UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA DA ANEMIA E DA DEFICIÊNCIA DE FERRO EM CANDIDATOS E EM DOADORES DE SANGUE DO HEMOCENTRO REGIONAL DE UBERABA Michel Alves da Silva Uberaba - MG 2007 Michel Alves da Silva PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA DA ANEMIA E DA DEFICIÊNCIA DE FERRO EM CANDIDATOS E EM DOADORES DE SANGUE DO HEMOCENTRO REGIONAL DE UBERABA Tese apresentada ao Curso de Pós-graduação em Patologia, área de concentração "Patologia Clínica", da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Helio Moraes de Souza Co-Orientadora: Profa. Dra. Sheila Soares Colaboradores: Prof. Gilberto de Araújo Pereira Profa. Ivana Fonseca Leite Oliveira UBERABA - MG Março, 2007 Catalogação na Fonte: Biblioteca da UFTM S581p Silva, Michel Alves da. Prevalência e etiologia da anemia e da deficiência de ferro em candidatos e em doadores de sangue do Hemocentro Regional de Uberaba / Michel Alves da Silva. - - 2007. 112 f.: + tab.; fig. Tese – Mestrado em Patologia Clínica - Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2007. Orientador: Prof. Dr. Helio Moraes de Souza. 1. Anemia 2. Deficiência de ferro 3. Doador de sangue 4.Talassemia. I. Título. II. Moraes-Souza, Helio CDU – 616.155.194 DEDICATÓRIAS Dedicatórias iii Dedico este trabalho... Primeiramente a Deus, fonte de inspiração, ser supremo, agradeço-lhe pelo dom da vida, por me abrir os caminhos até o presente momento. Aos meus pais, Gasparino e Selma, esteio de minha vida, pelas oportunidades oferecidas, sem as quais nada disso seria possível. Aos meus irmãos, Daniel e Raphael, por todo carinho e apoio. À minha amada Maria José de Araújo, pela paciência e compreensão diante dos momentos de maior dificuldade. Aos meus amados filhos, Gabriel (in memorium) e Lucas, minha maior benção. Ao meu orientador, Prof. Dr. Helio Moraes de Souza, pela clareza, sabedoria e apoio. Mestrado Michel Alves da Silva AGRADECIMENTOS v Agradecimentos A toda minha família e em especial aos meus tios Joaquim, Cilas e Celso, que com seu comprometimento me proporcionou estar aqui hoje. À Profa. Dra. Sheila Soares, pelo apoio decisivo na elaboração e continuação deste estudo. Ao Prof. Dr. Paulo Roberto Juliano Martins, por permitir a realização de estágios e estudos científicos junto aos laboratórios e departamentos do hemocentro. Ao Prof. Dr. Afonso Pelli, por me apoiar e direcionar no campo científico Ao Prof. Gilberto de Araújo Pereira, pelo apoio na análise estatística do presente estudo. À Profa. Beatriz Gabellini Alves, pelo apoio na padronização das referências bibliográficas. À Dra. Lídia, Dr. Wesley e Dr. Ricardo, pelo incentivo e apoio na realização do estudo, e em especial a Dra. Ivana, por colaborar na entrega dos resultados dos exames para os doadores que participaram do estudo. Aos funcionários: Telma, Gisele, Jardel, Fátima, Marise, Maria Célia, Marcelo, José Henrique Bartoneli, Vânia Patrícia, Maria Luiza, Nilson, Denise, Nelma, José Roberto, Ieda, Bruno, Olinda, Leila, Thauana, Ailton, Mário, Flaviano, Neuza, as serventes Mestrado Michel Alves da Silva vi Agradecimentos gerais e porteiros do HRU e a todos os outros funcionários que indiretamente contribuíram para a realização deste estudo. Aos meus amigos Jorge Marcelo, Cláudio Fidalgo e Fabiano Rodrigues, pelo imensurável companheirismo. A todos os pacientes que se empenharam colaborando para a realização deste estudo visando o bem estar do próximo. Às instituições: Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Hemocentro Regional de Uberaba / Hemominas e FUNEPU. A todo o corpo docente e discente da pós-graduação em Patologia, funcionários do Hospital Escola, pós-graduação e biblioteca que contribuíram direta ou indiretamente para concretização deste trabalho. A todas as pessoas que acreditaram em mim antes mesmo deste trabalho se concretizar, sou-lhes grato por sua confiança. MUITO OBRIGADO!!! Mestrado Michel Alves da Silva “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo se expondo ao fracasso, do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota”. Franklin Delano Roosevelt. SUMÁRIO Sumário ix LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... xii LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................xv LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................................. xviii RESUMO........................................................................................................................ xxii ABSTRACT.....................................................................................................................xxv 1.0 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA.............................................................................01 1.1 - CICLO DO SANGUE ...................................................................................................02 1.1.1 - Critérios para a seleção dos doadores......................................................................03 1.2 – ANEMIA ......................................................................................................................04 1.2.1 - Anemia Ferropriva...................................................................................................06 1.3 – HEMOGLOBINOPATIAS...........................................................................................11 1.3.1 - Talassemias e Hemoglobinas Variantes ..................................................................12 1.4 – ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA ...........................................................................17 2.0 HIPÓTESE ........................................................................................................................18 3.0 OBJETIVOS......................................................................................................................20 3.1 - Objetivo Geral ...............................................................................................................21 3.2 - Objetivos Específicos ....................................................................................................21 4.0 MATERIAL e MÉTODOS ..............................................................................................22 4.1 – MATERIAL..................................................................................................................23 4.1.1 – Aspectos Éticos e Normas Técnicas .......................................................................23 4.1.2 - Pacientes e Controles...............................................................................................23 Mestrado Michel Alves da Silva Sumário x 4.1.3 - Coleta das amostras .................................................................................................24 4.2 – MÈTODOS ...................................................................................................................25 4.2.1 – Exames....................................................................................................................25 4.2.1.1 - Dosagem de Hb da polpa digital durante a triagem hematológica pré-doação .25 4.2.1.2 – Hemograma.......................................................................................................26 4.2.1.3 – Ferritina.............................................................................................................26 4.2.1.4 - Eletroforese Qualitativa de Hb em pH Básico ..................................................27 4.2.1.5 - Eletroforese Qualitativa de Hb em pH Ácido....................................................27 4.2.1.6 - Eletroforese Quantitativa para HbA 2 ................................................................28 4.2.2 – Análise Estatística...................................................................................................30 5.0 RESULTADOS .................................................................................................................31 5.1 – Hemoglobina Manual versus Hemoglobina Automática..............................................32 5.2 – Ocorrência e Etiologia ..................................................................................................40 5.3 – Avaliação sócio-econômica dos anêmicos e controles .................................................45 5.4 - Anemia e deficiência de ferro quanto ao gênero e número de doações ........................49 5.5 – Avaliação Demográfica ................................................................................................55 5.6 - Testes hematimétricos e Dosagem de Ferritina.............................................................58 6.0 DISCUSSÃO......................................................................................................................60 6.1 – Hemoglobina manual e automática...............................................................................61 6.2 – Ocorrência e etiologia da anemia..................................................................................62 6.3 – Variáveis sócio-econômicas e demográficas ................................................................66 6.4 – Anemia, ferrodeficiência e número de doações............................................................68 6.5 – Índices Hematimétricos e Dosagem de Ferritina..........................................................70 Mestrado Michel Alves da Silva Sumário xi 7.0 CONCLUSÕES.................................................................................................................71 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................73 9.0 ANEXOS............................................................................................................................83 Mestrado Michel Alves da Silva LISTA DE TABELAS Lista de Tabelas xiii Tabela 1 Comportamento dos 54 doadores de sangue do sexo masculino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática.................................................................................................34 Tabela 2 Comportamento dos 146 doadores de sangue do sexo feminino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática.................................................................................................35 Tabela 3 Distribuição das médias das dosagens de Hb e respectivas diferenças pelos métodos normal e automático, segundo os grupos anêmico e controle e o gênero....................................................................................39 Tabela 4 Distribuição total de doadores aptos e inaptos por anemia que compareceram ao HRU durante a realização do referido estudo, segundo o gênero....................................................................................................40 Tabela 5 Perfil eletroforético e dosagem de HbA 2 dos doadores anêmico e controle.....................................................................................................43 Tabela 6 Distribuição das hemoglobinas A 1 A 1 e A 1 S nos dois grupos de doadores....................................................................................................43 Tabela 7 Distribuição sócio-econômica dos doadores anêmico e controle, avaliados quanto à renda, escolaridade e situação trabalhista..................................46 Tabela 8 Comportamento descritivo de idade (anos) em relação aos grupos anêmico e controle....................................................................................56 Tabela 9 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à cor da pele........57 Tabela 10 Comportamento descritivo dos índices hematimétricos dos 185 doadores anêmico e controle....................................................................................59 Tabela 11 Comportamento descritivo da Hb manual e automatizada e da ferritina segundo os grupos no sexo masculino......................................................91 Tabela 12 Distribuição dos doadores do sexo masculino segundo a ferrodeficiência e os grupos...................................................................................................94 Tabela 13 Comportamento descritivo da Hb manual e automatizada e da ferritina segundo os grupos no sexo feminino........................................................95 Tabela 14 Distribuição dos doadores do sexo feminino segundo a ferrodeficiência e os grupos...................................................................................................98 Tabela 15 Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos oito doadores anêmicos do sexo masculino que participaram do estudo.....................................................99 Mestrado Michel Alves da Silva Lista de Tabelas xiv Tabela 16 Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos 46 doadores controles do sexo masculino que participaram do estudo...................................................100 Tabela 17 Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos 52 doadores anêmicas do sexo feminino que participaram do estudo.....................................................104 Tabela 18 Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos 79 doadores controles do sexo feminino que participaram do estudo.....................................................108 Mestrado Michel Alves da Silva LISTA DE FIGURAS xvi Lista de Figuras Figura 1 Comportamento dos 54 doadores de sangue do sexo masculino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática..............................................................................................34 Figura 2 Comportamento dos 146 doadores de sangue do sexo feminino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática..............................................................................................35 Figura 3 Comportamento da ferritina (ng/dL) segundo os grupos no sexo masculino...............................................................................................36 Figura 4 Comportamento da ferritina (ng/dL) segundo os grupos no sexo feminino.................................................................................................37 Figura 5 Distribuição dos 185 doadores estudados segundo o sexo e os grupos anêmico e controle.................................................................................38 Figura 6 Distribuição dos doadores aptos e inaptos por anemia que compareceram ao HRU durante a realização do referido estudo segundo o gênero..................................................................................................41 Figura 7 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto ao índice de ferrodeficiência.......................................................................................42 Figura 8 Ocorrência de ferrodeficiência quanto ao gênero..................................42 Figura 9 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto ao nível de HbA 2 .......................................................................................................4 4 Figura 10 Distribuição dos doadores quanto ao gênero e nível de HbA 2 ...............45 Figura 11 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à renda (salários mínimos).................................................................................................47 Figura 12 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à escolaridade............................................................................................47 Figura 13 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à situação trabalhista...............................................................................................48 Figura 14 Dispersão dos oito doadores anêmicos do sexo masculino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL)..................................49 Figura 15 Dispersão das 52 doadoras anêmicas do sexo feminino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL)..................................50 Figura 16 Dispersão dos 46 doadores controles do sexo masculino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL)..................................51 Mestrado Michel Alves da Silva Lista de Figuras xvii Figura 17 Dispersão das 79 doadoras controles do sexo feminino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL)..................................52 Figura 18 Distribuição dos doadores anêmicos do sexo masculino quanto à ferrodeficiência e o número de doações.................................................53 Figura 19 Distribuição dos doadores anêmicos do sexo feminino quanto à ferrodeficiência e o número de doações.................................................54 Figura 20 Distribuição dos doadores controles do sexo masculino quanto à ferrodeficiência e o número de doações.................................................54 Figura 21 Distribuição dos doadores controles do sexo feminino quanto à ferrodeficiência e o número de doações.................................................55 Figura 22 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à cor da pele.........................................................................................................57 Figura 23 Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à procedência.............................................................................................58 Figura 24 Traçado eletroforético em pH alcalino e ácido das principais hemoglobinopatias.................................................................................90 Figura 25 Comportamento da Hb manual (g/dL) segundo os grupos no sexo masculino...............................................................................................92 Figura 26 Comportamento da Hb automatizada (g/dL) segundo os grupos no sexo masculino...............................................................................................93 Figura 27 Comportamento da Hb manual (g/dL) segundo os grupos no sexo feminino.................................................................................................96 Figura 28 Comportamento da Hb automatizada (g/dL) segundo os grupos no sexo feminino.................................................................................................97 Mestrado Michel Alves da Silva LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS xix Lista de Siglas e Abreviaturas % percentagem < menor que > maior que 1GC primeiro grau completo 1GI primeiro grau incompleto 2GC segundo grau completo 2GI segundo grau incompleto 3G terceiro grau completo e incompleto A Aborto ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AIDS Síndrome da Deficiência Imune Adquirida (Acquired Immune Deficiency Syndrome) ANOVA Análise de Variância ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média DO Densidade Óptica DP Desvio Padrão EDTA ácido etilenodiamino tetra-ácetico FDA Agência Federal Americana de Controle de Drogas e Alimento (Food and Drug Administration) fL fentolitros g/dL gramas por decilitro G Gravidez GI Grupo I GII Grupo II Mestrado Michel Alves da Silva xx Lista de Siglas e Abreviaturas GIII Grupo III GIV Grupo IV Hb Hemoglobina Hb automatizada Hemoglobina dosada pelo método automático Hb manual Hemoglobina dosada pelo método manual HbA 1 ou HbA Hemoglobina A 1 HbA 2 Hemoglobina A 2 HbC Hemoglobina C HbD Hemoglobina D HbE Hemoglobina E HbF Hemoglobina F HbH Hemoglobina H HbS Hemoglobina S HbAC heterozigose para hemoglobina A 1 e hemoglobina C HbA 1 S ou HbAS heterozigose para hemoglobina A 1 e hemoglobina S HCM Hemoglobina Corpuscular Média HE Hospital Escola HO História Obstétrica HRU Hemocentro Regional de Uberaba Htcr Hematócrito IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Leucoc. Leucócitos mg miligramas mil/mm3 mil por milímetros cúbicos milhões/mm3 milhões por milímetros cúbicos Mestrado Michel Alves da Silva Lista de Siglas e Abreviaturas mL mililitros ng/dL nanogramas por decilitro nm nanômetros nº. número OMS Organização Mundial da Saúde P Parto p índice de significância pg picogramas pH potencial hidrogeniônico Plaq. Paquetas rpm rotação por minuto TEB Tris-EDTA-borato UFTM Universidade Federal do Triângulo Mineiro USA Estados Unidos (United States of America) V Volts VCM Volume Corpuscular Médio vs versus μL microlitros Mestrado xxi Michel Alves da Silva RESUMO Resumo xxiii As principais preocupações nos Hemocentros são oferecer sangue de boa qualidade aos receptores e proteger seus doadores. Daí a necessidade de se buscar parâmetros confiáveis e de técnicas mais eficazes na detecção de doenças, entre elas a anemia. A Organização Mundial da Saúde relata que a deficiência de ferro é a anemia mais comum, estimando em um bilhão o número de pessoas afetadas em todo o mundo. É também uma das mais freqüentes causas de inaptidão de doadores de sangue. Na triagem clínica dos candidatos à doação de sangue no Hemocentro Regional de Uberaba (HRU), a anemia foi, em 2005, a mais freqüente causa de exclusão, representando 18,15% das inaptidões. O presente estudo se propôs a comparar a dosagem manual da hemoglobina, obtida em amostra de punção digital, com aquela obtida por punção venosa e dosada em aparelho de automação; avaliar, prospectivamente, a prevalência e a etiologia da anemia em candidatos e em doadores de sangue do Hemocentro Regional de Uberaba; analisar possíveis influências de variáveis sócio-econômicas sobre a ferrodeficiência em doadores de sangue; e verificar associação entre anemia e ferrodeficiência quanto ao gênero e número de doações. Em nosso estudo, analisamos candidatos a doador de sangue inaptos por anemia e um grupo controle (doadores sem anemia) do HRU. Dos 13.480 doadores que compareceram ao HRU durante o presente estudo, 473 (3,5%) foram inaptos por anemia com uma prevalência de 1,04% para o sexo masculino e 9,6% para o feminino. O estudo compreendeu 97 anêmicos, escolhidos aleatoriamente (78,4% do sexo feminino), pareados a 103 controles (68,0% de sexo feminino). Na comparação das técnicas manual e automática de dosagem da hemoglobina, observamos evidentes discrepâncias, sendo estas significantes para o sexo masculino. Correlacionadas, as duas técnicas, ao nível de ferritina, doadores aptos e inaptos foram reagrupados, resultando em 60 anêmicos (13,3% homens e 86,7% mulheres) e 125 controles (36,8% homens e 63,2% mulheres). Quanto à etiologia da anemia, observamos que 43,9% dos anêmicos eram portadores de anemia ferropriva, enquanto Mestrado Michel Alves da Silva Resumo xxiv entre os controles o índice foi de ferrodeficiência foi de 10,6% (p<0,0001). Quanto às anemias hereditárias, foram evidenciados aumento de HbA 2 em 10,27% dos 185 doadores (13,3% entre os anêmicos e 9,6% entre os controles, p=0,44) e quatro casos de HbA 1 S em mulheres anêmicas candidatas à sua primeira doação. Não foram observadas diferenças significantes entre anêmicos e controles quanto à renda (p=0,21), escolaridade (p=0,96) e situação trabalhista (p=0,39). Não verificamos correlação significativa do número de doações com a ferrodeficiência; no entanto, observamos declínio do nível de ferritina à medida que se elevou o número de doações, fato mais evidente entre os homens. Constatamos que a inaptidão de doações por anemia esteve significativamente associada ao sexo feminino, contudo, apesar de não significativo, houve maior prevalência de ferrodeficiência entre os homens. Os resultados do presente estudo demonstram a baixa reprodutibilidade da técnica empregada na triagem hematológica dos doadores no HRU; chama a atenção para a elevada prevalência de ferrodeficiência em doadores anêmicos, ratifica estudos mais recentes de que o nível sócio econômico não influencia significativamente o desenvolvimento de anemia; evidencia a predisposição das mulheres em desenvolver anemia e confirma, especialmente entre os homens, a correlação entre deficiência de ferro e a alta freqüência de doações. Mestrado Michel Alves da Silva ABSTRACT Abstract xxvi The main concerns in the Blood Banks are to offer blood of good quality to the receivers and to protect their donors. Then the need to look for reliable parameters and more effective techniques in the detection of diseases, among them the anemia. The World Health Organization relates that the deficiency of iron is the most common anemia, esteeming in a billion the number of people affected all over the world. It is also one of the most frequent causes of blood donors’ inaptness. In the clinical screening of the candidates to blood donation in the Uberaba Regional Blood Bank, the anemia was, in 2005, the most frequent exclusion cause, representing 18,15% of the inaptness. The present study submitted to compare the manual dosage of the hemoglobin, obtained in sample of digital puncture, with that obtained by veined puncture and dosed in automation system; to evaluate, prospectively, the prevalence and the aetiology of the anemia in candidates and in blood donors of the Uberaba Regional Blood Bank; to analyze possible influences of socioeconomic variables on iron deficiency in blood donors; and to verify association between anemia and iron deficiency as for the gender and number of donations. In our study, we analyzed candidates to blood donor inapt for anemia and a group control (donors without anemia) of the Uberaba Regional Blood Bank. From the 13.480 donors that attended to the Uberaba Regional Blood Bank during the present study, 473 (3,5%) they were inapt for anemia with a prevalence 1,04% for the masculine sex and 9,6% for the feminine. The study comprised 97 anemic, chosen at random (78,4% female), paired to 103 controls (68,0% of sex feminine). In the comparison of the manual and automatic techniques of dosage of the hemoglobin, we observed evident discrepancies, being these significant ones for the masculine sex. Correlated, the two techniques, to the ferritin level, capable donors and inapt they were rearranged, resulting in 60 anemic (13,3% men and 86,7% women) and 125 controls (36,8% men and 63,2% women). As for the aetiology of the anemia, we observed that 43,9% of the anemic ones were bearers of anemia for iron Mestrado Michel Alves da Silva Abstract xxvii deficiency, while among the controls the iron deficiency index was of 10,6% (p<0,0001). As for the hereditary anemias, they were evidenced increase of HbA 2 in 10,27% of the 185 donors (13,3%) among the anemic ones and (9,6%) among the controls, (p=0,44) and four cases of HbA 1 S in anemic women candidates to their first donation. Significant differences were not observed among anemic and controls as for the income (p=0,21), education (p=0,96) and labor situation (p=0,39). We didn’t verify significant correlation of the number of donations with the iron deficiency; however, we observed decline of the ferritin level as the number of donations has rosen, fact more evident among the men. We verified that the inaptness of donations for anemia was significantly associated to the feminine sex, however, in spite of no significant, there was larger iron deficiency prevalence among the men. The results of the present study demonstrate the low reproduction of the employed technique in the donors’ hematological screening in the Uberaba Regional Blood Bank, it gets the attention for the high iron deficiency prevalence in anemic donors, it ratifies studies more recent that the socioeconomic level doesn’t influence significantly the anemia development; it evidences the women’s predisposition in developing anemia and it confirms, especially among the men, the correlation among iron deficiency and the high frequency of donations. Mestrado Michel Alves da Silva 1.0 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA 2 Introdução e Justificativa 1.0 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA As principais preocupações nos Hemocentros são oferecer sangue e hemocomponenetes de boa qualidade aos receptores e proteger seus doadores (SOUZA, 2001). Entende-se como qualidade em Hemoterapia, a realização de procedimentos que visem conservar todas as propriedades biológicas do produto, evitar a transmissão de doenças pela transfusão e também a proteção do doador de agravos que possam comprometer sua saúde em decorrência da doação ou mesmo de danos preexistentes que possam ser identificados nos procedimentos da doação de sangue (GUYTON; HALL, 2002; PASSOS, 2003; ANVISA, 2004a). Daí a necessidade de se buscar parâmetros confiáveis e de técnicas mais eficazes na detecção de doenças, entre elas a anemia. 1.1 - CICLO DO SANGUE Para garantir a qualidade do sangue a ser transfundido, deve-se considerar todas as etapas do ciclo do sangue, que se inicia com a captação e seleção do doador, passa pelo processo de coleta, processamento e estocagem do sangue, pelos testes sorológicos para exclusão de doenças passíveis de transmissão transfusional, pelos exames imunohematológicos (tipagem, pesquisa de anticorpos irregulares e prova de compatibilidade), pela correta indicação do hemocomponente a ser transfundido e pelo ato transfusional (ANVISA, 2004a). Mestrado Michel Alves da Silva 3 Introdução e Justificativa 1.1.1 - Critérios para a seleção dos doadores Segundo a resolução 153 de 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), no dia da doação, sob supervisão médica, um profissional de saúde de nível superior, qualificado, capacitado e conhecedor das normas, avaliará os antecedentes e o estado atual do candidato a doador, para determinar se a coleta pode ser realizada sem causar-lhe prejuízos e se a transfusão dos hemocomponentes preparados a partir desta doação pode vir a causar problemas nos receptores (ANVISA, 2004a). Dentre os critérios utilizados que visam à proteção do doador, destacam-se: a idade, sexo, freqüência e intervalo entre as doações, doenças atuais ou anteriores, medicamentos, anemia, pulso, pressão arterial, gravidez e menstruação, peso do doador, volume a ser coletado, jejum e alimentação, alergia e profissão. Entre os critérios que visam à proteção do receptor temos: o aspecto geral, temperatura, imunizações e vacinações, inspeção do local de punção venosa, história transfusional, doenças infecciosas (hepatites virais, AIDS, malária, doença de Chagas, sífilis, enfermidades bacterianas), estilo de vida (alcoolismo, uso de drogas ilícitas, situações de risco acrescido) e cirurgias (ANVISA, 2004a). Em meio aos diversos itens pesquisados obrigatoriamente no momento da doação, a anemia se destaca pela freqüência e é avaliada tanto ao exame clínico quanto laboratorial. Mestrado Michel Alves da Silva 4 Introdução e Justificativa 1.2 – ANEMIA A anemia se caracteriza pela diminuição dos níveis da hemoglobina (Hb) abaixo dos parâmetros normais para o sexo e idade (BERNARD et al., 1976). Esta se deve, dentre outros fatores, a: produção defeituosa dos eritrócitos; perda aumentada de sangue por hemorragia digestiva e/ou geniturinária; redução da sobrevida dos eritrócitos na circulação, devido à hemólise; retenção exagerada de eritrócitos essencialmente normais em um baço anormalmente grande; ou ao seqüestro de eritrócitos anormais (BAIN, 1997). Nos Bancos de Sangue é norma a determinação da concentração da hemoglobina ou do hematócrito previamente a cada doação, garantindo assim que o doador não tenha uma anemia pré-existente ou não se torne anêmico pela doação de seu sangue (CANÇADO et al., 2001; SOUZA, 2001). Tal medida previne a depleção dos estoques de ferro, que precede e se agrava com a instalação da anemia (GUYTON; HALL, 2002). Tem ainda o objetivo de garantir a eficácia da transfusão do concentrado de hemácias no receptor, propiciando níveis adequados de massa eritrocitária por unidade transfundida. A resolução 153 da ANVISA preconiza que o doador apto deverá ter concentração de hemoglobina não inferior a 13,0 g/dL e/ou hematócrito não deverá ser menor que 39%, para os homens. Para as mulheres, estes limites são de 12,5 g/dL e/ou 38%, respectivamente (ANVISA, 2004a). Entretanto, nos Estados Unidos, a Agência Federal Americana de Controle de Drogas e Alimento (FDA), exige que a taxa mínima aceitável de hemoglobina para a doação de sangue seja de 12,5 g/dL para ambos os sexos; já a Associação Americana de Bancos de Sangue, recomenda valor mínimo de hemoglobina de Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 5 13,5 g/dL para os homens e de 12,5 g/dL para as mulheres (VENGELEN-TYLER, 1996). Em nosso estudo, adotamos os valores mínimos de hemoglobina prevista pela resolução 153 da ANVISA, que é o critério utilizado pela triagem hematológica do Hemocentro Regional de Uberaba. A Organização Mundial da Saúde estima que 2 bilhões de pessoas por todo o mundo sejam anêmicas e que aproximadamente 50,0% de todas as anemias sejam por ferrodeficiência (WHO/UNICEF/UNU, 2001). No Brasil, a deficiência de ferro e anemia ferropênica são, certamente, o mais prevalente problema nutricional e uma das deficiências que se encontra presente em todas as categorias sociais (DUTRA DE OLIVEIRA et al., 1997; ALIENDRES, 1999). Souza (2001) relata que os doadores de sangue brasileiros são pessoas pobres, que tem baixa renda e precárias condições de vida e Lorenzi et al. (2003), observaram que entre as pessoas de baixo nível sócio econômico a anemia mais comum é do tipo carencial e ferropênico. No entanto, estudos mais recentes têm demonstrado melhora substancial do nível sócio econômico dos doadores no país (ANVISA, 2004b). Dados da ANVISA sobre a triagem clínica e hematológica de 2002, mostraram que 18,0% de todos os candidatos à doação de sangue dos Hemocentros Brasileiros foram excluídos, destes, 14,0% por anemia (ANVISA, 2004c). No HRU em 2005, este índice foi de 16,13% (3.128/19.389), sendo que destes, 18,15% (568/3.128) por hemoglobina abaixo dos valores normais, dos quais, 15,85% eram homens e 84,15% mulheres. A prevalência segundo o sexo foi de 0,67% para os homens e 8,02% para as mulheres. Esses dados Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 6 mostram que a prevalência de inaptidão clínica e hematológica nos Hemocentros Nacionais é muito elevada e que entre todos os critérios utilizados para a seleção do doador, a anemia representa aproximadamente um quinto das inaptidões. Um outro aspecto é a elevada prevalência de anemia no sexo feminino o que, segundo Verrastro; Lorenzi; Wendel Neto (1998) e Lorenzi et al. (2003), se deve a fatores fisiológicos da mulher como a menstruação e a gravidez. Contudo, o alto índice de inaptidão e exclusão do doador devido à anemia, compromete os estoques de sangue, uma vez que somente por está causa deixam de ser coletadas anualmente no Brasil, aproximadamente, 100.000 bolsas de sangue (ANVISA, 2004c). 1.2.1 - Anemia Ferropriva A anemia ferropênica se caracteriza pela diminuição da concentração de hemoglobina no sangue, secundária a queda da concentração de ferro no organismo (VERRASTRO; LORENZI; WENDEL NETO, 1998; FERNÁNDEZ et al., 2004), que pode ser desencadeada por diversas causas, tais como: aumento das necessidades (crescimento, gestação), excesso de perda (hemorragia digestiva e menstruação), máabsorção de ferro da alimentação e dieta deficiente de ferro (status econômico e étnico), causas estas que determinam o balanço negativo do ferro (BAIN, 1997; GIBSON; HEATH; FERGUSON, 2002; LORENZI et al., 2003). Doações repetidas, especialmente associadas com algum destes fatores podem desencadear ou exacerbar a deficiência de Mestrado Michel Alves da Silva 7 Introdução e Justificativa ferro e a anemia (TARDTONG et al., 2000; CANÇADO et al., 2001). A ferrodeficiência, se não tratada, pode levar a deficiência das funções cognitivas e emotivas, do desenvolvimento mental e da linguagem, da capacidade de aprendizagem, da coordenação motora, da atividade física, da função gastrintestinal e da resposta imune (MORAES-SOUZA et al., 1982; VICTORIA PERALTA; TORRÉS SPEZIALE, 1993; ALIENDRES, 1999; CALERO et al., 1999; SOGLIA; ABREU; BARCELOS, 2001; GARCIA CASAL, 2005). Está ainda associada às alterações em muitos processos metabólicos que afetam o funcionamento cerebral, como no transporte de elétrons pela mitocôndria, na síntese e degradação de neurotransmissores e na síntese de proteínas (BEARD, 1999). Vários trabalhos relatam que a anemia acomete cerca de 30,0% da população de países em desenvolvimento e que sua principal etiologia é a deficiência de ferro. Mas, segundo Marx (1997), grupos específicos da população de países desenvolvidos continuam em perigo, dentre eles: crianças, adolescentes, mulheres grávidas, idosos, doadores de sangue, vegetarianos, atletas de resistência e migrantes. Para controlar a anemia, os autores propõem o desenvolvimento do sistema primário de saúde e de programas para triagem populacional (SZARFARC, 1990; VICTORIA PERALTA; TERRÉS SPEZIALE, 1993; SZARFARC; SOUZA, 1997; CALERO et al., 1999; MOREIRA-ARAÚJO, 2000; BEINNER; LAMOUNIER, 2003; LORENZI et al., 2003; SOUZA; BATISTA FILHO, 2003; COMPRI, 2004; BUYS et al., 2005; COUTINHO; GOLONI-BERTOLLO; BERTELLI, 2005). Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 8 Nos EUA, a deficiência de ferro afeta 1% a 4% dos homens e 6% a 11% das mulheres e cerca de 2% dos homens e 4% das mulheres têm anemia ferropriva. No Brasil, estima-se que a deficiência de ferro acometa cerca de 20% da população feminina e 5% da população masculina, sendo que essas percentagens tendem a ser maiores nas regiões mais pobres como Norte e Nordeste (CANÇADO et al., 2001). Diante da elevada prevalência de anemia no mundo e o seu efeito deletério na saúde e nos estoques de sangue dos Hemocentros, pesquisadores se propuseram a investigar a sua etiologia e propor instrumentos para melhor diagnosticar, orientar e tratar e, desta forma, contribuir para a redução de sua incidência, diminuição dos descartes de bolsas de sangue e na melhora da qualidade de vida destes indivíduos. Milman; Kirchhoff (1991), estudaram o impacto geral da doação de sangue sobre os estoques de ferro em 1.433 homens, dos quais 27% eram doadores de sangue e 73% não doadores. Verificaram que os doadores tiveram níveis mais baixos de ferritina comparados aos não doadores e a anemia ferropriva esteve presente em 0,26% dos doadores e 0,10% dos não doadores. Em outro trabalho, Milman; Clausen; Byg (1998), encontraram que a prevalência da deficiência de ferro e anemia ferropriva em 268 mulheres, menstruando, saudáveis e não grávidas foi de 9,7% e 2,2%, respectivamente. Em estudos mais recentes, Milman et al. (1999) e Milman; Byg; Ovesen (2000), observaram que os doadores de sangue apresentaram níveis mais baixos de ferritina do que os não doadores e que o nível de ferritina em doadores foi inversamente correlacionado com o número acumulado de doações. Mestrado Michel Alves da Silva 9 Introdução e Justificativa Piedras et al. (1993), analisaram os níveis de ferro de um grupo de doadores do Centro Nacional de Transfusão Sanguínea do México e encontraram deficiência de ferro em 23% das 296 doadoras do sexo feminino e em 1,1% dos 635 doadores masculinos. Em outro trabalho, Simon; Gary; Hooper (1981), acharam uma incidência de deficiência de ferro de 34 e 24% em mulheres e homens, respectivamente. Hermosa et al. (1990), realizaram um estudo no Hospital Universitário Marques de Valdecilla, Espanha, onde a anemia por deficiência de ferro é a principal causa de inaptidão. Observaram que 9,5% das mulheres doadoras analisadas tinham ferrodeficiência. No Centro de Transfusão de Sangue de Yazd, Irã, a anemia ferropriva é também um fator de limitação importante para o número de doações em doadores regulares. Os autores verificaram que a prevalência da deficiência de ferro foi de 78% no sexo feminino e 28% no masculino e que, respectivamente, 55,6% e 16% destes doadores apresentaram anemia ferropriva. Observaram que bastou apenas uma doação para ocorrer aumento significativo na prevalência da deficiência de ferro em mulheres, enquanto que tal achado foi encontrado somente em doadores masculinos regulares (JAVADZADEH SHAHSHAHANI; ATTAR; TAHER YAVARI, 2005). Hernández Lamas et al. (1994), relataram que a deficiência de ferro é claramente observada em homens depois da primeira doação e é mais intensa nas mulheres, como conseqüência de suas menores reservas de ferro. Guillemin; Vigneron; Streff (1992), encontraram que o aumento da freqüência de doações de sangue esta ligada a uma Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 10 diminuição dos estoques de ferro e constataram que 64% dos doadores de sangue regulares estudados, tinham deficiência de ferro latente. Cançado et al. (2001), realizaram investigações em 300 doadores do Hemocentro da Santa Casa de São Paulo e evidenciaram a deficiência de ferro em 11% dos doadores, com prevalência de 5,5% entre os homens e 31,7% nas mulheres. Para as mulheres, 18,5% das primodoadoras e 41,5% das multidoadoras, apresentaram deficiência de ferro. Entre os homens, estes índices foram 0 e 7,6%, respectivamente. Nadarajan; Eow (2002), encontraram que 7,4% dos primodoadores e 17,4% dos multidoadores, tinham ferrodeficiência. Boulton et al. (2000), observaram que 8% dos homens e 36% das mulheres tiveram redução dos depósitos de ferro depois de cinco doações em um ano. Romero et al. (1989), estudaram doadores de primeira vez e encontraram deficiência de ferro em 1,8% dos homens e 9,4% das mulheres e a anemia foi observada em 7,6% das deficiências de ferro. Em outros estudos, também foram demonstrados que as reservas de ferro do corpo geralmente são pequenas e a falta de ferro é mais freqüente em doadores de sangue do que em não doadores (MILMAN; SONDERGARD, 1984; AGHA; KHAN, 1989). Entretanto, Passos (2003), ao analisar a variável anemia relacionada à doação, encontrou maior prevalência desta em primodoadores (7,9%) do que em doadores de repetição (2,2%). Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 11 Nós realizamos um estudo amostral com 100 candidatos à doação no HRU inaptos por anemia no ano de 2003 e observamos que a anemia ocorreu, na maioria das vezes, em candidatos na sua primeira tentativa de doar (75%) e destes, 8% eram homens e 92% mulheres. Esses dados reforçam a necessidade de investigar a causa da anemia em candidatos a doador de sangue em nosso meio, visto que apesar de assintomáticos, muitos já chegam anêmicos ao serviço. 1.3 - HEMOGLOBINOPATIAS As hemoglobinopatias são um grupo heterogêneo de distúrbios herdados recessivamente que incluem as talassemias e as hemoglobinas variantes (EVANS M., 2003). As mutações que as originam são específicas de algumas regiões do globo e em muitos casos determinadas por características étnicas e geográficas, fundamentando os programas de controle destas alterações e o aconselhamento genético. O diagnóstico das alterações de hemoglobinas envolve cuidados com a metodologia aplicada e o grupo populacional que será avaliado. A informação sobre o tipo de hemoglobina alterada e os suportes clínicos, psicológicos e genéticos ao portador e seus familiares é de grande importância para o sucesso de programas preventivos nesta área (ORLANDO et al., 2000). Estima-se que 12 a 15% da população é portadora de uma ou mais formas de hemoglobinas anormais (DUCATTI, 2001). Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 12 1.3.1 - Talassemias e Hemoglobinas Variantes As talassemias são desordens congênitas, hemolíticas, que se caracterizam pelo defeito na síntese de uma ou mais cadeias polipeptídicas da hemoglobina (NAOUM, 1987). Dentre as talassemias, a talassemia beta é a mais heterogênea (com aproximadamente 140 subtipos diferentes) e se destaca pelos graus de morbidade e mortalidade causadas em conseqüências da intensidade do quadro hemolítico/anêmico (NAOUM, 1997; NAOUM; NAOUM, 2004). Esta patologia se deve a uma diminuição quantitativa da síntese de globinas beta que em conseqüência da síntese normal de globinas alfa, leva ao acúmulo desta última nos eritrócitos durante a eritropoese, causando agregação e precipitação. Estes precipitados, formados em quantidades variáveis, danificam a membrana e destroem prematuramente essas células, provocando a anemia (NAOUM; NAOUM, 2004). Laboratorialmente, as formas de talassemia beta heterozigótica caracterizam-se pelo aumento de HbA 2 , aumento da resistência osmótica, aumento (compensatório) do número de eritrócitos, diminuição da hemoglobina corpuscular média (HCM) e do volume corpuscular médio (VCM), elevação discreta da bilirrubina indireta e alterações morfológicas dos eritrócitos (microcitose e hipocromia). A Hb Fetal pode estar normal ou discretamente aumentada (NAOUM; NAOUM, 2004). A talassemia beta está amplamente distribuída por todos os continentes, com significativa prevalência na Itália, Chipre, Grécia e países do Oriente Médio, locais em que a prevalência do gene beta talassêmico varia de 2 a 30% (NAOUM; NAOUM, 2004). Em Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 13 algumas partes da Índia, da Tailândia e do Sudeste da Ásia, a prevalência da talassemia beta menor varia de 5 a 10% (BAIN, 1997). Na Península Ibérica, a distribuição é heterogênea, variando a freqüência na população de 0,5 a 2%. Estima-se em mais de quatro milhões o número de heterozigotos no sul da Europa e por volta de 200.000 em Portugal e Espanha (ZAGO; FALCÃO; PASQUINI, 2001). A distribuição na América Latina e no Caribe é também bastante heterogênea, sendo os valores de 1 a 2% os mais freqüentemente obtidos na busca de detecção de heterozigotos (ZAGO; FALCÃO; PASQUINI, 2001). Nos negros americanos a prevalência é de 0,5% (BAIN, 1997). No Brasil, a talassemia beta menor oscila entre 0,5 e 1,5% (NAOUM; NAOUM, 2004). No entanto, Ramalho; Magna; Paiva-e-Silva (2003), relatam que nas regiões brasileiras do Sul e Sudeste, a sua prevalência está em torno de 1 a 6% dos eurodescendentes. Um outro grupo de talassemia é a talassemia alfa, que resulta de um defeito bioquímico que provoca a deficiência da síntese de cadeias globínicas alfa e alta concentração de cadeia beta; levando a formação de tetrâmeros de cadeia beta, responsável pela anemia hemolítica. As principais manifestações clínicas decorrentes da talassemia alfa são a doença de HbH e a hidropisia fetal (RIBEIRO; ARAUJO, 1992; ALVARES FILHO et al., 1996; BERNARD et al., 2000). Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 14 A doença da Hb H é relativamente comum na Tailândia e Grécia. Casos isolados têm sido relatados em chineses, filipinos e malaios, confirmando que esta hemoglobina é freqüente no Extremo Oriente; no Oriente Próximo são relatados casos de Cipriota-gregos e Árabe-jordanianos. Itália, Espanha, Canadá, Indonésia e outros países são citados por terem apresentado casos de indivíduos portadores desta anomalia; no Brasil, foram publicados relatos de Hb H em famílias de origens italiana, chinesa e negra (RIBEIRO; ARAUJO, 1992). Segundo Naoum; Naoum (2004), no Brasil, a prevalência de talassemia alfa caracterizada pelo portador silencioso está em torno de 10 a 20% e o traço alfa talassêmico de 1 a 3%. Castilho et al. (1987), analisaram amostras de 195 pacientes com anemia sem causa definida e 205 de indivíduos aparentemente sadios, diagnosticaram talassemia em 15,9% e 3,9% dos respectivos grupos. Tomé-Alves et al. (2000), analisaram 1.002 amostras de pacientes anêmicos, destes, 1,69% tinham alfa talassemia associada à Hb AS. Sugeriram que os laboratórios de rotina, realizem a pesquisa de alfa talassemia entre os portadores de hemoglobina AS com presença de anemia, para que se estabeleça o perfil hematológico do paciente e/ou doador. Leoneli et al. (2000), relataram que apesar da melhoria técnica oferecida atualmente e a constante formação de recursos humanos capacitados, as talassemias em sua forma heterozigótica são responsáveis pela maior dificuldade diagnóstica, seguido da caracterização de variantes raras e de formas interativas de hemoglobinopatias. Propuseram o aumento da capacidade de formação de pessoal e de informações a respeito Mestrado Michel Alves da Silva 15 Introdução e Justificativa destas alterações genéticas em nossa população. Entre as hemoglobinas variantes, a HbS se destaca por sua elevada prevalência nos países africanos e as altas freqüências nas populações negras e suas descendências distribuídas por todos os continentes (NAOUM, 1997). Segue-se a HbAC, a segunda mais prevalente após a HbAS na população brasileira, variando entre 0,3 a 1,0% (BONINIDOMINGOS et al., 2003; NAOUM; NAOUM, 2004). A prevalência média de HbAS na população negra de Costa Rica, Guatemala e Panamá é de 11%, 18% e 20%, respectivamente (NAOUM, 1997). Em Cuba, a freqüência de HbAS e HbAC variam entre 3 e 7%, e a expectativa de nascimento anual de crianças com doença falciforme é cerca de 100 casos novos. Esse reduzido número de nascimento se deve aos programas de prevenção em gestantes (com aproximadamente 160 mil análises eletroforéticas de Hb por ano) e a identificação e orientação dos casais de risco (NAOUM, 1997). No Brasil, existem aproximadamente 10 milhões de indivíduos heterozigotos para os genes da hemoglobina S, da hemoglobina C e da talassemia beta. A prevalência média de Hb AS é de 2%, valor que sobe à cerca de 6-10% entre afro-descendentes. A prevalência de Hb AC também é significativa entre estes últimos, com valores entre 1 e 3% (RAMALHO; MAGNA; PAIVA-E-SILVA, 2003; BACKES et al., 2005). Mestrado Michel Alves da Silva 16 Introdução e Justificativa Em geral, indivíduos heterozigóticos desconhecem o fato de serem portadores assintomáticos (HbAS, HbAC) ou oligossintomáticos (talassemia beta heterozigótica) e, por isso, facilitam a propagação desses genes anômalos e a sua interação com outras hemoglobinas variantes, enzimopatias e esferocitose (ZAGO, 1986; BACKES et al., 2005). Diante da gravidade clínica dos portadores homozigóticos e da necessidade do conhecimento da prevalência das hemoglobinopatias por região para a inserção e eficácia de programas de triagem populacional, pesquisadores se propuseram a estudá-la, inclusive em doadores de sangue (ACEDO et al., 2002; LISOT; SILLA, 2004). Casado et al. (1997), encontraram traço talassêmico em 0,9% dos doadores analisados. Estudo realizado no sul do Brasil por Lisot; Silla (2004), verificaram que em 608 doadores, 0,99% tinham Hb AS, 0,16% Hb AC e 0,66% heterozigose para alfa talassemia. A detecção dos portadores destas alterações genéticas é de importância para a saúde pública, pois representam fonte de novos heterozigotos e de possíveis homozigotos (VIANA-BARACIOLI et al., 2001). O diagnóstico precoce da hemoglobinopatia em doadores de sangue contribui para a seletividade e qualidade do sangue a ser doado. Mestrado Michel Alves da Silva Introdução e Justificativa 17 1.4 – ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA A anemia causada por doenças crônicas, possui uma etiopatogênese complexa e em certos casos é muito semelhante à anemia ferropriva e a talassemia beta, pois se apresenta não raramente com microcitose e hipocromia. Segundo Rapaport (1978), o paciente com processo inflamatório crônico ou doença maligna, desenvolve uma anemia moderada e persistente, que não responde a hematínicos e se abranda somente quando a doença de base melhora. Em pacientes com anemia causada por uma variedade de desordens crônicas, podemos encontrar deficiência de ferro absoluta, relativa ou funcional (BRAUN, 1999). A ocorrência deste tipo de anemia em doadores de sangue é pequena, uma vez que o doador deve ser, em princípio, um indivíduo ígido, assintomático, condições estas que devem sempre ser pesquisada na triagem clínica pré-doação. A etiologia da anemia em doadores de sangue deve ser melhor conhecida pelos serviços de hemoterapia, com o objetivo de se buscar mecanismos mais eficazes de combatê-las e, sobretudo, de proteger a saúde dos nossos doadores de sangue, estes abnegados anônimos que garantem anualmente a sobrevivência de milhões de pacientes em todo o mundo. Mestrado Michel Alves da Silva 2.0 HIPÓTESE 19 Hipótese 2.0 HIPÓTESE O doador fidelizado (múltiplas doações) é mais predisposto a desenvolver anemia ferropriva. Mestrado Michel Alves da Silva 3.0 OBJETIVOS 21 Objetivos 3.0 OBJETIVOS 3.1 - Objetivo Geral: Verificar, prospectivamente, a prevalência e a etiologia da anemia em candidatos e em doadores de sangue do Hemocentro Regional de Uberaba. 3.2 - Objetivos Específicos: 1. Comparar a dosagem manual da hemoglobina, obtida em amostra de punção digital, com aquela obtida por punção venosa e dosada em aparelho de automação; 2. Avaliar a ocorrência e a etiologia da anemia segundo o gênero; 3. Analisar possíveis influências de variáveis sócio-econômicas sobre a ferrodeficiência em doadores de sangue; 4. Verificar associação entre anemia e ferrodeficiência com o gênero e número de doações. Mestrado Michel Alves da Silva 4.0 MATERIAL E MÉTODOS 23 Material e Métodos 4.0 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 - MATERIAL 4.1.1 – Aspectos Éticos e Normas Técnicas O presente trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, recebendo parecer favorável, aprovado em reunião deste Comitê no dia 05 de março de 2004, sob o protocolo de número 453 (anexo 1). As referências foram redigidas conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de 2002 (ABNT, 2002a; ABNT, 2002b). 4.1.2 - Pacientes e Controles Foram analisados doadores e candidatos a doador de sangue inaptos por anemia e um grupo controle (doadores sem anemia) do Hemocentro Regional de Uberaba, no período de março a abril de 2004 e de agosto de 2005 a março de 2006, perfazendo um total de 10 meses. Como controle foi selecionado o doador subseqüente ao inapto, apto para a doação. Mestrado Michel Alves da Silva 24 Material e Métodos Os valores de hemoglobina que inabilita o doador são: < 12,5g/dL para as mulheres e < 13,0 g/dL para os homens (ANVISA, 2004a). 4.1.3 - Coleta das amostras Após o consentimento informado e assinado (anexos 2 e 3), inaptos e controles foram submetidos a uma entrevista para avaliação do perfil sócio-econômico (anexo 4) e à coleta de sangue por punção venosa periférica em três tubos (2 com EDTA e 1 sem anticoagulante). Nos doadores aptos, a coleta foi realizada ao término da doação. Duas amostras (com EDTA e sem anticoagulante) foram encaminhadas para o laboratório do Hospital Escola (HE) e a outra amostra com EDTA, para o laboratório de hemoglobinopatias do HRU. Os aptos e inaptos, retornaram, conforme agendamento prévio, para a entrega de cópia dos resultados dos exames realizados, sendo que os últimos foram encaminhados para consulta médica no ambulatório de Hematologia. Mestrado Michel Alves da Silva Material e Métodos 25 4.2 - MÉTODOS 4.2.1 – Exames 4.2.1.1 - Dosagem de Hb da polpa digital durante a triagem hematológica prédoação A dosagem da Hb na triagem hematológica, que identificou o indivíduo como apto ou inapto para doação de sangue, foi feita pelo método da cianometemoglobina, processada pelos reagentes do Laboratório Bioclin®. Retirava-se 10μL de sangue total da polpa digital do dedo indicador (preferencialmente) e diluia-o em solução contendo 2,5 mL de reagente de trabalho. O reagente de trabalho era obtido diluindo o reagente de cor, constituído de tampão fosfato, ferricianeto de potássio, cianeto de potássio e surfactante, em um litro de água destilada ou deionizada. Após calibrar o espectrofotômetro, zerando-o com reagente de trabalho, era feita a leitura da solução no espectrofotômetro em comprimento de onda de 540 nm. A concentração de hemoglobina (em g/dL) era obtida multiplicando-se o valor da absorbância da amostra do doador com o fator de calibração. O Fator de Calibração foi obtido através de uma amostra de 10μL de hemoglobina padrão, diluída a 2,5 mL de reagente de trabalho. A solução era homogenizada e procediase à leitura em espectrofotômetro calibrado com o reagente de trabalho em comprimento de onda de 540 nm. Repetia-se este procedimento por três vezes. O Fator de Calibração era obtido dividindo-se a concentração de Hb da amostra padrão pelo valor da média da absorbância do padrão. Mestrado Michel Alves da Silva 26 Material e Métodos 4.2.1.2 - Hemograma Os valores de hemoglobina, hematócrito, VCM, HCM, CHCM, número global de hemácias e leucócitos foram determinados por método automático, em equipamento modelo Coulter T – 890 (Flórida – USA). O aparelho dosou a hemoglobina pelo método da cianometemoglobina (anexo 5). 4.2.1.3 - Ferritina A determinação quantitativa da ferritina no soro foi realizada utilizando equipamento modelo Immulite Cobas Integra. O teste automatizado baseia-se no princípio da aglutinação imunológica, com intensificação da reação por látex. O precipitado foi determinado turbidimetricamente a 552 nm. Os valores normais para ferritina neste método foram de 12 a 120 ng/dL para mulheres e de 20 a 300 ng/dL para homens. Mestrado Michel Alves da Silva Material e Métodos 27 4.2.1.4 - Eletroforese Qualitativa de Hb em pH Básico Esse método identifica as hemoglobinas normais e grande parte das variantes (NAOUM, 1997). No preparo do hemolisado, retirava-se da amostra coletada com anticoagulante 50 μL de sangue total. A este sangue era adicionada 1 gota de saponina a 1% e agitava a suspensão por 5 minutos. Concomitantemente, era embebida a fita de acetado celulose por 15 minutos em soluça tampão Tris-EDTA-borato (TEB), pH 8,4. As fitas eram secadas entre duas folhas de papel absorvente, colocadas na cuba de eletroforese e conectadas aos compartimentos eletrolíticos por meio de duplo papel de filtro. Com um microaplicador, aplicava-se o hemolisado na porção média da fita de acetato de celulose e em seguida colocava-o para migrar em cuba de eletroforese, sob tensão de 300V durante 15 a 20 minutos. Em cada fita, antes da corrida, era aplicada também uma amostra controle (HbAS). Após, a fita era retirada e submetida à coloração pelo corante Ponceau S durante 5 minutos e posteriormente descorada em ácido acético a 5% por 30 minutos (MARENGOROWE, 1965). Para a identificação do perfil eletroforético, seguiu-se um mapa de migração de hemoglobinopatias, conforme anexo 6. 4.2.1.5 - Eletroforese Qualitativa de Hb em pH Ácido A eletroforese em gel de ágar-fosfato, pH 6,2, é específica para diferenciar alguns tipos de hemoglobinas mais lentas que a HbA 1 , como por exemplo: a HbS da Hb D e HbC da HbE, que em eletroforese alcalina migram em posições similares, dificultando a caracterização. Por essa técnica as HbS e HbC separam-se da HbA 1 , enquanto as HbD e HbE migram na mesma posição da HbA 1 (NAOUM, 1997). Mestrado Michel Alves da Silva Material e Métodos 28 Em seu preparo, colocava-se 200 mg de ágar no erlenmayer e dissolvia-o em 20 mL da solução tampão fosfato, pH 6,2. Em seguida, levava-o ao fogo e agitava-o rotatoriamente a cada 10 segundos, até completar a dissolução do ágar. Imediatamente, pipetava 3,5 mL do gel liquefeito em cada lâmina. Deixava de 10 a 15 minutos em repouso e em seguida aplicava as amostras (solução de hemoglobina ou hemolisado com saponina) na porção média da lâmina, utilizando um pedaço de lamínula ou de lâmina de barbear (tipo Gillette), molhado em sua extremidade com a amostra a ser analisada. Para cada lâmina, aplicava-se também uma amostra controle (HbA 1 ). A aplicação se fazia introduzindo verticalmente o aplicador no gel, tendo o cuidado de não atingir o fundo da lâmina. Em seguida, colocava a lâmina na cuba de eletroforese e conectava suas extremidades com os respectivos compartimentos eletrolíticos por meio de “pontes” realizadas com papel de filtro. Passava-se 100 a 150 volts por 40 a 30 minutos, respectivamente. Após leitura inicial, sem corar, a lâmina era removida e corada com Ponceau S (ou outro corante de proteínas) por 20 minutos e finalmente descorada em ácido acético a 5% (NAOUM, 1987). Para a leitura do traçado eletroforético, seguiu-se o mapa de hemoglobinopatias, conforme anexo 6. 4.2.1.6 - Eletroforese Quantitativa para HbA 2 O hemolisado era preparado retirando-se 3 mL da amostra de sangue total colhida em EDTA e transferindo-a a um tubo de 10 mL. A amostra era lavada por 3 vezes em soro fisiológico (0,85%) a 3.000 rpm durante 5 minutos em cada centrifugação. Na última lavagem, o sobrenadante era desprezado e ao volume de eritrócitos lavados, adicionava-se Mestrado Michel Alves da Silva 29 Material e Métodos outro de água destilada. Após agitação, adicionava-se igual volume de clorofórmio ao do hemolisado formado. Em seguida, agitava o tubo vigorosamente e o centrifugava a 2.000 rpm por 15 minutos. A solução de hemoglobina sobrenadante era retirada e transferida para um tubo com identificação da amostra, sendo posteriormente utilizada na dosagem de HbA 2 (NAOUM, 1987). Para a dosagem da HbA 2 , uma fita de celogel era embebida em solução tampão (pH 8,4-8,6) por 10 minutos, secada em papel absorvente e colocada na cuba de eletroforese, conectando-a com os compartimentos eletrolíticos por meio de pontes de papel de filtro. Em seguida, adicionava-se 10 μL da solução de hemoglobina do paciente. Após secar, a cuba de eletroforese era ligada por 20 minutos a 300 volts. Após o fracionamento e sem prévia coloração, eram recortadas as bandas e eluídas em tubos contendo água destilada na quantidade de 3 mL (para HbA 2 ), tubo HbA 2 e 15 mL (para as outras hemoglobinas: HbA 1 , HbS, HbF e etc.), tubo HbA 1 . A eluição processava-se por 2 horas à temperatura ambiente, com agitação a cada 15 minutos. Em seguida, eram feitas as leituras das densidades ópticas (DO) num espectrofotômetro de comprimento de onda de 415 nm. Calibrava-se o espectrofotômetro com água destilada (NAOUM, 1997). O cálculo da percentagem de HbA 2 foi realizado através da seguinte equação: % Hb A 2 = DO Hb A 2 X 100 DO Hb A 1 X 5 + DO Hb A 2 Foram considerados normais os valores de HbA 2 entre dois e 3,5%. Mestrado Michel Alves da Silva 30 Material e Métodos 4.2.2 – Análise Estatística Os dados obtidos foram tabulados em planilha eletrônica no software Excel®. e a análise estatística foi feita no programa computadorizado STATISTICA 6.0®. Inicialmente os dados foram submetidos a uma análise estatística descritiva a partir de freqüências absolutas e percentuais para as variáveis categóricas e medidas descritivas como média, mediana, desvio padrão, valores mínimos e máximos para as variáveis numéricas. Tanto no sexo masculino quanto no feminino para definir os grupos (controle e anêmico) foi aplicada inicialmente uma análise comparativa do nível de ferritina entre os grupos iniciais (Masculino: GI: Hb manual e automatizada baixo; GII: Hb manual baixo e Hb automatizada normal e GIII: Hb manual e automatizada normal; Feminino: GI: Hb manual e automatizada baixo; GII: Hb manual baixo e Hb automatizada normal e GIII: Hb manual e automatizada normal; GIV: Hb manual normal e Hb automatizada baixa) a partir de uma análise de variância paramétrica (ANOVA-F) seguido do teste de Tukey caso a normalidade e homogeneidade dos dados fossem satisfeitas e Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn em caso contrário e também o teste do qui-quadrado para verificar em qual dos grupos (GI, GII, GIII e GIV) a ferrodeficiência está mais associada. Para verificar a relação entre variáveis categóricas, foi utilizado teste qui-quadrado ou exato de Fisher e teste de Mc Nemar para verificar a concordância entre os testes de Hb pré-doação e pósdoação. O teste t-Student (caso dados normal) ou o Mann-Whitney (caso contrário) foram empregados para comparar as variáveis numéricas de interesse entre os grupos (anêmico e controle). Uma análise a partir do coeficiente de correlação linear e equação de regressão linear foram utilizadas para verificar se o número de doações apresenta alguma relação nos níveis de ferritina. O teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e de homogeneidade de Bartlet foram considerados. O nível de significância para todos os testes foi de 5%. Mestrado Michel Alves da Silva 5.0 RESULTADOS 32 Resultados 5.0 RESULTADOS 5.1 – Hemoglobina Manual versus Hemoglobina Automática. Observamos evidente discrepância entre os níveis de hemoglobina pelos métodos manual e automatizado, quanto à categorização dos doadores em apto ou inapto por anemia, sendo que para o sexo masculino, tal discrepância foi altamente significante (p=0,0009) (tabelas 1 e 2; figuras 1 e 2). Diante de tais achados, decidimos por correlacionar os resultados das duas técnicas aos níveis de ferritina. Para tanto, distribuímos os doadores do sexo masculino e feminino, separadamente, em grupos de GI a GIV. O GI constituiu-se de doadores com níveis baixos de Hb manual e automatizada, o GII de doadores com Hb manual baixa e automatizada normal, o GIII de doadores com níveis normais de Hb manual e automatizada e o GIV formado por doadores com valores normais de Hb manual e baixo de Hb automatizada (tabelas 1 e 2; figuras 3 e 4; anexos 7 a 14). Mestrado Michel Alves da Silva Resultados 33 No sexo masculino, após análise comparativa dos níveis de ferritina (ng/dL) e da distribuição de doadores com ferrodeficiência em relação aos grupos, verificamos que o grupo GII está estatisticamente mais próximo do grupo GIII do que do grupo GI. Portanto, nas análises subseqüentes, consideraremos os grupos GII e GIII como sendo um único grupo, chamado de grupo controle e o GI, será considerado grupo anêmico. Não foi identificado nenhum doador no grupo GIV (tabela 1; figura 3; anexos 7 a 10). Para o sexo feminino, verificamos que o grupo GII está mais próximo do grupo GIII do que do grupo GI, quanto ao grupo GIV, observamos que os níveis de ferritina se encontrava mais próximo do grupo GI, enquanto que a proporção de ferrodeficiência mais próximo do grupo GIII. Portanto, nas análises subseqüentes, consideraremos o grupo GI como o grupo de pacientes anêmicos, os grupos GII e GIII como sendo um único grupo, chamado de grupo controle e o GIV foi desconsiderado da análise por não apresentar correlação com os demais grupos (tabela 2; figura 4; anexos 11 a 14). Mestrado Michel Alves da Silva 34 Resultados Tabela 1 - Comportamento dos 54 doadores de sangue do sexo masculino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática. Hb automatizada Normal Baixo Total Hb manual Normal n % n % N % 33 100,0 0 0 33 100,0 38,09 21 100,0 14,92 54 100,0 GIII 13 Baixo GIV 61,91 8 GII 46 Total GI 85,18 8 (χ2 McNemar =11,08; p=0,0009) APTO INAPTO 98,96 90,40 100,0 80,0 60,0 % 40,0 20,0 9,60 1,04 0,0 MASCULINO FEMININO SEXO (χ2 McNemar =11,08; p=0,0009) Figura 1 – Comportamento dos 54 doadores de sangue do sexo masculino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática. Mestrado Michel Alves da Silva 35 Resultados Tabela 2 - Comportamento dos 146 doadores de sangue do sexo feminino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática. Hb automatizada Normal Baixo Total Hb manual Normal n % n % N % 55 78,57 15 21,43 70 100,0 68,42 76 100,0 44,89 146 100,0 GIII 24 Baixo GIV 31,58 52 GII 79 Total GI 54,11 67 (χ2 McNemar =1,64; p=0,20) Normal Baixo 100 100 80 61,9 60 38,1 % 40 20 0 0 Hb manual normal Hb manual baixa (χ2 McNemar =1,64; p=0,20) Figura 2 - Comportamento dos 146 doadores de sangue do sexo feminino, normais ou anêmicos pela técnica manual, quando avaliados pela técnica automática. Mestrado Michel Alves da Silva 36 Resultados 400 350 300 Ferritina (ng/dL) 250 200 150 100 50 0 -50 GI GII GIII Mediana 25%-75% Min-Max Grupo Teste Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn: (GIxGII:p=0,06; GIxGIII:p=0,0012; GIIxGIII:p=0,21) Figura 3 - Comportamento da ferritina (ng/dL) segundo os grupos no sexo masculino. Mestrado Michel Alves da Silva 37 Resultados 180 160 140 Ferritina (ng/dL) 120 100 80 60 40 20 0 -20 GI GII GIII GIV Mediana 25%-75% Min-Max Grupo Teste Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn: (GIxGII:p=0,012; GIxGIII:p=0,0005; GIxGIV:p=0,91; GIIxGIII:p=0,81; GIIxGIV;p=0,54; GIIIxGIV:p=0,37) Figura 4 - Comportamento da ferritina (ng/dL) segundo os grupos no sexo feminino. Mestrado Michel Alves da Silva 38 Resultados Portanto, dos 185 doadores considerados após a análise, 60 (32,4%) eram anêmicos e 125 (67,6%) controles. Dentre as 131 mulheres, 52 (39,7%) eram anêmicas, enquanto que no sexo masculino, observamos que oito dos 54 (14,8%) eram anêmicos. Verificamos que a anemia está significativamente associada ao sexo feminino (p=0,001) (figura 5). ANÊMICO CONTROLE 85,2 100 80 % 60,3 60 40 39,7 14,8 20 0 MASCULINO FEMININO GÊNERO (χ2=10,8; p=0,001) Figura 5 - Distribuição dos 185 doadores estudados segundo o sexo e os grupos anêmico e controle. Mestrado Michel Alves da Silva 39 Resultados Observamos que as diferenças entre as médias das hemoglobinas obtidas pelas duas técnicas nos diferentes grupos e gêneros variaram de 0,17 g/dL a 0,59 g/dL, sendo que a diferença global foi de 0,43 g/dL (tabela 3). Tabela 3 - Distribuição das médias das dosagens de Hb e respectivas diferenças pelos métodos normal e automático, segundo os grupos anêmico e controle e o gênero. Homens Mulheres Total Grupos Anêmico Hb man. Hb aut. Hb man. Hb aut. Hb man. Hb aut. 11,87 11,63 11,41 11,62 11,48 11,65 (0,24) Controle 14,13 (0,24) 14,72 12,80 (0,59) Total 13,80 Mestrado 13,33 13,29 (0,53) 14,26 (0,46) (0,17) 12,25 (0,55) 13,66 (0,41) 13,84 12,70 13,13 (0,43) Michel Alves da Silva 40 Resultados 5.2 – Ocorrência e Etiologia. No período de estudo, 13.480 doadores submeteram-se à triagem hematológica no HRU e destes, 473 (3,5%) eram anêmicos, sendo que, 78,85% eram do sexo feminino. A prevalência quanto ao gênero foi de 1,04% para os homens e 9,6% para as mulheres. Verificou-se que a inaptidão para doação por anemia esteve significativamente associada ao sexo feminino (p<0,0001) (tabela 4, figura 6). Tabela 4 - Distribuição total de doadores aptos e inaptos por anemia que compareceram ao HRU durante a realização do referido estudo, segundo o gênero. Característica dos Doadores Gênero Masculino Aptos Inaptos por anemia n % n % n % 9.505 98,96 100 1,04 9.605 100,00 (73,07%) Feminino 3.502 (21,14 %) 90,40 (26,93%) Total Total 13.007 (100,0%) 373 (71,25%) 9,60 (78,86 %) 96,50 473 (100,0%) 3.875 100,00 (28,75%) 3,50 13.480 100,00 (100,0%) (χ2=598,46; p<0,0001) Mestrado Michel Alves da Silva 41 Resultados APTO 98,96 INAPTO 90,40 100,0 80,0 % 60,0 40,0 20,0 0,0 9,60 1,04 MASCULINO FEMININO GÊNERO (χ2=598,46; p<0,0001) Figura 6 - Distribuição dos doadores aptos e inaptos por anemia que compareceram ao HRU durante a realização do referido estudo segundo o gênero. A percentagem de ferrodeficiência mostrou-se significativamente superior entre os doadores anêmicos (p<0,0001) (figura 7). Quanto ao gênero, a deficiência de ferro, apesar de estatisticamente não significante, foi mais prevalente entre os homens (p=0,42) (figura 8; anexos 10 e 14). Mestrado Michel Alves da Silva 42 Resultados normal ferrodeficiente 89,4 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 % 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 56,1 43,9 10,6 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=25,9; p<0,0001) Figura 7 – Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto ao índice de ferrodeficiência. ferrodeficiente 100,0 normal 80,5 75,0 80,0 60,0 % 40,0 25,0 19,5 20,0 0,0 MASCULINO FEMININO GÊNERO (χ2=0,66; p=0,42) Figura 8 – Ocorrência de ferrodeficiência quanto ao gênero. Mestrado Michel Alves da Silva 43 Resultados O perfil eletroforético evidenciou uma ocorrência de HbA 2 elevada de 10,27%, HbA 1 S de 1,62%% e HbA 1 S combinado a HbA 2 elevada de 0,54% (tabela 5). Quando analisados apenas a ocorrência de HbA 1 S, observamos que esta esteve significativamente associada ao grupo anêmico (p=0,01) (tabela 6). Tabela 5 – Perfil eletroforético e dosagem de HbA 2 dos doadores anêmico e controle. Grupos Hb Anêmico Controle Total n % n % n % (A 1 ) (A 2 normal) 49 81,7 113 90,4 162 87,57 (A 1 ) (A 2 elevada) 7 11,6 12 9,6 19 10,27 (A 1 S) (A 2 normal) 3 5,0 0 0,0 3 1,62 (A 1 S) (A 2 elevada) 1 1,7 0 0,0 1 0,54 Total 60 100,0 125 100,0 185 100,0 Tabela 6 - Distribuição das hemoglobinas A 1 A 1 e A 1 S nos dois grupos de doadores. Anêmicos Hb Controles n % n % A1A1 56 93,3 125 100,0 A1S 4 6,7 0 0,0 Total 60 100,0 125 100,0 Exato de Fisher: (p=0,01) Mestrado Michel Alves da Silva 44 Resultados Observamos discreto aumento, não significativo, de HbA 2 elevada nos indivíduos anêmicos (p= 0,44) (figura 9). Quanto ao gênero, embora também sem significância estatística, aquela alteração foi mais freqüente no sexo masculino (p= 0,26) (figura 10). NORMAL 100,0 ELEVADO 90,4 86,7 80,0 60,0 % 40,0 13,3 9,6 20,0 0,0 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=0,59; p=0,44) Figura 9 – Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto ao nível de HbA 2 . Mestrado Michel Alves da Silva 45 Resultados NORMAL 100,0 ELEVADO 90,8 85,2 80,0 60,0 % 40,0 14,8 9,2 20,0 0,0 MASCULINO FEMININO GÊNERO (χ2=1,27; p=0,26) Figura 10 – Distribuição dos doadores quanto ao gênero e nível de HbA 2 . 5.3 – Avaliação sócio-econômica dos anêmicos e controles. Não observamos diferenças estatisticamente significante entre anêmicos e controles quanto à situação sócio-econômica (renda, escolaridade e situação trabalhista) (p=0,21; 0,96 e 0,39, respectivamente) (tabela 7, figuras 11 a 13). Mestrado Michel Alves da Silva 46 Resultados Tabela 7. Distribuição sócio-econômica dos doadores anêmico e controle, avaliados quanto à renda, escolaridade e situação trabalhista. Anêmicos Controles n = 60 n = 125 Variáveis n % n % p-valor Renda Familiar (Salário Mínimo) 0 |--- 5 5 |--- 13 43 16 71,7 26,7 76 41 60,8 32,8 ≥ 13 1 1,7 8 6,4 Total 60 100,0 125 100,0 1º grau incompleto 20 33,3 37 29,6 1º grau completo 5 8,3 9 7,2 2º grau incompleto 6 10,0 15 12,0 2º grau completo 19 31,7 39 31,2 3º grau * 10 16,7 25 20,0 Total 60 100,0 125 100,0 Empregado** 34 56,7 85 68,0 Desempregado 26 43,3 40 32,0 Total 60 100,0 125 100,0 0,21 Escolaridade 0,96 Situação Trabalhista 0,39 *neste grupo estão incluído: 3º grau incompleto, 3º grau completo, pós-graduação incompleta e pósgraduação completa. ** neste grupo estão incluídos os empresários, empregados, servidores públicos e autônomos. Mestrado Michel Alves da Silva 47 Resultados 0a4 5 a 12 > 12 71,7 80 70 60 50 % 40 30 20 10 0 60,8 32,8 26,7 6,4 1,7 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=3,11; p=0,21). Figura 11 - Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à renda (salários mínimos). 1GI 35,0 1GC 33,3 2GI 2GC 31,7 3G 31,2 29,6 30,0 25,0 % 20,0 16,7 20,0 15,0 12,0 7,2 10,0 8,3 10,0 5,0 0,0 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=0,64; p=0,96). Figura 12 - Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à escolaridade. Mestrado Michel Alves da Silva 48 Resultados EMPREGADO DESEMPREGADO 68,0 70,0 60,0 % 56,7 43,3 50,0 40,0 32,0 30,0 20,0 10,0 0,0 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=3,03; p=0,39). Figura 13 - Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à situação trabalhista. Mestrado Michel Alves da Silva 49 Resultados 5.4 - Anemia e deficiência de ferro quanto ao gênero e número de doações. As figuras 14 a 17, mostram que em ambos os sexos e grupos (anêmico e controle), não verificamos correlação significativa do nível de ferritina (ng/dL) com o número de doações. Em todas as situações, o coeficiente de correlação linear não se mostrou significativo (p>0,05). (masculino anêmico: r=-0,43; feminino anêmico: r=-0,11; masculino controle: r=-0,28; feminino controle: r=-0,028). MASCULINO (ANÊMICO) 160 r2 = 0.1835; r = -0.4284, p = 0.3376; y = 53.038 - 3.80*x 140 120 Ferritina (ng/dL) 100 80 60 40 20 0 -20 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 nº de doações Figura 14 - Dispersão dos oito doadores anêmicos do sexo masculino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL). Mestrado Michel Alves da Silva 16 50 Resultados FEMININO (ANÊMICO) Fer = 27.2705-0.4935*x 120 r2 = 0.0113; r = -0.1064, p = 0.4668; y = 27.27 - 0.49*x 100 Ferritina (ng/dL) 80 60 40 20 0 -20 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 nº de doações Figura 15 - Dispersão das 52 doadoras anêmicas do sexo feminino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL). Mestrado Michel Alves da Silva 26 51 Resultados MASCULINO (CONTROLE) 400 r2 = 0.0786; r = -0.2804, p = 0.0652; y = 133.82 - 3.38*x 350 300 Ferritina (ng/dL) 250 200 150 100 50 0 -50 -5 0 5 10 15 20 25 30 nº de doações Figura 16 - Dispersão dos 46 doadores controles do sexo masculino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL). Mestrado Michel Alves da Silva 35 52 Resultados FEMININO (CONTROLE) 180 r2 = 0.0008; r = -0.0275, p = 0.8102; y = 38.18 - 0.15*x 160 140 Ferritina (ng/dL) 120 100 80 60 40 20 0 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 nº de doações Figura 17 - Dispersão das 79 doadoras controles do sexo feminino, segundo o número de doações e o nível de ferritina (ng/dL). Mestrado Michel Alves da Silva 20 53 Resultados As figuras 18 a 21, correlacionam níveis baixo de ferritina para o sexo feminino (<12,0 ng/dL) e para o masculino (<20,0 ng/dL), quanto ao número de doações. Entre os homens anêmicos, a ferrodeficiência estava presente em 50,0% dos que fizeram até cinco doações e em 100,0% daqueles com seis ou mais doações (figura 18). Entre os controles, observamos uma correlação positiva e significante entre níveis baixos de ferritina e número de doações (p=0,007) (figura 20). Para as mulheres anêmicas, não foi observada correlação positiva entre níveis baixos de ferritina e número de doações, embora estes sejam mais freqüentes (66,7%) entre aquelas com mais de 11 doações (p=0,33) (figura 19). Não foi possível proceder a análise estatística dos grupos anêmico masculino e controle feminino. ferrodeficiência normal 100.0 100.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 % 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 50.0 50.0 0.0 0.0 <6 6 A 11 >11 No. doações Figura 18 - Distribuição dos doadores anêmicos do sexo masculino quanto à ferrodeficiência e o número de doações. Mestrado Michel Alves da Silva 54 Resultados ferrodeficiência normal 83.3 90.0 80.0 66.7 62.0 70.0 60.0 % 50.0 38.0 33.3 40.0 30.0 16.7 20.0 10.0 0.0 <6 6 A 11 >11 No. doações (χ2=2,24; p=0,33) Figura 19 - Distribuição dos doadores anêmicos do sexo feminino quanto a ferrodeficiência e o número de doações. ferrodeficiência 96.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 % 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 normal 87.5 54.5 45.5 12.5 4.0 <6 6 A 11 >11 No. doações (χ2=9,9; p=0,007) Figura 20 - Distribuição dos doadores controles do sexo masculino quanto a ferrodeficiência e o número de doações. Mestrado Michel Alves da Silva 55 Resultados ferrodeficiência normal 100.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 % 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 92.4 7.6 <6 89.5 10.5 6 A 11 0.0 >11 No. doações Figura 21 - Distribuição dos doadores controles do sexo feminino quanto a ferrodeficiência e o número de doações. 5.5 – Avaliação Demográfica A idade dos doadores anêmicos variou de 18 a 60 anos (média 30,8±10,7) e dos controles de 18 a 57 anos (média 31,4±9,5), não havendo significância estatística entre os dois grupos (p = 0,71) (tabela 8). Mestrado Michel Alves da Silva 56 Resultados Tabela 8 - Comportamento descritivo da idade (anos) em relação aos grupos anêmico e controle. GRUPO Idade (anos) Anêmico Controle 60 125 Mínimo 18,0 18,0 Média 30,8 31,4 Mediana 28,0 30,0 Maximo 60,0 57,0 Desvio padrão 10,7 9,5 n Valor-pt-S 0,71 Em relação às variáveis demográficas, como cor da pele e procedência, verificamos que a anemia esteve significativamente associada à cor branca (p<0,0001). Quanto à procedência, não encontramos diferenças estatísticas entre anêmicos e controles (p=0,78) (tabela 9 e figuras 22 e 23). Mestrado Michel Alves da Silva 57 Resultados Tabela 9 - Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à cor da pele e procedência. Grupos Variáveis Anêmicos Controles n = 60 n = 125 n % n % p-valor Branca 55 91,7 62 49,6 <0,0001 Não branca 5 8,3 63 50,4 Total 60 100,0 125 100,0 Uberaba/MG 55 91,7 113 90,4 Outras cidades 5 8,3 12 9,6 Total 60 100,0 125 100,0 Cor da pele Procedência BRANCA 0,78 NÃO BRANCA 91,7 100,0 80,0 49,6 60,0 50,4 % 40,0 20,0 8,3 0,0 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=30,9; p<0,0001). Figura 22 - Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à cor da pele. Mestrado Michel Alves da Silva 58 Resultados UBERABA OUTRAS CIDADES 91,7 90,4 100,0 80,0 60,0 % 40,0 9,6 8,3 20,0 0,0 ANÊMICO CONTROLE GRUPO (χ2=0,08; p=0,78) Figura 23 - Distribuição dos doadores anêmico e controle quanto à procedência. 5.6 - Testes hematimétricos e Dosagem de Ferritina Na avaliação dos índices hematimétricos, verificamos valores superiores e estatisticamente significantes da Hb, do Htcr, do VCM, do HCM, do CHCM e da Ferritina no grupo controle em relação ao grupo anêmico (tabela 10). Mestrado Michel Alves da Silva 59 Resultados Tabela 10 - Comportamento descritivo dos índices hematimétricos dos 185 doadores anêmico e controle. GRUPO Anêmico Controle Hb man Hb autom. Htcr VCM 3 HCM CHCM Ferritina (g/dL) (g/dL) (%) (um ) (pg) (g/dL) (ng/dL) n 60 60 60 60 60 60 56 Mínimo 9,4 9,1 31,1 66,2 19,0 28,7 0 Média 11,48 11,64 36,08 84,7 27,4 32,3 25,68 Mediana 11,5 11,8 35,9 85,0 27,3 32,1 13,85 Maximo 12,8 12,8 41,6 102,3 33,2 37,1 137,5 Desvio padrão 0,66 0,73 2,45 7,67 2,9 1,7 28,12 n 125 125 125 125 125 125 123 Mínimo 10,1 12,5 35,5 36,2 19,4 29,0 8,5 Média 13,3 13,8 41,3 89,7 30,7 33,5 63,05 Mediana 13,0 13,5 40,5 90,6 30,2 33,8 36,0 Maximo 17,5 17,7 53,3 105,7 96,0 40,4 345,6 Desvio padrão 1,34 1,1 3,3 7,3 6,2 1,6 68,9 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 Valor-p M-W M-W: Teste Mann-Whitney Mestrado Michel Alves da Silva 6.0 DISCUSSÃO 61 Discussão 6.0 DISCUSSÃO 6.1 – Hemoglobina manual e automática. Em nosso estudo observamos discrepâncias importantes entre os métodos manual e automático, na seleção dos doadores em anêmicos (inaptos para a doação) e controles (aptos, ou seja, com níveis normais de hemoglobina). As diferenças observadas entre os dois métodos foram estatisticamente significantes entre os homens anêmicos. Nas mulheres, apesar de não significante, foram observadas discrepâncias tanto nas anêmicas quanto no grupo controle. Rosenblit et al. (1999), comparando duas diferentes técnicas automáticas para a triagem de doadores, ambas pelo método da cianometemoglobina, realizadas em amostras colhidas em EDTA, observaram diferenças médias entre as duas de 0,6 g/dL. Em 1988, Lloyk et al., analisando o método de triagem de doadores de sangue no norte da Inglaterra, verificaram falhas de 0,24% nos homens e de 2,8% nas mulheres. Munholi et al. (2006), encontraram que 14% dos 939 doadores que realizaram a doação, portanto aptos à triagem hematológica pelo teste do microhematócrito em sangue da polpa digital, eram anêmicos quando avaliados através de amostra colhida em EDTA no final da doação e destes, 80,0% eram mulheres. Segundo Oliveira; Poli Neto (2004), o erro permitido na dosagem de Hb pelo método da cianometemoglobina é de 0,3 g/dL. Já o laboratório produtor dos reagentes empregados na dosagem da hemoglobina pelo HRU (Bioclin®), por ocasião da realização do presente estudo, considera permissível um erro de até 5,0% que, no caso dos níveis de corte dos doadores homens (13,0 g/dL) e mulheres (12,5 g/dL), correspondem a 0,65 g/dL e 0,62 g/dL, respectivamente. Apesar das diferenças encontradas no presente estudo, nos terem induzido (com base na correlação das Mestrado Michel Alves da Silva 62 Discussão duas diferentes técnicas com os níveis de ferritina) a reclassificar os indivíduos estudados, observamos que as diferenças encontradas não diferiram substancialmente daquelas registradas nos estudos já referidos, além de estarem dentro dos níveis de oscilação permitida na bula do Kit empregado. Para Munholi et al. (2006), a falta de preparo técnico; a padronização da técnica em sangue da polpa digital, ao deixar excesso de álcool na ponta do dedo, causando hemólise e dificuldade de leitura do equipamento; são responsáveis por grandes discrepâncias na determinação do hematócrito, quando comparada à técnica automatizada, processada em amostra colhida em EDTA. No caso da dosagem da hemoglobina, acresce a estas variáveis: erros da pipetagem diretamente da polpa digital, falhas na calibração das pipetas e do espectrofotômetro, além da eventual diluição da gotícula de sangue obtida da expressão do dedo após uma punção inadequada. 6.2 – Ocorrência e etiologia da anemia. No presente estudo, 3,5% dos candidatos a doador de sangue foram inaptos por anemia. Resultado discretamente superior ao observado no Serviço em 2005, quando dos 3.128 inaptos clínicos (16,13% dos candidatos à doação), 18,15% eram anêmicos, representando 2,92% daqueles que compareceram ao HRU para doar sangue. Os nossos resultados são comparáveis aos registrados em 2002 (14,0%) em toda a hemorrede pública brasileira. Mestrado Michel Alves da Silva Discussão 63 Segundo Cançado et al. (2001), os trabalhos publicados nos últimos anos enfatizam a elevada freqüência de candidatos à doação de sangue que foram considerados inaptos à doação por apresentarem anemia. Esses dados nos mostram que a anemia é uma das principais causas de inaptidão em Bancos de Sangue do país, afligindo candidatos e doadores, e comprometendo o suprimento de sangue. Em relação ao gênero, observamos que a anemia esteve significativamente associada ao sexo feminino. Vários estudos demonstram que a mulher é mais predisposta a desenvolver anemia, pelas perdas menstruais e gravidez, e que a espoliação do ferro pelas doações a intensifica (VERRASTRO; LORENZI; WENDEL NETO, 1998; LORENZI et al., 2003). Em nosso estudo, verificamos que a ferrodeficiência mostrou-se significativamente superior nos doadores anêmicos (42,9%) em relação aos controles (10,6%). Analisando quanto ao gênero, observamos ainda que, embora sem significância estatística, a ocorrência de ferrodeficiência foi mais prevalente nos homens que nas mulheres. Acreditamos que essa inversão se deva a pequena quantidade de amostras analisadas no sexo masculino, em relação ao feminino. Estima-se que 10 a 30% das mulheres latino americanas, em idade fértil, apresentam deficiência de ferro (BEARD, 1999), e que oito a 10%, desenvolvem anemia ferropriva (BERNARD et al.,2000). Segundo a OMS (2001), dois bilhões de pessoas em todo o mundo são anêmicas e destes, 50,0% por ferrodeficiência (WHO/UNICEF/UNU, 2001). Agha; Khan (1989) estudaram o estoque de ferro de 333 doadores de sangue profissionais e encontraram 284 casos de anemia, dos quais, 18% por deficiência de ferro. Romero et al. (1989), analisando um grupo de doadores formado por 637 homens e 285 mulheres, verificaram a presença da ferrodeficiência em 1,88% dos homens e 9,5% das Mestrado Michel Alves da Silva 64 Discussão mulheres. Cançado et al. (2001), observaram que entre os doadores de sangue do Hemocentro da Santa Casa de São Paulo, 5,5% e 31,7%, de homens e mulheres, respectivamente, tinham deficiência de ferro. Piedras et al. (1993), encontraram que 1,1% dos homens e 23% das mulheres doadores de sangue, eram ferrodeficientes. Javadzadeh Shahshahani; Attar; Taher Yavari (2005) estudando a ocorrência da deficiência de ferro em doadores de sangue de Yazd (Iran), encontraram deficiência de ferro em 28,0% e 78,0%, de homens e mulheres, sendo que 16,0% e 55,6% apresentaram anemia ferropriva, respectivamente. Os nossos resultados reforçam os dados da literatura de que a etiologia mais freqüente de anemia entre os doadores de sangue é a ferrodeficiência, que no presente estudo representa aproximadamente a metade dos casos de inaptidão por anemia. Quanto às anemias hereditárias, não encontramos diferença estatística quanto aos níveis de HbA 2 entre os grupos controle e anêmico, apesar de mais elevado neste último (13,3% versus 9,6%) e apenas quatro casos de heterozigose para hemoglobina S (HbA 1 S). Dados da literatura demonstram que a prevalência de beta talassemia varia de uma região para outra. Ruiz Reyes (1998) relata que em 200 indivíduos estudados de uma população da costa do Golfo México, 15% eram portadores de talassemia beta e que, numa revisão em seu laboratório, 75% das anormalidades de hemoglobina correspondiam a indivíduos heterozigotos para talassemia beta. Ali; Lafferty (1992) constataram que 20,6% das 38.391 amostras analisadas para pesquisa de hemoglobinopatias foram positivas, sendo que 59,1% destas, apresentavam o traço beta talassêmico. Wagner et al. (2005), estudando a etiologia da anemia em 58 pacientes anêmicos não ferropênicos e em 235 controles, observaram que 32,8% dos primeiros e 0,9% controles eram portadores de beta talassemia. Leoneli et al. (2000), analisaram amostras de sangue de 506 indivíduos com anemia a Mestrado Michel Alves da Silva Discussão 65 esclarecer, destes, 26,48% tinham talassemia beta heterozigota, 15,02% talassemia alfa, 5,93% HbAS, 0,98% HbAC e 21,54% outras hemoglobinas anormais. Concluíram que, as talassemias em sua forma heterozigota (41,5%), são responsáveis pela maior dificuldade diagnóstica, seguida da caracterização de variantes raras e formas interativas de hemoglobinopatias. Segundo Zago; Falcão; Pasquini (2001), a distribuição de beta talassemia na América Latina e no Caribe é bastante heterogênea, sendo os valores 1 a 2% os mais frequentemente obtidos na busca de detecção de heterozigotos. Diante dos dados da literatura, especialmente os brasileiros, os nossos achados de 9,6% de beta talassemia entre os controles está bem acima do esperado. Contudo, considerando que a dosagem de HbA 2 foi realizada uma única vez, contrariando orientação da técnica, que sugere a repetição, especialmente naqueles casos de discreto aumento, devido à possibilidade da ocorrência de pequenos erros inerentes à execução da técnica (separação das frações de hemoglobina e eluição das mesmas), nos permitimos a considerar pequenas margens de erro. Assim, observamos que somente 5,6% e 6,6% dos anêmicos e controles, respectivamente, apresentaram HbA 2 superior a 3,7% e que apenas 3,2% e 3,3%, respectivamente, apresentaram esta hemoglobina igual ou superior a 4,0%. Portanto, acreditamos que as nossas discrepâncias da literatura pesquisada possam ser devidas a metodologia empregada, especialmente à não repetição dos testes. Quanto ao encontro de quatro casos de HbA 1 S entre os anêmicos, deve ser um achado aleatório já que esta alteração genética, por si só, não justificaria a anemia. Nos controles, não encontramos traço de anemia falciforme e isso se justifica pelo fato de que apenas 20 destes doadores faziam a sua primeira doação no Serviço, sendo que todos os demais já haviam sido triados para exclusão do traço falciforme em suas primeiras doações. A incidência de HbA 1 S nos primodoadores do HRU é de 2,87% (dados não Mestrado Michel Alves da Silva 66 Discussão mostrados). A prevalência do traço falciforme no Brasil, segundo a Portaria 822/01 do Ministério da Saúde é de 2,0% (RAMALHO; MAGNA; PAIVA-E-SILVA, 2003). Dados semelhantes foram encontrados por Naoum (1997) que, estudando 101.654 amostras de sangue proveniente de 16 estados do país, encontrou 2,1% de HbA 1 S. 6.3 – Variáveis sócio-econômicas e demográficas. Em nosso estudo, analisamos comparativamente os doadores anêmicos e controles em relação às variáveis sócio econômicas. Verificamos que não houve diferença estatística quanto à renda, apesar do predomínio de anêmicos (71,7% versus 60,8% dos controles) com renda de zero a quatro salários mínimos e de controles (6,4% versus 1,7% dos anêmicos) com renda igual ou superior a 13 salários mínimos. Em relação à escolaridade, encontramos maior percentagem de anêmicos (41,6% versus 36,8% dos controles) com escolaridade inferior e de controles (20,0% versus 16,7% dos anêmicos) com escolaridade superior; diferenças estas não significantes estatisticamente. Também quanto à faixa etária e situação laboral, não encontramos diferenças estatisticamente significantes, apesar da maior prevalência de desempregados no grupo anêmico (43,3%) em relação aos controles (32,0%). Constatamos que a anemia esteve significativamente associada à cor branca (91,7% dos anêmicos versus 49,6% dos controles). Quanto à procedência, não encontramos diferenças estatísticas entre anêmicos e controles, sendo a maioria da cidade de Uberaba. Em síntese, apesar de não significante, os doadores anêmicos apresentaram níveis sócio econômicos inferiores aos controles, o que está de acordo com os achados da literatura (FUJIMORI, 1989; SOUZA et al., 2003). Mestrado Michel Alves da Silva 67 Discussão Os dados da hemorrede pública brasileira de 2002, mostram que 62,3% dos doadores brasileiros são do sexo masculino; a faixa etária predominante é de 30 a 39 anos; a etnia mais representativa é a branca (49,45%), seguida da parda (37,48%), negra (11,87%), indígena (0,13%), oriental (0,03%) e asiática (0,03%); o nível de escolaridade de maior incidência é o ensino médio completo (39,7%) e 82,06% dos doadores trabalham (ANVISA, 2004b). Foi apurado, no ano 2006, com base na Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, que a taxa de desocupação foi de 8,4%, dos quais 54,0% eram mulheres. A pesquisa estimou o rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores em 3,06 salários mínimos (IBGE, 2006a) e ressaltou que a região Sudeste tem maior nível de instrução o que leva a população a inserir mais tardiamente no mercado de trabalho, em função da vida escolar (IBGE, 2006b). Portanto, acreditamos que a elevada taxa de desemprego encontrada por nós, sensivelmente superior a observada em toda hemorrede brasileira para os indivíduos não anêmicos (82,06%), possa ser explicada pelo expressivo número de doadores de baixa idade (muitos ainda estudantes de 2º e 3º grau) e à predominância de mulheres que compuseram o nosso estudo. Quanto ao salário mínimo, também os nossos resultados são concordantes aos do IBGE (2006a), uma vez que 71,7% dos anêmicos e 68,8% dos controles tinham renda familiar inferior a cinco salários mínimos. Segundo Dutra de Oliveira et al. (1997) e Aliendres (1999), no Brasil, a deficiência de ferro e a anemia ferropriva, acomete todas as categorias sociais. Souza et al. (2003), relata que os doadores de sangue brasileiros são pessoas pobres, que tem baixa renda e precárias condições de vida. Lorenzi et al. (2003), observaram que entre as pessoas de baixo nível sócio econômico a anemia mais comum é do tipo carencial e ferropênico. Mestrado Michel Alves da Silva Discussão 68 Entretanto, novos estudos têm demonstrado melhora significativa do nível sócio econômico dos doadores no país (ANVISA, 2004b; SILVA et al., 2006), o que parece ser a tendência do presente estudo. Por outro lado, a ausência de correlação significativa entre anemia e ferrodeficiência e variáveis sócio – econômicas, nos leva a acreditar que tais alterações sejam decorrência, principalmente, da espoliação de ferro pelas doações repetidas. A discrepância dos nossos resultados com os achados da literatura, quanto à cor da pele não pôde ser esclarecida. Considerando que entre os controles estudados, os brancos representavam 49,6%, achado praticamente idêntico aos encontrados pela ANVISA para o país em 2002 (49,45%) e que entre os não brancos, geralmente, se concentram aqueles de mais baixa renda e escolaridade, não conseguimos formular uma hipótese que suportasse os nossos achados, exigindo, portanto maiores reflexões e estudos. Contudo, a constatação de que 61,3% de todos os 325 doadores considerados inaptos por anemia durante a realização do estudo eram brancos, reforçam as evidências de maior ocorrência, em nosso Serviço, da anemia entre os doadores brancos. 6.4 – Anemia, ferrodeficiência e número de doações. No presente estudo, apesar de não estatisticamente significativa a correlação entre queda dos níveis de ferritina e número de doações em todos os grupos (anêmicos e controles, masculino e feminino), observamos tendência de queda destes níveis com o aumento do número de doações, o que foi mais evidente entre os homens, sobretudo nos anêmicos. Portanto, apesar da não significância estatística, entendemos que os nossos Mestrado Michel Alves da Silva 69 Discussão resultados são concordantes com o de diversos outros estudos que demonstraram queda dos níveis de ferritina à medida que aumentavam o número de doações (GUILLEMIN; VIGNERON; STREIFF, 1992; HERNÁNDEZ LAMAS et al., 1994; MILMAN; OVESEN; GRAUDAL, 1999; ALVAREZ-OSSORIO et al., 2000; MILMAN; BYG; OVESEN, 2000; BADAR et al., 2002). Similarmente à correlação entre aumento do número de doações e queda dos níveis de ferritina, vários autores comprovaram a maior freqüência de doadores ferrodeficientes entre aqueles que mais doaram (AGHA; KHAN, 1989; NADARAJAN; EOW, 2002). Cançado et al. (2001), por sua vez, observaram que o índice de ferrodeficiência foi, respectivamente, 4,07 e 7,7 vezes mais freqüente em homens e mulheres doadores em relação aos não doadores e que a ferrodeficiência estava mais diretamente relacionada à freqüência das doações do que ao número acumulado destas. Em nosso estudo, todos os homens anêmicos com seis ou mais doações apresentaram ferrodeficiência e, entre os controles, foi observado, também, aumento significante do índice de ferrodeficiência à medida que aumentava o número de doações. Entre as mulheres anêmicas, apesar de não significante, observamos aumento de 38,0% (com < 6 doações) para 66,7% do índice de ferrodeficiência para aquelas com mais de 11 doações no Serviço. Contudo, contrariamente ao esperado, todas as sete mulheres controle com mais de 11 doações, apresentaram níveis normais de ferritina. Tal discrepância talvez possa ser creditada ao acaso (devido ao pequeno número do grupo) ou, eventualmente, ao maior intervalo entre as doações nestas mulheres. Esta última assertiva é corroborada pela mais alta média de faixa etária destas sete pacientes (42 anos) versus 29,6 anos para aquelas com menos de 12 doações no Serviço (dados não mostrados). Mestrado Michel Alves da Silva Discussão 70 6.5 – Índices Hematimétricos e Dosagem de Ferritina. Índices hematimétricos automatizados, como o VCM e HCM, também têm sido analisados na correlação com a depleção de ferro e se apresentaram como uma alternativa de baixo custo e de alta praticidade na tentativa de substituir a dosagem da ferritina (GUILLEMIN; VIGNERON; STREFF, 1992). Alexander; Sherlock; Bharucha, (2000), observaram que houve uma associação freqüente entre queda desses parâmetros e a freqüência das doações. Os nossos dados vão de acordo com a literatura, pois verificamos valores superiores e estatisticamente significativos de Hb, Htcr, VCM, HCM, CHCM e de ferritina no grupo controle em relação aos anêmicos. Assim, considerando-se que a triagem para anemia em nossos doadores, não foi capaz de detectar e excluir doadores com depleção de ferro; que o aumento do número das doações consecutivas representam um fator de risco para o desenvolvimento da anemia ferropriva e que a ferrodeficiência não esteve significativamente associada às variáveis sócio-econômicas, somos levados a acreditar que a depleção de ferro esteja relacionada, principalmente, às doações repetidas. Diante de tais fatos propomos a introdução da avaliação hematimétrica completa e dosagem da ferritina de todos os doadores com níveis limítrofes de hemoglobina ou hemtócrito à triagem pré-doação e que tenham realizado mais de cinco doações subseqüentes. Mestrado Michel Alves da Silva 7.0 CONCLUSÕES 72 Conclusões 7.0 CONCLUSÕES O presente estudo evidenciou que: 1. A técnica de dosagem da hemoglobina em polpa digital, empregada na triagem hematológica dos doadores do HRU, apresentou baixa reprodutibilidade; 2. A ferrodeficiência foi a principal causa de anemia encontrada nos doadores; 3. Houve alta prevalência de anemia em mulheres aparentemente saudáveis; 4. As condições sócio-econômicas dos doadores não contribuíram significativamente com o desenvolvimento da ferrodeficiência; 5. O índice de ferrodeficiência entre os homens aumentou proporcionalmente ao número de doações, o que não se verificou entre as mulheres; 6. Os níveis hematimétricos correlacionaram-se com as taxas de hemoglobina e ferritina e se apresentam como importantes parâmetros para monitorar doadores com níveis limítrofes de hemoglobina à triagem hematológica. Mestrado Michel Alves da Silva 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 74 Referências Bibliográficas 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACEDO, M. J.; COSTA, V. A.; POLIMENO, N. C.; BERTUZZO, C. S. Programa comunitário de hemoglobinopatias: abordagem populacional a partir de doadores de sangue de Bragança Paulista, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 18, n. 6, 2002. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Regulamento técnico para procedimentos de hemoterapia, RDC nº. 153, de 14 de junho de 2004a. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Perfil do doador de sangue brasileiro, 2004b. 1 CDROM. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Relatório de produção da hemorrede em 2002: perfil sorológico dos doadores. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br acesso em: 10 mar. 2004c. AGHA, F.; KHAN, R. A. Ferritin levels in professional blood donors. Journal of the Pakistan Medical Association, v. 39, n. 5, p. 124-6, 1989. ALEXANDER, H. D.; SHERLOCK, J. P.; BHARUCHA, C. 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Mestrado Michel Alves da Silva 9.0 ANEXOS 84 Anexos 9.0 ANEXOS ANEXO 1 Mestrado Michel Alves da Silva 85 Anexos ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE APÓS ESCLARECIMENTO ESCLARECIMENTO Estamos realizando uma pesquisa “Prevalência e Etiologia da Anemia e da Deficiência de Ferro em Candidatos e em Doadores de Sangue”, junto aos doadores de sangue do Hemocentro Regional de Uberaba, que foram inaptos devido a anemia. O objetivo do trabalho é o esclarecimento da causa da anemia destes doadores. Se você aceitar participar desta pesquisa, no final da sua doação será colhido sangue para servir como referencial normal desta pesquisa. Sua participação nesta pesquisa é voluntária e você pode interrompê-la a qualquer momento. Você pode se negar a participar do estudo, sem qualquer prejuízo do seu atendimento e de seus familiares nos serviços de saúde da Instituição. TERMO DE CONSENTIMENTO Eu,______________________________________________________________, residente à Rua_________________________________________, bairro________________ na cidade de __________________, telefone para contato 0xx( )_________________, compreendi as informações sobre a pesquisa ““Prevalência e Etiologia da Anemia e da Deficiência de Ferro em Candidatos e em Doadores de Sangue” e autorizo a coleta de meu sangue para a referida pesquisa, bem como das informações que se fizerem necessárias. ____________________________________________________________________ Assinatura do (a) Doador (a) ____________________________________________________________________ Assinatura do Médico / Pesquisador Mestrado Michel Alves da Silva 86 Anexos ANEXO 3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE APÓS ESCLARECIMENTO ESCLARECIMENTO Estamos realizando uma pesquisa “Prevalência e Etiologia da Anemia e da Deficiência de Ferro em Candidatos e em Doadores de Sangue”, junto aos doadores de sangue do Hemocentro Regional de Uberaba, que foram inaptos devido anemia. Se você aceitar participar desta pesquisa, será realizada uma punção venosa para coleta de seu sangue e faremos uma entrevista com você. Esta pesquisa além de esclarecer e possibilitar a orientação da anemia observada em doadores, contribuirá para o conhecimento da freqüência de anemia e suas causas nos doadores de sangue. Sua participação nesta pesquisa é voluntária e você pode interrompê-la a qualquer momento. Você pode se negar a participar do estudo, sem qualquer prejuízo do seu atendimento e de seus familiares nos serviços de saúde da Instituição. TERMO DE CONSENTIMENTO Eu,______________________________________________________________, residente à Rua_____________________________________________, bairro________________ na cidade de __________________, telefone para contato 0xx( )_________________, compreendi as informações sobre a pesquisa ““Prevalência e Etiologia da Anemia e da Deficiência de Ferro em Candidatos e em Doadores de Sangue” e autorizo a coleta de meu sangue para a referida pesquisa, bem como das informações que se fizerem necessárias. .____________________________________________________________________ Assinatura do (a) Doador (a) ____________________________________________________________________ Assinatura do Médico / Pesquisador Mestrado Michel Alves da Silva 87 Anexos ANEXO 4 FORMULÁRIO SÓCIO ECONÔMICO 1- Nome:_________________________________________________________2- RG:_________________ 3- nº. cadastro HRU:_______________________________________________4 - Idade:___________anos 5- Escolaridade: 5.1 ( ) Analfabeto; 5.2 ( ) 1º grau; 5.3 ( ) 2º grau; 5.4 ( ) 3º grau; 5.5 ( ) Pós-graduação Analfabeto (0); Incompleto (1) e Completo (2) 6- Profissão:_____________________________________________________________________________ Posição no trabalho: 6.1 ( ) Empresário(a); 6.2 ( ) Empregado(a); 6.3 ( 6.4 ( ) Desempregado(a); 6.5 ( ) Aposentado(a); 6.6 ( ) Autônomo(a); ) Servidor(a) público(a) 7- Renda familiar: (__________) salários mínimos. 8- Membros da Família (na casa):______________ 9- Moradia: ( ) Casa Própria / ( 10- Sanitários: ( ) Sim; ( ) Casa Alugada / ( ) Casa Financiada / ( ) Casa Cedida ) Não. ( ) Quantos 11- Relação de Bens: Bens 11.111.211.311.411.511.511.6- Possui Número Televisão Geladeira Vídeo-cassete DVD Carro Moto Outros 12- Exames Laboratoriais: 12.1- Hb manual:__________g/dL 12.2- Hb automatizada: :________g/dL 12.3- Ferritina:__________ng/dL Eletroforese para: 12.4- Hb:____________ 12.5- HbA 2 :____________12.6- HbF:___________ 13- Informações Complementares: Sexo Feminino: Fluxo Menstrual: 13.1 Normal ( ) 13.2- Aumentado ( ) 13.3- H.O.: G_____P_____A_____ 13.4- Dieta:______________________________________________________________________________ 13.5- Outras:_____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Mestrado Michel Alves da Silva 88 Anexos ANEXO 5 HEMOGRAMA Série Vermelha Hemácias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . milhões/mm3 Hemoglobina . . . . . . . . . . . . . . . g/dL Hematócrito . . . . . . . . . . . . . . . . . % VCM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . fL HCM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pg CHCM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . g/dL Contagem de Plaquetas . . . . . . . . mil/mm3 Série Branca Leucócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . mil/mm3 Neutrófilos (Segmentados) . . . . . . % Bastonetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Linfócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Monócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Eosinófilos . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Basófilos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Linfócitos Atípicos . . . . . . . . . . . . % Metamielócitos . . . . . . . . . . . . . . . % Mielócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Promielócitos . . . . . . . . . . . . . . . . % Blastos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . % Células Totais . . . . . . . . . . . . . . . . % Eritroblastos . . . . . . . . . . . . . . . . . % Mestrado Michel Alves da Silva Anexos 89 Morfologia Policromasia . . . . . . . . . . . . . . . . . : Hipocromia . . . . . . . . . . . . . . . . . . : Poiquilocitose . . . . . . . . . . . . . . . . : Hemácias em Alvo . . . . . . . . . . . . .: Esferócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .: Anisocitose . . . . . . . . . . . . . . . . . . : Microcitose . . . . . . . . . . . . . . . . . . : Macrocitose . . . . . . . . . . . . . . . . . . : Drepanócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . .: Ponteado Basófilo . . . . . . . . . . . . . .: Vacúolos Citoplasmáticos . . . . . . . : Anisopoiquilocitose . . . . . . . . . . . .:. Granulações Tóxicas . . . . . . . . . . . .: Observações: . . . . . . . . . . . . . . . . . : Observações Descritivas: . . . . . . . . : Método: Automação Coulter T – 890 Mestrado Michel Alves da Silva 90 Anexos ANEXO 6 Figura 24 - Traçado eletroforético em pH alcalino e ácido das principais hemoglobinopatias. Mestrado Michel Alves da Silva 91 Anexos ANEXO 7 Tabela 11 - Comportamento descritivo da Hb manual e automatizada e da ferritina segundo os grupos no sexo masculino. Variáveis Hb manual (g/dL) GRUPOS GI GII GIII 8 13 33 9,6 11,7 13,0 Média 11,87 12,4 14,8 Mediana 12,25 12,5 14,7 Maximo 12,8 12,8 17,5 Desvio padrão 1,05 0,39 1,25 8 13 33 9,1 13,2 13,0 Média 11,62 13,8 15,07 Mediana 12,25 13,6 14,9 Maximo 12,8 16,0 17,7 Desvio padrão 1,45 0,74 1,11 n 7 11 33 Mínimo 0 9,0 8,8 Média 25,9 78,1 119,3 Mediana 10,6 46,8 85,3 Maximo 137,5 234,0 345,6 Desvio padrão 49,45 72,14 99,17 n Mínimo Hb automatizada (g/dL) n Mínimo Ferritina (ng/dL) Mestrado Michel Alves da Silva 92 Anexos ANEXO 8 18 17 16 Hb manual (g/dL) 15 14 13 12 11 10 9 GI GII GIII Mediana 25%-75% Min-Max Grupo Teste Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn: (GIxGII: p=0,63; GIxGIII: p<0,0001; GIIxGIII: p<0,0001). Figura 25 - Comportamento da Hb manual (g/dL) segundo os grupos no sexo masculino. Mestrado Michel Alves da Silva 93 Anexos ANEXO 9 19 18 17 Hb automatizada (g/dL) 16 15 14 13 12 11 10 9 8 GI GII GIII Mediana 25%-75% Min-Max Grupo Teste Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn: (GIxGII: p=0,02; GIxGIII: p<0,0001; GIIxGIII: p=0,004). Figura 26 - Comportamento da Hb automatizada (g/dL) segundo os grupos no sexo masculino. Mestrado Michel Alves da Silva 94 Anexos ANEXO 10 Tabela 12 - Distribuição dos doadores do sexo masculino segundo a ferrodeficiência e os grupos. Ferritina Grupos Baixa Normal Total n % n % n % GI 5 71,4 2 28,6 7 100,0 GII 3 27,3 8 72,7 11 100,0 GIII 4 12,1 29 87,9 33 100,0 Total 12 23,5 39 76,5 51 100,0 Teste Qui-quadrado: (GIxGII:p=0,14; GIxGIII:p=0,003; GIIxGIII:p=0,34) Mestrado Michel Alves da Silva 95 Anexos ANEXO 11 Tabela 13 - Comportamento descritivo da Hb manual e automatizada e da ferritina segundo os grupos no sexo feminino. Hb manual (g/dL) Hb automatizada (g/dL) Ferritina (ng/dL) Mestrado GI GII GIII GIV n 52 24 55 15 Mínimo 9,4 10,1 12,5 12,5 Média 11,4 11,7 13,2 12,9 Mediana 11,5 11,8 13,1 12,8 Maximo 12,2 12,3 15,0 14,7 Desvio padrão 0,57 0,5 0,64 0,55 52 24 55 15 Mínimo 10,1 12,5 12,5 11,0 Média 11,65 12,9 13,5 11,9 Mediana 11,75 12,7 13,3 12,1 Maximo 12,4 14,3 15,9 12,4 Desvio padrão 0,57 0,47 0,67 0,45 n 49 24 55 15 Mínimo 0,0 9,9 8,5 0,9 Média 25,6 35,0 38,5 36,9 Mediana 14,9 27,8 29,6 20,7 Maximo 96,2 79,2 159,5 118,9 Desvio padrão 24,5 20,7 n 28,8 33,9 Michel Alves da Silva 96 Anexos ANEXO 12 16 15 Hb manual (g/dL) 14 13 12 11 10 9 GI GII GIII GIV Mediana 25%-75% Min-Max Grupo Teste Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn: (GIxGII: p=0,16; GIxGIII: p<0,0001; GIxGIV: p=0,66; GIIxGIII: p<0,0001; GIIxGIV; p=0,002; GIIIxGIV: p=0,26). Figura 27 - Comportamento da Hb manual (g/dL) segundo os grupos no sexo feminino. Mestrado Michel Alves da Silva 97 Anexos ANEXO 13 17 16 Hb automatizada (g/dL) 15 14 13 12 11 10 9 GI GII GIII GIV Mediana 25%-75% Min-Max Grupo Teste Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn: (GIxGII: p<0,0001; GIxGIII: p<0,0001; GIxGIV: p=0,95; GIIxGIII: p=0,04; GIIxGIV; p=0,0002; GIIIxGIV: p<0,0001). Figura 28 - Comportamento da Hb automatizada (g/dL) segundo os grupos no sexo feminino. Mestrado Michel Alves da Silva 98 Anexos ANEXO 14 Tabela 14 - Distribuição dos doadores do sexo feminino segundo a ferrodeficiência e os grupos. Ferritina Baixa Normal Total Grupos n % n % n % GI 19 38,8 30 61,2 49 100,0 GII 1 4,2 23 95,8 24 100,0 GIII 5 9,1 50 90,9 55 100,0 GIV 2 13,3 13 86,7 15 100,0 Total 27 18,9 116 81,1 143 100,0 Teste Qui-quadrado: (GIxGII:p=0,002; GIIxGIV:p=0,55; GIIIxGIV:p=0,64) Mestrado GIxGIII:p=0,004; GIxGIV:p=0,11; GIIxGIII:p=0,66; Michel Alves da Silva 99 Anexos ANEXO 15 Tabela 15 - Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos oito doadores anêmicos do sexo masculino que participaram do estudo. Hb man. Hb aut. Ferritina HbA 2 HbF nº. Hb Hemácias Htcr VCM HCM CHCM Plaq. Leucoc. milhões/mm3 % fL pg g/dL mil/mm3 mil/mm3 nº. doações g/dL g/dL ng/dL % % 1 12,5 12,4 1048,3 5,4 0,4 A1 0 5,5 36,9 67,2 22,6 33,7 276,0 11,6 2 12,2 12,3 11,5 3,1 0,4 A1 10 5,4 37,6 69,6 22,8 32,7 251,0 6,3 3 11,1 9,5 0,7 2,4 0,5 A1 0 4,2 31,1 73,7 22,5 30,5 482,0 8,0 4 12,5 12,1 9,9 2,3 0,8 A1 12 5,1 38,0 75,0 23,9 31,8 290,0 4,6 5 12,8 12,8 11,2 3,7 0,4 A1 5 5,2 41,6 80,3 24,8 30,9 273,0 8,3 6 12,3 12,6 137,5 2,2 0,7 A1 1 4,3 40,7 95,8 29,5 30,8 191,0 6,6 7 9,6 9,1 0,0 2,4 0,8 A1 7 4,8 31,6 66,2 19,0 28,7 328,0 3,7 8 12,0 12,2 10,6 2,4 0,9 A1 15 4,5 36,7 81,0 26,9 33,2 247,0 6,8 média 11,9 11,6 153,7 3,0 0,6 6,3 4,9 36,8 76,1 24,0 31,5 292,3 7,0 Mestrado Michel Alves da Silva 100 Anexos ANEXO 16 Tabela 16 - Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos 46 doadores controles do sexo masculino que participaram do estudo. Hb man. Hb aut. Ferritina HbA 2 HbF nº. Hb Hemácias Htcr VCM HCM CHCM Plaq. Leucoc. milhões/mm3 % fL pg g/dL mil/mm3 mil/mm3 nº. doações g/dL g/dL ng/dL % % 1 12,4 14,1 132,6 2,9 0,3 A1 0 5,1 41,6 81,9 27,8 33,9 200,0 5,8 2 12,5 13,2 9,9 3,1 0,8 A1 20 4,6 39,0 84,1 28,4 33,8 238,0 3,3 3 12,2 13,5 160,7 2,8 0,5 A1 3 4,6 40,3 87,2 29,2 33,5 185,0 5,4 4 12,5 14,3 94,2 6,2 0,3 A1 0 4,8 40,3 84,8 30,1 35,5 145,0 5,7 5 12,5 13,6 35,9 2,8 0,3 A1 1 5,0 43,9 87,1 27,0 30,9 249,0 8,6 6 12,5 13,6 41,7 2,8 0,3 A1 18 4,3 42,1 97,9 31,8 32,4 301,0 5,7 7 12,8 13,3 5,1 0,5 A1 12 6,9 45,9 67,1 19,4 29,0 280,0 5,8 8 11,7 13,2 2,0 0,5 A1 0 5,7 41,4 72,1 23,1 32,0 240,0 10,4 9 12,0 13,4 3,5 0,6 A1 8 4,3 43,3 99,8 30,9 31,0 234,0 6,7 10 12,8 13,8 2,3 0,2 A1 14 4,8 46,4 96,6 28,8 29,8 239,0 5,2 Mestrado 234,0 13,5 Michel Alves da Silva 101 Anexos 11 12,8 14,2 9,0 2,6 1,2 A1 21 4,9 45,3 92,2 28,9 31,3 191,0 7,4 12 12,8 13,9 80,9 2,5 0,9 A1 0 5,2 43,9 84,2 26,7 31,7 237,0 6,6 13 11,7 16,0 46,8 2,8 0,4 A1 0 5,2 49,1 94,7 30,9 32,6 280,0 5,1 14 16,5 14,4 52,1 2,6 0,1 A1 1 4,5 42,1 93,3 31,9 34,2 234,0 9,7 15 16,9 16,5 51,7 3,1 1,0 A1 17 5,1 46,2 91,3 32,6 35,7 243,0 4,3 16 15,0 15,1 50,0 1,9 0,5 A1 4 5,0 43,6 86,5 30,0 34,6 261,0 6,6 17 15,0 15,9 110,4 2,5 0,2 A1 3 4,8 44,8 93,5 33,2 35,5 191,0 6,7 18 14,7 15,9 107,9 3,1 0,4 A1 10 5,0 45,1 90,6 31,9 35,3 291,0 7,8 19 15,5 15,6 282,6 2,7 0,4 A1 6 5,1 44,8 88,2 30,7 34,8 168,0 5,9 20 14,7 13,3 13,0 2,7 0,3 A1 30 4,9 38,9 79,1 27,1 34,2 187,0 5,6 21 13,2 13,3 8,8 3,4 0,5 A1 7 4,8 39,9 83,5 27,8 33,3 321,0 6,3 22 14,7 14,8 81,8 3,2 0,3 A1 13 5,1 43,3 85,2 29,1 34,2 172,0 6,2 23 15,7 16,4 35,1 3,0 0,5 A1 0 5,0 45,5 91,0 32,8 36,0 190,0 5,3 24 15,0 16,1 301,7 2,4 0,3 A1 5 5,5 45,2 82,6 29,4 35,6 237,0 9,2 25 17,5 15,8 175,1 3,0 0,3 A1 1 4,8 45,2 93,4 32,6 35,0 125,0 6,8 Mestrado Michel Alves da Silva 102 Anexos 26 17,0 14,5 218,8 3,4 0,4 A1 1 4,6 40,2 86,6 31,3 36,1 179,0 4,7 27 17,0 15,1 187,8 3,6 0,4 A1 11 4,7 42,7 91,0 32,2 35,4 131,0 4,4 28 14,9 14,9 17,7 2,4 0,5 A1 12 5,1 43,3 85,7 29,5 34,4 184,0 5,4 29 15,4 14,5 51,7 2,8 0,2 A1 4 4,7 42,3 90,6 31,0 34,3 209,0 3,7 30 13,1 13,7 90,7 3,8 0,4 A1 10 4,2 39,4 94,3 32,8 34,8 282,0 7,1 31 13,4 13,0 17,9 2,7 0,4 A1 2 4,3 38,4 89,9 30,4 33,9 280,0 4,9 32 13,0 13,1 51,3 3,4 0,2 A1 5 4,5 38,8 85,8 29,0 33,8 278,0 6,1 33 14,2 14,6 263,8 3,5 0,2 A1 2 5,1 41,3 80,5 28,5 35,4 223,0 7,2 34 14,0 14,5 345,6 3,4 0,3 A1 2 5,0 42,4 84,3 28,8 34,2 207,0 7,4 35 14,0 15,0 223,6 2,8 0,3 A1 14 4,1 42,6 102,9 36,2 35,2 332,0 8,6 36 13,4 14,8 234,8 3,1 0,7 A1 2 4,8 43,1 90,4 31,0 34,3 242,0 4,9 37 16,0 15,8 23,5 4,7 0,5 A1 23 4,7 44,2 93,2 33,3 35,7 296,0 7,1 38 13,7 14,7 62,1 1,7 0,4 A1 6 4,6 43,2 93,7 31,9 34,0 289,0 6,1 39 15,2 15,8 212,3 1,6 0,4 A1 25 5,5 45,9 83,9 28,9 34,4 170,0 7,6 40 14,6 16,0 31,2 2,3 0,5 A1 4 5,3 49,8 93,2 29,9 32,0 235,0 7,5 Mestrado Michel Alves da Silva 103 Anexos 41 14,3 16,1 85,3 3,0 0,2 A1 1 5,3 49,7 94,2 30,5 32,4 320,0 9,5 42 15,8 17,0 261,5 3,2 0,1 A1 0 5,6 52,7 94,8 30,6 32,3 215,0 8,4 43 14,0 14,6 31,5 3,3 0,5 A1 2 5,0 45,4 90,5 29,0 32,1 243,0 6,3 44 15,2 17,7 113,2 2,4 1,0 A1 9 5,9 53,3 90,6 30,2 33,2 238,0 9,6 45 13,4 14,3 98,8 2,6 0,9 A1 4 5,1 46,3 90,3 27,7 30,7 259,0 10,7 46 13,1 14,6 44,1 2,8 1,3 A1 10 4,8 47,1 97,5 30,3 31,1 368,0 7,8 média 14,1 14,7 109,0 3,0 0,5 7,5 5,0 43,9 89,0 29,9 33,6 235,2 6,7 Mestrado Michel Alves da Silva 104 Anexos ANEXO 17 Tabela 17 - Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos 52 doadores anêmicas do sexo feminino que participaram do estudo. Hb man. Hb aut. Ferritina HbA 2 HbF nº. Hb Hemácias Htcr VCM HCM CHCM Plaq. Leucoc. milhões/mm3 % fL pg g/dL mil/mm3 mil/mm3 nº. doações g/dL g/dL ng/dL % % 1 10,0 10,5 4,8 2,8 0,6 A1 4 3,9 32,1 81,7 26,7 32,7 302,0 6,5 2 12,0 12,1 18,4 2,4 0,1 A1 2 4,0 35,2 88,7 30,5 34,4 219,0 6,2 3 9,4 11,7 37,6 3,0 0,5 AS 0 4,2 34,1 82,0 28,1 34,3 180,0 8,7 4 10,5 11,5 7,9 2,7 0,6 A1 0 4,7 35,6 75,9 24,5 32,3 159,0 5,4 5 11,2 10,9 12,9 2,5 0,5 A1 7 4,2 34,0 80,2 25,7 32,1 309,0 6,8 6 11,5 10,4 9,6 2,2 0,7 A1 0 4,6 32,5 71,4 22,9 32,0 131,0 10,9 7 12,2 11,7 35,5 3,8 1,0 AS 0 4,8 33,3 68,8 24,2 35,1 250,0 9,1 8 12,0 12,2 86,8 3,3 0,4 A1 0 4,2 35,3 84,4 29,2 34,6 186,0 10,0 9 11,0 11,8 40,1 3,2 0,8 A1 5 4,1 34,3 83,7 28,8 34,4 183,0 7,0 10 11,5 12,2 21,6 3,2 0,9 A1 2 4,6 36,8 80,9 26,8 33,2 283,0 8,6 Mestrado Michel Alves da Silva 105 Anexos 11 11,0 12,0 14,9 3,0 0,6 A1 0 4,2 35,9 86,5 28,9 33,4 271,0 6,0 12 11,8 11,3 10,1 2,8 1,4 A1 1 4,3 35,9 83,5 26,3 31,5 333,0 7,5 13 11,8 12,0 63,6 2,9 0,6 A1 1 4,4 37,1 85,1 27,5 32,3 225,0 8,9 14 10,8 11,2 9,7 2,8 0,9 AS 0 4,3 33,5 78,6 26,3 33,4 428,0 8,6 15 10,8 11,6 7,3 3,0 0,3 A1 22 4,0 34,5 85,4 28,7 33,6 525,0 9,4 16 11,5 11,5 9,7 2,8 0,2 A1 0 4,0 33,5 84,2 28,9 34,3 190,0 5,8 17 11,8 12,3 48,3 3,6 0,3 A1 0 4,1 35,9 88,6 30,4 34,3 191,0 9,2 18 12,2 11,6 15,2 3,3 0,6 A1 3 4,2 34,3 82,3 27,8 33,7 302,0 5,7 19 12,1 11,3 6,7 2,9 0,3 A1 2 4,2 34,3 81,7 26,9 32,9 275,0 6,4 20 11,0 12,4 96,2 3,7 0,4 A1 0 4,0 35,4 89,3 30,8 34,5 281,0 9,1 21 11,0 11,4 8,1 3,7 0,8 A1 1 4,5 35,9 79,2 25,2 31,8 306,0 6,3 22 10,9 10,7 0,0 3,8 0,3 A1 0 3,8 32,7 87,0 28,5 32,7 276,0 5,9 23 11,4 11,3 12,3 2,8 0,3 A1 4 4,3 34,3 80,3 26,5 32,9 304,0 5,0 24 11,8 11,9 53,1 2,5 0,2 A1 1 4,5 37,9 83,8 26,3 31,4 246,0 7,0 25 12,1 12,4 13,1 2,7 0,4 A1 7 3,7 34,7 92,8 33,2 35,7 223,0 5,7 Mestrado Michel Alves da Silva 106 Anexos 26 11,3 11,1 36,5 2,6 0,3 A1 0 4,1 34,1 83,2 27,1 32,6 252,0 3,7 27 12,1 12,3 44,3 2,6 0,3 A1 0 3,7 34,5 92,5 33,0 35,7 265,0 7,8 28 11,6 12,2 71,5 2,5 0,3 A1 0 3,8 32,9 87,3 32,4 37,1 268,0 6,9 29 12,0 11,0 14,7 1,7 0,9 A1 4 3,7 32,4 87,3 29,6 34,0 153,0 4,5 30 12,0 12,1 17,1 2,3 0,2 A1 2 4,5 39,3 87,4 27,0 30,9 321,0 7,0 31 11,5 12,1 28,5 2,2 0,2 A1 6 3,7 38,2 102,3 32,3 31,6 182,0 3,2 32 11,7 12,2 9,1 2,2 0,4 A1 4 4,7 40,1 86,3 26,3 30,5 342,0 6,5 33 12,0 11,8 32,4 2,9 0,7 A1 3 4,2 38,3 92,3 28,5 30,9 274,0 5,2 34 11,1 10,5 5,2 2,5 0,3 AS 0 4,2 34,9 83,4 25,1 30,0 269,0 9,2 35 11,4 12,3 3,3 3,3 0,3 A1 2 4,2 39,2 92,9 29,3 31,5 328,0 9,0 36 10,8 11,8 17,4 2,0 1,0 A1 8 4,4 38,1 87,2 27,0 31,0 205,0 6,1 37 11,7 11,6 61,0 3,0 0,3 A1 1 3,9 36,9 94,9 29,8 31,4 241,0 7,8 38 11,7 11,1 10,3 4,3 0,7 A1 0 4,0 36,1 89,8 27,5 30,7 245,0 5,2 39 11,4 10,1 57,5 2,7 1,3 A1 5 4,6 35,2 76,3 21,9 28,7 425,0 9,7 40 11,1 12,0 22,7 2,8 0,5 A1 0 3,8 35,4 93,4 31,7 34,0 301,0 8,5 Mestrado Michel Alves da Silva 107 Anexos 41 11,4 11,2 2,6 0,7 A1 0 3,8 34,5 91,0 29,6 32,5 339,0 6,8 42 10,5 11,8 1,7 0,5 A1 0 4,2 36,9 88,2 28,2 32,0 327,0 10,6 43 12,0 12,0 3,4 1,2 A1 9 4,2 38,7 91,9 28,5 31,0 263,0 11,6 44 10,8 12,0 89,7 2,9 0,9 A1 11 3,7 37,4 100,3 32,2 32,1 294,0 8,2 45 11,7 12,1 4,4 2,7 0,8 A1 0 4,5 38,5 84,9 26,6 31,4 164,0 9,7 46 11,4 11,4 2,4 1,0 A1 0 4,5 37,0 81,7 25,2 30,9 264,0 6,6 47 12,0 12,3 7,0 2,5 0,4 A1 24 4,3 39,7 92,2 28,6 31,0 276,0 3,7 48 11,4 11,5 25,2 2,7 0,7 A1 15 4,8 37,8 79,3 24,1 30,4 267,0 8,8 49 11,7 12,4 14,6 2,7 2,4 A1 2 4,4 40,7 92,9 28,3 30,5 279,0 6,9 50 11,4 12,2 20,2 2,7 0,8 A1 0 4,2 39,7 95,3 29,3 30,7 315,0 6,5 51 11,7 11,2 11,4 2,7 0,9 A1 10 4,3 36,6 85,3 26,1 30,6 326,0 7,8 52 11,1 11,7 7,5 3,0 0,5 A1 2 4,4 38,6 88,3 26,8 30,3 153,0 4,7 média 11,4 11,7 25,6 2,8 0,6 3,3 4,2 36,0 86,0 27,9 32,5 267,6 7,3 Mestrado 1,8 Michel Alves da Silva 108 Anexos ANEXO 18 Tabela 18 - Distribuição dos valores de hemoglobina manual, hemoglobina automatizada, ferritina, HbA 2 , HbF, perfil eletroforético, número de doações e hematimetria em relação aos 79 doadores controles do sexo feminino que participaram do estudo. Hb man. Hb aut. Ferritina HbA 2 HbF nº. Hb Hemácias Htcr VCM HCM CHCM Plaq. Leucoc. milhões/mm3 % fL pg g/dL mil/mm3 mil/mm3 nº. doações g/dL g/dL ng/dL % % 1 11,7 12,7 23,6 2,9 0,3 A1 0 4,6 37,9 83,0 27,7 33,4 223,0 6,3 2 11,8 13,5 67,7 2,0 1,9 A1 11 4,1 39,7 96,4 32,8 34,0 312,0 6,7 3 11,5 12,7 66,1 2,1 0,7 A1 3 4,5 38,2 85,3 28,3 33,2 321,0 9,6 4 11,5 13,0 15,7 2,7 0,3 A1 0 4,6 38,7 84,7 28,4 33,6 306,0 6,1 5 11,5 12,7 35,5 3,1 0,9 A1 0 3,9 36,9 95,8 33,0 34,4 279,0 5,9 6 12,0 12,5 13,2 2,5 0,4 A1 0 5,0 39,0 77,8 25,0 32,1 310,0 6,8 7 10,6 14,3 24,7 3,0 0,5 A1 0 5,0 41,6 83,0 28,5 34,4 311,0 7,1 8 12,0 12,6 9,9 3,9 0,8 A1 1 4,3 38,2 88,2 29,1 33,0 228,0 4,4 9 12,0 13,2 47,8 3,1 0,6 A1 0 3,8 36,3 96,0 34,9 36,4 239,0 8,4 10 12,0 12,7 79,2 3,2 0,4 A1 0 4,3 38,0 88,2 29,5 33,4 139,0 3,7 11 12,2 12,7 20,7 2,6 0,1 A1 7 4,3 37,6 87,0 29,4 33,8 192,0 7,8 12 12,0 13,9 53,5 2,9 0,5 A1 2 4,3 39,3 91,4 32,3 40,4 289,0 7,3 Mestrado Michel Alves da Silva 109 Anexos 13 11,8 12,8 27,7 3,0 0,3 A1 19 4,4 38,7 88,8 29,4 33,1 351,0 6,9 14 10,1 12,6 49,2 3,4 0,3 A1 8 3,8 36,2 36,2 96,0 33,4 187,0 4,5 15 11,8 13,8 72,7 3,6 0,4 A1 4 4,3 40,0 92,4 31,9 34,5 301,0 7,8 16 12,1 13,2 14,3 1,8 0,1 A1 0 4,3 38,4 89,9 30,9 34,4 247,0 8,3 17 11,8 12,7 19,7 3,1 0,3 A1 0 4,3 39,6 92,9 29,8 32,1 274,0 8,1 18 12,3 13,0 13,3 3,1 0,4 A1 1 4,5 41,3 91,8 29,0 31,6 198,0 6,5 19 11,4 12,9 24,9 3,0 0,7 A1 0 4,5 41,1 91,6 28,7 31,3 265,0 10,2 20 12,0 12,7 38,1 3,1 0,3 A1 0 4,3 40,4 93,2 29,3 31,4 273,0 6,9 21 12,0 12,5 48,8 2,5 0,9 A1 2 4,4 40,6 93,4 28,7 30,7 200,0 8,4 22 12,3 13,2 28,4 2,6 0,2 A1 19 4,4 43,2 98,5 30,1 30,5 190,0 5,6 23 11,7 12,5 27,9 2,9 0,6 A1 2 4,1 39,5 97,5 30,9 31,7 253,0 9,0 24 11,7 12,8 18,1 3,3 0,3 A1 3 4,3 40,2 93,2 29,8 32,0 280,0 6,0 25 14,0 13,2 31,4 2,5 0,3 A1 4 4,4 39,5 90,0 30,1 33,4 244,0 10,1 26 14,0 13,2 77,8 2,6 0,5 A1 5 4,2 39,0 93,5 31,7 33,8 302,0 10,2 27 14,0 13,1 32,4 3,0 0,1 A1 5 4,4 38,1 87,2 30,0 34,4 256,0 7,3 28 12,8 13,2 30,5 3,5 0,4 A1 4 4,4 39,0 88,6 30,0 33,8 360,0 8,1 29 13,2 13,0 26,3 3,4 0,3 A1 10 4,4 38,3 87,2 29,6 33,9 254,0 5,7 30 13,0 13,5 23,5 3,0 0,2 A1 3 4,5 39,5 88,6 30,3 34,2 220,0 8,6 31 14,4 14,7 18,0 3,3 1,1 A1 6 4,4 41,4 93,2 33,1 35,5 244,0 6,7 Mestrado Michel Alves da Silva 110 Anexos 32 13,5 14,1 49,2 2,7 0,5 A1 1 4,6 41,5 90,0 30,6 34,0 251,0 5,5 33 14,0 13,0 10,8 2,9 0,5 A1 7 4,1 37,9 91,5 31,4 34,3 129,0 6,3 34 12,8 12,7 36,0 3,0 0,6 A1 1 4,0 36,4 90,8 31,7 34,9 300,0 12,2 35 14,4 15,2 13,2 2,6 0,4 A1 14 4,8 44,0 91,1 31,5 34,5 263,0 7,0 36 13,4 13,3 20,8 3,6 0,4 A1 8 4,2 37,1 88,1 31,6 35,8 270,0 5,8 37 12,5 13,5 57,0 2,9 0,5 A1 16 4,2 38,1 89,9 31,8 35,4 293,0 10,1 38 13,8 13,5 26,0 2,7 0,4 A1 6 4,5 38,1 84,3 29,9 35,4 241,0 7,9 39 12,8 13,2 29,6 2,9 0,7 A1 18 4,0 38,1 95,7 33,2 34,6 275,0 6,4 40 13,5 12,9 124,5 3,3 0,4 A1 3 3,9 35,5 90,1 32,7 36,3 155,0 4,6 41 15,0 13,4 8,5 3,0 0,2 A1 7 4,1 40,5 98,5 32,6 33,1 207,0 8,2 42 12,5 12,6 26,6 3,0 0,3 A1 6 4,1 36,3 89,2 31,0 34,7 234,0 6,1 43 13,8 13,3 21,6 3,3 0,8 A1 6 4,4 38,5 87,7 30,3 34,5 375,0 6,2 44 13,2 15,9 96,2 3,3 0,4 A1 2 5,0 45,6 90,8 31,7 34,9 316,0 10,8 45 12,8 13,3 9,1 3,0 0,3 A1 2 4,8 39,9 83,3 27,8 33,3 170,0 4,9 46 12,8 13,9 21,5 3,0 0,3 A1 9 4,3 39,3 91,6 32,4 35,4 235,0 9,0 47 12,8 12,9 53,1 2,9 0,2 A1 3 4,3 38,7 90,8 30,3 33,3 224,0 6,4 48 12,8 12,7 26,3 3,0 0,3 A1 6 4,3 38,4 89,5 29,6 33,1 378,0 7,5 49 13,4 14,0 72,6 3,9 0,3 A1 3 4,5 39,7 88,2 31,1 35,3 264,0 8,3 50 14,0 14,3 73,0 2,3 0,6 A1 12 4,7 41,3 87,1 30,2 34,6 227,0 5,8 Mestrado Michel Alves da Silva 111 Anexos 51 13,6 12,8 26,3 3,2 0,4 A1 3 4,3 37,7 87,7 29,8 34,0 174,0 6,2 52 13,5 13,3 50,4 3,4 0,1 A1 1 4,8 41,1 85,8 27,8 32,4 271,0 9,2 53 12,5 13,4 23,2 2,7 0,1 A1 1 4,4 39,9 90,8 30,5 33,5 252,0 8,5 54 14,2 13,8 49,7 3,4 0,3 A1 2 4,6 41,4 89,3 29,9 33,4 205,0 7,0 55 13,0 14,2 29,4 3,1 0,3 A1 3 4,6 41,0 89,0 30,9 34,6 165,0 7,4 56 14,2 13,8 22,2 3,2 0,2 A1 3 4,7 39,8 84,9 29,4 34,7 231,0 6,7 57 13,5 13,7 41,4 3,1 0,2 A1 1 4,4 40,1 91,8 31,4 34,2 267,0 8,8 58 13,0 13,5 41,1 3,0 0,3 A1 3 4,6 40,4 88,8 29,7 33,4 262,0 8,9 59 13,0 12,8 11,3 4,1 0,3 A1 1 4,4 37,3 84,8 29,1 34,3 203,0 7,3 60 12,5 13,1 17,5 3,2 0,3 A1 18 4,4 38,9 89,4 30,1 33,7 365,0 4,6 61 13,0 12,6 54,0 3,3 0,3 A1 7 4,1 37,7 93,1 31,1 33,4 251,0 8,3 62 13,0 14,3 58,0 2,9 0,6 A1 10 4,6 41,0 90,1 31,4 34,9 299,0 7,8 63 13,3 14,1 159,5 2,8 0,2 A1 4 4,4 40,5 92,5 32,2 34,8 347,0 7,2 64 13,3 14,0 32,5 3,2 1,0 A1 3 4,4 42,0 95,7 31,9 33,3 230,0 6,0 65 12,9 13,0 51,0 3,5 0,7 A1 3 4,5 40,3 89,5 28,9 32,3 293,0 7,0 66 12,9 12,8 17,7 2,7 0,2 A1 7 4,4 40,8 92,5 29,1 31,5 322,0 11,9 67 13,1 13,7 14,1 3,3 0,6 A1 1 4,9 43,1 88,8 28,2 31,7 291,0 6,0 68 12,8 13,8 45,4 3,0 0,4 A1 0 4,7 44,6 94,7 29,4 31,0 276,0 6,0 69 12,5 13,1 51,0 3,3 1,4 A1 10 3,9 41,4 105,7 33,4 31,6 139,0 6,4 Mestrado Michel Alves da Silva 112 Anexos 70 13,4 14,3 21,7 2,4 0,6 A1 4 4,6 44,9 97,1 30,8 31,7 293,0 6,3 71 12,8 12,7 10,9 2,9 0,6 A1 5 4,4 40,4 91,9 28,9 31,5 215,0 8,5 72 12,5 12,5 18,9 2,3 0,8 A1 10 4,0 39,2 97,3 31,1 31,1 213,0 7,6 73 13,4 13,3 34,7 2,7 1,0 A1 1 4,5 42,4 93,8 29,4 31,4 316,0 10,6 74 12,8 13,0 16,1 2,9 0,6 A1 4 4,3 41,2 95,2 30,0 31,5 214,0 6,6 75 12,5 13,6 53,5 3,5 2,5 A1 5 4,6 43,5 94,1 29,5 31,3 252,0 8,0 76 12,5 13,5 18,3 3,8 1,2 A1 8 4,3 43,5 100,9 31,4 31,1 244,0 8,1 77 13,1 14,6 16,6 2,6 1,3 A1 0 4,9 47,0 96,4 29,9 31,0 282,0 10,7 78 12,5 13,3 82,9 3,1 0,7 A1 4 4,2 38,7 91,5 31,4 34,4 285,0 5,7 79 15,0 14,3 33,8 3,1 1,3 A1 2 4,3 40,4 93,7 33,2 35,4 323,0 8,8 média 12,8 13,3 37,5 3,0 0,5 4,7 4,4 39,9 90,2 31,3 33,5 257,4 7,4 Mestrado Michel Alves da Silva