INFECÇÃO HOSPITALAR: PERFIL DAS CRIANÇAS ADMITIDAS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO Santos, Daisyanne Augusto de Sales¹; Martins, Fernanda Calixto. INTRODUÇÃO: O parto transformado em um evento hospitalar, aliado ao surgimento das unidades de cuidados especiais neonatais, hoje denominadas Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, possibilitaram o surgimento das infecções hospitalares e atualmente, o desenvolvimento cada vez maior de tecnologia hospitalar invasiva e crescente utilização de antibióticos contribuem para o aumento da incidência e fatalidade destas infecções no mundo (DOMINGUEZ, 2007). Atualmente é a infecção mais frequente e importante causa de óbito de recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva neonatal (PEREIRA, 2005; GUILARD, 2007). Foi observado, através da busca ativa de infecção hospitalar, a necessidade de uma investigação minuciosa para a obtenção de dados fidedignos que mostrem a realidade destes pacientes. Seria importante o conhecimento desse perfil das crianças internadas, bem como os microorganismos existentes na unidade e os fatores de risco que mais causa infecção hospitalar. Desta forma, seria possível trabalhar a equipe multiprofissional através da educação continuada, melhorando a assistência ao paciente. Seria interessante que todos os hospitais fizessem uma avaliação individualizada das UTI para que, posteriormente, fosse montado um banco de dados nacional. Dessa forma, se teria uma boa dimensão do problema no país viabilizando um trabalho baseado em metas e planos para reduzir a sua incidência. OBJETIVO: Baseado no exposto a presente pesquisa buscou investigar relação/associação dos fatores demográficos, período de internação e procedimentos invasivos com a infecção hospitalar; calcular a taxa da infecção dentro da unidade de internação; identificar as principais infecções adquiridas na UTI pelos pacientes no seu período de internação; verificar os principais microorganismos isolados nos exames de cultura. METODOLOGIA: Por tanto, para conhecer a dimensão desse problema em um Hospital Pediátrico que possui um atendimento terciário localizado no Ceará, foi realizado um estudo observacional, descritivo e prospectivo de todos os recém-nascidos admitidos na unidade de terapia intensiva neonatal no período de 01 de abril a 31 de maio de 2008. Uma amostra de 31 pacientes foi seguida da internação a alta ou óbito. Ao todo 8 variáveis foram pesquisadas em cada membro da coorte, tais como: faixa 1 – Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará; Bolsista do Programa de Educação Pelo Trabalho para a Saúde- Vigilância Epidemiológica Ministério da Saúde; [email protected] etária, sexo, doença de base, tempo de internação, incidência do desfecho clínico, etiologia dos episódios confirmados, procedimentos invasivos realizados e a evolução da criança. Os testes estatísticos utilizados foram: Mann-Whitney, teste exato de FISCHER’S e o cálculo do risco relativo com os respectivos intervalos de confiança. Em seguida, procedeu-se a análise multivariada com transformação para regressão logística dos fatores mais significativos (p<0,05). Ao final, um fator foi selecionado como preditor independente da infecção hospitalar: intubação orotraqueal (OR=2,29, IC95%=1,38 a 3,82). RESULTADO: A incidência de infecção hospitalar foi de 54,6% (35IH/64pacientes). As bactérias mais prevalentes dos casos confirmados foram os bacilos gram-negativos (73,3%). A internação dos pacientes com infecção hospitalar foi de 2,9 vezes superior a internação dos pacientes não acometido. A probabilidade de óbito global esperado foi de 13% e a observada foi de 43,9%. O óbito geral foi maior em relação ao óbito das crianças com infecção hospitalar. Levou-se em consideração a gravidade do paciente e não a infecção hospitalar. CONCLUSÃO: Com os avanços das tecnologias hospitalares observou-se no decorrer dos anos o aumento da sobrevida dos recém-nascidos, porém ela não é capaz de ultrapassar a problemática social. Hoje em dia, encontrase recém-nascido com peso adequado, a termo e internados numa UTI dependente de ventilação mecânica. Cada vez, mais bebês nascem mal formados, com alguma anomalia genética levando-o muitas vezes ao óbito nas primeiras horas de vida. Este estudo poderá ser útil para futuras estratégias com vistas a diminuir a morbimortalidade por infecção hospitalar. DESCRITORES: Infecção hospitalar; Cuidados de Enfermagem; Sobrevida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DOMINGUEZ, Carlos E., GARMENDIA, Julio e MARTINEZ, Nelson. Influencia de La Época de Parto, la Condición Corporal y la Suplementación sobre la Actividad Ovárica Postparto de Vacas Mestizas Bajo Pastoreo Mixto en el Norte del Estado Guárico, Venezuela. Rev. Fac. Cienc. Vet. [online]. jan. 2007, vol.48, no.1 [citado 28 Junho 2009], p.37-50. Disponível www.scielo.org PEREIRA, Milca Severino et al . A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 14, n. 2, jun. 2005 . Disponível em: www.scielo.br GUILARDE, Adriana Oliveira; TURCHI, Marília Dalva; MARTELLI, Celina Maria Turchi. Bacteremias em pacientes internados em hospital universitário. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 53, n. 1, fev. 2007. Disponível em www.scielo.br 1 – Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará; Bolsista do Programa de Educação Pelo Trabalho para a Saúde- Vigilância Epidemiológica Ministério da Saúde; [email protected] 1 – Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará; Bolsista do Programa de Educação Pelo Trabalho para a Saúde- Vigilância Epidemiológica Ministério da Saúde; [email protected]