Resumos do 49° Congresso Brasileiro de Genética
Águas de Lindóia, SP, 16 a 19 de Setembro de 2003
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO DE ANTI-HELMÍNTICOS EM OVINOS.
Adam, Mônica L1 ; Requião, Luciana 1; Sponchiado, Graziela 1; Oms, Pamela A 1; Torres, Rodrigo A 2
1 – Laboratório de Citogenética – Centro Universitário Positivo – UnicenP, Curitiba (PR) , 2 - Laboratório de
Genômica Evolutiva e Ambiental, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba (PR)
[email protected] , [email protected]
Palavras chave: genotoxicidade, anti-helmínticos, ovinos
No Brasil, uma importante fonte de perdas econômicas na produção de pequenos ruminantes são as
infecções causadas pela verminose gastrointestinal, resultando mais prejuízo do que todas as outras
enfermidades juntas. Atualmente, tem-se o conhecimento de que centenas de agentes químicos
podem apresentar desde o mais leve até o mais acentuado efeito mutagênico. Muitos destes estão
inseridos em diferentes formas de medicamento para o tratamento de diferentes doenças. Para
combater as verminoses nes te grupo de animais é aconselhada a utilização de anti -helmínticos, os
quais podem pertencer a grupos químicos com potencial genotóxico. Vários métodos (bioquímicos,
químicos, imunoquímicos e genéticos) permitem a detecção de danos causados no DNA. Dentre
estes, o método citogenético, como a análise da freqüência de micronúcleos, vem sendo utilizado em
diversos sistemas biológicos para a detecção de efeitos genotóxicos. Suas vantagens consistem na
alta sensibilidade, simplicidade, rapidez de análise e baixo custo. Pode ser ainda considerado como
um bom indicador de risco genético e ser utilizado em qualquer célula do organismo desde que esta
seja capaz de se dividir. Uma vez que diversas classes de anti-helmínticos são amplamente utilizados
em rebanhos de ovinos e o seus potenciais genotóxicos têm sido pouco avaliados, este estudo
objetivou a avaliação de tal efeito em relação à ação combinada de Dovenix (iodo-3-hidróxido -4 -nitro5-benzonitrila) e Cydectin (moxidectina) administrados em baixas doses. As amostras celulares de
sangue periférico (esfregaços) foram constituídas de 1000 células por indivíduo e analisadas pela
presença/ausência de micronúcleos. As mesmas foram coradas pelos procedimentos de coloração de
Feulgen, oriundas de dez ovelhas do sexo feminino da raça Sulfolk e estas divididas em dois grupos.
O primeiro composto por cinco indivíduos jovens (30 dias de idade) que não sofreram vermifugação
(controle) e o segundo, por indivíduos com 45 dias e vermifugados. A partir das análises acima,
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-4
observou-se a freqüência de 2,12x10 micronúcleos no grupo controle e de 3,96x10 no grupo
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vermifugado. A comparação de tais freqüências, analisadas pelo teste de X , revelou que a relação
entre o grupo controle e os animais vermifugados não apresentam diferenças estatisticamente
significativas para p ? 0,05 (0,95 > p > 0,90). Portanto, os dados parecem apontar para uma relação
negativa entre o contato celular com tais anti-helmínticos, utilizados em baixas doses, e a ocorrência
de micronúcleos. Assim, conclui-se que tais classes de anti-helmínticos podem não causar danos
significativos no DNA, e os resultados sugerem que a sua utilização pode não acarretar em riscos
genotóxicos.
Apoio financeiro: Centro Universitário Positivo – UnicenP – Curitiba (PR)
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