão pouco clara nutricionista, sendo que não tem toda a da atuação do capacidade. nutricionista. eles ficavam assim... tem nutricionista, Atuação na Promoção e que bacana! Estamos aprendendo! Prevenção. 139 E13 – UC68 – UR112 essa vivência com E13 – UC68 – UR112 E13 – UC68 – UR112 a população mesmo, essa abertura, a Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação busca desses pacientes, que eles ficam Prevenção. todos meio que escondidos dentro da área. UC68 E eu acho também essa vivência com a população mesmo, com a... porque nós temos na... na rede então essa vivência mesmo, essa abertura, a busca desses pacientes, que eles ficam todos é..... meio que escondidos dentro da área e aí com a... com o nutricionista, eu acho que aflora isso e eles começam a aparecer e ai vê mesmo a necessidade dele dentro do programa. 140 E13 – UC67 – UR111 a gente chamava E13 – UC67 – UR111 E13 – UC67 – UR111 as pessoas pra fazer a reeducação Atuação na Promoção e Diversidade de estratégias de educação alimentar e a gente viu mesmo essa Prevenção. reeducação alimentar, eles perdiam peso gradualmente. UC67 A gente tinha um.. um grupo de... no outro posto que a gente... eu estava, a gente tinha um grupo de...onde a gente chamava as pessoas pra fazer a reeducação alimentar... e a gente viu mesmo essa ... essa reeducação alimentar dos pacientes, onde eles perdiam peso gradualmente, e foi muito bom... e eu acho que é isso mesmo que a população precisa: da reeducação alimentar. encaminhar casos pra eles. UC2 Foi experiência de trabalhar com oficina culinária, com crianças bem no sentido da promoção da saúde, que eram crianças que não necessariamente tinham alguma... alguma deficiência nutricional, algum risco nutricional ... e eram crianças que iam lá pra gente cozinhar, pra gente trabalhar alimentação, trabalhar diversos temas envolvendo saúde infantil. Que talvez se eu tiver... no momento eu não conseguia ter.. por causa de horário, apoio... é... a presença de outros profissionais, por exemplo o psicólogo, o TO, um assistente social que reforçaria esse trabalho multi, porque diversos temas surgiam que extrapolavam a alimentação, como violência, como alcoolismo, como evasão escolar, que o nutricionista não tem esse preparo pra lidar 141 E1 – UC2 – UR2 diversos temas surgiam que E1 – UC2 – UR2 Formação voltada à extrapolavam a alimentação, tais como especificidade, dificultando o olhar ampliado violência, como alcoolismo, como evasão para o PSF. escolar que o nutricionista não tem preparo pra lidar com isso. UNIDADE DE CONTEXTO UNIDADE DE REGISTRO CATEGORIAS Entrevistado 1 (E1) UC1 Hã... eu acho que a principal atuação E1 - UC1 - UR1 a gente fica numa situação E1 - UC1 - UR1 Formação voltada à que o nutricionista poderia ter é na promoção em que o nutricionista tem que dar conta de especificidade, dificultando o olhar ampliado da saúde. Eu acho que seria o foco principal, tudo, mas ele não tem o preparo pra isso. para o PSF. mas acaba surgindo uma demanda maior, hã... que não compete... eu acho que não competiria ao nutricionista no PSF, mas eu acho que por falta de não ter pra onde referenciar. Então eu acho que muitas vezes a gente fica numa situação que o nutricionista tem que dar conta de tudo, mas ele não tem o preparo pra isso. Apêndice C – Eixo temático 2: Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família . E1 – UC3 – UR3 o que ajudou na formação, mas pro profissional de saúde e não específico como nutricionista é o trabalho multiprofissional. E1 – UC3 – UR4 outras categorias trabalhando ali direto enriqueceram o trabalho do nutricionista, que eu tinha o clássico, muito bom, o biológico, saber muito bem de alimento, mas sempre falta da formação como trabalhar com isso. E1 – UC3 – UR5 me considero hoje um profissional com uma visão diferenciada de trabalho de saúde que não se restringe àquela coisa mais limitada da Nutrição, a gente conseguiu extrapolar. E1 – UC3 – UR5 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E1- UC3 – UR4 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E1- UC3 – UR3 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. 142 UC4 Eu acho que tem que ter o profissional E1 - UC4 – UR6 Eu acho que tem que ter o E1 – UC4 – UR6 Inserir nutricionista no na rede pra dar um suporte. E eu acho que profissional na rede pra dar um suporte... campo de ensino, buscando potencializar o agora como a gente já tem profissionais profissionais formados (PELA RESIDÊNCIA). aprendizado. formados... eu acho que cabe agora também, por exemplo, tentar absorver esses profissionais pra tentar começar a formular UC3 Mas o que ajudou na formação, mas eu acho que mais pro profissional de saúde e não específico como nutricionista é o trabalho multiprofissional. Então você tem outras categorias pra tá trabalhando ali direto... e isso enriqueceu o trabalho do nutricionista, que eu tinha o clássico, então assim, muito bem o biológico, saber muito bem de alimentos, mas sempre falta da formação como trabalhar isso. E a... e o trabalho com outras categorias, no meu caso, seria fono, hã... assistente social, psicólogo, psicologia e enfermagem, essas três categorias... essas quatro categorias que eu tinha mais contato ajudaram muito, principalmente psicologia e o serviço social, que eu não... nunca... nunca tive contato assim pra trabalhar e que tem uma visão muito maior de trabalho de saúde do que o que o serviço está acostumado, então eu acho que isso acrescentou demais na formação... eu me considero hoje... todas acho que também fizeram residência, um profissional com uma visão diferenciada de trabalho de saúde, que isso não se restringe àquela coisa mais limitada da Nutrição, a gente conseguiu extrapolar isso. com isso. UC5 Então eu acho assim também... a parte teórica da Nutrição no PSF, a gente precisaria de um profissional que ... que trabalhasse bem essa questão do tema na saúde pública, que tivesse... que tivesse esse domínio. Não sei... Eu ainda tenho dúvida se é necessário mesmo ter essa parte teórica ... porque a residência coloca que essa parte teórica ela...deve ser no geral ... pra... como saúde da família e não específica por categoria, mas eu acho que em alguns momentos, também ajudaria ... eu sinceramente, eu.. eu ainda não sei qual é a melhor forma. Se é falar não é assim... tem de ter um professor bom em saúde... em Nutrição em saúde pública, pra gente trabalhar políticas de saúde pública... mas também quanto tempo isso não tomaria do .. quanto isso não ficaria específico de Nutrição em saúde pública e fugiria do multiprofissional saúde da família. Então acho isso, algumas diretrizes, algum .... algum ... a questão do processo de trabalho, a partir da formação desses profissionais, não necessariamente da nossa residência, mas a gente sabe que tem residência no país todo, tem pessoas ...ou pessoas trabalhando nesses PSF... então pra gente tentar incorporar essas pessoas ... ou numa organização ou próprio inserido no trabalho, pra gente começar a formar essa estrutura de como deve ser o trabalho do nutricionista no PSF. Eu acho que isso ajudaria demais a formação do...do residente. E1 - UC5 – UR7 a parte teórica da Nutrição no PSF, a gente precisaria de um profissional que trabalhasse bem essa questão do tema na saúde pública, que tivesse esse domínio. E1 - UC5 – UR8 tem que ter um professor bom em saúde ... em Nutrição em saúde pública. E1 – UC5 – UR9 em algum momento, a gente sente falta dessa parte teórica mais forte, de educação nutricional, específica, é claro que ajuda muito a visão de educação em saúde, mas as coisas mais específicas às vezes falta. 143 E1 - UC5 – UR8 Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica. E1 – UC5 – UR9 Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica. E1 - UC5 – UR7 Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica. UC7 Um outro ponto que a gente também tinha liberdade de ...de montar nossas ideias, fazer os projetos e fazer acontecer .. alguma coisa que as pessoas achavam que era muito difícil, muito teórica, isso foi legal, porque isso motivava a gente, a gente queria fazer o que que tem esses dois lados, mas em algum momento, a gente sente falta dessa parte teórica mais forte, por exemplo de educação nutricional... específica. Porque às vezes, no geral .. é claro que ajuda muita a visão da educação de saúde, mas às vezes as coisas mais específicas às vezes falta. Não sei como deveria ser trabalhado... aulas mesmo toda semana, ou alguns momentos específicos com pessoas convidadas.. não sei.... mas acho que falta um pouco, porque a gente não tem essa formação teórica. E2 UC6 O ponto facilitador é que a equipe trocava muito... a equipe de Nutrição trocava assim muita informação, tentava fazer os protocolos certinhos, tentar padronizar e com isso a gente ia aprendendo, ia aprimorando, ia discutindo, isso foi muito bom pro nosso crescimento profissional. E... relacionamento com a equipe multiprofissional também foi muito bom... foi um ponto facilitador, porque normalmente quando a gente sai da faculdade, a gente só fica pensando na parte da Nutrição, a gente não pensa no indivíduo como um todo ..é então isso foi bom também... porque a gente pode ver outros tipos de visão de... de outros profissionais. E2 – UC7 – UR12 liberdade de montar nossas ideias, fazer os projetos e fazer acontecer. E2 – UC7 – UR13 isso motivava, a gente queria fazer o que todo mundo achava difícil, queria criar estratégias, podia usar muita 144 E2 – UC7 – UR12 RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem. E2 – UC7 – UR13 RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem. E2 – UC6 – UR11 o relacionamento com a E2 – UC5 – UR11 Vivência multiprofissional equipe multiprofissional foi muito bom, porque como facilitadora na formação. quando a gente sai da faculdade só fica pensando na parte da Nutrição, então foi bom porque a gente pode ver outros tipos de visão de outros profissionais. E2 – UC6 – UR10 a equipe de Nutrição E2 – UC6 – UR10 Discussão entre pares trocava informação, tentava fazer protocolos, como facilitador no processo de formação. padronizar e com isso ia aprendendo, aprimorando, discutindo, bom pro crescimento profissional. E2 – UC8 – UR15 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E2 – UC8 – UR15 a discussão de casos multiprofissionais com a equipe multi foi muito boa. E2 – UC8 – UR16 a gente sai da faculdade e quer dar palestrinha, a gente conseguiu aprender bastante com a TO em relação a grupo, dinâmica, tipo de abordagem. E2 – UC9 – UR17 a gente tinha empolgação, E2 – UC9 – UR17 RMSF proporcionando para novas estratégias de motivação para ir em congresso, escrever espaço artigo, publicar em revista, a gente escreveu aprendizagem. livro, a gente cresceu bastante como profissional. E2 – UC10 – UR18 outra coisa que dificultou E2 – UC10 – UR18 Preceptores/tutores como foi nossa preceptora de área que era um como dificultador na formação pouquinho nervosa, não ouvia muito, não aceitava critica, o grupo ficou um pouco largado por parte da preceptora de território. UC8 Hã... a discussão de casos multiprofissionais com a equipe multi foi muito boa, porque... ah!... e outra coisa importante é que também a gente sai da Faculdade e quer dar palestrinha e a gente viu que isso não é a melhor estratégia para gente usar com o público é... com a TO, a gente conseguiu aprender bastante coisa, em relação a grupo, dinâmica, tipo de abordagem é... isso foi assim muito bom. UC9 Bom, facilitadores, uma coisa muito bom é porque assim a gente tinha empolgação, tinha motivação pra ir em congresso, pra escrever artigo, publicar em revista, a gente escreveu livro, então foi muito muito bom. Então, ajudou bastante a gente, a gente cresceu bastante como profissional, isso seria os facilitadores. UC10 Ah! e outra coisa que dificultou foi nossa preceptora de área que era um pouquinho nervosa e brigava com o grupo e daí o pessoal ficou desmotivado também é... por esse motivo. Então ela não ouvia muito, 145 E2 – UC8 – UR16 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. criatividade, colocar em prática. E2 – UC7 – UR14 a gente não ficava só E2 – UC7 – UR14 RMSF proporcionando para novas estratégias de focado muito no serviço, a gente tinha um espaço tempo a mais, fazer o que as pessoas não aprendizagem. faziam, era o diferencial. todo mundo achava difícil, a gente queria criar estratégias, a gente tinha... podia usar muita criatividade, colocar aquilo em prática. Isso é muito bom. Não fica aquelas pessoas falando Ah! não ...é difícil. A gente não ficava só focado muito no serviço, a gente tinha um tempo a mais pra ter... fazer o que as pessoas não faziam, então era o diferencial que foi muito bom. E2 - UC11 – UR19 Eu acho que atividades tem que ser mais organizadas, estar préestabelecidas. E2 – UC11 – UR20 (ATIVIDADES) ser construídas juntamente com o residente. E2 – UC12 – UR21 Não iria para o hospital, porque assim quem vai para atenção básica, normalmente não gosta muito da parte clínica, e pra gente na residência, foi assim uma tortura ter que ir pro hospital. E2 – UC12 – UR22 poderia ir até pros ambulatórios, ir para o CREN, ir para outros lugares assim, foi muito bom é... então faria esse convênio com algumas outras instituições. UC11 Eu acho que atividades tem de ser mais organizadas, tem de estar préestabelecidas antes, é... tem que ser construídas juntamente com... com o residente, não entregar uma coisa pronta já vai fazer isso... acho que tem que construir junto. Humm... deixe eu ver.... o que mais..... do jeito que a gente... na parte de Nutrição, achei assim que foi muito bom, num mudaria... UC12 Não iria para o hospital ... porque assim quem vai para atenção básica, quem escolhe essa área normalmente não gosta muito da parte clínica, e pra gente é... na residência foi assim uma tortura ter que ir pro hospital, a gente contava os dias pra terminar, a gente chegava em casa acabada. Então assim pra gente é... a gente foi, porque teve que ir, mas se tivesse que ir de novo, se tivesse que escolher entre ir ou não ir, o ideal seria não ir, acho que se focasse mais é... poderia ir até pros ambulatórios, ambulatórios foi uma parte muito legal, mas agora ficar no hospital mesmo, foi uma parte muito ruim, assim... foi traumático. Ir para o CREN, ir para outros lugares assim, foi muito bom é... não aceitava crítica, isso... ela achava que só ela estava certa... então não era aberta a críticas, então a gente ficou com um pouco de receio, ela abandonou depois a ....o grupo, o grupo ficou um pouco largado por parte é...parte da preceptora de território, então isso foi ruim. 146 E2 – UC12 – UR22 Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino. E2 – UC12 –UR21 Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino. E2 – UC11 – UR20 Construir estratégias de ensino com participação discente. E2 – UC11 – UR19 Pouca oportunidade de aprendizagem. E2 – UC14 – UR25 Intensificar o enfoque em pesquisa e momentos de discussão. E2 – UC14 – UR25 Acho que assim... uma leitura mais intensa de artigos científicos, uma cobrança. E2 – UC14 – UR26 Maior cobrança por parte do preceptor de território de discussão de caso, porque não teve muito, tinha os casos, mas ficava entre nós, não ia mais numa coisa mais profunda. E2 – UC14 – UR27 um caso por semana no contexto multiprofissional, cada um poderia estar contribuindo, porque às vezes a gente tem um caso, por conta do trabalho ninguém dá aquela importância, fica esquecido, então ter um segmento. UC14 Acho que assim... uma leitura mais intensa de artigos científicos, uma cobrança, assim, você vai apresentar tal dia... acho que isso era bom....mas de resto da parte da Nutrição foi tranquilo. Maior cobrança por parte do preceptor de território de discussão de caso tá... , porque não teve muito. Então a gente tinha os casos ali, mas ficava entre nós, então algumas coisas, não ia mais numa coisa mais profunda, porque o preceptor às vezes não cobrava não..., então acho que deveria ter isso mais.... Ah... um caso por semana, o que vocês acham, mas no contexto multiprofissional mesmo, cada um poderia ta contribuindo... cobrar.. falar olha... dar prazo...cobrar... acho que isso seria bom, porque às vezes a gente tem um caso, por conta do trabalho ninguém cobra ninguém né.. não dá aquela importância que deveria dar... então às vezes fica esquecido, então ter um segmento, acho que isso pode 147 E2 – UC14 – UR27 Intensificar o enfoque em pesquisa e momentos de discussão. E2 – UC14 – UR26 Intensificar o enfoque em pesquisa e momentos de discussão. E2 – UC13 – UR23 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E2 – UC13 – UR24 Discussão entre pares como facilitadores no processo de formação. E2 – UC13 – UR23 as aulas multiprofissionais também foram importantes E2 – UC13 – UR24 as aulas específicas são boas pra fazer os protocolos, vê se uma está dando orientação do jeito que a outra tá dando, trocar experiência de grupo, dar sugestões. UC13 As aulas, deixaria mesmo. As específicas deixaria. As multiprofissionais também foram importantes... discussão de casos. Mas as específicas são boas porque pra gente fazer os protocolos, pra gente ver se tá ... se uma está dando orientação do jeito que a outra tá dando... para gente trocar experiência de grupo, da sugestões pras outras... isso é muito bom. então faria esse convênio com algumas outras instituições... foi assim muito bom mesmo e eu tiraria essa parte do hospital. melhorar. E3 UC15 Eu acho que o principal, o que facilita muito pra um profissional que vai trabalhar na saúde da família, que tenha feito uma residência é toda experiência e a vivência da prática .... então é... o convívio dentro de uma Unidade de Saúde da Família, as atividades que se desenvolvem enquanto residente que isso depois.. tudo isso ele vai...vai utilizar da mesma forma na sua atuação fora da residência, mas também em saúde da família. Eu acho que...que isso a prática e também a questão da... do trabalho multiprofissional, interdisciplinar que na residência a gente trabalhou ... trabalhava bastante na ... no ... do multiprofisional. Meu grupo era ... eu acho... que era a gente conseguiu trabalhar isso muito bem, não ficava cada um só na sua área e que às vezes você vai entrar direto pra trabalhar em Saúde da Família, não passa por uma residência, pode ficar aquela coisa mais.... é... individualizada mesmo ... cada um cuida do seu e não tem mesmo o multiprofissional. Eu acho que são os dois ... os dois pontos que facilitariam muito e eu acho ... que além de facilitar fariam com que.. com que a... o Programa Saúde da Família fosse executado da maneira como ele foi pensado. UC16 Eu acho... eu acho que assim... né... pensando exatamente na residência que eu fiz .. eu acho que o mais dificultador talvez tenha sido mais parte teórica, algumas coisas eram de mais difícil compreensão, a não ser E3 – UC15 – UR30 Vivência multiprofissional como facilitadora no processo de formação. E3 – UC15 – UR29 Vivência multiprofissional como facilitadora no processo de formação. E3 – UC15 – UR28 RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem. 148 E3 – UC16 – UR31 mais dificultador talvez E3 – UC16 – UR31 Formação voltada à tenha sido mais parte teórica, algumas coisas especificidade, dificultando o olhar ampliado eram de mais difícil compreensão, o para o PSF. nutricionista na graduação não tem esse enfoque mais antropológico. E3 – UC15 – UR28 o que facilita muito para um profissional que vai trabalhar na saúde da família que tenha feito uma residência é toda experiência e a vivência da prática.... então é... o convívio dentro de uma Unidade de Saúde da Família, as atividades que se desenvolvem enquanto residente. E3 – UC15 – UR29 a questão da... do trabalho multiprofissional, interdisciplinar que na residência a gente trabalhou ... trabalhava bastante na ... no ... do multiprofisional. E3 – UC15 – UR30 Meu grupo não ficava cada um só na sua área e que às vezes você vai entrar direto pra trabalhar em Saúde da Família, não passa por uma residência, pode ficar aquela coisa mais individualizada mesmo ... cada um cuida do seu e não tem mesmo o multiprofissional. E3 – UC17 – UR33 (CONTEÚDO DAS E3 – UC17 – UR33 Formação voltada à AULAS) multi das questões de processo especificidade, dificultando o olhar ampliado saúde doença, que o nutricionista não tem para o PSF. esse tipo de teoria mesmo, de embasamento. UC17 Não... do multi (CONTEÚDO DAS AULAS), acho que...do específico não porque já era uma vivência né... já eram temas que por mais que não... não tivesse atuado muito, alguns temas já é de nossa formação, então... no mínimo, uma base a gente já tinha... então ia algum profissional lá e complementava, era tudo de mais fácil compreensão. Eu falo mesmo mais do multi das questões de processo saúde doença, que a gente tinha uma formação, na graduação a gente num... o nutricionista não tem esse tipo de ... de... de teoria mesmo... de ... de embasamento. Aqueles temas... módulos que eram mais abrangentes e que a gente tinha aula todo mundo junto. 149 UC18 Eu acho que ... pegando gancho no E3 – UC18 – UR34 precisa que tenha E3 – UC18 – UR34 Buscar docentes que E3 – UC16 – UR32 Às vezes a gente não E3 – UC16 – UR32 Pouca oportunidade de tinha profissionais tão capacitados pra dar aprendizagem. certos temas, então acabava que não clareava muita coisa, a gente não conseguia nem absorver muito (AULAS) e nem aplicar muito aquilo que tinha sido abordado. a formação que eu já tivesse tido, algumas ... alguns temas que eram abordados... coisas mais viajantes assim... que o nutricionista na graduação não tem esse enfoque mais antropológico, coisas assim e... acho que .... como... como...eu ... eu ponho como crítica pra residência é ... a forma como foi feito... como foram feitos esses módulos ....como foram feitos esses módulos teóricos. Às vezes a gente é... não tinha é... profissionais tão capacitados pra dar certos módulos, certos temas... então acabava que não...não clareava muita coisa, acabava frequentando e a gente não conseguia nem absorver muito e nem aplicar muito aquilo que tinha sido abordado. 150 E3 – UC19 – UR37 Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino. E3 – UC19 – UR36 Preceptores/tutores como ponto dificultador na formação. UC19 E tem também a questão do... de tutor, de é... preceptor... que na época ..é ... tinham preceptores que a gente via que tinham dedicações diferentes n a forma de lidar com o residente de forma diferente e a tutoria também... que tinha tutoria que era também só no papel ... não existia tutoria. Então eu também acho que a escolha do local onde o residente vai... vai passar o período da E3 – UC19 – UR36 tinham preceptores que a gente via que tinham dedicações diferentes, a forma de lidar com o residente, tinha tutoria que era também só no papel, não existia tutoria. E3 – UC19 – UR37 acho que a escolha do local onde o residente vai passar o período da residência tem que ser feita pensando quem trabalha nesse posto tem condições de profissionais que tenham um embasamento contemplem a diversidade de formações. pra falar pra pessoas de diversas formações e que façam com que todos independente de que formação tenha tido, compreendam. E3 – UC18 – UR35 algumas coisas na E3 – UC18 – UR35 Pouca oportunidade de residência eram propostas meio que pra aprendizagem. inglês ver, o aprimoramento acho tem que ser no sentido do que vai ser mais proveitoso pro residente e não do que vai ser mais bonito pra instituição. que eu falei aí, como dificultador essa questão da parte teórica ... que eu acho que precisa de um ... precisa que tenha profissionais que tenham um embasamento para falar pras pessoas de diversas formações e que façam com que todos, independente de ...de que formação tenha tido, compreendam da mesma forma e consigam colocar isso na prática, outra coisa assim... que agora eu lembrei ... é... por exemplo, às vezes algumas coisas na residência eram propostas meio que pra inglês ver, assim sabe... Ah... tem que fazer isso...então como exemplo... tem que atender 100 famílias num período curtíssimo. Acho que ninguém conseguiu atender... e tinha que atender... e tinha que visitar e acabou deixando de fazer outras coisas. Então eu acho que tem que .... tem que ... que ... o aprimoramento acho tem que ser no sentido do... do que vai ser mais proveitoso pro residente e não do que vai ser mais bonito pra instituição, o que vai ser mais proveitoso, o que vai realmente contribuir pra formação do residente. residência é...tem... tem que ser feita pensando nisso... que.... quem que trabalha nesse posto tem condições de receber o residente, quem trabalha aqui tem condições de receber o residente, atua da maneira correta... da forma como se pensa o PSF, pro residente também não se contaminar por uma atuação que não é a ideal pra tá PSF. É... o que eu me lembro assim, agora é isso. E4 UC20 Eu acho que falta visão dos profissionais do PSF é... eu acho que os profissionais do PSF não estão prontos para um processo educativo, em formação é.. de... especialistas em saúde da família. Eu vi muitos profissionais que aceitaram os residentes por uma questão de hierarquia, não porque eles tivessem preocupados em formar os residentes. Os tutores das unidades...é... os preceptores não. Eu já acho que eles ... eles abraçaram o projeto da residência apesar das dificuldades de uma falta às vezes de objetivos, às vezes a gente mudava nosso caminho educativo de matérias, de assuntos a serem discutidos, mas eu acho que a questão na unidade, então... faltou esse... essa formação, porque hoje eu trabalho com estagiário e a minha postura é de querer ensinar, é de ser disponível. É... hoje eu recebo as residentes pra fazer estágio aqui, as residentes nutricionistas, então assim... eu vivo isso com muita ... é.... eu valorizo muita a atenção a esse aluno, porque eu já fui aluna, então eu acho que a residência faltou isso mesmo, E4 – UC20 – UR38 Eu vi muitos profissionais (TUTORES) que aceitaram os residentes por uma questão de hierarquia, não porque eles tivessem preocupados em formar os residentes E4 – UC20 – UR39 às vezes a gente mudava nosso caminho educativo de matérias, de assuntos a serem discutidos. E4 – UC20 – UR40 eu acho que a residência faltou isso mesmo, consciência do pessoal da UBS mesmo. receber o residente, atua da maneira correta, da forma como se pensa o PSF 151 E2 – UC20 – UR40 Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino. E4 – UC20 – UR39 Pouca oportunidade de aprendizagem. E4 – UC20 – UR38 Preceptores/tutores como dificultador na formação. UC21 Pra aprimorar... aí são tantas coisas.. mas eu acho que é... ter... ter um cronograma, mas estabelecido...é... Eu acho... depois que eu amadureci um pouco ...eu acho que eu senti... eu senti... eu pensei né...é. Eu acho que não pode dar muita margem pro residente..é... é... como é que eu vou dizer... não, é que ele se intromete muito, mas eu acho que foi dada muita abertura pro residente, de certa parte tem que ser uma residência participativa, mas isso não quer dizer que é... a instituição não determine o cronograma, os objetivos, o que eles querem para queles alunos, então ficou uma coisa muito aberta eu achei na minha formação, todo mundo falava, todo mundo dava palpite, todo mundo acatava... e eu acho que falta mais assim...uma direção... Quando eu começo o curso da residência é... eu quero saber porque eu estou aqui, o que a instituição quer de mim ....e o que eu vou aprender. E aí eu decido se eu vou continuar naquele curso, mas não é uma coisa que foi construída, mas eu acho que para as próximas residências, isso já pode ser mais estabelecido. Olha, nós formamos pessoas com esse perfil, nós queremos que você participe dessa formação, a gente tem esses objetivos para você, mas não que... ficou uma coisa um pouco solta, eu acho ... tem que ser mais uma linha mesmo. Igual quando você faz uma pós-graduação, você sabe as matérias que você tem durante o ano, você consciência da.. do pessoal da UBS mesmo. E4 – UC21 – UR41 ter um cronograma, mas estabelecido (AULAS) E4 – UC21 – UR42 tem que ser uma residência participativa, mas isso não quer dizer que é... a instituição não determine o cronograma, os objetivos, o que eles querem praqueles alunos, então ficou uma coisa muito aberta eu achei na minha formação 152 E4 – UC21 – UR41 Pouca oportunidade de aprendizagem no campo teórico. E4 – UC21 – UR42 Construir estratégias de ensino com participação discente. UC23 Eu acho que a questão de ter os tutores lá pra orientar também ajuda bastante, as visitas do preceptor é.... pra tentar acompanhar quais foram as atividades, até mesmo hã.... uma coisa que ajudou bastante que também foi tipo... alguns trabalhos que a gente fez em conjunto de todas unidades, então era uma coisa.. uma ideia que de repente você tinha que trabalhar e já aproveitou pra ver com todos as nutris, se a ideia é a mesma, essas coisas então, e essa supervisão ajudou bastante. Mas eu acho que é mais essa questão de você tá lá sabe os objetivos, quais são as competências que você tem que ter. Eu acho que estava construindo na nossa época, mas eu acho...eu espero que tudo, as referências que a gente vivenciou estejam sendo usadas nas outras turmas. E5 UC22 Acho que exatamente a parte prática ... é aquela coisa você dá a cara a tapa, vai é.... vai aos trancos e barrancos, digamos assim, trocando ideias com as outras residentes, preceptor tudo e tal, mas é no dia a dia mesmo que você aprende, então é fato de você ter que fazer, independente de ter alguém pra te orientar ou não, você corre atrás, pesquisa, faz o melhor possível pra que dê tudo certo e faça um bom trabalho é... então eu acho que é mais essa questão de pôr na prática mesmo, que você vinha vendo na teoria pelos quatro anos da faculdade, digamos assim, então é a prática mesmo. E5 – UC23 – UR45 ter os tutores lá pra orientar também ajuda bastante, as visitas do preceptor pra tentar acompanhar quais foram as atividades. E5 – UC23 – UR46 alguns trabalhos que a gente fez em conjunto de todas as Unidades, uma ideia que de repente você tinha que trabalhar e já aproveitou pra ver com todos as nutris, essa supervisão ajudou bastante. E5 – UC22 – UR43 no dia a dia, mesmo que você aprende ter que fazer, então é o fato de você ter que fazer, independente de ter alguém pra te orientar. E5 – UC22 – UR44 eu acho que é mais essa questão de pôr na prática o que você vinha vendo na teoria pelos quatro anos da faculdade. 153 E5 – UC23 – UR46 Discussão entre pares como facilitadores no processo de formação. E5 – UC23 – UR45 Preceptores/Tutores como facilitadores no processo de formação. E5 – UC22 – UR44 RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem. E5 – UC22 – UR43 RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem. E5 – UC25 – UR49 por não ter ninguém que E5 – UC25 – UR49 Inserir o nutricionista no guiasse você, tem que ir fazendo seu campo de ensino, buscando potencializar o caminho sozinho mesmo, então acho... tendo aprendizado. um profissional (NUTRICIONISTA) ajudaria bastante, foi o maior dificultador que teve. 154 E5 – UC24 – UR48 Preceptores/tutores como dificultador na formação. UC25 Deixa eu ver de dificultador.... não, porque você... a receptividade pra esse profissional foi tão boa que eu acho... todo mundo queria ajudar pra que desse certo, então, ah! queria muito que ficassem essas coisas, então acho que tudo acabou em outros sentidos foi... foi na verdade um facilitador, a boa recepção da unidade tudo e tal, mas eu acho que era mais isso mesmo, a falta de... de contato com esse profissional, E5 – UC24 – UR47 Inserir o nutricionista no campo de ensino, buscando potencializar o aprendizado. E5 – UC24 – UR47 a inserção desse profissional (NUTRICIONISTA) no PSF, se tivesse já nutricionistas lá na unidade, tendo em quem se espelhar, se teria uma ideia melhor, não chegaria tão perdido. E5 – UC24 – UR48 por mais boa vontade que tivessem os tutores, não sabe o que você tem que fazer, eles não sabem te orientar. UC24 Acho que exatamente isso, a falta desse ... a inserção desse profissional na... no PSF. Então, se tivesse já nutricionistas lá na unidade, acredito que... tendo em quem se espelhar, se teria uma ideia melhor, não chegaria tão perdido na... na residência então, é tive... pra a gente, pra mim pelo menos na... no começo o... o que foi pior assim, foi chegar numa unidade que nunca nem teve contato com o nutricionista, então mesmo, por mais boa vontade que tivessem os tutores, o médico e o enfermeiro não sabem o que você tem que fazer, então... é eles não sabem te orientar, não sabem se te mandam você atender... normalmente eles fazem isso abrem uma agenda pra você e...e colocam um monte de pacientes e atende lá... mas é... de repente tivesse alguma nutricionista já com as atividades dela você... você veria... a... ela faz o atendimento, faz grupo, a ela trabalha com ... com focando tal pessoas. mesmo no dia a dia. UC26 de repente não sei se ter mais ... mais supervisão, digamos assim... ter mais preceptores da área, pra que eles cobrissem mais digamos assim, dia sim dia não, uma coisa assim e ... de repente fazer um ... já pegar os tutores que vão... vão fazer parte da residência mesmo, que é certeza, de repente fazer um curso com eles, explicando até que ... que eles vão tá recebendo, que é esperado dessa equipe, até mesmo pra eles saberem tá orientando. Muitas vezes se... pelo menos nos dois campos que eu peguei o Guilhermina e o Barro Branco, os preceptores (O CORRETO ERA TUTORES) num sabiam nem... nem que iriam vir os residentes, então caiu assim de paraquedas literalmente isso pra eles. Então acho que se eles tivessem tido uma preparação de repente eles já... já saberiam assim o que orientar e até mesmo o que cobrar... as atitudes que eram esperadas desses residentes, então assim, de repente realmente ter mais supervisão... mais supervisores digamos, da área e mais preparo dos tutores e assim eu sei que é difícil realmente é... existe uma troca de então ao mesmo tempo que todo mundo queria passar em consulta é..... você ficava muito presa a isso, a mais só consulta, não vou ter que partir pras outras atividades também, mas por não ter ninguém que guiasse, você tem que ir... ir fazendo seu caminho sozinho mesmo, então acho tendo um profissional ajudaria bastante, eu acho que foi o maior dificultador que teve no caso. E5 – UC26 – UR50 mais supervisão, ter mais preceptores da área, para que eles cobrissem dia sim dia não E5 – UC26 – UR51 pegar os tutores que vão fazer parte da residência fazer um curso com eles, explicando que eles vão ta recebendo, que é esperado dessa equipe E5 – UC26 – UR52 mais preparo dos tutores e ver aquelas pessoas que estão dispostas mesmo ta recebendo os residentes E5 – UC26 – UR53 tem tutores que gostam de ter residentes, tem tutores que não, só estão com o residente porque coube a eles esse cargo, mas então se partisse assim da própria vontade deles de se candidatarem... eu gostaria de ter residente, fazer um curso pra me preparar pra receber esses residentes seria ótimo. 155 E5 – UC26 – UR52 Educação permanente para preceptores/tutores visando aprimorar o processo de ensino- aprendizagem. E5 – UC26 – UR53 Preceptores/tutores como dificultador na formação. E5 – UC26 – UR51 Educação permanente para preceptores/tutores, visando aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. E5 – UC26 – UR50 Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão. E6 – UC27 – UR54 eu acho que facilitaria se E6 – UC27 – UR54 Inserir o nutricionista no houvesse nutricionistas nas unidades pra campo de ensino, buscando potencializar o amparar na hora do trabalho que não é multi, aprendizado. que é o trabalho individual dos nutricionistas. 156 UC28 eu acho que outro facilitador também é E6 – UC28 – UR55 você levar equipes pra E6 – UC28 – UR55 Repensar e diversificar a própria equipe que recebe, a própria unidades que estejam realmente dispostas a cenários que sirvam como campo de ensino. unidade ser receptiva, o que a gente não teve receber esses residentes. tutores muito grande, mas vê se daria de no caso de... é ver aquelas pessoas que estão dispostas mesmo a estar recebendo os residentes, não tanto assim: ah! você foi o escolhido, mas... mas partir por parte deles mesmo, tem tutores que gostam de ter residentes, tem tutores que não, só estão com o residente porque coube a eles esse cargo, mas então se partisse assim da própria vontade deles de se candidatarem... eu gostaria de ter residente, fazer um curso pra me preparar pra receber esses residentes seria ótimo. E6 UC27 Bom, eu acho que facilitador é... uma coisa que eu encontrei, vou falar uma coisa que dificultou que eu acho que facilitaria, se houvesse, é eu acho que facilitaria se houvesse nutricionistas nas unidades pra amparar na hora do trabalho que não é multi que é o trabalho individual dos...das nutricionistas, é isso seria essencial porque em muitos momentos é...o pessoal que tá... como na minha equipe eu só tinha, eu tinha poucas outras profissionais e eram dentistas e só enfermeiras, acabou acontecendo que os dois estavam inseridos e a Nutrição não, então nesses momentos que eu tinha que fazer o trabalho sozinha eu ficava perdida, então o que facil... um facilitador seria ter alguém da área que pudesse auxiliar. E6 – UC30 – UR58 o fato de você E6 – UC30 – UR58 Educação permanente (PRECEPTOR) não ter tido também para preceptores/tutores visando aprimorar o experiência em saúde da família foi uma processo ensino/aprendizagem. coisa que dificultou pra você e pra gente. 157 UC31 eu acho que outra dificuldade que eu E6 – UC31 – UR59 a equipe que a gente E6 – UC31 – UR59 Preceptores/tutores como E6 – UC29 – UR57 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. UC30 Bom, o primeiro ponto dific... é a primeira dificuldade eu acho que foi a falta de experiência de todo mundo, a primeira... foi a primeira residência, então é... ninguém estava muito preparado é.... eu acho que o fato de você não ter tido também experiência em saúde da família é... foi uma coisa que dificultou pra todo mundo, pra você e pra gente. E6 – UC29 – UR56 Discussão entre pares como facilitador no processo de formação. E6 – UC29 – UR56 as aulas com a equipe de Nutrição também foi uma coisa importante, um momento de a gente dividir conhecimento. E6 – UC29 – UR57 outro facilitador era os momentos que todos os residentes se reuniam, mesmo que nas aulas. UC29 eu acho que os encontros é... as aulas com a equipe de Nutrição também foi uma coisa importante, é... porque eu acho que era um momento de a gente dividir conhecimento, eu acho isso importante, eu acho que da forma como aconteceu é claro poderia ter... era uma experiência nova, poderia ter tido, acontecido de outras formas, mas eu acho que isso é importante, eu acho importante também é...., outro facilitador era os momentos que todos os residentes é.. se reuniam, mesmo que nas aulas, apesar dessa carga horária pesada, eu acho que isso acabou atrapalhando, mas eu achava que era um momento importante até todos os residentes juntos. muito bem lá na unidade que a gente estava é....eu acho que isso é um facilitador, você levar equipes pra unidades que estejam realmente dispostas e pra... e pra equipes lá da unidade que também estejam dispostas a receber esses residentes. E6 – UC32 – UR61 fazer um trabalho E6 – UC32 – UR61 Educação permanente primeiro com as unidades para saber que para preceptores/tutores visando aprimorar o esse trabalho vai ser uma coisa contínua, processo ensino aprendizagem. para já criar a mentalidade. UC32 eu acho que é... tem que fazer um trabalho primeiro com as unidades, todas da Zona Leste pra saber que esse trabalho vai ser uma coisa contínua que talvez elas precisem receber não uma, mas algumas vezes, pra já criar essa mentalidade. 158 UC33 Bom, eu acho que é... tem mais E6 – UC33 – UR 62 eu acho que o tutor E6 – UC33 – UR 62 Educação permanente alguma coisa eu acho que é em relação.. também pode se preparar para buscar o para Preceptores/Tutores visando aprimorar o pegou da primeira vez não estava preparada dificultador na formação. para receber a gente, a gente teve que mudar de equipe. E6 – UC31 – UR60 a nossa equipe multi foi E6 – UC31 – UR60 Pouca oportunidade de mal planejada, só três profissionais, a gente aprendizagem. acabou não aproveitando o potencial que a gente tinha por não ter uma equipe mais diversificada. particularmente tive foi o meu relacionamento com as outras residentes da Nutrição, em especial é... outro dificultador eu acho que a equipe que a gente pegou da primeira vez na unidade não estava preparada pra receber a gente e depois as duas (refere-se às tutoras) saíram inclusive da Unidade a gente teve que mudar de equipe, eu acho que a nossa equipe multi ela estava é, ela foi uma equipe mal planejada, só três profissionais, isso foi uma coisa que ... que a gente acabou não aproveitando o potencial que a gente tinha por não ter uma equipe mais diversificada, eu vi que outras equipes em outras unidades cresceram muito mais que a gente, porque tinham é... porque era uma equipe mais distribuída, uma unidade mais receptiva, que abriu mais espaço, a gente teve toda dificuldade com a gerente da nossa equipe que também teve um problema de saúde, então ela era muito ausente ela não... nunca se posicionou é... para tentar abrir um espaço melhor para gente na unidade é... eu acho que tudo isso foram...foram coisas que dificultaram. E6 – UC33 – UR 63 Educação permanente para Preceptores/Tutores visando aprimorar o processo ensino aprendizagem. processo ensino aprendizagem E7 – UC34 – UR64 antes da residência eu E7 – UC34 – UR64 Vivência multiprofissional tinha uma visão, mas depois por trabalhar como facilitadora na formação. com ela (NUTRICIONISTA), a visão mudou, até mesmo em relação à minha área. potencial de cada residente, mesmo que aquilo não seja próximo do que ele espera dar mais autonomia para o residente desenvolver suas potencialidades. E6 – UC33 – UR63 outra coisa é que os tutores tenham algum tipo de treinamento de liderança para saber aproveitar o potencial de cada residente. 159 UC35 como a gente estava mais junto... eu E7 – UC35 – UR65 de tanta integração que E7 – UC35 – UR65 Vivência multiprofissional não tive a oportunidade de acompanhar ela tinha que ela falava da nossa área e a gente como facilitadora na formação. em consultas individuais e tudo....mas sabia falar dela... até mesmo quando não termo de relação pessoal, eu acho que é.... eu acho que o tutor também pode é... se preparar para buscar o potencial de cada... de cada residente, é mesmo que aquilo não seja próximo do que ele espera entendeu, dar mais autonomia pra... pra cada residente é... desenvolver suas potencialidades e assim, não priorizar só o que ele acha importante, porque às vezes coincide com um ou dois também fazem melhor entendeu, eu acho que outra coisa é que os tutores saibam... tenham algum tipo de treinamento de liderança, alguma coisa assim pra também saber aproveitar o potencial de cada residente e não...não deixar se perder muita coisa que é não tá de acordo com o que ele espera, mas pode... pode ser uma coisa muito legal, pode trazer um resultado melhor. E7 UC34 Bom ..é, eu vejo assim que ... a minha concepção até mesmo por trabalhar na residência aquela questão da integração de toda a... de todas as áreas no caso da nossa, teve dentista, enfermeira e a nutricionista. Então vamos dizer assim, antes da residência eu tinha uma visão, mas depois até mesmo por trabalhar com ela, a visão é.. mudou né, até mesmo com... até mesmo em relação à minha área. Então eu vejo que todos têm um trabalho, vamos dizer assim, é complementar, claro que voltado pra saúde. UC36 Então isso é uma coisa importante, porque, nós profissionais da saúde, também através da...das conversas que nós tínhamos em reuniões acabamos... acabamos... incorporando dentro das nossas orientações ou orientações que ela passava pra gente ... então eu acho... eu vejo assim que... vamos dizer assim....é... a atuação dela que eu vivenciei tanto com a comunidade, quanto pra nós, profissionais da saúde, nesse sentido, vamos dizer... eu uso até hoje na verdade as questões de.. do que eu aprendi na residência é, digo, nessas questões de... do quê?... das orientações que ela passou lá que a gente acabava é.. transmitindo é... passando também pra comunidade, não só nos nossos grupos de orientação de odonto, quanto agora que eu estou trabalhando também na Unidade de Saúde, eu também acabo incorporando as questões...de ...da nutricionista dentro dos grupos que eu faço hoje. E7 – UC36 – UR66 uma coisa importante, nós profissionais da saúde, também através das conversas que nós tínhamos em reuniões, acabamos incorporando dentro das nossas orientações o que ela passava pra gente. E7 – UC36 – UR67 agora que eu estou trabalhando também na Unidade de Saúde eu também acabo incorporando as questões da nutricionista dentro dos grupos que eu faço hoje. sempre que a gente fazia as atividades estávamos juntos. coletivas ou as visitas domiciliares eu presenciava a atuação dela no... no sentido da orientação mesmo, do... de correr as informação e ter orientação tanto pra família... nas visitas domiciliares quanto nos grupos de orientações que nós fazíamos tudo juntos acabava...acabava até que...é.... de tanta integração que tinha que ela falava da nossa área e a gente sabia falar dela... até mesmo quando...quando não estávamos juntos. 160 E7 – UC36 – UR67 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E7 – UC36 – UR66 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E7 – UC38 – UR70 um ponto pra não E7 – UC38 – UR70 Inserir o nutricionista no dificultar pra formação dele é a inserção do campo de ensino buscando potencializar o nutricionista na equipe mínima de Saúde da aprendizado. Família. 161 E7 – UC37 – UR69 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. UC38 Bom é... é... acho que a primeira... acho que surgia era a questão de não ter a inserção na...no PSF do...desse profissional.... acho que assim.... porque as categorias que tinham o profissional inserido...acho que...é.... de você ter o profissional... o tutor no campo facilitava. vamos dizer assim, pelo conhecimento da rotina, do..do serviço e tudo....acho que E7 – UC37 – UR68 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E7 – UC37 – UR68 o que facilitou pra formação do nutricionista foi essa questão desse envolvimento com essas outras áreas. E7 – UC37 – UR69 nós aprendíamos com ela e ela aprendia com a gente, com os tutores e tudo. UC37 É... bom... o... a Residência o que que ela .... que eu acho que ela contribuiu... pra formação eu acho que... eu vejo assim... vamos dizer assim... eu vejo acho que foi como .. eu vejo isso como ...como um todo pra... pra nossa equipe, o que facilitou pra formação.. eu acho que eu não sei se eu consigo é... separar assim cada profissão, porque como a gente tentava... acho que a proposta da residência tinha essa visão da integração, acho que... o que facilitou pra formação do nutricionista foi essa questão desse envolvimento mesmo com o ...com todo... as outras .. com essas outras áreas, vamos dizer.. nós aprendíamos com ela e ela aprendia com a gente também...então, tanto com a enfermeira, quanto com dentistas, então...com os tutores e tudo. E até mesmo dentro do... das aulas que nós tínhamos na faculdade mesmo. Então os pontos que são... que facilitam acho que é isso, a integração e a inserção da nutricionista na equipe mesmo dentro da...da equipe da residência mesmo.... acho que é isso. UC39 Então eu acho que ... acho que esses eram os pontos principais, porque os outros pontos é... porque a preceptora de área, no caso nutricionista e ter os preceptores junto, isso de uma certa forma supria o que num tinha bem.. como eu disse é... pela inserção do nutricionista na Saúde da Família, acho que esse... acho que esse era.. eu vejo como esse sendo o ponto assim principal que a gente discutia aqui, os outros pontos... acho que não ... acho que não teve um ponto que fosse tão relevante quanto esse ... é isso que eu acho. E8 UC40 É difícil responder... acho que o nutricionista sabe responder melhor que eu... mas eu acho que é ...é esse contato com os outros profissionais também, eu tomo... me tomo como exemplo, assim como eu em contato com o nutricionista tive outras... aprendi bastante coisa... hoje eu não sei tanto... dar tanto... não tão capacitado quanto o nutricionista mas algumas coisas eu aprendi para abordar isso, algumas coisa eu sei falar e acho que pro... pro nutricionista também, esse contato com outros profissionais e até a possibilidade de ele ver onde pode atuar junto com esses outros profissionais, por exemplo eu sou fisioterapeuta, tinha caso por exemplo de vamos dizer assim.... vamos dizer assim....um ponto pra não dificultar pra formação dele é a..é a inserção do nutricionista na equipe ... na equipe mínima de... na Saúde da Família. E8 – UC40 – UR72 eu, em contato com o nutricionista, aprendi bastante coisa, hoje eu não sei tanto, mas algumas coisas eu aprendi para abordar. E8 – UC40 – UR73 contato com outros profissionais e até a possibilidade de ele ver onde pode atuar junto com esses outros profissionais. 162 E8 – UC40 – UR73 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E8 – UC40 – UR72 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E7 – UC39 – UR71 no caso, nutricionista e E7 – UC39 – UR71 Preceptores/Tutores ter os preceptores junto, isso de uma certa como facilitadores no processo de formação. forma supria o que num tinha inserção do nutricionista na Saúde da Família. E8 – UC42 – UR75 cada nutricionista ficou Efisio8 – UC42 – UR75 Inserção em poucos numa realidade, então acho que isso cenários de atuação como dificultador da dificultou um pouco o aprendizado igual pra formação. todo mundo. Você viver uma coisa e você ouvir do outro que viveu não é a mesma coisa. UC42 Dificultador..... deixa eu ver.... acho que com é uma coisa que ele está descobrindo agora, onde ele pode atuar .... e isso é uma descoberta um pouco individual. Eu acho que na residência, cada nutricionista ficou numa realidade e... e foi se adaptando, foi descobrindo o que pode fazer, o que pode, onde pode atuar, suas competências de 163 E8 – UC41 – UR74 vendo o que o outro faz, E8 – UC41 – UR74 Vivência multiprofissional você sabe que pode ajudar o outro atuando como facilitadora na formação. ali também, acho que isso ajudou um pouquinho na formação do nutricionista. UC41 Então assim, acho que ela tem uma.... tipo o nutricionista, por exemplo, eu posso a... uma pessoa que tem... que esteja obesa também saber que ela vai ter uma artrose, assim tá ligado, eu acho que é saber ligar melhor as coisas, ver a pessoa melhor como um todo, orientar melhor... ela veio encaminhado pra nutricionista, mas olha no futuro você vê... vir a ter esse problema... Então eu acho que é uma visão mais ampla, acho que entender um pouco melhor a outra área, saber um pouco relacionar tudo isso, não abordar como o outro profissional, mas atender de uma forma mais integral, mais plena mais ampla, ver onde pode atuar, às vezes não... não percebe, e às vezes vendo o que o outro faz, você sabe que você pode ajudar o outro atuando ali também, acho que isso ajudou um pouquinho na formação do nutricionista.... eu acho que é isso. artrose, que vinha pra... pra mim, eu preciso do nutri também, porque se eu ficar cuidando da artrose e a pessoa não reduzir um pouco o peso, essa artrose vai continuar, então é uma coisa em conjunto. E8 – UC43 – UR76 entrar numa residência multiprofissional, mas não saber direito ainda o que vai fazer, ter que descobrir, perceber isso foi um dificultador. E8 – UC43 – UR77 a formação de uma é um pouco diferente da outra pela realidade o trabalho que uma fez num lugar não é o trabalho que a outra fez, então uma tem uma vivência e a outra tem outra. E8 – UC43 – UR78 ter uma troca assim, entre os postos, uma região trocar ir pra outra pra viver aquela realidade, depois discutir o que tá fazendo, que poderia fazer. E8 – UC43 – UR78 Inserção em poucos cenários de atuação como dificultador da formação. E8 – UC43 – UR77 Inserção em poucos cenários de atuação como dificultador da formação. E8 – UC43 – UR76 Formação volta à especificidade, dificultando o olhar ampliado para o PSF. 164 UC45 é aquilo que eu falei de realidades E8 – UC45 – UR80 trocar mesmo pra saber E8 – UC45 – UR80 Repensar e diversificar UC44 Dificuldade é ... também a gente não E8 – UC44 – UR79 a gente não sabe Efisio8 – UC44 – UR79 Formação voltada à sabe trabalhar mesmo multi, inter, trans, tudo trabalhar mesmo multi, inter, trans, tudo isso especificidade, dificultando o olhar ampliado para o PSF. isso teve que ser aprendido e dois anos é teve que ser aprendido. bastante, mas aprender isso é...é difícil... então eu não sei até que ponto a gente conseguiu absorver tudo isso daí, a gente tentou, mas não sei se foi suficiente... vamos ver. UC43 entrar numa residência multiprofissional, mas não saber direito ainda o que vai fazer lá... ter que descobrir isso, ter que perceber isso, isso acho que foi um dificultador e o outro também, acho que uma... por exemplo, a formação de uma, acho que.... a visão de uma é um pouco diferente da visão da outra pela realidade. O que uma fez... o trabalho que uma fez num lugar não é o trabalho que a outra fez, até pela demanda daquela região, então uma tem uma vivência e outra tem outra, talvez tivesse tido uma troca entre.... entre as.... assim práticas mesmo entre os postos tal... seria melhor. acordo com aquela realidade... então acho que assim, isso dificultou um pouco o....aprendizado assim, como poderia dizer.... igual pra todo mundo... é lógico, teve um...deve ter tido momento de troca entre vocês e que isso foi....foi sanado, mas você viver uma coisa e você ouvir do outro que viveu não é a mesma coisa. E8 – UC46 – UR82 trabalhar o multi, mas E8 – UC46 – UR82 Intensificar o enfoque de assim com questões práticas talvez no pesquisa e momento de discussão. começo, com discussões, com eventos, porque a gente soube tudo muito pontual, mas, juntar tudo eu tive dificuldade. UC46 Uma categoria vinha e falava aí, tem que fazer grupo disso, outra a... grupo disso. Não dava pra fazer tudo que... eu vejo às vezes... a gente teve que fazer um planejamento lembra, da... de categoria na atuação, eu não fiz metade do que eu coloquei que eu ia fazer, por quê? Porque não deu. Pra formação, por exemplo, a gente 165 se viver digamos em qualquer realidade, cenários que sirvam como campo de ensino. conhecer todos os postos, não ficar num lugar só, conhecer todas as realidades. E8 – UC45 – UR81 ter uma troca maior tanto E8 – UC45 – UR81 Repensar e diversificar entre categoria profissional, quanto na equipe cenários que sirvam como campo de ensino. mesmo, desenvolver coisas juntos na equipe. diferentes, então numa tem mais criança, na outra é... tem mais hipertenso, na outra tem mais acamado, na outra tem mais, então assim a gente acaba desenvolvendo projetos diferentes, um mais com crianças, outros mais com idosos, outros mais com....então acho que assim, trocar mesmo pra ter... pra saber se viver digamos em qualquer realidade, entendeu... trocar... conhecer todos os postos, não ficar num lugar só, conhecer todas as ... as realidades , e ter uma troca maior tanto entre categoria profissional na...na... por exemplo nutricionista, quanto na equipe mesmo , desenvolver coisas juntos na equipe, acho que as duas coisas são importantes sem perder o foco , a integração entre a equipe e a integração entre o nutricionista, principalmente porque não está inserido na categoria, não é uma competência assim que está estabelecida igual a enfermagem, a enfermagem tem que trabalhar isso, isso, isso e isso, a nutricionista não tem isso ainda, está sendo feito né, então por isso eu acho que tem que ter um... uma discussão maior na categoria mesmo. tinha que ter visto tudo aquilo eu acho, tem coisa que se eu for ter que montar hoje eu não sei, porque eu não montei, eu não fiz aquilo que eu me propus a fazer, mas também não precisava,.. então isso que eu falo que é difícil, não.. é complicado .... então é trabalhar o multi, mas assim com questões práticas talvez no começo, com discussões, com eventos, porque a gente soube tudo muito pontual mas, juntar tudo eu tive dificuldade... bastante. No final só que deu certo, pelo menos alguma coisa deu certo no final. Foi gostoso, foi bom... no final a gente vai descobrindo, a gente vai juntando as peças, uma coisa muito boa de fazer, tem uma.. uma recompensa, a gente vê um retorno a gente vê uma melhora. E9 UC47 Eu acho que assim é, não sei se cabe aqui, mas assim no caso das aulas que são importantes. Aulas mais... melhores estruturadas, que não... ... não foi, todo mundo sabe disso, mais estruturadas, com profissionais realmente que entendam do assunto, específico da área de Nutrição por exemplo, não um profissional generalista. Lógico que é importante essa visão, mas eu acho que é importante enriquecer o papel específico da pessoal também, então.. aulas de... principalmente em relação às aulas com profissionais qualificados, aulas estruturadas, sabendo o que vai falar como vai falar, de maneira que seja bacana para todo mundo, aprendizagem... acho que é isso. Agora para a residência mesmo, acho que é a ...a parte E9 – UC47 – UR83 Aulas mais estruturadas, com profissionais realmente que entendam do assunto específico. E9 – UC47 – UR84 aulas com profissionais qualificados, sabendo o que vai falar, como vai falar, de maneira que seja bacana para todo mundo, aprendizagem. 166 E9 – UC47 – UR83 Buscar nutricionista com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica. E9 – UC47 – UR84 Buscar docentes que contemplem a diversidade de formações. E9 – UC49 – UR86 talvez fosse mais interessante ter o nutricionista no posto como profissional, seria muito melhor ficar acompanhando, aprendendo. E9 – UC49 – UR87 poderia ser melhor se tivesse já um profissional que já tivesse inserido no PSF, seria com certeza muito mais enriquecedor como é toda residência. UC49 talvez fosse mais interessante ter o nutricionista já lá no posto como profissional , seria muito melhor ficar lá acompanhando, aprendendo e não tinha , era a residente era a pessoa que tinha... não tinha a pessoa lá no posto. Acho que isso também, que não existe, mas poderia ser melhor se tivesse já um profissional que já tivesse inserido no PSF, seria com certeza muito mais enriquecedor como residente, como é toda residência médica, como é toda residência de enfermagem, tem um profissional lá todo dia sabendo fazer as coisas, que é algo que 167 E9 – UC49 – UR87 Inserir o nutricionista no campo de ensino, buscando potencializar o aprendizado. E9 – UC49 – UR86 Inserir o nutricionista no campo de ensino, buscando potencializar o aprendizado. E9 – UC48 – UR85 estruturação do dia, E9 – UC48 – UR85 Pouca oportunidade de módulo, tal assunto, ter uma programação aprendizagem. pra gente saber o que vai acontecer,o que vai ser falado, pra já estar vendo alguma coisa dessas pra gente acrescentar na aula. Isso não tinha, era tudo meio jogado. UC48 ficou lesado de aula teórica, ficou mesmo, não tem como falar que não ficou, todo mundo reclamou acho que ficou faltando isso na parte teórica das aulas, conhecimento tanto na parte específica quanto na parte de saúde pública. . Teve profissionais muito bons que vieram ministrar as aulas mas poderia ter sido muito melhor com certeza, pena que foi ... pela estruturação dia, módulo, tal assunto, ter uma programação pra gente saber o que vai acontecer,o que vai ser falado, pra já tá vendo alguma coisa dessas pra gente acrescentar na aula. Isso não tinha , era tudo meio jogado, acho que ficou faltando isso pra aprimorar mais ainda o papel .. a formação do residente. teórica, tem que ser mais estruturada com ... com profissionais é... mais capacitados pra estar ministrando isso daí... eu acho que é isso o que ficou faltando. UC51 Outra questão é o olhar integral da integralidade, então eu me lembro de uma coisa assim... quando eu... eu sou terapeuta ocupacional. então eu tenho uma formação muito grande pra trabalhar com saúde mental e eu falei: vamos trabalhar com saúde mental e a nutricionista perguntou: Que que eu vou fazer num grupo de saúde mental? E eu sentei com ela e falei que uma das questões é que todo usuário de psicotrópico, neuroléptico eles tendem a engordar muito ou emagrecer muito ou tem os distúrbios de.. distúrbios alimentares, da psiquia... que a psiquiatria trata, então são questões de saúde mental que ela não conseguia nem enxergar dentro da formação dela, como eu também consegui aprender um monte de coisa, que lógico eu nunca vou substituir o nutricionista, mas minha formação é mais integral, é mais completa, eu consigo ver a pessoa de maneira holista, não gosto dessa palavra , mas assim, essa visão integral que deveria ter na residência. E10 UC50 Eu acho que é a troca né, a questão de ter vários profissionais então... até hoje eu me pego dando orientação que eu aprendi como o nutricionista, como eu acho que por exemplo convivendo comigo, a nutricionista aprendeu algumas coisas que ela não tinha formação na área dela, como a gente aprendeu com o dentista e com o médico. Então essa questão da troca é uma questão fundamental. E10 – UC51 – UR89 questões de saúde mental que ela não conseguia nem enxergar dentro da formação dela. E10 – UC51 – UR90 visão integral que a gente consegue a partir da troca. Eu acho que isso foi importante para N, foi importante pra mim, foi muito interessante essa questão da troca. UR88 Vivência facilitadora na 168 E10 – UC51 – UR89 Formação voltada à especificidade, dificultando o olhar ampliado para o PSF. E10 – UC51 – UR90 Vivência multiprofissional como facilitadora na formação. E10 – UC50 – UR88 é a troca, a questão de E10 – UC50 – ter vários profissionais, eu acho que, multiprofissional como convivendo comigo, a nutricionista aprendeu formação. algumas coisas que ela não tinha formação na área dela. E10 – UC53 – UR92 a falta de um arcabouço teórico que desse conta da atuação do nutricionista no Programa de Saúde da Família. E10 – UC53 – UR93 o resto da equipe multiprofissional teve que construir os seus textos teóricos, o papel de cada um, numa equipe multiprofissional, num programa de atenção primária. UC53 Eu acho que a falta de um arcabouço teórico, porque até então foi inédita a presença do nutricionista, então eu acho que é a falta de um arcabouço teórico que desse conta da atuação do nutricionista no Programa de Saúde da Família. Como foi uma... pelo menos a minha turma foi a turma pioneira que começou , não tinha... não tinha é... onde fazer revisão da literatura, a gente meio que juntava as coisas, isso pra todo mundo eu acho... tirando o médico e o enfermeiro, o resto da equipe multiprofissional teve que quase que construir os seus textos teóricos ali, o que ... o papel de cada um, numa equipe multiprofissional, num programa de atenção primária. Apesar de todo mundo ter uma inserção clara e tal, eu acho que isso, por exemplo, pra TO já 169 E10 – UC53 – UR93 Escasso arcabouço teórico específico referente ao processo de trabalho no PSF. E10 – UC53 – UR92 Escasso arcabouço teórico específico referente ao processo de trabalho no PSF. E10 – UC52 – UR91 questão da prática E10 – UC52 – UR91 RMSF proporcionando profissional, o tempo inteiro dentro da espaço para novas estratégias de unidade básica de saúde, aprendendo a lidar aprendizagem. com os problemas que os profissionais de unidade de saúde lidam, acho muito interessante. UC52 Então eu acho que além dessa troca que tinha na coisa da residência, a questão da prática profissional, você tá o tempo inteiro ali, dentro da unidade básica de saúde, aprendendo a lidar com os problemas que os profissionais de unidade de saúde lidam, eu acho muito interessante. a gente consegue a partir da troca. Então eu não sabia que diabetes podia ser diagnosticado por um problema de gengiva, foi convivendo com a dentista que a gente descobriu isso. Eu acho que isso foi importante para nutricionista também, foi importante pra mim, foi muito interessante essa questão da troca. E11 – UC55 – UR95 a residência E11 – UC55 – UR95 RMSF proporcionando multiprofissional em saúde da família amplia espaço para novas estratégias de um pouco a clínica do profissional, porque aprendizagem. nossa formação de graduação é muito assistida, intervenção para uma pessoa com problema. E10 – UC54 – UR94 já tem uma produção de E10 – UC54 – UR94 Intensificar o enfoque de monografia, de artigo, então que isso fosse pesquisa e momentos de discussão. reunido, organizado, estudado e investimento em pesquisa. 170 UC56 Bom, eu acho que uma das coisas que E11 – UC56 – UR96 a estrutura de trabalho E11 – UC56 – UR96 Pouca oportunidade de UC54 agora já tem outra turma, eu acho que já tem uma produção aí de monografia, de artigo, então o primeiro que isso fosse reunido... de livro foi feito livro. Então que isso fosse organizado, estudado e investimento em pesquisa. Eu acredito assim que apesar de ser uma especialização em serviço, ela é uma experiência academia ainda... é uma pós-graduação, então que ... que fosse realmente despendido um tempo da residência como estudar que papel é esse do... do nutricionista na atenção primária. E11 UC55 Bom eu acho, a residência multiprofissional em saúde da família eu acho que amplia um pouco a clínica do profissional, porque eu acho que a nossa formação de graduação é muito pro ... é muito assistida, então você vai fazer intervenção pro grupo, pra uma pessoa que está lá com problema de obesidade, uma desnutrição, algum assim que teve que fazer uma intervenção cirúrgica. tinha alguma coisa construído, porque já tem .... já tem uma TO trabalhando lá, agora pra Nutrição não tinha.... pra Nutrição não tinha. Foi muito construído ao longo da residência, juntando assunto e aí, você estudava diabetes, diabetes na atenção primária, mas não tinha o que que o nutricionista na atenção primária... isso talvez tenha sido a maior.. a dificuldade assim. demorou um pouco pra entrar nos eixos, por aprendizagem. exemplo, a carga horária que eu deveria ter para a supervisão de caso, às vezes não era adequada pra prática dele (NUTRICIONISTA). 171 UC57 ter a inserção da categoria também E11 – UC57 – UR97 ter a inserção da E11 – UC57 – UR97 Inserir o nutricionista no (NUTRIÇÃO) também teria campo de ensino buscando potencializar o teria facilitado muito, então às vezes seria categoria aprendizado. muito mais fácil, como o profissional não era facilitado muito. conhecido da rede, então eles começaram de uma etapa anterior do que outras categorias, então às vezes não ter a presença de um talvez pra todos os profissionais e pro nutricionista em particular, eu acho a questão assim de recursos materiais que às vezes nós éramos dez categorias profissionais, então às vezes algumas coisas específicas deles ou de cada categoria ficou deficiente, faltava, então por ser muito abrangente, talvez a estrutura de trabalho demorou um pouco pra entrar nos eixos. Assim,então por exemplo, o nutricionista, qual é a carga horária que eu deveria ter para a supervisão de caso e às vezes nisso, como era muito genérico, às vezes não era adequado pra prática dele, ou mesmo assim, na prática tradicional por exemplo, a gente fala ah a gente faz.. fazer uma consulta de Nutrição é muito importante, você saber o hábito é.... você ter tudo aquele levant... recordatório alimentar, então era uma... uma entrevista, era um momento que tinha que ser mais prolongado e às vezes as rotinas da prática eram muito instantâneas, queixa e conduta e na Nutrição não é queixa e conduta, a queixa é muito longa , então achei então uma coisa... algo que dificulta, porque você dividir a estrutura de trabalho/tempo de maneira muito igual e o nutricionista tinha esse momento que era diferencial... diferenciado. profissional, talvez não pro médico e enfermeiro, que é nuclear lá, um médico e enfermeiro pra cada tantas famílias, mas ter um profissional de referência então ainda é artigo de luxo. Nutrição é artigo de luxo, então às vezes ter alguém que possa fazer toda essa referência, contrrreferência de fazer um pouco mais de é... de divulgação da atuação, eu acho que isso ajudaria mesmo, de estar mais presente é... na unidade. E12 UC58 Facilitadores... a prática, achei que foi um ponto facilitador pra ela... ela veio pra população, ela veio pra equipe. Ao mesmo tempo que ela tinha pra fornecer de instrução e tudo ela recebia da gente também orientação da parte médica, tinha fisioterapeuta também que participava junto, parte da odonto. E então, a parte prática que ela teve aqui eu acho que é fundamental é pra ela.. eu tenho medo que eu viajo muito nas coisas, eu perco o fio da meada.... eu acho que a parte pra... prática tem a ver com a gente, o que eu posso falar foi o que ela viveu aqui com a gente, foi muito importante tanto pra ela quanto pra gente, a gente ganhou muito com a experiência que ela tinha, com.. com a sabedoria que ela tinha sobre a Nutrição. Que realmente no dia a dia aqui é difícil, se pegar todo dia e se estar se atualizando em termos de Nutrição, ela tinha aquilo tudo fresquinho na cabeça, ela trazia pra gente, ajudava muito e vice-versa também, a gente ajudava ela, em termos de diabetes, pressão alta, ela assistia também E12 – UC58 – UR98 Ao mesmo tempo que ela tinha pra fornecer de instrução e tudo ela recebia da gente também, orientação da parte médica, tinha fisioterapeuta, odonto. E12 – UC58 – UR99 a gente ajudava ela, em termos de diabetes, pressão alta, ela assistia também nossos grupos de hipertensão, doenças degenerativas, isso ajudava ela a articular o que tinha de experiência da parte técnica com a parte prática. UR99 Vivência facilitadora na E12 – UC58 – multiprofissional como formação. 172 UR98 Vivência facilitadora na E12 – UC58 – multiprofissional como formação. 173 E13 – UC61 – UR103 Integração entre as E13 – UC61 – UR103 Vivência outras profissões. multiprofissional como facilitadora na formação. E12 – UC60 – UR102 (PALESTRAS) uma E12 – UC60 – UR102 Intensificar o enfoque abordagem multiprofissional e uma de pesquisa e momentos de discussão. abordagem multitécnica também. UC60 (PALESTRAS) Uma abordagem multiprofissional e uma abordagem multitécnica também, porque dependendo da causa, o tipo de Nutrição pode variar também... vai tratar ... por exemplo, eu estou cuidando de um paciente que tenha determinado tipo de alimentos ou com vitaminas e proteínas, ela precisa saber como ela vai educar esse paciente pra que a gente conseguir chegar a um consenso comum, a Nutrição e a parte curativa. E13 UC61 Eu acho que o trabalho em equipe junto com outras equipes de... outras profissões, como é fisio, farmaco, então essa integração entre as outras profissões. E12 – UC59 – UR100 Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão E12 – UC59 – UR101 Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino E12 – UC59 – UR100 mais cursos, congressos. E12 – UC59 – UR101 ver tipos populacionais diferentes, aumentar a diversidade na técnica dele, no aprendizado. UC59 Aprimoramento... mais cursos, congressos, é... ver tipos ... é... de... populacionais diferentes, na prática ele vai ter ... aumentar a diversidade dele na técnica dele, no aprendizado. Mais palestras, e fazer ... ensinar.. mostrar pra população a importância de uma nutri...boa nutrição, e da participação mesmo dele com outras.. outras áreas técnicas também , onde ele se encaixa, saber onde ele vai se encaixar, como ele vai se desenvolver.... nossos grupos, de hipertensão, doenças degenerativas então... isso aí ajudava ela a articular a... o que ela tinha de experiência da parte técnica com ... aqui... com a parte prática mesmo.