GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO DE
CASO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS, CAMPUS GOVERNADOR
VALADARES
Marina Abade Lopes, aluna do 5º período de Tecnologia em Gestão Ambiental do
IFMG, campus Governador Valadares, [email protected]
Luiz Fernando da Rocha Penna - Professor Msc. do IFMG, campus Governador
Valadares, [email protected]
RESUMO
Um dos grandes problemas ambientais discutidos na sociedade atualmente é a
geração de resíduos sólidos e seu rápido descarte, que por muitas das vezes
não tem uma destinação correta. Este trabalho tem como objetivo geral realizar
um diagnóstico das fases iniciais do gerenciamento dos resíduos sólidos
gerados no IFMG-GV. Com base em análises bibliográficas, entrevista e visitas
in loco para a elaboração do mesmo. Notou-se a necessidade de iniciar uma
campanha de educação ambiental com os servidores e estudantes no sentido
de sensibilizar a todos para a segregação dos resíduos sólidos na fonte
geradora. Esta prática é importante, pois facilitará as etapas seguintes do
gerenciamento.
Palavras-chave: educação ambiental; gerenciamento; resíduos sólidos;
ABSTRACT
The major environmental problems discussed in society today is the solid waste
generation and its rapid disposal, which often do not have a correct destination.
This paper aims to conduct a general diagnosis of early stages of the
management of solid waste generated in the IFMG-GV. Based on Literature
reviews, interviews and site visits to prepare the same. It was noted the need to
start an environmental education campaign with the servers and students in
order to sensitize everyone to the segregation of solid waste at the source. This
practice is important to facilitate the next steps of management.
Keywords: environmental education, management, solid waste.
1
1.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas
vêm contribuindo para o crescimento de impactos ambientais. No ambiente urbano,
determinados aspectos culturais como o consumo de produtos industrializados e a
necessidade da água como recurso natural vital à vida, influenciam na qualidade
ambiental. Os costumes e hábitos de uso da água e a geração de resíduos sólidos
pelo exacerbado consumo de bens materiais são responsáveis por parte das
alterações e impactos ambientais (MUCELIN E BELLINI, 2008).
Observa-se que a questão ambiental é uma preocupação mundial e atualmente
assunto muito discutido pelas autoridades. Nesse sentido, tem-se buscado criar novas
Leis e iniciar um processo de conscientização da população sobre importância do
consumo consciente e diminuindo a geração de resíduos sólidos.
Em relação aos resíduos sólidos, em 2010 foi sancionada a Política Nacional
dos Resíduos Sólidos (PNRS) Lei 12.305/2010, a qual define resíduos sólidos como:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólidos ou semi-sólidos, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviável em
face da melhor tecnologia disponível. (PNRS, 2010, p.3)
A mesma Lei, no Art. 13 classifica os resíduos sólidos segundo a sua origem
como: a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas; b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) resíduos sólidos
urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; d) resíduos de estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os
referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; e) resíduos dos serviços públicos de
saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea
“c”; g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do
SNVS; h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos
e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis.
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Segundo Ribeiro e Morelli (2009), o crescimento das áreas urbanas não
considerou a necessidade de adequação de locais específicos para depósitos e
tratamento dos resíduos sólidos gerados. Surge assim a necessidade de um melhor
gerenciamento desses resíduos gerados.
Ainda em relação PNRS, a mesma definiu gerenciamento de resíduos sólidos –
GRS, é definido como:
Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de
coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei.
(PNRS, 2010, p.2)
Pereira Neto (2007), afirma que o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos
– GRSU começa em nossas residências, ou seja, separação/segregação na fonte
geradora e acondicionamento correto preparando-o para a coleta. Se, desde a sua
origem, o resíduo sólido for tratado com critério, ele deixará, por certo, de ser um
grande problema.
Pode-se dizer então que o IFMG-GV não foge à problemática do
gerenciamento de resíduos sólidos. De acordo com Tauchen e Brandli (2006), estes
locais podem ser comparados com pequenos núcleos urbanos, envolvendo diversas
atividades e locais de geração de resíduos sólidos.
O correto seria que os resíduos sólidos fossem segregados na fonte geradora e
preparados para a coleta acondicionando-os em recipientes apropriados, compatível
com o tipo e a quantidade de resíduos sólidos gerados, de forma sanitariamente
adequada (MONTEIRO, 2001). A segregação e o acondicionamento adequado dos
resíduos sólidos na fonte geradora favorecem para que boa parte seja reciclado.
De acordo com Monteiro (2001), 65% do lixo gerado no país é matéria
orgânica, sendo que essa matéria orgânica pode ser transformada em composto
orgânico e utilizada na agricultura, já o resíduo seco está em torno de 35% e a maior
parte pode ser reutilizada ou reciclada servindo de matéria-prima na fabricação de
outros produtos.
O resíduo sólido acondicionado em recipientes apropriados, com segurança e
vedação facilita o manuseio pela equipe de coleta, já que o resíduo acondicionado de
uma maneira incorreta pode acarretar a presença de vetores e doenças para a
população que ali freqüenta, como por exemplo, a dengue.
No gerenciamento dos resíduos sólidos destacam-se as questões de
responsabilidade e de envolvimento dos setores da sociedade em relação à geração
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de resíduos associando às medidas de prevenção e correção dos problemas
ambientais, vislumbrando a preservação dos recursos naturais, a economia de
insumos e energia e a minimização da poluição (PAVAN, 2008 apud GOMIDES,
2009). Neste sentido, é preciso que o IFMG-GV atente para as normas legais e
legislação vigentes no tocante aos resíduos sólidos.
O Decreto Presidencial nº 5.940 de 25 de outubro de 2006 institui: “A
separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação
às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis” (BRASIL, 2006,
p.1).
A Resolução do CONAMA 275/2001 estabelece o código de cores para os
diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores, bem como
nas campanhas informativas para a coleta seletiva, como se pode observar na Tabela
1.
Tabela 1. Significados das cores usadas para coleta seletiva
Padrões de Cores
Significados
Azul
Papel / Papelão
Vermelho
Plástico
Verde
Vidro
Amarelo
Metal
Preto
Madeira
Laranja
Resíduos Perigosos
Branco
Resíduos Ambulatórias e serviços de Saúde
Roxo
Resíduos Radioativos
Marrom
Resíduo Orgânico
Cinza
Resíduo
geral
não
reciclável
ou
misturado,
ou
contaminado não passível de separação
Fonte: Resolução CONAMA 275/2001
Dentre os resíduos sólidos, os da construção civil (RCC’s) tornaram-se uma
classe que também tem chamado a atenção nas cidades, uma vez que, traz consigo
um grande impacto no meio ambiente desde a sua geração até sua disposição final
inadequada. Segundo a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) Lei 307/2002, os RCC’s são definidos como:
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Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
(CONAMA, 2002, p.1)
De acordo com o CONAMA Lei 307/2002 Art. 4º destaca-se que os geradores
de RCC’s devem ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos, a redução, a
reutilização, a reciclagem e a destinação final. No Plano Nacional dos Resíduos
Sólidos – PNRS (2011) consta que no Brasil a quantidade de RCC’s coletados no ano
de 2010 foi de 99.354 t/dia.
Nesse contexto, o resíduo gerado no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Minas Gerais, Campus Governador Valadares – IFMG-GV for
classificado como RSU, o mesmo deve ser segregado na fonte geradora e
acondicionado adequadamente até que a coleta seja realizada. Por outro lado, se os
resíduos sólidos gerados forem classificados como resíduos da construção civil – RCC
que deve dar destino final aos mesmos é o gerador, ou seja, o IFMG-GV.
Nas ultimas décadas, com a era da informática e do apelo ao consumismo de
equipamentos onde se faz o uso de pilhas e baterias tem se tornado um problema
bastante acentuado. Conforme a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica ABINEE – (2012), o Brasil consome 1,2 bilhões de pilhas e baterias por ano.
A população por falta de conhecimento deposita pilhas e baterias de forma
inadequada, o que representa riscos a saúde e ao meio ambiente. Segundo Günther
e Reidler (2002), esses produtos contêm metais pesados como mercúrio, chumbo,
cádmio,
níquel
e
outros
potencialmente
perigosos.
Esses
metais,
sendo
bioacumulativos depositam-se no organismo, afetando suas funções. Outras
substâncias tóxicas, presentes nesses produtos, podem atingir e contaminar os lençóis
freáticos, comprometendo a qualidade desses meios e seu uso posterior, como fontes
de abastecimento de água e produção de alimentos.
Todo estabelecimento necessita da energia elétrica para seu funcionamento e
muitos utilizam as lâmpadas fluorescentes. Essas lâmpadas, no momento do descarte,
merecem uma atenção especial, pois possui mercúrio que lançado ao meio ambiente
de forma inadequada podem gerar contaminação.
Sem informações a população prossegue descartando as lâmpadas sem
quaisquer cuidados misturando as lâmpadas com os demais resíduos sólidos. Este
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procedimento é inadequado, pois acabam tornando resíduos perigosos todos os
demais itens constituintes presentes no coletor. (NAIME e GARCIA, 2004).
Para evitar esse tipo de acidente recomenda-se embalar a lâmpada queimada,
quando possível com a embalagem da nova, para evitar quebra no transporte e
vazamento de materiais tóxicos. Segundo Zavariz (2007), No Brasil, a produção,
importação e comercialização de lâmpadas fluorescentes somam um total de
aproximadamente 40 milhões de lâmpadas por ano.
Pilhas e lâmpadas fluorescentes são consideradas pela PNRS como resíduos
especiais, portanto devem ter também um gerenciamento especial.
Outra questão a ser levantada é o uso de óleo vegetal nos restaurantes, bares,
lanchonetes, entre outros que após seu uso pode ser lançado na rede de esgoto. Se
descartado nas pias e nos ralos pode acarretar vários problemas como entupimento
das tubulações, poluição hídrica, impermeabilização do solo, exalação de mau cheiro
e encarecimento dos processos de tratamento de água e esgoto (MEIRA, 2010).
Um ponto importante relacionado aos resíduos sólidos é a geração de matéria
orgânica, como exemplo a poda dos gramados, que nem sempre é reaproveitada. De
acordo com Pereira Neto (2007), a compostagem é um processo biológico, que trata
de transformar a matéria orgânica em húmus, para uso agrícola, é também uma forma
de reciclagem.
Quando submetidos à compostagem (processo de decomposição biológica
controlada),
esses
resíduos
apresentam
grande
potencial
de
produção
de
condicionadores de solo, o composto orgânico. Quando tratados em biodigestores,
podem gerar energia. Em condições adversas de degradação, nos aterros e lixões, por
exemplo, forma excesso de chorume, líquido de cor escura, com odor desagradável e
elevado poder de poluição (MEIRA, 2010).
Como qualquer outro estabelecimento o IFMG-GV produz vários tipos de
resíduos sólidos. Neste sentido o trabalho se justifica para verificar como as fases
iniciais do gerenciamento desses resíduos (geração, separação na fonte geradora e
acondicionamento) estão sendo realizados no campus, se existe a coleta seletiva e a
participação dos servidores e estudantes nesse processo.
O presente trabalho tem como objetivo geral realizar um diagnóstico das fases
iniciais do gerenciamento dos resíduos sólidos gerados no IFMG-GV, e como objetivos
específicos buscar dados através da entrevista realizada com o Diretor Administrativo
e de Planejamento do IFMG-GV, identificar as formas de acondicionamento dos
resíduos sólidos gerados na instituição, identificar alguns pontos de geração e propor
ações para contribuir a redução e descarte correto desses resíduos sólidos gerados no
IFMG-GV.
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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1 Caracterização da área de estudo
O IFMG-GV está localizado na Avenida Minas Gerais, nº 5.189 no bairro Ouro
Verde, como mostra a Figura 1.
Figura 1 - Vista panorâmica do IFMG – Campus Governador Valadares, MG
Fonte: Arquivo pessoal, Prof. Luiz Fernando da Rocha Penna, Fev. 2013
O IFMG-GV oferta cinco cursos: dois cursos de Nível Médio/Técnico Integrado
em Meio Ambiente e em Segurança do Trabalho, Técnico Subseqüente em Segurança
do Trabalho, dois cursos superiores: Engenharia de Produção e Tecnólogo em Gestão
Ambiental. O quadro de funcionários do campus conta com 30 professores, 21
técnicos administrativos em educação e 550 alunos regularmente matriculados.
O campus ainda está em processo de implantação, possuindo uma área de
aproximadamente 142.000 m2, com uma área construída de 3.750m2 formada por três
prédios: ensino, administração e sociabilidade.
No administrativo conta-se com um total de 9 salas, sendo: coordenação de
ensino, sala de reuniões, sala do diretor e ante-sala, coordenação de pesquisa e
extensão, coordenação de administração e planejamento, sala de tecnologia de
informação e sala de recursos áudios-visuais, almoxarifado, possuindo também 1
banheiro masculino, 1 banheiro feminino e 2
para portadores de necessidades
especiais.
No prédio de ensino possui um total de 21 salas com aproximadamente 72 m2,
contendo o hall de entrada; 11 salas de aula; 1 laboratórios de biologia e química; 1
laboratório de física e matemática; 1 sala de estudo; 1 sala dos professores, 1 sala de
coordenação, 1 biblioteca, 2 laboratórios de informática e 2 salas em reforma. Temos
também 2 cômodos utilizados como almoxarifados e 2 banheiros masculinos, 2
femininos e 1 para portadores de necessidades especiais.
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No prédio onde está situada a cantina há: 2 almoxarifados, 2 banheiros
masculinos, 2 femininos e 2 para portadores de necessidades especiais.
2.2 Tipo de estudo
O presente trabalho de pesquisa é qualitativo de caráter exploratório e
descritivo. A pesquisa qualitativa se preocupa com representatividade numérica, mas,
sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização, (GOLDENBERG, 1997 apud GERHARD E SILVEIRA, 2009).
A pesquisa exploratória é definida por Cervo et. al. (2007), como: designada
por quase científica ou não científica, é normalmente o passo inicial no processo de
pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses
significativas para posteriores pesquisas.
A pesquisa exploratória não requer a elaboração de hipóteses a serem
testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações
sobre determinado assunto de estudo. Tais estudos têm por objetivo familiarizar-se
com o fenômeno ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas idéias.
Segundo Cervo et. al. (2007), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e
correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com
a maior precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e
conexão com outros, sua natureza e características. Busca conhecer as diversas
situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais
aspectos do comportamento humano, tanto do individuo tomado isoladamente como
de grupos e comunidades mais complexas. A pesquisa descritiva desenvolve-se,
principalmente nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles dados e
problemas que merecem ser estudados, mas cujo registro não consta de documentos.
Os dados, por ocorrerem em seu hábitat natural, precisam ser coletados e registrados
ordenadamente para seu estudo propriamente dito.
2.3 Técnica de coleta dos dados
Durante o trabalho de campo foram identificados alguns pontos de disposição
inadequada na instituição. Foram feito registros fotográficos e uma entrevista com o
Diretor Administrativo e Planejamento do IFMG–GV a fim de buscar dados sobre o
assunto.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo o entrevistado o IFMG-GV não possui nenhuma campanha de
educação ambiental para sensibilizar servidores e estudantes sobre as etapas iniciais
do gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, ressaltando a importância da
participação dos servidores e estudantes sobre atitudes básicas relacionadas a esse
gerenciamento.
Na Figura 2 observa-se resíduos sólidos secos descartados em
coletor para resíduos orgânicos o que confirma a resposta do entrevistado.
Figura 2 - Resíduos sólidos secos descartados em coletor para resíduos
orgânicos
Fonte: Própria, Fev. 2013
Durante a pesquisa observou-se que no Prédio da Sociabilidade possuía
coletores com as cores preconizadas pela Resolução CONAMA 275/2001. Esses
coletores foram disponibilizados pelo terceirizado da cantina com o intuito que os
servidores e estudantes freqüentadores do local depositassem os resíduos de forma
adequada.
Entretanto,
observou-se
que
os
resíduos
são
descartados
inadequadamente, ou seja, resíduos orgânicos no coletor destinado a papel, por
exemplo, com isso os resíduos se misturam e sua segregação se torna quase
impossível. Assim, observa-se a inexistência de coleta seletiva no IFMG-GV e
consequentemente o não atendimento ao Decreto 5.940 de 2006. Esse fato evidencia
a importância de se fazer uma campanha de educação ambiental para sensibilizar a
comunidade escolar para dar início à coleta seletiva no IFMG-GV. A Figura 3 também
confirma o que disse o entrevistado e a pesquisa realizada.
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Figura 3 - Coletores disponibilizados no Prédio da Sociabilidade.
Observar detalhe abaixo onde os resíduos são descartados sem observância
da Resolução CONAMA 275/2001
Fonte: Própria, Fev. 2013
Dentre os cursos oferecidos pelo IFMG-GV estão o Técnico Integrado em Meio
Ambiente e o superior em Tecnologia em Gestão Ambiental, nesse sentido Furiam e
Gunter (2006) afirmam que essas escolas precisam praticar aquilo que ensinam.
De acordo com o entrevistado, atualmente todo serviço relacionado ao
gerenciamento dos resíduos sólidos do IFMG-GV é executado por uma equipe
terceirizada, responsável pela coleta interna e acondicionamento temporário desses
resíduos. Até dezembro de 2012 os resíduos sólidos urbanos gerados no IFMG-GV
eram acondicionados temporariamente em latões ou tambores de plástico (Figura 4).
Figura 4 - Latão e Tambor de plástico para acondicionamento temporário dos resíduos
sólidos gerados no IFMG-GV
Fonte: Arquivo pessoal, Prof. Luiz Fernando da Rocha Penna, Nov. 2012
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Analisando a Figura 4, pode-se dizer que esses recipientes não são adequados
para o acondicionamento temporário dos resíduos, uma vez que, não são
padronizados, não possuem tampas o que pode favorecer o aparecimento de vetores
de doenças e não atendem a Resolução do CONAMA 275/2001.
De acordo com o entrevistado em janeiro de 2012 chegaram quatro
containeres de coleta seletiva de mil litros para acondicionar os resíduos sólidos de
forma sanitariamente adequada. Os mesmos foram disponibilizados próximos ao
Prédio
Administrativo
e
ao
Prédio
da
Sociabilidade,
para
acondicionar
temporariamente esse resíduo até a coleta ser realizada pela empresa contratada da
prefeitura. A Figura 5 registra os containeres.
Figura 5 - Containeres usados atualmente para o acondicionamento temporário
de resíduos sólidos
Fonte: Própria, Fev. 2013.
Ainda segundo o entrevistado atualmente todo resíduo sólido gerado no
campus é coletado por uma empresa contratada pela prefeitura de Governador
Valadares três vezes na semana. Os materiais recicláveis que são mais volumosos
(basicamente caixas de papelão) só são recolhidos quando o IFMG-GV entra em
contato com Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Natureza Viva
Governador Valadares – MG (ASCANAVI). Segundo Salvador (2012), que realizou um
estudo sobre a composição gravimétrica dos resíduos sólidos no IFMG-GV, 96,5% dos
resíduos gerados no IFMG-GV pode ser potencialmente reciclados.
De acordo com o entrevistado o IFMG-GV adquiriu em dezembro de 2013 dez
jogos de coletores de cem litros para resíduo seco e úmido. Os mesmos se encontram
disponibilizados no interior do Prédio Administrativo e no interior do Prédio de Ensino
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que são dois locais de geração de resíduos no IFMG-GV, totalizando quatro jogos
instalados (Figura 6).
Figura 6 - Coletor localizado no Prédio de Ensino
Fonte: Própria, Fev. 2013.
Entretanto, observou-se durante o trabalho de campo ausência desses
coletores no exterior dos Prédios. A existência desses coletores é necessária para que
as pessoas que ali freqüentam não descartem os resíduos de forma inadequada.
Outra observação foi à disposição inadequada dos resíduos sólidos nesses novos
coletores, pois foi identificado resíduo seco em coletores para resíduo úmido (como
garrafas pet e copos descartáveis), o que caracteriza a não segregação na fonte
geradora e isso dificulta o possível envio à ASCANAVI. Este fato pode ser entendido
pela ausência de uma campanha de educação ambiental conforme relatou o
entrevistado.
Uma questão levantada pelo entrevistado relacionado a resíduos sólidos no
IFMG-GV são os restos de poda dos gramados, que não são aproveitados e só são
recolhidos quando a Administração do IFMG-GV entra em contato com o Serviço
Municipal de Obras e Viação (SEMOV). Esse tipo de resíduo poderia ser utilizado para
um processo de compostagem e o composto produzido poderia ser utilizado no próprio
gramado ou jardins do campus. A compostagem apesar de não representar a solução
final do saneamento ambiental, pode contribuir significativamente como elemento
redutor dos danos causados pela disposição final inadequada de resíduos sólidos,
além de propiciar a recuperação de áreas degradas e solos agrícolas (PEREIRA
NETO, 2007).
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A Figura 7 registra os resíduos orgânicos derivados da poda do gramado no
campus.
Figura 7 - Restos de poda dos gramados
Fonte: Própria, Fev. 2013
O Prédio de Ensino é um dos pontos onde acontece uma grande geração de
resíduos, pois é o local que professores e estudantes passam a maior parte do tempo,
com isso há uma grande diversidade de resíduos que são gerados. De acordo com
Salvador (2012), foi possível avaliar qual dos prédios (Ensino, Administrativo e
Sociabilidade) possui a maior geração de resíduos sólidos, o Prédio de Ensino se
destacou com 48% dos resíduos gerados, o que equivale a 49,9Kg de resíduos sólidos
(Figura 8).
Figura 8 - Total de resíduos sólidos gerados no IFMG-GV em porcentagem no período
de 20 a 24/08/2012
Fonte: Salvador, 2012
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Em relação ao acondicionamento observou-se que os resíduos sólidos gerados
nas salas de aula e banheiros são feitos de forma improvisada em baldes que são
utilizados para descarte de todo tipo de resíduos sólidos (seco e úmido), que por sua
vez são encontrados misturados, formando possíveis pontos de acumulo do resíduo.
(Figura 9 e 10).
Figura 9 - Baldes improvisados como lixeiras em salas de aula do IFMG-GV e resíduos
sólidos misturados no seu interior
Fonte: Própria, Dez. 2012
Figura 10 - Baldes improvisados como lixeiras nos banheiros do IFMG-GV
Fonte: Própria, Dez. 2012
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No trabalho de campo, pode-se observar no banheiro do Prédio de Ensino, o
acúmulo de papel toalha dispostos na pia e no chão devido à ausência de coletores
(Figura 11).
Figura 11 - Papel toalha descartados no chão do banheiro
Fonte: Própria, Fev. 2013
Observou-se em algumas salas de aula lâmpadas fluorescentes queimadas,
que devem ser retiradas e acondicionadas corretamente e deve-se dar um destino
final correto para esse tipo de resíduos.
O IFMG-GV faz o uso de equipamentos nos quais necessitam de pilhas e
baterias para seu funcionamento, com o tempo esses produtos passarão a ser um
resíduo sólido e terá que ser descartado. Por isso é de suma importância um
programa de educação ambiental para que ocorra um descarte correto, pois como
citado anteriormente esses materiais lançados ao meio ambiente de forma errônea
pode acarretar sérios problemas à saúde humana e ao meio ambiente.
É importante ressaltar que no Prédio da Sociabilidade se faz o uso do óleo de
cozinha para preparação dos alimentos. Segundo a funcionária da cantina o óleo após
o seu tempo de uso, retorna a empresa terceirizada para que seja reaproveitado.
No período de realização desta pesquisa o campus não estava em obras,
entretanto, foram encontrados RCC’s gerados em sua construção. A Figura 12 mostra
RCC’s espalhados no campus onde é possível observar alguns materiais como:
madeiras, tubulação e capacetes.
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Figura 12 - Resíduos de construção civil dispostos inadequadamente no IFMG-GV
Fonte: Própria, Out. 2012
Foram identificados na área do campus restos de louça (vaso sanitário), vidros,
cerâmicas, pedaços de telhas, entre outros. Na Figura 13 pode se observar esses
resíduos dispostos de forma inadequada.
Figura 13 - RCC’s dispostos no IFMG-GV de forma inadequada
Fonte: Própria, Out. 2012
Segundo Meira (2010), toda e qualquer intervenção (pinturas externa e interna,
reformas, adaptações, serviços elétricos e hidráulicos, cobertura, mudanças de piso e
revestimentos, instalações de condicionadores de ar, dentre outras) a ser executada
nas edificações do Campus, qualquer que seja a origem do recurso a ser utilizado,
deve, obrigatoriamente, ser comunicada à Diretoria da Unidade com antecedência. Os
resíduos devem ser separados no próprio local de geração pela empresa para
reutilização, reciclagem ou encaminhamento às áreas de aterro de resíduos da
construção civil, segundo classificação de resíduos definida na Resolução CONAMA
307/2002.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da entrevista realizada com o Diretor de Administração e Planejamento
do IFMG-GV detectamos a necessidade de iniciar uma campanha de educação
ambiental com todos os servidores e estudantes no sentido de sensibilizar a todos
para a segregação dos resíduos sólidos na fonte geradora. Esta prática é importante,
pois facilitará as etapas seguintes do gerenciamento.
No início dessa pesquisa observou-se que as lixeiras utilizadas no campus
eram improvisadas (baldes e caixa de papelão) e as formas de acondicionamento
encontradas no campus não eram adequadas, pois os resíduos sólidos eram
acondicionados em latões e, com a chegada dos contêineres o acondicionamento dos
resíduos passou a ser nesses recipientes o que melhorou consideravelmente essa
etapa. Torna-se necessário a disponibilização dos coletores que ainda permanecem
guardados nas salas de aula e banheiros.
Em relação aos pontos de geração de resíduos sólidos no campus,
consideramos pontos fixos os Prédios Administração, Ensino e Sociabilidade (cantina).
E consideramos os pontos dispersos toda área do campus onde foram encontrados os
restos de poda do gramado (resíduo orgânico) e RCC’s. Sugere-se que os restos de
poda dos gramados sejam utilizados em uma compostagem, ou simplesmente
distribuí-los na base das mudas de arvores e plantas ornamentais plantadas no
campus servindo de exemplos para os estudantes. Em relação aos RCC’s sugere-se
que seja feita uma limpeza geral no campus e que as novas obras que forem
realizadas se atente para redução da geração e uma vez gerado que o destino final
seja ambientalmente correto.
É importante que o IFMG-GV inicie a coleta seletiva dos resíduos sólidos
atendendo o Decreto nº 5.049/2006. Neste sentido recomenda-se fazer um contrato
formal com a ASCANAVI, para o recolhimento dos resíduos recicláveis atentando para
a responsabilidade sócio-ambiental.
Por fim, sugerimos que o IFMG-GV elabore e implante o Plano de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) que contemplará todas as
etapas, ou seja, a não geração até a disposição final ambientalmente adequada dos
resíduos gerados no campus.
O sucesso de todas essas práticas depende do envolvimento da administração
dos funcionários terceirizados, professores e estudantes, pois o gerenciamento
adequado de resíduos sólidos depende da participação de todos em busca da
sustentabilidade. Através de pequenos gestos podemos melhorar o gerenciamento de
resíduos sólidos no IFMG-GV e ser exemplo para a sociedade.
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