TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A EFICÁCIA DA CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO QUANTO AS SUAS RESPONSABILIDADES Vinicius Henrique Pereira Niro CIANORTE – PARANÁ JULHO – 2014 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A EFICÁCIA DA CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO QUANTO AS SUAS RESPONSABILIDADES Vinicius Henrique Pereira Niro Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado para conclusão do curso Técnico em Segurança do Trabalho, do SENAI de Cianorte – Paraná. Orientador: Gonçalves CIANORTE – PARANÁ JULHO – 2014 ii Meuquizedeque Teixeira AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de estar concluindo este curso, principalmente o presente trabalho. Aos meus familiares que ao longo de toda minha jornada me acompanharam e me apoiaram em minha vida estudantil. Agradeço também ao Sr. Meuquizedeque Teixeira, que me orientou em toda a elaboração deste trabalho, seja em meus erros ou acertos. Não esqueço de agradecer todos meus companheiros de classe, que nesta jornada estiveram junto comigo. Um agradecimento especial a Usina que abriu suas portas para a realização deste trabalho, e a todos os funcionários que me trataram muito bem. iii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................5 2. SITUAÇÃO PROBLEMA .................................................................................................................7 3. OBJETIVOS .....................................................................................................................................7 3.1. GERAIS ....................................................................................................................................8 3.2. ESPECÍFICOS .........................................................................................................................8 4. JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................................9 5. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 10 6. RESULTADOS .............................................................................................................................. 13 7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 19 8. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 22 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 23 ANEXOS ............................................................................................................................................... 24 iv 5 1. INTRODUÇÃO Desde os primórdios existe o trabalho, os povos paleolíticos, por exemplo, sempre trabalhavam para construir seus instrumentos de caça, pesca e utensílios dos mais diversos possíveis para o bem de todos, e para isso já havia a necessidade de trabalho em equipe. Com base nisto temse a ideia do que é o trabalho, e esta necessidade não mudou no mundo atual, todos os tipos de matérias inorgânicas e algumas vezes orgânicas são originados do trabalho, de qualquer forma que seja, e esse trabalho sempre deve ser organizado em etapas, processos e hierarquia, porém não se deve deixar de lado as pessoas que o fazem, os trabalhadores. Com a evolução do trabalho, das pessoas e o avanço da globalização, surgiram novas formas de trabalho, porém a Segurança do Trabalho se aplica a todas as atividades trabalhistas como forma de prevenção de acidentes. Diante do mundo da Segurança do Trabalho existe um meio chamado popularmente de CIPA, ou, tecnicamente Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, esta comissão é obrigatória a sua constituição para todas empresas com mais de 20 (vinte) funcionários, sendo suas especificações regulamentada pela Norma Regulamentadora-NR 5, aprovada juntamente com outras NR, através da Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978. Em seus tópicos a NR-5 define também as obrigações do empregador, dos empregados e dos cipeiros (nome dado aos funcionários pertencentes a comissão), onde os mesmos devem cumprilas. O presente estudo está dividido em 9 (nove) capítulos, onde os mesmos progressivamente esclarecerão o tema estudado. No segundo é apresentada a situação problema, onde está descrita a problemática a ser estudada. Com o avanço dos processos produtivos houve um aumento significativo no número de acidentes, e ao longo do tempo surgiram mecanismos para evitar acidentes através da prevenção, um dos principais meios utilizados para evitar acidentes é a CIPA. Os objetivos desta pesquisa estão representados no terceiro capitulo, onde são definidos o objetivo geral e os específicos, ou seja, comprovar a efetividade da CIPA. A justificativa para a elaboração desta pesquisa encontra-se no quarto capitulo. Foi elaborado devido ao interesse do pesquisador sobre o tema e também pela sua importância para as empresas, professores, profissionais e estudantes da área de segurança do trabalho. No quinto capítulo encontra-se a metodologia, ou seja, quais foram os procedimentos adotados durante a pesquisa. O sexto capitulo, encontra-se os resultados obtidos com a pesquisa e a análise dos mesmos. O sétimo capitulo apresenta todos os textos bibliográficos que serviram de apoio para a elaboração da pesquisa e da análise dos resultados. 6 O oitavo capítulo apresenta a conclusão do estudo e a importância do mesmo para o pesquisador. E por último os anexos a este estudo que estão citados ao longo deste trabalho. 7 2. SITUAÇÃO PROBLEMA A criação de empresas foi a forma encontrada de organizar o trabalho, e além de toda a questão de produção e lucro, existem preceitos legais aos quais toda e qualquer empresa deve obedecer, principalmente o de compromisso com a vida dos trabalhadores. Para isto existem mecanismos e programas que possibilitam tais preceitos como: TST – Técnico em Segurança do Trabalho; SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho; CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Com certeza a CIPA é uma melhor forma de proteger a vida e a saúde dos trabalhadores, uma vez que a mesma é composta pelos próprios trabalhadores, ou seja, eles sabem que risco é passivo de prejudicar a saúde deles, é claro que é obrigação da empresa também treina-los para identificar tais riscos. Sendo assim, chega-se a seguinte pergunta: a empresa realmente se utiliza de mecanismos para promover o melhor funcionamento da CIPA? 8 3. OBJETIVOS 3.1. GERAIS Comprovar se a CIPA realmente é efetiva em uma empresa da região noroeste do estado do Paraná e se utiliza de mecanismos para promover o melhor funcionamento da comissão. 1.2. ESPECÍFICOS - Elaborar um questionário contendo questões claras e objetivas, para que possam possibilitar o levantamento de dados para a elaboração de gráficos quantitativos; - Analisar normas vigentes relacionadas ao tema proposto; - Entrevistar informalmente alguns trabalhadores da usina a ser visitada; - Conhecer como é o funcionamento da CIPA da empresa a ser visitada; - Revisão bibliográfica; - Pesquisas bibliográficas; - Entrevistar Técnicos em Segurança do Trabalho-TST; 9 4. JUSTIFICATIVA Justifica-se a importância do presente trabalho em avaliar a eficácia da comissão, focado nas responsabilidades perante a lei e aos próprios funcionários da organização, pois a CIPA tem um papel muito importante nas organizações. O estudo contribuirá para uma melhor compreensão de como é a situação atual de uma empresa do noroeste do estado do Paraná, em relação a CIPA, desmembrado entre suas representações. A ideia de desenvolver o presente estudo surgiu a partir do apego do pesquisador em relação ao conteúdo desenvolvido e por estar cursando Segurança do Trabalho no SENAI. De modo pratico espera-se que o estudo possa proporcionar maiores conhecimentos na área de segurança do trabalho e especificamente na implementação e funcionamento da CIPA que será realizado através de levantamentos de dados por meios de questionários e entrevistas. 10 5. METODOLOGIA Serão realizadas pesquisas bibliográficas e também pesquisas quantitativas em campo (chão de fábrica) objetivando obter dados estatísticos para melhor comprovar a tese proposta. Será aplicado um questionário para os cipeiros e um para os demais colaboradores, seguindo-se a ordem de procedimentos abaixo: I. Elaborar questionário objetivo, contendo perguntas aleatórias sobre a Eficácia da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. II. Definir o número de funcionários a ser questionados tendo como base o número total de funcionários da empresa e sua disponibilidade. III. Analisar os dados levantados nos questionários; IV. Elaborar gráficos contendo as informações obtidas; V. Comprovar real efetividade do funcionamento da CIPA através dos resultados obtidos. Será realizado também entrevistas com TST, visando obter suas opiniões. Segue anexo os modelos de questionários utilizados: 11 12 13 6. RESULTADOS Diante da importância do tema em estudo, buscou-se informações de profissionais da área de segurança que já trabalharam em empresas como TST, e que participaram do processo de implantação e processo de eleição da CIPA e acompanharam o funcionamento de várias gestões. Em entrevista realizada no dia 05 de Maio de 2014 com dois Técnicos em Segurança do Trabalho – TST, ambos professores do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, unidade Cianorte-Paraná, obteve-se suas opiniões sobre o tema: O Sr. Cristiano Ortega relata que as empresas de grande porte, realmente apoiam a CIPA em suas atribuições, principalmente em relação aos problemas sugeridos pelos cipeiros nas reuniões ordinárias, por outro lado, relata que os cipeiros em seu ponto de vista não colaboram efetivamente nas ações organizadas pela comissão, diz ainda que a maior parte destas ações inclusive o preenchimento da ata de reunião, muitas vezes são feitas pelo próprio TST, ou outro membro do SESMT. Já o Sr. Alessandro Reis relata que considerando-se a nossa região (noroeste do estado do Paraná), onde que por meio de seu próprio conhecimento, de colegas de profissão e outras pessoas da área de segurança, o mesmo acredita que as empresas deixam a desejar em relação ao apoio a comissão, pois as mesmas, em sua grande maioria somente elaboram a CIPA porque é uma obrigação legal. Sobre a participação ou não dos cipeiros nas atividades da comissão, diz que os mesmos cumprem com suas obrigações dentro da CIPA, porém ressalta que esta questão depende muito da empresa e também dos treinamentos que são ministrados aos cipeiros antes de sua posse. Outro ponto referido é sobre as fiscalizações, que segundo ele, é insuficiente. Continuando, o mesmo fez uma comparação da região noroeste do estado do Paraná com a região metropolitana de São Paulo, onde os empregadores são mais “preocupados” com a segurança do trabalho devido a fiscalização mais ativa. Com a entrevista pode-se observar que segundo os mesmos, as empresas importam-se mais com os riscos apresentados pelos cipeiros do que para a implementação da comissão, essa atitude deve-se principalmente por ser obrigatória a constituição da CIPA, porém com insuficiência de fiscalização, é importante ressaltar também que a eficácia de uma CIPA depende muito da escolha do Presidente por parte do empregador, pois o mesmo é quem deve “comandar” a comissão. Com a pesquisa realizada com 27 (vinte e sete) entrevistados, sendo 7 (sete) membros da CIPA e 20 outros trabalhadores não pertencentes a comissão pode-se chegar a muitas conclusões sobre o tema estudado, o resultado da pesquisa está dividido entre membros da CIPA e não membros, respectivamente. A primeira questão aos membros da CIPA foi se os mesmos gostam de ser cipeiro (gráfico 1, anexo), onde dos 7 (sete) apenas 1(um) assinalou que não gosta. Esse mesmo cipeiro já participou de outras 3 (três) gestões da CIPA e conta com mais de 6 (seis) anos na empresa, porém, houve controvérsia, pois, quando questionado se considera-se um bom cipeiro, respondeu que sim. 14 Gráfico 2 Você se considera um bom cipeiro? Você já faltou a alguma reunião da CIPA sem informar a empresa? Você gosta de ser cipeiro? 0 NÃO RESPONDERAM 1 2 3 NÃO 4 5 6 7 8 SIM Pode-se observar também que, todos os entrevistados se consideram bom cipeiro, porém a maior parte deles (5) já faltaram em alguma reunião da CIPA sem informar a empresa (gráfico 2). Observando-se que cinco membros já faltaram na reunião da CIPA sem informar a empresa, conclui-se que os mesmos deixaram de cumprir com suas responsabilidades ao não informar o SESMT sua falta. Quando se estava aplicando o questionário ouviu-se relatos que os motivos da falta foram por esquecimento e até mesmo por falta de informação. Todos assinalaram que sabem suas atribuições e que é liberado para participar das reuniões da CIPA (gráfico 3, anexo), ou seja não há justificativa para acusar a empresa por falta de treinamento (gráfico anexo). Chega-se à conclusão de que, apesar de todos os membros gostarem e se considerarem bons cipeiros, em algum momento deixaram a desejar, pois a maioria já faltou em uma ou mais reuniões da CIPA, e que a empresa realizou o treinamento adequado para os membros da CIPA conforme informações prestadas pelo responsável da área de segurança. Das entrevistas sobre a contribuição dos cipeiros nas reuniões da CIPA, houve um resultado muito significativo. Todos responderam que contribuem com informações importantes nas reuniões, como exemplo: 4 (quatro) responderam que já relatou alguma situação de risco ao SESMT para a paralização de uma máquina ou atividade (gráfico 4, anexo). Os demais (3) estavam em sua primeira gestão da CIPA, a pouco mais de 5 (cinco) meses. Pode-se observar que o sistema de gestão da CIPA funciona bem, pois, durante a aplicação dos questionários, o acompanhante do entrevistador, Engenheiro de Segurança, Sr. Fernando, relatou que há critério da gestão da segurança em que haja representantes de todos os setores da empresa. Sobre o mapa de riscos, que é uma das atribuições da CIPA em colaborar com o SESMT em sua elaboração obteve-se um resultado muito interessante, observa-se o gráfico a seguir (gráfico 5). 15 Gráfico 5 7 6 5 4 3 2 1 0 SIM NÃO Este resultado é muito animador, pois, muitos profissionais da área de segurança do trabalho relatam que muitas vezes o SESMT elabora o mapa de risco sem colaboração dos cipeiros. O membro que respondeu que não participou na elaboração do mapa de risco, está no grupo de trabalhadores de 01 (um) a 5 (cinco) anos na empresa e, esta é sua primeira gestão, apesar de não ter sido possível obter a informação de quando foi feito o ultimo mapa de riscos ou a revisão do mesmo, é possível que este membro, não tenha participado da reunião que se tratou da revisão do mapa de riscos, com uma ressalva de que é o membro com menor tempo de empresa. Finalmente chega-se a realização da SIPAT, que conforme a NR-5 é atribuição da CIPA elabora-la. Gráfico 6 O empregador fornece os meios necessários para o funcionamento da CIPA? Você colaborou na elaboração da última SIPAT? 0 NÃO 1 SIM 2 3 4 5 6 7 8 16 Analisando-se o gráfico observa-se que o empregador fornece os meios necessários para a CIPA e também para a SIPAT. Portanto, sobre a contribuição dos membros para a realização da última SIPAT chegou-se ao resultado que 3 (três) membros não colaboraram na elaboração da mesma e também observou-se que os 4 (quatro) membros que colaboraram são novos na CIPA. Os outros 3 (três) já contam com mais de 2 (duas) gestões, sendo assim, conclui-se que os membros novos estão mais comprometidos com suas responsabilidades dentro da CIPA. Ainda sobre a SIPAT, os entrevistados não pertencentes a comissão, quando entrevistados se os treinamentos recebidos no evento para promover a Saúde e Segurança do Trabalho – SST são eficazes, todos responderam que sim e, se o desempenho dos membros da CIPA é eficaz, apenas um respondeu que não (gráfico 7, anexo), e este trabalha a mais de 1 (um) ano na empresa com idade entre 18 e 29 anos. Durante a aplicação dos questionários dentro do ambiente industrial, observou-se que a placa de indicação de dias sem acidentes (elaborada pela CIPA) estava com 362 dias sem acidentes, ótima situação. Outra observação importante é de que a maior parte dos membros pertencentes a CIPA é de idade de 30 a 49 anos, que teoricamente são mais experientes na atividade consequentemente apresentam um perfil de maior responsabilidade. E dos sete entrevistados apenas 2 (dois) tem mais 6 (seis) anos na empresa. Aplicou-se também um questionário sobre a CIPA com o objetivo de estudar o conhecimento e a repercussão da mesma aos trabalhadores não cipeiros. Sendo assim apresenta-se os resultados obtidos com a sua aplicação. A primeira questão foi se os mesmos sabem o que faz a CIPA dentro da empresa, 100% responderam que sim (gráfico 8, anexo), porém durante a aplicação observou-se que a maior parte das respostas eram relacionadas somente a “prevenir acidentes”, uma vez que a CIPA tem como objetivo além de prevenir acidentes, promover um ambiente mais seguro e agradável. A maior parte dos entrevistados (90%) obedece as recomendações dos TST e dos cipeiros (gráfico 9), porém um entrevistado respondeu que não, observou-se que este, também, até o momento não havia recebido recomendações de cipeiros ou TST. Gráfico 9 Você obedece as recomendaçõe dos TST e dos cipeiros? Você já recebeu recomendação de algum cipeiro? Você já conversou com algum TST sobre a CIPA? 0 NÃO 5 SIM 10 15 20 17 Oportunidade de melhoria: o entrevistado acima que respondeu não, está a menos de 1 (um) ano na empresa, a constatação deste fato é um alerta aos membros da CIPA para realizar um estudo para um acompanhamento nas questões de segurança de funcionários com menos de um ano de casa. Observou-se também que 75% dos entrevistados já receberam recomendações de algum cipeiro, um ótimo resultado, provando-se assim que os cipeiros estão cumprindo com sua obrigação de orientar os trabalhadores. O gráfico (gráfico 10) abaixo indica que 70% dos entrevistados já indicaram alguma situação de risco a CIPA. Gráfico 10 16 14 12 10 8 6 4 2 0 SIM NÃO Os 30% restante contam com pouco tempo de empresa, podendo ser uma justificativa para a falta. Em relação a eleição da CIPA, especialmente a votação, 75% dos não cipeiros votaram na última eleição (gráfico 11), 4 dos que não votaram não é possível saber o motivo, porém um deles Gráfico 11 16 14 12 10 8 6 4 2 0 SIM NÃO 18 justificou que não compareceu no dia previsto para a votação. Observou-se que conforme o dito pelo Sr. Fernando há sim um rodizio de membros na CIPA, pois dos 20 entrevistados 9 já participaram de alguma reunião (gráfico 12). Gráfico 12 Você já participou de alguma reunião da CIPA? Você já participou alguma vez da CIPA? 0 NÃO 2 4 6 8 10 12 14 16 SIM Com a análise do gráfico acima pode-se observar que dos 70% que nunca participaram da comissão, 3 (três) trabalhadores já participaram de alguma reunião, podendo ser por necessidade sua presença devido a reunião se tratar de seu setor especificamente ou por algum incidente. 19 7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A CIPA, que segundo Neto (2013) [...] surgiu apartir da Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII devido a chegada de maquinas nas empresas e o aumento do número de lesões pag. 41[...]. No ano de 1921 um comitê de estudos sobre medicina e segurança do trabalho definiu medidas não obrigatórias e dentre elas uma comissão que posteriormente daria origem a CIPA. Neto (2013): A CIPA iniciou no Brasil a partir das empresas estrangeiras que prestavam serviço no Brasil como as de geração e destribuição de energia elétrica Ltght and Power, em São Paulo e no Rio, então adotando o mesmo modelo, começava a CIPA no Brasil. pag. 42 A CIPA foi regulamentada no Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas, através do Decreto-lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, porém tornou-se obrigatória somente a partir de 1953 através da Portaria nº 155, que obriga empresas com mais de 100 funcionários a constitui-la. A Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de prevenção de Acidentes de Trabalho, a qual define o dimensionamento da CIPA, foi aprovada em 1978 pela Portaria 3.214 de 8 de junho (BRASIL, 1978). Existem três tipos/ramificações de comissões internas de prevenção de acidentes de trabalho, de acordo com a área de atuação, sendo: CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPATR - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural CIPAMIN - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração Seus objetivos é o mesmo, o de evitar acidentes e promover a saúde e segurança dos trabalhadores, porém há algumas diferenças, pois suas ações são voltadas para a área de atuação e necessidades. É importante ressaltar que o estudo baseou-se na CIPA, ou seja, área industrial, todos os entrevistados que participaram da pesquisa pertencem a indústria, seja cipeiro ou não. Em 1999 houve uma alteração importante na NR-5: O texto ampliou a garantia de emprego (estabilidade) para os suplentes eleitos da CIPA, alterou o dimensionamento. Definiu também as atribuições dos membros, dos funcionários, do Presidente, do Vice Presidente e do Secretário. (Neto, 2013, pag. 42) Esta alteração definiu claramente todas as atribuições da CIPA, sendo elas: Observa-se que o presente estudo está baseado em apenas parte das atribuições da CIPA e dos cipeiros, não está mencionado as atribuições que não foram estudadas. 20 5.16 A CIPA terá por atribuições: a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho; h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considerar haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; A CIPA como se pode observar é regada de tarefas e ações que são indispensáveis para qualquer empresa e o item 5.17 da NR-5 diz que: Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. Visto as atribuições da CIPA e do empregador, observa-se que os mesmos devem interagir entre si, a comissão depende quase inteiramente do superior, pois o mesmo é quem deve ceder espaço para que possam ser exercidas suas funções, um ponto ressaltado por GABRIEL SAAD é de que a eficiência de uma CIPA ainda depende, em boa parte, de atitude simpática, ou não, do empregador, em face das questões cuja solução não está ao alcance dos empregados, obviamente que não deve-se esquecer que cada parte integrante tem a sua função especifica. 5.18 Cabe aos empregados: a) participar da eleição de seus representantes b) colaborar com a gestão da CIPA; c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; 21 d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Obviamente que existem dificuldades para cada membro cumprir seu papel exatamente como exige a lei em primeiro mandato, deve-se ter o bom senso de que os mesmos não realizam apenas o trabalho de cipeiros, mas também suas tarefas normais, a CIPA [...]é uma forma de promover um ambiente de trabalho mais harmonioso e seguro pag. 77[...], conforme Neto, e para atingir esse propósito é necessário que cada parte tenha o caráter de lutar pelo interesse de todos, porque uma vez que o trabalhador se candidata ou é indicado a cipeiro, deve saber que está assumindo um papel extremamente importante, pois pode salvar a sua vida e a de seus companheiros, mas é claro que o empregador também irá lucrar com isso, todo o dinheiro investido em segurança de maneira geral, retornará com um melhor rendimento de seus colaboradores. Todas as atividades de um cipeiro são executadas durante a jornada normal de trabalho, ou seja, o mesmo executa suas funções de trabalhador juntamente com as de cipeiro, sendo a orientação dos demais funcionários sobre o uso dos EPI, prevenção de acidentes e do cumprimento das normas de segurança. Dentre suas responsabilidades, a CIPA, especialmente o Secretário (a) é a de realizar a Ata de Reunião, com as assinaturas de todos os presentes, e deve ser emitida logo após a reunião, seja ela: Ordinária: acontece mensalmente de acordo com o calendário preestabelecido; Extraordinária: realizada quando há situação de risco grave, quando ocorrer acidentes de trabalho grave ou fatal (item 5.27, alínea “b”), ou se for solicitado por um dos representantes. Outra atribuição da CIPA é elaborar juntamente com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT o Mapa de Risco que é uma representação gráfica dos riscos presentes no ambiente de trabalho. É elaborado de acordo com layout do local analisado, demonstrando por meio de círculos com cores e tamanhos diferentes os riscos presentes no ambiente. E finalmente, chega-se a atribuição mais importante da comissão que é a elaboração da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho-SIPAT em conjunto com o SESMT, e que segundo Neto (2013): Busca por meio de palestras, gincanas, sorteios de brindes, teatro e atividades motivacionais, desenvolver a consciência e orientar o trabalhador sobre a importância da prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, criando uma atitude vigilante no funcionário, que lhe permita conhecer e solicitar as correções necessárias a fim de tornar o ambiente mais seguro, trazendo à tona o processo de melhoria continua no ambiente de trabalho pag. 22 22 8. CONCLUSÃO Após atingido o objetivo geral do presente estudo, sendo a comprovação de se a CIPA realmente é efetiva em uma empresa da região noroeste do estado do Paraná e se utiliza de mecanismos para promover o melhor funcionamento da comissão, pode-se chegar à conclusão de que a empresa em questão possui uma CIPA organizada corretamente e com um bom funcionamento, pois a mesma além de contar com o apoio do empregador os membros da comissão são prestativos. Um ponto importante a ser destacado é a participação da maior parte dos membros na elaboração da última SIPAT e revisão do mapeamento de risco, pois segundo os próprios trabalhadores este evento tem uma grande efetividade na promoção da SST dentro da empresa. Outro ponto a ser destacado é a participação da maior parte dos cipeiros na elaboração ou modificação do mapa de riscos, uma vez que os mesmos devem ser informados de qualquer modificação no ambiente de trabalho. Observou-se também que há um conhecimento bom sobre a CIPA por parte dos outros trabalhadores com mais de um ano de empresa, sendo o sistema de rodízio ou abrangência empregado na instituição para a elaboração da comissão e as orientações dadas pelos cipeiros os principais motivos. Há também uma oportunidade de melhoria, ou seja, um dos entrevistados está a pouco menos de 1 (um) ano na empresa, e ainda não conversou com nenhum TST ou cipeiro sobre a CIPA, Durante os estudos aprimorou-se os conhecimentos relativos a CIPÁ, e principalmente ao seu funcionamento dentro das empresas e possibilitou-se o conhecimento do processo produtivo. Conclui-se também pela efetividade da CIPA e do sitema de segurança como um todo, conforme consta na placa indicativa de dias sem afastamentos por acidentes de trabalho a mais de um ano. Com todo o estudo realizado chegou-se à conclusão de que a CIPA funciona e é eficaz na empresa estudada, e que a mesma utiliza-se de mecanismos para promover o melhor funcionamento. Os cipeiros tem uma grande participação nos assuntos relacionados a segurança do trabalho e os trabalhadores não pertencentes a comissão relativamente conhece o funcionamento da CIPA e recebem orientações sobre prevenção de acidentes e levantamento de riscos. Durante a elaboração desse trabalho, encontrei dificuldades somente no começo, ou seja, enquanto eu ainda estava “perdido”, porém, ao passar dos dias consegui me concentrar e faze-lo definitivamente. Com este com certeza, ganhei muito conhecimento, não somente tecnicamente, mas também para a vida, ondo tive que assumir responsabilidades, cumprir cronogramas e prazos. Com todo o estudo principalmente a visita técnica a usina, onde apliquei o questionário, pude aprender e conhecer melhor como é o funcionamento de uma entidade, uma vez que, pretendo seguir na área. 23 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NETO. Waldhelm Nestor. CIPA-Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho 1978. SAAD, Eduardo Gabriel, Consolidação das Leis do Trabalho Comentada, p 152. BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, 1943. 24 ANEXOS 25 26 27