1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FERNANDA DE KÁSSIA SILVA ARAÚJO A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA OS EMPREENDEDORES POR NECESSIDADE DO EMPREENDER-JP João Pessoa- PB 2008 2 FERNANDA DE KÁSSIA SILVA ARAÚJO A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA OS EMPREENDEDORES POR NECESSIDADE DO EMPREENDER - JP Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ, como Requisito parcial para abtenção do título de Bacharel em Administração Orientadora: Profa. Anilza de Fátima Medeiros Leite João Pessoa- PB 2008 3 A663i ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva. A importância das ferramentas administrativas para os empreendedores por necessidade do EMPREENDER - JP / Fernanda de Kássia Silva Araújo. João Pessoa, 2008. 66p. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Centro Universitário de João Pessoa/UNIPÊ. 1 Empreendedorismo – Empreendedorismo por necessidade – Ferramentas administrativas Monografia. I Título CDU: 658 4 FERNANDA DE KÁSSIA SILVA ARAÚJO A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA OS EMPREENDEDORES POR NECESSIDADE DO EMPREENDER-JP Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Adminitração Aprovada em____/____/_____ BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Professora Anilza de Fátima Medeiros Leite Orientadora - UNIPÊ ________________________________________ Professora Ms Ilka Maria Soares Campos Examinadora - UNIPÊ ________________________________________ Professor Reginaldo Cipriano Examinador - UNIPÊ 5 A Deus por todo diserdimento e sabedoria dado ao longo do curso e a toda minha família em especial a minha avó Luzia Leonilza e aos meus pais Verônica e Fernando que me apoiaram para a realização de meu sonho Dedico 6 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter me dado forças para persistir nessa caminhada e sabedoria para seguir o caminho certo, para realização do meu sonho. A todos os meus familiares, em especial a minha avó Luzia Leonilza que acreditou no meu potencial e me deu oportunidade para realização dessa conquista. Aos meus pais Verônica e Fernando por toda dedicação, esforço, amor, compreensão e incentivo que eles tiveram comigo durante o curso, fazendo muitas vezes sacrificios em prol da minha realização profissional. Ao meu irmão Neto, por todo apoio que ele me deu para elaboração da monogafia. Ao meu namorado Fábio por todo amor, carinho, incentico e paciência que me foram dados ao longo da construção desse trabalho. A todos os meus amigos da turma, em especial Alayde e Laísy, que me deram amor e carinho e me acompanharam em todos os momentos de estudos, desafios e dificuldades durante todo o curso. As minhas amigas extra universidade Joyce, Fabiane, Micarla e Rayla que sempre estiveram torcendo por mim, dando-me apoio e carinho, e entenderam as minhas ausências durante a elaboração da monografia. A minha orientadora Anilza de Fátima, pelas sábias palavras de orientação e por todo incentivo, apoio e compreesão durante a construção deste trabalho. A todos os professores, em especial a professora Nilza, por todo o carinho, atenção e compreensão durante a construção da monografia e a professora Ilka Maria, por todo incentivo e oportunidade que me foi depositado ao longo do curso. Ao UNIPÊ e todos os funcionários em especial a Roseane, Joséli e Ricardo Castro, que me ajudaram em todos os momentos na elaboração da monografia.. 7 “Determinação coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho”. Dalai Lama 8 ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva. A Importância das Ferramentas Administrativas para os Empreendedores por Necessidade do Empreender - JP. 2008.2. 66f. Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. Monografia ( Graduação em Administração) RESUMO O empreendedorismo é um tema bastante discutido atualmente, está diretamente ligado a toda ação realizada em prol de construir, modificar ou inovar algum produto, serviço ou ação. Existem dois tipos de motivação no empreendedorismo, a motivação por oportunidade e a motivação por necessidade. O empreendedorismo movido por necessidade é geralmente ocasionado, quando o empreendedor não tem nehuma forma de geração de renda. O microcrédito, por ser um empréstimo de valor muito baixo oferecidos a pequenos empreendedores, é um dos maiores financiadores do empreendedorismo por necessidade. Desta forma, as ferramentas administrativas servem como apoio gerencial e diário para sobrevivência das empresas. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a importância das ferramentas administrativas para os empreendedores por necessidade do Empreender-JP. Optou-se por uma pesquisa exploratória e bibliográfica, com obordagem qualitativa e quantitativa. Foram escolhidos para aplicação dos questionários, os empreendedores que foram beneficiados com o empréstimo do Empreender-JP, do mês de janeiro à agosto de 2008 do Bairrro da Torre na cidade de João Pessoa. Neste universo foram aplicados 27 questionários como instrumento de coleta de dados da pesquisa. Os principais resultados mostram que os proponentes beneficiados com o empréstimo do programa Empreender-JP apesar de terem sido capacitados pelo programa, poucos utilizam as ferramentas administrativas, porém, consideram de suma importância para um bom gerenciamento das empresas. Os empreendedores pesquisados possuem um nitido perfil do empreendedorismo por necessidade. A referida pequisa ratificou de fato sua hipótese, demostrando, que as ferramentas administrativas quando aplicadas de forma adequada, são muito importantes para sobrevivência das empresas. Palavras-Chave: Empreendedorismo. Empreendedorismo por Necessidade. Ferramentas Adminitrativas 9 ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva. The Importance of the Administrative Tools for the Entrepreneurs from necessity of the Empreender-JP. 2008, 66 f. Monograph (Graduation in Administration) Center Academical of João Pessoa - UNIPÊ. ABSTRACT The undertaking is a theme quite discussed now that it is directly linked the all action accomplished on behalf of building, to modify or to innovate some product, service or action. Two motivation types exist in the undertaking, the motivation for opportunity and the from necessity. The undertaking moved from necessity, it is usually caused, when the entrepreneur doesn't have any form of generation of income. The microcredit, for being a loan of very low value offered to small enterprising, it is one of the largest backers of the undertaking from necessity. This way, the administrative tools serve as support daily manage for survival of the companies. This research had as objective analyzes the importance of the administrative tools for the entrepreneurs from necessity of the Empreender-JP. She opted for a research exploratory and bibliographical, with qualitative and quantitative approach. They were chosen for application of the questionnaires, the entrepreneurs that were beneficiaries with the loan of the Empreender-JP, of the month of January to August of 2008 of neighborhood of the Tower in the city of João Pessoa. In this universe they were applied 27 questionnaires as main instrument of collection of data of the research. The main results show that the proposers beneficiaries with the loan of the program Empreender-JP in spite of they have been qualified by the program, little they use the administrative tools, however, they consider of addition importance for the a good administration of the companies. The researched entrepreneurs possess a clear profile of the undertaking from necessity. Referred her research ratified this hypothesis in fact, demonstrating, that the appropriate, healthy tools administrative when applied in way very important for survival of the companies. keyword: Undertaking, Undertaking from necessity, Administrative Tools 10 LISTA DE SIGLAS GEM: Global Entrpreneurship Monitor SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro Empresas SOFTEX: Sociedade Brasileira para Exportação de Sotware TEA: Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial PME: Pequenas e Médias empresas LISTA DE QUADROS Quadro 1: Características dos empreendedores de sucesso 16 11 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Evolução das proporções de Empreendedores por Motivação- Brasil 2001 a 2007 Gráfico 2: Estimativa do empreendedorimos Gráfico 3: Estimativa de empreendedorismo feminino por necessidade Gráfico 4: Investimento por gênero Gráfico 5: Atuação no mercado Gráfico 6: Motivação empreendedora dos proponentes Gráfico 7: Utilização das ferramentas administrativas Gráfico 8: Classificação das ferramentas Gráfico 9: Percentual dos proponentes que realizam planejamento Gráfico 10: Planejamento realizado Gráfico 11: Representação do micocrédito Gráfico 12: Perfil empreendedor Gráfico 13: Análise de decisões Gráfico 14: Análise de investimento em novos produtos Gráfico 15: Análise utilizada 20 21 22 41 42 43 44 44 45 46 47 48 49 50 51 LISTA DE TABELAS Figura 1: Empreendedores iniciais por motivação segundo composição do negócio na renda Brasil 2007 Figura 2: Painel de evolução dos empreendedores iniciais (TEA) entre 2001 e 2007 por grupo de países Figura 3: Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) brasileira em comparação com a média dos países participantes do GEM de maio de 2001 a 2007 21 24 24 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 11 2 EMPREENDEDORISMO 2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO 2.2 EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR 2.3 CARTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR 2.4 EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE 2.5 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 2.6 EMPREENDEDORISMO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL 13 13 14 15 19 22 24 3 MICROCRÉDITO 3.1 HISTÓRICO 3.2 SURGIMENTO DO GRAMMEN BANK 3.3 CONCEITOS E TIPOS DE MICROCRÉDITO 26 26 26 27 4 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS 4.1 PLANO DE NEGÓCIO (PN) 4.2 MARKETING 4.3 VENDAS 4.4 QUALIDADE 4.5 FINANCEIRA 29 29 30 32 33 34 5 EMPREENDER - JP 36 6 METODOLOGIA 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 6.2 PROBLEMATIZAÇÃO 6.3 OBJETIVOS 6.3.1 Objetivo Geral 6.3.2 Objetivos Específicos 6.4 UNIVERSO E AMOSTRA 6.5 INSTRUMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 38 38 38 39 39 39 40 40 7 .DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 7.1 PERCEPÇÃO QUANTO A GÊNERO E ÁREA COMERCIAL QUE ATUAM 7.1.1 Gênero 7.1.2 Área de atuação 7.2 EMPREENDEDORISMO QUANTO À MOTIVAÇÃO 7.3 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS 7.3.1 Utilização das ferramentas 7.3.2 Classificação da utilização das ferramentas administrativas 7.4 PLANEJAMENTO 7.4.1 Quantidade de empreendedores que realizaram planejamento antes de investir 7.4.2 Tipo de planejamento realizado 7.5 REPRESENTAÇÃO DO EMPRÉSTIMO DO PROGRAMA EMPREENDER - JP PARA OS EMPREENDEDORES 41 41 41 42 43 43 44 44 45 45 46 47 13 7.6 CARACTERÍSTICAS DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS PROPONENTES 7.7 ANÁLISE DE TOMADA DE DECISÕES DA EMPRESA 7.8 ANALISE DE MERCADO ANTES DE INVESTIR EM NOVOS PRODUTOS 7.8.1 Quantidade de empreendedores que analisam antes de realizarem novos investimentos 7.8.2 Tipo de análise de mercado antes de investir em novos produtos 48 49 50 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 52 REFERÊNCIAS 53 APÊNDICE 56 ANEXO 59 50 51 11 1 INTRODUÇÃO O Empreender - JP trata-se de um programa de microcrédito que tem o objetivo de conceder empréstimos para micros e pequenas empresas do município de João Pessoa, sendo estas, a maioria constituída por um grupo que empreendem por necessidade. O empreendedorismo por necessidade é um tipo de motivação que leva o “homem” a empreender muitas vezes por não ter nenhuma forma de geração de renda. Desta forma, os empreendedores por necessidade tendem a fazer investimentos em determinadas atividades comerciais sem nenhum planejamento visando apenas algum retorno financeiro. Microcrédito é um empréstimo de valor muito baixo oferecido a desempregados, pequenos empresários e outras pessoas que vivem na pobreza e cuja condição impede o acesso a bancos e aos meios tradicionais de financiamento, por não possuírem bens que possam oferecer em garantia e/ou histórico de créditos. Freqüentemente o microcrédito liberta pessoas de baixa renda das garras dos agiotas. A utilização das ferramentas adminitrativas são muito importante para o processo de planejamento e até mesmo de sobrevivência das organizações. Pode-se destacar como ferramentas adminitrativas: vendas, marketing, finanças, qualidade, plano de negócio, dentre várias outras existentes no campo administrativo para gerenciamento de uma empresa. Considera-se o tema bastante atual, pois, o empreendedorismo cada vez mais é fator determinante na sociedade, passando a cada dia por um longo processo de evolução e aumentando cada vez mais a contrapartida dada á sociedade. Evidencia-se ainda a realidade do processo empreendedor no Brasil e como os empreendedores são fatores de grande influência na economia. Este estudo justifica-se pela relevância de se abordar a realidade do empreendedorismo por necessidade dentro do Empreender - JP no município de João Pessoa. Este trabalho é de suma importância para a vida acadêmica, pois, mostra em sua pesquisa a realidade econômica do mercado para aqueles que empreenderem por necessidade, realidade esta, que livros muitas vezes não conseguem traduzir, nem tão pouco aos alunos conseguem diagnosticar dentro de sala de aula. Ele contribui para a sociedade no sentido de orientar os empreendedores por necessidade para importância de um planejamento e utilização das ferramentas administrativas nos trabalhos diários para sobrevivência das empresas 12 Para melhor entendimento e compreensão, o primeiro capítulo trata do processo de origem do empreendedorismo, evolução, conceitos, caracteristicas, o empreendedorismo por necessidade, a importância do empreendedorismo e o empreendedorismo no Brasil. No segundo capítulo a pesquisa abordou o microcrédito esclarecendo brevemente pontos como: microcrédito no Brasil, Hstorico do Microcrédito, Surgimento do Grammen Bank, Objetivos do Grameen Bank, Conceito do Microcredito e os principais Tipos de Microcredito A pesquisa abordou no terceiro capítulo as ferramentas administrativas dando destaque a ferramentas de vendas, qualidade, marketing, financeira e plano de negócios, pois, são as ferramentas apresentadas para os proponentes do programa Empreender-JP na etapa de capacitação. Os resultados da pesquisa demonstram que o empreendedores beneficiados com o empréstimo do Empreender-JP acham as ferramentas administrativas muito importantes para a sobrevivência das empresas, porém, fazem pouco uso das mesmas, mostrando assim, o perfil dos empreendedores por necessidade. 13 2 EMPREENDEDORISMO Este topico irá abordar todo o processo de origem do empreendedorismo, evolução, conceitos, caracteristicas, o empreendedorismo por necessidade, a importância do empreendedorismo e o empreendedorismo no Brasil. 2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO O termo empreendedorismo é derivado da palavra entrepreneurship, e é utilizado em estudos relativos ao empreendedor, como seu perfil, sua origem e seu campo de atuação. Segundo Dolabela (1999, p. 43), Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para desiganar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atução. A palavra empreendedorismo deriva da palavra entrepreneur, que significa numa tradução livre, o que se mete no meio( Neto 2004, apud RONSTAND, 1984). Foi utilizado pelo economista Joseph Schumpter em 1950, como sendo uma pessoa com capacidade e criatividade de fazer sucesso com inovações. Dolabela (1999, p. 47), define a palavra como sendo originado do francês, entrepreneur, que era usada no século XII, para designar aquele que incentivava brigas, no final do século XXIII, passou a designar que criava e conduzia projetos e empreendimentos. O empreendedorismo passa por duas correntes : a econômica, na qual os pioneiros economistas associam o empreendedor a inovação e a comportamentalista que enfatiza aspectos relacionados às atitudes como criatividade e a intuição (NETO 2004, apud RONSTAND, 1984). Na Idade Média, o empreedendedor era aquele que gerenciava grandes projetos de produção e recursos oriundos dos governos do país. No século XVII ocorram os primeiros indicios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo, pois o empreendedor estabelecia contatos com o governo, no qual tinham que fornecer produtos ou serviço ao Estado, para obter lucros ou prejuizos ( NETO 2004, apud RONSTAND, 1984). No século XIII, o empreendedor e o capitalista foram então diferenciados, provavelmente devido a revolução industrial, que teve início na Inglaterra e trouxe o termo 14 undertaker, que mais tarde foi substituido por “capitalista” e hoje em dia por “empreendedor”. Segundo Dolabela (1999), o século XVII define empreendedorismo, como termo que se referia as pessoas que compravam matérias-primas, e as vendiam a terceiros depois de processá-los, identificando uma oportunidade de negócio e assumindo riscos No século XIX e XX ocorreu uma grande confusão em que os empreendedores foram frequentemente confundidos com adminstradores, como aqueles que controlam as ações desenvolvidas na organização, dirigem, planejam, paga empregados, organizam a empresa, meramente de um ponto de vista econômico, mas sempre a serviço do capitalista. Isso ocorreu pelo simples explicação pois todo empreendedor é um bom administrador, porém, em suas caracteristicas eles sempre tem algo mais, pois, possui atitudes e caracteristicas singulares que o administrador não possui. Para Dornelas (2001) pode-se atribuir a Marco Polo o primeiro exemplo de empreendedorismo, por tentar estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como empreendedor Marco Polo assinou um contrato com um comerciante bem sucedido (capitalista), para vender as mercadorias deste. O capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva enquanto que o aventureiro empreendedor corria todos os riscos fisicos e emocionais, assumindo, portanto, riscos de forma ativa 2.2 EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR O empreendedorismo está ligado a toda ação realizada em prol de construrir, modificar ou inovar algum produto, serviço ou ação.Empreendedorismo é qualquer tentativa de um novo negócio o novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou expansão de um empreendimento existente, por individuo, gurpo de individuo ou por empresas ja estabelecida( gembrasil.org.br). O empreendedorismo trata de sete diferentes tipos de criação, não excludentes entre si: criação de riqueza, criação de empresas, criação de inovação, criação de mudança, criação de empregos, criação de valor e criação de crescimento. Isto esta interligado ao conceito que liga o empreendedorismo diretamente a inovação, estando assim, sempre presente na visão. Porém, é importante salientar também, que o empreendedorismo não esta só ligado a inovação, pois muitos casos de sucessos acontece com empreendimentos que não são inovantes e nem por isso deixam de ser atos de empreendedorismo( MORRIS 1998). 15 O empreendedor é uma pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades, inovando continuamente.Ele é capaz de criar novos negócios ou inovar dentro de negócios já existentes. Eles muitas vezes são considerados heróis populares no mundo dos negócios, pois proporcionam à população novos empregos, introduzem inovação e incentivam o crescimento econômico. São pessoas de diversas áreas da sociedade, com idades divergentes, que assumem riscos inerentes numa economia em mudança, transformação e crescimento Para Dornelas (2001, p. 30), o empreendedor é um administrador com diferenças consideraveis em relação aos gerentes ou executivos de organizações tradicionais , pois os empreemdedores são mais visionarios que os gerentes. Segundo Joseph Schumpeter (1949), o “empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma idéia, surge uma inovação, e desta, uma empresa (DORNELAS 2001). 2.3 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR Irão ser abordado as caracteristicas segundo os principais autores conteporâneos, que se sobrepõem, e que nos leva para conclusões da importância dessas caracteristicas para indentificação dos não empreendedores. As caracteristicas dos empreendedores estão diretamente ligadas ao seu perfil, a sua forma de planejamento e seu comprometimento com a organização. Dornelas (2001, p.31-33) ressalta algumas carateríticas e explicações dos empreendedores a seguir: 16 Características dos empreendedores de sucesso São visionários Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e o mais importante: eles têm habilidade de implementar seus sonhos Sabem tomar decisões Eles não se sentem inseguros, sabem tomar decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator chave para o seu sucesso São indivíduos que fazem a diferença Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade Sabem explorar ao Maximo as oportunidades Para os visionários, as boas idéias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo pratico para transformá-las em oportunidade, por meio de dados e informação São determinados e dinâmicos Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com vontade ímpar de "fazer acontecer".Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam um certo inconformismo diante da rotina. São otimistas e apaixonados pelo que fazem Eles adoram o trabalho que realizam.O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso. São independentes e constroem o próprio destino Eles querem estar à frente das mudanças a ser donos do próprio destino. Ficam ricos Ficar ricos não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é conseqüência do sucesso dos negócios. São líderes e formadores de equipes Os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensálos, formando um time. São bem relacionados Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe. (networking) São organizados Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológico e financeiro, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio. Possuem conhecimento São sedentos pelo saber a aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o domínio sobre um ramo de negocio, maior é sua chance de êxito. Criam valor para a sociedade Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas. Quadro 1 : Características dos empreendedores de sucesso Fonte: Dornelas, 2001, p. 31-33 Vários autores relatam caracteriticas diversas de empreendedorismo, dentre eles podese destacar de acordo com PNUD (1993), que ressalta algumas como caraterísticas de suma importância para o perfil de um empreendedor vejamos: Busca de oportunidade e iniciativa: Faz as coisas antes de solicitado, ou antes, de forçado pelas cirscurnstâncias; age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos local de trabalho ou assistência; faz algo sem ter sido obrigado ou sem ter sido solicitado; 17 Persistência: Age diante de um obstáculo significativo; age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos; supera o seu próprio limite e vai até o final, mudando de estratégia de acordo com as circunstâncias; Disposição para correr riscos: Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; age para reduzir os riscos e controlar os resultados; coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos; pondera uma circusntância frente as suas consequências e pensa sobre que atitude tomar; Exigência de qualidade e eficiência: Encontra maneiras melhores, mais rápidas e ou mais baratas de fazer as coisas; age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência; desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de exelência; faz as coisas com carinho, superando padrões estabelecidos; Comprometimento: Faz sacrificios pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa; colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessario, para terminar um trabalho; esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo; faz as coisas sempre além do seu padrão normal de comprtamento para cunprir o esperado; Busca de informação: Dedica-se pessoalmente a obeter informações de clientes, fornecedores e concorrentes; investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial; busca informações pessoalmente ( utilizando qualquer meio que possa ajudá-lo como telefone, pessoas, etc) para adquirir ou confirmar dados acerca de algo, com determinado objetivo; Estabeleciemento de metas: Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal; define metas de longo prazo, claras e especificas; estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis; Planejamento e monitoramento sistemático: Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub-tarefas com prazos definidos; constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstânciais; mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões; organiza-se previamente para realizar algum propósito; Contatos: Utiliza estratégias deliberadas para influênciar ou pesuadir os outros; utiliza pessoas-chaves como agentes para atingir seus proprios objetivos; age para desenvolver e manter relações comerciais; estabelece e utiliza estratégias de convencimento para determinado fim, recorrendo às pessoas certas para isso; e 18 Independência e autoconfiança: busca autonomia em relação a normas e controles de outros; matém seu ponto de vista, mesmo diante de oposição ou de resultados inicialmente desanimadores; expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio; tem ponto de vista próprios e mantém a confiança na capacidade de enfrentar desafios. De acordo com Dolabela (1999, p. 71 e 72), é possível serem destacados diversos pontos que dizem respeito a caracteríticas de um empreendedor. Dentre as quais: Tem um modelo, uma pessoa que o influência; Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otismismo, necessidade de realização; Trabalha sozinho. O processo visionario é individual; Tem perseverença e tenacidade para vencer obstáculos; Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com os próprios erros; É capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar resultados; Sabe fixar metas e alcançá-las, luta contra padrões impostos, diferencia-se; Tem a capacidade de descobrir nichos; Tem forte intuição; como no esporte o que importa não é o que se sabe, mas o que se faz; Tem sempre alto comprometimento, crê no que faz; Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar tais informações para seu aprimoramento; Sabe buscar, utilizar e controlar recursos; É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direta do cérebro; Cria um sistema próprio de relações com empregados; É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo; Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho; Tece redes de relações; Conhece muito bem o ramo em que atua; Cultiva a imaginação e aprende a definir visões; Traduz seus pensamentos em ações; 19 Define o que aprende( a partir do não definido) para realizar suas visões. É pró-ativo, define o que quer e onde quer chegar, depois busca o conhecimento que lhe permitira atingir o objetivo; Cria um método próprio de aprendizagem; Tem alto grau de internalidade, Assume riscos moderados; gosta de risco, mas faz tudo para minimizá-los. Tem alta tolerância à ambigüidade e à incerteza; e Mantém um alto nìvel de consciência do ambiente em que vive, usando-a para dectetar oportunidades de negócios. 2.4 EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE Pode-se destacar dois tipos de motivação que levam os empreendedores a empreenderem: a motivação por oportunidade e a motivação por necessidade. O empreendedorismo por necessidade é motivado pela falta de alternativa satisfatória de trabalho e renda. Isto significa que grande parte do empreendedorismo desenvolvido no Brasil resulta de uma questão de sobrevivência, uma vez que não há trabalho para todos e há necessidade de geração de renda. Essencialmente, o empreendedorismo movido por oportunidade sinaliza que o ambiente econômico está favorável. Motivado por oportunidade é aquele que a persegue com o intuito de obter independência ou aumento de renda pessoal. Após o choque abrupto em 2001 sobre economia mundial, inclusive a brasileira, cresceu acentuadamente a atividade empreendedora por necessidade em proporção à atividade empreendedora total. A partir dessa ruptura, as oportunidades de negócio se restabeleceram paulatinamente no Brasil. A quebra se mostra pela queda da atividade empreendedora por oportunidade de 59,97% em 2001 para 42,75% em 2002. A partir de 2003, a atividade retoma o crescimento ano a ano, até atingir em 2007 o valor de 56,84% da população total empreendedora no Brasil (GEM 2007). Como mostra a figura a seguir: 20 Gráfico 1: Evolução das Proporções de Empreendedores por Motivação – Brasil 2001 a 2007 Fonte: Pesquisa GEM 2007 Outra face é a formação de um exército de trabalhadores em busca de alternativas precárias de trabalho tanto nas condições de autônomos sem registro como de assalariados informais. Esse tipo de empreendedorismo é movido pela necessidade, ou seja, esses trabalhadores excluídos do mercado formal buscam alternativas de geração de renda não por vocação ou por serem empreendedores do tipo schumpeteriano, mas porque buscam saídas para as adversidades da pobreza e da exclusão (GEM 2007). Os empreendedores informais são proprietários de microempresas e/ou dedicam-se a atividades de prestação de serviços que atendem a pessoas físicas, como, vendedores ambulantes, motoboys, trabalhadores da construção civil, cabeleireiros, manicuras, donas de casa que buscam complementar a renda familiar com habilidades domésticas etc. De acordo com informações contidas no Relatório do Banco Mundial (2007), as características mais intimamente relacionadas a esse tipo de empreendedor são de proprietários de microempresas com menos de dez empregados, nível de escolaridade abaixo do nível médio, que se vinculam às atividades de construção civil, agricultura, comércio varejista e transporte Os jovens nessa categoria são predominantemente trabalhadores informais, e os trabalhadores mais experientes são em grande parte autônomos e mulheres casadas com filhos. 21 TABELA 1 EMPREENDEDORES INICIAIS POR MOTIVAÇÃO SEGUNDO COMPOSIÇÃO DO NEGÓCIO NA RENDA - BRASIL - 2007 Fonte: Pesquisa GEM 2007 Dos 7,5 milhões de brasileiros que empreendem 41,6% não o fazem voluntariamente, mas por necessidade. Mesmo considerando-se a função social que esse contingente exercem, o fato de contarmos com um esforço produtivo tão elevado entre os indivíduos que se aventuram pela via da sobrevivência pode ser uma das causas do baixo crescimento qualitativo de nossa economia, na qual não acontecem as transformações no sentido schumpeteriano, da inovação e da ruptura com o existente ( GEM 2007). 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Necessidade Voluntariamente Gráfico 2: Estimativa de empreendedorismo Fonte: Elaboração própria As mulheres têm uma participação significativa quando falamos em empreendedorismo por necessidade no Brasil. Elas representam 49% do total de pessoas que abrem uma empresa porque não têm outra fonte de renda. A participação das mulheres é maior quando o empreendedorismo é motivado por necessidade, porque nos países de baixa renda as mulheres precisam desenvolver alguma atividade para complementar os ganhos 22 familiares. Isto esta diretamente ligado pois a carência de vagas no mercado formal de trabalho esta cada vez maior ( GEM 2007). No ranking feminino de empreendedoras, o Brasil aparece na sexta colocação, atrás de Portugal (49%), Peru (48,2%), Estados Unidos (47,4%), África do Sul (47,2%) e Equador (45,1%). Vejamos: 50% 49% 48% 47% 46% 45% 44% 43% 42% Portugal Peru Estados Unidos África do Sul Equador Brasil Gráfico 3: Estimativa de empreendedorismo feminino por necessidade Fonte: Elaboração própria O empreendedorismo por necessidade aumentou de 43% do total de novos negócios abertos no país em 2003 para 46% em 2004. 'É uma situação comum nos países de baixa renda, como os da América Latina, afirma Marcos Muller Schlemm, diretor-geral do GEM no Brasil. É preciso reduzir o empreendedorismo por necessidade e fortalecer as condições para que empresas iniciantes possam se desenvolver, por meio de programas específicos ou de leis que facilitem a vida dos pequenos negócios. 2.5 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL De acordo com Dornelas (2001, p25) o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. 23 O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio. O histórico da entidade Softex pode ser confundido com o histórico do empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A entidade foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de varias ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia. Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo país, junto a incubadoras de empresas e a universidades/cursos de ciências da computação/informatica, que o tema empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Até então, palavras como plano de negócios ( business plan) eram praticamente desconhecida e até ridicularizadas pelos pequenso empresários ( DORNELAS 2001). No relatório executivo da Golbal Entrepreneurship Monitor, o Brasil aparece como o país que possui a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e total dessa população: 01 em cada 08 adultos. Isso mostra que, apesar de ocorrer de forma não tão organizada como em países mais desenvolvidos, o empreendedorismo no Brasil exerce papel fundamental na economia, merecendo o tema estudos parofundados e valorização da economia para com os pequenos empreendedores nascentes. O Brasil apresentou uma TEA de 12,72 no momento da pesquisa, ou seja, em cada 100 pessoas, cerca de 13 (treze) desenvolviam alguma atividade empreendedora. Essa taxa é representativa quando comparada com outros países que desempenham importante papel no cenário mundial (GEM 2007, P. 25). 24 TABELA 2 PAINEL DE EVOLUÇÃO DOS EMPREENDEDORES INICIAIS (TEA) ENTRE 2001 E 2007 POR GRUPO DE PAÍSES Fonte: Pesquisa GEM 2007 O Brasil esta caindo no ranking internacional do empreendedorismo. A dificuldade em encontrar trabalho é a motivação de 55,4% dos empreendedores, o que dá no Brasil a maior taxa de atividade por necessidade ( 7,5%) os 37 países pesquisados. TABELA 3 EVOLUÇÃO DA TAXA DE EMPREENDEDORES INICIAIS (TEA) BRASILEIRA EM COMPARAÇÃO COM A MÉDIA DOS PAÍSES PARTICIPANTES DO GEM DE 2001 A 2007 Fonte: Pesquisa GEM 2007 2.6 EMPREENDEDORISMO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL Existe grande relação entre o empreendedorismo e o desenvolvimento local pois, a partir dos anos de 1980 quando houve o endividamento crescente do governo, o aumento da concorrência e a utilização intensiva de tecnologia que levou as grandes empresas cada vez produzirem mais com menos empregados; as únicas criadoras de empregos passaram a ser as PME, pequenas e médias empresas que não mais se restringiram ao mercado local ou regional, mas começaram a concorrer no mercado internacional ( DOLABELA 1999). 25 Uma das características das PME é a sua dependência da comunidade local, que poderá ou não estar datada de fatores importantes de aceleração do desenvolvimento. Isto favorece ao empreendedorismo, pois a vontade comunitária possui implementação de uma rede de negócios, instituições de apoio, faculdades para obtenção de financiamentos etc. O nível local é entendido como o meio ambiente imediato das PME, pois ali elas nascem e se formam, encontra recursos humanos e materiais das quais depende o seu dinamismo e estabelecem sua rede básica de relações, sendo assim, a comunidade local que ira fornecer os recursos de toda ordem e, menos importantes, os valores empreendedores que criarão condições favoráveis ao surgimento de idéias e projetos. O desenvolvimento econômico local é endógeno, ou seja, emerge das iniciativas e do dinamismo da comunidade, valoriza os recursos financeiros e materiais locais. Mas, principalmente, apoiar-se-á no empreendedorismo, disseminado fortemente entre as principais fatores e nas PME locais, como fontes de geração de empregos (DOLABELA 1999, p.31). 26 3 MICROCRÉDITO Esta sessão tem como objetivo esclarecer pontos do microcrédito no Brasil trazendo desta forma pontos como: Histórico do Microcrédito, Surgimento do Grammen Bank, Objetivos do Grameen Bank, Conceito do Microcrédito e os principais Tipos de Microcrédito. 3.1 HISTÓRICO A palavra microcrédito não existia até a década de 1970. Yunus cunhou-o para designar um tipo muito específico de crédito, que ele concebera, e cujo objeto principal não são os pequenos produtores, mas sim as populações pobres, que não têm, absolutamente, acesso a qualquer outro tipo de crédito (wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus). Muhammad Yunus é professor de economia e começou a combater a pobreza após uma mortífera fome que assolou seu país. Em 1976, fundou um pequeno banco que se propunha a oferecer acesso ao crédito aos mais pobres em Bangladesh. (noticias. uol) Professor Yunnus concebeu, e conseguiu implantar, a mais conhecida e bem-sucedida experiência de microcrédito do mundo. Ele a iniciou em 1976, concedendo empréstimos de pequena monta, com seus próprios recursos, para famílias muito pobres de produtores rurais, focalizando principalmente nas mulheres. Os bons resultados obtidos nessa primeira fase do projeto o levaram a expandir suas operações com recursos de terceiros. 3.2 SURGIMENTO DO GRAMMEN BANK O Grameen Bank originou-se de uma singela experiência conduzida, em 1976, pelo Professor Muhammad Yunus, catedrático do Programa de Economia Rural da Universidade de Chittagong, quando ele emprestou 27 dólares de seu próprio bolso para 42 mulheres da cidade de Jobra, próxima à Universidade onde lecionava, para permitir a elas adquirirem matéria-prima para confeccionar seus artesanatos, livrando-as das garras de agiotas que as mantinham em regime de trabalho análogo à escravidão. Para surpresa do próprio Professor Yunus todos esses empréstimos foram pagos pontualmente. Isso deu a Yunus a idéia de que esse processo talvez pudesse ser multiplicado indefinidamente. De 1976 a 1979 o Professor Yunus expandiu esse tipo de operação em Jobra e nos vilarejos vizinhos. Em 1979 o projeto de Yunus obteve o apoio do Banco Central de 27 Bangladesh, bem como dos bancos comerciais que haviam sido nacionalizados, estendendo-se para o distrito de Tangail, no norte de Dhaka, a capital de Bangladesh. Obtendo sucesso também em Tangail o projeto foi ampliado para vários outros distritos no país. Em outubro de 1983 o projeto do "Grameencredit" (crédito rural, em bengali) deu origem ao Grameen Bank , ou Banco Rural. Hoje em dia 90% das ações Grameen Bank pertencem às populações rurais pobres que ele serve e 10% ao governo de Bangladesh O Grameen Bank tem como seus objetivos principais: Prover serviços bancários aos pobres, homens e mulheres; Eliminar a exploração dos pobres, tradicionalmente feita pelos agiotas; Criar novas oportunidades de auto-emprego para a vasta população desempregada na Bangladesh rural; Trazer a população carente, especialmente as mulheres mais pobres, para o seio de um sistema orgânico que elas possam compreender e administrar sozinhas; e Reverter o antigo círculo vicioso de baixa renda, baixa poupança e baixo investimento injetando crédito para torná-lo um círculo virtuoso de investimento, maior renda, maior poupança. 3.3 CONCEITO E TIPOS DE MICROCRÉDITO De acordo com Alves; Soares (2003) o conceito de microcrédito consiste na atividade de conceder crédito de pequena monta. Entende-se que microcrédito é um empréstimo de valor muito baixo oferecido a desempregados, pequenos empresários e outras pessoas vivendo na pobreza e cuja condição impede o acesso a bancos e aos meios tradicionais de financiamento, por não possuírem bens que possam oferecer em garantia e/ou histórico de créditos. Freqüentemente o microcrédito liberta pessoas de baixa renda das garras dos agiotas. Esse novo conceito de crédito proporcionou, com grande sucesso, o desenvolvimento de projetos de pequenas empresas e "auto- emprego", o que proporcionou às pessoas que tiveram acesso ao crédito a possibilidade de gerar renda e, em muitos casos, melhorar sua condição de vida e sair da condição de pobreza. Existem hoje várias espécies de microcrédito, que se divide basicamente em dois tipos principais: o tipo original, tal como concebido por Muhammad Yunus, que se destina a 28 reduzir a pobreza, e o tipo comercial, que é o modelo adotado pelo Brasil. Este último é um instrumento de financiamento para microempresas e empresários informais. 29 4 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS São várias as ferramentas administativas disponíveis para os empreendedores utilizarem na administração diária de seus empreendimentos. Dentre elas este paragrafo irá destacar: Plano de Negócios, Administração de Marketing, Vendas, Qualidade e Financeira, pois, são as ferramentas repassadas para os proponentes na capacitação do programa do Empreender-JP antes que os mesmos sejam beneficiados com o empréstimo. 4.1 PLANO DE NEGÓCIOS (PN) Segundo Dornelas (2001, p. 96) “ plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa”. Sua elaboração envolve um processo de apredizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios. O plano de negócios é uma ferramenta administrativa que possui uma linguagem que descreve de forma completa o que é ou o que pretende ser a empresa (DOLABELA, 1999). De acordo com informações disponíveis no site do SEBRAE SP, plano de negocios “é um documento pelo qual o empreendedor formalizará os estudos a respeito de suas idéias, transformando-as num negócio”. A principal utilização do Plano de Negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma start-up . No entanto, o PN tem atingido notoriedade como instrumento de captação de recursos financeiros junto a capitalistas de risco e angel investors , principalmente no tocante às empresas de tecnologia e internet dos Estados Unidos ( DORNELAS 2001) No PN estarão registrados o conceito do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil da clientela, as estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que viabilizará o novo negócio. Além de ser um ótimo instrumento de apresentação do negócio para o empreendedor que procura sócio ou um investidor. Pode- se dizer que o plano de negócios é uma ferramenta que explica a forma de pensar sobre o futuro do negócios, descreve um negócio, é mais um processo do que um produto, é um instrumento de negociação interna e que é um instrumento que serve para obtenção de financiamento. Essa ferramenta de gestão administrativa pode e deve ser usada por todo e qualquer empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade, seguindo o caminho lógico e racional que se espera de um bom administrador. 30 Espera-se que um Plano de Negócio seja uma ferramenta administrativa para o empreendedor expor suas idéias em uma linguagem que os leitores do PN entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. O Plano de negócios se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras. Para Dornelas ( 2001) com a elaboração de um Plano de Negócios é possível executar varias tarefas na empresas dentre elas pode-se destacar: Entender e estabelecer diretrizes para seu negócio; Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas; Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário; Conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, governo, Sebrae, investidores, capitalistas de risco etc; Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a empresa; e Estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e convencer o público externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores etc ). 4.2 O MARKETING O marketing é uma ferramenta administrativa que tem como objetivo realizar ações voltadas para o mercado. Ele consiste na análise de oportunidades, desenvolvimento de estratégias, planejamento de programas e administração do esforço de marketing. Limeira (2003, p. 2 ) ressalta que marketing é: a função que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das vantagens controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição. De acordo com Kotler (1998, p. 27), marketing “é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”. O marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, 31 visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o ambiente de atuação e impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS 2005, p.15) Segundo Dolabela (1999, p. 147) marketing é: O processo de planejamento de uma organização que busca realizar trocas com o cliente, cada um com os interesses específicos: o cliente que satisfazer suas necessidades; e uma empresa quer gerar receita. As atividades do marketing são basicamente divididas em quatro àreas, conhecidas como os “4 As”, estes são: análise, adaptação, ativação e avaliação (DOLABELA 1999). a) Análise: é a etapa em que as empresas analisa o mercado em que atua ou que pretende atuar.Executa levantamentos e interpreta infomações que facilitam no processo dicisorio para redução de riscos. Para realizar análise é necessario que seja feito uma pesquisa de mercado que envolva os diversos segmentos do mesmo. É uma atividade fundamental para manter em dia quanto às oportunidades, ameaças e tendências do mercado; b) Adaptação:É a atividade responsável pelo ajuste da oferta da empresa, ou seja,as forças detectadas na análise de acordo com às necessidade dos clientes em relação a design do produto, marca, embalagem, preço etc; c) Ativação:É o conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja o mercado.É nessa fase que o empreendedor decide os instrumentos de distribuição, logisitca, venda pessoal e publicidade. A ativação visa colocar o produto á disposição do comprador na hora e no lugar em que eles mais desejam; e d) Avaliação: Atividade que se propõe a exercer o controle sobre o processo de comercilização e a interpretação dos resultados. Na avaliação existe uma preocupação continua em melhorar a relação custo/benefício das atividades. Dentro do processo administativo que compõem o marketing é formado um conjunto de ferramentas que as empresas usam para atingir seus objetivos de marketing no mercadoalvo, e este conjunto, é denominado de 4Ps ou composto de marketing. O mesmo é costiuido segundo Kotler ( 1998, p. 97) por: produto, preço, promoção e praça. a) Produto: responsável pelo estudo de variedade do produto, qualidade, design, caracterisiticas, nome de marca, embalagem, tamanhos, serviços, garantias e devoluções , b) Preço: lista de preços, descontos, condições, prazo de pagamento e condições de credito; c) Promoção: promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas, e marketing direto; e 32 d) Praça: Canais de divulgação, cobertura, sortimento, localizações, estoque e transporte. 4.3 AS VENDAS O departamento de vendas ocupa uma posição de destaque nas empresas, como um importante instrumento de comunicação com o mercado, com o qual a empresa conta para geração de recursos. As vendas contribui diretamente a sociedade em varios pontos entre eles podemos destacar: importância para a economia (com maiores vendas, os consumidores se beneficiam com mais produtos; consequentemente, crescendo a produção, cresce nível de empregos e investimentos); melhor padrão de vida (os vendedores levam aos consumidores produtos que proporcionam conforto. Novidade e beneficios são resultados dos esforços das empresas que se empenham em vender mais, contribuindo consequentemente para o melhoramento do padrão de vida da sociedade); aperfeiçoamento do produto (e o departamento de venda que recebe as sugestões e reclamações dos produtos para suas devidas alterações e aperfeiçoamento); manutenção da atividade empresarial (o departamento de vendas desempenha papel relevante na obtenção de receita); e desenvolvimento de profissionais (o homem de vendas é geralmente uma pessoa que aprende a ser flexivel e executa varias atividades que ajudam a desenvolver profissionais polivalentes, com caracteristicas muitas vezes necessarias para profissionais de cargos mais altos nas organizações) ( Las Casas 2008, p. 20). Os fatores que influenciam a atividade de vendas internas são: composto de markeitng; recursos da companhia; a atitude da administração e a localização do departamento de vendas no organograma. A “venda” é uma ferramenta administrativa muito importante nos resultados de uma organização, por isso, se faz necessário para se manter um estrutura organizacional harmoniosa, adptar as reais necesidades da empresa a partir de uma organização e divisão na estruta de vendas por departamento como por exemplo: vendas por território (toma como base a divisão geografica); vendas por clientes (determinados número de clientes a certos vendedores, que ficam responsáveis por seu atendimento. A divisão do cliente pode ser feita bastante variada podendo ser por tamanho, tipo de indústria ou tipo de intermediário); e vendas por produtos (é frequente nas emoresas que comercializam diferentes produtos em sua linha) (LAS CASAS 2008, p. 24). 33 Com o avanço da tecnologia e da informática, a atividade de vendas está tendo um novo dimensionamento, são varias as alterações que estão ocorrendo, e com isto, as empresas precisam adaptar-se as novas formas de vendas como por exmplo: vendas por cartão, shopping virtual, vendas via internet, dentre outas novas tendências. 4.4 A QUALIDADE Pode-se dizer que a qualidade é um conceito dinâmico, ou seja, é uma noção que trabalha com referenciais que mudam ao longo do tempo , às vezes, de forma bastante acentuada. De acordo com Kotler (1998, p 65), “qualidade é a totalidade de aspectos e caracteristicas de um produto ou serviço que proporcionam a satisfação de necessidades declaradas e implicitas”. A qualidade total é uma importante ferramenta administrativa que possui um abordagem organizacional ampla para melhoria contínua da qualidade de todos os seus processos, produtos e serviços de uma empresa. Ela é a chave para gerar satisfação ao consumidor ( PALADINI 2000). A gestão da qualidade no processo é defina como o direcionamento de todas as ações do processo produtivo para o pleno atendimento do cliente. Um roteiro prático para viabilizar a gestão da qualidade no processo envolve a implantação de atividades agrupadas em três etapas: a eliminação de perdas, a eliminação de causas das perdas e aotimização do processo. Essas etapas desenvolvem-se de forma evolutiva pois, eliminados os defeitos, garante-se um produto em condições de ser efetivamente utilizado; eliminandas as causas, garante-se maior confiabilidade ao produto; otimizando o processo, garante-se um produto com maior eficiência (PALADINI 2000, p. 41). Pode-se dizer que planejar a qualidade significa tomar decisões gerenciais antes que as máquinas parem por defeitos, antes que montes de refugos sejam gerados, antes que os fornecedores deixe sem abastecimento, escolher a melhor forma de fazer as coisas, selecionar recursos mais adquados para cada ação e significa principalmente, selecionar, com calma e convicção a melhor forma de atender ao mercado. O planejamneto da qualidade dentro de uma empresa é de suma importância pois, elimina ações improvisadas, decisões com base intuitiva e subjetismo. Porém, a maior dificuldade de implementação do planejamento não esta relacionado à forma de execução do 34 planejamento mas ao reconhecimento dos empreendedores( principalmente dos que empreendem por necessidade) da importância de planejar. Segundo Paladini ( 2000, p. 102), um modelo usualmente empregado para o planejamento da qualidade envolve um esquema de atividades especificas e estas são: política da qualidade, diagnostico, organização e administração, planejamento propriamente dito, implantação e avaliação. Um importante programa de qualidade ofertado pelo Sebrae é Curso D’Olho conhecido como os 5s que são respectivamente: descarte, organização, limpeza, higiene e ordem mantida. Essas constituem premissas da metodologia organizacional batizada de os 5s, que surgiu no Japão e, ao longo dos anos, tem ajudado empresas do mundo inteiro a agilizarem sua rotina administrativa, o que gera inúmeros benefícios ao empreendedor (Administradores.com.b r- O Portal da Administração). Além do grande foco na organização, este programa de qualidade também estimula o cuidado com a limpeza do ambiente, com a higiene pessoal e mental dos colaboradores e com a chamada “Ordem Mantida”, que significa a manutenção das mudanças implementadas. Este curso faz parte do progrma de Best Game (capacitação que os empreendedores recebem do Empreender-JP das principais ferramentas administrativas antes de serem beneficiados com o emprestimo) e é de suma importância para os empreendedores por necesidade pois mostra na prática principios básicos de qualidade que muita vezes não são valorizadas, que tem custo baixo para implementação e que gera grande custo benefio para a organização. 4.5 FINANCEIRA A mais importante ferramenta administrativa para os empreendedores na parte financeira de seu negocio é o fluxo de caixa. Pois, nele contém todas as informações no que diz a respito a movimentação monetaria da empresa, e mesmo tendo uma estrura muitas vezes vista como complexa pode ser controlado por leigos com o registro apenas de entradas e saídas. Tendo assim, uma importante feecback do investimento. O fluxo de caixa é o registro e controle das entradas e saídas de dinheiro em uma empresa, seja de que porte for. Ele é a ferramenta que demonstra receitas e despesas, listando as contas a pagar e os valores a receber – os pagamentos e recebimentos realmente ocorridos são lançados num controle diário de fluxo de caixa; os pagamentos e recebimentos previstos são registrados numa previsão ou projeção de fluxo de caixa. (http://www.fluxocaixa.com) 35 O principal objetivo dessa ferramenta administrativa dentro de uma empresa é fornecer informações para a tomada de decisões, tais como: prognosticar as necessidades de captação de recursos bem como prever os períodos em que haverá sobras ou necessidades de recursos; aplicar os excedentes de caixa nas alternativas mais rentáveis para a empresa sem comprometer a liquidez. Um bom fluxo de caixa permite, por exemplo, que o administrador ou empresário perceba as áreas que estão “sugando” mais dinheiro do que deveriam, permitindo medidas que enxuguem custos e aumentem lucros. Por outro lado, a planilha de fluxo de caixa pode apontar seus “maus pagadores” ou dar uma visão real dos problemas com vendas e receita. 36 5 EMPREENDER – JP O Empreender - JP é um Programa permanente de crédito orientado do Governo Municipal de João Pessoa que tem como objetivo gerar emprego, renda e ocupação em João Pessoa e contribuir para inclusão social. Ele tem como finalidade, conceder empréstimos a empreendedores de pequenos negócios na cidade de João Pessoa e auxiliar no desenvolvimento dos empreendimentos já existentes. Sendo beneficiados negócios de pequeno porte na produção, artesanato, turismo, comércio e prestação de serviços de qualquer natureza. O Programa Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios do Município de João Pessoa- EMPREENDER- JP é uma política permanente de inclusão social, através do estímulo aos pequenos negócios, com foco na população mais carente, para a geração de ocupação e emprego e incremento da renda, oferecendo condições de crédito orientado aos pequenos empreendedores excluídos do Sistema Financeiro tradicional. A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção (SEDESP), é a secretaria da estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de João Pessoa que é administradora e operadora do Programa de Apoio aos Pequenos Negócios do Município de João PessoaEMPREENDER- JP, nos termos e de acordo com o que determina a Lei nº 10.431 de 11 de abril de 2005. São considerados beneficiários do Programa EMPREENDER- JP, empreendedores formais e informais, maiores de 18 anos residentes e domiciliados no Município de João Pessoa e que individualmente ou como participante de grupo associativo, familiar ou comunitário, cumpram todas as etapas do Programa, assim compreendidas como: inscrição e seleção, capacitação e plano de negócios. Os financiamentos concedidos no âmbito do EMPREENDER-JP, com a utilização de recursos do Fundo de Apoio aos Pequenos Negócios, serão destinados a atividades formais e informais, com reconhecida capacidade de gerar renda, emprego e ocupação. Estes serão concedidos para instalação, ampliação e relocalização de pequenos empreendimentos individuais ou de grupos associativos, familiares ou comunitários e dirigidos para investimentos fixo, capital de giro e investimentos mistos, com capital de giro associado. O Empreender - JP é composto por linhas de créditos diversificadas para atender o seu público alvo de acordo com seu perfil e atividade separadamente e estas são: Linha de Credito Tradicional (envolve todas as atividades e sexo; e representa a maior linha de concessão de empréstimos); Empreender Mulher (tem como foco o público feminino de mesma área 37 geográfica do município de João Pessoa que organizam-se por grupos de atividade como por exemplo: grupo de cabeleireiras); Capital de giro (apenas disponibiliza o capital de giro para os empreendimentos); Grupos Comunitários (são organizados nas comunidades por grupos separadamente de acordo com a atividade); Empreender Jovem (os empreendedores devem ter idade entre 18 e 29 anos, estar cursando ou ter concluído - há no máximo dois anos um curso profissionalizante de ensino médio ou superior, residir em João Pessoa há pelo menos seis meses e ter uma idéia economicamente viável), Empreender Melhor Idade (que atende o publico da melhor idade, englobando todas as atividades) e Cinturão Verde (que financia atividades “agrícolas” separadamente). 38 6 METODOLOGIA A análise desenvolvida nete trabalho busca revisitar alguns aspectos e conceitos básicos do empreendedorismo por necessidade. A pesquisa de campo está direcionada aos proponentes que foram beneficiados com o empréstimo do programa de microcrédito do Empreender-JP. 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Esta pesquisa, do tipo exploratório que, segundo Beuren (2004), é considerada como aquela que estuda um tema pouco explorado. Neste caso, buscam-se informações mais precisas sobre a realidade do empreendedorismo por necessidade, realizando descrição precisas da situação com a finalidade de descobrir as relações existentes entre os elementos componente dessa situação. Quanto aos procedimentos, classifica-se como uma pesquisa bibliográfica, construindo com base em materiais bibliográficos em livros e internet. Considera-se ainda a pesquisa do tipo qualitativa e quantitativa. Richardson (1999, p. 80) ressalta que “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos socais”. Já uma pesquisa quantitativa e caracterizada pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. RICHARDSON (1999, p. 70). 6.2 PROBLEMATIZAÇÃO Propõe-se neste estudo mostrar a realidade dos empreendedores por necessidade do município de João Pessoa que se beneficiam com o empréstimo do programa Empreender JP. O Empreender - JP é um Programa permanente de crédito orientado do Governo Municipal que tem como objetivo gerar emprego, renda e ocupação em João Pessoa e 39 contribuir para inclusão social. Ele tem como finalidade, conceder empréstimos a empreendedores de pequenos negócios na cidade de João Pessoa e auxiliar no desenvolvimento dos empreendimentos já existentes. Sendo beneficiados negócios de pequeno porte na produção, artesanato, turismo, comércio e prestação de serviços de qualquer natureza. O empreendedorismo está ligado a toda ação realizada em prol de construrir, modificar ou inovar algum produto, serviço ou ação. Empreendedorismo é qualquer tentativa de um novo negocio o novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou expansão de um empreendimento existente, por individuo, grupo de individuo ou por empresas ja estabelecida ( gembrasil.org.br). As ferramentas administrativas são subsidios que os empreendedores devem utilizar diariamente para uma boa administração e controle de seu negócio. Elas envolvem todos os setores e subsidios de uma organização como: processo de vandas, qualidade, finanças, marketing e etc, pontos estes que representam a realidade das empresas, e que são capazes de fornecerem feedback das ações e planejamentos que estão sendo executados. Este estudo será construído a partir de uma pesquisa envolvendo o conceito de empreendedorismo, a realidade do empreendedorismo por necessidade e como é feita a utilização das ferramentas administrativas no trabalho diário de uma organização. Essa pesquisa tem como base a seguinte questão: Como os empreendedores por necessidade utilizam ferramentas administrativas? 6.3 OBJETIVOS 6.3.1 Objetivo Geral A pesquisa tem como objetivo central analisar como os empreendedores que acessam ao credito do Empreender - JP utilizam as ferramentas administrativas? 6.3.2 Objetivos Específicos a) Identificar a utilização das ferramentas administrativas pelos proponentes do programa Empreender- JP b) Verificar a importância das ferramentas administrativas para os empreendedores c) Descrever as ferramentas administrativas utilizadas pelos empreendedores por necessidade do Empreender - JP 40 6.4 UNIVERSO E AMOSTRA O universo da pesquisa abrange os proponentes do programa Empreender - JP que foram beneficiados com o empréstimo destinados a investimento em micro empresas. De acordo com Richardson (1999), universo é um conjunto de elementos que possuem determinadas características, e quando se deseja obter informações a respeito de algo, torna-se impossível colher de todos os indivíduos que formam parte do universo. Já na amostra, segundo Gil (1999), é uma pequena parte dos elementos que compõem o universo. Quando essa amostra é rigorosamente selecionada, prossegue o autor, “os resultados tendem a aproximar-se daqueles que seriam obtidos caso fosse possível pesquisar todos os elementos do universo”. Desta forma, a amostra dessa pesquisa foi retirada a partir de um recorte temporal de janeiro de 2008 a agosto de 2008, com os proponentes que foram beneficiados com o empréstimo, sendo escolhido por viabilidade de localização e acesso as empresas que estão localizadas no bairro da torre que totalizam 27 empresas respectivamente. 6.5 INSTRUMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS Elaborou-se questionário para identificar a importância das ferramentas administrativas os empreendedores que são beneficiados com o empréstimo do programa de microcrédito Empreender - JP.Assim, a pesquisa se direciona ao uso de uma abordagem quantitativa, sendo desenvolvida no âmbito natural da situação que está sendo estudada (LUDKE, 1987). Após o recolhimento das informações, realizou-se a análise do material coletado, usando-se a abordagem quantitativa, que segue etapas de apreciação, obedecendo a critérios graduais. Para Richardson (1999, p.70), “a abordagem refere-se à quantificação tanto para a coleta de informações quanto para o seu tratamento, desde as técnicas estatísticas mais simples, como percentual, desvio padrão, média, como também correlação, análise de regressão”. Desse modo, esta pesquisa é denominada de quantitativa, pois está centrada na análise de uma amostragem específica: 27 proponentes do programa Empreender - JP que tem seus negócios localizados no bairro da torre e que foram beneficiados com o empréstimo no período de janeiro à agosto de 2008. Por fim, há vantagens em relação a esta pesquisa, principalmente, pelo fato, do pesquisador lidar pessoal e diretamente com a situação de estudo. 41 7 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 7.1 PERCEPÇÃO QUANTO A GÊNERO E ÁREA COMERCIAL QUE ATUAM O intuito de analisar qual o gênero foi beneficiado com o empréstimo e a área comercial (indústria, comércio ou serviço), é para diagnosticar quem está mais atuante no mercado e qual área que os empreendedores tendem a investir com o beneficio do empréstimo do microcrédito. 7.1.1 Gênero 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Feminino Masculino Não investiram Gráfico 4: Investimento por gênero Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa mostra que dos 27 proponentes que foram beneficiados com o empréstimo do mês de janeiro a agosto de 2008 do Bairro da Torre; 40,74% foram do sexo feminino; 33,33% foram do sexo masculino e 27,93 % não investiram em nada com o empréstimo, pois alegaram que o valor não foi suficiente. A participação das mulheres é maior quando o empreendedorismo é motivado por necessidade, porque nos países de baixa renda as mulheres precisam desenvolver alguma atividade para complementar os ganhos familiares. Isto está diretamente ligado, pois, a carência de vagas no mercado formal de trabalho esta cada vez maior (GEM 2007). Portanto, essa realidade do empreendedorismo por necessidade feminino, também se enquadra com a realidade dos beneficiados do programa de microcrédito do Empreender - JP. 42 7.1.2 Área de atuação 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Serviço Indústria Gráfico 5: Atuação no mercado Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa mostra que a área que mais recebe investimento por parte dos micros empreendedores que se beneficiam com o microcrédito é o comércio com 65%, seguindo vem à prestação de serviço com 30% e por último a indústria com 5%. Esses dados relatam que os empreendedores por necessidade, optam por comercializarem produtos, pois, desta forma, iram adquirir um retorno financeiro mais rápido, gerando conseqüentemente, renda para seu sustento familiar. A formação de um exército de trabalhadores em busca de alternativas precárias de trabalho tanto nas condições de autônomos sem registro como de assalariados informais, obriga trabalhadores a realizaram um empreendedorismo movido pela necessidade, ou seja, esses trabalhadores excluídos do mercado formal buscam alternativas de geração de renda não por vocação ou por serem empreendedores do tipo schumpeteriano, mas porque buscam saídas para as adversidades da pobreza e da exclusão (GEM 2007). 43 7.2 EMPREENDEDORISMO QUANTO À MOTIVAÇÃO 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Necessidade Oportunidade Gráfico 6: Motivação empreendedora dos proponentes Fonte: Pesquisa de campo, 2008. O intuito de analisar qual a motivação que mais se enquadra com os proponentes do Empreender - JP é o de diagnosticar como a amostra pesquisada tende a empreender, se por oportunidade observada ou por necessidade. De acordo Dornelas 2001, o empreendedorismo por necessidade é motivado pela falta de alternativa satisfatória de trabalho e renda. Isto significa que grande parte do empreendedorismo desenvolvido no Brasil resulta de uma questão de sobrevivência, uma vez que não há trabalho para todos e há necessidade de geração de renda. 7.3 FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS A intenção de analisar as ferramentas administrativas é para diagnosticar como os proponentes fazem uso das ferramentas e o modo como classificam as mesmas. 44 7.3.1 Utilização das ferramentas 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Não utilizam Utilizam Gráfico 7 : Utilização das ferramentas administrativas Fonte: Pesquisa de campo, 2008. De acordo com a pesquisa, 65% dos proponentes não utilizam nenhuma ferramenta administrativa no gerenciamento dos seus negócios e 35% utilizam ferramentas. Desses 35% que utilizam ferramentas administrativas, a maioria preocupa-se com a ferramenta financeira, pois, ela contém todas as informações no que diz a respeito à movimentação monetária da empresa, e mesmo tendo uma estrutura muitas vezes vista como complexa, pode ser controlada por leigos, com o registro apenas de entradas e saídas, ou seja, é a ferramenta que da feedbback financeiro, sendo este, o ponto mais importante para os proponentes. 7.3.2 Classificação da utilização das ferramentas administrativas 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Importante Indispensável Gráfico 8 : Classificação das ferramentas administrativas Fonte: Pesquisa de campo, 2008. Desnecessário Bom 45 A pesquisa mostra que 45% dos proponentes pesquisados consideram as ferramentas administrativas importante, 40% consideram as ferramentas indispensáveis, 10% consideram as ferramentas desnecessárias e 5% consideram ser bom à utilização das ferramentas administrativas. As ferramentas administrativas são usadas para identificar, observar e analisar problemas. Um problema no âmbito de uma empresa é um resultado indesejado ou um desafio a suplantar. Por isso pode-se dizer que a utilização das ferramentas nas empresas são fatores decisivos para sua sobrevivência e sucesso no mercado atual que está cada vez mais competitivo. 7.4 PLANEJAMENTO Esta parte da pesquisa tem o objetivo de analisar a quantidade de proponentes que realizaram algum tipo de planejamento antes de investirem o empréstimo que eles foram beneficiados do programa Empreender - JP nos seus respectivos negócios, e qual tipo de planejamento foram realizados. 7.4.1 Quantidade de empreendedores que realizaram planejamento antes de investir 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Não planejam Planejam Gráfico 9: Percentual dos proponentes que realizam planejamento Fonte: Pesquisa de campo, 2008. De acordo com o gráfico podemos concluir que dentro da amostra pesquisada 70% dos proponentes não realizaram nenhum tipo de planejamento antes de investir nos seus negócios e 30% realizaram algum tipo de planejamento antes de investirem em seus negócios. 46 Pode-se dizer que realizar um planejamento é analisar a situação da empresa, estabelecer objetivos a serem seguidos, e decidir de forma antecipada as ações necessárias para alcançar esses objetivos. O planejamento é uma importante ferramenta para toda e qualquer empresa independentemente de seu porte ou tamanho, pois indica a direção que as empresas devem seguir e sua execução diminui os riscos de fechamento da empresa. 7.4.2 Tipo de planejamento realizado 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Pesquisa de mercado Sazonalidade da atividade e do produto Gráfico 10: Planejamento realizado Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa mostra que dos 30% dos proponentes que realizaram algum tipo de planejamento antes de investirem em seus negócios, 20% realizaram planejamento por meio de pesquisa de mercado e 10% realizaram planejamento a partir da análise da sazonalidade da atividade e do produto. A maioria dos empreendedores pesquisados relatou que optaram por realizaram o planejamento a partir de uma pesquisa de mercado para analisar a viabilidade da atividade no mercado, isso demonstram que eles possuem uma importante característica do empreender, pois são visionários, ou seja, têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e o mais importante: eles têm habilidade de implementar seus sonhos (DORNELAS 2001). 47 7.5 REPRESENTAÇÃO DO EMPRÉSTIMO DO PROGRAMA EMPREENDER - JP PARA OS EMPREENDEDORES 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Não necessidade Expansão ou modernidade Gráfico 11: Representação do microcrédito Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa relata que o empréstimo do programa Empreender - JP de microcrédito do Município de João Pessoa representou para 75% dos proponentes a solução para a abertura de seus respectivos negócios e para 25% um meio para expansão e/ou modernização dos seus negócios já estabelecidos. De acordo com Alves; Soares (2003) o conceito de microcrédito consiste na atividade de conceder crédito de pequena monta. Entende-se que microcrédito é um empréstimo de valor muito baixo oferecido a desempregados, pequenos empresários e outras pessoas vivendo na pobreza e cuja condição impede o acesso a bancos e aos meios tradicionais de financiamento, por não possuírem bens que possam oferecer em garantia e/ou histórico de créditos. Freqüentemente o microcédito liberta pessoas de baixa renda das garras dos agiotas. 48 7.6 CARACTERÍSTICAS DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS PROPONENTES 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Agem quando acham correto Assumem riscos calculados Fazem a diferença Gráfico 12: Perfil empreendedor Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa nos mostra que 65% dos proponentes possuem como características marcantes o fato de agirem como acham correto, 30% tem a características de assumir riscos calculados e 5% consideram-se que fazem a diferença para a sociedade. Lamentavelmente podemos ratificar com os dados citados que a maioria dos empreendedores por necessidade ainda tem em sua cultura de trabalho diário, a utilização da intuição, fazendo o que acha correto, sem a elaboração de nenhum tipo de análise. Pode-se concluir que os empreendedores por necessidade, que possuem o perfil mais organizado, sempre se preocupam com a parte do retorno financeiro, ou seja, preocupados com assumirem riscos calculados. Dornelas (2001) relata que a carcterística de disposição para correr riscos, avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; age para reduzir os riscos e controlar os resultados; coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos; pondera uma circunstância frente as suas consequências e pensa sobre que atitude tomar. Os empreendedores com o perfil de característica que fazem à diferença, transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade, corroborando com a teoria de Dornelas 2001. 49 7.7 ANÁLISE DE TOMADA DE DECISÕES DA EMPRESA 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Não realizaram análise Planejamento de Planejamento de Planejamento de finanças marketing qualidade Gráfico 13: Análise de decisões Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa mostra que 60% dos proponentes não realizam nenhuma análise antes de tomaram decisões em seus negócios, 25% realizam planejamento de finanças, 10% realizam planejamento de marketing e 5% realizam planejamento de qualidade. Mais uma vez ratifica-se a falta de utilização das ferramentas administrativas por parte do empreendedorismo por necessidade, mesmo eles considerando de grande importância a utilização das mesmas. Pode-se destacar como importante ferramenta de finanças, o fluxo de caixa. Pois, ele é o responsável pelo registro e controle das entradas e saídas de dinheiro em uma empresa, seja de que porte for. Ele é a ferramenta que demonstra receitas e despesas, listando as contas a pagar e os valores a receber – os pagamentos e recebimentos realmente ocorridos são lançados num controle diário de fluxo de caixa; os pagamentos e recebimentos previstos são registrados numa previsão ou projeção de fluxo de caixa (http://www.fluxocaixa.com). O marketing, como esclarece Lãs Casas (2005), é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o ambiente de atuação e impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. De acordo com Kotler (1998, p 65), “qualidade é a totalidade de aspectos e características de um produto ou serviço que proporcionam a satisfação de necessidades declaradas e implicitas”. 50 7.8 ANALISE DE MERCADO ANTES DE INVESTIR EM NOVOS PRODUTOS Esse questionamento busca analisar a quantidade de empreendedores que realizam algum tipo de análise antes de investirem em novos produtos em seus negócios e qual tipo de análise eles elaboram. 7.8.1 Quantidade de empreendedores que analisam antes de realizarem novos investimentos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Não analisaram Analisaram Gráfico 14: Análise de investimento em novos produtos Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa mostra que 60% dos empreendedores não realizam nenhuma análise antes de realizarem novos investimentos e 40% possui a cultura de analisar principalmente o custo beneficio das novas ações. Essa porcentagem demonstra que apesar da capacitação que o programa Empreender JP exige que os proponentes passem antes do benefício do empréstimo com o propósito de ensinarem os empreendedores a gerenciarem suas empresas no trabalho diário, com utilização básica de ferramentas administrativas e realização de planejamento, eles não colocam em pratica. Pois, o motivo que os levou a empreender foi à necessidade de gerar renda para sustento familiar, fazendo com que muitos tenham uma visão limitada e/ ou falta de conhecimento (em relação ao baixo nível intelectual e de estudo já que o alvo são pessoas humildes) não observando que a realização de planejamentos pode trazer grande custo beneficio para seus negócios. 51 7.8.2 Tipo de análise de mercado antes de investir em novos produtos. 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Finanças Qualidade Gráfico 15: Análise utilizada Fonte: Pesquisa de campo, 2008. A pesquisa mais uma vez nos mostra a importância que os empreendedores dão para análise financeira, pois, 30% relatam realizarem análise de finanças e 10% demonstram analisarem a qualidade. Pode-se dizer que para os empreendedores por necessidade do Empreender - JP as ferramentas administrativas são de suma importância, porém para eles o maior interesse é no retorno que o investimento pode gerar para os mesmos. 52 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo demonstrou em sua análise que a utilização das ferramentas administrativas no trabalho diário empresarial, é um instrumento muito importante para o crescimento e sobrevivência das empresas que foram beneficiadas com o empréstimo do Empreender – JP, já que, a maioria das empresas iniciou seus negócios por necessidade não elaborando um devido planejamento. Foi comprovado durante a pesquisa que os proponentes, mesmo participando da capacitação do programa Empreender - JP não tem a cultura de utilizarem as ferramentas administrativas em seus negócios, sendo a minoria que faz uso de algumas ferramentas, comprovando desta forma o perfil de gerenciamento do empreendedorismo por necessidade. Foi destacado que mesmo não fazendo uso das ferramentas administrativas, os empreendedores as consideram como de suma importância para sobrevivência e bom gerenciamento dos negócios. O empreendedor que diz utilizar ferramentas administrativas tem a predisposição de utilizar a ferramenta financeira, pois o empreendedor por necessidade está mais preocupado com o retorno monetário, na maioria dos casos não tem nenhuma fonte de renda. Tendo em vista os resultados da pesquisa, pode-se afirmar que a hipótese de que a importância das ferramentas administrativas para os empreendedores por necessidade do Empreender - JP tem refletido de forma negativa, pois a maioria dos empreendedores afirmou não utilizar as ferramentas administrativas, mesmo classificando-as em seu uso freqüente como de suma importância para as empresas. A maioria dos empreendedores beneficiados são movidos por necessidade, vindo de uma cultura de pouco conhecimento, o que leva aos empresários muitas vezes não conhecerem a realidade de sua empresa. É confirmado positivamente através de questionários aplicados aos empresários, que os mesmos não possuem o mínimo de informações básicas para uma boa administração, levando os seus negócios sem o devido controle e de forma intuitiva. Também foi possível perceber sua importância tanto para a academia quanto para a prática administrativa, uma vez que tais dados são inéditos na administração. Porém, a referida pesquisa pode ser mais aprofundada, talvez buscando novos focos ou novas áreas, aproveitando o crescimento desse tema tão atual que é o empreendedorismo, podendo assim somar valor a esta pesquisa e trazer dados valiosos para outros estudos. 53 REFERÊNCIAS ALVES, S. D. da S.; SOARES, M M.. Democratização do crédito no Brasil atuação do BANCO central. Brasília: Banco Central do Brasil, 2003. 46 p. BEUREN, Ilse Maria(org). Como elaborar trabalhos moográficos: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor: a metodologia de ensinoque ajudaa transformar conheciemnto em riqueza. São Paulo: de Cultura, 1999. DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa: uma idéia, uma paixão e um plano de negócio: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa.São Paulo. de cultura, 1999 DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transfomando idéias em negócio. Rio de Janeiro: Campos, 2001. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas 1999 GLOBAL ENTREPREUNEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil-2007 KOTLER, Philip:Administração de Martketing: análise,planejamento, implementação e controle.Tradução Ailton B. Brandão. 5.ed., São Paulo: atlas, 1998 LAS CASAS,Alexandre Luzzi.Adminitração de Vendas.8.ed.São Paulo:atlas, 2008 LIMEIRA,Tania Maria Vidigal. Fundamentos de Marketing.In:Gestão de Marketing.Sergio Roberto Dias(coord).São Paulo: Saraiva, 2003. p.1-15 LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. A pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Cortez, 1987. MORRIS, M. (1998). Entrepreneurial intensity : sustainable advantages for individuals, organizations, and societies. London, Quorum. 170 pages. NETO, Paulo Penteado de Faria e Silva; Estudos sobre empreendedorismo, Programa de Bolsas de Iniciação Cientifica- PIBIC, Núcleo de Pesquisa e Publicações- Fundação Getulio Vargas/EAESP PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas 2000 54 PNUD, SEBRAE, Nacional. Manual do Empretec.Santa Catarina, 1993 RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo, Atlas, 1999. http://www.gembrasil.org.br/arquivos//1311200657ew.ppt#287,2,Slide 2 Acessado em 28/08/08 http://pt.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus Acessado em 15/05/08 http://www.sebraesp.com.br/principal/abrindo%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7 %C3%B5es/cria%C3%A7%C3%A3o%20de%20empresas/planonegocio.aspx Acessado em 20/09/08 http://empresas.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,95568 0-2931-4,00.html Acessado em 21/09/08 http://www.sebraepr.com.br/portal/page/portal/PORTAL_INTERNET/PRINCIPAL2004/LIC ITACAO?_dad=portal&file=livro_gem_2007.zip&mail=&desc= Acessado em 25/09/08 . http://www.administradores.com.br/noticias/curso_d_olho_na_qualidade_orienta_empresario s_pela_internet/11542/ Acessado em 27/09/08 http://www.fluxocaixa.com/ Acessado em 05/10/08 http://noticias.uol.com.br/uolnews/internacional/felipe/2006/10/13/ult2626u139.jhtm Acessado em10/10/08 55 APÊNDICE 56 QUESTIONÁRIO Visando o cumprimento do Trabalho de Conclusão do Curso de Administração, do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPE, solicito o preenchimento do questionário a seguir, de forma a obter informações sobre a realidade do empreendedorismo e a importância que os empreendedores que foram beneficiados com o empréstimo do programa Empreender- JP dão as ferramentas administrativas. Por favor, apresente a sua opinião sincera para cada uma das questões. Sua contribuição é de extrema importância para o sucesso da pesquisa e do trabalho. Você não precisará se identificar. 1. Qual o sexo? a) Feminino b) Masculino 2. Qual o segmento de mercado de sua empresa? a) Indústria b) Comercio c) Serviço 3.O que lhe levou a empreender? a) Necessidade b) Oportunidade observada 4. Você utiliza alguma ferramenta administrativa? a) Sim b) Não 5. Se sim, qual? a) Vendas b) Qualidade c) Financeira d) Marketing e) Plano de Negócios 6. Como você classifica a utilização das ferramentas administrativas? a) Indispensável b) Importante c) Bom d) Desnecessário 7 Você realizou algum tipo de planejamento antes de investir em seu negocio? a) Sim b) Não 8. Se sim, que tipo de planejamento foi? a) Pesquisa de mercado b) Observação da sazonalidade da atividade e do produto d) Plano de Negócio 57 9 O que o empréstimo do Empreender- JP representou para o seu negocio? a) Solução para abrir o negócio b) Oportunidade de expansão ou modernidade c) Um acréscimo financeiro para a conclusão do investimento 10 Quais as características que mais se enquadram no seu perfil empreendedor? a) Assumir risco calculado b) Criam valor para sociedade c) É um individuo que fazem à diferença d) Agem quando acham que é correto de acordo com a intuição sem planejamento 11 Que tipo de analise você costuma fazer antes de tomar as decisões em sua empresa? a) Planejamento de vendas b) Planejamento de marketing c) Planejamento da qualidade d) Planejamento de finanças e) Plano de negocio f) nda 12. Você realiza alguma análise de mercado antes de investir em novo novos produto? a) Sim b) Não 13. Se sim, qual tipo? a) Vendas b) Marketing c) Finanças d) Qualidade e) Plano de Negocio 58 ANEXO 59 LEI nº 10.431, de 11 de abril de 2005. CRIA O PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS - EMPREENDER - JP E ESTABELECE OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA, ESTADO DA PARAÍBA. FAÇO SABER QUE O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: Art. 1º - Fica instituído o PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS - EMPREENDER – JP, como instrumento de promoção da inclusão social e do desenvolvimento sustentável, através de programas especiais de capacitação empreendedora e financiamento com os seguintes objetivos: I – Aumentar as oportunidades de emprego através da criação, ampliação, modernização, transferência ou reativação de pequenos negócios, formais e informais, através de empréstimos de recursos financeiros aos empreendedores; II – Elevar a qualidade de vida da população pela criação de fontes de renda segura e consistente, que proporcione sustentação às famílias de empreendedores, em particular as de baixa renda; III – Promover a capacitação e qualificação gerencial de empreendedores e gestores de pequenos negócios, visando aprimorar suas aptidões e assegurar acesso à inovação tecnológica que lhes garantam maior eficiência produtiva e competitividade no mercado; IV – Promover sistemas associativos de produção mediante a criação e a manutenção de centrais de compras, de produção e vendas, sob a gestão dos empreendedores, formais e informais, de pequenos negócios; V – Oferecer infra-estrutura para facilitar escoamento da produção e possibilitar o acesso dos pequenos empreendedores ao sistema de comercialização; VI – Viabilizar a participação de pequenos negócios, formais e informais em feiras e exposições onde quer que sua presença possa contribuir para o desenvolvimento de suas atividades; e VII – Apoiar e estimular a criação de organizações e mecanismos de micro crédito. Art. 2º - Para implementação e operacionalização do PROGRAMA EMPREENDER - JP, fica instituído o FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS. 60 I – Não será concedido empréstimo pelo Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios aos projetos de comercialização de armas. II – A Prefeitura fará publicar Edital na imprensa e no Semanário Oficial, definindo local e horário para inscrição dos interessados, como também a relação dos processos deferidos e indeferidos dos empréstimos do EMPREENDER - JP. Art. 3º - Os recursos arrecadados através do Fundo EMPREENDER – JP serão administrados pela Agência de Desenvolvimento de Pequenos Negócios, implementada no âmbito da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção. Parágrafo Único - A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção será responsável pela operacionalização e administração das medidas necessárias à implementação das ações estabelecidas no caput deste artigo, podendo para tanto, na forma da lei, firmar convênios, contratar serviços, estabelecer parcerias e adotar as iniciativas indispensáveis ao bom cumprimento dos objetivos compreendidos por tais ações, fazendo uso dos seus recursos institucionais e daqueles disponíveis no âmbito do governo municipal. CAPÍTULO II DAS FONTES DE RECURSOS Art. 4º - Constituirão recursos do PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS – EMPREENDER-JP: I – O produto resultante de 1,5% (hum vírgula cinco por cento) sobre todos os valores de pagamentos realizados pelo Município de João Pessoa, relativos ao fornecimento de bens, serviços e contratação de obras, creditados automaticamente ao FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS; II – VETADO III – As transferências de agências e fundos de desenvolvimento, nacionais e internacionais, a título de contribuição, subvenção ou doação, além de outras formas de transferências a fundo perdido; IV – Os valores decorrentes da remuneração do Fundo pelos financiamentos concedidos pelo agente financeiro e os rendimentos resultantes de aplicações financeiras dos recursos não comprometidos; 61 V – Doações de pessoas físicas e jurídicas, entidades públicas e privadas que desejem participar de programas de redução das disparidades sociais de renda, no âmbito do município de João Pessoa; VI –Juros e quaisquer outros rendimentos eventuais; VII – Amortizações de empréstimos concedidos. Parágrafo Único – Ficam excluídos dos valores mencionados no inciso I deste artigo os pagamentos relativos à: I – Serviços públicos explorados por concessão dispensados de procedimento licitatório para contratação com o Município; II – Pagamentos e adiantamentos aos servidores públicos municipais; III – Pagamentos inferiores a 04 (quatro) salários mínimos. IV – VETADO CAPÍTULO III DA ADMINISTRAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DO FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS Art. 5º - A supervisão do Fundo será exercida pelo Conselho Consultivo dos Pequenos Negócios do Município de João Pessoa existente no âmbito da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção ao qual compete: I – Auxiliar no estabelecimento de critérios e fixação de limites globais e individuais para a concessão dos financiamentos e subvenções, observadas as disponibilidades do Fundo; II – Sugerir prazos de amortização e carência, bem como os encargos dos mutuários e multas por eventual inadimplemento contratual; III – Analisar mensalmente as contas operacionais do Fundo, por meio de balancetes, além de avaliar os resultados e propor medidas de aprimoramento de suas atividades; IV – Manifestar-se previamente sobre ajustes a serem celebrados com terceiros, tendo por objeto recursos ao Fundo; e V – Elaborar seu Regimento Interno. Art. 6º - O Conselho a que se refere o Art. 5º terá a seguinte composição: I – Um (01) representante da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção que atuará na condição de presidente e membro nato; II – Um (01) representante da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente que atuará na condição de vice-presidente e membro nato; 62 III – Um (01) representante do SEBRAE/PB – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba; IV – Um (01) representante das entidades do setor produtivo do comércio; V – Um (01) representante das entidades do setor produtivo da indústria; VI – Um (01) representante da Central Única dos Trabalhadores – VI-A – Um (01) representante das Cooperativas; VII – Um (01) representante das Associações Comunitárias; VIII - Um (01) representante da Universidade Federal da Paraíba UFPB; IX - Um (01) representante da Associação das Micro e Pequenas Empresas da Paraíba – FEMIPE; X – Um (01) representante Da Federação das Micro e Pequenas Empresas da Paraíba; XI – Um (01) representante da Câmara Municipal de João Pessoa; XII – VETADO Parágrafo Único – No ato da indicação, do membro do Conselho, a entidade ou o órgão indicará o respectivo suplente. Art. 7º - O FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS será administrado por um Comitê Gestor e supervisionado pelo Conselho Consultivo dos Pequenos Negócios a que se refere o Art. 5º da presente Lei. Art. 8º - O Comitê Gestor do FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS será composto pelos seguintes membros: I – O Diretor de Fomento da Produção e dos Pequenos Negócios; II – Um (01) representante da Secretaria de Desenvolvimento Social que atuará na condição de Vice-Presidente; III – Um (01) representante da Secretaria de Finanças; IV – Um (01) representante da Associação das Micro e Pequenas Empresas de João Pessoa (PB); V – Um (01) representante dos Agentes Financeiros. Art. 9º - Compete ao Comitê Gestor do FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS: I – Reunir-se mensalmente para avaliar a operação e resultados da aplicação dos recursos do Fundo; II - Determinar as normas, procedimentos e condições operacionais do Fundo a serem cumpridas pelos Agentes Financeiros; 63 III – Aprovar as prestações de contas referentes às despesas administrativas de funcionamento e operacionalização das normas e procedimentos estabelecidos nesta Lei, bem como encaminhar, à Câmara Municipal de João Pessoa, as respectivas prestações de contas com a documentação comprobatória até o 15º dia, do mês subseqüente. § 1º - A Secretaria Executiva do Comitê Gestor será designada pelo Secretário do Desenvolvimento Sustentável da Produção. § 2º - Compete a Secretaria Executiva: I – Secretariar o Comitê Gestor do Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios; II – Receber, analisar e emitir parecer conclusivo no que respeita às solicitações de financiamento; III – Elaborar o plano estratégico e operativo anual do fundo; IV - Gerir o fundo de despesas administrativas do Comitê, prestando contas mensalmente à presidência do mesmo; V – Apresentar relatórios mensais e anuais com referência às atividades operacionais e financeiras do Fundo. CAPÍTULO IV DO AGENTE FINANCEIRO Art. 10 - Os recursos do FUNDO MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS – EMPREENDER - JP serão operacionalizados pela Agência de Desenvolvimento de Pequenos Negócios ou agentes financeiros selecionados dentre os bancos oficiais, os quais celebrarão convênios com o Município de João Pessoa para operacionalizar linhas de crédito. § 1º - A remuneração do Agente Financeiro será negociada, em forma de parcerias solidárias, levando-se em conta os interesses sociais da operação do PROGRAMA EMPREENDER - JP. § 2º - A título de contrapartida, o Agente Financeiro implantará, na agência ou agências locacionalmente mais adequadas, um Núcleo de Atendimento aos Pequenos Negócios, com equipe capacitada a prestar os serviços financeiros do PROGRAMA EMPREENDER - JP e todas as informações e esclarecimentos que forem necessários ao seu bom desempenho. § 3º - Compete ao Agente Financeiro: I – Providenciar para o PROGRAMA EMPREENDER - JP contabilidade própria, fazendo publicar anualmente os balanços de recursos do Fundo, devidamente auditados; II – Efetuar o controle contábil-financeiro dos recursos do Fundo, através do exame da movimentação dos saldos e de suas aplicações no mercado aberto; 64 III – Providenciar a emissão de cada contrato de financiamento de acordo com as normas e procedimentos emanados do Comitê Gestor do Fundo; IV – Controlar a situação do mutuário ou beneficiário e dar quitação quando do encerramento dos contratos; V – O Agente Financeiro deverá colocar à disposição do Comitê Gestor os demonstrativos com posições mensais dos recursos, aplicações e resultados do Fundo. Art. 11 - Fica criado o Fundo Garantidor, vinculado ao PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS – EMPREENDER-JP, com objetivo de cobrir eventuais perdas resultantes de inadimplências dos financiamentos concedidos pelo agente financeiro. § 1º - O agente financeiro somente será ressarcido dos contratos inadimplidos decorridos sessenta dias do vencimento, através do débito em conta do Fundo Garantidor. § 2º - O agente financeiro deverá proceder à cobrança dos contratos inadimplidos. § 3º - Também poderão compor o Fundo Garantidor ao PROGRAMA MUNICIPAL DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS – EMPREENDER-JP e utilizados dentro dos objetivos deste, os recursos do Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios. CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 12 – O Poder Executivo Municipal Regulamentará e criará condições legais necessárias para que os recursos previstos no Art. 3º, em seu parágrafo único, sejam assegurados com vistas à capitalização e operacionalização do Programa EMPREENDER - JP. Parágrafo Único – Compete ao Poder Executivo Municipal autorizar despesas referentes ao custeio da administração do Programa EMPREENDER - JP. Art. 13 – A incidência do percentual estabelecido no inciso I, do Art. 4º não alcança os contratos assinados anteriormente à edição da presente lei. Art. 14 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. PAÇO MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA, EM 11 DE ABRIL DE 2005. RICARDO VIEIRA COUTINHO Prefeito do Município