04 a 06 de Novembro de 2015 Cuiabá - MT MITIGAÇÃO PARA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS Giseli Dalla Nora, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Michele Sato Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT e-mail: [email protected] “CIÊNCIA E CULTURA NA REINVENÇÃO EDUCOMUNICATIVA” apoiado pelo instituto Nacional de Áreas Úmidas – INAU; “JUSTIÇA CLIMÁTICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL” apoiado e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico – CNPq; “EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS” financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisado Estado de Mato Grosso – FAPEMAT Pressupostos Painel intergovenamental de Mudanças Climáticas – IPCC; Marengo (2009, p. 409) em capítulo no livro “Tempo e Clima no Brasil” aponta que “há evidências de que o clima da Terra esta sofrendo uma transformação dramática em razão das atividades humanas”. Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas – PBMC – 2014 Imaginário dos grupos Sociais Vulneráveis sobre as mudanças Climáticas Politica Nacional de Mudanças Climáticas Plano de Adaptação as Mudanças Climáticas Fonte: http://www.mundosustentavel.com.br/2014/04/ipcc-mitigar-as-mudancasclimaticas-custaria-menos-do-que-se-pensa/ E os grupos sociais vulneráveis? Instituída Adaptação e Mitigação Adaptação • Adaptação é entendida como “um ajuste em sistemas naturais ou humanos em resposta aos efeitos da mudança do clima atual ou futura, que pode moderar os danos causados ou explorar oportunidades oriundas da mudança do clima” (IPCC, 2007). Khanntali, Para a lei 12.187 entende que adaptação são as iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima; Khanntali, • Adaptação antecipatória: é a adaptação que ocorre antes que os impactos das mudanças climáticas sejam observados. Também referida como adaptação pró-ativa. • Adaptação autônoma: trata-se da adaptação que não se constitui numa resposta consciente aos estímulos climáticos, mas é desencadeada por mudanças ecológicas nos sistemas naturais e por mudanças no mercado e no bem-estar nos sistemas humanos. Também referida como adaptação espontânea. • Adaptação planejada: refere-se à adaptação que é resultado de decisões e políticas deliberadas, baseadas na consciência de que ocorreram mudanças ou que essas mudanças podem vir a ocorrer e a ação é necessária para que o estado desejado das coisas retorne ou se mantenha. • Capacidade de adaptação: é a capacidade de um sistema de se ajustar à mudança climática (inclusive à variabilidade climática e aos eventos extremos de tempo e clima), moderando possíveis danos, tirando vantagem das oportunidades ou lidando com as consequências. (Carlos Nobre, 2008) Mitigação • Estudos que pressupõem a possibilidade da política de mudança climática induzir mais inovação tecnológica também fornecem custos mais baixos. Contudo, isso pode exigir um investimento maior de início para que se obtenham reduções de custos mais adiante. (IPCC, AR4, WG3) Khanntali, 2015 Para a lei 12.187 entende que Mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões por unidade de produção, bem como a implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem os sumidouros; Khanntali, 2015 Mitigação refere-se a uma intervenção antropogênica para reduzir a própria forçante antropogênica no sistema climático. Incluemse estratégias para redução das fontes de emissões de gases do efeito estufa e também para o aumento dos sumidouros desses mesmos gases. (Nobre 2008) Khanntali, 2015 Instituinte Resistência “Para designar esse fenômeno de imposição desproporcional dos riscos ambientais ás populações menos dotadas de recursos financeiros, políticos e informacionais, tem sido consagrado o termo injustiça ambiental. Como contraponto, cunhou-se a noção de justiça ambiental para denominar um quadro de vida futuro no qual essa dimensão ambiental da injustiça social venha a ser superada. Essa noção tem sido utilizada, sobretudo, para constituir uma nova perspectiva a integrar as lutas ambientais e sociais.” Acselrad et al, (2009, p. 09) Mudanças Climáticas • Cientifico; • Para o IPCC, (2007) “O aquecimento global vem ocorrendo num ritmo cada vez mais acelerado. Além do aumento das temperaturas médias globais do ar e dos oceanos, verifica-se o derretimento generalizado de neve e gelo e a elevação do nível médio global do mar” (IPCC, 2007, p. 8). Justiça Climática • Politico ; • Os propositores da Justiça Ambiental argumentam que grupos sociais distintos têm responsabilidade diferenciada sobre o consumo dos recursos naturais e, mais ainda, a desigualdade social define o grau de exposição dos grupos sociais aos riscos ambientais (ACSELRAD, 2009). Khanntali, 2015 A injustiça social e ambiental no Brasil é fruto de um olhar imediatista e individualista das classes dominantes que operam mecanismos de exclusão social. A Rede Internacional de Justiça Ambiental (ACSERALD, 2004) compreende a condição de existência política tendenciosa, cujos danos ambientais sempre afetam os grupos de trabalhadores, as populações de baixa renda, os segmentos raciais discriminados e as parcelas marginalizadas que são mais vulneráveis da chamada cidadania. (SATO, 2005, P. 04) Khanntali, 2015 Khanntali, 2015 “Que cada um siga, pois, seu caminho. Visto nos ser permitido tirar do livro o que era para nosso espirito a ajuda mais eficaz...” GB. A intuição do Instante. 2010. p. 85 O lugar da pesquisa Para essa pesquisa elegemos como espaço prioritário: • A comunidade pantaneira de São Pedro de Joselândia (Água Doce)localizada no município de Barão Melgaço. • A comunidade Quilombola de Mata Cavalo (falta de Água)no município de Nossa Senhora do Livramento. • Mar do Norte - Galícia Espanha(Agua Salgada) Galícia - Espanha Fonte: Leitão, 2012. Fonte: Sato , 2014 Resultados Preliminares Khanntali, 2015 Alguns dos resultados preliminares da pesquisa apontam que a maior parte dos moradores da comunidade de São Pedro de Joselândia pouco sabem sobre o que são as mudanças climáticas, em sua perspectiva teórica e conceitual, alguns já ouviram falar no termo mudanças climáticas pela televisão; Apesar de não terem conhecimento sobre o termo mudanças Climáticas sentem as alterações no clima como aumento da temperatura e mudança no regime das chuvas. Khanntali, 2015 Fonte: Dalla-Nora, 2015 A casa, como o fogo, como a água, nos permitirá evocar, na sequência de nossa obra, luzes fugidias de devaneio que iluminam a síntese do imemorial com a lembrança. Nessa região longínqua, memória e imaginação não se deixam dissociar. Ambas trabalham para seu aprofundamento mútuo. Ambas constituem, na ordem dos valores, uma união da lembrança com as imagens. (BACHELARD, 2000, p. 25) “Era mais frio. Meu avô mexia com engenho de cana, fabricar rapadura, a vida deles era isso né, e aí levantava a gente 2h da manhã. Era mais frio porque a gente tinha que usar uma camisa de manga, naquele tempo usava muito aqueles cobertores e cortava, dava um pedaço pra cada um. Hoje em dia nem usa mais. Naquele tempo usava pra proteger mais, usava touca na cabeça. Hoje não, pra dormir se não coloca o ventilador pra dormir, não dorme. É quente, mudou muito. (Gonçalo Moacir de Campos com 73 anos, Entrevista concedida em 06 de junho de 2015 - MC). “o homem mira-se em seu passado, toda imagem é para ele uma lembrança” (BACHELARD, 1998, p. 69). Khanntali, 2015 Dinâmica de uso e ocupação da terra em Mata cavalo Derrubava o mato (desmatamento); Queimava os restos; Plantava ou fazia pasto; Capinar e conservar a roça e o pasto; Colhe e beneficia/transforma a produção Fonte: Dalla-Nora, 2015 Táticas de Enfretamento/Resistência .... Em construção • Manutenção e perpetuação do Conhecimento tradicional • Plantio da mandioca na forma tradicional • Não uso do agrotóxico • Adubação natural • Cuidar da APP do Córrego de Mata Cavalo e do Quilombo • Cuidar do Cambarazal • Problema da Falta de água – Poço • PAECs – Projetos Ambientais Escolares Comunitários “Pra manter a água no córrego o que manda é a preservação das árvores. Se você depenar ele, acaba com a água. Porque é que o poço, eu tenho ele e sempre tem essa preservação aqui, são duas coisas aqui, é uma fruta que você usa e preserva a natureza da água. Então quanto mais árvore mais água, tá ligado?” E, MC, 22/04/2015 Os pantaneiros entendem que a natureza esta diferente, seu ciclo e sua dinâmica estão se alteração em razão da interferência do homem e identificam o desmatamento como a principal razão destas mudanças. Os quilombolas têm sentindo o aumento da temperatura e mudanças no regime das chuvas e disponibilidade hídrica a falta de agua tem se agravado na comunidade. Assim, o debate sobre estes contextos ambientais e o que as provoca, fazem parte desta pesquisa entendendo ainda que é necessária a adoção de táticas resistência em especial as mudanças climáticas para manutenção das práticas de reprodução da vida destas comunidades. Assim é de suma importância para estas comunidades possam lidar com os efeitos das mudanças climáticas na construção de cisternas para retenção da agua da chuva, implantação de poços para acesso a água bem como o reflorestamento de áreas de nascentes e também áreas de preservação permanente além de ouvir os saberes populares nesta relação sociedade natureza Obrigada! Olivieri, 2015 http://gpeaufmt.blogspot.com REFERÊNCIAS • ACSELRAD, Henri et all. O que é Justiça Ambiental. Rio de Janeiro. Garamond. 2009. • BACHELARD, G. A Poética do Espaço. Trad. Franklin Leopoldo e Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. • _____________. A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 1988. • BRANDÃO, C.R.,CAMPOS M.M.,DEMO P.. TEXTO BÁSICO. Quais as questões básicas, hoje, para um debate sobre pesquisa participante? Brasília, ano 3, n. 20. Abr. 1984. • BULLARD, R. Enfrentando o racismo ambiental no século XXI. In: Justiça Ambiental e Cidadania. H. Acselrad et al (orgs.). 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