1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PRODUÇÃO DE GÁS METANO EM BIODIGESTOR Autor: José Vieira Carneiro Orientadora: Profª Ms. Fabiane Muniz Niterói 2007 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PRODUÇÃO DE GÁS METANO EM BIODIGESTOR Esta monografia apresentada ao Curso de Pós-graduação Educação em Ambiental Planejamento da e Universidade Cândido Mendes é parte dos requisitos para a obtenção do grau de Especialista em Planejamento e Educação Ambiental. Por: José Vieira Carneiro 3 AGRADECIMENTOS A Lúcia pela valiosa contribuição na digitação e correção dos textos, bem como o incentivo para dar continuidade e concluir este trabalho de pesquisa. 4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia a todos que direta ou indiretamente contribuíram de alguma forma com suas críticas e sugestões, mas sempre enriquecedoras, para que este trabalho fosse concluído. Sabedoria chinesa: “Resíduo é uma aproveitada.” matéria-prima mal 5 ...E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida; mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida; mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina, mesmo quando é a explosão de uma vida Severina. Morte e vida Severina João Cabral de Melo Neto (1920-1999) 6 RESUMO Hoje com a grande preocupação do homem com o aquecimento global, futura escassez de petróleo, alto custo da energia, efeito estufa, grandes volumes de lixo produzidos pela nossa sociedade, ocupando imensas áreas, aproximando-se cada vez mais dos centros urbanos, com sua vida útil diminuindo muito rapidamente ou tendo que ser criados novos locais para o depósito desse lixo, sempre com um custo mais elevado. Entra a biodigestão como uma alternativa viável para diminuir o volume de matéria orgânica (grande componente do lixo) que seria descartada nos lixões, aterros sanitários, etc. O biodigestor é considerado por muitos como uma verdadeira fábrica de biofertilizante, biogás e uma usina de saneamento unidos num só equipamento de quase nulo impacto ambiental, pois toda biomassa nele depositada gera gás metano e biofertilizante. Um biodigestor instalado no Centro de Educação Técnica e Profissionalizante – CETEP, localizado na Rua Guimarães Junior, 182 – Barreto – Niterói – RJ, é totalmente viável, já que 25kg de resto de cultura produz em média 1,0m³ de gás metano CH4. Como a quantidade de matéria orgânica diária a ser depositada é de 4,0 toneladas, vai gerar 160m³ de gás metano para ser queimado na cozinha do refeitório da escola. O outro aspecto é o ambiental. Como toda essa matéria orgânica é utilizada para abastecer o biodigestor, seria menos 100 toneladas mensais nos lixões, contribuindo para o aumento da vida útil dos lixões ou aterros sanitários e também diminuindo o chorume e a emissão de gás metano na atmosfera, grande causador do efeito estufa. 7 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi uma extensa pesquisa bibliográfica, consulta a sites especializados, órgãos governamentais (ministérios, secretarias, etc.). Quanto a pesquisa bibliográfica, o trabalho mais árduo foi procurar de algum livro que descrevesse alguma experiência com biodigestor que utilizasse como biomassa o material orgânico vegetal e resto de alimentos, para que pudesse ser adotado como parâmetro nesta monografia. Especificamente não foi encontrado exatamente esta biomassa para abastecer o “nosso biodigestor”, mas todas as tabelas utilizadas foram associadas à matéria seca (resíduos vegetais), consultados em tabelas de órgãos governamentais, trabalhos apresentados em congressos, todas mostrando a mesma relação entre massa de resíduo vegetal e volume de gás metano gerado. Por isso, será adotado este valor para balizar esta monografia. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I: Um pouco de história do Biodigestor 10 CAPÍTULO II: O que é um Biodigestor? 13 CAPÍTULO III: Tipos de biodigestor 17 CAPÍTULO IV: O Biogás 26 CAPÍTULO V: O Biofertilizante 31 CAPÍTULO VI: Impacto Ambiental Positivo 34 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 38 WEBGRAFIA 39 ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 43 9 INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo verificar se há viabilidade econômica de se instalar um biodigestor no CETEP – Barreto, utilizando como biomassa os resíduos dos alimentos do refeitório e os rejeitos de frutas, verduras e legumes que são comercializados na Central de Abastecimento, localizada próxima ao CETEP, a menos de 400 metros da escola. O objetivo seria adicionar aos restos de comida da escola (1600 refeições por dia),durante 6 dias por semana aos rejeitos da Central de Abastecimento de Niterói (CADEN) situada na Rua Galvão, 148 - Barreto – Niterói – RJ, que estão impróprios para a comercialização. Segundo estimativas do diretor administrativo, Sr. Jorge Villela Soares, supera quatro toneladas por dia esses rejeitos, adicionados com os 110 quilogramas de restos de alimentos produzidos pelo refeitório do CETEP. Com esta matéria orgânica (biomassa), pretende-se verificar,através de dados já estabelecidos, qual a quantidade (volume em metros cúbicos) de gás metano (CH4) poderia ser gerado num biodigestor para ser utilizado na cozinha do refeitório. Outro aspecto que a princípio não passa pelo crivo econômico,é o ambiental, que hoje em dia todos nós deveríamos olhar com a máxima atenção, que é a possibilidade de diminuir significativamente o volume de lixo que iria para os lixões ou aterros sanitários (se é que este existe em nossa região). Com isto, ganha a escola, o meio ambiente, os alunos e professores e toda a comunidade escolar, já que despertará para esta comunidade de participar de um projeto ecológico de grande impacto positivo dentro da escola e provocando uma conscientização de todos quanto à possibilidade de transformação de energia e a urgente necessidade de redução do lixo descartável. 10 CAPÍTULO I UM POUCO DA HISTÓRIA DO BIODIGESTOR Em 1776 o pesquisador italiano Alessandro Volta, (o mesmo que inventou a pilha) identificou pela primeira vez o gás metano (CH4) como resultado de decomposição da matéria orgânica “restos de vegetais em ambientes confinados , os chamados “gás dos pântanos”. Em 1806, na Inglaterra Humphey Davy identificou um gás rico em carbono e dióxido de carbono, resultante da decomposição de dejetos de animais em lugares úmidos [...] . Ao que parece, apenas em 1857, em Bombaim, Índia, foi construído a primeira instalação operacional destinada a produzir gás combustível, para um hospital de hansenianos. Nesta mesma época, pesquisadores como Fisher e Scharader, na Alemanha e Grayon na França, entre outros, estabelecerem as bases teóricas e experimentais da biodigestão anaeróbia. Posteriormente, em 1890, Donald Cameron projetou uma fossa séptica para a cidade de Exeter, na Inglaterra, sendo o gás produzido utilizado para iluminação pública. Uma importante contribuição para o tratamento anaeróbio de esgotos residenciais foi feita por Karl Inhoff, na Alemanha que por volta de 1920, desenvolveu um tanque biodigestor, o tanque Inhoff, bastante difundido na época (Nogueira, 1986, p. 1-2). Em 1857 na Índia, nas proximidades de Bombaim, pela primeira vez instalou-se uma unidade para produção de gás combustível estima-se hoje que exista neste pais mais de 150.000 unidades instaladas. Em alguns paises como a Alemanha e asiáticos como a China desenvolveu-se a técnica da produção de biogás na eliminação de resíduos de esgoto. Esta técnica consiste de um 11 biodigestor. Este equipamento é construído de alvenaria e localizado abaixo do solo, possui uma campânula por onde sai o gás, uma entrada de material e uma saída de emergentes, que na verdade é adubo químico de ótima qualidade. A primeira instalação no Brasil de um biodigestor foi na Granja do Torto, em Brasília em 1976, um modelo chinês e que vem funcionando muito bem. Em 1900 foi posto em funcionamento regular em Bombaim, Índia, o primeiro digestor de batelada o qual recebe carga total de biomassa e somente é esvaziado quando houver a total conversão da biomassa em biofertilizante e biogás, segundo Seixas et al (1980, p. 6-7). Na Europa os italianos e alemães como os povos mais atingidos pela 2ª Guerra Mundial, procuraram desenvolver muitas técnicas para a obtenção de biogás de dejetos e restos de cultura. Mas foi na Índia em 1939 que ocorreu os melhores resultados com a pesquisa de biodigestores, feita pelo Instituto Indiano de Pesquisa Agrícola, em Kampur, onde a primeira usina de gás de esterco foi instalada. Segundo Nogueira (1986). O sucesso foi tão grande que os indianos criaram o Gabor Bux Institute (1950), sob o comando de Ram Bux Singh. Como resultado das pesquisas houve grande difusão dos biodigestores como forma de obter gás combustível. Tratar dos dejetos animais e como produto final da biodigestão o fertilizante (biofertilizante) utilizado na agricultura. Esse trabalho pioneiro, realizado na região de Ajitmal (norte da Índia), possibilitou a construção de meio milhão de biodigestores no interior do país. Pela literatura existente o primeiro biodigestor posto em funcionamento regular na Índia foi no início do século XX em Bombaim Em 1950, Patel instalou, ainda na Índia, o primeiro biodigestor de sistema contínuo. Na década de 60, Fray, um fazendeiro, desenvolveu pesquisas com biodigestores da África do Sul (Sganzerla, 1983, p. 8) A China motivada pelo sucesso dos biodigestores construídos na Índia, adotou a tecnologia a partir de 1958, onde até 1972, já haviam sido instalados 7,2 milhões de biodigestores na região do Rio Amarelo. Nesta localização as condições climáticas são favoráveis a produção de biogás. 12 Em 1973 deflagrou-se uma grande crise energética com um aumento brutal no preço do petróleo levando tanto paises ricos como paises do terceiro mundo a adotar os biodigestores como fonte alternativa de energia, contudo o uso dessa tecnologia não prosperou tanto em outros paises, como na Índia e China. Há pelo menos meio século, para os chineses a implantação de biodigestores transformou-se em questão vital, incrustada em lógicas de política internacional. Um país continental, com excesso de população, a China buscou, durante os anos 50 e 60, no auge da Guerra Fria, por uma alternativa de descentralização energética. Baseavam-se em uma lógica simples. No caso de uma guerra que poderia significar a destruição quase total da civilização como a conhecemos. O ataque às centrais energéticas, como as poderosas usinas hidroelétricas, representaria o fim de toda a atividade econômica. Isso porque a energia deixaria de ser disponível nos grandes centros, mas naqueles pequenos centros, as pequenas unidades de biodigestão conseguiriam passar incólumes ao poder inimigo. A descentralização, portanto, implica em criar unidades suficientes nas pequenas vilas, vilarejos e regiões mais longínquas. Desnecessário dizer a razão pela qual os biodigestores fizeram parte da estratégia. (Barrera, 1993 p. 17). Hoje sem o risco de “Guerra Fria” a China precisa desta tecnologia para fornecer energia para alimentar e fixar os seus milhões de habitantes no campo. Já na Índia que não corria o risco de ataques nucleares, o que motivou o desenvolvimento de biodigestores, foi a escassez de combustíveis fósseis e a utilização desta tecnologia para saciar a fome de seus milhões de habitantes. 13 CAPÍTULO II O QUE É UM BIODIGESTOR Tecnicamente a biodigestão é um processo de degradação, transformação ou decomposição de substâncias vegetais ou animais, conhecidos como matéria orgânica. Biodigestor é o aparelho pelo qual se processa a biodigestão. O biodigestor, basicamente, consiste numa câmara fechada onde a matéria orgânica (biomassa) será fermentada, anaerobicamente (sem oxigênio) produzindo biogás e biofertilizante. Dentre as muitas vantagens do tratamento de dejetos por biodigestão, podemos citar: a eliminação de ovos de esquistossomos e ancilóstomos, bem como também as bactérias, os bacilos (desintéricos e paratíficos) e outros parasitas geralmente presentes. Ao final do processo de fermentação, o número de ovos de parasitas encontrados no resíduo orgânico no interior do biodigestor pode ser reduzido em até 99%. Desta forma este efluente pode ser aproveitado como biofertilizante e aplicado nas culturas agrícolas, sem apresentar os riscos relativos a contaminantes biológicos. Outra vantagem é a produção de biogás realizados por um tipo de bactéria do grupo metanogênicas que degradam a matéria orgânica, produzindo o gás metano (CH4) de alto poder calorífico e que pode ser utilizado como combustível. Considerado por alguns como um poço de petróleo, uma verdadeira fábrica de fertilizante e uma usina de saneamento, unidos num só equipamento, pois além de produzir gás de alto poder calorífico, limpa os resíduos não aproveitáveis de uma propriedade e gera fertilizante de excelente qualidade. Neste sentido o biodigestor apresenta-se como fonte alternativa de energia, isto sem considerar quase nulo o impacto ambiental e o relevante impacto social. Os biodigestores agrícolas que têm por finalidade a decomposição da matéria orgânica (biomassa), mas também a obtenção de um produto de alta 14 concentração de nutrientes para vegetais, que é utilizado como adubo ou fertilizante, é conhecido como biofertilizante. Com os atuais conhecimentos científicos sobre os biodigestores foi possível estabelecer diversas fases da biodigestão. De posse destes conhecimentos passou então a ser possível projetar e construir os biodigestores, para atender as diversas necessidades de uso. 2.1- FASES DA BIODIGESTÃO Seguem as várias fases da biodigestão dentro de um biodigestor. A – REAÇÃO ENZIMÁTICA – Auxiliadas por ações mecânicas as enzimas agem como catalizadores nas reações que transformam os compostos orgânicos complexos, tornando-os mais simples, e hidrolizando-os, e facilitando assim a ação de ácidos e bactérias, e tornando a digestão mais fácil, como acontece no sistema gástrico dos animais. Uma das mais importantes reações desta fase é a transformação dos produtos amiláceos presentes na matéria orgânica, em açúcares. B – AÇÃO DO OXIGÊNIO E BACTÉRIAS – Nesta fase a matéria orgânica (parte digerida e parte não digerida) já beneficiada pelas bactérias é submetida à ação do oxigênio e de bactérias aeróbias e mistas, provenientes dos excrementos animais, provocando a formação de compostos de cadeias simples e solúveis na água. C– ATAQUE BACTERIANO – Aqui, a matéria orgânica, parcialmente decomposta, é submetida à ação de leveduras alcoólicas, que transformam os açúcares provenientes dos amiláceos submetidos à ação das enzimas na primeira fase, em álcoois. Também por ação de bactérias os álcoois transformam-se em ácidos acéticos, e este em acetatos. Esta fase ainda é predominantemente aeróbia, uma vez que se processa na presença de oxigênio do ar. D – FASE ÁCIDA MISTA – Durante esta fase, misturam-se as ações de bactérias aeróbias e anaeróbias, num meio ainda ácido. O meio de cultura vai- 15 se tornando, parcialmente neutro, e propício à ação e predominância de bactérias anaeróbias, neutralizando o meio de cultura, dá início então a uma nova fase. E – FASE ANAERÓBIA NEUTRA – Esta fase é caracterizada pela predominância total de bactérias anaeróbias, conseqüência de condições de vida que lhes são mais favoráveis do que as bactérias aeróbias e mistas. Pela ação das bactérias anaeróbias predominantes, nosso meio de cultura já é uma biomassa composta de húmus, soluções coloidais e soluções moleculares ionizadas. Nesta fase a biomassa apresenta-se neutra, e seu DBO (Demanda Biológica de Oxigênio) já é mínimo e geralmente zero. F – FASE DE OXIGENAÇÃO E AERAÇÃO – Esta é a última fase do processo, e por ela, se faz a redução e eliminação do DQO (Demanda Química de Oxigênio). 2.2- COMPONENTES DE UM BIODIGESTOR Um biodigestor agrícola genérico deve ser projetado de forma que se constitua numa série de câmaras interligadas, para que em cada uma delas se desenvolva de maneira independente, cada uma das fases da biodigestão. As funções de cada câmara podem ser assim descritas: A – CÂMARA DE DESCARGA – aqui é feita a carga de resíduos constituintes da matéria orgânica, os quais são submetidos à trituração e misturados com água. Nesta câmara, também se processa, uma aeração, e a matéria orgânica passa por transformações físico-químicos, catalizadas por enzimas, e realizadas por bactérias, sendo que uma das pricipais reações é a transformação dos produtos amiláceos em açúcares. Geralmente esta câmara tem capacidade para reter matéria orgânica por 5 dias. B – CÂMARA DE TRATAMENTO AERÓBIO – Nesta fase continua-se com a aeração da matéria orgânica, e processa-se uma fermentação aeróbia ácida, quando os açúcares são transformados em álcoois, e estes se transformam em 16 ácido acético, sendo que o ácido assim obtido, forma acetatos, e o nível de DQO é reduzido. O dimensionamento desta câmara, geralmente é feito para uma retenção de massa por 15 dias. C – CÂMARA DE TRATAMENTO MISTO - Processa-se nesta câmara uma fermentação mista, entre aeróbia e anaeróbia ácida, iniciando-se já a tendência para a fermentação anaeróbia neutra. Aqui, o nível de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio) começa a declinar, e inicia-se a formação de biogás, e do húmus. As dimensões desta câmara devem permitir retenção da matéria orgânica durante 15 dias. D – CÃMARA DE TRATAMENTO ANAERÓBIO - Nesta câmara de fermentação anaeróbia é totalmente dominante, e temos a formação ampla de biofertilizante, de húmus e de biogás. O dimensionamento desta câmara deverá permitir a retenção de biomassa dentro da mesma durante 15 dias. E – TANQUE DE AERAÇÃO – Neste tanque, é feita a aeração para nitrificação através de bactérias nitrificantes, e drástica redução do nível de DQO. F – DEPÓSITO DE BIOFERTILIZANTE PURO – Sua finalidade precípua é a estocagem do biofertilizante que deverá ter capacidade de 30 dias de produção do biodigestor, e deve ter comunicação com os tanques de mineralização. G – TANQUE DE MINERALIZAÇÃO – Geralmente tem capacidade de 10 m³. Aqui, quando necessário, faz-se a correção da composição química do bioferlizante. Para se ter um biodigestor que funcione conforme o esperado, é necessário assessoria de profissionais que tenham bastante vivência nesta especialidade. O projeto de um biodigestor requer um estudo bem desenvolvido que exige um trabalho de engenharia, por se tratar de um equipamento complexo. Como qualquer outro implemento agrícola, o biodigestor necessita de um operador, e de manutenção, o que requer pessoal bem treinado. 17 CAPÍTULO III TIPOS DE BIODIGESTORES Os biodigestores podem ser cilíndricos e prismáticos, quanto à forma. Em relação ao terreno, podem ser horizontais (se as dimensões da base forem maiores que a altura) e verticais (se a altura for maior que as dimensões da base). Os gasômetros podem ser do tipo fixo, quando acoplados diretamente ao digestor, e independente, quando instalado fora da câmara digestora. Quanto ao funcionamento, eles podem ser dos tipos estático (imóvel), dinâmico (flutuante) e inflável. 3.1- BIODIGESTOR MODELO INDIANO É um sistema de produção de gás metano (CH4), vertical, contínuo, com gasômetro flutuante, acoplado ao corpo da câmara digestora, localizada abaixo do nível do terreno. De forma cilíndrica é construído em alvenaria de tijolos ou concreto. O gasômetro é de chapa de aço, com o teto cônico ou reto, podendo também ser usada a fibra de vidro. O selo hidráulico do conjunto é garantido pelo peso do gasômetro. 18 Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T.Magalhães. 3.2- BIODIGESTOR MODELO CHINÊS É um sistema de produção de biogás (gás metano), vertical, de cúpula (gasômetro) fixa, de forma cilíndrica, com calotas inferior e superior construídas em alvenaria de tijolos ou concreto, sendo situado abaixo do nível do solo. Sob a calota superior se acumula o gás (câmara de gás). 19 Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães. 3.3 – BIODIGESTOR MODELO PLASTISUL É do tipo horizontal, com câmara digestora escavada no solo, e a campânula de gás do tipo inflável é de plástico fabricado pela Plastisul. 20 Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães. 3.4 – BIODIGESTOR APÓTEMA I É uma composição dos modelos chinês e indiano, com a cúpula fixa e o gasômetro independente. 21 Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães. Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães. 22 3.5 – BIODIGESTOR APÓTEMA II Adaptado do modelo indiano, sendo uma variação do modelo Apótema I, apresentando o gasômetro flutuante. Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães. 3.6 – BIODIGESTOR APÓTEMA III Com o digestor de cúpula fixa e gasômetro flutuante independente, é uma alternativa construtiva ao modelo Apótema I. 23 Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães. 3.7 – BIODIGESTOR MODELO MARINHA Sendo do tipo horizontal, com a câmara digestora acima ou abaixo do solo, com gasômetro construído em fibra plástica inflável, tendo como característica principal, a facilidade de acoplar em série diversos módulos de até 5 unidades, em linha ou 4 unidades formando um quadrilátero, estes conjuntos de quatro ou cinco biodigestores poderão ser colocados lado a lado formando enormes painéis com centenas ou milhares de unidades. O biogás produzido será recolhido por uma única tubulação, situada ao longo dos conjuntos, conduzindo-o direto aos pontos de utilização. Se sistema como estes fossem adotados, seria possível processar enormes quantidades de biomassa, como é o caso dos lançamentos de esgotos de cidades, tratamento de efluentes industriais (destilarias, matadouros, indústrias, etc.). Com isto produzindo 24 grandes quantidades de biogás e biofertilizantes. A produção estimada diária de biogás, para o modelo Marinha II é de 6 a 10m³/dia de biogás e para o modelo Marinha III é de 15 a 30m³/dia de biogás, dependendo das condições de temperatura e do tipo de matéria orgânica a ser utilizada. Manual do Biodigestores Marinha – Engº Civil Januário Elcio Lourenço. 25 Manual dos Biodigestores Marinha – Engº Civil Januário Elcio Lourenço 26 CAPÍTULO IV O BIOGÁS O Biogás, considerado como sub-produto da biodigestão, conseqüentemente do biodigestor, pois somente de 2,0 a 4,0% do peso da matéria orgânica inicial utilizada no processo, transforma-se em biogás, uma mistura de gases, e em sua composição encontramos em média: 60% de gás metano (CH4) 38% de gás carbônico (CO2) 1,5% de gás sulfídrico (H2S) traços de outros gases O biogás é produzido na fase de gaseificação do processo de digestão (degradação da matéria orgânica). O biogás contém de 65 a 70% de metano, 25 a 30% de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e gás sulfídrico. O poder calorífico do biogás é de 5.700 a 6.200Kcal/m³. O processo de produção do biogás tem sua ótima velocidade com pH entre 7 e 8, e temperatura ao redor de 35ºC. Em pH menores que 7, a geração é paralisada, e em temperatura abaixo de 15ºC a produção é muito pequena. O processo de produção de biogás depende da temperatura e do pH do substrato, da concentração de nutrientes e de sólidos da solução, sendo que as dimensões dos biodigestores devem levar em conta, também a produção de resíduos que se tem disponível para abastecê-los. O poder calorífico do biogás varia de 5.000 a 7.000 Kcal/m³, sendo variável devido a maior ou menor pureza, ou seja, da quantidade de metano presente na mistura. O biogás altamente purificado pode chegar a 12.000 Kcal/m³. Portanto, 1,0 m³ de biogás equivale: 27 0,613 litros de gasolina 0,579 litros de querosene 0,554 litros de óleo diesel 0,454 litros de GLP 0,790 litros de álcool hidratado 1,536 Kg de lenha 1,428 Kw de energia elétrica Por possuir um alto teor de metano é um ótimo gás para geração de energia térmica, e mesmo combustível para motores de explosão. Para aumentar o rendimento térmico do biogás e eliminar sua característica corrosiva, devido à presença de ácido sulfídrico, é aconselhável tratá-lo. Assim sendo, o gás sulfídrico deverá ser eliminado por lavagem em lixívia de hidróxido de potássio e o sal resultante, adicionado ao bioferlizante para enriquecê-lo com enxofre e potássio. O gás carbônico pode ser eliminado por lavagem do biogás com água sob média pressão, e posteriormente utilizado para enchimento de extintores de incêndio. Também podemos eliminar o gás carbônico, por lavagem do biogás com hidróxido de cálcio, e o sal resultante (carbonato de cálcio ou calcário), utilizado para correção do pH de solos ácidos. O gás final será metano puro, em ótimo combustível, que tanto poderá ser utilizado em baixas pressões em fogões, estufas, como armazenado sob altas pressões em cilindros apropriados, que apresentam resistência similar àquela dos utilizados para engarrafamento de hidrogênio ou oxigênio. Comparando o biogás com as demais fontes de energia, 1,0 m³ de biogás é equivalente a: 1,5 m³ de gás de cozinha 28 0,8 litros de gasolina 1,3 litros de álcool 7,0 Kw de eletricidade 2,7 Kg de madeira queimada Entre outros usos, sendo que 55m³ de biogás resultam em 3 horas/dia de funcionamento de gerador e produção de 86.000Kw/ano. Ainda temos que 10 m³ de biogás fazem funcionar uma fornalha de secagem por 3 horas. Este item teve como referência o VII Simpósio Goiano de Avicultura e II Simpósio Goiano de Suinocultura – Avesui Centro – Oeste Seminário Técnicos e Suinocultura – 13, 14 e 15 de setembro de 2005 – Goiânia - GO Para produzir 1,0 m³ de biogás é necessário: 25 Kg de esterco fresco de vaca 5 Kg de esterco de galinha 12 Kg de esterco de porco 25 Kg de plantas ou cascas de cereais 20 Kg de lixo Como ótimo combustível que é o biogás, pode substituir o GLP, em fogões, lampiões, aquecedores de água e outros, em saunas, bem como a gasolina e o óleo diesel, com simples adaptações nos motores que utilizam estes derivados de petróleo, em geradores de energia (a ONAN – Montgomery do Brasil S.ª fabrica motores até 9,0 CV, com um consumo de 3,16 m³/h de biogás. 29 Composição do biogás O biogás é um gás resultante da fermentação anaeróbia (em ausência do oxigênio do ar) de dejetos animais e resíduos vegetais, isto é, da degradação da matéria orgânica, em condições adequadas de umidade, temperatura e acidez. Assim é que a composição do biogás conforme o material a ser digerido (composição do substrato ), a temperatura no interior do biodigestor, o tempo de fermentação e mesmo o modelo e a capacidade do biodigestor. Em valores usuais, a mistura gasosa se compõe de: Metano CH4 55 a 65% Gás carbônico CO2 35 a 45% Hidrogênio H2 0 a 1% Oxigênio O2 0 a 1% Nitrogênio N2 0 a 1% Gás sulfídrico H2S 0 a 1% Os gases principais são o metano, com 65% e o gás carbônico com 35%, considerados valores médios. O gás metano é combustível por excelência e o biogás é tanto mais puro quanto maior é seu teor de metano. O gás sulfídrico, formado no processo de fermentação, e o que dá o odor pútrido característico à mistura quando o gás é liberado, sendo também o responsável pela corrosão que se verifica nos componentes do sistema. 30 ESQUEMA DO CICLO DO BIOGÁS Biogás – Um Projeto de Saneamento Urbano – Agenor P.T. Magalhães 31 CAPÍTULO V O BIOFERTILIZANTE O valor de um biodigestor está também no adubo produzido por ele, que é conhecido como biofertilizante e no saneamento que ele proporciona após as diversas fases da biodigestão. O produto resultante é um líquido escuro, em virtude da presença do húmus, a que denominamos biofetilizante puro, o qual pode ser usado em qualquer solo, como adubo de origem orgânica de alta qualidade, ou como corretivo de acidez, de vida bacteriana e de textura. Segundo Barrera, 1993, o biofertilizante puro apresenta uma concentração de nutrientes relativamente alta, e apesar disso, pode ser utilizado diretamente no solo. É um grande auxiliar quando utilizado como aditivo na preparação de soluções nutritivas na prática de hidroponia organo-inorgânica, promovendo enorme aumento da produtividade dos cultivos hidropônicos. Uma vez diluído apresenta também excelentes condições para utilização como solução nutritiva, na prática da hidroponia orgânica. As vantagens na utilização do biofertilizante são enormes, não só pelo seu custo muito baixo, mas também pelos resultados na produtividade agrícola. No entanto, pode eventualmente não ser o adubo mais adequado para todas as culturas. Além disso, sua composição pode variar muito, dependendo das variações da matéria orgânica utilizada para alimentar o biodigestor que o produz. Desta forma, para se obter uma linearidade na composição do biofertilizante, é aconselhável que também se mantenha uma linearidade no tipo, qualidade e composição da matéria orgânica utilizada na sua preparação. De acordo com Sganzerla, 1983, a utilização correta de um biofertilizante, é a chave principal para atingirmos os melhores índices de produtividade agrícola, e para tanto, existem algumas regras que devem ser observadas, e que poderíamos enumerar como segue: 1 – Proceder periodicamente a análises físico-químicas do biofertilizante, para determinar quais os teores de elementos químicos componentes do mesmo, e sua solubilidade total ou parcial na água. Não havendo grandes modificações 32 ou variações na composição da matéria orgânica básica, uma análise mensal é suficiente. 2 – Conduzir uma análise físico-química do solo onde se pretende cultivar determinado vegetal, para determinar o teor e os componentes químicos desse solo, e seu grau de solubilidade. 3 – Saber por literatura ou por análise, quais os teores e os componentes do vegetal a ser cultivado. Com os dados enumerados nos itens acima faz-se então a correção da composição química do biodifertilizante, por adição de nutrientes solúveis, operação esta denominada como mineralização do biofertilizante. O processo de mineralização poderá não ser uma operação fácil para muitos agricultores, e é aconselhável àqueles que sentirem dificuldades para tanto, servirem-se de uma assessoria adequada. Os procedimentos aqui descritos, também devem ser observados quando da utilização do biofertilizante como solução nutritiva na hidroponia Componentes do Biofertilizante Após a passagem pelo digestor, o resíduo líquido efluente torna-se um excelente fertilizante, rico em nitrogênio e húmus, ótimo adubo para fins agrícolas, constituindo de: Nitrogênio 1,4 a 1,8% Fosfato 1,1 a 2,08% Óxido de potássio 0,8 a 1,28% Esses valores são válidos, após a secagem da pasta. Este produto final pode ser manuseado sem maiores conseqüências, pois é isento de cheiro, não transmite doenças, nem é foco de moscas. A matéria orgânica, após digerida, adquire um aumento de nitrogênio e de outros nutrientes, devido à perda de carbono, no processo, sob a forma de metano (CH4) e gás carbônico (CO2). A redução do fator 33 C/N (carbono/nitrogênio) traz benefícios para a massa orgânica quando o produto final é para fins agrícolas. A relação C/N de um adubo é um índice que indica as formas crua, bioestabilizada (semi-digerida) ou curada (totalmente digerida) da matéria orgânica. Obtém-se esta relação dividindo-se o teor de carbono pelo teor de nitrogênio sendo o de nitrogênio representado pela unidade. Por exemplo, a palha de milho contém 54% de C e 0,49% de N e tem uma relação C/N igual a 110/1. Num adubo composto humificado, obtido pelo processo bioquímico de decomposição a partir dos mesmos insumos (matéria orgânica) utilizados na biodigestaão, tem-se uma relação C/N próxima a 10/1.Numa relação acima e em torno de 30/1 indica que o composto está bioestabilizado. No caso do biodigestor, a relação 30/1 é recomendada porque as bactérias utilizam de 25 a 30 vezes mais rápido o nitrogênio (contido nos estercos) do que o carbono (existente nos restos de cultura, etc) 34 CAPÍTULO VI IMPACTO AMBIENTAL POSITIVO 6.1–DIMINUIÇÃO DA MATÉRIA ORGÃNICA NA FORMAÇÃO DO LIXO Todo o discurso da década de 1970 a 1980, quando se referia à escassez de energia se preocupava apenas com a quantidade de energia que outras fontes alternativas poderiam gerar, sem no entanto levar em consideração os benefícios que tais fontes poderiam trazer ao meio ambiente. O texto a seguir dá uma idéia da preocupação da época. “Apenas 12% das 5.167 mil propriedades rurais do Brasil (GEER – 1983) possuem eletrificação rural, ou seja, cerca de 23 milhões de pessoas nas propriedades rurais não dispõem de energia elétrica. Exemplos como estes evidenciam as proporções do problema da energia no meio rural e de uma concepção energética que se deve seguir, a partir da escassez do petróleo. O Brasil dispõe de condições climáticas favoráveis para explorar seu potencial energético derivados de dejetos e restos de culturas, deixando com o gás de bujão e o combustível líquido (querosene, gasolina, óleo diesel) para o homem urbano, aliviando ao mesmo tempo o país de maior importação de petróleo’’. Em outro parágrafo lemos. ‘’ O alcance de um programa de substituição de fontes de energia, por biogás, pode ser avaliado tomando-se a produção dos 7,2 milhões de biodigestores instalados na China até dez/79 que tem um valor energético equivalente a 5 (cinco) Itaipus ou 48 milhões de toneladas de carvão mineral”. (Construção e Operação de Biodigestor modelo Chinês – Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMBRATER 83 – 2a edição) 35 Pelo texto, observa-se que a única preocupação é com a escassez de energia , e uma busca de solução para evitar essa escassez. Quando se pensava em Biodigestor, buscava-se apenas retirar dele o biogás, deixando para um plano secundário o biofertilizante , como subproduto da fermentação, que poderia ser utilizado como adubo nas suas plantações, e também diminuindo muito o volume de matéria orgânica que poderia poluir os rios e nascentes destas propriedades. Já no meio urbano, o Biodigestor poderia ser utilizado como fonte alternativa de energia em muitos condomínios, por exemplo, e também diminuir sensivelmente a quantidade de matéria orgânica nos lixões e nos aterros sanitários aumentando a sua vida útil. Mas, não havia nesse tempo um entendimento claro sobre o impacto positivo sobre o meio ambiente que algumas destas fontes de energia poderiam trazer. Essa conscientização, pode-se dizer, iniciou-se de forma objetiva na década de 1980 com a Lei 6.938, de 17.01.1981 que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente. Considerações como essas são importantes para se fazer uma ligação do que se pensa hoje, devido ao grande problema do excesso de lixo produzido, e o que não existia a 30 anos atrás entre a geração de energia limpa e redução do volume de lixo nas cidades e não poluição dos mananciais de água nos meios rurais. Os biodigestores seriam uma boa alternativa tanto para cidade como para o campo. Para o caso particular do Biodigestor proposto para ser instalado no CETEP Barreto, além de produzir biogás que será queimado na cozinha do refeitório, deixa-se de ser descartado no lixo uma quantidade expressiva de matéria orgânica que alcançará 100 toneladas de matéria orgânica (resto de comida, cascas de frutas e legumes, além de frutas, verduras e legumes que não estão apropriados para ser comercializados na Central de Abastecimento de Niterói CADEN) que abastecerá o Biodigestor. Essa quantidade de biomassa será doada diariamente por esta Central de Abastecimento, que se localiza a menos de 400 metros do CETEP. Menos 100 toneladas de matéria orgânica por mês nos lixões, ou aterros sanitários, parece pouca coisa, mas trata-se apenas de 36 uma parceria entre uma Escola e uma Central de Abastecimento, contribuindo entre outros aspectos para a redução do volume de lixo descartado, geração de biogás, conscientização de toda a comunidade do CETEP sobre o valor de uma transformação de matéria orgânica em energia e produção de biofertilizante. Dentro desta linha de raciocínio poderíamos perguntar: Quantas escolas existem apenas na região de Niterói e São Gonçalo? Quantos grandes restaurantes oferecem refeições diariamente nesta mesma região? E os restaurantes populares do governo estadual? Tanto as escolas, como os restaurantes que preparam comida descartam um quantidade imensa de folhas, cascas de frutas e legumes e restos de comida que poderiam ser coletados seletivamente e serem levados para abastecer um ou mais Biodigestor em algumas dessas escolas, creches, etc. Tendo vários benefícios imediatos, como: redução do consumo de GLP, diminuição do lixo e produção de biofertilizante de alta qualidade que poderia ser doado aos agricultores da região ou ser utilizados como adubo orgânico na horta das escolas. Aliás hortas nas escolas é um bom exemplo de Educação Ambiental, uma grande oportunidade para mostrar aos alunos as várias possibilidades de se transformar energia. 37 CONCLUSÃO Ficou evidenciado que a tecnologia dos biodigestores apresenta condições de produzir um volume considerável de biogás. Se levarmos em consideração que a quantidade de biomassa disponível que será utilizada é de 4.000 kg/dia, e se em cada 25 kg dessa matéria orgânica poderá gerar em média 1,0 m³ de gás metano, então teremos cerca de 160 m³/dia desse gás. O que comprova a viabilidade econômica de sua implantação, de acordo com os dados fornecidos em todas as pesquisas realizadas, contribuindo para uma grande redução do consumo de GLP na cozinha do refeitório CETEP – Barreto, assim como a produção de biofertilizante, que poderia ser doado aos agricultores que fornecem os hortifrutigranjeiros à CADEN, como compensação pela matéria orgânica fornecida. Com isto, ganham os dois lados e consolida-se uma parceria entre a CADEN e o CETEP – Barreto. Outro dado real é a redução de uma quantidade expressiva de matéria orgânica (100.000 kg/mês), que não mais fará parte da composição do lixo, aliviando de certa forma o volume de lixo nos lixões. Pesquisa sobre qual o melhor modelo de biodigestor a ser implantado, suas dimensões, o volume de biogás produzido, a sua localização e qual o custo para sua construção e implementação. Não fazem parte deste trabalho monográfico, ficando para pesquisas aprofundamento desta e outras questões. futuras o seu detalhamento e 38 BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Abílio José. Apontamentos sobre Biogás. EMATER: Belo Horizonte, 1981. BARRERA, Paulo. Biodigestores: energia, fertilidade e saneamento para a zona rural. São Paulo: Ícone, 1993. CAEEB – Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras. O Biogás e sua tecnologia. Rio de Janeiro, 1981. EMATER. Apontamentos sobre Biogás. Belo Horizonte, 1981. EMBRATER – Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural. Manual Técnico: Construção e Operação de Biodigestores – Modelo Indiano. 1983. MAGALHÃES, Agenor P. T. Biogás: um projeto de saneamento urbano. São Paulo: Nobel, 1986. NOGUEIRA, Luiz Augusto Horta. Biodigestão: a alternativa energética. São Paulo: Nobel, 1986. SEIXAS, Jorge. Construção e funcionamento de biodigestores. Brasília: EMBRAPA-DID, 1980 – EMBRAPA –CPAC Circular técnica, 4. SGANZERLA, Edílio. Biodigestores: uma solução. Porto Agropecuária, 1983. 39 WEBGRAFIA http.//tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http%2Fwww1.folha.uol acesso em 09.02.2007. http//www.reciloteca.org.br/ acesso em 18.03.2007. http//www.redeambiente.org.br/Tanamidia.asp?Código_Noticia=11921&sessão =O acesso em 21.03.2007. http//www.valeverde.org.br/html/clipp2.php?id=7440&categoria=Energia acesso em 21.03.2007. http/www.conpet.gov.br/noticias/noticia.php?segmento=empresa&id_noticia=58 0 acesso em 21.03.2007. http//www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao03.htm acesso em 23.03.2007. http//www.cerpch.unifei.edu.br/fontes_renovaveis/biodigestor.htm acesso 23.03.2007. http//www.abra144.org/abra/content/view/76/lang,pt_br/ acesso em 07.04.2007. NASCIMENTO, Jaime Germano do. Biodigestor “PE”, fonte alternativa energética e de biofertilização. Aonde Vamos. Boletim Enfoque, ed. 03, out 1999. Disponível em < www.aondevamos.enge.br/enfoque.htm> acesso em 08.04.2007. http//www.enge.com.br/biodigestor_indiano.htm acesso em 07.04.2007. http//www.subergasbras.com.br/print.asp?ref=s-faqs.asp acesso em 10.05.2007. http//www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteúdo.asp?conteúdo=5997 acesso em 24.05.2007. http//pt.wikipedia.org./wiki/Biodigestores_anaer%B3bicos 24.05.2007. acesso em 40 http//www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&c onteúdo=.... acesso em 10.03.2007. http//www.matemagica.hpg.ig.com.br/biodigest.htm acesso em 24.05.2007. 41 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTOS 3 DEDICATÓRIA 4 POESIA 5 RESUMO 6 METODOLOGIA 7 SUMÁRIO 8 INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I: Um pouco da história do Biodigestor 10 CAPÍTULO II: O que é um Biodigestor? 13 2.1- Fases da biodigestão 14 2.2- Componentes de um Biodigestor 15 CAPÍTULO III: Tipos de Biodigestores 17 3.1- Biodigestor modelo Indiano 17 3.2- Biodigestor modelo Chinês 18 3.3.- Biodigestor modelo Plastisul 19 3.4- Biodigestor modelo Apótema I 20 3.5- Biodigestor modelo Apótema II 22 3.6- Biodigestor modelo Apótema III 22 3.7- Biodigestor modelo Marinha 23 CAPÍTULO IV: O Biogás 26 CAPÍTULO V: O Biofertilizante 31 CAPÍTULO VI: Impacto ambiental positivo 34 6.1- Diminuição da matéria orgânica na formação do lixo 34 42 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 38 WEBGRAFIA 39 ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 43 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Pós-Graduação “Latu-Sensu” Título da Monografia: PRODUÇÃO DE GÁS METANO EM BIODIGESTOR Autor: JOSÉ VIEIRA CARNEIRO Data da entrega: 28.07.2007 Avaliado por: Profª Ms. Fabiane Muniz Conceito: 44 45