GESTÃO E DOCUMENTAÇÃO EM EAD: REGISTRAR O ONTEM, RESSIGNIFICAR O HOJE PARA APLICAR NO AMANHÃ Nelson Morato Pinto de Almeida [email protected] Resumo: Documentar é registrar um fato e preservá-lo para o futuro utilizando-se dos meios de registro disponíveis, os acontecimentos decorridos da ação, para que em um tempo futuro possam ser vistos, analisados, revistos e contestados. Documentação de um curso de Educação a Distância (EaD) é registrar acontecimentos para serem analisados, questionados e realinhados em novas experiências. Este artigo busca relatar experiências na elaboração de documentação e resgate de informações desenvolvida em projetos e curso piloto de EaD, complementar às informações básicas que o próprio ambiente virtual fornece. Palavras-chaves: documentação; registro; educação. UMA INTRODUÇÃO AO ATO DE DOCUMENTAR Documentar, segundo o dicionário Houaiss, é registrar (acontecimentos, fatos, episódios, etc.) por meio da escrita, imagem, desenho, deixando esses acontecimentos grafados para serem vistos ou revistos em algum tempo no futuro. É instruir e esclarecer alguma situação ou atividade acontecida ou desenvolvida. Assim sendo, no processo de documentar, torna-se fundamental registrar tudo o que ocorreu ou ocorre na atividade, fato ou projeto, seja de domínio público ou de caráter privado, para que possa ser resgatado a qualquer época como história, fonte de informações ou de pesquisa, e poder ser analisado, rever trajetórias se necessário, corrigir rumos e identificar novos horizontes. Na pré-história o homem já usava registrar seus feitos quando desenhavam nas paredes das cavernas imagens e figuras que representavam seus combates com os animais ou com as tribos rivais, deixando-as como legado para as futuras gerações as imagens e figuras dos acontecimentos ocorridos. Na antiguidade, a pedra foi usada como instrumento de registro para várias civilizações, como as existentes na América para deixar às futuras gerações a sua história e seus acontecimentos. A civilização egípcia desenvolveu o uso do papiro como instrumento de registro dos feitos dos faraós e dos reis. Em ambas as civilizações suas culturas, histórias e desenvolvimentos foram documentados pelas opções disponíveis e registrados para que gerações futuras soubessem da existência de uma civilização desenvolvida e pudessem conhecer a cultura de cada uma delas. 2 Os povos antigos, de modo muito freqüente e de distintas maneiras, deixaram documentados seus desenvolvimentos, suas lutas, suas histórias em diferentes meios de registros disponíveis para a época, de forma que gerações futuras pudessem ter conhecimento e referendar suas histórias e seus antepassados. A primeira documentação escrita da história do mundo foi a Bíblia, que compilou registros sobre a humanidade no período do Antigo e do Novo Testamento, e que fundamentou a base cristã de diversas religiões no mundo, as quais se desenvolveram inspiradas nos apontamentos dos escribas e escritores através dos tempos. Na época das grandes navegações, as expedições possuíam sempre um escrivão responsável por registrar, anotar e descrever os acontecimentos, as descobertas e as experiências vividas pelos navegadores, e utilizando esses documentos resultados das expedições os entregavam e apresentavam aos seus financiadores da viagem para a análise e qualificação do grau de interesse exploratório futuro. Deste modo, exemplos marcados de nossa história, pode-se citar a carta de Pero Vaz de Caminha sobre o descobrimento do Brasil e da história das civilizações, os diversos diários de bordo dos navios utilizados nas viagens, como as anotações de Marco Pólo. Assim, o homem foi aos poucos se habituando a criar rotinas documentais e uma noção de registro das situações cotidianas desde os seus primórdios quando desenhavam nas paredes das cavernas seus feitos e experiências e até nossos dias com o desenvolvimento habitual do registro escrito ou eletrônico de suas atividades, buscando deixar de forma grafada para o futuro, uma história de trabalho do seu desenvolvimento e de suas descobertas e invenções. A DOCUMENTAÇÃO NOS DIAS ATUAIS Nos dias de hoje e face à crescente necessidade de registrar a trajetória e as ocorrências de uma atividade para posterior utilização desses registros, o documento apropriado para essa finalidade ganhou diversos palavras e sinônimos para representar o local de registro destes acontecimentos, Assim, os termos e denominações como: diário de bordo1, livro de atividades2, agenda de compromissos, data sheet3, memorial de cálculo, memorial técnico, 1 Diário de Bordo – Utilizado comumente em duas situações: a primeira como registro dos acontecimentos em uma viagem ou uma expedição quer seja ela a pé, ou por qualquer meio de transporte conhecido. A segunda como registro das atividades de um curso ou de um treinamento como forma de deixar registrado conceitos ou situações experimentadas pelos professores e alunos. Geralmente utilizado em curso de EaD. 2 Livro de atividades: Tal como o diário de bordo possui duas situações de utilização. Uma, utilizada para registrar experiências ocorridas num curso ou num treinamento. A segunda para registrar todas as ocorrências acontecidas em um dia de trabalho, por exemplo, em um canteiro de obra ou num condomínio. 3 Data sheet: É utilizado para compilar informações técnicas acerca de um produto, equipamento ou projeto. Pode ser considerada como: 1) Folha de dados que apresenta todas as informações sobre um determinado projeto ou equipamento. 2) Ficha de informações acerca do produto. 3) Dados técnicos de um equipamento compilados em folhas. 4) Resumo das informações técnicas de projeto. 3 memorial descritivo entre tantos outros meios de registro que se tornaram usuais para representar um local ou denominar um documento onde se registram e se fazem as anotações das ocorrências, das atividades ou do trabalho em desenvolvimento. Dentre as áreas profissionais mais conhecidas, as administrativas, financeiras e as de cunho técnico são as que mais se utilizam do recurso da documentação de suas atividades ou experimentos como forma de descrever as condições iniciais, acompanhar o desenvolvimento e produzir a documentação final desse trabalho, registrando no seu decorrer os desvios, as correções introduzidas e os objetivos alcançados. Nas diferentes áreas da engenharia, é comum a existência de projetos de equipamentos onde é obrigatório o fornecimento de uma documentação apropriada que mostra todo seu desenvolvimento e seu histórico técnico desde as etapas iniciais do projeto. Como exemplo pode-se citar os equipamentos cuja operação de trabalho estará internamente sob pressão positiva ou negativa ou nos equipamentos onde exista risco pessoal ou de contaminação do meio ambiente. Nesses e em outros casos é obrigatório a elaboração de um dossiê técnico onde constarão os cálculos estruturais, a forma e as definições da seleção e a relação de materiais aplicados, os métodos de determinação de suas tensões de ruptura em suas partes mais frágeis, os resultados de teste de operação e as condições de entrega do equipamento. A relação de todos os componentes auxiliares aplicados no projeto, bem como os elementos acessórios previstos e necessários para a operação deste equipamento também devem fazer parte dessa documentação denominada data sheet. Tal documentação deverá ser registrada em órgão fiscalizador competente e capacitada para examinar e dar o aval ao equipamento, e uma cópia deste documento será fornecida ao comprador do equipamento projetado. Da mesma forma, nas áreas da economia e administração, é comum a elaboração de estudos financeiros e de desembolso de caixa para um projeto de grande monta, como parte da documentação de controle de sua elaboração e desenvolvimento. Tal documento é composto por outros diversos documentos secundários, registra ao longo do tempo todas as posições em função do seu desenvolvimento, desembolso financeiro, fluxo de caixa e etapas cumpridas. É fundamental tanto para o acompanhamento do desenrolar do projeto e as necessárias tomadas de decisões visando o melhor andamento do projeto, como para a elaboração do relatório do que foi aplicado, tanto nas etapas concluídas como nas que ainda estão em andamento. Técnicas específicas podem fornecer aos controladores de um projeto a linha de caminho crítico para subsidiar as análises de percurso e indicar as etapas que podem comprometer o andamento do projeto no futuro e gerar prejuízos financeiros e operacionais. 4 Alguns projetos em função do seu tamanho, da sua complexidade e do número de variáveis envolvidas, podem se utilizar de softwares especialmente desenvolvidos para o controle, acompanhamento e gerenciamento de suas etapas. A verdade é que o homem vem sistematicamente buscando registrar e aprimorar seus procedimentos de registro para acompanhar seus projetos, corrigindo e alinhando suas etapas e fases a fim de levar adiante sua execução e conclusão, ao mesmo tempo em que deixa registrado um histórico das ocorrências contribuindo para o estudo, análise e reflexões futuras. Na educação, também se registram os acontecimentos em sala de aula, de uma atividade ou de um projeto. Esse registro é geralmente na forma documental, de caráter histórico e realizado geralmente após a conclusão da atividade, ou seja, não se faz um acompanhamento dos acontecimentos no momento da ocorrência, o que geralmente impede uma análise instantânea, modificações ou correções do seu andamento. Historicamente, o registro das atividades educacionais executadas em sala de aula é feito posteriormente, face ao fato do professor se tornar conhecedor das atitudes e das reações dos seus alunos, o que facilita o registro posterior da ocorrência em um momento posterior ao acontecido, perdendo-se desta maneira uma série de informações e variáveis que à primeira vista é considerada desprezível, porém a longo prazo pode se tornar importante e significativa para as atividades educacionais da escola ou do próprio sistema educacional como um todo. O documento de registro escolar comum nas escolas brasileiras é o “diário de classe”, no qual professor registra as disciplinas e matérias abordadas, a freqüência e o desempenho do alunado ao longo do período acadêmico, tudo vinculado a um planejamento pedagógico elaborado no início do ano letivo servindo de base e origem para as informações acadêmicas e pedagógicas que serão posteriormente enviadas para as secretarias de educação supervisoras da escola. Tal planejamento acadêmico é coordenado pelos órgãos supervisores dessas escolas, baseado nos documentos e nos parâmetros curriculares nacionais das políticas públicas de educação daquele grupo de escolas, quer nas esferas municipal, estadual ou federal. Embora largamente utilizado nas escolas brasileiras, o diário de classe, entretanto é pouco utilizado como instrumento dinâmico de análise do andamento da disciplina, do alunado e do desenvolvimento da própria escola, funcionando como um documento de registro do ano letivo, sem utilização prática para as análises do planejamento educacional e nas correções requeridas e cuja utilização tornou-o meramente burocrático e apenas para registrar as etapas 5 concluídas nas salas de aula em relação às etapas planejadas e cujos resultados só se conhecem no final do ano letivo.. Mais importante do que criar uma política pública de educação ou uma série de recomendações e orientações educacionais, é preciso propiciar uma recuperação rápida e eficiente dessas informações para se obter resultados do acompanhamento das atividades propostas, das atividades realizadas, daquelas em realização e ainda das que faltam ser cumpridas, de forma que se possam ser tratados rapidamente e promover se necessário, correções ou modificação no seu andamento. É a agilidade em receber informações, tratar e manipulá-las, obter resultados e promover correções necessárias no desenvolvimento das atividades em andamento que ditará o sucesso ou o fracasso do mesmo. É justamente nesse aspecto que o setor educacional perde o grande potencial do registro. A lenta recuperação dos dados do diário de classe, aliado ao fato de que esses dados possam apresentar incoerências e demandando tempo para as correções, em alguns casos até superiores ao tempo de realização da própria atividade, provocam o atraso nas análises e nas avaliações das ações desenvolvidas no período letivo e integrante do planejamento educacional proposto e comprometem a realização e a possibilidade de promover modificações que facilitariam alcançar o sucesso almejado. Essa descoberta tardia da necessidade de se promover modificações acontece em um momento do projeto ou da atividade educacional em que não há mais nada a ser feito. Já atingiu ou se encontra em sua fase final, impossibilitando correções ou alterações que modificariam os resultados obtidos. Tal realidade provoca entre os envolvidos na atividade, descrédito e frustração em relação aos trabalhos desenvolvidos, criando barreiras para o desenvolvimento de outros novos trabalhos, e não receptivos aos novos projetos. Outra conseqüência desta realidade é a prática de registros que não são fidedignos maquiando os resultados finais que impossibilita a análise real dos projetos ou atividades educacionais desenvolvidas. Muitos são ou foram os projetos que apresentam essa situação. Projetos educacionais promissores, de grandes possibilidades de trabalho e resultados efetivos, foram abandonados ou deixados de lado pelo fato de não ter sido possível corrigir suas inconsistências e seus desvios a tempo para alterar sua trajetória de modo rápido e dinâmico. Outros ainda conseguem produzir resultados significativos, cuja repercussão se evidencia ao olhar atento, mas pela falta de uma documentação apropriada e consistente do registro de sua história, são submetidos a avaliações esparsas que não retratam todos os processos e seus resultados, 6 ficando limitados a serem analisados por dados aleatórios, coletados sem um critério prédefinido e somente após a conclusão das suas atividades. Documentar um projeto ou uma atividade educacional é utilizar-se uma documentação específica desenvolvida com o objetivo principal de registrar sua trajetória desde sua concepção, planejamento e concomitantemente o seu desenvolvimento. Assim ao utilizar-se destes registros e documentos, após serem tratados, analisados e processados de forma ágil e rápida permite desenvolver ações e correções que propiciem atingir o resultado esperado, tanto, no desenrolar das atividades previstas e evitar situações que o emperram, como em deixar para o futuro um registro das ocorrências que possibilitem condições de análise ou de um estudo detalhado sobre o assunto. O CURSO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – UM FATOR A SER (RE)PENSADO O grupo de especialistas em Educação a Distancia (EaD) de uma universidade instalada no Estado de São Paulo, desenvolveu uma metodologia própria para suas atividades de EaD na qual esse acompanhamento documental é feito também no próprio ambiente virtual de aprendizagem do curso e de forma diferenciada das informações e dos controles típicos existentes em um ambiente virtual de ensino a distância. As informações, de acesso do alunado, porcentagem e gráficos de acesso e de permanência no ambiente, etapas cumpridas do curso, etapas a serem cumpridas, metas e objetivos alcançados e a alcançar e outras tantas informações, ajudam a balizar o desenvolvimento do curso e as etapas atingidas. Entretanto, tais informações são frias, tal e qual o “diário de classe” da educação formal e presencial amplamente utilizado na educação de tantas salas de aulas do nosso país. Tal aluno não atingiu os 70% de permanência no curso durante as atividades do módulo I ou então outro aluno não atingiu o ponto final do módulo II. Ou ainda no curso “A” houve uma desistência em torno de 30%. Com base nestas informações pode-se afirmar que o aluno foi “Aprovado” ou “Reprovado” no módulo ou no curso todo. Essa maneira de se olhar o curso de EaD é bastante comum nos diversos cursos oferecidos e disponibilizados nos sites das instituições que os promovem. Ter um tutor ou um professor renomado como especialista deste curso não será a solução para a questão da presença no ambiente ou do cumprimento das atividades pelo aluno, e nem a efetiva participação desse aluno nas atividades desenvolvidas. São necessários outros critério de 7 analise e de avaliação para saber o porquê da evasão dos matriculados, o porquê vários alunos não permaneceram “logados4” durante o período de atividades do módulo. Comparando-se o ambiente virtual de aprendizado com o diário de classe pode-se dizer que pelo fato do professor estar presente em sala de aula, ele aprende a entender os alunos, descobrir suas necessidades diferenciadas, e usar o entendimento pessoal sobre o esse aluno para motivá-lo e habilitá-lo na disciplina, enquanto que a frieza dos números estatísticos disponíveis no ambiente virtual de aprendizado não possibilita esse conhecimento sobre o aluno, nem o “entendimento” desenvolvido em uma sala de aula, pois a rapidez do desenvolvimento do módulo ou do curso e a frieza provocada pela somatização do ambiente virtual e pela tela do computador provoca e de forma sintomática o desestimulo e o afastamento do aluno no ambiente virtual pela sensação de solidão que esse aluno sente durante as atividades do curso. Tutor, professor, monitor são denominações utilizadas para definir o responsável pela condução das atividades de um curso no ambiente virtual de aprendizagem, bem como sanar dúvidas, explicar o conteúdo das atividades, promover e propiciar integração entre os alunos, no intuito de desenvolver as etapas previstas corretamente e de acordo com o estabelecido pelos organizadores do curso e buscar a participação do alunado no curso de forma a ser atingida as metas e os percentuais mínimos necessário de presença no ambiente virtual, o cumprimento das etapas previstas nos módulos ou do curso. Minha pergunta é: Onde está a interação entre o aluno e o responsável pelo desenvolvimento das atividades? Muitos me responderão que o ambiente tem fórum de discussão, área de apresentação de resumos, trabalhos ou outra exigência prevista, opção de troca de e-mails ou outro recurso similar, mas o âmago da questão é – o aluno deu o retorno que estava entendendo ao que era preciso ser entendido? O aluno foi participativo nas discussões? Foi motivado para participar? É neste ponto que a metodologia dessa instituição de ensino se diferencia das demais. A interação entre os responsáveis pela condução das turmas e os alunos busca resgatar os predicados e as necessidades específicas desses alunos de forma dinâmica em todo o transcurso da atividade. Com a utilização de documentação específica e especialmente desenvolvida para as atividades, diferenciadas das informações do ambiente virtual de aprendizagem, subsidiam, alimentam e retro-alimentam as tomadas de decisão sobre o desenvolvimento das atividades 4 Logados – Referência que é feita aos alunos que acessam o curso por meio de um login e senha, permanecendo ligados e atuantes no ambiente de desenvolvimento do curso. 8 do curso ou do módulo, possibilita a correção de desvios e auxiliam o trabalho de motivação dos alunos em prol de uma participação efetiva nas atividades.. O desenvolvimento desse trabalho não está em promover a dinâmica e nem a metodologia utilizada pela instituição, mas sim em apresentar aspectos do desenvolvimento e da utilização desses instrumentos e documentos que subsidiam o controle, a visualização das incongruências, o estudo das mudanças e a implantação das alterações, se necessárias, no transcurso das atividades de um curso ou de um módulo de EaD proposto. A EXPERIENCIA DOCUMENTAL DE UM CURSO DE EaD O que se pretende é apresentar a experiência no desenvolvimento desses documentos e nos procedimentos de uso quando esses documentos encontram-se disponibilizados no ambiente virtual do curso, formatados e prontos, em condições que se possam resgatar respostas e informações que propiciam a geração de tabelas, gráficos e subsídios para as análises e as tomadas de decisões necessárias ao andamento adequado do curso ou da atividade. Deste modo estaremos apresentando a seguir o desenvolvimento e suas principais características desses documentos para aplicação em um curso de EaD da instituição anteriormente citada. O projeto do curso, que operou como curso-piloto, foi desenvolvido por um grupo de especialistas em educação a distância para ser ministrado aos gestores da Educação Básica, ministrado para gestores de dez Estados, era composto por cinco módulos, sendo que três deles com atividades presenciais nos Estados e 44 horas de atividades e dois módulos com atividades a distância e 56 horas de atividades, buscando a participação e integração entre alunos do curso e os responsáveis pela sua condução. Face à existência desses dois módulos a distância, seria necessária uma pronta e rápida recuperação das informações sobre o que ocorria nas turmas, o tratamento dos dados deveria ser ágil para subsidiar as análises do grupo de especialistas e os resultados quase instantâneos para promover, caso necessário, possíveis correções ao longo do curso. Para isso foram desenvolvidos documentos e planilhas eletrônicas, desenvolvidas no aplicativo Excel da Microsoft, e disponibilizadas no ambiente virtual de aprendizagem, de forma que os professores-orientadores das turmas pudessem capturar esses arquivos, providenciar seu preenchimento tanto para as etapas presenciais como as etapas a distância, 9 com as informações de suas turmas e rapidamente repostar no ambiente virtual, para os coordenadores do curso. Assim, após o recebimento das informações, os dados eram trabalhados e compilados de forma que os resultados pudessem ser analisados pelos coordenadores como forma de verificar o desenvolvimento das etapas ou dos módulos do curso e promoverem, caso necessário, correções no seu andamento. O curso apresentava a seguinte estrutura geral: Tabela 1 - Estrutura do Curso-Piloto Modalidade Carga horária Duração Módulo I Presencial – Nos Estados 16 horas 2 dias Módulo II A Distância – ambiente digital 40 horas 2 meses Módulo III Presencial – Nos Estados 16 horas 2 dias Módulo IV A Distância – ambiente digital 16 horas 3 ou 4 semanas Módulo V Presencial – Nos Estados 12 horas 1 ½ dia Tabela 1 – Estrutura dos módulos do curso-piloto EQUIPE EXTERNA DE CONSULTORES A equipe Externa de Consultores do curso-piloto, composta de elementos com notório saber na área de Educação e especificamente em Educação a Distância, atuou como equipe de apoio à Coordenação Geral do curso da entidade contratante, garantindo o desenvolvimento de atividades e orientações para: • Desenvolver, conceber a metodologia e o design, e implementar o curso-piloto no ambiente virtual e-Proinfo5, cuidando e selecionando os conteúdos em conjunto com a equipe de coordenação do curso da entidade contratante. • Prestar orientação à equipe de professores-orientadores responsáveis pelas atividades presenciais e a distância; • Gerar relatórios das etapas e dos módulos ministrados durante o desenvolvimento do curso, mantendo a equipe de coordenação do curso informada sobre as atividades desenvolvidas e as correções e alterações implementadas quando acorridas. 5 Ambiente virtual de aprendizagem disponibilizado pelo MEC para utilização em diversos cursos de educação a distancia. 10 EQUIPE AUXILIAR DE CONSULTORES EXTERNOS Além da equipe de Consultores Externos, o curso teve ainda uma Equipe Auxiliar de Consultores Externos, cuja ação se restringiu a atividades internas no desenvolvimento do curso-piloto, pelo desenvolvimento e elaboração dos materiais utilizados e publicados no ambiente e-Proinfo, e o desenvolvimento específico dos documentos de gestão do curso para cada módulo previsto. Fazia parte também das ações desta equipe o desenvolvimento e a elaboração dos documentos de colheita de informações utilizados em seus cinco módulos, bem como a recuperação e o tratamento dos dados, a confecção dos gráficos, tabelas e apresentação de resultados consolidados das diversas etapas do curso. EQUIPE DE PROFESSORES-ORIENTADORES A equipe de professores-orientadores, cuja seleção foi de responsabilidade da Equipe de Coordenação do curso, realizada sob edital público. Cada professor-orientador atuava ao longo de todo o curso em uma única turma, como motivador e mediador das atividades presenciais e a distância, mobilizador dos debates ocorridos nos Fóruns, nas orientações e nos questionamentos propostos. Cada professor-orientador atuava durante os encontros presenciais fomentando a participação dos alunos (gestores-cursistas) durante esses encontros e também nas diversas atividades desenvolvidas nos espaços de interação do ambiente virtual. Além disso, orientava os quatro professores-assistentes6 que existiam em cada turma, no acompanhamento das ações que os gestores-cursistas desenvolviam, tanto nas suas escolas de origem, como nas discussões desenvolvidas no ambiente virtual. Havia também em cada turma um professor colaborador7, convidado, para acompanhar e participar das atividades presenciais e a distância. Sua atuação era de aprendizado e acompanhamento, e não desenvolvia nenhuma ação direta que nos encontros presenciais como no ambiente virtual. ALUNOS Os alunos, escolhidos por indicações da Coordenação do Curso em parceria com as 6 Professor-assistente é vinculado aos Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE dos Estados. 11 Secretarias Estaduais de Educação, foram distribuídos nas diversas turmas, havendo uma turma por Estado participante do projeto piloto, e cada turma era composta de quarenta alunos (gestores-cursistas). A escolha dos Estados foi definida pela Coordenação do Curso e acompanhou a seguinte escala: Tabela 2 – Estados elegidos pela Coordenação do Curso Turma Nº de Alunos Estado BA ES CE 40 40 40 Bahia Espírito Santo Ceará MT PE PI RN RS 40 40 40 40 40 Mato Grosso Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul SC TO TOTAL 40 40 400 Santa Catarina Tocantins Tabela 2 – Estados elegidos pela Coordenação do Curso e quantidade de alunos por turma EQUIPE DE COORDENADORES DA INSTITUIÇÃO CONTRATANTE A coordenação geral do curso estava a cargo da equipe de especialistas do contratante que atuava na Coordenação Geral, sendo responsável pela definição de conteúdo e pela condução da parceria com os consultores externos, secretarias estaduais e municipais de educação e equipe de professores, acompanhando as ações nos encontros presenciais e nos diversos espaços do ambiente virtual. Como se pode notar existiam três equipes de trabalho atuando em diferentes objetivos do curso-piloto e todas elas necessitavam das informações e dos resultados dos módulos e das atividades desenvolvidas pelos alunos durante os encontros presenciais e nos diversos espaços existentes no ambiente virtual. As informações e os resultados necessitavam ser tratados pela Equipe Auxiliar que estava responsável pela tarefa de publicar os gráficos e as estatísticas sobre o andamento do curso e para isso teria que ter agilidade tanto no preenchimento como na disponibilização no ambiente virtual do curso. Outro fato de destaque é que as informações estavam sempre a disposição das três equipes que atuavam na condução do curso piloto, independentemente de ter sido executado o 7 Professor-colaborador é ligado a uma universidade local. Cabe ressaltar que nem todos os Estados tiveram a presença desse 12 tratamento dos dados ou elaborada a consolidação das informações pela Equipe Auxiliar. Estas informações não sistematizadas estavam disponíveis no ambiente virtual do curso e poderiam servir como fonte de estudos ou de análise a ser realizada por qualquer uma das equipes de trabalho envolvidas no curso-piloto. Em resumo, os dados estavam disponíveis, embora não sistematizados, para qualquer uma das equipes executarem as análises de seu interesse. Para a sistematização dos dados e informações, foram criados outros documentos e folhas de dados e informações destinados a promover a recuperar das informações sobre as etapas de desenvolvimento do curso e que atendessem aos professores-orientadores em relação aos seus alunos, tanto nos encontros presenciais como nas atividades no ambiente virtual. Era necessário que esses documentos e folhas de informações pudessem espelhar de forma plena as atividades desenvolvidas durante o curso piloto, e que possibilitassem aos professores-orientadores resgatar informações de seus alunos nas atividades desenvolvidas quer presenciais ou no ambiente virtual. Cabe aqui ressaltar que para uma escala piloto, ou melhor, dizendo, até quinhentos participantes, a elaboração de documentos baseados em planilhas eletrônicas e editores de texto é viável e interessante, pois permite rápidas alterações necessárias ao bom andamento do curso. Entretanto para os cursos que envolvem uma clientela maior, é interessante constar no orçamento inicial a previsão de recursos para o desenvolvimento, programação e implantação de um sistema de banco de dados, de atualização on-line e em tempo real, propiciando maior eficiência nos dados e melhor resultados nos relatórios gerados a partir das informações disponíveis neste banco de dados. Outra facilidade da utilização do banco de dados está na liberdade dos envolvidos na realização do curso e dos interessados pelas informações poder acessar os dados e relatórios gerados a partir desse banco de dados, limitando o acesso à níveis compatíveis com a hierarquia dos envolvidos no desenvolvimento do curso, com níveis pré-estabelecidos e compatíveis com a segurança do sistema e a utilização das informações. O desenvolvimento de um banco de dados de um curso de EaD possibilita desenvolver comparações entre diversas ofertas deste mesmo curso, regiões onde ele foi ofertado, período da oferta, classes sociais dos alunos matriculados e outras infinitas possibilidades de estudo e de análises. professor. 13 A seguir, serão apresentados os diversos documentos criados para o curso-piloto e alguns exemplos desses documentos. DOCUMENTOS CRIADOS PARA O CURSO Para registrar e acompanhar as atividades desenvolvidas pelos alunos ao longo do curso piloto foram criados documentos específicos que atendessem aos diversos módulos previstos. Embora esses documentos fossem específicos para cada módulo, buscou-se adotar uma padronização dos seus lay-outs e nas informações neles contidas, para que os responsáveis pelo preenchimento não utilizassem formas diversas e diferentes ao previsto que pudessem causar dificuldades e complexidade no momento do preenchimento das informações bem como no tratamento dos dados e análise dos resultados a serem publicados no ambiente virtual. Dessa maneira, diversos documentos foram criados especificamente para os módulos do curso e outros tantos para uso comum, estando todos caracterizados na Tabela 3. OS DOCUMENTOS CRIADOS – FINALIDADES Na seqüência, serão mostrados os documentos criados e um breve resumo sobre a sua utilização dentro do curso-piloto. QUESTIONÁRIO DE ENTRADA E DE SAÍDA Dos documentos apresentados na Tabela 3, o Questionário de Entrada foi desenvolvido para colher dos gestores-cursistas as suas expectativas e a receptividade com relação ao curso, à metodologia e a que seria utilizada. A aplicação do questionário foi feita antes do início das atividades do Módulo I, em todas as turmas, não havendo vinculação das respostas ao questionário, às turmas onde foram aplicados, estado ou região do país.. Da mesma forma que foi medida a expectativa do gestor-cursista no início do cursopiloto, houve uma medição do grau de satisfação desse mesmo cursista ao final do curso. Para tal, foi desenvolvido o Questionário de Saída buscando interagir com os gestores-cursistas na expectativa de se obter informações sobre como eles observaram as etapas e o desenrolar do curso-piloto, sem, contudo se prender às turmas, estados ou regiões do país.. 14 Em ambos os casos, o tratamento dos dados e as análises das respostas foram elaboradas a partir da amostragem total dos alunos do curso piloto, apresentando comparações entre a expectativa antes do curso e o grau de satisfação no final do curso, sem, contudo desenvolver análises específicas por turma, por Estado, por Região do país. 15 Tabela 3 – Documentos Criados no Desenrolar do Curso-Piloto Documento nº Denominação Utilização Módulo Software Utilizado Instruções Questionário de Entrada Presencial Módulo I Word Instrução Verbal PLAN02_XX Planilha de Acompanhamento do Módulo I Ambiente Virtual Módulo I Planilha Excel Folha de Instruções PLAN03_XX Relatório Analítico dos Diários de Bordo Ambiente Virtual Módulos de I até V Planilha Excel Folha de Instruções PLAN04_XX Planilha de Acompanhamento do Módulo II Ambiente Virtual Módulo II Planilha Excel Folha de Instruções PLAN05_XX Planilha de Consolidação do questionário de entrada (instruções contidas no próprio documento) Equipe Auxiliar Módulo I Planilha Excel No documento PLAN06_XX Acompanhamento da ação do cursista realizada na escola Equipe Auxiliar Módulo II Planilha Excel Folha de Instruções PLAN07_XX Lista de presença – Módulos I, III e V Ambiente Virtual Módulos I, III e V Planilha Excel Folha de Instruções PLAN08_XX Planilha de Acompanhamento do Módulo III Ambiente Virtual Módulo III Planilha Excel Folha de Instruções PLAN09_XX Planilha de Acompanhamento do Módulo IV Ambiente Virtual Módulo IV Planilha Excel Folha de Instruções PLAN10_XX Planilha de Acompanhamento do Módulo V Ambiente Virtual Módulo V Planilha Excel Folha de Instruções Questionário de Saída Presencial Módulo V Word Instrução Verbal PLAN11_XX Formulário de Consolidação Questionário de Saída Equipe Auxiliar Módulo V Access No documento RELAPROV_XX Relação dos Aprovados (instruções contidas no próprio documento) Ambiente Virtual Módulo V Planilha Excel No documento PLAN12_XX Formulário de Andamento – Módulos I até V Ambiente Virtual Módulos de I até V Word Folha de Instruções Tabela 3 – Relação dos documentos criados para acompanhamento do Módulo I 16 Os demais documentos foram criados para o acompanhamento específico de cada turma e para análise e acompanhamento individual das turmas e dos gestores-cursistas. O preenchimento correto de tais documentos, bem como a utilização dos códigos e critérios de avaliação das atividades que os gestores-cursistas desenvolveram nos encontros presenciais e nas atividades do ambiente virtual estavam contidos nas instruções de preenchimento de cada documento e sua publicação no ambiente virtual era feita juntamente com o documento criado. Portanto, com exceção dos questionários de entrada e de saída, todos os demais documentos foram dotados de instruções individuais de preenchimento, como forma de eliminar as dúvidas, equalizar e harmonizar as respostas, às informações e o preenchimento. DOCUMENTOS PLAN02_XX; PLAN04_XX; PLAN08_XX; PLAN09_XX E PLAN10_XX Os documentos citados referem-se às Planilhas de Acompanhamento que foram desenvolvidas especificamente para o acompanhamento dos Módulos I até V e objetivavam registrar a participação dos gestores-cursistas nas atividades desenvolvidas em cada um dos módulos acompanhados independentemente de serem módulos de encontros presenciais ou os módulos desenvolvidos no ambiente virtual. A responsabilidade do preenchimento dos campos do documento cabia ao professor-orientador, que utilizava os códigos de avaliação elencados nas instruções de preenchimento do documento o que garantia a uniformização das informações, seu correto preenchimento, facilitando o perfeito entendimento da resposta, a correta compilação dos dados, a equalização das respostas e das análises posteriores. Esses códigos, nos diversos módulos do curso tinham o mesmo significado, acompanhavam uma mesma categorização e eram apresentados nas instruções de preenchimento do documento, em tabelas de codificação especificas para cada módulo do curso, e publicados no ambiente virtual como adendo ao documento. DOCUMENTO PLAN03_XX O documento PLAN03_XX, também intitulado Diário de Bordo, foi utilizado ao longo do curso em todos os módulos previstos. Destinava-se ao registro da compilação elaborada pelos professores-orientadores dos resumos das observações que os gestores-cursistas deixavam registradas nos diversos espaços do ambiente virtual. Ao final de cada módulo, os 17 professores-orientadores buscavam essas observações e elaboravam o resumo no documento próprio criado para tal fim e o publicavam no ambiente como o resumo da produção da turma. Os integrantes da Equipe de Consultores Externos, de posse desses resumos publicados elaboravam um novo resumo que levava em consideração os diversos resumos de cada turma obtendo a essência das observações dos gestores-cursistas. DOCUMENTO PLAN05_XX O documento foi desenvolvido para uso interno da Equipe Auxiliar de Consultores Externos e serviu para consolidar as respostas dadas ao Questionário de Entrada aplicado com os gestores-cursistas e obter respostas, após a realização do encontro presencial do Módulo I, que serviram de balizamento e orientação para o desenvolvimento de atividades dos módulos subseqüentes, sempre buscando compatibilizar a metodologia desenvolvida para o cursopiloto com as aspirações que emergiam das respostas dos gestores-cursistas. Por ser de uso interno, as instruções de preenchimento estavam contidas no próprio documento. DOCUMENTO PLAN06_XX Na metodologia desenvolvida para o curso-piloto, havia uma atividade na qual os gestores-cursistas deveriam propor ações a serem realizadas nas suas escolas de origem. Para registrar essas propostas e acompanhar o desenvolvimento das mesmas, foi criado esse documento de forma que os professores-assistentes que pertenciam à região ou ao grupo de alunos (gestores-crusistas) pudessem acompanhar e verificar a implantação dessas ações nas escolas dos gestores, informando em qual documento de planejamento se baseou e a dimensão da ação, reportando as principais dificuldades surgidas e os avanços realizados. Depois de compiladas as informações deste documento específico, os resultados eram analisados pela Equipe de Consultores Externos no sentido de verificar se o curso estava sendo compreendido pelos alunos (gestores-cursistas) ou se havia necessidade em se promover correções no seu andamento. DOCUMENTO PLAN07_XX 18 O documento PLAN07_XX foi criado para controlar a presença dos gestores-cursistas nas atividades dos encontros presenciais nos Módulos I, III e V e tinha dupla finalidade de uso. Servia como documento de registro do alunado ao ser assinado pelos gestores-cursistas nas atividades presenciais (um único documento para a três atividades presenciais) como controle da presença do cursista-gestor aos módulos presenciais do curso, e ao mesmo tempo em que através de preenchimento apropriado servia para que os professores-orientadores postassem no ambiente virtual um espelho da presença individual do aluno nos módulos presenciais. DOCUMENTO PLAN11_XX Tal como o documento PLAN05_XX, esse documento de uso interno da Equipe Auxiliar serviu para consolidar as respostas e obter os resultados do Questionário de Saída aplicado aos gestores-cursistas no encontro presencial do Módulo V. Seus resultados serviram de balizamento para o desenvolvimento de gráficos e tabelas que representavam como os gestores-cursistas sentiram o desenvolvimento do curso-piloto, suas novas aspirações e preocupações a partir desse curso e a principalmente a avaliação sobre todo o desenvolvimento das atividades dos módulos. DOCUMENTO PLAN12_XX Embora esse documento seja considerado como criado para o Módulo II, ele já havia sido experimentado no Módulo I pela Equipe de Consultores Externos com a finalidade de avaliar o desenvolvimento do curso-piloto e dos gestores-cursistas. Devido principalmente a riqueza das informações obtidas pela sua utilização, foi ampliada a sua aplicação em todos os módulos. Por ser um documento auto-explicativo, não foram desenvolvidas instruções de preenchimento. PLANILHAS DE CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS RECOLHIDOS DO AMBIENTE A criação dos instrumentos e dos documentos citados anteriormente foi devido à necessidade de se obterem informações e dados, tratá-los de forma adequada para que possibilitassem o acompanhamento rápido e seguro das atividades do curso, a elaboração de recomendações e 19 novas orientações, a proposição de novas e outras atividades, bem como as correções necessárias no desenvolvimento do curso-piloto. Entretanto alguns documentos complementares, destinados a consolidação das informações recebidas se fizeram necessários para respaldar as tomadas de decisão e justificar tais alterações. Esses documentos consolidados espelharam a realidade de cada turma, balizaram o desenvolvimento das mesmas, quer na especificidade da turma analisada, quer no conjunto de turmas do curso-piloto, e trouxeram subsídios para a condução de trabalhos similares no futuro. Assim sendo, a criação de planilhas específicas de consolidação dos dados que serviram de base para a geração de gráficos e tabelas de acompanhamento ou de análise do desempenho específico de cada turma ou do panorama geral de todas as turmas do curso se fizeram necessárias. Na tabela abaixo encontram-se listadas as principais planilhas e tabelas criadas com a finalidade de agrupar e gerar informações que subsidiaram todo o desenvolvimento do curso piloto. Tabela 4 – Planilhas criadas, análises efetuadas e informações geradas. Nome Analisando Geração de gráficos Consolidação das planilhas de Acompanhamento PLAN02 Participação dos gestores-cursistas nas atividades do Módulo I Gráficos analisam a participação dos gestores-cursistas. Quantidade de gráficos 6 Consolidação das planilhas de Acompanhamento PLAN04 Consolidação das planilhas de Acompanhamento PLAN08 Consolidação das planilhas de Acompanhamento PLAN09 Consolidação das planilhas de Acompanhamento PLAN10 Participação dos gestores-cursistas nas atividades do Módulo II Participação dos gestores-cursistas nas atividades do Módulo III Participação dos gestores-cursistas nas atividades do Módulo IV Participação dos gestores-cursistas nas atividades do Módulo V Gráficos analisam a participação dos gestores-cursistas. Quantidade de gráficos 7 Gráficos analisam a participação dos gestores-cursistas. Quantidade de gráficos 5 Gráficos analisam a participação dos gestores-cursistas. Quantidade de gráficos 4 Gráficos analisam a participação dos gestores-cursistas. Quantidade de gráficos 3 Consolidação das planilhas de relatório analítico PLAN03 Consolidação dos relatórios analíticos do Módulo I Não gera gráficos para análise Consolidação dos relatórios de andamento PLAN12 Consolidação das planilhas de freqüência PLAN07 Consolidação das planilhas RELAPROV Consolidação das respostas dos questionários de SAÍDA Consolidação dos principais aspectos do relatório de andamento do Módulo I Resultado: Índices de participação nos Módulos Presenciais Resultado: Índices de aproveitamento dos gestores-cursistas por Turma Resultado: Índices de respostas do questionário Não gera gráficos para análise Gráfico de freqüência referente aos Módulos presenciais. Quantidade de gráficos 1 Gráfico de aproveitamento dos gestores-cursistas por Turma. Quantidade de gráficos 1 Gráficos sobre as questões analisadas a partir do questionário de Saída. Quantidade de gráficos 7 No Anexo deste artigo, encontram-se alguns exemplos desses documentos criados especificamente para a aplicação nesse curso-piloto tanto para utilização no ambiente virtual como para uso interno da Equipe de Consultores Externos. Tais documentos foram desenvolvidos, especificamente para esse curso piloto em análise e, portanto sem a 20 generalização ou aplicabilidade em outros cursos ministrados a distância e em ambientes virtuais. Entretanto a aplicabilidade de tais instrumentos e documentos se tornou realidade quando foi expandido para outras regiões, em uma escala ampliada de gestores do ensino básico do país e com outras equipes coordenadoras. Embora não tenhamos em mãos os resultados efetivos dessa nova realidade do curso ministrado em ambiente virtual de aprendizagem, obtivemos informações extra-oficiais que os resultados alcançados nesta nova etapa apresentaram resultados compatíveis com os obtidos no presente curso piloto. Tais exemplos mostram que a documentação de um projeto pode, além de registrar os acontecimentos ocorridos no decorrer do curso ou do projeto, auxiliar na rápida tomada de decisões que garantam o correto desenvolvimento de suas atividades, principalmente em ambientes virtuais, corroborada pela velocidade de retorno das informações que esses ambientes tecnológicos propiciam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, M. E. B. Inclusão digital do professor. Formação e prática pedagógica. São Paulo: Editora Articulação Universidade Escola, 2004. ALMEIDA, M. E. B.; PRADO, M. E. B. B. P. Redesenhando estratégias na própria ação: formação do professor a distância em ambiente digital. In: José Armando Valente, Maria Elizabeth B. de Almeida, Maria Elisabette B. Prado. Educação a distância via Internet. Formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2003. INEP. Relatório Final I do Curso-Piloto da Escola de Gestores da Educação Básica – MEC/INEP. Ministério da Educação: INEP, Brasília, 2006. BLACK, Edwin: IBM e o Holocausto. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001 MEGGINSON, LEO C,; MOSLEY, DONALD C.; PIETRI, PAUL H,: Administração Conceitos e Aplicações. São Paulo: Editora Harper & Row do Brasil, 1986. ALBRECHT, KARL. Programando o Futuro. O Trem da Linha Norte. Definindo Objetivos, Determinando a Direção e Programando os Destinos de sua Empresa. São Paulo: Makron Books do Brasil Editora Ltda., 1994. DRUCKER, PETER F. Administrando para o Futuro. Os anos 90 e a Virada do Século. São Paulo: Editora Pioneira, 1992. 21 ANEXO Neste anexo será apresentado um exemplo de documento criado para o curso-piloto, suas instruções de preenchimento para o documento apresentado, um exemplo de documento de consolidação e um exemplo de resultado a partir do documento de consolidação. Como exemplo, apresenta-se o documento PLAN02_XX, as instruções de preenchimento pertinentes ao documento escolhido, o documento de Consolidação das Planilhas de Acompanhamento de uso interno da Equipe de Consultores Externos e um gráfico de resultado. DOCUMENTO PLAN02_XX Documento 1 – Planilha de Acompanhamento do Módulo I O primeiro documento apresentado é a Planilha de Acompanhamento do Módulo I, mostrando o lay-out final onde destaca-se o cabeçalho, a relação dos cursistas-gestores e as colunas das atividades presenciais e as desenvolvidas no ambiente virtual, com os seguintes campos de preenchimento de responsabilidade do professor orientador e de acordo com as instruções de preenchimento apresentada na seqüência Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Equipe de Consultores Externos da Coordenação do Curso Piloto da Escola de Gestores do INEP-MEC Educacionais Anísio Teixeira INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO DOCUMENTO PLAN02_XX INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO O preenchimento do documento PLAN02_XX deve ser feito segundo os critérios abaixo estabelecidos, como forma de padronizar a publicação dos resultados das diversas turmas. Para tanto, caberá aos professores orientadores a responsabilidade do preenchimento do documento PLAN02_XX e tão logo seja preenchido, o mesmo deverá ser disponibilizado no espaço de coordenadores e professores do ambiente e-Proinfo. 1) – Sobre o formulário: PLAN02_XX. Denominação do formulário: Planilha de Acompanhamento – Módulo I 22 Sigla de denominação do formulário: PLAN02_XX Software utilizado: Excel Numeração adotada: MOD. PLAN02_XX Composição do número geral: PLAN 02 _ XX Indicação do Estado Número do formulário Tipo do formulário Campos a serem preenchidos: 1. Professor Orientador: Nome completo do professor orientador da turma. (pré-preenchido). O professor orientador deverá conferir e corrigir se necessário. 2. Professores Assistentes: Nome completo dos professores assistentes. Existem 4 campos específicos para a informação, devendo cada nome ser lançado em um campo. 3. Turma: Para ser preenchido com a sigla do Estado que a turma está inscrita, seguida de número seqüencial referente às turmas daquele Estado. Por exemplo: turma da Bahia = BA 01. 4. Estado: Para indicar o Estado que pertence a turma do Módulo I. 5. Início: Indicar a data de início do Módulo I. Formato: dd/mm/aa 6. Término: Indicar a data de término do Módulo I. Formato: dd/mm/aa 7. Item: Campo pré-preenchido com o número seqüencial de alunos em cada turma. Não será necessário preenchimento. 8. Nome do Cursista-Gestor: Este campo também será pré-preenchido nas planilhas a serem enviadas aos professores orientadores. Os demais campos do formulário deverão seguir aos parâmetros e critérios definidos abaixo. • O preenchimento deverá ser feito buscando-se enquadrar o código que melhor representa a atuação do aluno nas atividades a serem informadas. Por explo. se um aluno teve sua atuação na atividade 1 e houve necessidade de refazer ou complementar a atividade, o professor orientador deve preencher na célula de confluência da linha do Nome do Cursista-Gestor com a coluna Atividade 1 o código 2. • O professor orientador, ao preencher os campos da planilha deverá utilizar somente os códigos estabelecidos nas tabelas a seguir, não devendo, portanto, complementar nesta • planilha outra informação adicional. Caso seja necessário, a complementação de informações, esta deverá ser feita em um arquivo separado (Word), contendo o nome da Turma, o(s) nome(s) do(s) cursista-gestor(s) e principalmente que o arquivo faz parte do PLAN02_XX. 23 Códigos dos Campos 1. Informações relativas às Atividades 1 e 2 Código Detalhamento do código 3 Entregou e concluiu a atividade satisfatoriamente, sem pendências. 2 Entregou a atividade, porém há/houve orientação para reformular ou complementá-la 1 Entregou a atividade, porém de maneira equivocada/insatisfatória/insuficiente. N Não entregou a atividade. 2. Informações relativas às atividades de participação em Fóruns: Código Detalhamento do código 3 Participou com freqüência. 2 Participou pouco. 1 Participou somente uma vez. N Não participou. 3. Informações relativas aos Fóruns: Código Detalhamento do código Fórum 1 Fórum de “Apresentação” Fórum 2 Fórum “Gestão Democrática e Participativa”. 4. Informações relativas às Dinâmicas Presenciais: Considerar para efeito de preenchimento dessa informação, a presença do cursista-gestor na atividade e a sua participação nas dinâmicas encaminhadas em grupos e na turma. Código Detalhamento do código P Participou com freqüência. N Não participou. 5. Informações relativas ao Diário de Bordo Código Detalhamento do código E Entregou a atividade N Não entregou PLANILHA DE CONSOLIDAÇÃO DOS DOCUMENTOS PLAN02_XX; PLAN04_XX; PLAN08_XX; PLAN09_XX E PLAN10_XX Adiante é apresentada a planilha de consolidação das informações dos documentos PLAN02_XX; PLAN04_XX; PLAN08_XX; PLAN09_XX E PLAN10_XX, criada para análise dos desempenhos das turmas, e cuja origem das informações é a partir das planilhas de acompanhamento de cada Módulo. 24 1 5 7 3 8 4 6 2 Documento 13 – Formulário de consolidação das participações dos alunos nos Módulos analisados Para esclarecimentos e informações a respeito dos campos utilizados na Planilha de Consolidação, a tabela a seguir indica os diversos campos e informações neles utilizadas. ITEM DESCRIÇÃO 1 Turmas: locais das turmas (estados) onde ocorreram os presenciais 2 Identificação do módulo a que pertence a planilha de consolidação 3 Número de alunos inscritos em cada turma 4 5 Total de alunos de todas as turmas que realizaram a atividade correspondente àquela avaliação Atividade realizada no módulo de acordo com as tabelas existentes nas instruções de preenchimento da planilha PLANYY_XX correspondente ao módulo analisado 6 Total de participação na atividade prevista para o módulo analisado 7 Total de participação da turma (estado) na atividade prevista para o módulo analisado 8 Critérios de avaliação constante nas instruções de preenchimento da planilha PLANYY_XX correspondente ao módulo analisado A partir das informações preenchidas na Planilha de Consolidação das informações, pode-se elaborar tabelas e gráficos específicos que representam a situação de uma determinada atividade em um módulo específico como no exemplo a seguir onde estuda-se a Média de Interação nos Fóruns do Módulo I nas diversas turmas. 25 PARTICIPAÇÃO DOS CURSISTAS GESTORES NA "ATIVIDADE 2" DO MÓDULO II 40% 30% 20% 10% 0% Entregou a atividade, porém há/houve orientação para reformular ou complementála 1 Entregou a atividade, porém de maneira quivocada / insatisfatória /insuficiente. N Não entregou a atividade. OBS: As informações deste gráfico não contemplam os dados das turmas dos Estados do ES e PI, por não terem sido disponibilizadas de forma completa pelos professores orientadores responsáveis até 15/11/05. RESPOSTAS: CATGORIA "N" 43 CURSISTAS PARTICIPANTES = 12,34 % 50% 2 RESPOSTAS: CATEGORIA "1" 23CURSISTAS PARTICIPANTES = 5,79 % 60% Entregou e concluiu a atividade satisfatoriamente, sem pendências. RESPOSTAS: CATEGORIA "2" 46 CURSISTAS PARTICIPANTES = 11,84 % 70% 3 RESPOSTAS : CATEGORIA "3" 206 CURSISTAS PARTICIPANTES = 59,95 % 80%