1 FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO III SEMINÁRIO DE PESQUISA DA FESPSP SUBPROJETO: BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DESENVOLVEM A SUA FUNÇÃO SOCIAL? Diego Martins Aragão da Silva (Bolsista de Iniciação Científica - UNIRIO) – [email protected] Prof.ª MSc Daniele Achilles Dutra da Rosa (Orientadora) - [email protected] PROJETO: AS BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO: UM RECORTE DE SUA SITUAÇÃO Rio de Janeiro 2014 2 FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO III SEMINÁRIO DE PESQUISA DA FESPSP SUBPROJETO: BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DESENVOLVEM A SUA FUNÇÃO SOCIAL? Diego Martins Aragão da Silva Prof.ª MSc Daniele Achilles Dutra da Rosa (Orientadora) PROJETO: AS BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO: UM RECORTE DE SUA SITUAÇÃO Projeto de pesquisa submetido ao colegiado do Departamento de Estudos e Processos Biblioteconômicos (DEPB) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Linha de Pesquisa: Cultura e Sociedade Área de Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas Subárea: Biblioteconomia Rio de Janeiro 2014 3 Resumo Apresenta um breve panorama das Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro como mediadoras entre a informação e o usuário e que se encontra em constante renovação, buscando um paralelo com a sociedade. O subprojeto: Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro desenvolvem a sua função social?; ressalta e questiona as ações desenvolvidas no âmbito das Bibliotecas Públicas, o que significa promover reflexões de quanto e como essas bibliotecas vem atuando. O objetivo geral é incentivar o questionamento da função social e institucional exercido na sociedade. Após o levantamento e o mapeamento dos dados, chegaremos a uma conclusão da missão e dos objetivos da Bibliotecas Públicas e qual é o estado atual no desempenho social dessas instituições. Busca objetivar o questionamento da função social e institucional dessas bibliotecas, trabalhando juntamente com questões ligadas ao seu reconhecimento institucional e sua própria função social. Tece elementos que constituem sua definição (seu caráter) institucional e social, bem como indica aspectos que podem formar e fomentar transformações na identidade da Biblioteca Pública do Município do Rio de Janeiro. Conclui que existem possibilidades criativas para implementar soluções que possibilitarão o fortalecimento de sua identidade e na sua função social. Palavras-chave: Biblioteca Pública. Biblioteca Pública – função social. Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro. 4 SUMÁRIO 1 2 3 3.1 3.2 4 5 6 INTRODUÇÃO................................................................................................ BIBLIOTECAS PÚBLICAS........................................................................... OBJETIVOS..................................................................................................... OBJETIVO GERAL.......................................................................................... OBJETIVO ESPECÍFICO................................................................................. JUSTIFICATIVA............................................................................................. METODOLOGIA............................................................................................. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO SUBPROJETO............................. REFERÊNCIAS............................................................................................... 5 8 12 12 12 13 16 18 19 5 1 INTRODUÇÃO A Biblioteca Pública mudou a sua maneira de atuar na sociedade. Baseando-se na linha de pesquisa sobre o levantamento informacional das Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro do projeto “As Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro: um recorte de sua situação”, que seria definir a Biblioteca como mediadora entre a informação e o usuário e também ser responsável pela transformação da realidade de um indivíduo ou grupo. Esse subprojeto aborda o reconhecimento do poder institucional baseado no conceito presente no manifesto da UNESCO (1962, p. 158-62) que indica que a Biblioteca Pública é uma “força em prol da educação e da informação e um instrumento indispensável para promover a paz e a compreensão dos povos e nações”. Assim como o ponto de vista de autores como Nogueira (1983, p. 206) que apresenta na Biblioteca Pública uma visão de “[...] coletividade particular, um coletividade local ou regional... Para atingir seus objetivos, a biblioteca pública deve ter acesso fácil e suas portas devem estar igualmente abertas a todos os membros da comunidade [...]”. Essa disseminação do saber representa um símbolo de conhecimento e poder voltado para o desenvolvimento social, construindo um registro da história local permitindo o desenvolvimento da educação e revelando a verdadeira função da informação na sociedade. Função essa que deve estar direcionada para o desenvolvimento da educação e democratização informacional. Essa pesquisa pretende fundamentar a importância social das Bibliotecas Públicas. Para isso faz-se necessário esclarecer as funções sociais deste tipo de biblioteca como: [...] suprir os usuários de informação de caráter utilitário [...] [com] respostas às necessidades do dia a dia, tais como sobre indicação de emprego, burocracia para se tirar documentos, localização de organismos governamentais ou particulares, etc. (NOGUEIRA, 1983, p. 210) Revela que sua função institucional da Biblioteca Pública vai muito além da leitura, cultura e recreação. 6 Apoiando essas funções temos Vergueiro (1996. p. 12) ressaltando que a Biblioteca Pública pode incentivar “[...] serviços com um nível de qualidade superior [...] agregando valor ao produto informacional oferecido [...]”, que ainda reflete que transformações reais devem acontecer nos profissionais e usuários para o reconhecimento desse valor, voltadas para a informação e sua aplicação social. Nogueira (1983, p 210) relata que no Brasil “[...] a realidade das Bibliotecas Públicas não corresponde ao que prega o discurso oficial. A demanda para a utilização das mesmas é restrita a determinados grupos e simultaneamente elas funcionam para satisfazer, interesses e necessidades particulares [...]” pensando no direito da informação seu direcionamento estava para a classe média e alta. A causa para isso acontecer, é o fato da educação e o poder aquisitivo sempre estar nas mãos da minoria. É função primordial do subprojeto, questionar a função social dessa instituição e o quanto ela deixou de atuar na camada mais necessitada dela. Como foi visto e refletido aqui sobre as funções sociais e atitudes que a Biblioteca Pública pode acrescentar no dia a dia de uma comunidade, se faz essencial um estudo do usuário e da comunidade por meio de levantamento informacional que o projeto central “As Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro: um recorte de sua situação” executará. O Brasil é um país marcado por uma enorme carência na educação que reflete, de certa forma, a desvalorização social das nossas bibliotecas. E quando pensamos nas Bibliotecas Públicas – as do Município do Rio de Janeiro, não podemos deixar de lado a realidade vivida por bibliotecários, usuários e pelas próprias instituições, Sendo assim, esse subprojeto também visa levantar dados, a partir dos questionários aplicados no Projeto “As Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro: um recorte de sua situação”. É função do projeto, levantar os dados e refletir acerca da realidade que a Biblioteca Pública passa hoje. Como complemento, esse subprojeto deve identificar o valor social e o poder exercido pelas Bibliotecas Públicas na sociedade. 7 O projeto ressalta as funções sociais exercidas pela Biblioteca Pública e analisa as diversas expectativas que a sociedade tem da mesma como, por exemplo: [...] [a] sociedade tem expectativas diferentes em relação ao papel da biblioteca pública. A indústria editorial acredita que o objetivo fundamental é a formação de um público leitor. Os educadores acreditam que a biblioteca deve ser o alicerce do processo ensino-aprendizagem. Os intelectuais acreditam que deve ser um espaço rico em leitura de ficção. (SUAIDEN, p. 57) Cada área da sociedade vê em comum a formação do cidadão baseado na educação. O hábito de leitura é reflexo de uma política de difusão informacional, voltada no desenvolvimento de atividades que caracterizem um grupo social. Esse relacionamento de usuário e informação pode ser direcionado para ao desenvolvimento da cidadania como um todo (informação, usuário e comunidade). Esse subprojeto de pesquisa avaliará o valor social da Biblioteca Pública baseado em questionamento feitos pelo projeto central. Definirá a importância desse instrumento na sociedade brasileira levantando, por exemplo, uma questão importantíssima como: “qual a missão e os objetivos das bibliotecas públicas localizadas no Município do Rio de Janeiro e qual é a situação dessas Bibliotecas?”. Em paralelo ao projeto central, cabe a este subprojeto levantar questões relativas as Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro e como elas desenvolvem sua função social. 8 2 BIBLIOTECAS PÚBLICAS Segundo Cunha e Cavalcante (2008, p. 52), entende-se por biblioteca pública aquela “a que é posta à disposição da coletividade de uma região, município ou estado, e que é financiada principalmente por dotações governamentais”. Ou seja, a biblioteca pública por ser financiada por um órgão governamental e deverá enquadrar-se nas normas e padrões estabelecidos pela esfera a qual pertence – municipal, estadual. Outros autores do campo da Biblioteconomia atribuíram diferentes definições para estas bibliotecas, mas o foco não é a sua definição em si, mas sim as suas missões e funções. Sendo assim, vale citar o Manifesto da IFLA/UNESCO (1994, p.1) que serve como parâmetro para as bibliotecas públicas do mundo inteiro e as define como “o centro local de informação, tornando prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os gêneros”. Além disso, o manifesto alerta que as missões dessas bibliotecas deverão relacionar-se diretamente com a informação, a alfabetização, a educação e a cultura, e ainda apresenta que elas devem possuir as seguintes missões: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância; Apoiar a educação individual e a auto-formação, assim como a educação formal a todos os níveis; Assegurar a cada pessoa os meios para evoluir de forma criativa; Estimular a imaginação e criatividade das crianças e dos jovens; Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas; Possibilitar o acesso a todas as formas de expressão cultural das artes do espetáculo; Fomentar o diálogo intercultural e a diversidade cultural; Apoiar a tradição oral; Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local; Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse; Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática; 9 12. Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e actividades de alfabetização para os diferentes grupos etários. É válido esclarecer que tanto o Manifesto da IFLA/UNESCO (1994), como autores do Campo da Biblioteconomia e da Educação, também atribuem a essas bibliotecas uma missão essencialmente educacional e só depois atentam para suas outras missões. Sendo as bibliotecas públicas instituições fundamentais à manutenção da sociedade, possui como função a preservação da cultura, o estímulo a ações de incentivo a leitura, a disponibilização de produtos e serviços de informação, etc. E pelo fato de que elas funcionam também como instituições sociais que servem a propósitos sociais (educação, cultura, lazer, informação, etc) é válido supor que elas contribuem consideravelmente para a formação do individuo, dos grupos sociais e de identidades. Dessa forma, corroborando com a ideia de instituição social, Arruda (2000, p. 9) afirma que “para que uma biblioteca torne-se verdadeiramente pública, faz-se necessário assumir as seguintes funções: educativa, cultural, recreativa e informacional”. Essas quatro funções apresentadas por Arruda (2000) também estão, de certa forma, presentes em uma das definições prescritas pela IFLA/UNESCO, mas encontravam-se presentes já no Manifesto de 1972, que considera a biblioteca pública como “uma força em prol da educação e da informação e um instrumento indispensável para promover a paz e a compreensão entre os povos e nações”. Vale observar que as bibliotecas públicas sempre trabalham em prol da demanda da sociedade, mas é controlada pelo poder político e público, uma vez que é uma instituição que pertence ao poder público e serve a propósitos político, sociais, econômicos e até mesmo culturais. Quando se configura a biblioteca pública como instituição social, cultural e de memória percebe-se que ela é uma instituição que reúne missões e funções importantes para a sociedade, contribui para a formação dos indivíduos, do tecido social, da cultural e coopera para a conservação da memória da humanidade. Quando se fala em memória, a escrita e o registro é a primeira coisa que nos vem em mente, por isso Breitas (2010, p. 102) afirma que “[...] a escrita [é] a base para a construção da memória e da identidade.” Baseada nessa 10 afirmação de Breitas (2010) se pode deduzir que os registros do conhecimento sempre refletiram as expectativas e ideologias de um grupo, de uma geração. É a partir desses registros e documentos que a memória no âmbito das bibliotecas se constrói, tornando assim o nosso legado. Somos o que construímos em termos de memória e as instituições como as bibliotecas públicas, são os espaços pertinentes para a seleção, o armazenamento, a conservação e disseminação dessa memória. Diante dessa perspectiva, a memória no âmbito das bibliotecas públicas sempre esta atrelada a idéia de acúmulo e conservação dos registros da humanidade. Portanto, cabe destacar que as bibliotecas, principalmente as públicas que contam com um público diversificado, tendem a acumulação. E os bibliotecários se colocam neste cenário como guardiões dessa memória com o objetivo de garantir que a próxima geração tenha o acesso a esses documentos. Mas, a Biblioteca Pública não pode restringir sua atuação apenas ao acúmulo, a conservação de memória, a educação, ela deve ser integrada com a sociedade, como coloca Breitas (2010, p. 102), ela “[...] se encontra inserida em um determinado contexto político e cultural, do qual pode sofrer influencias [...]”, tanto sociais e dos serviços oferecidos. Logo, os serviços oferecidos pela biblioteca promoverão mudanças e interferências na vida das pessoas da comunidade e por meio dessas mudanças, é que o bibliotecário pode aplicar a energia ao seu trabalho na biblioteca em prol dos anseios da comunidade, ou seja, efetivar o. alinhamento da biblioteca com a rotina social e direcionar os serviços prestados as necessidades da comunidade/sociedade. Na sociedade quando as idéias são agrupadas, geralmente os grupos sociais se formam e os indivíduos que o compõem partilham de similaridades e identidades. Sendo assim, os indivíduos trabalham em conjunto para cumprir tarefas e manter o grupo social estável. A manutenção dos grupos sociais se dá por meio dos atores e das instituições. A biblioteca pública como uma instituição social, cultural e de memória também tem a função de manter uma coesão social, uma ordem social, visto que apenas oferecem um conjunto de obras, serviços alinhados a intenções advindas do poder público e político. Ao longo da historia, observar-se a produção dos registros do conhecimento, sua contextualização que rege a construção da memória 11 através de uma ordem social contínua que resulta na formação de identidade. Essa ordem social atua diretamente na sociedade e para defini-la Johson (1997, p. 213) afirma que ela: [...] é um tipo especial de sistema social que, como todos os outros sistemas sociais, distingue-se por suas características culturais, estruturais e demográficas/ecológicas. Especificamente, é um sistema definido por território geográfico [...] dentro do qual uma população compartilha de uma cultura e estilo de vidas comuns, em condições de autonomia, independência e autossuficiência relativas [...] Cada sociedade ou grupo social possui o seu próprio desenvolvimento e para que esse aperfeiçoamento aconteça, a cultura, a memória e a identidade são atravessadas por mecanismos do poder. Os mecanismos de poder que se encontram presentes em todo o tecido social, bem como nas bibliotecas especialmente as públicas, ‘ditam’ regras para os modos de vida. As necessidades informacionais coletivas são colocadas como realidades que devem ser enfrentadas e em instituições como a biblioteca pública deve não só atuar de forma hierárquica, respeitando as normas emanadas do poder político e público, mas se colocar de maneira diferente, isto é construir possibilidades criativas de modo que não produza manobras prontas. 12 3 OBJETIVOS Ao longo do subprojeto mostraremos e questionaremos os pontos do objetivo geral e os objetivos específicos referentes a esta pesquisa. 3.1 OBJETIVO GERAL O objetivo geral deste subprojeto de pesquisa é incentivar o questionamento da função social e institucional exercido na sociedade, em especial por aquelas Bibliotecas públicas do município do Rio de Janeiro. Além disso, objetiva-se ressaltar traços da identidade social dessas instituições. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Reconhecer o poder institucional das Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro e identifica-las. • Verificar se as Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas desenvolvem sua função social. 13 4 JUSTIFICATIVA Ao longo da pesquisa levantaremos os dados das Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro por via do Projeto Central. Esse objetivo do projeto central visa identificar a relevância e o quanto os profissionais bibliotecários atuam nessas instituições. Levantando e analisando esses dados a fim de se chegar a uma conclusão mais elaborada da missão e dos objetivos das Bibliotecas Públicas, o subprojeto complementa o projeto central, no que tange o levantamento de questões ligadas ao desempenho dessas funções sociais das Bibliotecas Públicas. Pretende-se construir um plano de estudo, onde verificaremos o alinhamento das Bibliotecas Públicas com as comunidades. A importância desse subprojeto se justifica por guiar essas instituições para as necessidades informacionais desses grupos ressaltando o papel do bibliotecário e focando sempre que a função da biblioteca é o usuário. Usuário e profissionais devem reconhecer esse poder institucional, resgatando elementos presentes nas missões e nos objetivos da biblioteca. Uma alternativa é uma atuação na valorização desse poder é atuar positivamente no crescimento social da sociedade, que deve ser aquela amparada na sua meta de planejamento. Essa pesquisa avaliará a atuação social, refletindo sobre os dados mapeados da pesquisa central. Dados que ilustram a importância da Biblioteca Pública para a construção do indivíduo social e para o desenvolvimento da sociedade. A construção alertar a sociedade para a importância dessas instituições, e permite que as Bibliotecas Públicas sejam um espaço cultural e social, além de símbolo da memória e identidade regional/nacional. Além disso, os resultados dessa pesquisa irão compor parte do conhecimento acumulado pela Biblioteconomia Brasileira e contribuir para o desenvolvimento na área. A ideia que é construída no subprojeto é de que a mudança que ocorreu no caráter institucional ao longo do tempo enfraqueceu o valor social da Biblioteca Pública. Nesse processo a sua imagem foi alterada refletindo as necessidades de um grupo social ou mesmo uma determinada época. A Biblioteca é símbolo de poder, poder esse que é responsável por criar uma nova realidade social, reafirmando o seu poder de mediação entre a informação e o usuário, um dos pontos principais do projeto central. Segundo 14 Suaiden (2000, p. 57) a Biblioteca Pública é “[...] uma entidade prestando serviços ao público em geral, independente das condições sociais, educacionais e culturais.”. A parte fundamental da vida na sociedade é a valorização do caráter social de cada indivíduo na sociedade. Segundo SUAIDEN (2000, p. 56): [...] a biblioteca pública não teve o desenvolvimento esperado, isso se deve as dificuldade que o profissional da informação enfrentou para formar um público leitor, para elaborar diagnósticos consistentes, para vincular a biblioteca com os interesses comunitários e, principalmente, demonstrar a importância dos serviços bibliotecários para o grande público. Para o exercício da integração entre sociedade e cidadania, a biblioteca, os Bibliotecários e seus serviços são de extrema importância em um planejamento estratégico da informação e sua atuação. O acervo segundo Vergueiro (1996, p. 13) pode “[...] incorporar as características especificas dos clientes e do próprio meio ambiente no qual os serviços de informação se localizam.”. Como produto de divulgação o acervo pode ser desenvolvido, com novos produtos e serviços, no intuito de formar o usuário como “[...] o centro de ser da própria instituição.” (VERGUEIRO, p. 13). A tecnologia empregada nas Bibliotecas Públicas deve buscar um estudo profundo na comunidade, onde a sua atuação deve funcionar a favor da cidadania e funcionar como instrumento “[...] de grandes mudanças principalmente na área de serviços de informação.” (VERGUEIRO, p. 7). Além das funções básicas da Biblioteca Pública de guardar e representar a memória regional/nacional, pois segundo Breitas (2010, p. 107) “Uma biblioteca é um centro de informações atuando permanentemente, atendendo a demanda da população, estimulando o processo continuo de descobrimento e produção de novas obras [...]”, com atuação direta na sociedade, a memória, a identidade e a ideologia devem andar lado a lado com informação e usuário (grupo, comunidade, sociedade). Conclui-se que uma politica que qualifique esses profissionais e atividades voltadas para o fortalecimento da função social, fortaleça a ligação entre Biblioteconomia, Biblioteca Pública e Sociedade. Esse fortalecimento 15 ajudará no fim das barreiras que afastam diversos grupos do acesso à informação. Funciona também como uma forma de promover transformações em qualquer realidade social, no que diz respeito os objetivos do Projeto Central. Por fim, esse subprojeto vem complementar a pesquisa central “As Bibliotecas Públicas do Município do Rio de Janeiro: um recorte de sua situação” da linha de pesquisa da área Biblioteconômica, que além de alertar para essa urgência de mediação entre informação e usuário, visa revelar o verdadeiro papel social e sua identidade na sociedade atual. 16 5 METODOLOGIA Este subprojeto de pesquisa, que se insere na linha de Pesquisa do Departamento de Estudos e Processos Biblioteconômicos – Biblioteconomia, Cultura e Sociedade, estão apoiados na revisão da literatura sobre o tema, pesquisas em fontes bibliográficas. A pesquisa é classificada como analítica, visa identificar as características do problema e descrevê-las, a fim de analisar e explicar os motivos dos fatos ou dos fenômenos, com a intensão de ressaltar suas causas. Para isto, serão utilizados métodos de levantamento de dados a partir de questionários e entrevistas para análise. As etapas de pesquisa são: a) Levantamento bibliográfico sobre o tema, a partir de consulta de fontes (primárias e secundarias) bibliográficas de livro e artigos da área; b) Seleção das fontes; c) Revisão de Literatura; d) Desenvolvimento das questões a serem aplicadas. Foi criada uma estrutura de perguntas abertas e fechadas com o intuito de atingir um certo número de pessoas; e) Confecção dos questionários para aplicação. Seguindo o formulário e as perguntas estruturadas, Costa (2012, p. 50) define como “[...] perguntas [...] feitas a partir de um formulário com perguntas previamente estruturadas; ”, permitiu a interação com o entrevistador; f) Decisão de quais bibliotecas publicas iriam ser mapeadas primeiramente. Após contato com as Secretarias da Educação e da Cultura, foi selecionado as bibliotecas que seriam mapeadas; g) Coleta de dados a partir da aplicação dos questionários e entrevistas. A entrevista seguiu a ordem preelaborada e procurou não influenciar o entrevistado; h) Análise dos dados coletados foi através de dados qualitativos e fonte primária. Costa (2012, p. 54) define fonte primária como “Aquela levantada pelo próprio pesquisador.”; i) Mapeamento dos dados. Após analisar as respostas encontradas nos formulários, utilizamos uma planilha para agrupar as respostas de tal 17 modo, que permitisse construir gráficos para refletir sobre os resultados encontrados; j) Conclusões sobre o estudo e comparação com a literatura selecionada. 18 6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO Foi estabelecido o cronograma abaixo, para a melhor realização do subprojeto: 1 Revisão da Leitura Seleção das Fontes Verificação das Bibliotecas Públicas Cadastradas no SNBP Confecção do Questionário Aplicação do Questionário e Entrevistas Análise dos Dados Coletados Tabulação e Mapeamento dos Dados Conclusões do Estudo 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 19 Referências ARRUDA, Guilhermina Melo. As práticas da biblioteca pública a partir das suas quatro funções básicas. In.: Proceedings XIX Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 1, PUCRS, 2000. BREITAS, Aline Pinheiro. 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