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1. [2.000] (IP:281474038335825 | 21:49:32 | 08:55:52 | 06:20 | 2.277)
Discuta a figura 5.10 em linhas gerais
A matéria orgânica do solo (MOS) é um dos maiores reservatórios de C terrestre, ela possui
natureza química e origem muito complexa. Sua composição é influenciada por fatores
determinantes como condições biológicas, vegetação, resíduos, clima e manejo. A MOS é
constituída por materiais adicionados, seus produtos de transformação, células microbianas,
esqueletos de invertebrados, metabólitos microbianos, produtos da sua interação ou
componentes inorgânicos do solo (minerais e argilas) e materiais recalcitrantes, aqueles
resistentes à decomposição pelos micro-organismos.
A MO tem diversos efeitos sobre as características físicas do solo. Ela melhora a agregação,
ou seja, reorganiza e flocula as partículas primárias do solo, por sua ação cimentante. Devido
a melhor agregação, há uma maior aeração do solo. Também há uma proteção física da MOS,
criando uma barreira aos micro-organismos e as suas enzimas, influenciando na sua
decomposição e no “turnover” microbiano (Silva e Mendonça, 2007). Ela também melhora a
retenção de água, pois de acordo com Stevenson (1994) a MOS pode reter até 20 vezes sua
massa em água. Essa retenção não impede a permeabilidade do solo, já que a agregação é
favorecida. De modo geral, a melhoria das propriedades físicas do solo reduz sua
suscetibilidade à erosão e assim, indiretamente, os danos ambientais que essa causa, como
degradação do solo, poluição e assoreamento de mananciais hídricos.
A MO também atua nas características químicas do solo, pela diversidade de seus
componentes que resultam na diversidade de grupamentos funcionais, a MOS tem ação
tamponante numa ampla faixa de pH do solo. Além disso, ela tem elevada área de superfície
específica, aumentando esta característica do solo, consequentemente há um aumento na
capacidade de troca catiônica (CTC). A MOS também atua como agente quelante, reduzindo
a toxicidade de metais e poluentes e retendo micronutrientes. Por seu caráter anfótero, ela
retém tanto cátions como ânions. Além de possuir nutrientes nos sítios de troca, ela pode
atuar como reservatório de N, P e S, que fazem parte da sua composição química. As
substâncias húmicas contém até 90% do N e 80% do P orgânico do solo, mas a liberação
desses nutrientes é geralmente muito pequena devido a resistência dessas frações à
decomposição. De modo geral, a MO confere maior estabilidade química ao solo, e isto é
extremamente importante para solos com grau de intemperismo elevado, como os tropicais.
A MO também influencia as característica biológicas do solo. Ela é uma reserva metabólica de
energia para diversos micro-organismos, também pode atuar no retardamento da plasmólise
de células microbiana favorecendo sua sobrevivência e atividade. A MOS exerce efeitos
fisiológicos sobre as plantas, através de substâncias reguladoras de crescimento vegetal e
agentes antimicrobianos. Também podem estar presentes na MOS substâncias fitotóxicas e
aleloquímicas, causando implicações diversas nas plantas cultivadas. Portanto, a MO é um
componente fundamental da capacidade produtiva dos solos, assim, a adoção de sistemas de
manejo deve levar em consideração, entre outros aspectos, o seu efeito sobre os teores de
matéria orgânica do solo.
ok
2. [2.000] (IP:281474038335825 | 21:50:25 | 08:55:56 | 05:31 | 2.804)
Discuta a seguinte afirmativa: “A matéria orgânica do solo pode ser considerada como formada por
vários compartimentos completamente distintos entre si”.
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Em vista da heterogeneidade e complexidade funcional da MOS, tornam-se necessárias
abordagens que permitam avaliar a dinâmica dos seus componentes, em função da
estabilidade química e vinculações das frações com características comportamentais da MOS.
Assim, na tentativa de entender melhor a dinâmica da MOS, compartimentos funcionais
específicos são empregados em modelagens matemáticas. Muitos deles são apenas
denominações distintas para frações semelhantes, sem levar em conta suas características
químicas. Deste modo, a compartimentalização não corresponde à situação real da matéria
orgânica, pois as divisões são artificiais, enquanto que o sistema natural funciona como um
continuum.
De modo geral, a classificação das frações da MOS levam em consideração o tempo de
residência, a função principal de cada fração e os fatores controladores. Uma terminologia
genérica de frações muito empregada divide a MOS em C-biomassa (BIO); C-lábil (LAB) não
protegido, que incluem materiais parcialmente decompostos, resíduos microbianos, células
vivas e produtos de transformação; fração protegida fisicamente (POM) nos agregados e
interagregados de solos não cultivados; e, fração protegida quimicamente pelas interações
com coloides orgânicos ou minerais (COM).
ok
3. [2.000] (IP:281474038335825 | 21:50:55 | 08:55:59 | 05:04 | 2.431)
Discuta a figura 5.11 em linhas gerais
A MOS sofre inúmeras e constantes transformações que resultam em C-CO2 (perdido),
C-biomassa e C-húmus.
A figura ilustra a formação de substâncias húmicas, que basicamente ocorrem de duas
maneiras. Na primeira, o material vegetal e animal (celulose, hemicelulose, amido, açúcares,
proteínas e outros), bem como a matéria orgânica (componentes solúveis e oxidáveis), de
fácil decomposição, são decompostos através da biomassa microbiana gerando os
componentes celulares, metabólitos e subprodutos, os quais irão compor parte das
substâncias húmicas. Esta decomposição imobiliza C na biomassa microbiana, libera C na
forma de CO2 e aumenta o estoque de C do solo, na forma de húmus.
A segunda forma é quando os materiais não decompostos pela microbiomassa do solo (como
ligninas, ceras, gorduras, componentes recalcitrantes e bases nitrogenadas, de difícil
decomposição) se acumulam e acabam compondo parte do húmus. O C presente nesta
situação apenas é adicionado ao solo na forma de estoque. Ele posteriormente pode vir a ser
utilizado pela microbiota (através da decomposição), imobilizando-o na biomassa e
liberando-o na forma de CO2.
Os cátions e os minerais de argila também podem se unir aos componentes celulares,
metabólitos e subprodutos, e assim fazer parte das substancias húmicas. Além disso, estas
podem ser separadas em três frações de acordo com a sua solubilidade relativa em álcali e
ácidos: ácidos fúlvicos (solúveis em base e em ácidos, são menos estáveis, logo mais fáceis
de decompor), ácido húmico (solúvel apenas em base) e humina (insolúvel em ácido e base,
tornando-se mais estável, portanto mais difícil de decompor).
As setas da figura representam o grau de estabilidade química e a reatividade no solo das
substâncias húmicas, logo a humina é mais estável quimicamente e menos reativa, enquanto
os ácidos fúlvicos são menos estáveis e mais reativos no solo.
O entendimento dos vários aspectos da transformação e formação das substâncias húmicas é
essencial para avaliar a dinâmica e a perda de C adicionado ao solo.
ok
4. [3.500] (IP:281474038335825 | 21:51:16 | 08:56:04 | 04:48 | 4.501)
Discuta a figura 5.23, discutindo em particular os componentes que podem ser mais facilmente
modificados pela escolha adequada do resíduo e do manejo
No exemplo da figura, tem-se que, 10 Mg de resíduo orgânico foi aplicado ao solo. No
primeiro ano apenas 2/3 do resíduo será decomposto (6,7 Mg). Sendo que deste, 3 Mg são de
carbono (C). A microbiota irá imobilizar 1,5 Mg deste e liberar a mesma quantidade na forma
de CO2. Mas, para que ela consiga realizar este processo, ou seja, a mineralização deste
resíduo, serão necessários 150 kg de nitrogênio (N) imobilizados. No entanto, o resíduo só
dispõe de 30 kg de N. É necessário que o solo possua os outros 120 kg de N. Caso essa
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quantidade não seja aplicada e o solo não seja capaz de fornecê-la de sua reserva, a
decomposição do resíduo será muito lenta pela falta de N.
É importante salientar que a imobilização ocorre tanto com um fornecimento alto, como baixo
de N, pois o micro-organismo primeiro imobiliza o nutriente, para posteriormente o mineralizar
(importante: imobilização – mineralização, “continuum”; ocorrem simultaneamente e nos dois
sentidos; dependendo da situação, um pode ser maior que o outro). Porém, se a
disponibilidade de N for baixa, a decomposição poderá ser extremamente lenta, o que pode ir
de encontro aos interesses do manejo.
Como a maioria dos restos vegetais que são depositados no solo possuem relação C:N alta,
estes promovem déficits de N. Para evitar problemas referentes a esta deficiência de N para a
decomposição, pode-se utilizar algumas práticas de manejo, como o uso de resíduos com
relação C:N baixa, assim a mineralização será favorecida pela maior disponibilidade de N no
resíduo e os micro-organismo imobilizarão menos N do solo. Pode-se também adicionar
fertilizantes nitrogenados, juntamente com os restos vegetais em solos destinados ao plantio
imediato (o cálculo deve ser em função da composição do resíduo), pois o N será utilizado
para a decomposição (que será rápida) e posteriormente liberado para cultura.
A incorporação dos resíduos de relação C:N alta também pode ser realizada, desde que seja
60 dias antes do plantio, porque a decomposição será lenta e haverá a imobilização de N em
grandes quantidades, mas posteriormente o N será liberado e disponibilizado para a planta. A
manutenção de restos culturais na superfície do solo apresenta-se como uma alternativa,
como ocorre no plantio direto, já que nesta situação a decomposição é reduzida em até 50%,
tornando-se lenta e imobilizando pouco N. A compostagem do material também pode ser feita
antes da sua aplicação no solo, assim o N já estará mineralizado e disponível para as
culturas.
A escolha dos resíduos e um bom manejo são essenciais para que exista uma relação
imobilização – mineralização dentro dos interesses almejados para uma determinada cultura
e/ou aplicação.
razoável, embora um tanto superficial
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