MARY
DOUGLAS
Uma Biografia
Intelectual
Edmar Antonio Brostulim
Alice Mitiko Hinoshita
Ilusão Biográfica
 “A narração, seja biográfica ou autobiográfica, como aquele do
pesquisado que “se entrega” a um pesquisador, propõe
acontecimentos que sem serem todos e sempre desenrolados
em sua estrita sucessão cronológica (...), tendem ou
pretendem se organizar em seqüências ordenadas segundo
relações inteligíveis. O sujeito e objeto da biografia (o
pesquisador e o pesquisado) têm de algum modo o mesmo
interesse em aceitar o postulado do sentido da existência
contada (e implicitamente, de toda existência).” [BOURDIEU,
Pierre. A Ilusão Biográfica, p.2]
Richard Fardon acaba sendo “prisioneiro” da ilusão
biográfica presente na construção da trajetória intelectual
de Mary Douglas
Mary Douglas segundo Richard Fardon: Uma
Outsider?
 Mulher
 Católica
 Escrita “Jornalística”
 Antropologia Interdisciplinar
 Sociedades Ocidentais
 Durkheimiana
Como uma outsider pode se tornar uma das
maiores antropólogas do século XX, sendo
uma pensadora de vanguarda, abrindo e
consolidando novos temas e campos de
pesquisa na antropologia, além de ser uma das
autoras mais lidas fora da disciplina?
CRONOLOGIA
1921 – Nasce Margaret Mary Tew em San Remo, Itália.
1933 – Falecimento da Mãe. Mary Tew entra no Colégio
do Sagrado Coração em Roehampton, Inglaterra.
1938 – Ingressa na University of Oxford, no bacharelado
de Política, Filosofia e Economia
1942-47 – Serviço no Gabinete Colonial Inglês, primeiro
contato com a Antropologia (Os Nuer)
1946 – Retoma os estudos, para cursar o Mestrado em
Antropologia, sob orientação de Edward E. EvansPritchard.
1949 – Inscreve-se para o Doutorado também sob a
orientação de E. Evans-Pritchard.
1949-50 – Trabalho de Campo entre
os Lele, no Congo Belga
1951 – Casa-se com James Douglas,
economista do Partido Conservador
1953 – Defende sua tese de doutorado “Os Lele do
Kasai”
1962 – Colaboradora da New Society Review
1963 – Publica “Os Lele do Kasai”
1966 – Publica “Pureza e
Perigo”
1969 – Publica “Símbolos
Naturais”, com segunda
edição em 1973
1970 – Nomeada para
Cátedra no University
College of London
1975 – Publicação de
“Sentidos Implícitos”
1978 – Publica “O Mundo
dos Bens”, em co-autoria
com Baron Isherwood
1978 – Muda-se para os EUA, como Diretora de Pesquisas
sobre Cultura da Russel Sage Foundation. Tenta cátedra
na University of Chicago, mas não consegue.
1980 – Publica a biografia “Evans-Pritchard”
1981 – Nomeada Catedrática de Antropologia no
Northwestern University
1982 – Publica “Risco e Cultura” e “Na Voz Ativa”
1986 – Aposenta-se das atividades docentes. Publica
“Aceitabilidade do Risco Nas Ciências Sociais”
1987 – Publica “Como as Instituições Pensam”
1992 – Publicação de “Risco e Culpa”
1993 – “No deserto” é publicado, retomando estudos sobre
o Velho Testamento.
1998 – Data de sua última publicação, na Revista da
Universidade de Berkeley.
2007 – Morre em 16 de maio, em Londres aos 86 anos de
idade, com mais de 300 textos publicados entre resenhas,
críticas, livros e artigos.
A cronologia é baseada nas considerações de Richard
Fardon em seu livro: Mary Douglas: Uma Biografia
Intelectual. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, 2001.
“Mary Douglas prefere
correr riscos imensos
intelectuais, passar por
cima de fronteiras
disciplinares, manter-se
teimosamente otimista e
em geral, entregar-se à
tarefa de explicar o
mundo em que vivemos
a qualquer um que se
interesse em ouvir, com
um compromisso e
energia que a idade só
fez reforçar.”
Richard Fardon
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Mary Douglas: Uma Biografia Intelectual