1 INFORMAÇÕES GERAIS Organização Ordem dos Médicos de Angola Secretariado Rua Amilcar Cabral, nº 151-153, Luanda Tel.: (+244) 222 392 357 / 927 688 612 Fax: (+244) 222 391 630 E-mail: [email protected] Sítio: www.ordemdosmedicosdeangola.org Data 26 e 27 de Janeiro de 2015 Local Centro de Convenções Talatona - Avenida Talatona, Luanda Sul, Angola Lema Os desafios da saúde em Angola no contexto de um mundo em mudança Alto Patrocínio Governo da República de Angola Ministério da Saúde Deslocações Estão asseguradas as seguintes deslocações para os convidados: a) Do aeroporto para os hotéis e destes para o aeroporto; b) Dos hotéis para o local de realização do Congresso e vice-versa. Urgências Em caso de necessidade, poderão ser contactados: • Hospital do Prenda – 222 352 007/222 352 610 • Clínica Girassol – 226 698 416 / 415 / 226 • Clínica Multiperfil – 222 469 446/47/50 • Clínica Sagrada Esperança – 222 309 360/1 • Instituto Nacional de Emergência Médica -116 ÍNDICE Mensagem do Presidente do Congresso ....................05 Comissões ................................................................................07 Formas de participação ....................................................... 10 Programa Científico .............................................................. 11 Painéis ........................................................................................17 Conferências ............................................................................18 Temas livres ..............................................................................18 Simpósios .................................................................................19 Posters .......................................................................................19 Cursos Pré-congresso ........................................................... 20 Resumos .................................................................................. 21 3 4 MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONGRESSO Excelências, É com grande satisfação que recebemos os ilustres convidados e participantes, nacionais e estrangeiros, do X Congresso Internacional dos Médicos em Angola. Este evento anual evidencia já uma identidade própria claramente traduzida na crescente qualidade das apresentações dos muitos intervenientes neste espaço de reflexão e partilha de conhecimentos no âmbito da Medicina. Constitui também um sinal inequívoco da capacidade mobilizadora da Ordem dos Médicos de Angola, demonstrada pela presença significativa e interessada de centenas de médicos nacionais e estrangeiros que pretendem partilhar as suas experiências. E reforça, claramente, os laços de colaboração entre os Médicos e as Entidades Públicas, num esforço conjunto para alcançar uma Saúde Melhor Para Todos. O Lema escolhido “ Os Desafios da Saúde em Angola no Contexto de um Mundo em Mudança” e os temas que foram seleccionados abordam assuntos de extrema importância para a saúde dos angolanos. Na verdade, a Medicina evolui – lembremo-nos dos longínquos “humores” de Hipócrates que já abordavam, com muita propriedade, o ambiente interno (corpo humano) e ambiente externo (clima, ar, comida, bebida), dos contributos de galeno, das dúvidas científicas de Descartes, dos iluministas do século XVIII, até às imensas descobertas bem conhecidas (por exemplo de Koch, Pasteur, Virchow, Laennec, Jenner e tantos outros); e também a auscultação, os sintomas, a percussão (que vieram substituir os célebres humores de Hipócrates) e os desenvolvimentos tecnológicos sobretudo após a segunda guerra mundial, e, repare-se, ao quase endeusamento da máquina como substituto do homo sapiens sapiens… – então devemos considerar com muito positiva a troca de experiências sobre todos os determinantes que a envolvem e que ela, directa ou indirectamente, influencia. O médico na era da técnica Estamos, pois, confrontados por uma nova era a que não podemos ficar alheios: aquilo a que Karl Jaspers designou como “O Médico na Era da Técnica”. Por um lado, as consequências do desenvolvimento científico e tecnológico em torno da prevenção, da promoção, da cura, da investigação e do ensino são enormes e, por outro, a ética, a bioética e o biodireito, vieram introduzir um factor de equilíbrio na relação dos doentes (dos cidadãos em geral) com os médicos e no envolvimento da sociedade na sua pluridimensão. Ora, a Ordem dos Médicos de Angola pretende, neste seu X Congresso Internacional, trazer à discussão serena, firme e consistente, um conjunto de matérias que possam aumentar a elevada conscientização dos médicos não apenas face à doença, mas, igualmente, face às exigências plurifacetadas que a Medicina provoca pela sua complexidade e riqueza e aos modelos de organização, de atendimento e de prestação de cuidados. Agradecimentos Agradeço a presença das mais altas individualidades governamentais, presentes ou fazendo-se representar, emprestando, assim, um concreto e institucional apoio e um significativo incentivo à realização do Congresso, e, muito directamente, às grandes causas da saúde no nosso país. Um palavra de saudação e agradecimento aos ilustres palestrantes que nos apresentarão os seus conhecimentos e experiências. Agradeço a todos os patrocinadores pelo seu envolvimento no Congresso. Finalmente, convido todos os médicos a participar activamente nos debates, contribuindo para a dignificação do Congresso e para o engrandecimento da nobre profissão que abraçamos. Bem-vindos, O Presidente do Congresso e Bastonário da Ordem dos Médicos de Angola Prof. Doutor Carlos Alberto Pinto de Sousa 5 6 X CONGRESSO INTERNACIONAL DOS MÉDICOS EM ANGOLA PRESIDENTE DE HONRA • Sua Excelência Presidente da República de Angola Engº. José Eduardo dos Santos COMISSÃO DE HONRA • Sua Excelência Senhor Ministro da Saúde Dr. José Vieira Dias Van-Dúnem • Sua Excelência Presidente da VII Comissão da Assembleia Nacional Dra. Irene da Silva Neto • Sua Excelência Senhora Ministra da Ciência e Tecnologia Prof. Dr.ª Maria Cândida Pereira Teixeira • Sua Excelência Senhor Ministro do Ensino Superior Prof. Dr. Adão do Nascimento 7 • Sua Excelência Senhor Governador da Província de Luanda Dr. Graciano Francisco Domingos • Sua Excelência Senhor Secretário de Estado da Saúde Dr. Carlos Alberto Masseca COMISSÕES Presidente do Congresso • Carlos Alberto Pinto de Sousa – Bastonário da Ordem dos Médicos de Angola 8 Comissão Organizadora • Carlos Alberto Pinto de Sousa (Coordenador) • Mariana Paulo André Afonso • Joseth Rita Fernandes de Sousa • Maria Isabel António Massocolo das Neves (Porta-Voz) • Miguel Santana Bettencourt Mateus • Abreu Pecamena • Afonso Wete • Ermelinda Soito Ferreira • Paulo Jorge Van-Dúnem • Victória do Espírito Santo • José Vieira Dias Cunha • João Fernando Chicoa • Fátima Ferraz • Armando João • Fernando Mendes • Fernando Miguel • Antónia de Sousa • Rui Moreira de Sá • Mário Dias • Leonardo Inocêncio • Mário Rui Cardoso • Rosa da Fonseca Bessa de Campos • José Carlos Van-Dúnem • Constantina Furtado • Rodrigues Leonardo • Armanda Maria Ferreira da Conceição • Paulo Salgado • Lígia Alves Comissão Científica • Miguel Santana Bettencourt Mateus (Coordenador) • Arlete da Visitação Borges (Coordenadora adjunta) • Filomena Burity Neto • Adriano Martins de Oliveira • Suzana do Céu Costa • Adelaide Neto Matias • Luísa Assis • Margarete Arrais • Fausta de Sá dos Santos • Sandra Pereira • Helga Freitas • Guilhermino Joaquim Comissão de Logística e Protocolo • António Leite da Costa (Coordenador) • Ermelinda Soito Ferreira (Coordenadora Adjunta) • Fatima Ferraz • Renato Palma • Mujimbi José Viana • Avelino Ganga Marinha Comissão de Redacção e Secretariado • Inês Maria Primo Vitória Pereira (Coordenadora) • Brígida Marisa dos Santos (Coordenadora Adjunta) • António Gomes • Beatriz Paiva da Costa Bento • Luzia Quental • Ana Paula Barbosa • Catarina Gonçalves Domingos de Castro • Juliana de Fátima Clemente • Victor Manuel Bernardo • Domingas Hilária Sebastião • Maria Albertina Alves Faustino • Pedro Muanza • Abel Manuel Chimenga • João António Sebastião • Alexandra Telles 9 FORMAS DE PARTICIPAÇÃO 1. Painel Cada prelector terá 20 minutos para a apresentação do tema e 10 minutos para a discussão. 2. Conferência Terá a duração máxima de 30 minutos (20 minutos para apresentação e 10 minutos para discussão). 3. Comunicação Livre As comunicações livres orais terão a duração máxima de 15 minutos (10 minutos para apresentação e 5 minutos para discussão). 4. Poster O Secretariado do Congresso indicará o local e o painel onde deverá ser colocado. Os posters deverão estar em exposição durante todo o Congresso. Terão 5 minutos para apresentação e 5 minutos para discussão. O poster deverá ter como dimensões mínimas: 60cm de comprimento x 100 cm de largura; máximas: 80 cm de comprimento x 120 cm de largura. 5. Exposição Técnico-Comercial Durante o Congresso as empresas poderão apresentar os seus produtos e novidades, de acordo com regulamento definido pela Ordem dos Médicos de Angola. 10 PROGRAMA CIENTÍFICO Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015 07h30 Abertura do secretariado e entrega de documentação Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015 AUDITÓRIO 09h00 Sessão solene de abertura 10h00 Conferência de abertura: Política Nacional de Saúde – dos constrangimentos aos desafios Moderador: Carlos Alberto Pinto de Sousa Prelector: José Vieira Dias Van-Dúnem, Ministro da Saúde de Angola 10h30 Conferência: financiamento em saúde e desenvolvimento económico Moderador: Job Graça, Ministro de Planeamento e Desenvolvimento Territorial de Angola Prelector: Roberto Iunes 11h00 11h30 Pausa / Inauguração da feira Médica Hospitalar Angola Conferência: Febres hemorrágicas Moderadora: Fernanda Dias Monteiro Prelector: Peter Phori 12h00 Painel: A saúde em rede Moderador: Mário Jorge Cartaxo Fresta • A municipalização estruturante da descentralização da saúde – desafios actuais – Helga Freitas • A saúde em rede – conceito e evolução (representante de Cuba) • O direito da cidadania como um imperativo ético-constitucional – Carlos Feijó, Consultor do Presidente da República de Angola 13h30Almoço 14h30 Painel: A relação entre médico e doente na actualidade: a humanização e a alta tecnologia são compatíveis? Moderador – José Manuel Silva • Competências dos médicos em humanização de cuidados de saúde – António Vaz Carneiro • Os curricula das Faculdades de Medicina e a humanização em saúde – Miguel Santana Bettencourt Mateus • A relação entre médico e doente sustenta-se numa relação ética – José Luís Biscaia • A percepção dos estudantes sobre a humanização e qualidade do atendimento – Cármen Van-Dúnem 16h00 Conferência: Educar é a nossa missão Prelector: Fundação Lwini 16h30Pausa 16h45 Painel: A literacia como factor de desenvolvimento da municipalização – o contributo dos médicos Moderador: Ana Escoval • A literacia como factor de empoderamento – Arlete da Visitação Borges • A literacia – experiências de Portugal – José Manuel Silva • A literacia – experiências do Brasil – José Maia Vinagre • Literacia e municipalização – Peter Phori 11 Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015 SALA 1 11h30 Conferência: A segurança do doente Moderador: Manuel Vidigal Prelector: José Fragata 12h00 Painel: A actividade clínica no cumprimento das metas referentes à saúde da mulher e da criança – um imperativo constitucional e uma resposta à “Estratégia global para a saúde da mulher e da criança”, segundo a OMS Moderador: Paulo Adão Campos • As intervenções prioritárias para reduzir a mortalidade materna e infantil em Angola – Adelaide Carvalho/Abreu Tondesso • Os riscos de vulnerabilidade nos adolescentes, crianças e mulheres em Angola – Ana Leitão • Estratégias de vigilância e investigação epidemiológica – Rosa Moreira • Experiência da província de Luanda – Rosa Bessa • Normas de orientação clínica com aplicação na mulher e na criança – António Vaz Carneiro 13h30Pausa 15h00 Conferência: Segurança medicamentosa em Angola Moderador: Santos Nicolau Prelector: Miguel Oliveira 15h30 Conferência: O erro em medicina Moderador: Armando Jorge Tavares Lima Prelector: José Fragata 16h00 Conferência: O papel do médico na redução da sinistralidade rodoviária em Angola Moderador: Eustáquio Gomes Prelector: Rui Capo 16h30Pausa 16h45 Conferência: O papel do médico na melhoria da qualidade e viabilização de saúde Moderador: Mariana Afonso Prelector: Afonso José de Matos 12 17h15 Conferência: Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer da próstata Moderador: Heriberto Carlos Bickman de Araújo Prelector: Carlos Manuel Dias Semedo Jesus 17h45 Temas Livres Moderador: Pedro Lara Albuquerque TL2 - Oftalmologia preventiva na criança Prelector: Isabel Alexandre TL15 - Micro-mapeamento da filaríase linfática e oncocercose em áreas co-endémicas de loa loa, na província do Bengo Prelector: Rossely Paulo Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015 SALA 2 11h30 Painel: A experiência do Hospital Américo Boavida na certificação da qualidade pela norma ISO 9001 em quatro serviços clínicos Moderador: Alberto Paca Prelectores: Lina Antunes/Carla Gonçalves Pereira 12h00 Painel: Telemedicina em Angola Moderador: João Sebastião Teta, Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia de Angola Prelectores: ANGOLA SAT - Min. das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação RAFT – Angola - Minsa/Hospital Américo Boavida CEAD – UAN - Américo Victorino 13h00Simpósios Moderador: Lopes Martins • Update TAC/ RM como exames complementares de diagnóstico – Alberto Vieira • Sinergia no tratamento da dislipidemia – Serra Coelho 13h30Pausa 14h30 Painel: As parcerias público-privadas em saúde (PPP) Moderador: José Vieira Dias Cunha • Experiência de Portugal – Paulo Salgado • Experiência de Angola – Luís Bernardino • Experiência do Brasil – Florentino Cardoso 15h30 Conferência: Patologias do parto Moderador: Paulo Adão Campos Prelector: Abreu Pecamena Tondesso 16h00 Conferência: Insuficiência respiratória aguda Moderadora: Olímpia Mac-Mahon Benge Prelector: Margarete Arrais 16h30Pausa 16h45 Conferência: Rastreio, diagnóstico e tratamento dos cânceres do útero e da mama Moderador: Clarinha Domingos Prelector: Fernando Miguel 17h15 Temas livres Moderador: Judite Ferreira TL10 - Citologia vaginal para rastreamento do cancro do colo uterino: experiência do IACC Prelector: António Armando TL9 - Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com neoplasia hematológica no IACC Prelector: Silvana Iange Kurizemba 17h45 Temas livres Moderador: Maria Stella Cristiano T L18 - Medicina do golfe: o estado da arte Prelector: Rui Marques Sales TL3 - Protocolo reabilitador de atendimento do doente com lesão medular de etiologia traumática Prelector: Manuela Escolástica de Oliveira TL4 - Um aceramento à abordagem à paralisia cerebral da reabilitação pediátrica Prelector: Eduardo Dunn Garcia 13 Terça-feira, 27 de Janeiro de 2015 AUDITÓRIO 09h00 Painel – Gestão da qualidade e reflexos na economia da saúde Moderador: Carlos Alberto Masseca • A qualidade em saúde tem preço? – Correia de Campos • A economia da saúde: novas tecnologias e sustentabilidade do sistema de saúde – Francisco Ramos • A regulação na avaliação em saúde – Alberto Paca • A medicação sem acompanhamento médico e a sobremedicação como factores de não qualidade – Boaventura Moura 11h00Pausa 11h30 Painel: A promoção da saúde e a prevenção como pilares primaciais do sistema de saúde Moderador: Raul Feio • Sentido evolutivo do conceito “promoção da saúde – perspectiva mundial” – Isabel Loureiro • Promoção da saúde no contexto africano – Hernando Agudelo • Promoção da saúde e intervenção comunitária – Isilda Neves • Promoção no contexto do PNDS – Helga Freitas 13h00 Conferência: Neurocirurgia moderna para o tratamento, gestão e reconstrução após lesões traumáticas cerebrais Moderador: Maianda Inocente Prelector: Benoit Pirotte 13h30Pausa 14h30 Conferência: Promover a segurança e qualidade de saúde através da simulação baseada em educação médica Moderador: Mário Jorge Cartaxo Fresta Prelector: Amitai Ziv 15h00 Conferência: Gestão eficiente de um hospital público Moderador: António Filipe Júnior Prelector: Alain de Wever 14 15h30 Conferência: Medicina de catástrofe Moderador: José Belchior da Silva Prelector: Kobi Peleg 16h00Pausa 16h15 Conferência: Como mobilizar o financiamento para o sector da saúde Moderador: Armando Manuel – Ministro das Finanças de Angola Prelector: Roberto Iunes 16h45 Apresentação do projecto social da Ordem dos Médicos de Angola Prelector: Reinaldo Faro 17h00 Conferência de encerramento: Plano Nacional de Formação de Quadros Prelector: Aldemiro Vaz da Conceição, Director do Gabinete de Quadros da Casa Civil do Presidente da República de Angola, Ministro 17h30 Sessão solene de encerramento do congresso Terça-feira, 27 de Janeiro de 2015 SALA 1 9h00 09h30 Temas Livres Moderador: Guilhermino Joaquim TL8 - Trauma rodoviário. Prevenção Prelector: Roberto Arbelo TL11 - O exame médico do condutor e a segurança no trânsito Prelector: Rui Manuel Capo Painel: Sistemas de informação Moderador: José Belchior da Silva • Sistemas de informação em saúde Prelector: José Carlos Batista do Nascimento e Silva • Informação sanitária em Angola Prelector: Daniel António 10h30 Conferência: Hemorragias digestivas Moderador: Mário Conde Prelector: Fátima Vieira Lopes 11h00Pausa 11h30 Conferência: Insuficiência renal Moderador: Matadi Daniel Prelector: Suzana Costa 12h00 Conferências: Obesidade e doenças cardiovasculares Moderador: Mário Fernandes Prelector: Eustáquio Gomes 12H30 Conferência: Hipertensão resistente à terapêutica Moderador: Sílvia Lutucuta Prelector: Armando Serra Coelho 13h00 Conferência: Tratamento da hipertensão arterial de difícil controlo: denervação renal Moderador: Rosa Cunha Prelector: José Roberto 13h30Pausa 14h30 Conferência: Formação em oncologia cirúrgica em Angola Moderador: Renato Palma Orador: Lúcio Lara Santos 15h00 Temas Livres Moderador: Dadi Bucusso Netemo TL6 - Tratamento cirúrgico da fissura labial e palato unilateral. Estudo preliminar Prelector: Luís Torres Rodrigues TL13 - Derivação submandibular versus traqueostomia nos traumas faciais complexos Prelector: Luís Torres Rodrigues TL16 - Aspectos modernos da cirurgia plástica reconstrutiva Prelector: Kodirov Ahad TL12-Ecografia doppler nos vasos do pescoço Prelector: Yanela Pequero Bringuez 16h00 Fim dos trabalhos nesta sala 15 Terça-feira, 27 de Janeiro de 2015 SALA 2 09h00 Temas livres Moderador: Arlindo Chilumbo TL5 - Síndroma da apneia obstrutiva do sono Prelector: Maria de Fátima Caetano TL1 - Asma, diagnóstico e tratamento Prelector: Margarete Teixeira Arrais TL7 - Reacções adversas relacionadas com o tratamento da tuberculose Prelector: Maria Luísa Alfredo TL17 - Factores de risco cardiovascular em Angola: um estudo prospectivo em Angola Prelector: Miguel Brito 10h00 Conferência: Doenças genéticas em pediatria Moderador: Madalena Chimpolo Prelector: Jorge Sales Marques 10h30 Conferência: Fortalecimento dos laboratórios - conquistas e desafios para a acreditação dos laboratórios Moderador: Filomena Silva Prelector: Moisés Francisco 11h00Pausa 11h30 Conferência: Organização do banco de urgência Moderador: Conceição Pitra Prelector: António Marques 12h00 Conferência: Infertilidade conjugal Moderador: Pedro Almeida Prelector: Luís Ferraz 12h30 Conferência: Fístulas obstétricas Moderador: Abreu Pecamena Tondesso Prelector: Paolo Parimbelli 16 13h00 Conferência: Cirurgia reconstrutiva Moderador: Caetano Prata Prelector: Igor Vaz 13h30Pausa 14h30 Simpósios Moderador: Sandra Pereira • Ozonoterapia: Experiências em Angola – José Baeza Noci • Abordagem terapêutica da dor lombar em Angola – Adriano de Oliveira Moderador: Eunice Palmira Sebastião • A importância do montelucaste no controlo da asma – Margarete Arrais • Inibidores da DPP-4 no tratamento da diabetes: Sitaglitina – o que se sabe 8 anos depois? – Sabrina Cruz 15h30 Tema Livre Moderadora: Ermelinda Soito Ferreira TL14 - Avaliação do cumprimento do calendário vacinal em crianças dos 0-5 anos no Hospital Municipal de Capalanga-Viana Prelector: Esperança Correia da Silva 16h00 Fim dos trabalhos nesta sala Painéis Sistemas de informação • Sistemas de informação em saúde – José Carlos Batista do Nascimento e Silva • Informação sanitária em Angola – Daniel António A saúde em rede • A municipalização estruturante da descentralização da saúde – desafios actuais – Helga Freitas • A saúde em rede – conceito e evolução - representante de Cuba • O direito da cidadania como um imperativo ético-constitucional – Carlos Feijó A relação entre médico e doente na actualidade: a humanização e a alta tecnologia são compatíveis? • Competências dos médicos em humanização de cuidados de saúde – António Vaz Carneiro • Os curricula das Faculdades de Medicina e a humanização em saúde – Miguel Santana Bettencourt Mateus • A relação entre médico e doente sustenta-se numa relação ética – José Luís Biscaia • A percepção dos estudantes sobre a humanização e qualidade do atendimento – Carmen Van-Dúnem A literacia como factor de desenvolvimento da municipalização – o contributo dos médicos • A literacia como factor de empoderamento – Arlete da Visitação Borges • A literacia – experiências de Portugal – José Manuel Silva • A literacia – experiências do Brasil – Roberto Luís D´Ávila • Literacia e municipalização – um representante da OMS - AFRO A promoção da saúde e a prevenção como pilares primaciais do sistema de saúde • Sentido evolutivo do conceito “promoção da saúde – perspectiva mundial” – Isabel Loureiro • Promoção da saúde no contexto africano – Hernando Agudelo • Promoção da saúde e intervenção comunitária – Isilda Neves • Promoção no contexto do PNDS – Helga Freitas A experiência do Hospital Américo Boavida na certificação da qualidade pela norma ISO 9001 em quatro serviços clínicos – Lina Antunes/Carla Gonçalves Pereira Telemedicina em Angola • Angola SAT – Min. das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação • RAFT Angola – MINSA / Hospital Américo Boavida • CEAD / UAN – Américo Victorino Gestão da qualidade e reflexos na economia da saúde • A qualidade em saúde tem preço? – Correia de Campos • A economia da saúde: novas tecnologias e sustentabilidade do sistema de saúde – Francisco Ramos • A regulação na avaliação em saúde – Alberto Paca • A medicação sem acompanhamento médico e a sobremedicação como factores de não qualidade – Boaventura Moura A actividade clínica no cumprimento das metas referentes à saúde da mulher e da criança – um imperativo constitucional e uma resposta à “estratégia global para a saúde da mulher e da criança”, segundo a OMS • As intervenções prioritárias para reduzir a mortalidade materna e infantil em Angola – Adelaide Carvalho/Abreu Tondesso • Os riscos de vulnerabilidade nos adolescentes, crianças e mulheres em Angola – Ana Leitão • Estratégias de vigilância e investigação epidemiológica – Rosa Moreira • Experiência da província de Luanda – Rosa Bessa • Normas de orientação clínica com aplicação na mulher e na criança – António Vaz Carneiro As Parcerias Público-Privadas em saúde (PPP) • Experiência de Portugal – Paulo Salgado • Experiência de Angola – Luís Bernardino • Experiência do Brasil – Florentino Cardoso 17 Conferências • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 18 • • • • • • • • • • • A segurança do doente - José Fragata Cirurgia reconstrutiva - Igor Vaz Como mobilizar o financiamento para o sector da saúde - Roberto Iunes Doenças genéticas em pediatria - Jorge Sales Marques Educar é a nossa missão - Fundação Lwini Febres hemorrágicas - Peter Phori Financiamento em saúde e desenvolvimento económico - Roberto Iunes Fístulas obstétricas - Paolo Parimbelli Formação em oncologia cirúrgica em Angola - Lúcio Lara Santos Fortalecimento dos laboratórios: conquistas e desafios para a acreditação dos laboratórios Moisés Francisco Gestão eficiente de um hospital público - Alain de Wever Hemorragias digestivas - Fátima Vieira Lopes Hipertensão resistente à terapêutica - Armando Serra Coelho Infertilidade conjugal - Luís Ferraz Insuficiência renal - Suzana Costa Insuficiência respiratória aguda - Margarete Arrais Medicina de catástrofe - Kobi Peleg Neurocirurgia moderna para o tratamento, gestão e reconstrução após lesões traumáticas cerebrais - Benoit Pirotte O erro em medicina - José Fragata O papel do médico na melhoria da qualidade e viabilização de saúde - Afonso José de Matos O papel do médico na redução da sinistralidade rodoviária em Angola - Rui Capo Obesidade e doenças cardiovasculares - Eustáquio Gomes Organização do banco de urgência - António Marques Patologias do parto - Abreu Pecamena Tondesso Plano Nacional de Formação de Quadros - Aldemiro Vaz da Conceição, Director do Gabinete de Quadros da Casa Civil do Presidente da República de Angola, Ministro Política Nacional de Saúde – dos constrangimentos aos desafios - José Vieira Dias Van-Dúnem, Ministro da Saúde de Angola Promover a segurança e qualidade de saúde através da simulação baseada em educação médica - Amitai Ziv Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer da próstata - Carlos Manuel Dias Semedo Jesus Rastreio, diagnóstico e tratamento dos cânceres do útero e da mama - Fernando Miguel Segurança medicamentosa em Angola - Miguel Oliveira Tratamento da hipertensão arterial de difícil controlo: denervação renal - José Roberto Temas Livres Asma, diagnóstico e tratamento - Margarete Teixeira Arrais Aspectos modernos da cirurgia plástica reconstrutiva - Kidorov Ahad Avaliação do cumprimento do calendário vacinal em crianças dos 0-5 anos no hospital municipal de Capalanga – Viana - Esperança Correia da Silva Citologia vaginal para rastreamento do cancro do colo uterino: experiência do IACC- António Armando, Fernando Miguel Derivação submandibular versus traqueostomia nos traumas faciais complexos - Luís Torres Rodrigues Ecografia doppler nos vasos do pescoço - Yanela Pequero Bringuez Factores de risco cardiovascular em Angola: um estudo prospectivo em Angola - Miguel Brito • Medicina do golfe: o estado da arte - Rui Marques Sales • Micro-mapeamento da filaríase linfática e oncocercose em áreas co-endémicas de loa loa, na província do Bengo - Rossely Paulo • O exame médico do condutor e a segurança no trânsito - Rui Manuel Capo • Oftalmologia preventiva na criança - Isabel Alexandre • Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com neoplasia hematológica no IACC - Silvana Kurizemba • Protocolo reabilitador de atendimento do doente com lesão medular de etiologia traumática - Manuela Escolástica de Oliveira • Reacções adversas relacionadas com o tratamento da tuberculose - Maria Luísa Alfredo • Síndroma da apneia obstrutiva do sono - Maria de Fátima Caetano • Tratamento cirúrgico da fissura labial e palato unilateral. Estudo preliminar - Luís Torres Rodrigues • Trauma rodoviário. Prevenção - Roberto Arbelo • Um aceramento à abordagem à paralisia cerebral da reabilitação pediátrica - Eduardo Dunn Garcia • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Simpósios A importância do montelucaste no controlo da asma – Margarete Arrais Abordagem terapêutica da dor lombar em Angola – Adriano Oliveira Inibidores da DPP-4 no tratamento da diabetes: Sitaglitina – o que se sabe 8 anos depois? – Sabrina Cruz Ozonoterapia: experiências em Angola – José Baeza Noci, Emilio Lopez, Manuel António Gomes Sinergia no tratamento da dislipidemia – Serra Coelho Update TAC/ RM como exames complementares de diagnóstico – Alberto Vieira Posters Angiodisplasia em criança de 7 anos de idade internada no Hospital Pediátrico David Bernardino - Cristina de Oliveira, César Freitas Filomena Manuel Apresentação clínica de carcinoma renal com metástases ósseas dolorosas - Tomás Lázaro Rodríguez Collar Apresentação de um caso de pseudopuberdade precoce masculina - Luís Torres Rodrigues Caracterização das patologias associadas a síndromes febris em crianças menores de 5 anos no Hospital Pediátrico David Bernardino, de Fevereiro a Abril de 2014, em Luanda Cicatriz quelóide. Experiência dos cuidados em serviço de cirurgia Diagnóstico de situação da reabilitação no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário - Noélia Maria Teixeira Investigação do surto de cólera num estaleiro de construção - José M. Catalahali Prestação de serviços de saúde às populações de difícil acesso com equipas móveis e avançadas - Ramón Gonzalez Tarrago, Dália Portal, Yamila de Arma, Helga Reis Freitas, Adelaide de Carvalho Prevalência de pacientes com sequelas por acidente de trânsito no CMFR de Maio a Outubro de 2014 - Maribel Aguila Toledo Programa de formação do internato médico complementar de Medicina Física e Reabilitação - Colégio de Medicina Física e Reabilitação Serviço de informação dos medicamentos no Hospital Josina Machel / Maria Pia - Lúcia Gómez Fraga Trauma panfacial complexo. Conduta tomada de emergência e electiva. Apresentação de caso clínico - Luís Torres Rodrigues Tumor de Wilms. Caso clínico e revisão da literatura - Tomás Lázaro Rodríguez Collar 19 CURSOS PRÉ-CONGRESSO 21, 22, 23 e 24 Janeiro 2015 Assinale com X os cursos em que se inscreve LOCAL HORA COORDENADOR 8h30 – 16h30 8h30 – 12h30 Joseth Rita de Sousa e Mário Fernandes Fernando Miguel 8h30 – 18h30 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos 8h30 – 12h30 Vasco Sabino 8h30 – 12h30 Adelaide Matias e Maria José Reis 8h30 – 12h30 Rosa Calembe 8H30 – 12H30 Longina Negrin 8h30 – 12h30 Mário Conde Afonso Wete Matuba Filipe 21/01/2015 Manhã 8h30 – 12h30 9h30 – 18h00 Luís Mariano Miguel Bettencourt 21/01/2015 Tarde Tecnologias de informação e comunicação em saúde Trauma abdominal Urgência em urologia Abordagem da criança com febre Abordagem das manifestação hemorrágicas Colposcopia e rastreio do cancro do colo uterino Diabetes Mellitus: diagnóstico e tratamento Auditoria de mortes maternas Novas tecnologias em saúde INSP Clínica Girassol FM da UAN – HAB-SALA 2 HPDB HMP HAG CNO 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 Tiago Baptista e Manuel Laco .Júlio Neto Nilo Borja e Simão Bom Ano Francisco Domingos Mariquinha Moniz Carvalho INSP 14h00 – 18h00 Judite Ferreira Morgada Rodrigues e Eunice Palmira Adelaide de Carvalho e Isilda Neves EFTSL 14h00 – 18h00 Alexandre Lobo FM da UAN FM da UAN HJM – sala 1 FM da UAN HPDB 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 8H30 – 17H30 8h30 – 12h30 8H30 – 12H30 8h30 – 12h30 Milton Veiga Fernanda Dias Monteiro José Cordeiro Alves Lidia Voumard SAP João Paulo Conceição Adelaide de Carvalho e Isilda Neves 14h00 – 18h00 22/01/2015 Manhã Actualização em HIV Actualização em malária Actualização em medicina intensiva Dermatologia: Princípios Gerais e Tratamento Pediatria no ambulatório Perícia médica Actualizações em planeamento familiar Oftalmologia para clínicos gerais 20 HJM – sala 2 INSP IONA Isabel Alexandre 22/01/2015 Tarde Atendimento do queimado AVC: diagnóstico e tratamento Biossegurança nas unidades sanitárias Atendimento do politraumatizado Choque : diagnóstico e tratamento Dispepsia funcional e helicobacter pylori: diagnóstico e tratamento ETSL HJM – sala 1 INSP HJM – sala 2 HMP HMP 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 14h00 – 18h00 Valdemiro Diogo Elisa Inglês Filomena Silva e Moisés Francisco Leonardo Inocêncio Luís Filipe Borges Belmiro Rosa 23/01/2015 Manhã 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 14h00 – 18h00 8h30 – 12h30 8h30 – 12h30 Lina Antunes Colégio de gastrenterologia José Carlos Van-Dúnem e Suzana Bessa Henrique Batista e Silva 8h30 – 12h30 José Cunha e Paulo Salgado Colégio de Nefrologia Adelaide de Carvalho e Rosa Moreira 8h30 – 12h30 António Vaz Carneiro 24/01/2015 Manhã HP – Hospital do Prenda HNB – Hospital Neves Bendinha CRF – Centro de Reabilitação Física INLS – Instituto Nacional de Luta Contra o Sida INSP – Instituto Nacional de Saúde Publica HAG – Hospital Auguto N´gangula ETSL – Escola Técnica de Saúde de Luanda HPDB – Hospital Pediátrico David Bernardino CNO – Centro Nacional de Oncologia FM da UAN – HAB (Fac. de Medicina da Univ. A. Neto – Hospital Américo Boavida HMP – Hospital Militar Principal MLP – Maternidade Lucrécia Paim HJM – Hospital Josina Machel RESUMOS* COMUNICAÇÕES LIVRES TL1 - Asma, diagnóstico e tratamento Autor: Margarete Arrais Introdução: A asma é uma importante causa de morbidade crónica e de mortalidade em todo o mundo e existem evidências de que a sua prevalência tem vindo a aumentar consideravelmente ao longo dos últimos 20 anos, principalmente em crianças. Estima-se que, no mundo inteiro, existam mais de 300 milhões de indivíduos com asma. Trata-se de uma doença inflamatória crónica das vias aéreas caracterizada por episódios recorrentes de sibilos, dificuldade respiratória, aperto torácico e tosse, principalmente durante a noite ou de manhã cedo. Diagnóstico: Em geral, a asma pode ser diagnosticada com base na história clínica de um doente. A medição da função pulmonar através da espirometria fornece uma avaliação da gravidade, reversibilidade e variabilidade da limitação do fluxo aéreo e ajuda a confirmar o diagnóstico de asma. Tratamento: A meta do tratamento da asma é atingir e manter o controlo das manifestações clínicas da doença por períodos prolongados, pois é uma doença que não tem cura. Os fármacos para o tratamento da asma podem ser divididos em duas classes: aqueles que previnem ou revertem o processo inflamatório da asma, considerados como medicamentos controladores ou de manutenção (corticosteróides, principalmente os inalatórios); e aqueles que previnem ou revertem a contracção das vias aéreas, que são os medicamentos de alívio ou de resgate (broncodilatadores inalatórios de curta acção). TL2-Oftalmologia preventiva na criança Autor: Isabel Alexandre Introdução: O conhecimento das causas locais é a primeira medida para elaboração de estratégias para a redução local da cegueira na comunidade. O tema aborda as principais patologias oculares responsáveis pela cegueira e deficiência visual no recém-nascido e na criança, com o objectivo de apontar as medidas preventivas aplicáveis nos níveis de atenção primária. Metodologia: Fez-se uma pesquisa bibliográfica utilizando-se as palavras-chave: causas de cegueira, cegueira infantil, baixa visão infantil, oftalmia, neonatal, infecções oculares congénitas. Resultados: A perda visual é um importante problema de saúde pública com impacto em diferentes níveis (individual e colectivo) e com um custo económico e social muito elevados (custo global da cegueira, estimado em 2000, é de 42 bilhões de dólares, perspectivando-se um aumento para 110 bilhões em 2020). Os dados globais sobre cegueira e deficiência visual da OMS indicam: 45 milhões de cegos, 135 milhões de deficientes visuais sendo as crianças cegas em todo mundo 1 milhão e 400 mil. Nos países em vias de desenvolvimento vivem 90% das crianças cegas e estima-se uma incidência de 500 mil crianças cegas/ano. Apresentam-se as principais patologias responsáveis por cegueira e ou baixa visão destacando as causas mais frequentes nos países em vias de desenvolvimento. De modo geral, mais da metade das crianças cegas do mundo são-no por causas inevitáveis sendo 15% tratáveis e 28% preveníveis. Apresentam-se ainda dados estatísticos locais sobre as patologias oculares frequentes no recém-nascido e na criança localmente. Conclusões: O conhecimento das principais causas de cegueira e baixa visão no recém-nascido e na criança em idade pré-escolar é uma condição indispensável para elaboração de programas efectivos de prevenção da cegueira infantil no nosso meio. *Resumos recebidos até 12 de Dezembro de 2014 21 TL3 - Protocolo reabilitador de atendimento do doente com lesão medular de etiologia traumática Autor: Manuela da Conceição Escolástica de Oliveira Introdução: África é o segundo Continente mais populoso do Mundo, com mais de 800 milhões de habitantes, sendo estimado que mais de metade da população se concentrou nas cidades. Angola está dividida em 18 províncias, com uma aglomeração da população nas zonas de maior desenvolvimento económico e social. Luanda é considerada a cidade de maior densidade populacional. Preocupados com o índice de vítimas resultante dos acidentes de viação, que eleva de maneira relevante o índice de sinistralidade rodoviária, destacando-se os doentes politraumatizados e com sequelas de Trauma Vértebro-Medular, impõe-se a necessidade de melhorar o atendimento integral - desde o local do acidente até ao momento da reinserção social do paciente. Trata-se de estabelecer um programa de tratamento que diminua o número de complicações pós-trauma, que acelere o atendimento integral e permita conservar ou devolver a funcionalidade do indivíduo sem acarretar uma sobrecarga social, ou seja, implicando um número reduzido de incapacidades. A Lesão Vértebro-Medular é um dos episódios mais avassaladores e traumáticos que um ser humano pode vivenciar, obrigando a uma adaptação completa com dificuldades ou obstáculos. Pode ser considerada um grande problema de saúde pública. Material de Estudo: Foi realizado um estudo investigativo baseado na experiência dos médicos fisiatras no atendimento ao doente com Trauma Vértebro-Medular de etiologia Traumática, recorrendo a evidências da prática assistencial dos Hospitais Nacionais Américo Boavida e Centro de Reabilitação Física de Luanda. Métodos: Para concretizar o objectivo de elaboração do Protocolo Reabilitador de atendimento ao lesionado medular, aplicaram-se variáveis nominais qualitativas em doentes em tratamento reabilitador. Resultados: Apresentação de uma proposta de Protocolo Reabilitador no seguimento do doente com Trauma Vértebro-Medular de maneira a definir estratégias de intervenção ao nível dos hospitais nacionais e regionais em Luanda. Conclusões: Em função do crescente número de doentes observados com Lesão Vértebro-Medular e da deficiente intervenção ao nível da Reabilitação, propomos uma nova estratégia de atendimento reabilitador destes doentes de maneira a agir prontamente até ao logro de uma reintegração social com um mínimo de incapacidade. 22 TL4 - Uma abordagem à paralisia cerebral em reabilitação pediátrica Autor: Eduardo Dunn García Introdução: A paralisia cerebral é um grupo de transtornos do desenvolvimento da postura e do movimento que causa limitação da actividade, sendo atribuída a distúrbios não progressivos que ocorrem no cérebro fetal e infantil. Este grupo de doenças é, muitas vezes, a principal fonte de grande deficiência na população pediátrica em todo o mundo e também na população de Angola, embora nesta última os números não tenham ainda sido estimados. Certamente, a complexidade da sua gestão impõe um início na organização do diagnóstico e classificação, assim como algumas linhas necessárias para a sua abordagem terapêutica. Este continua a ser um tema amplo e complexo. Pretende-se, então, com este trabalho, divulgar o conceito actual de paralisia cerebral e alguns dos sistemas de classificação sugeridos para a sua classificação funcional, assim como mencionar a importância da terapia a desempenhar nestes pacientes, abandonando muitos dos antigos tratamentos convencionais, que incorporaram já o conceito do jogo para o tratamento de crianças com paralisia cerebral. A questão apresentada é baseada em informações obtidas nos últimos dez anos na área de reabilitação pediátrica publicadas em revistas de alto impacto. TL5 - Síndroma da Apneia Obstrutiva do Sono Autor: Maria de Fátima Caetano Os distúrbios do sono têm vindo a adquirir uma importância crescente nos últimos anos, nomeadamente a Síndroma de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), que, dada a sua prevalência e consequências clínicas, é actualmente considerada um problema de saúde pública. A hipersonolência diurna e as alterações neuropsicológicas secundárias a esta patologia são responsáveis por um elevado número de acidentes de trabalho e de viação. Por outro lado, a associação da síndroma a complicações cardiovasculares como a hipertensão arterial, a doença coronária e doença cerebrovascular é apontada como responsável pelo aumento da mortalidade e morbilidade nos doentes com SAOS. Por este facto, o seu diagnóstico e tratamento são fundamentais, embora os dados da literatura apontem que a SAOS ainda é subdiagnosticada devido ao desconhecimento tanto da parte dos médicos, como do público em geral. Afecta preferencialmente 4% dos indivíduos do sexo masculino, de meia-idade, na maioria obesos. Nas mulheres, é mais frequente em 2% pós-menopausa. Nas crianças a prevalência é de 2%. A obesidade, os hábitos alcoólicos, tabágicos e sedativos, as alterações crânio-faciais e orofaríngeas são factores de risco no desenvolvimento de limitação do fluxo oronasal. A SAOS é caracterizada por episódios recorrentes de obstrução da via aérea superior (VAS), condicionando ausência total (apneia) ou parcial (hipoapneia) do fluxo oronasal devido à incapacidade de manter a permeabilidade da VAS. A repetição dos episódios de apneia causam dessaturações, múltiplos despertares e microdespertares que fragmentam o sono e, como consequência, a sonolência diurna excessiva, alterações neurocognitivas e cardiovasculares. As queixas são referidas pelo doente ou cônjuge como: roncopatia, paragens respiratórias, nictúria, cefaleias matinais, hipersonolência diurna, défice de memória, impotência sexual. O diagnóstico deve iniciar-se por uma anamnese detalhada seguida de exame físico onde a obesidade, a hipertensão arterial, as alterações crânio-faciais e orofaríngeas são sugestivos de SAOS. A polissonografia é o exame do sono de referência que confirma o diagnóstico e a gravidade da SAOS. O tratamento da SAOS passa pela adopção de medidas gerais higieno-dietéticas, de abstinência alcoólica, tabágica e de sedativos, associadas à aplicação de pressão positiva contínua na VAS mediante um gerador de pressão, o CPAP. As medidas cirúrgicas da VAS e dispositivos intraorais são também opções terapêuticas nos casos ligeiros de SAOS. O CPAP é o tratamento de eleição para a SAOS grave, com maior eficácia e com evidência científica comprovada na remissão dos sintomas no risco cardiovascular na SAOS. TL6 - Tratamento cirúrgico da fissura labial e palato unilateral. Estudo preliminar Autor: Luís E Torres Rodriguez Introdução: As fissuras lábio-alvéolo-palatinas constituem uma das malformações congénitas que mais frequentemente afectam as estruturas faciais humanas. São defeitos anatómicos com um profundo impacto estético e funcional que levam a outras alterações. Objectivo: Apresentar cinco casos operados e expor a sua evolução pré e pós-operatório até à presente data. Materiais e métodos: Foram avaliadas doze crianças na consulta de cirurgia maxilofacial, com diagnóstico de fissura de lábio e palato unilateral completa, sendo operados cinco doentes. Fezse a avaliação em conjunto com a equipa de pediatria e anestesia, e foram levados para a unidade cirúrgica de forma electiva. Realizou-se a técnica de rotação e avanço modificada de Millard II na fissura de lábio em cinco doentes e recorreu-se à técnica de Waldir numa criança, conseguindo-se operar as duas doenças. Resultados: Cinco crianças foram alvo de intervenção: todas do sexo masculino, duas portadoras de fissuras lábio-alvéolo-palatinas unilaterais completas, um paciente com uma fissura labial incompleta, um outro paciente com uma sequela de uma cirurgia primária correctiva (defeito estético), um paciente alvo de cirurgia de palato com técnica de Waldir, já que havia sido diagnosticado com fissura de lábio e palato completa. Os cinco doentes estão a evoluir satisfatoriamente até à data. 23 Conclusões: Ficou demostrado que a técnica de rotação e avanço de Millard II tem as suas vantagens, sendo recomendada em fissuras unilaterais do lábio, pois verificaram-se resultados satisfatórios nas cinco crianças. A técnica de Waldir mostrou-se adequada na única criança a que se aplicou. Recomendação: A criação do protocolo em equipa multidisciplinar para o tratamento dos pacientes portadores de fissuras lábio-alvéolo-palatinas nas unidades de saúde onde exista a condição. TL7 - Reacções adversas relacionadas com o tratamento da tuberculose Autor: Maria Luísa Pereira de Alfredo Introdução: O tratamento da TB combina diferentes fármacos e tem os seguintes objectivos: curar o doente com TB; prevenir a transmissão do bacilo a outros indivíduos; prevenir as recidivas da doença; prevenir o desenvolvimento de resistência aos fármacos; prevenir o desenvolvimento de complicações (óbito e sequelas de doença). Combinações de fármacos: RHEZ, RHZ, EH, RHZ, RH. Esquemas de tratamento: Todos os esquemas de tratamento podem ser administrados diariamente, três vezes por semana ou em tratamento intermitente. Esquema I (padrão): RHEZ diariamente durante 2 meses, seguido de RH durante 4 meses, indicado para casos novos sem tratamento anterior. Esquema IR (reforçado): RHZE diariamente durante 2 meses, seguido de RHE durante 4 meses; formas de retratamento (recidiva pós-cura com E-I e retorno pós-abandono com E-I). Esquema II: RHZ diariamente durante 2 meses seguido de RH durante 7 meses: formas de TB meningoencefálica. Esquema III: SZEEt durante 3 meses seguido de EEt durante 9 meses: falência do E-I/E-IR (caso crónico) deve ser referenciado à US especializada para tratamento anti-TB de segunda linha. Grande parte dos doentes não apresenta qualquer reacção adversa (RA) relevante durante o tratamento. A ocorrência de RA leves varia entre 5% a 26% e as RA graves, que determinam a suspensão ou alteração no esquema terapêutico, variam entre 3% a 8%. Os factores de risco mais referidos para o desenvolvimento são: idade acima dos 40 anos, dependência química do álcool (ingestão diária de álcool acima de 80g/dia, desnutrição (perda de acima de 15% do peso corporal), história de doença hepática prévia, coinfecção pelo vírus do HIV. As RA mais frequentes do esquema HRZE são a mudança na coloração da urina (ocorre universalmente), a intolerância gástrica (40%), as alterações cutâneas (20%), a icterícia (15%) e as dores articulares (4%). Deve ter-se em mente que, quando a RA resultar de reacção de hipersensibilidade, por exemplo, de plaquetopenia, anemia hemolítica, insuficiência renal, etc.), o medicamento suspeito não deve ser reiniciado após a suspensão, pois na reintrodução, a RA é ainda mais intensa e grave. 24 TL8 - Trauma Rodoviário. Prevenção Autor: Roberto Arbelo Introdução: Face aos desafios na prevenção dos acidentes rodoviários, pela sua alta incidência tanto ao nível mundial como a nível local, e pelas suas múltiplas consequências, sendo aa mais graves uma alta mortalidade e taxa de invalidez, consideramos que são de grande interesse as abordagens a esta problemática da sociedade moderna. Material de Estudo: Revisão sistémica dos relatórios, informações, estatísticas e demais bibliografia local e mundial sobre o Trauma Rodoviário. Análises da população lesada no período 2003-2013 no País. Analisámos o triângulo epidemiológico: Hóspede-Agente-Meio Ambiente dos acidentes. Método: Realizou-se um estudo descritivo retrospectivo e transversal com cálculo das taxas (X 100 mil habitantes). Resultados: O estudo demonstrou as altas taxas de incidência de feridos e mortos em acidentes rodoviários, revelando que essa foi a segunda causa de morte da população entre os 22 e os 40 anos. Os factores causais mais comuns foram a deficiente formação dos condutores, a condução sob o efeito de álcool, o desrespeito das regras básicas rodoviárias, a ineficiência na aplicação da lei, e o défice construtivo e de iluminação nas vias. 80% dos casos eram de trauma fechado. Verificaram-se altos custos ao nível da atenção médica, seja por cuidados médicos ou por invalidez. Discussão: Os indicadores de mortalidade, invalidez e dos custos económicos são altos em todo o mundo, sendo que as nossas taxas são das mais elevadas, apesar dos esforços que se realizam para a sua diminuição. Pretendemos que o trauma seja considerado como um problema de saúde pública. Para isso, importa fomentar o debate e os conhecimentos dos profissionais da área da saúde e da sociedade em geral ao nível da prevenção e dos cuidados sobre algo que a todos afecta de uma forma ou de outra. Conclusão: O Trauma não é um acidente, pode ser evitado. Os riscos específicos que concorrem para a sua ocorrência são identificáveis e controláveis. É um problema actual, que, com o grande e acelerado desenvolvimento das estradas no país, pode futuramente aumentar. Propomos sugestões e recomendações para a prevenção e controlo do trauma e também apresentamos a bibliografia estudada. TL9 - Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com neoplasia hematológica no IACC Autores: Silvana Kurizemba, António Armando Introdução: O cancro da mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres no mundo. Objectivo: Descrever as características clínicas e demográficas de pacientes com diagnóstico de cancro da mama submetidas ao tratamento radioterapêutico em 2013 no Serviço de Radioterapia da instituição acima citada. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo transversal prospectivo. Os dados foram obtidos no banco de dados do Serviço de Radioterapia. Foram incluídos todos os casos com o diagnóstico de cancro da mama submetidos ao tratamento radioterapêutico no período de 01/01/2013 a 31/12/2013. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, topografia do tumor, estádio da doença e área de residência. Resultados: No período estudado foram tratados 71 novos casos de cancro da mama, o que corresponde a 31% de todos os casos no Serviço. Desses, 65% viviam na província de Luanda. Em relação à idade, 24% das pacientes tinham idade inferior a 40 anos, 65% entre os 40 e 65 anos de idade, e 11% tinham acima de 65 anos. Quanto ao estádio da doença, 59% das pacientes não apresentavam essa variável, 21% encontravam-se no estádio III e 17% no estádio II. Conclusões: Considera-se que o IACC é a única instituição hospitalar do país especializada no tratamento das neoplasias malignas. Os presentes resultados são uma amostra razoável para se determinar o perfil epidemiológico da paciente com cancro da mama no país. TL10-Citologia vaginal para rastreamento do câncer do colo uterino: experiência do IACC Autores: António Armando, Fernando Miguel Introdução: A citologia vaginal é o principal exame de rastreamento do câncer de colo uterino. Os países que implantaram esse método de rastreamento com taxa de cobertura de 80%, reduziram, tanto a incidência, quanto a mortalidade por câncer de colo uterino em 75%. É nesta perspectiva que o IACC tem realizada esses exames para beneficiar a população de risco. Objectivo: Apresentar os resultados dos exames citopatológicos analisados no laboratório de citologia do IACC em 2013. Materiais e métodos: trata-se de um estudo transversal retrospecto. Foram incluídos casos de citopalogia vaginal de pacientes que acorreram tanto para IACC quanto para a campanha de prevenção de colo uterino com o objectivo de realizar o exame. Resultados: Foram alisadas 2326 exames citológicos, dos quais 57% foram colectados no IACC e o restante em campanhas de controlo do câncer de colo uterino. Do total de casos analisados, 531 (22%) foram positivos. Esta positividade foi de 10,5% para os casos colectados no IACC e de 22,8% para os casos colectados nas campanhas. Conclusões: A alta proporção de casos positivos encontrados pode ser atribuída ao facto de o rastreamento no IACC ainda se encontrar nos anos iniciais, em que se detecta a maioria de população com alterações pela primeira a realizarem. Em programas de rastreamento coordenados e de longa duração, em que a maioria do grupo alvo já realizou mais de uma exame, a proporção de casos positivos é de 1%. 25 TL11-O exame médico do condutor e a segurança no trânsito Autor: Rui Manuel Capo Introdução: O acidente de trânsito é hoje considerado uma causa externa importante de morbimortalidade em todo o mundo. Em Angola, estima-se que seja a segunda causa de morte, depois da malária. O presente estudo de carácter descritivo do tipo transversal teve como objectivo avaliar a condição de saúde dos condutores na cidade de Luanda e determinar a sua aptidão médica para uma direcção veicular segura através de exames padronizados de medicina do tráfego. Como base legal, e por inexistência, em Angola, de critérios padronizados claros para estas avaliações, usou-se a Resolução 267 do Código de trânsito do Brasil que prevê procedimentos clínicos para aferir a aptidão física, mental e psicológica de condutores e candidatos a carta de condução. As avaliações foram feitas nas estradas da cidade de Luanda e em duas empresas, entre Novembro de 2013 e Janeiro de 2014, com os seguintes resultados finais: dos 333 condutores que participaram na pesquisa, 330 completaram as seis estações das avaliações médicas pela Brigada de Saúde na Estrada. Destes, 214 (65%) teriam sido considerados aptos no momento da avaliação, dos quais 19 (9%) teriam aptidão com redução do tempo de validade da carta de condução e 2 (1%) com restrição de condução nocturna. Um total de 116 (35%) teriam sido considerados temporariamente inaptos e encaminhados para reavaliação em consultas externas com diferentes especialistas. Os automobilistas referiram que não precisaram de efectuar nenhum procedimento médico para a obtenção do atestado médico para carta de condução, tendo obtido o documento a partir de vendedores de rua. Palavras-chave: Acidentes rodoviários, sinistralidade, prevenção de acidentes, legislação do trânsito. TL12-Ecografia doppler nos vasos do pescoço Autores: Yanela Peguero Bringuez, Iván Diaz Hernández Resumo: O físico Christian Doppler descreveu o efeito doppler utilizado no campo da medicina no diagnóstico não-invasivo de doenças vasculares. Ultra-som de troncos supra aórticos é muito importante para detectar lesões do sector extra craniano como são a causa aterosclerótica, inflamatória, glomus carótideo, roubo da subclávia, etc. Realizou-se um estudo descritivo e transversal de 30 pacientes (26 homens e 14 mulheres) que vieram à consulta de Angiologia com história de acidentes cérebro vasculares, sopros e massa cervicais palpável no período de Janeiro a Setembro do 2014. Foram detectados 15 pacientes com doença aterosclerótica esteno-oclusivas, 2 com lesões inflamatórias, 3 com roubo da subclávia, e em 8 pacientes não se observaram lesões. 26 TL13 - Derivação submandibular versus traqueostomia nos traumas faciais complexos Autor: Luís Torres Rodrigues Introdução: A derivação submandibular consiste na passagem do tubo endotraqueal da boca para o ambiente externo, entrando através do assoalho lateral da boca até fora através de uma incisão na pele da região submandibular. O cirurgião tem acesso livre para o controlo e a restauração da oclusão dentária, permitindo a realização de bloqueio maxilar, bem como a adequada redução de fracturas envolvendo a pirâmide nasal e o complexo naso-órbito-etmoidal. Denomina-se fractura panfacial quando a lesão compromete os terços superiores, médio e inferior da face, o que resulta numa perturbação grave da arquitectura facial. A traqueostomia é um procedimento realizado com o objectivo de criar uma abertura na traqueia através de uma incisão realizada no pescoço com a inserção de um tubo ou cânula para facilitar a passagem de ar para os pulmões. Objectivos: Dar a conhecer como se elabora o procedimento cirúrgico em equipa (anestesista e cirurgião maxilofacial) e relatar os casos realizados até à actualidade. Materiais e Métodos: Expõe-se o caso realizado, levado ao bloco cirúrgico de forma urgente por apresentar um diagnóstico de fractura panfacial complexo ao qual se fez uma derivação submandibular. Realizou-se a técnica descrita por Altemir e também muito bem comentada por Guevara Mantilla, Cano Tejada, Tenopala Villegas e Sánchez Toledo, seguindo as quatro etapas descritas pelos mesmos. Conclusões: Mostra-se a realização do procedimento cirúrgico onde se evidencia a obrigatória harmonização da equipa, anestesista e cirurgião, para se atingir a realização correcta do procedimento e garantir uma via aérea segura durante o protocolo cirúrgico planificado para cada doente. Não foram reportadas complicações no pré nem no pós-operatório nesta alternativa cirúrgica à traqueostomia. TL14 - Avaliação do cumprimento do calendário vacinal em crianças dos 0-5 anos no Hospital Municipal de Capalanga – Viana Autor: Esperança Correia da Silva Fundamento: A imunização é uma das mais importantes intervenções disponíveis para prevenção das doenças com melhor custo-benefício. Constitui uma componente obrigatória dos programas de saúde pública através do calendário vacinal. Objectivo: Avaliar o cumprimento do calendário vacinal e identificar os factores relacionados com a não imunização de rotina. Material e métodos: Foi realizado um estudo observacional transversal que incluiu 393 crianças entre os 0 e os 5 anos atendidas no Hospital Municipal de Viana - Capalanga ao longo do trimestre de Julho a Setembro de 2013. Todas as mães das crianças incluídas no estudo foram alvo de um questionário. Resultados: O cumprimento do calendário vacinal foi de 79,4%. Relativamente às vacinas Penta 1, 2 e 3, o cumprimento foi de 98,8%, 97,7% e 90,9%, respectivamente. A taxa global de incumprimento do calendário vacinal foi de 65,7%. Além do grupo etário dos 0-5 meses (43 vs. 17%; p=0,0001) e dos moradores do bairro de Luanda sul (2,9 vs. 1,9%), todos os outros grupos etários e bairros registaram níveis elevados de atraso no cumprimento do calendário vacinal e, até mesmo, do seu abandono. As mães escolarizadas (34,7 vs. 1%; p=0,009), com menor número de filhos (24,7 vs. 9,6%; p=0,0001) e com emprego não fixo (55 vs. 44%; p=0,00001) foram as que mais cumpriram o calendário. A falta de conhecimento (9,3 vs. 56,7%; p=0,001), a distância (7,4 vs. 58,7%; p=0,004), a ocupação laboral (6,1 vs. 59,6%; p=0,004) e a falta de meios financeiros (3,2 vs. 62,5%; p=0,018) não foram associados ao incumprimento do calendário vacinal. Em 39,4% dos casos, as mães não declararam o motivo do incumprimento. Conclusão: Para obtermos maior êxito no cumprimento do calendário vacinal, cabe aos profissionais de saúde participar mais activamente na busca de crianças com vacinas em atraso, por meio da revisão sistemática dos cartões, de palestras ministradas à população e de uma maior efectividade nas visitas domiciliares. Palavras-chave: Cumprimento vacinal - Imunização de rotina - Factores de risco 27 TL15 - Micro-mapeamento da filaríase linfática e oncocercose em áreas co-endémicas de loa loa, na província do Bengo Autores: Rossely Paulo, Tom Unnasch, Robert Novak, Benjamin Jacob Conceitos-chave: Loa loa, Filaríases, Angola Introdução: A co-distribuição de Loa loa (loíase ou verme do olho) é um entrave significativo para o programa de eliminação da filaríase linfática e da oncocercose em Angola, devido ao potencial risco de efeitos adversos graves associados à administração de ivermectina em indivíduos com Loa loa. Isto tem implicações significativas não só para as campanhas de administração de medicamentos em massa, como também para estratégias alternativas que possam ser necessárias nas áreas seleccionadas. Umas das áreas de maior risco de Loa loa é o município de Dande, província do Bengo, no norte de Angola, sendo considerada historicamente uma área com casos significativos de filaríase linfática e oncocercose. Objectivos: Para melhor determinar a estratégia de um tratamento mais seguro nesta área, foi realizado um estudo de micro-mapeamento das filaríases para compreender a sobreposição geográfica das três doenças em causa. Dados de satélite GIS foram utilizados para fornecer informação empírica sobre os vectores e os parasitas. TL16 - Aspectos modernos da cirurgia plástica reconstrutiva Autores: Kodirov Ahad, João Caratão, Eduardo Kedisobua Resumo: Hoje em dia, como nos anos anteriores, o número de pessoas que sofrem os efeitos das queimaduras continua a crescer de forma constante. Embora o uso de métodos modernos de tratamento tenha reduzido significativamente a mortalidade de pacientes com queimaduras profundas, os problemas com o crescente número de pessoas com deficiência continuam sem solução. Na sua maioria, são casos de pessoas de idade que desenvolveram complicações pós-queimaduras na forma de contracturas, defeitos de tecidos (cicatrizes e quelóides) e úlceras tróficas nos seus locais de trabalho. Neste sentido, a reabilitação destes pacientes é de grande importância socioeconómica e, hoje em dia, uma tarefa urgente. Os efeitos mais comuns de queimaduras extensas profundas são graves contracturas e deformidades nos membros, o que leva à interrupção das suas funções, e, por vezes, à incapacidade total do paciente. A reconstrução da perda de funções das articulações afectadas é uma das principais áreas da cirurgia plástica reconstrutiva. De acordo com diversos autores da especialidade, 40 a 75% dos pacientes submetidos a queimaduras profundas exigem intervenção da cirurgia plástica reconstrutiva. As consequências das graves contracturas e deformidades, como uma disfunção das extremidades, bem como defeitos estéticos, contribuem para a perturbação do estado mental e emocional dos pacientes, levando a um sentimento de insegurança, inadequação, desmotivação e à redução das oportunidades de emprego, assim como à discriminação, contribuindo para o desenvolvimento de doenças de origem psicossomática, depressiva e relacionadas com a ansiedade. TL17 - Factores de risco cardiovascular: um estudo prospectivo em Angola 28 Autores: Miguel Brito, Michelle Stanton, David Molyneux, Louise Kelly-Hope Conceitos-chave: Hipertensão, Factores de risco cardiovascular. Introdução: A saúde da população em Angola reflecte o duplo desafio epidemiológico entre as doenças infecciosas e o surgimento de doenças não transmissíveis e as suas determinantes sociais e biológicas. Em Angola, com uma sociedade marcada por um crescimento económico extraordinariamente rápido, logo, com grandes mudanças comportamentais, as doenças cardiovasculares representam já a segunda causa de morte. Objectivos: medição de tendências nas determinantes das doenças cardiovasculares como o tabagismo, consumo de álcool, índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ) e pressão arterial, dois anos após uma avaliação inicial de base populacional. Material e Métodos: O estudo foi realizado na área de estudo do Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), que monitoriza através de um Sistema de Vigilância Demográfica mais de 60.000 pessoas em três comunas do município do Dande, província do Bengo. Seguindo a metodologia STEPS (STEP wise approach to surveillance) da Organização Mundial de Saúde, uma amostragem aleatória estratificada por sexo e idade permitiu o recrutamento de 1.464 indivíduos em 2011. Os mesmos indivíduos foram contactados em 2013 e, desses, 303 foram avaliados utilizando a mesma metodologia. POSTERS P1 - Angiodisplasia em criança de 7 anos de idade internada no Hospital Pediátrico David Bernardino Autores: Cristina de Oliveira, César Freitas, Filomena Manuel Angiodisplasias ou ectasias vasculares são lesões vasculares degenerativas caracterizadas pela presença de dilatações tortuosas do plexus vascular submucoso geralmente encontradas na parede intestinal de pacientes na terceira idade. Nessa idade, é uma das causas de hemorragia baixa recorrente, com predomínio do sexo masculino e poucos casos descritos em crianças nas idades de 2 a 15 anos. Retratamos o caso de uma criança de 7 anos de idade, do sexo masculino, internada no HPDB na sequência de um quadro de hemorragia digestiva baixa recorrente. Foi trazida à urgência dois dias depois do início da sintomatologia, caracterizada por dor abdominal intensa de aparecimento súbito e dejecções pastosas e fétidas, com abundante muco e sangue, sem febre nem vómitos. Tinha antecedentes de dois internamentos aos 6 anos de idade com 6 meses de intervalo por rectorragia, tratada com metronidazol. Ao longo do exame físico, a criança revelou um bom estado geral, apresentando-se afebril, com mucosas coradas, sem dispneia e pulso normal. À inspecção do ânus, não se observavam fissuras ou hemorróidas. Exames complementares realçaram uma anemia microcítica. Durante o internamento (14 dias), a hemorragia melhorou espontaneamente e a dor abdominal abrandou 48 horas depois do início da toma de omeprazol. A endoscopia digestiva alta realizada revelou-se normal e a colonoscopia revelou alterações na vascularização submucosa compatível com angiodisplasia ou ectasia vascular. P2 - Prevalência de pacientes com sequelas por acidentes de trânsito no CMFR, de Maio a Outubro de 2014 Autor: Maribel Aguila Toledo Introdução: Os acidentes do trânsito são um problema crescente de saúde pública que afecta desproporcionalmente os grupos vulneráveis de usuários de vias públicas (pedestres, ciclistas e usuários de automóvel de duas rodas), especialmente os pobres. Todos os anos morrem mais de 1,2 milhões de pessoas nas vias rodoviárias do mundo todo, e entre 20 a 50 milhões sofrem traumatismos não mortais. Angola ocupa a terceira posição na lista de países com mais acidentes de trânsito no mundo, com um recorde em Setembro de 2010 de 10529 acidentes, de que resultaram 2493 mortos e 9915 feridos. Motivados pela importância do tema, traçamos como objectivo fundamental deste trabalho determinar a prevalência de pacientes com sequelas de acidentes de trânsito atendidos no CMFR de Maio a Outubro deste ano. Material de estudo: Foi realizado um estudo descritivo com carácter retrospectivo. A amostra foi composta por 28 pacientes aos quais se fez uma encosta. Métodos: Para atingir o objectivo foram utilizadas as variáveis nominais quantitativas e qualitativas. Os resultados foram expressos em tabelas e gráficos para melhor entendimento, usando percentagem e números absolutos. P3 - Apresentação de um caso de pseudo-puberdade precoce masculina Autor: Luís Torres Rodrigues Introdução: A avaliação de uma criança com puberdade precoce implica numa anamnese e exame físico cuidadosos, que podem, por si só, fornecer elementos importantes para o diagnóstico etiológico. Um aspecto de fundamental importância é a caracterização do processo como central (puberdade precoce verdadeira) ou periférico (pseudo-puberdade precoce), pois a abordagem difere tanto do ponto de vista etiológico como do terapêutico. Com uma avaliação laboratorial coerente baseada nas probabilidades etiológicas, é possível chegar-se a um diagnóstico com bastante precisão. Material de Estudo: Apresenta-se uma criança de sete anos com pseudo-puberdade precoce de causa adrenal. Resultados: A. A. D. sexo masculino, sete anos, apresentando sinais compatíveis com puberdade 29 precoce: acne e pêlos pubianos. Antecedente do início da puberdade aos 3 anos, de acordo com o relato dos pais na consulta. Os parentes negam qualquer tratamento até ao momento actual. Refere cefaleias e dores ósseas frequentes. Ao interrogatório constata-se a voz semelhante à de um adulto. Durante o exame físico detecta-se: aumento da massa muscular para a idade; desenvolvimento genital completo (estágio de Tanner 5); cabelo pubiano e pénis semelhante aos do adulto; testículos hipotróficos. Os exames laboratoriais revelaram: Testosterona: 3,7 ng/ mL (0,1-0,2); TSH: 5,9 mUI/ mL (0,4-4,2); T4 Total: 8,7 mcg/ dL (5,1-14,1); FSH: 0,5 mUI/ mL (1,5-12,4); LH: 0,1 mUI/ mL (0,1-6,0); Prolactina: 11,2 ng/mL (2,1-17,7); TAC de abdómen: sem contraste - massa heterogénea com áreas císticas e calcificadas na topografia da adrenal direita, de dimensão 6.1 x 5.2 cm; com contraste: massa heterogénea com áreas císticas, realce pós-contraste que desloca inferiormente o rim direito. Discussão e Conclusão: O diagnóstico da neoplasia adrenocortical depende da identificação de massa adrenal por meio da ultra-sonografia, tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM). A ultra-sonografia abdominal, embora seja um método operador-dependente, tem sido efectiva na identificação de massas adrenais, particularmente em crianças e em pacientes magros. Os carcinomas adrenocorticais são tumores raros, com incidência de 1-2 por milhão de pessoas por ano. Os pacientes com carcinomas adrenocorticais tendem a apresentar uma evolução rápida e progressiva dos sinais clínicos de hipercortisolismo, muitas vezes coexistindo com sinais de virilização (tumores de secreção mista). P4 – Apresentação clínica de carcinoma renal com metástases ósseas dolorosas 30 Autor: Tomás Lázaro Rodríguez Collar Introdução: O carcinoma renal apresenta-se com frequência com sintomas não dependentes do sistema geniturinário, os quais incluem as manifestações das metástases à distância. Objectivo: Apresentar um caso com diagnóstico imagiológico de carcinoma renal, com manifestação inaugural caracterizada por dor causada por metástases ósseas. Métodos: Paciente feminina de 44 anos de idade que acorreu ao banco de urgência por dor lomboabdominal e da articulação sacroilíaca esquerdas, com dificuldade para a marcha, astenia e perda de peso significativa de 8 meses de evolução. Durante o exame físico em decúbito lateral direito preferencial, apresentava mucosas húmidas e hipocoradas, e, no abdómen, dor à palpação profunda em flanco e fossa lombar esquerdos sem visceromegalias. Revelava dor mediante a mobilização do membro inferior esquerdo, ao nível da articulação coxofemoral, em todas as direcções. Resultados: Constatou-se anemia de 7,3 g/dl, e, na ecografia abdominal, uma lesão expansiva de aspecto tumoral no rim esquerdo. A tomografia axial computorizada do abdómen confirmou o tumor renal esquerdo, melhor realçado no exame contrastado, e lesões osteolíticas extensas na 12.ª costela, sacro e ilíaco esquerdo. Discutiu-se o caso no colectivo médico e, por se tratar de um caso em estádio avançado, decidiu-se remeter ao hospital de oncologia para tratamento onco-específico paliativo. Conclusões: As metástases ósseas dolorosas são uma forma de apresentação clínica infrequente do carcinoma renal, e, quando são múltiplas e extensas, limitam as opções terapêuticas, tornando o prognóstico sombrio. P5 – Tumor de Wilms. Caso clínico e revisão da literatura Autor: Tomás Lázaro Rodríguez Collar Introdução: Os tumores renais malignos representam 6% de todos os cancros na infância, sendo o tumor de Wilms o mais frequente, com 95% dos casos. Objectivo: Apresentar um novo caso com diagnóstico de tumor de Wilms, o tratamento aplicado e rever a literatura sobre o tema. Métodos: Paciente feminina de 2 anos e 8 meses de idade trazida à consulta externa de Urologia pela mãe, que palpou um tumor na parte esquerda do abdómen, durante o banho. Não tinha outros sintomas. Ao exame físico reforçou-se a existência de uma massa tumoral de entre 8 a 9 cm de diâmetro, de superfície irregular, movível e não dolorosa, ao nível do flanco e fossa ilíaca esquerdos. Resultados: A ecografia abdominal relatou uma lesão sólida, heterogénea e vascularizada, ao nível da porção média do contorno externo do rim esquerdo. Na tomografia axial computorizada comprovouse que realçava, ligeiramente, com o contraste endovenoso. Os restantes órgãos abdominais revelaram-se normais e não foram detectadas adenomegalias. A radiografia do tórax era normal. Fez-se nefrectomia radical esquerda via transperitoneal, constatando-se múltiplas adenopatias mesentéricas. Evoluiu satisfatoriamente. O estudo histopatológico evidenciou um tumor de Wilms com aérea focal de anaplasia. Os gânglios mesentéricos estudados foram informados como reactivos. Remeteu-se para avaliação oncológica em centro especializado. Conclusões: O diagnóstico clínico-imagiológico precoce, a nefrectomia radical transperitoneal e o tratamento adjuvante com quimio e/ou radioterapia são elementos fundamentais no prognóstico do tumor de Wilms. P6 – Diagnóstico de situação da reabilitação no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário Noélia Maria Teixeira A prevalência da deficiência grave - cerca de 10 % - é aceite na maioria dos países do mundo. Nenhum país escapa à tendência do seu aumento enquanto elemento associado ao envelhecimento da população. Angola não dispõe de estudos sobre a prevalência da deficiência, mas, não longo da última década, tem-se registado um aumento da expectativa de vida como consequência da melhoria da sobrevivência das doenças infecto-contagiosas - a primeira causa de doenças e morte. Também se observa um aumento de doenças crónicas não transmissíveis como parte da transição epidemiológica. O objectivo do trabalho é conhecer a situação actual da Medicina Física e Reabilitação em Angola. Material de estudo: Um estudo descritivo para conhecer a situação actual da Medicina Física e Reabilitação. A amostra foi composta pelas 18 províncias. As variáveis investigadas foram a distribuição de Serviços de Reabilitação segundo os níveis de atenção e por províncias. Métodos: Para alcançar esse objectivo foram utilizadas as variáveis nominais quantitativas e qualitativas. Os resultados foram expressos em tabelas e gráficos para um melhor entendimento, usando percentagens e números absolutos. Resultados: O país conta somente com 28 instituições públicas com serviço de MFR, distribuídos da seguinte maneira: seis serviços em atenção primária, quinze serviços em atenção secundária (onde se incluem os CMFR), e sete em terceiro nível. Observou-se que apenas 1,17% das 513 instituições primárias contam com algum Serviço de Reabilitação. A província com mais desenvolvimento é Luanda, com nove centros para 32% do total de serviços com que conta o país. De salientar que existem três províncias que não possuem quaisquer Serviços de Reabilitação. Encontram-se a trabalhar nas instituições do MINSA dez médicos especialistas em Fisiatria, oito dos quais em Luanda e dois nas outras províncias. A situação dos licenciados em Fisioterapia e técnicos médios é mais favorável: trabalham na rede de serviços públicos do país 276 profissionais técnicos superiores e médios, sendo 111 licenciados graduados nas universidades privadas do país e no exterior. P7 – Programa de formação do internato médico complementar de Medicina Física e Reabilitação Autor: Colégio de Medicina Física e Reabilitação Introdução: Pela primeira vez em Angola, e à luz da sensibilização face aos conhecimentos acrescidos noutras Ciências da Medicina Moderna, pretende iniciar-se em 2015 o Programa de Formação do Internato em MFR. O especialista em Medicina Física e Reabilitação é o médico especializado no diagnóstico, prevenção, tratamento e integração da pessoa com distúrbio funcional, congénito ou adquirido, agudo ou crónico, temporário ou permanente. O Fisiatra é o coordenador da equipa de Reabilitação, devendo possuir conhecimentos e competência sobre o trabalho em equipa, liderança de equipas e estratégias de comunicação. A ênfase da especialidade é colocada na maximização do potencial físico, cognitivo, social e vocacional na promoção da saúde, prevenção das complicações secundárias e no controlo da dor. Material de Estudo: Tomando como base os Programa de formação das reconhecidas Universidades Médicas em Madrid-Espanha, Lisboa-Portugal e Havana-Cuba, foi conformado um programa de internato com uma duração total de 3 anos, com uma carga horária de 7776 horas. 31 P8 – Serviço de informação dos medicamentos no Hospital Josina Machel-Maria Pia Autor: Lucia Gómez Fraga Resumo: A informação sobre medicamentos é uma actividade inerente e inseparável dos serviços farmacêuticos. Como actividade formal, ou informal, o pessoal da farmácia sempre atende às preocupações de médicos, doentes e da comunidade em geral sobre os medicamentos. Quando esta actividade é estruturada como um sistema organizado que permite, além de responder às necessidades de informação que surgem na instituição hospitalar, a divulgação contínua de informação científica, experiência e dados, de forma eficaz e em tempo útil, tanto a equipe do hospital e outros que exigem o uso sábio de medicamentos, por meio de actividade que o suporta, podemos afirmar que se estabeleceu um Serviço de Informação de Medicamentos. As únicas condições materiais que necessitem de autorização para o Serviço de Informação de Medicamentos são a existência de bibliografia cientificamente apoiada e actualizada. Dada a importância desta actividade, decidiu-se assumir a tarefa de projectar, no nosso hospital, um serviço de informação sobre medicamentos. P9 – Caracterização das patologias associadas a síndromes febris em crianças menores de cinco anos, no Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, de Fevereiro a Abril de 2014 32 Introdução: Inúmeras doenças de natureza infecciosa cursam com hipertermia. O diagnóstico e tratamento da malária, utilizando os antipalúdicos em pacientes não testados ou negativos, constituem preocupação que merece explicação. O objectivo do estudo foi de caracterizar as patologias associadas a síndromes febris. Metodologia: Realizou-se um estudo de corte transversal descritivo no Hospital Pediátrico David Bernardino em <5 anos de idade com síndrome febril, atendidos no banco de urgência, de Fevereiro a Abril de 2014. Crianças <5 anos, com temperatura axilar ≥ 37.5ºc, com o consentimento informado dos pais, foram incluídas no estudo e excluídas todas aquelas com doença crónica conhecida. Questionários estruturados foram utilizados em entrevista face a face aos responsáveis das crianças elegíveis para recolha de dados sociodemográficos. Os diagnósticos e os dados clínicos foram confirmados pelos resultados dos testes laboratoriais. Todas as crianças foram testadas para a Malária, Dengue, Hepatite B, VIH e Chikungunya, usando testes rápidos de diagnóstico (TRD). Os TRD para Rotavirus e reacção de Widal foram realizados apenas em crianças com febre, diarreia e vómitos. Exames químicos e microscópicos de urina foram realizados em pacientes com queixas urinárias. Pacientes com queixas respiratórias foram submetidos a exames radiológicos do tórax se o pediatra achasse necessário. Resultados: Foram incluídas na análise 421 crianças. A mediana de idade das crianças foi de 17 meses e das mães de 28 anos. Mais de 40% das mães tinham o nível secundário de escolaridade. Todas as crianças receberam um diagnóstico clínico inicial em que malária e as pneumopatias prevaleceram com 361 (84,7%) e 50 (11,7%), respectivamente. Depois de se terem feito os testes laboratoriais, a malária foi positiva em apenas 72 (16,9%); Pneumopatias confirmadas em 29 (6,8%), Rotavirus 23 (5,4%); Dengue 16 (3,8%); VIH 9 (2%); Chikungunya 6 (1,4%); Meningite 2 (0,5%); Febre tifóide e Hepatite B com 1 caso cada (0,2%). Duzentos e sessenta dos pacientes testaram negativos para todos os tipos de testes. A infecção urinária foi mais frequentes em menores 2 anos com 5/8 casos. Tosse, diarreia e vómitos foram sintomas mais comuns. Dois dos sete óbitos registados durante o estudo deveu-se a malária, enquanto que a meningite contabilizou três e as pneumopatias os outros dois . Conclusões: A malária constituiu 16,9% de todos os síndromes febris atendidos no período em estudo, seguido das doenças respiratórias com 6,8%. As arboviroses como a Dengue e Chikungunya também contribuíram significativamente para o fardo dos síndromes febris. Mais de 200 pacientes tiveram teste negativo para qualquer um dos testes efectuados e terminaram apenas com o diagnóstico clínico, em que a malária teve prevalência de 84,7%, evidenciando a necessidade de inclusão de mais testes bacterianos e virais para a caracterização dos síndromes febris. P10 – Investigação do surto de cólera num estaleiro de construção Autor: José M. Catalahali Introdução: Problemas de saúde enfrentados pelos trabalhadores da construção civil migrantes são muitas vezes negligenciados. Em 23 de Fevereiro de 2013, a Repartição Municipal de Saúde de Viana foi notificada de 15 trabalhadores da construção civil no Zango 5 internados com diarreia aquosa aguda no hospital. Realizamos uma investigação para identificar os casos, a fonte de infecção e recomendar medidas de controlo. Metodologia: Foi realizado um estudo caso-controle, não pareado 1:1. Um questionário sob forma de entrevista foi administrado para colectar dados sobre o tempo, pessoa, lugar e os factores de risco associados. Todos os casos foram incluídos no estudo. Os controlos foram colegas de trabalho dos casos sem diarreia durante o período de estudo. Foi realizada uma avaliação sanitária para identificar possíveis fontes de infecção. Sete amostras de fezes foram colectadas em meio Cary Blair para cultura. Resultados: No final do surto registaram-se 94 casos e três óbitos, o que representa uma taxa de letalidade de 3,1%. A empresa construtora tem os seus estaleiros no Zango 5, com cerca de três mil trabalhadores aquartelados, recrutados a partir de três províncias. Uma média de 18 trabalhadores dorme em cada dormitório. A avaliação sanitária mostrou condições de higiene precárias, tais como maus chuveiros, sistema de latrina ruim e procedimentos. As fossas foram construídas a 50 metros dos tanques de água. Eles estavam usando a água do rio Kwanza, armazenada em tanques e canalizada para torneiras sem tratamento prévio. Todos os casos e controles eram trabalhadores do sexo masculino. A mediana de idade era de 23 anos (IQR 20-26) e 63 (67%) eram analfabetos. Os doentes foram tratados no Centro de Tratamento de Cólera, os outros foram transferidos para um lugar mais limpo. A faixa etária mais acometida foi a de 20-29 anos. Curva epidémica, com um pico foi notável. Factores independentes associados à cólera foram: nenhum conhecimento sobre como prevenir a cólera [OR: 7,4 (IC :2.5-45 0,5)], a história de ter contacto com alguém com diarreia [OR: 13,5 (IC :5.8-31 0,2)] e não ter concluído pelo menos o ensino primário [OR: 0,3 (IC: 0,28-0,5)] foram factores independentes associados à cólera. Vibrio cholera O1, serotipo Ogawa, foi identificado nas sete amostras de fezes. O laboratório não foi capaz de analisar amostras de água. O controlo do surto foi feito em tempo oportuno. Conclusão: A falta de conhecimento sobre a doença fez com que se disseminasse de pessoa a pessoa facilitada pelas más condições sanitárias. P11 - Prestação de serviços de saúde às populações de difícil acesso com equipas móveis e avançadas Autores: Ramón Gonzalez Tarrago, Dália Portal, Yamila de Arma, Helga Reis Freitas, Adelaide de Carvalho. Resumo: Pretende-se apresentar as actividades desenvolvidas nos Serviços Municipais de Saúde com destaque para as equipas móveis e avançadas com o apoio da equipa de reforço dos cuidados primários de saúde da cooperação cubana (Trios de APS). O mesmo faz um breve resumo histórico, conceitos da municipalização, pacote integrado de serviços de saúde prestado pelas equipas móveis. A partir desta abordagem mostra-se a importância das acções desenvolvidas pelas equipas móveis e avançadas, contribuindo para a eficiência e a equidade do Serviço Nacional de Saúde. Relaciona e contextualiza a disponibilidade do pacote de cuidados e serviços de saúde, a melhoria dos indicadores de saúde, incluído o seu financiamento pelas administrações municipais. Palavras-chave: Cuidados Primários de Saúde, municipalização, equipas móveis e avançadas; 33 34 Anotações 35 Anotações Alto Patrocínio REPÚBLICA DE ANGOLA REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO da SAÚDE Organização Expositores e Patrocinadores Master Expositores e Patrocinadores Platina Expositores e Patrocinadores Ouro Media Partner