1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
FERNANDA DE KÁSSIA SILVA ARAÚJO
A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA
OS EMPREENDEDORES POR NECESSIDADE DO EMPREENDER-JP
João Pessoa- PB
2008
2
FERNANDA DE KÁSSIA SILVA ARAÚJO
A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA
OS EMPREENDEDORES POR NECESSIDADE DO EMPREENDER - JP
Monografia
apresentada
ao
Centro
Universitário de João Pessoa- UNIPÊ, como
Requisito parcial para abtenção do título de
Bacharel em Administração
Orientadora: Profa. Anilza de Fátima Medeiros Leite
João Pessoa- PB
2008
3
A663i
ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva.
A importância das ferramentas administrativas para os
empreendedores por necessidade do EMPREENDER - JP /
Fernanda de Kássia Silva Araújo. João Pessoa,
2008. 66p.
Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Administração)
– Centro Universitário de João Pessoa/UNIPÊ.
1 Empreendedorismo – Empreendedorismo por necessidade –
Ferramentas administrativas
Monografia.
I Título
CDU: 658
4
FERNANDA DE KÁSSIA SILVA ARAÚJO
A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA
OS EMPREENDEDORES POR NECESSIDADE DO EMPREENDER-JP
Monografia
apresentada
ao
Centro
Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Adminitração
Aprovada em____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Professora Anilza de Fátima Medeiros Leite
Orientadora - UNIPÊ
________________________________________
Professora Ms Ilka Maria Soares Campos
Examinadora - UNIPÊ
________________________________________
Professor Reginaldo Cipriano
Examinador - UNIPÊ
5
A Deus por todo diserdimento e sabedoria
dado ao longo do curso e a toda minha família
em especial a minha avó Luzia Leonilza e aos
meus pais Verônica e Fernando que me
apoiaram para a realização de meu sonho
Dedico
6
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter me dado forças para persistir nessa caminhada e sabedoria para
seguir o caminho certo, para realização do meu sonho.
A todos os meus familiares, em especial a minha avó Luzia Leonilza que acreditou no meu
potencial e me deu oportunidade para realização dessa conquista.
Aos meus pais Verônica e Fernando por toda dedicação, esforço, amor, compreensão e
incentivo que eles tiveram comigo durante o curso, fazendo muitas vezes sacrificios em prol
da minha realização profissional.
Ao meu irmão Neto, por todo apoio que ele me deu para elaboração da monogafia.
Ao meu namorado Fábio por todo amor, carinho, incentico e paciência que me foram dados
ao longo da construção desse trabalho.
A todos os meus amigos da turma, em especial Alayde e Laísy, que me deram amor e carinho
e me acompanharam em todos os momentos de estudos, desafios e dificuldades durante todo
o curso.
As minhas amigas extra universidade Joyce, Fabiane, Micarla e Rayla que sempre estiveram
torcendo por mim, dando-me apoio e carinho, e entenderam as minhas ausências durante a
elaboração da monografia.
A minha orientadora Anilza de Fátima, pelas sábias palavras de orientação e por todo
incentivo, apoio e compreesão durante a construção deste trabalho.
A todos os professores, em especial a professora Nilza, por todo o carinho, atenção e
compreensão durante a construção da monografia e a professora Ilka Maria, por todo
incentivo e oportunidade que me foi depositado ao longo do curso.
Ao UNIPÊ e todos os funcionários em especial a Roseane, Joséli e Ricardo Castro, que me
ajudaram em todos os momentos na elaboração da monografia..
7
“Determinação coragem e autoconfiança são
fatores decisivos para o sucesso. Se estamos
possuídos por uma inabalável determinação
conseguiremos superá-los. Independentemente
das circunstâncias, devemos ser sempre
humildes, recatados e despidos de orgulho”.
Dalai Lama
8
ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva. A Importância das Ferramentas Administrativas
para os Empreendedores por Necessidade do Empreender - JP. 2008.2. 66f. Centro
Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. Monografia ( Graduação em Administração)
RESUMO
O empreendedorismo é um tema bastante discutido atualmente, está diretamente ligado a toda
ação realizada em prol de construir, modificar ou inovar algum produto, serviço ou ação.
Existem dois tipos de motivação no empreendedorismo, a motivação por oportunidade e a
motivação por necessidade. O empreendedorismo movido por necessidade é geralmente
ocasionado, quando o empreendedor não tem nehuma forma de geração de renda. O
microcrédito, por ser um empréstimo de valor muito baixo oferecidos a pequenos
empreendedores, é um dos maiores financiadores do empreendedorismo por necessidade.
Desta forma, as ferramentas administrativas servem como apoio gerencial e diário para
sobrevivência das empresas. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a importância das
ferramentas administrativas para os empreendedores por necessidade do Empreender-JP.
Optou-se por uma pesquisa exploratória e bibliográfica, com obordagem qualitativa e
quantitativa. Foram escolhidos para aplicação dos questionários, os empreendedores que
foram beneficiados com o empréstimo do Empreender-JP, do mês de janeiro à agosto de 2008
do Bairrro da Torre na cidade de João Pessoa. Neste universo foram aplicados 27
questionários como instrumento de coleta de dados da pesquisa. Os principais resultados
mostram que os proponentes beneficiados com o empréstimo do programa Empreender-JP
apesar de terem sido capacitados pelo programa,
poucos utilizam as ferramentas
administrativas, porém, consideram de suma importância para um bom gerenciamento das
empresas. Os empreendedores pesquisados possuem um nitido perfil do empreendedorismo
por necessidade. A referida pequisa ratificou de fato sua hipótese, demostrando, que as
ferramentas administrativas quando aplicadas de forma adequada, são muito importantes para
sobrevivência das empresas.
Palavras-Chave: Empreendedorismo. Empreendedorismo por Necessidade. Ferramentas
Adminitrativas
9
ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva. The Importance of the Administrative Tools for the
Entrepreneurs from necessity of the Empreender-JP. 2008, 66 f. Monograph (Graduation
in Administration) Center Academical of João Pessoa - UNIPÊ.
ABSTRACT
The undertaking is a theme quite discussed now that it is directly linked the all action
accomplished on behalf of building, to modify or to innovate some product, service or action.
Two motivation types exist in the undertaking, the motivation for opportunity and the from
necessity. The undertaking moved from necessity, it is usually caused, when the entrepreneur
doesn't have any form of generation of income. The microcredit, for being a loan of very low
value offered to small enterprising, it is one of the largest backers of the undertaking from
necessity. This way, the administrative tools serve as support daily manage for survival of the
companies. This research had as objective analyzes the importance of the administrative tools
for the entrepreneurs from necessity of the Empreender-JP. She opted for a research
exploratory and bibliographical, with qualitative and quantitative approach. They were chosen
for application of the questionnaires, the entrepreneurs that were beneficiaries with the loan of
the Empreender-JP, of the month of January to August of 2008 of neighborhood of the Tower
in the city of João Pessoa. In this universe they were applied 27 questionnaires as main
instrument of collection of data of the research. The main results show that the proposers
beneficiaries with the loan of the program Empreender-JP in spite of they have been qualified
by the program, little they use the administrative tools, however, they consider of addition
importance for the a good administration of the companies. The researched entrepreneurs
possess a clear profile of the undertaking from necessity. Referred her research ratified this
hypothesis in fact, demonstrating, that the appropriate, healthy tools administrative when
applied in way very important for survival of the companies.
keyword: Undertaking, Undertaking from necessity, Administrative Tools
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LISTA DE SIGLAS
GEM: Global Entrpreneurship Monitor
SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro Empresas
SOFTEX: Sociedade Brasileira para Exportação de Sotware
TEA: Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial
PME: Pequenas e Médias empresas
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Características dos empreendedores de sucesso
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11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Evolução das proporções de Empreendedores por Motivação- Brasil 2001 a
2007
Gráfico 2: Estimativa do empreendedorimos
Gráfico 3: Estimativa de empreendedorismo feminino por necessidade
Gráfico 4: Investimento por gênero
Gráfico 5: Atuação no mercado
Gráfico 6: Motivação empreendedora dos proponentes
Gráfico 7: Utilização das ferramentas administrativas
Gráfico 8: Classificação das ferramentas
Gráfico 9: Percentual dos proponentes que realizam planejamento
Gráfico 10: Planejamento realizado
Gráfico 11: Representação do micocrédito
Gráfico 12: Perfil empreendedor
Gráfico 13: Análise de decisões
Gráfico 14: Análise de investimento em novos produtos
Gráfico 15: Análise utilizada
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LISTA DE TABELAS
Figura 1: Empreendedores iniciais por motivação segundo composição do negócio na
renda Brasil 2007
Figura 2: Painel de evolução dos empreendedores iniciais (TEA) entre 2001 e 2007 por
grupo de países
Figura 3: Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) brasileira em comparação
com a média dos países participantes do GEM de maio de 2001 a 2007
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24
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12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
11
2 EMPREENDEDORISMO
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO
2.2 EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR
2.3 CARTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
2.4 EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE
2.5 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
2.6 EMPREENDEDORISMO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL
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24
3 MICROCRÉDITO
3.1 HISTÓRICO
3.2 SURGIMENTO DO GRAMMEN BANK
3.3 CONCEITOS E TIPOS DE MICROCRÉDITO
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26
26
27
4 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS
4.1 PLANO DE NEGÓCIO (PN)
4.2 MARKETING
4.3 VENDAS
4.4 QUALIDADE
4.5 FINANCEIRA
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5 EMPREENDER - JP
36
6 METODOLOGIA
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
6.2 PROBLEMATIZAÇÃO
6.3 OBJETIVOS
6.3.1 Objetivo Geral
6.3.2 Objetivos Específicos
6.4 UNIVERSO E AMOSTRA
6.5 INSTRUMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
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7 .DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
7.1 PERCEPÇÃO QUANTO A GÊNERO E ÁREA COMERCIAL QUE ATUAM
7.1.1 Gênero
7.1.2 Área de atuação
7.2 EMPREENDEDORISMO QUANTO À MOTIVAÇÃO
7.3 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS
7.3.1 Utilização das ferramentas
7.3.2 Classificação da utilização das ferramentas administrativas
7.4 PLANEJAMENTO
7.4.1 Quantidade de empreendedores que realizaram planejamento antes de
investir
7.4.2 Tipo de planejamento realizado
7.5 REPRESENTAÇÃO DO EMPRÉSTIMO DO PROGRAMA EMPREENDER - JP
PARA OS EMPREENDEDORES
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7.6 CARACTERÍSTICAS DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS PROPONENTES
7.7 ANÁLISE DE TOMADA DE DECISÕES DA EMPRESA
7.8 ANALISE DE MERCADO ANTES DE INVESTIR EM NOVOS PRODUTOS
7.8.1 Quantidade de empreendedores que analisam antes de realizarem novos
investimentos
7.8.2 Tipo de análise de mercado antes de investir em novos produtos
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50
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
52
REFERÊNCIAS
53
APÊNDICE
56
ANEXO
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50
51
11
1 INTRODUÇÃO
O Empreender - JP trata-se de um programa de microcrédito que tem o objetivo de
conceder empréstimos para micros e pequenas empresas do município de João Pessoa, sendo
estas, a maioria constituída por um grupo que empreendem por necessidade.
O empreendedorismo por necessidade é um tipo de motivação que leva o “homem” a
empreender muitas vezes por não ter nenhuma forma de geração de renda. Desta forma, os
empreendedores por necessidade tendem a fazer investimentos em determinadas atividades
comerciais sem nenhum planejamento visando apenas algum retorno financeiro.
Microcrédito é um empréstimo de valor muito baixo oferecido a desempregados,
pequenos empresários e outras pessoas que vivem na pobreza e cuja condição impede o
acesso a bancos e aos meios tradicionais de financiamento, por não possuírem bens que
possam oferecer em garantia e/ou histórico de créditos. Freqüentemente o microcrédito liberta
pessoas de baixa renda das garras dos agiotas.
A utilização das ferramentas adminitrativas são muito importante para o processo de
planejamento e até mesmo de sobrevivência das organizações. Pode-se destacar como
ferramentas adminitrativas: vendas, marketing, finanças, qualidade, plano de negócio, dentre
várias outras existentes no campo administrativo para gerenciamento de uma empresa.
Considera-se o tema bastante atual, pois, o empreendedorismo cada vez mais é fator
determinante na sociedade, passando a cada dia por um longo processo de evolução e
aumentando cada vez mais a contrapartida dada á sociedade. Evidencia-se ainda a realidade
do processo empreendedor no Brasil e como os empreendedores são fatores de grande
influência na economia.
Este estudo justifica-se pela relevância de se abordar a realidade do empreendedorismo
por necessidade dentro do Empreender - JP no município de João Pessoa.
Este trabalho é de suma importância para a vida acadêmica, pois, mostra em sua
pesquisa a realidade econômica do mercado para aqueles que empreenderem por necessidade,
realidade esta, que livros muitas vezes não conseguem traduzir, nem tão pouco aos alunos
conseguem diagnosticar dentro de sala de aula.
Ele contribui para a sociedade no sentido de orientar os empreendedores por
necessidade para importância de um planejamento e utilização das ferramentas
administrativas nos trabalhos diários para sobrevivência das empresas
12
Para melhor entendimento e compreensão, o primeiro capítulo trata do processo de
origem do empreendedorismo, evolução, conceitos, caracteristicas, o empreendedorismo por
necessidade, a importância do empreendedorismo e o empreendedorismo no Brasil.
No segundo capítulo a pesquisa abordou o microcrédito esclarecendo brevemente
pontos como: microcrédito no Brasil, Hstorico do Microcrédito, Surgimento do Grammen
Bank, Objetivos do Grameen Bank, Conceito do Microcredito e os principais Tipos de
Microcredito
A pesquisa abordou no terceiro capítulo as ferramentas administrativas dando destaque
a ferramentas de vendas, qualidade, marketing, financeira e plano de negócios, pois, são as
ferramentas apresentadas para os proponentes do programa Empreender-JP na etapa de
capacitação.
Os resultados da pesquisa demonstram que o empreendedores beneficiados com o
empréstimo do Empreender-JP acham as ferramentas administrativas muito importantes para
a sobrevivência das empresas, porém, fazem pouco uso das mesmas, mostrando assim, o
perfil dos empreendedores por necessidade.
13
2 EMPREENDEDORISMO
Este topico irá abordar todo o processo de origem do empreendedorismo, evolução,
conceitos, caracteristicas, o empreendedorismo por necessidade, a importância do
empreendedorismo e o empreendedorismo no Brasil.
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO
O termo empreendedorismo é derivado da palavra entrepreneurship, e é utilizado em
estudos relativos ao empreendedor, como seu perfil, sua origem e seu campo de atuação.
Segundo Dolabela (1999, p. 43),
Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra
entrepreneurship e utilizado para desiganar os estudos relativos ao
empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu
universo de atução.
A palavra empreendedorismo deriva da palavra entrepreneur, que significa numa
tradução livre, o que se mete no meio( Neto 2004, apud RONSTAND, 1984). Foi utilizado
pelo economista Joseph Schumpter em 1950, como sendo uma pessoa com capacidade e
criatividade de fazer sucesso com inovações.
Dolabela (1999, p. 47), define a palavra como sendo originado do francês,
entrepreneur, que era usada no século XII, para designar aquele que incentivava brigas, no
final do século XXIII, passou a designar que criava e conduzia projetos e empreendimentos.
O empreendedorismo passa por duas correntes : a econômica, na qual os pioneiros
economistas associam o empreendedor a inovação e a comportamentalista que enfatiza
aspectos relacionados às atitudes como criatividade e a intuição (NETO 2004, apud
RONSTAND, 1984).
Na Idade Média, o empreedendedor era aquele que gerenciava grandes projetos de
produção e recursos oriundos dos governos do país. No século XVII ocorram os primeiros
indicios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo, pois o empreendedor
estabelecia contatos com o governo, no qual tinham que fornecer produtos ou serviço ao
Estado, para obter lucros ou prejuizos ( NETO 2004, apud RONSTAND, 1984).
No século XIII, o empreendedor e o capitalista foram então diferenciados,
provavelmente devido a revolução industrial, que teve início na Inglaterra e trouxe o termo
14
undertaker, que mais tarde foi substituido por “capitalista” e hoje em dia por “empreendedor”.
Segundo Dolabela (1999), o século XVII define empreendedorismo, como termo que se
referia as pessoas que compravam matérias-primas, e as vendiam a terceiros depois de
processá-los, identificando uma oportunidade de negócio e assumindo riscos
No século XIX e XX ocorreu uma grande confusão em que os empreendedores foram
frequentemente confundidos com adminstradores, como aqueles que controlam as ações
desenvolvidas na organização, dirigem, planejam, paga empregados, organizam a empresa,
meramente de um ponto de vista econômico, mas sempre a serviço do capitalista. Isso ocorreu
pelo simples explicação pois todo empreendedor é um bom administrador, porém, em suas
caracteristicas eles sempre tem algo mais, pois, possui atitudes e caracteristicas singulares que
o administrador não possui.
Para Dornelas (2001) pode-se atribuir a Marco Polo o primeiro exemplo de
empreendedorismo, por tentar estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como
empreendedor Marco Polo assinou um contrato com um comerciante bem sucedido
(capitalista), para vender as mercadorias deste. O capitalista era alguém que assumia riscos de
forma passiva enquanto que o aventureiro empreendedor corria todos os riscos fisicos e
emocionais, assumindo, portanto, riscos de forma ativa
2.2 EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR
O empreendedorismo está ligado a toda ação realizada
em prol de construrir,
modificar ou inovar algum produto, serviço ou ação.Empreendedorismo é qualquer tentativa
de um novo negócio o novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma,
uma nova empresa, ou expansão de um empreendimento existente, por individuo, gurpo de
individuo ou por empresas ja estabelecida( gembrasil.org.br).
O empreendedorismo trata de sete diferentes tipos de criação, não excludentes entre si:
criação de riqueza, criação de empresas, criação de inovação, criação de mudança, criação de
empregos, criação de valor e criação de crescimento. Isto esta interligado ao conceito que liga
o empreendedorismo diretamente a inovação, estando assim, sempre presente na visão.
Porém, é importante salientar também, que o empreendedorismo não esta só ligado a
inovação, pois muitos casos de sucessos acontece com empreendimentos que não são
inovantes e nem por isso deixam de ser atos de empreendedorismo( MORRIS 1998).
15
O empreendedor é uma pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma
idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades, inovando continuamente.Ele é
capaz de criar novos negócios ou inovar dentro de negócios já existentes.
Eles muitas vezes são considerados heróis populares no mundo dos negócios, pois
proporcionam à população novos empregos, introduzem inovação e incentivam o crescimento
econômico. São pessoas de diversas áreas da sociedade, com idades divergentes, que
assumem riscos inerentes numa economia em mudança, transformação e crescimento
Para Dornelas (2001, p. 30), o empreendedor é um administrador com diferenças
consideraveis em relação aos gerentes ou executivos de organizações tradicionais , pois os
empreemdedores são mais visionarios que os gerentes.
Segundo Joseph Schumpeter (1949), o “empreendedor é aquele que destrói a ordem
econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas
formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.
O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do
administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e
ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma idéia, surge uma inovação,
e desta, uma empresa (DORNELAS 2001).
2.3 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
Irão ser abordado as caracteristicas segundo os principais autores conteporâneos, que
se sobrepõem, e que nos leva para conclusões da importância dessas caracteristicas para
indentificação dos não empreendedores.
As caracteristicas dos empreendedores estão diretamente ligadas ao seu perfil, a sua
forma de planejamento e seu comprometimento com a organização. Dornelas (2001, p.31-33)
ressalta algumas carateríticas e explicações dos empreendedores a seguir:
16
Características dos empreendedores de sucesso
São visionários
Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e o mais
importante: eles têm habilidade de implementar seus sonhos
Sabem tomar decisões
Eles não se sentem inseguros, sabem tomar decisões corretas na hora certa,
principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator chave para o seu
sucesso
São indivíduos que fazem a diferença
Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo
concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade
Sabem explorar ao Maximo as
oportunidades
Para os visionários, as boas idéias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas
não identificaram algo pratico para transformá-las em oportunidade, por meio de dados
e informação
São determinados e dinâmicos
Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades,
ultrapassando os obstáculos, com vontade ímpar de "fazer acontecer".Mantêm-se
sempre dinâmicos e cultivam um certo inconformismo diante da rotina.
São otimistas e apaixonados pelo
que fazem
Eles adoram o trabalho que realizam.O otimismo faz com que sempre enxerguem o
sucesso, em vez de imaginar o fracasso.
São independentes e constroem o
próprio destino
Eles querem estar à frente das mudanças a ser donos do próprio destino.
Ficam ricos
Ficar ricos não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o
dinheiro é conseqüência do sucesso dos negócios.
São líderes e formadores de equipes
Os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e
adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensálos, formando um time.
São bem relacionados
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que auxiliam no ambiente
externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.
(networking)
São organizados
Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológico
e financeiro, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.
Possuem conhecimento
São sedentos pelo saber a aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o
domínio sobre um ramo de negocio, maior é sua chance de êxito.
Criam valor para a sociedade
Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade,
com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua
criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.
Quadro 1 : Características dos empreendedores de sucesso
Fonte: Dornelas, 2001, p. 31-33
Vários autores relatam caracteriticas diversas de empreendedorismo, dentre eles podese destacar de acordo com PNUD (1993), que ressalta algumas como caraterísticas de suma
importância para o perfil de um empreendedor vejamos:
Busca de oportunidade e iniciativa: Faz as coisas antes de solicitado, ou antes, de
forçado pelas cirscurnstâncias; age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou
serviços; aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter
financiamentos, equipamentos, terrenos local de trabalho ou assistência; faz algo sem ter sido
obrigado ou sem ter sido solicitado;
17
Persistência: Age diante de um obstáculo significativo; age repetidamente ou muda
de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; assume responsabilidade
pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos; supera o seu
próprio limite e vai até o final, mudando de estratégia de acordo com as circunstâncias;
Disposição para correr riscos: Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente;
age para reduzir os riscos e controlar os resultados; coloca-se em situações que implicam
desafios ou riscos; pondera uma circusntância frente as suas consequências e pensa sobre que
atitude tomar;
Exigência de qualidade e eficiência: Encontra maneiras melhores, mais rápidas e ou
mais baratas de fazer as coisas; age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem
padrões de excelência; desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja
terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de exelência; faz as coisas com
carinho, superando padrões estabelecidos;
Comprometimento: Faz sacrificios pessoal ou despende um esforço extraordinário
para completar uma tarefa; colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se
necessario, para terminar um trabalho; esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca
em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo; faz as coisas
sempre além do seu padrão normal de comprtamento para cunprir o esperado;
Busca de informação: Dedica-se pessoalmente a obeter informações de clientes,
fornecedores e concorrentes; investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer
um serviço; consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial; busca
informações pessoalmente ( utilizando qualquer meio que possa ajudá-lo como telefone,
pessoas, etc) para adquirir ou confirmar dados acerca de algo, com determinado objetivo;
Estabeleciemento de metas: Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que
têm significado pessoal; define metas de longo prazo, claras e especificas; estabelece
objetivos de curto prazo, mensuráveis;
Planejamento e monitoramento sistemático: Planeja dividindo tarefas de grande
porte em sub-tarefas com prazos definidos; constantemente revisa seus planos, levando em
conta os resultados obtidos e as mudanças circunstânciais; mantém registros financeiros e
utiliza-os para tomar decisões; organiza-se previamente para realizar algum propósito;
Contatos: Utiliza estratégias deliberadas para influênciar ou pesuadir os outros; utiliza
pessoas-chaves como agentes para atingir seus proprios objetivos; age para desenvolver e
manter relações comerciais; estabelece e utiliza estratégias de convencimento para
determinado fim, recorrendo às pessoas certas para isso; e
18
Independência e autoconfiança: busca autonomia em relação a normas e controles
de outros; matém seu ponto de vista, mesmo diante de oposição ou de resultados inicialmente
desanimadores; expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil
ou de enfrentar um desafio; tem ponto de vista próprios e mantém a confiança na capacidade
de enfrentar desafios.
De acordo com Dolabela (1999, p. 71 e 72), é possível serem destacados diversos
pontos que dizem respeito a caracteríticas de um empreendedor. Dentre as quais:
Tem um modelo, uma pessoa que o influência;
Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otismismo, necessidade de
realização;
Trabalha sozinho. O processo visionario é individual;
Tem perseverença e tenacidade para vencer obstáculos;
Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com
os próprios erros;
É capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços para
alcançar resultados;
Sabe fixar metas e alcançá-las, luta contra padrões impostos, diferencia-se;
Tem a capacidade de descobrir nichos;
Tem forte intuição; como no esporte o que importa não é o que se sabe,
mas o que se faz;
Tem sempre alto comprometimento, crê no que faz;
Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar
tais informações para seu aprimoramento;
Sabe buscar, utilizar e controlar recursos;
É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direta do
cérebro;
Cria um sistema próprio de relações com empregados;
É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo;
Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho;
Tece redes de relações;
Conhece muito bem o ramo em que atua;
Cultiva a imaginação e aprende a definir visões;
Traduz seus pensamentos em ações;
19
Define o que aprende( a partir do não definido) para realizar suas visões. É
pró-ativo, define o que quer e onde quer chegar, depois busca o
conhecimento que lhe permitira atingir o objetivo;
Cria um método próprio de aprendizagem;
Tem alto grau de internalidade,
Assume riscos moderados; gosta de risco, mas faz tudo para minimizá-los.
Tem alta tolerância à ambigüidade e à incerteza; e
Mantém um alto nìvel de consciência do ambiente em que vive, usando-a
para dectetar oportunidades de negócios.
2.4 EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE
Pode-se destacar dois tipos de motivação que levam os empreendedores a
empreenderem: a motivação por oportunidade e a motivação por necessidade.
O empreendedorismo por necessidade é motivado pela falta de alternativa satisfatória
de trabalho e renda. Isto significa que grande parte do empreendedorismo desenvolvido no
Brasil resulta de uma questão de sobrevivência, uma vez que não há trabalho para todos e há
necessidade de geração de renda.
Essencialmente, o empreendedorismo movido por oportunidade sinaliza que o
ambiente econômico está favorável. Motivado por oportunidade é aquele que a persegue com
o intuito de obter independência ou aumento de renda pessoal.
Após o choque abrupto em 2001 sobre economia mundial, inclusive a brasileira,
cresceu acentuadamente a atividade empreendedora por necessidade em proporção à
atividade empreendedora total. A partir dessa ruptura, as oportunidades de negócio se
restabeleceram paulatinamente no Brasil. A quebra se mostra pela queda da atividade
empreendedora por oportunidade de 59,97% em 2001 para 42,75% em 2002. A partir de
2003, a atividade retoma o crescimento ano a ano, até atingir em 2007 o valor de 56,84% da
população total empreendedora no Brasil (GEM 2007). Como mostra a figura a seguir:
20
Gráfico 1: Evolução das Proporções de Empreendedores por Motivação – Brasil 2001 a 2007
Fonte: Pesquisa GEM 2007
Outra face é a formação de um exército de trabalhadores em busca de alternativas
precárias de trabalho tanto nas condições de autônomos sem registro como de assalariados
informais. Esse tipo de empreendedorismo é movido pela necessidade, ou seja, esses
trabalhadores excluídos do mercado formal buscam alternativas de geração de renda não por
vocação ou por serem empreendedores do tipo schumpeteriano, mas porque buscam saídas
para as adversidades da pobreza e da exclusão (GEM 2007).
Os empreendedores informais são proprietários de microempresas e/ou dedicam-se a
atividades de prestação de serviços que atendem a pessoas físicas, como, vendedores
ambulantes, motoboys, trabalhadores da construção civil, cabeleireiros, manicuras, donas de
casa que buscam complementar a renda familiar com habilidades domésticas etc.
De acordo com informações contidas no Relatório do Banco Mundial (2007), as
características mais intimamente relacionadas a esse tipo de empreendedor são de
proprietários de microempresas com menos de dez empregados, nível de escolaridade abaixo
do nível médio, que se vinculam às atividades de construção civil, agricultura, comércio
varejista e transporte
Os jovens nessa categoria são predominantemente trabalhadores informais, e os
trabalhadores mais experientes são em grande parte autônomos e mulheres casadas com
filhos.
21
TABELA 1 EMPREENDEDORES INICIAIS POR MOTIVAÇÃO SEGUNDO COMPOSIÇÃO DO
NEGÓCIO NA RENDA - BRASIL - 2007
Fonte: Pesquisa GEM 2007
Dos 7,5 milhões de brasileiros que empreendem 41,6% não o fazem voluntariamente,
mas por necessidade. Mesmo considerando-se a função social que esse contingente exercem,
o fato de contarmos com um esforço produtivo tão elevado entre os indivíduos que se
aventuram pela via da sobrevivência pode ser uma das causas do baixo crescimento
qualitativo de nossa economia, na qual não acontecem as transformações no sentido
schumpeteriano, da inovação e da ruptura com o existente ( GEM 2007).
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Necessidade
Voluntariamente
Gráfico 2: Estimativa de empreendedorismo
Fonte: Elaboração própria
As
mulheres
têm
uma
participação
significativa
quando
falamos
em
empreendedorismo por necessidade no Brasil. Elas representam 49% do total de pessoas que
abrem uma empresa porque não têm outra fonte de renda. A participação das mulheres é
maior quando o empreendedorismo é motivado por necessidade, porque nos países de baixa
renda as mulheres precisam desenvolver alguma atividade para complementar os ganhos
22
familiares. Isto esta diretamente ligado pois a carência de vagas no mercado formal de
trabalho esta cada vez maior ( GEM 2007).
No ranking feminino de empreendedoras, o Brasil aparece na sexta colocação, atrás de
Portugal (49%), Peru (48,2%), Estados Unidos (47,4%), África do Sul (47,2%) e Equador
(45,1%). Vejamos:
50%
49%
48%
47%
46%
45%
44%
43%
42%
Portugal
Peru
Estados
Unidos
África do
Sul
Equador
Brasil
Gráfico 3: Estimativa de empreendedorismo feminino por necessidade
Fonte: Elaboração própria
O empreendedorismo por necessidade aumentou de 43% do total de novos negócios
abertos no país em 2003 para 46% em 2004. 'É uma situação comum nos países de baixa
renda, como os da América Latina, afirma Marcos Muller Schlemm, diretor-geral do GEM no
Brasil. É preciso reduzir o empreendedorismo por necessidade e fortalecer as condições para
que empresas iniciantes possam se desenvolver, por meio de programas específicos ou de leis
que facilitem a vida dos pequenos negócios.
2.5 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
De acordo com Dornelas (2001, p25) o movimento do empreendedorismo no Brasil
começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para
Exportação de Software) foram criadas.
23
O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que
busca junto a essa entidade todo suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como
consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio.
O histórico da entidade Softex pode ser confundido com o histórico do
empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A entidade foi criada com o intuito de levar
as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de varias ações que
proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia.
Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo país, junto a incubadoras
de empresas e a universidades/cursos de ciências da computação/informatica, que o tema
empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Até então, palavras como
plano de negócios ( business plan) eram praticamente desconhecida e até ridicularizadas pelos
pequenso empresários ( DORNELAS 2001).
No relatório executivo da Golbal Entrepreneurship Monitor, o Brasil aparece como o
país que possui a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo
negócio e total dessa população: 01 em cada 08 adultos. Isso mostra que, apesar de ocorrer de
forma não tão organizada como em países mais desenvolvidos, o empreendedorismo no Brasil
exerce papel fundamental na economia, merecendo o tema estudos parofundados e
valorização da economia para com os pequenos empreendedores nascentes.
O Brasil apresentou uma TEA de 12,72 no momento da pesquisa, ou seja, em cada 100
pessoas, cerca de 13 (treze) desenvolviam alguma atividade empreendedora. Essa taxa é
representativa quando comparada com outros países que desempenham importante papel no
cenário mundial (GEM 2007, P. 25).
24
TABELA 2 PAINEL DE EVOLUÇÃO DOS EMPREENDEDORES INICIAIS (TEA) ENTRE 2001
E 2007 POR GRUPO DE PAÍSES
Fonte: Pesquisa GEM 2007
O Brasil esta caindo no ranking internacional do empreendedorismo. A dificuldade em
encontrar trabalho é a motivação de 55,4% dos empreendedores, o que dá no Brasil a maior
taxa de atividade por necessidade ( 7,5%) os 37 países pesquisados.
TABELA 3 EVOLUÇÃO DA TAXA DE EMPREENDEDORES INICIAIS (TEA) BRASILEIRA
EM COMPARAÇÃO COM A MÉDIA DOS PAÍSES PARTICIPANTES DO GEM DE 2001 A 2007
Fonte: Pesquisa GEM 2007
2.6 EMPREENDEDORISMO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL
Existe grande relação entre o empreendedorismo e o desenvolvimento local pois, a
partir dos anos de 1980 quando houve o endividamento crescente do governo, o aumento da
concorrência e a utilização intensiva de tecnologia que levou as grandes empresas cada vez
produzirem mais com menos empregados; as únicas criadoras de empregos passaram a ser
as PME, pequenas e médias empresas que não mais se restringiram ao mercado local ou
regional, mas começaram a concorrer no mercado internacional ( DOLABELA 1999).
25
Uma das características das PME é a sua dependência da comunidade local, que
poderá ou não estar datada de fatores importantes de aceleração do desenvolvimento. Isto
favorece ao empreendedorismo, pois a vontade comunitária possui implementação de uma
rede de negócios, instituições de apoio, faculdades para obtenção de financiamentos etc.
O nível local é entendido como o meio ambiente imediato das PME, pois ali elas
nascem e se formam, encontra recursos humanos e materiais das quais depende o seu
dinamismo e estabelecem sua rede básica de relações, sendo assim, a comunidade local que
ira fornecer os recursos de toda ordem e, menos importantes, os valores empreendedores que
criarão condições favoráveis ao surgimento de idéias e projetos.
O desenvolvimento econômico local é endógeno, ou seja, emerge das iniciativas e do
dinamismo da comunidade, valoriza os recursos financeiros e materiais locais. Mas,
principalmente, apoiar-se-á no empreendedorismo, disseminado fortemente entre as principais
fatores e nas PME locais, como fontes de geração de empregos (DOLABELA 1999, p.31).
26
3 MICROCRÉDITO
Esta sessão tem como objetivo esclarecer pontos do microcrédito no Brasil trazendo
desta forma pontos como: Histórico do Microcrédito, Surgimento do Grammen Bank,
Objetivos do Grameen Bank, Conceito do Microcrédito e os principais Tipos de Microcrédito.
3.1 HISTÓRICO
A palavra microcrédito não existia até a década de 1970. Yunus cunhou-o para
designar um tipo muito específico de crédito, que ele concebera, e cujo objeto principal não
são os pequenos produtores, mas sim as populações pobres, que não têm, absolutamente,
acesso a qualquer outro tipo de crédito (wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus).
Muhammad Yunus é professor de economia e começou a combater a pobreza após
uma mortífera fome que assolou seu país. Em 1976, fundou um pequeno banco que se
propunha a oferecer acesso ao crédito aos mais pobres em Bangladesh. (noticias. uol)
Professor Yunnus concebeu, e conseguiu implantar, a mais conhecida e bem-sucedida
experiência de microcrédito do mundo. Ele a iniciou em 1976, concedendo empréstimos de
pequena monta, com seus próprios recursos, para famílias muito pobres de produtores rurais,
focalizando principalmente nas mulheres. Os bons resultados obtidos nessa primeira fase do
projeto o levaram a expandir suas operações com recursos de terceiros.
3.2 SURGIMENTO DO GRAMMEN BANK
O Grameen Bank originou-se de uma singela experiência conduzida, em 1976, pelo
Professor Muhammad Yunus, catedrático do Programa de Economia Rural da Universidade
de Chittagong, quando ele emprestou 27 dólares de seu próprio bolso para 42 mulheres da
cidade de Jobra, próxima à Universidade onde lecionava, para permitir a elas adquirirem
matéria-prima para confeccionar seus artesanatos, livrando-as das garras de agiotas que as
mantinham em regime de trabalho análogo à escravidão.
Para surpresa do próprio Professor Yunus todos esses empréstimos foram pagos
pontualmente. Isso deu a Yunus a idéia de que esse processo talvez pudesse ser multiplicado
indefinidamente.
De 1976 a 1979 o Professor Yunus expandiu esse tipo de operação em Jobra e nos
vilarejos vizinhos. Em 1979 o projeto de Yunus obteve o apoio do Banco Central de
27
Bangladesh, bem como dos bancos comerciais que haviam sido nacionalizados, estendendo-se
para o distrito de Tangail, no norte de Dhaka, a capital de Bangladesh. Obtendo sucesso
também em Tangail o projeto foi ampliado para vários outros distritos no país.
Em outubro de 1983 o projeto do "Grameencredit" (crédito rural, em bengali) deu
origem ao Grameen Bank , ou Banco Rural. Hoje em dia 90% das ações Grameen Bank
pertencem às populações rurais pobres que ele serve e 10% ao governo de Bangladesh
O Grameen Bank tem como seus objetivos principais:
Prover serviços bancários aos pobres, homens e mulheres;
Eliminar a exploração dos pobres, tradicionalmente feita pelos agiotas;
Criar novas oportunidades de auto-emprego para a vasta população
desempregada na Bangladesh rural;
Trazer a população carente, especialmente as mulheres mais pobres, para o
seio de um sistema orgânico que elas possam compreender e administrar
sozinhas; e
Reverter o antigo círculo vicioso de baixa renda, baixa poupança e baixo
investimento injetando crédito para torná-lo um círculo virtuoso de
investimento, maior renda, maior poupança.
3.3 CONCEITO E TIPOS DE MICROCRÉDITO
De acordo com Alves; Soares (2003) o conceito de microcrédito consiste na atividade
de conceder crédito de pequena monta. Entende-se que microcrédito é um empréstimo de
valor muito baixo oferecido a desempregados, pequenos empresários e outras pessoas vivendo
na pobreza e cuja condição impede o acesso a bancos e aos meios tradicionais de
financiamento, por não possuírem bens que possam oferecer em garantia e/ou histórico de
créditos. Freqüentemente o microcrédito liberta pessoas de baixa renda das garras dos agiotas.
Esse novo conceito de crédito proporcionou, com grande sucesso, o desenvolvimento
de projetos de pequenas empresas e "auto- emprego", o que proporcionou às pessoas que
tiveram acesso ao crédito a possibilidade de gerar renda e, em muitos casos, melhorar sua
condição de vida e sair da condição de pobreza.
Existem hoje várias espécies de microcrédito, que se divide basicamente em dois tipos
principais: o tipo original, tal como concebido por Muhammad Yunus, que se destina a
28
reduzir a pobreza, e o tipo comercial, que é o modelo adotado pelo Brasil. Este último é um
instrumento de financiamento para microempresas e empresários informais.
29
4 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS
São várias as ferramentas administativas disponíveis para os empreendedores
utilizarem na administração diária de seus empreendimentos. Dentre elas este paragrafo irá
destacar: Plano de Negócios, Administração de Marketing, Vendas, Qualidade e Financeira,
pois, são as ferramentas repassadas para os proponentes na capacitação do programa do
Empreender-JP antes que os mesmos sejam beneficiados com o empréstimo.
4.1 PLANO DE NEGÓCIOS (PN)
Segundo Dornelas (2001, p. 96) “ plano de negócios é um documento usado para
descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa”. Sua
elaboração envolve um processo de apredizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao
empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios.
O plano de negócios é uma ferramenta administrativa que possui uma linguagem que
descreve de forma completa o que é ou o que pretende ser a empresa (DOLABELA, 1999).
De acordo com informações disponíveis no site do SEBRAE SP, plano de negocios
“é um documento pelo qual o empreendedor formalizará os estudos a respeito de suas idéias,
transformando-as num negócio”.
A principal utilização do Plano de Negócios é a de prover uma ferramenta de gestão
para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma start-up . No entanto, o PN tem
atingido notoriedade como instrumento de captação de recursos financeiros junto a
capitalistas de risco e angel investors , principalmente no tocante às empresas de tecnologia e
internet dos Estados Unidos ( DORNELAS 2001)
No PN estarão registrados o conceito do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil
da clientela, as estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que viabilizará o
novo negócio. Além de ser um ótimo instrumento de apresentação do negócio para o
empreendedor que procura sócio ou um investidor.
Pode- se dizer que o plano de negócios é uma ferramenta que explica a forma de
pensar sobre o futuro do negócios, descreve um negócio, é mais um processo do que um
produto, é um instrumento de negociação interna e que é um instrumento que serve para
obtenção de financiamento. Essa ferramenta de gestão administrativa pode e deve ser usada
por todo e qualquer empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade, seguindo o
caminho lógico e racional que se espera de um bom administrador.
30
Espera-se que um Plano de Negócio seja uma ferramenta administrativa para o
empreendedor expor suas idéias em uma linguagem que os leitores do PN entendam e,
principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. O Plano
de negócios se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no
planejamento de empresas maduras.
Para Dornelas ( 2001) com a elaboração de um Plano de Negócios é possível executar
varias tarefas na empresas dentre elas pode-se destacar:
Entender e estabelecer diretrizes para seu negócio;
Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas;
Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário;
Conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, governo, Sebrae,
investidores, capitalistas de risco etc;
Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a
empresa; e
Estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e convencer o público
externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores etc ).
4.2 O MARKETING
O marketing é uma ferramenta administrativa que tem como objetivo realizar ações
voltadas para o mercado. Ele consiste na análise de oportunidades, desenvolvimento de
estratégias, planejamento de programas e administração do esforço de marketing.
Limeira (2003, p. 2 ) ressalta que marketing é:
a função que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem
competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das
vantagens controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e
distribuição.
De acordo com Kotler (1998, p. 27), marketing “é um processo social e gerencial pelo
qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca
de produtos de valor com outros”.
O marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes
às relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores,
31
visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o ambiente de atuação e
impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS 2005, p.15)
Segundo Dolabela (1999, p. 147) marketing é:
O processo de planejamento de uma organização que busca realizar trocas
com o cliente, cada um com os interesses específicos: o cliente que satisfazer
suas necessidades; e uma empresa quer gerar receita.
As atividades do marketing são basicamente divididas em quatro àreas, conhecidas
como os “4 As”, estes são: análise, adaptação, ativação e avaliação (DOLABELA 1999).
a) Análise: é a etapa em que as empresas analisa o mercado em que atua ou que pretende
atuar.Executa levantamentos e interpreta infomações que facilitam no processo
dicisorio para redução de riscos. Para realizar análise é necessario que seja feito uma
pesquisa de mercado que envolva os diversos segmentos do mesmo. É uma atividade
fundamental para manter em dia quanto às oportunidades, ameaças e tendências do
mercado;
b) Adaptação:É a atividade responsável pelo ajuste da oferta da empresa, ou seja,as
forças detectadas na análise de acordo com às necessidade dos clientes em relação a
design do produto, marca, embalagem, preço etc;
c) Ativação:É o conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja o
mercado.É nessa fase que o empreendedor decide os instrumentos de distribuição,
logisitca, venda pessoal e publicidade. A ativação visa colocar o produto á disposição
do comprador na hora e no lugar em que eles mais desejam; e
d) Avaliação: Atividade
que se propõe a exercer o controle sobre o processo de
comercilização e a interpretação dos resultados. Na avaliação existe uma preocupação
continua em melhorar a relação custo/benefício das atividades.
Dentro do processo administativo que compõem o marketing é formado um conjunto
de ferramentas que as empresas usam para atingir seus objetivos de marketing no mercadoalvo, e este conjunto, é denominado de 4Ps ou composto de marketing.
O mesmo é costiuido segundo Kotler ( 1998, p. 97) por: produto, preço, promoção e
praça.
a) Produto: responsável pelo estudo de variedade do produto, qualidade,
design, caracterisiticas, nome de marca, embalagem, tamanhos, serviços,
garantias e devoluções ,
b) Preço: lista de preços, descontos, condições, prazo de pagamento e
condições de credito;
c) Promoção: promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações
públicas, e marketing direto; e
32
d) Praça: Canais de divulgação, cobertura, sortimento, localizações, estoque e
transporte.
4.3 AS VENDAS
O departamento de vendas ocupa uma posição de destaque nas empresas, como um
importante instrumento de comunicação com o mercado, com o qual a empresa conta para
geração de recursos.
As vendas contribui diretamente a sociedade em varios pontos entre eles podemos
destacar: importância para a economia (com maiores vendas, os consumidores se
beneficiam com mais produtos; consequentemente, crescendo a produção, cresce nível de
empregos e investimentos); melhor padrão de vida (os vendedores levam aos consumidores
produtos que proporcionam conforto. Novidade e beneficios são resultados dos esforços das
empresas que se empenham em vender mais, contribuindo consequentemente para o
melhoramento do padrão de vida da sociedade); aperfeiçoamento do produto (e o
departamento de venda que recebe as sugestões e reclamações dos produtos para suas devidas
alterações e aperfeiçoamento); manutenção da atividade empresarial (o departamento de
vendas desempenha papel relevante na obtenção de receita); e desenvolvimento de
profissionais (o homem de vendas é geralmente uma pessoa que aprende a ser flexivel e
executa varias atividades que ajudam a desenvolver profissionais polivalentes, com
caracteristicas muitas vezes necessarias para profissionais de cargos mais altos nas
organizações) ( Las Casas 2008, p. 20).
Os fatores que influenciam a atividade de vendas internas são: composto de markeitng;
recursos da companhia; a atitude da administração e a localização do departamento de vendas
no organograma.
A “venda” é uma ferramenta administrativa muito importante nos resultados de
uma organização, por isso, se faz necessário para se manter um estrutura organizacional
harmoniosa, adptar as reais necesidades da empresa a partir de uma organização e divisão na
estruta de vendas por departamento como por exemplo: vendas por território (toma como
base a divisão geografica); vendas por clientes (determinados número de clientes a certos
vendedores, que ficam responsáveis por seu atendimento. A divisão do cliente pode ser feita
bastante variada podendo ser por tamanho, tipo de indústria ou tipo de intermediário); e
vendas por produtos (é frequente nas emoresas que comercializam diferentes produtos em
sua linha) (LAS CASAS 2008, p. 24).
33
Com o avanço da tecnologia e da informática, a atividade de vendas está tendo um
novo dimensionamento, são varias as alterações que estão ocorrendo, e com isto, as empresas
precisam adaptar-se as novas formas de vendas
como por exmplo: vendas por cartão,
shopping virtual, vendas via internet, dentre outas novas tendências.
4.4 A QUALIDADE
Pode-se dizer que a qualidade é um conceito dinâmico, ou seja, é uma noção que
trabalha com referenciais que mudam ao longo do tempo , às vezes, de forma bastante
acentuada.
De acordo com Kotler (1998, p 65), “qualidade é a totalidade de aspectos e
caracteristicas de um produto ou serviço que proporcionam a satisfação de necessidades
declaradas e implicitas”.
A qualidade total é uma importante ferramenta administrativa que possui um
abordagem organizacional ampla para melhoria contínua da qualidade de todos os seus
processos, produtos e serviços de uma empresa. Ela é a chave para gerar satisfação ao
consumidor ( PALADINI 2000).
A gestão da qualidade no processo é defina como o direcionamento de todas as ações
do processo produtivo para o pleno atendimento do cliente. Um roteiro prático para viabilizar
a gestão da qualidade no processo envolve a implantação de atividades agrupadas em três
etapas: a eliminação de perdas, a eliminação de causas das perdas e aotimização do
processo. Essas etapas desenvolvem-se de forma evolutiva pois, eliminados os defeitos,
garante-se um produto em condições de ser efetivamente utilizado; eliminandas as causas,
garante-se maior confiabilidade ao produto; otimizando o processo, garante-se um produto
com maior eficiência (PALADINI 2000, p. 41).
Pode-se dizer que planejar a qualidade significa tomar decisões gerenciais antes que as
máquinas parem por defeitos, antes que montes de refugos sejam gerados, antes que os
fornecedores deixe sem abastecimento, escolher a melhor forma de fazer as coisas, selecionar
recursos mais adquados para cada ação e significa principalmente, selecionar, com calma e
convicção a melhor forma de atender ao mercado.
O planejamneto da qualidade dentro de uma empresa é de suma importância pois,
elimina ações improvisadas, decisões com base intuitiva e subjetismo. Porém, a maior
dificuldade de implementação do planejamento não esta relacionado à forma de execução do
34
planejamento mas ao reconhecimento dos empreendedores( principalmente dos que
empreendem por necessidade) da importância de planejar.
Segundo Paladini ( 2000, p. 102), um modelo usualmente empregado para o
planejamento da qualidade envolve um esquema de atividades especificas e estas são: política
da qualidade, diagnostico, organização e administração, planejamento propriamente dito,
implantação e avaliação.
Um importante programa de qualidade ofertado pelo Sebrae é Curso D’Olho
conhecido como os 5s que são respectivamente: descarte, organização, limpeza, higiene e
ordem mantida. Essas constituem premissas da metodologia organizacional batizada de os
5s, que surgiu no Japão e, ao longo dos anos, tem ajudado empresas do mundo inteiro a
agilizarem sua rotina administrativa, o que gera inúmeros benefícios ao empreendedor
(Administradores.com.b r- O Portal da Administração).
Além do grande foco na organização, este programa de qualidade também estimula o
cuidado com a limpeza do ambiente, com a higiene pessoal e mental dos colaboradores e com
a chamada “Ordem Mantida”, que significa a manutenção das mudanças implementadas.
Este curso faz parte do progrma de Best Game (capacitação que os empreendedores
recebem do Empreender-JP das principais ferramentas administrativas antes de serem
beneficiados com o emprestimo) e é de suma importância para os empreendedores por
necesidade pois mostra na prática principios básicos de qualidade que muita vezes não são
valorizadas, que tem custo baixo para implementação e que gera grande custo benefio para a
organização.
4.5 FINANCEIRA
A mais importante ferramenta administrativa para os empreendedores na parte
financeira de seu negocio é o fluxo de caixa. Pois, nele contém todas as informações no que
diz a respito a movimentação monetaria da empresa, e mesmo tendo uma estrura muitas vezes
vista como complexa pode ser controlado por leigos com o registro apenas de entradas e
saídas. Tendo assim, uma importante feecback do investimento.
O fluxo de caixa é o registro e controle das entradas e saídas de dinheiro em uma
empresa, seja de que porte for. Ele é a ferramenta que demonstra receitas e despesas, listando
as contas a pagar e os valores a receber – os pagamentos e recebimentos realmente ocorridos
são lançados num controle diário de fluxo de caixa; os pagamentos e recebimentos previstos
são registrados numa previsão ou projeção de fluxo de caixa. (http://www.fluxocaixa.com)
35
O principal objetivo dessa ferramenta administrativa dentro de uma empresa é
fornecer informações para a tomada de decisões, tais como: prognosticar as necessidades de
captação de recursos bem como prever os períodos em que haverá sobras ou necessidades de
recursos; aplicar os excedentes de caixa nas alternativas mais rentáveis para a empresa sem
comprometer a liquidez.
Um bom fluxo de caixa permite, por exemplo, que o administrador ou empresário
perceba as áreas que estão “sugando” mais dinheiro do que deveriam, permitindo medidas que
enxuguem custos e aumentem lucros. Por outro lado, a planilha de fluxo de caixa pode
apontar seus “maus pagadores” ou dar uma visão real dos problemas com vendas e receita.
36
5 EMPREENDER – JP
O Empreender - JP é um Programa permanente de crédito orientado do Governo
Municipal de João Pessoa que tem como objetivo gerar emprego, renda e ocupação em João
Pessoa e contribuir para inclusão social. Ele tem como finalidade, conceder empréstimos a
empreendedores de pequenos negócios na cidade de João Pessoa e auxiliar no
desenvolvimento dos empreendimentos já existentes. Sendo beneficiados negócios de
pequeno porte na produção, artesanato, turismo, comércio e prestação de serviços de qualquer
natureza.
O Programa Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios do Município de João
Pessoa- EMPREENDER- JP
é uma política permanente de inclusão social, através do
estímulo aos pequenos negócios, com foco na população mais carente, para a geração de
ocupação e emprego e incremento da renda, oferecendo condições de crédito orientado aos
pequenos empreendedores excluídos do Sistema Financeiro tradicional.
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção (SEDESP), é a secretaria
da estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de João Pessoa que é administradora e
operadora do Programa de Apoio aos Pequenos Negócios do Município de João PessoaEMPREENDER- JP, nos termos e de acordo com o que determina a Lei nº 10.431 de 11 de
abril de 2005.
São considerados beneficiários do Programa EMPREENDER- JP, empreendedores
formais e informais, maiores de 18 anos residentes e domiciliados no Município de João
Pessoa e que individualmente ou como participante de grupo associativo, familiar ou
comunitário, cumpram todas as etapas do Programa, assim compreendidas como: inscrição e
seleção, capacitação e plano de negócios.
Os financiamentos concedidos no âmbito do EMPREENDER-JP, com a utilização de
recursos do Fundo de Apoio aos Pequenos Negócios, serão destinados a atividades formais e
informais, com reconhecida capacidade de gerar renda, emprego e ocupação. Estes serão
concedidos para instalação, ampliação e relocalização de pequenos empreendimentos
individuais ou de grupos associativos, familiares ou comunitários e dirigidos para
investimentos fixo, capital de giro e investimentos mistos, com capital de giro associado.
O Empreender - JP é composto por linhas de créditos diversificadas para atender o seu
público alvo de acordo com seu perfil e atividade separadamente e estas são: Linha de Credito
Tradicional (envolve todas as atividades e sexo; e representa a maior linha de concessão de
empréstimos); Empreender Mulher (tem como foco o público feminino de mesma área
37
geográfica do município de João Pessoa que organizam-se por grupos de atividade como por
exemplo: grupo de cabeleireiras); Capital de giro (apenas disponibiliza o capital de giro para os
empreendimentos); Grupos Comunitários (são organizados nas comunidades por grupos
separadamente de acordo com a atividade); Empreender Jovem (os empreendedores devem ter
idade entre 18 e 29 anos, estar cursando ou ter concluído - há no máximo dois anos um curso
profissionalizante de ensino médio ou superior, residir em João Pessoa há pelo menos seis
meses e ter uma idéia economicamente viável), Empreender Melhor Idade (que atende o
publico da melhor idade, englobando todas as atividades) e Cinturão Verde (que financia
atividades “agrícolas” separadamente).
38
6 METODOLOGIA
A análise desenvolvida nete trabalho busca revisitar alguns aspectos e conceitos
básicos do empreendedorismo por necessidade.
A pesquisa de campo está direcionada aos proponentes que foram beneficiados com o
empréstimo do programa de microcrédito do Empreender-JP.
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Esta pesquisa, do tipo exploratório que, segundo Beuren (2004), é considerada como
aquela que estuda um tema pouco explorado. Neste caso, buscam-se informações mais
precisas sobre a realidade do empreendedorismo por necessidade, realizando descrição
precisas da situação com a finalidade de descobrir as relações existentes entre os elementos
componente dessa situação.
Quanto aos procedimentos, classifica-se como uma pesquisa bibliográfica, construindo
com base em materiais bibliográficos em livros e internet.
Considera-se ainda a pesquisa do tipo qualitativa e quantitativa.
Richardson (1999, p. 80) ressalta que “os estudos que empregam uma metodologia
qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de
certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos socais”.
Já uma pesquisa quantitativa e caracterizada pelo emprego de quantificação tanto nas
modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas
estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais
complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. RICHARDSON (1999,
p. 70).
6.2 PROBLEMATIZAÇÃO
Propõe-se neste estudo mostrar a realidade dos empreendedores por necessidade do
município de João Pessoa que se beneficiam com o empréstimo do programa Empreender JP.
O Empreender - JP é um Programa permanente de crédito orientado do Governo
Municipal que tem como objetivo gerar emprego, renda e ocupação em João Pessoa e
39
contribuir para inclusão social. Ele tem como finalidade, conceder empréstimos a
empreendedores de pequenos negócios na cidade de João Pessoa e auxiliar no
desenvolvimento dos empreendimentos já existentes. Sendo beneficiados negócios de
pequeno porte na produção, artesanato, turismo, comércio e prestação de serviços de qualquer
natureza.
O empreendedorismo está ligado a toda ação realizada
em prol de construrir,
modificar ou inovar algum produto, serviço ou ação. Empreendedorismo é qualquer tentativa
de um novo negocio o novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma,
uma nova empresa, ou expansão de um empreendimento existente, por individuo, grupo de
individuo ou por empresas ja estabelecida ( gembrasil.org.br).
As ferramentas administrativas são subsidios que os empreendedores devem utilizar
diariamente para uma boa administração e controle de seu negócio. Elas envolvem todos os
setores e subsidios de uma organização como: processo de vandas, qualidade, finanças,
marketing e etc, pontos estes que representam a realidade das empresas, e que são capazes de
fornecerem feedback das ações e planejamentos que estão sendo executados.
Este estudo será construído a partir de uma pesquisa envolvendo o conceito de
empreendedorismo, a realidade do empreendedorismo por necessidade e como é feita a
utilização das ferramentas administrativas no trabalho diário de uma organização.
Essa pesquisa tem como base a seguinte questão: Como os empreendedores por
necessidade utilizam ferramentas administrativas?
6.3 OBJETIVOS
6.3.1 Objetivo Geral
A pesquisa tem como objetivo central analisar como os empreendedores que acessam
ao credito do Empreender - JP utilizam as ferramentas administrativas?
6.3.2 Objetivos Específicos
a) Identificar a utilização das ferramentas administrativas pelos proponentes do
programa Empreender- JP
b) Verificar a importância das ferramentas administrativas para os empreendedores
c) Descrever as ferramentas administrativas utilizadas pelos empreendedores por
necessidade do Empreender - JP
40
6.4 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo da pesquisa abrange os proponentes do programa Empreender - JP que
foram beneficiados com o empréstimo destinados a investimento em micro empresas. De
acordo com Richardson (1999), universo é um conjunto de elementos que possuem
determinadas características, e quando se deseja obter informações a respeito de algo, torna-se
impossível colher de todos os indivíduos que formam parte do universo.
Já na amostra, segundo Gil (1999), é uma pequena parte dos elementos que compõem
o universo. Quando essa amostra é rigorosamente selecionada, prossegue o autor, “os
resultados tendem a aproximar-se daqueles que seriam obtidos caso fosse possível pesquisar
todos os elementos do universo”. Desta forma, a amostra dessa pesquisa foi retirada a partir
de um recorte temporal de janeiro de 2008 a agosto de 2008, com os proponentes que foram
beneficiados com o empréstimo, sendo escolhido por viabilidade de localização e acesso as
empresas que estão localizadas no bairro da torre que totalizam 27 empresas respectivamente.
6.5 INSTRUMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
Elaborou-se
questionário
para
identificar
a
importância
das
ferramentas
administrativas os empreendedores que são beneficiados com o empréstimo do programa de
microcrédito Empreender - JP.Assim, a pesquisa se direciona ao uso de uma abordagem
quantitativa, sendo desenvolvida no âmbito natural da situação que está sendo estudada
(LUDKE, 1987). Após o recolhimento das informações, realizou-se a análise do material
coletado, usando-se a abordagem quantitativa, que segue etapas de apreciação, obedecendo a
critérios graduais.
Para Richardson (1999, p.70), “a abordagem refere-se à quantificação tanto para a
coleta de informações quanto para o seu tratamento, desde as técnicas estatísticas mais
simples, como percentual, desvio padrão, média, como também correlação, análise de
regressão”. Desse modo, esta pesquisa é denominada de quantitativa, pois está centrada na
análise de uma amostragem específica: 27 proponentes do programa Empreender - JP que tem
seus negócios localizados no bairro da torre e que foram beneficiados com o empréstimo no
período de janeiro à agosto de 2008. Por fim, há vantagens em relação a esta pesquisa,
principalmente, pelo fato, do pesquisador lidar pessoal e diretamente com a situação de
estudo.
41
7 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
7.1 PERCEPÇÃO QUANTO A GÊNERO E ÁREA COMERCIAL QUE ATUAM
O intuito de analisar qual o gênero foi beneficiado com o empréstimo e a área
comercial (indústria, comércio ou serviço), é para diagnosticar quem está mais atuante no
mercado e qual área que os empreendedores tendem a investir com o beneficio do empréstimo
do microcrédito.
7.1.1 Gênero
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Feminino
Masculino
Não investiram
Gráfico 4: Investimento por gênero
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa mostra que dos 27 proponentes que foram beneficiados com o empréstimo
do mês de janeiro a agosto de 2008 do Bairro da Torre; 40,74% foram do sexo feminino;
33,33% foram do sexo masculino e 27,93 % não investiram em nada com o empréstimo, pois
alegaram que o valor não foi suficiente.
A participação das mulheres é maior quando o empreendedorismo é motivado por
necessidade, porque nos países de baixa renda as mulheres precisam desenvolver alguma
atividade para complementar os ganhos familiares. Isto está diretamente ligado, pois, a
carência de vagas no mercado formal de trabalho esta cada vez maior (GEM 2007).
Portanto, essa realidade do empreendedorismo por necessidade feminino, também se
enquadra com a realidade dos beneficiados do programa de microcrédito do Empreender - JP.
42
7.1.2 Área de atuação
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Comércio
Serviço
Indústria
Gráfico 5: Atuação no mercado
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa mostra que a área que mais recebe investimento por parte dos micros
empreendedores que se beneficiam com o microcrédito é o comércio com 65%, seguindo vem
à prestação de serviço com 30% e por último a indústria com 5%. Esses dados relatam que os
empreendedores por necessidade, optam por comercializarem produtos, pois, desta forma,
iram adquirir um retorno financeiro mais rápido, gerando conseqüentemente, renda para seu
sustento familiar.
A formação de um exército de trabalhadores em busca de alternativas precárias de
trabalho tanto nas condições de autônomos sem registro como de assalariados informais,
obriga trabalhadores a realizaram um empreendedorismo movido pela necessidade, ou seja,
esses trabalhadores excluídos do mercado formal buscam alternativas de geração de renda não
por vocação ou por serem empreendedores do tipo schumpeteriano, mas porque buscam
saídas para as adversidades da pobreza e da exclusão (GEM 2007).
43
7.2 EMPREENDEDORISMO QUANTO À MOTIVAÇÃO
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Necessidade
Oportunidade
Gráfico 6: Motivação empreendedora dos proponentes
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
O intuito de analisar qual a motivação que mais se enquadra com os proponentes do
Empreender - JP é o de diagnosticar como a amostra pesquisada tende a empreender, se por
oportunidade observada ou por necessidade.
De acordo Dornelas 2001, o empreendedorismo por necessidade é motivado pela falta
de alternativa satisfatória de trabalho e renda. Isto significa que grande parte do
empreendedorismo desenvolvido no Brasil resulta de uma questão de sobrevivência, uma vez
que não há trabalho para todos e há necessidade de geração de renda.
7.3 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS
A intenção de analisar as ferramentas administrativas é para diagnosticar como os
proponentes fazem uso das ferramentas e o modo como classificam as mesmas.
44
7.3.1 Utilização das ferramentas
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Não utilizam
Utilizam
Gráfico 7 : Utilização das ferramentas administrativas
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
De acordo com a pesquisa, 65% dos proponentes não utilizam nenhuma ferramenta
administrativa no gerenciamento dos seus negócios e 35% utilizam ferramentas.
Desses 35% que utilizam ferramentas administrativas, a maioria preocupa-se com a
ferramenta financeira, pois, ela contém todas as informações no que diz a respeito à
movimentação monetária da empresa, e mesmo tendo uma estrutura muitas vezes vista como
complexa, pode ser controlada por leigos, com o registro apenas de entradas e saídas, ou seja,
é a ferramenta que da feedbback financeiro, sendo este, o ponto mais importante para os
proponentes.
7.3.2 Classificação da utilização das ferramentas administrativas
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Importante
Indispensável
Gráfico 8 : Classificação das ferramentas administrativas
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
Desnecessário
Bom
45
A pesquisa mostra que 45% dos proponentes pesquisados consideram as ferramentas
administrativas importante, 40% consideram as ferramentas indispensáveis, 10% consideram
as ferramentas desnecessárias e 5% consideram ser bom à utilização das ferramentas
administrativas.
As ferramentas administrativas são usadas para identificar, observar e analisar
problemas. Um problema no âmbito de uma empresa é um resultado indesejado ou um desafio
a suplantar. Por isso pode-se dizer que a utilização das ferramentas nas empresas são fatores
decisivos para sua sobrevivência e sucesso no mercado atual que está cada vez mais
competitivo.
7.4 PLANEJAMENTO
Esta parte da pesquisa tem o objetivo de analisar a quantidade de proponentes que
realizaram algum tipo de planejamento antes de investirem o empréstimo que eles foram
beneficiados do programa Empreender - JP nos seus respectivos negócios, e qual tipo de
planejamento foram realizados.
7.4.1 Quantidade de empreendedores que realizaram planejamento antes de investir
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Não planejam
Planejam
Gráfico 9: Percentual dos proponentes que realizam planejamento
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
De acordo com o gráfico podemos concluir que dentro da amostra pesquisada 70% dos
proponentes não realizaram nenhum tipo de planejamento antes de investir nos seus negócios
e 30% realizaram algum tipo de planejamento antes de investirem em seus negócios.
46
Pode-se dizer que realizar um planejamento é analisar a situação da empresa,
estabelecer objetivos a serem seguidos, e decidir de forma antecipada as ações necessárias
para alcançar esses objetivos.
O planejamento é uma importante ferramenta para toda e qualquer empresa
independentemente de seu porte ou tamanho, pois indica a direção que as empresas devem
seguir e sua execução diminui os riscos de fechamento da empresa.
7.4.2 Tipo de planejamento realizado
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Pesquisa de mercado
Sazonalidade da atividade e do
produto
Gráfico 10: Planejamento realizado
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa mostra que dos 30% dos proponentes que realizaram algum tipo de
planejamento antes de investirem em seus negócios, 20% realizaram planejamento por meio
de pesquisa de mercado e 10% realizaram planejamento a partir da análise da sazonalidade da
atividade e do produto.
A maioria dos empreendedores pesquisados relatou que optaram por realizaram o
planejamento a partir de uma pesquisa de mercado para analisar a viabilidade da atividade no
mercado, isso demonstram que eles possuem uma importante característica do empreender,
pois são visionários, ou seja, têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e
o mais importante: eles têm habilidade de implementar seus sonhos (DORNELAS 2001).
47
7.5 REPRESENTAÇÃO DO EMPRÉSTIMO DO PROGRAMA EMPREENDER - JP PARA
OS EMPREENDEDORES
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Não necessidade
Expansão ou modernidade
Gráfico 11: Representação do microcrédito
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa relata que o empréstimo do programa Empreender - JP de microcrédito do
Município de João Pessoa representou para 75% dos proponentes a solução para a abertura de
seus respectivos negócios e para 25% um meio para expansão e/ou modernização dos seus
negócios já estabelecidos.
De acordo com Alves; Soares (2003) o conceito de microcrédito consiste na atividade
de conceder crédito de pequena monta. Entende-se que microcrédito é um empréstimo de
valor muito baixo oferecido a desempregados, pequenos empresários e outras pessoas vivendo
na pobreza e cuja condição impede o acesso a bancos e aos meios tradicionais de
financiamento, por não possuírem bens que possam oferecer em garantia e/ou histórico de
créditos. Freqüentemente o microcédito liberta pessoas de baixa renda das garras dos agiotas.
48
7.6 CARACTERÍSTICAS DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS PROPONENTES
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Agem quando acham
correto
Assumem riscos
calculados
Fazem a diferença
Gráfico 12: Perfil empreendedor
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa nos mostra que 65% dos proponentes possuem como características
marcantes o fato de agirem como acham correto, 30% tem a características de assumir riscos
calculados e 5% consideram-se que fazem a diferença para a sociedade.
Lamentavelmente podemos ratificar com os dados citados que a maioria dos
empreendedores por necessidade ainda tem em sua cultura de trabalho diário, a utilização da
intuição, fazendo o que acha correto, sem a elaboração de nenhum tipo de análise.
Pode-se concluir que os empreendedores por necessidade, que possuem o perfil mais
organizado, sempre se preocupam com a parte do retorno financeiro, ou seja, preocupados
com assumirem riscos calculados.
Dornelas (2001) relata que a carcterística de disposição para correr riscos, avalia
alternativas e calcula riscos deliberadamente; age para reduzir os riscos e controlar os
resultados; coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos; pondera uma
circunstância frente as suas consequências e pensa sobre que atitude tomar.
Os empreendedores com o perfil de característica que fazem à diferença, transformam
algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o
que é possível em realidade, corroborando com a teoria de Dornelas 2001.
49
7.7 ANÁLISE DE TOMADA DE DECISÕES DA EMPRESA
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Não realizaram
análise
Planejamento de Planejamento de Planejamento de
finanças
marketing
qualidade
Gráfico 13: Análise de decisões
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa mostra que 60% dos proponentes não realizam nenhuma análise antes de
tomaram decisões em seus negócios, 25% realizam planejamento de finanças, 10% realizam
planejamento de marketing e 5% realizam planejamento de qualidade.
Mais uma vez ratifica-se a falta de utilização das ferramentas administrativas por parte
do empreendedorismo por necessidade, mesmo eles considerando de grande importância a
utilização das mesmas.
Pode-se destacar como importante ferramenta de finanças, o fluxo de caixa. Pois, ele é
o responsável pelo registro e controle das entradas e saídas de dinheiro em uma empresa, seja
de que porte for. Ele é a ferramenta que demonstra receitas e despesas, listando as contas a
pagar e os valores a receber – os pagamentos e recebimentos realmente ocorridos são
lançados num controle diário de fluxo de caixa; os pagamentos e recebimentos previstos são
registrados numa previsão ou projeção de fluxo de caixa (http://www.fluxocaixa.com).
O marketing, como esclarece Lãs Casas (2005), é a área do conhecimento que engloba
todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e
necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando
sempre o ambiente de atuação e impacto que essas relações causam no bem-estar da
sociedade.
De acordo com Kotler (1998, p 65), “qualidade é a totalidade de aspectos e
características de um produto ou serviço que proporcionam a satisfação de necessidades
declaradas e implicitas”.
50
7.8 ANALISE DE MERCADO ANTES DE INVESTIR EM NOVOS PRODUTOS
Esse questionamento busca analisar a quantidade de empreendedores que realizam
algum tipo de análise antes de investirem em novos produtos em seus negócios e qual tipo de
análise eles elaboram.
7.8.1 Quantidade de empreendedores que analisam antes de realizarem novos
investimentos
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Não analisaram
Analisaram
Gráfico 14: Análise de investimento em novos produtos
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa mostra que 60% dos empreendedores não realizam nenhuma análise antes
de realizarem novos investimentos e 40% possui a cultura de analisar principalmente o custo
beneficio das novas ações.
Essa porcentagem demonstra que apesar da capacitação que o programa Empreender JP exige que os proponentes passem antes do benefício do empréstimo com o propósito de
ensinarem os empreendedores a gerenciarem suas empresas no trabalho diário, com utilização
básica de ferramentas administrativas e realização de planejamento, eles não colocam em
pratica. Pois, o motivo que os levou a empreender foi à necessidade de gerar renda para
sustento familiar, fazendo com que muitos tenham uma visão limitada e/ ou falta de
conhecimento (em relação ao baixo nível intelectual e de estudo já que o alvo são pessoas
humildes) não observando que a realização de planejamentos pode trazer grande custo beneficio para seus negócios.
51
7.8.2 Tipo de análise de mercado antes de investir em novos produtos.
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Finanças
Qualidade
Gráfico 15: Análise utilizada
Fonte: Pesquisa de campo, 2008.
A pesquisa mais uma vez nos mostra a importância que os empreendedores dão para
análise financeira, pois, 30% relatam realizarem análise de finanças e 10% demonstram
analisarem a qualidade.
Pode-se dizer que para os empreendedores por necessidade do Empreender - JP as
ferramentas administrativas são de suma importância, porém para eles o maior interesse é no
retorno que o investimento pode gerar para os mesmos.
52
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo demonstrou em sua análise que a utilização das ferramentas
administrativas no trabalho diário empresarial, é um instrumento muito importante para o
crescimento e sobrevivência das empresas que foram beneficiadas com o empréstimo do
Empreender – JP, já que, a maioria das empresas iniciou seus negócios por necessidade não
elaborando um devido planejamento.
Foi comprovado durante a pesquisa que os proponentes, mesmo participando da
capacitação do programa Empreender - JP não tem a cultura de utilizarem as ferramentas
administrativas em seus negócios, sendo a minoria que faz uso de algumas ferramentas,
comprovando desta forma o perfil de gerenciamento do empreendedorismo por necessidade.
Foi destacado que mesmo não fazendo uso das ferramentas administrativas, os
empreendedores as consideram como de suma importância para sobrevivência e bom
gerenciamento dos negócios.
O empreendedor que diz utilizar ferramentas administrativas tem a predisposição de
utilizar a ferramenta financeira, pois o empreendedor por necessidade está mais preocupado
com o retorno monetário, na maioria dos casos não tem nenhuma fonte de renda.
Tendo em vista os resultados da pesquisa, pode-se afirmar que a hipótese de que a
importância das ferramentas administrativas para os empreendedores por necessidade do
Empreender - JP tem refletido de forma negativa, pois a maioria dos empreendedores afirmou
não utilizar as ferramentas administrativas, mesmo classificando-as em seu uso freqüente
como de suma importância para as empresas. A maioria dos empreendedores beneficiados são
movidos por necessidade, vindo de uma cultura de pouco conhecimento, o que leva aos
empresários muitas vezes não conhecerem a realidade de sua empresa. É confirmado
positivamente através de questionários aplicados aos empresários, que os mesmos não
possuem o mínimo de informações básicas para uma boa administração, levando os seus
negócios sem o devido controle e de forma intuitiva.
Também foi possível perceber sua importância tanto para a academia quanto para a
prática administrativa, uma vez que tais dados são inéditos na administração. Porém, a
referida pesquisa pode ser mais aprofundada, talvez buscando novos focos ou novas áreas,
aproveitando o crescimento desse tema tão atual que é o empreendedorismo, podendo assim
somar valor a esta pesquisa e trazer dados valiosos para outros estudos.
53
REFERÊNCIAS
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BANCO central. Brasília: Banco Central do Brasil, 2003. 46 p.
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São Paulo: Atlas, 2004.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor: a metodologia de ensinoque ajudaa
transformar conheciemnto em riqueza. São Paulo: de Cultura, 1999.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa: uma idéia, uma paixão e um plano de negócio:
como nasce o empreendedor e se cria uma empresa.São Paulo. de cultura, 1999
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transfomando idéias em
negócio. Rio de Janeiro: Campos, 2001.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas 1999
GLOBAL ENTREPREUNEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil-2007
KOTLER, Philip:Administração de Martketing: análise,planejamento, implementação e
controle.Tradução Ailton B. Brandão. 5.ed., São Paulo: atlas, 1998
LAS CASAS,Alexandre Luzzi.Adminitração de Vendas.8.ed.São Paulo:atlas, 2008
LIMEIRA,Tania Maria Vidigal. Fundamentos de Marketing.In:Gestão de Marketing.Sergio
Roberto Dias(coord).São Paulo: Saraiva, 2003. p.1-15
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. A pesquisa em educação: abordagens qualitativas.
São Paulo: Cortez, 1987.
MORRIS, M. (1998). Entrepreneurial intensity : sustainable advantages for individuals,
organizations, and societies. London, Quorum. 170 pages.
NETO, Paulo Penteado de Faria e Silva; Estudos sobre empreendedorismo, Programa de
Bolsas de Iniciação Cientifica- PIBIC, Núcleo de Pesquisa e Publicações- Fundação Getulio
Vargas/EAESP
PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas 2000
54
PNUD, SEBRAE, Nacional. Manual do Empretec.Santa Catarina, 1993
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo, Atlas,
1999.
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http://www.sebraesp.com.br/principal/abrindo%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7
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http://empresas.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,95568
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Acessado em10/10/08
55
APÊNDICE
56
QUESTIONÁRIO
Visando o cumprimento do Trabalho de Conclusão do Curso de Administração, do Centro
Universitário de João Pessoa - UNIPE, solicito o preenchimento do questionário a seguir, de
forma a obter informações sobre a realidade do empreendedorismo e a importância que os
empreendedores que foram beneficiados com o empréstimo do programa Empreender- JP dão
as ferramentas administrativas. Por favor, apresente a sua opinião sincera para cada uma das
questões. Sua contribuição é de extrema importância para o sucesso da pesquisa e do trabalho.
Você não precisará se identificar.
1. Qual o sexo?
a) Feminino
b) Masculino
2. Qual o segmento de mercado de sua empresa?
a) Indústria
b) Comercio
c) Serviço
3.O que lhe levou a empreender?
a) Necessidade
b) Oportunidade observada
4. Você utiliza alguma ferramenta administrativa?
a) Sim
b) Não
5. Se sim, qual?
a) Vendas
b) Qualidade
c) Financeira
d) Marketing
e) Plano de Negócios
6. Como você classifica a utilização das ferramentas administrativas?
a) Indispensável
b) Importante
c) Bom
d) Desnecessário
7 Você realizou algum tipo de planejamento antes de investir em seu negocio?
a) Sim
b) Não
8. Se sim, que tipo de planejamento foi?
a) Pesquisa de mercado
b) Observação da sazonalidade da atividade e do produto
d) Plano de Negócio
57
9 O que o empréstimo do Empreender- JP representou para o seu negocio?
a) Solução para abrir o negócio
b) Oportunidade de expansão ou modernidade
c) Um acréscimo financeiro para a conclusão do investimento
10 Quais as características que mais se enquadram no seu perfil empreendedor?
a) Assumir risco calculado
b) Criam valor para sociedade
c) É um individuo que fazem à diferença
d) Agem quando acham que é correto de acordo com a intuição sem planejamento
11 Que tipo de analise você costuma fazer antes de tomar as decisões em sua empresa?
a) Planejamento de vendas
b) Planejamento de marketing
c) Planejamento da qualidade
d) Planejamento de finanças
e) Plano de negocio
f) nda
12. Você realiza alguma análise de mercado antes de investir em novo novos produto?
a) Sim
b) Não
13. Se sim, qual tipo?
a) Vendas
b) Marketing
c) Finanças
d) Qualidade
e) Plano de Negocio
58
ANEXO
59
LEI nº 10.431, de 11 de abril de 2005.
CRIA O PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS
PEQUENOS NEGÓCIOS - EMPREENDER - JP E
ESTABELECE OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA, ESTADO DA PARAÍBA. FAÇO
SABER QUE O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL APROVOU E EU SANCIONO A
SEGUINTE LEI:
Art. 1º - Fica instituído o PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS
PEQUENOS NEGÓCIOS - EMPREENDER – JP, como instrumento de promoção da
inclusão social e do desenvolvimento sustentável, através de programas especiais de
capacitação empreendedora e financiamento com os seguintes objetivos:
I – Aumentar as oportunidades de emprego através da criação, ampliação, modernização,
transferência ou reativação de pequenos negócios, formais e informais, através de
empréstimos de recursos financeiros aos empreendedores;
II – Elevar a qualidade de vida da população pela criação de fontes de renda segura e
consistente, que proporcione sustentação às famílias de empreendedores, em particular as de
baixa renda;
III – Promover a capacitação e qualificação gerencial de empreendedores e gestores de
pequenos negócios, visando aprimorar suas aptidões e assegurar acesso à inovação
tecnológica que lhes garantam maior eficiência produtiva e competitividade no mercado;
IV – Promover sistemas associativos de produção mediante a criação e a manutenção de
centrais de compras, de produção e vendas, sob a gestão dos empreendedores, formais e
informais, de pequenos negócios;
V – Oferecer infra-estrutura para facilitar escoamento da produção e possibilitar o acesso dos
pequenos empreendedores ao sistema de comercialização;
VI – Viabilizar a participação de pequenos negócios, formais e informais em feiras e
exposições onde quer que sua presença possa contribuir para o desenvolvimento de suas
atividades; e
VII – Apoiar e estimular a criação de organizações e mecanismos de micro crédito.
Art. 2º - Para implementação e operacionalização do PROGRAMA EMPREENDER - JP,
fica instituído o FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS.
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I – Não será concedido empréstimo pelo Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios
aos projetos de comercialização de armas.
II – A Prefeitura fará publicar Edital na imprensa e no Semanário Oficial, definindo local e
horário para inscrição dos interessados, como também a relação dos processos deferidos e
indeferidos dos empréstimos do EMPREENDER - JP.
Art. 3º - Os recursos arrecadados através do Fundo EMPREENDER – JP serão administrados
pela Agência de Desenvolvimento de Pequenos Negócios, implementada no âmbito da
Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção.
Parágrafo Único - A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção será
responsável pela operacionalização e administração das medidas necessárias à implementação
das ações estabelecidas no caput deste artigo, podendo para tanto, na forma da lei, firmar
convênios, contratar serviços, estabelecer parcerias e adotar as iniciativas indispensáveis ao
bom cumprimento dos objetivos compreendidos por tais ações, fazendo uso dos seus recursos
institucionais e daqueles disponíveis no âmbito do governo municipal.
CAPÍTULO II
DAS FONTES DE RECURSOS
Art. 4º - Constituirão recursos do PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS
NEGÓCIOS – EMPREENDER-JP:
I – O produto resultante de 1,5% (hum vírgula cinco por cento) sobre todos os valores de
pagamentos realizados pelo Município de João Pessoa, relativos ao fornecimento de bens,
serviços e contratação de obras, creditados automaticamente ao FUNDO MUNICIPAL DE
APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS;
II – VETADO
III – As transferências de agências e fundos de desenvolvimento, nacionais e internacionais, a
título de contribuição, subvenção ou doação, além de outras formas de transferências a fundo
perdido;
IV – Os valores decorrentes da remuneração do Fundo pelos financiamentos concedidos pelo
agente financeiro e os rendimentos resultantes de aplicações financeiras dos recursos não
comprometidos;
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V – Doações de pessoas físicas e jurídicas, entidades públicas e privadas que desejem
participar de programas de redução das disparidades sociais de renda, no âmbito do município
de João Pessoa;
VI –Juros e quaisquer outros rendimentos eventuais;
VII – Amortizações de empréstimos concedidos.
Parágrafo Único – Ficam excluídos dos valores mencionados no inciso I deste artigo os
pagamentos relativos à:
I – Serviços públicos explorados por concessão dispensados de procedimento licitatório para
contratação com o Município;
II – Pagamentos e adiantamentos aos servidores públicos municipais;
III – Pagamentos inferiores a 04 (quatro) salários mínimos.
IV – VETADO
CAPÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DO FUNDO
MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS
Art. 5º - A supervisão do Fundo será exercida pelo Conselho Consultivo dos Pequenos
Negócios do Município de João Pessoa existente no âmbito da Secretaria de Desenvolvimento
Sustentável da Produção ao qual compete:
I – Auxiliar no estabelecimento de critérios e fixação de limites globais e individuais para a
concessão dos financiamentos e subvenções, observadas as disponibilidades do Fundo;
II – Sugerir prazos de amortização e carência, bem como os encargos dos mutuários e multas
por eventual inadimplemento contratual;
III – Analisar mensalmente as contas operacionais do Fundo, por meio de balancetes, além de
avaliar os resultados e propor medidas de aprimoramento de suas atividades;
IV – Manifestar-se previamente sobre ajustes a serem celebrados com terceiros, tendo por
objeto recursos ao Fundo; e
V – Elaborar seu Regimento Interno.
Art. 6º - O Conselho a que se refere o Art. 5º terá a seguinte composição:
I – Um (01) representante da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção que
atuará na condição de presidente e membro nato;
II – Um (01) representante da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente que atuará na condição de vice-presidente e membro nato;
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III – Um (01) representante do SEBRAE/PB – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas da Paraíba;
IV – Um (01) representante das entidades do setor produtivo do comércio;
V – Um (01) representante das entidades do setor produtivo da indústria;
VI – Um (01) representante da Central Única dos Trabalhadores –
VI-A – Um (01) representante das Cooperativas;
VII – Um (01) representante das Associações Comunitárias;
VIII - Um (01) representante da Universidade Federal da Paraíba UFPB;
IX - Um (01) representante da Associação das Micro e Pequenas Empresas da Paraíba –
FEMIPE;
X – Um (01) representante Da Federação das Micro e Pequenas Empresas da Paraíba;
XI – Um (01) representante da Câmara Municipal de João Pessoa;
XII – VETADO
Parágrafo Único – No ato da indicação, do membro do Conselho, a entidade ou o órgão
indicará o respectivo suplente.
Art. 7º - O FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS será
administrado por um Comitê Gestor e supervisionado pelo Conselho Consultivo dos
Pequenos Negócios a que se refere o Art. 5º da presente Lei.
Art. 8º - O Comitê Gestor do FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS
NEGÓCIOS será composto pelos seguintes membros:
I – O Diretor de Fomento da Produção e dos Pequenos Negócios;
II – Um (01) representante da Secretaria de Desenvolvimento Social que atuará na condição
de Vice-Presidente;
III – Um (01) representante da Secretaria de Finanças;
IV – Um (01) representante da Associação das Micro e Pequenas Empresas de João Pessoa
(PB);
V – Um (01) representante dos Agentes Financeiros.
Art. 9º - Compete ao Comitê Gestor do FUNDO MUNICIPAL DE APOIO
AOS PEQUENOS NEGÓCIOS:
I – Reunir-se mensalmente para avaliar a operação e resultados da aplicação dos recursos do
Fundo;
II - Determinar as normas, procedimentos e condições operacionais do Fundo a serem
cumpridas pelos Agentes Financeiros;
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III – Aprovar as prestações de contas referentes às despesas administrativas de
funcionamento e operacionalização das normas e procedimentos estabelecidos nesta Lei, bem
como encaminhar, à Câmara Municipal de João Pessoa, as respectivas prestações de contas
com a documentação comprobatória até o 15º dia, do mês subseqüente.
§ 1º - A Secretaria Executiva do Comitê Gestor será designada pelo Secretário do
Desenvolvimento Sustentável da Produção.
§ 2º - Compete a Secretaria Executiva:
I – Secretariar o Comitê Gestor do Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios;
II – Receber, analisar e emitir parecer conclusivo no que respeita às solicitações de
financiamento;
III – Elaborar o plano estratégico e operativo anual do fundo;
IV - Gerir o fundo de despesas administrativas do Comitê, prestando contas mensalmente à
presidência do mesmo;
V – Apresentar relatórios mensais e anuais com referência às atividades operacionais e
financeiras do Fundo.
CAPÍTULO IV
DO AGENTE FINANCEIRO
Art. 10 - Os recursos do FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS
– EMPREENDER - JP serão operacionalizados pela Agência de Desenvolvimento de
Pequenos Negócios ou agentes financeiros selecionados dentre os bancos oficiais, os quais
celebrarão convênios com o Município de João Pessoa para operacionalizar linhas de crédito.
§ 1º - A remuneração do Agente Financeiro será negociada, em forma de parcerias solidárias,
levando-se em conta os interesses sociais da operação do PROGRAMA EMPREENDER - JP.
§ 2º - A título de contrapartida, o Agente Financeiro implantará, na agência ou agências
locacionalmente mais adequadas, um Núcleo de Atendimento aos Pequenos Negócios, com
equipe capacitada a prestar os serviços financeiros do PROGRAMA EMPREENDER - JP e
todas as informações e esclarecimentos que forem necessários
ao seu bom desempenho.
§ 3º - Compete ao Agente Financeiro:
I – Providenciar para o PROGRAMA EMPREENDER - JP contabilidade própria, fazendo
publicar anualmente os balanços de recursos do Fundo, devidamente auditados;
II – Efetuar o controle contábil-financeiro dos recursos do Fundo, através do exame da
movimentação dos saldos e de suas aplicações no mercado aberto;
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III – Providenciar a emissão de cada contrato de financiamento de acordo com as normas e
procedimentos emanados do Comitê Gestor do Fundo;
IV – Controlar a situação do mutuário ou beneficiário e dar quitação quando do encerramento
dos contratos;
V – O Agente Financeiro deverá colocar à disposição do Comitê Gestor os demonstrativos
com posições mensais dos recursos, aplicações e resultados do Fundo.
Art. 11 - Fica criado o Fundo Garantidor, vinculado ao PROGRAMA MUNICIPAL DE
APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS – EMPREENDER-JP, com objetivo de cobrir
eventuais perdas resultantes de inadimplências dos financiamentos concedidos pelo agente
financeiro.
§ 1º - O agente financeiro somente será ressarcido dos contratos inadimplidos decorridos
sessenta dias do vencimento, através do débito em conta do Fundo Garantidor.
§ 2º - O agente financeiro deverá proceder à cobrança dos contratos inadimplidos.
§ 3º - Também poderão compor o Fundo Garantidor ao PROGRAMA MUNICIPAL DE
APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS – EMPREENDER-JP e utilizados dentro dos
objetivos deste, os recursos do Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12 – O Poder Executivo Municipal Regulamentará e criará condições legais necessárias
para que os recursos previstos no Art. 3º, em seu parágrafo único, sejam assegurados com
vistas à capitalização e operacionalização do Programa EMPREENDER - JP.
Parágrafo Único – Compete ao Poder Executivo Municipal autorizar despesas referentes ao
custeio da administração do Programa EMPREENDER - JP.
Art. 13 – A incidência do percentual estabelecido no inciso I, do Art. 4º não alcança os
contratos assinados anteriormente à edição da presente lei.
Art. 14 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PAÇO MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA, EM 11 DE ABRIL DE 2005.
RICARDO VIEIRA COUTINHO
Prefeito do Município
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