• Profilaxia intraparto para EGB • Importância para o RN • Abordagem do RN com Risco de Infecção ovular e colonizado por Streptococcus do grupo B Profª Drª Roseli Calil Hospital da Mulher - CAISM/UNICAMP Infecção Precoce Provável Origem Materna • 60 - 80 % ocorrem nas primeiras 24 horas • Fatores de risco podem esta presentes ou não detectados • Etiologia: microorganismos que colonizam ou infectam o trato genital da gestante • Baixa positividade das culturas • Alta mortalidade quando comparado as infecções tardias Infecções Precoces Infecções por Gram Positivos • Streptococcus agalactiae • Listeria monocytogenes • Enterococcus faecalis Infecções por Gram Negativos • Escherichia coli principal microrganismo • Haemophylus influenzae • Klebsiela pneumoniae Infecções por fungos • São Raras Infecção Precoce Fatores de Risco • • • • • • Colonização por GBS Corioamnionite Rotura prematura de membranas Rotura prolongada de membranas TPP Infecção urinária Fatores associados • Apgar < 6 com e 5 minutos de vida • Febre materna >38C • Pré natal inadequado, má nutrição materna, anomalias congênitas, • Liquido meconial... Infecções Por Gram Positivos Streptococcus agalactiae 10-30% de grávidas são colonizadas 0,5 % - 4% dos RN desenvolvem doença Letalidade Recém nascidos - 5% a 20% Adultos - 15% a 32% Streptococcus agalactiae - GBS Fatores de risco • Gestante colonizada por GBS (35-37 semanas) • Infecção urinária por GBS durante a gestação • História pregressa de filho com Doença pelo GBS • Bolsa rota > 18 horas • Trabalho de Parto Prematuro Streptococcus agalactiae - GBS EUA - 1,8 infecções/1000 nascidos vivos em 1990 * Profilaxia intra-parto: 0,6/1000 nascidos vivos em 1998 Tendência ao aumento de infecção por gram negativo... UNICAMP • 1,37/1000 nascidos vivos 1995 a 2000 • 1,45/1000 nascidos vivos 1995 a 2001 • 1,53/1000 nascidos vivos 1995 a 2005 • 0,43/1000 nascidos vivos 2006 a 2010 Streptococcus agalactiae UNICAMP 1995-2005: 56% - nascidos de parto vaginal 66% - RN Prematuros 59% < 1500g 75% < 48 horas; 6,7%>7dias Mortalidade – 40,7% N = 51 CCIH CAISM/UNICAMP Infecção por Estreptococo B PREVENÇÃO Imunização Quimioprofilaxia Clorexidina Estreptococo Grupo B Quimioprofilaxia Objetivo : Erradicação da colonização na mãe e RN. Quando? Intraparto - eficaz para reduzir a incidência de doença materna e do recém-nascido CDC, 2010 Triagem para Estreptococo do Grupo B 35 – 37 semanas Bolsa Rota prematura Trabalho de Parto Prematuro Cobrar resultado do exame Avaliar necessidade de Quimioprofilaxia Triagem EGB - Swab Reto Vaginal • Realizar swab reto vaginal • Transportar para o laboratório em meio seletivo de Stuart ou Amie • Meio seletivo, melhora sensibilidade do exame em cerca de 30% Pesquisa de colonização de Streptococcus agalactiae Estreptococo do grupo B Quimioprofilaxia Em quem usar? 1 – Gestantes colonizadas por GBS na vagina e/ou reto durante a gestação atual exceto cesárea fora de trabalho de parto e bolsa amniótica integra 2 – Gestante sem status GBS conhecido em trabalho de parto e um dos fatores de risco presentes: Rotura de membranas por tempo prolongado ≥ 18 horas Trabalho de parto prematuro ou bolsa rota < 37 semanas Febre intraparto (38ºC) CDC: 2010 Estreptococo do grupo B Quimioprofilaxia Em quem usar? 3 – Mães com EGB isolado na urina durante a gestação atual. 4 – Mães que tiveram filho anterior com Doença por Estreptococo do grupo B CDC, 2010 Quimioprofilaxia - Recomendação 1 - Rotura prematura de membrana antes de 37 semanas e gestante em trabalho de parto, colher cultura e manter antibiótico até o nascimento 2 - Rotura prematura de membrana antes de 37 semanas e gestante fora de trabalho de parto: Colher cultura e: CDC -2010 Quimioprofilaxia Bolsa Rota continuação Iniciar antibiótico para bolsa rota e EGB por 48h Reavaliar com resultado de culturas Cultura negativa EGB - Suspender Antibiótico, repetir triagem EGB em 5 semanas caso parto não tenha ocorrido Cultura positiva EGB e fora de trabalho de parto, realizar profilaxia EGB assim que iniciar trabalho de parto CDC 2010 Paciente com suspeita de TPP Colher SBETAB TP verdadeiro? Sim Não Continuar a profilaxia até o parto Parar profilaxia Resultado de SBETAB Positivo Indisponível no momento do TPP Antibioticoprofilaxia no início do TP verdadeiro CDC-2010 Negativo Não fazer antibioticoprofilaxia, coletar SBETAB novamente, se chegar a 35-37s Estreptococo do grupo B Quimioprofilaxia - Oferecer Mulheres colonizadas sem fatores de risco: 0,5 % de chance de ter RN doente (1/200) 0,025% se for administrado (1/4000) 0,7 - 10% de chance de ter reação leve a penicilina 0,001% a chance de reação fatal de anafilaxia a penicilina, (estimativa de 10 óbitos/ano EUA) Goodman,LS e cols,1990 Profilaxia EGB Não Indicada • Colonização por EGB durante gestação anterior (exceto se existir indicação para profilaxia na gestação atual). • Bacteríuria por EGB durante gestação prévia (exceto que haja indicação para profilaxia na gestação atual). • Triagem (cultura) para EGB negativa na gestação atual na triagem tardia (35-37 semanas) independentemente dos fatores de risco intraparto. • Parto cesárea realizada antes do início do trabalho de parto em mulher com membranas amnióticas intactas, independentemente do estado de colonização por EGB ou idade gestacional. CDC-2010 COMPARAÇÃO ENTRE O INTERVALO DE ADMINISTRAÇÃO DE AMPICILINA ATÉ O PARTO EM PACIENTES PORTADORAS DE GBS E O NASCIMENTO DE NEONATOS COLONIZADOS 50 40 30 % 20 10 0 <1h 1-2h 2-4h Tem po (horas) >4h Sem Quimioprofilaxia para EGB • A implementação de ambas estratégias para prevenção EGB tem contribuido para redução de 65–82% da sepse precoce por GBS neonatal nos Estados Unidos, Australia e Nova Zelândia. Journal of Paediatrics and Child Health (2011) Quimioprofilaxia EGB • Penicilina Cristalina: 5milhões UI EV de ataque e 2,5 milhões UI 4/4 horas até o nascimento • Ampicilina: 2g EV ataque e 1g EV 4/4 horas • Baixo risco para anafilaxia: Cefazolina; utilizar 2 g IV inicialmente, seguido de 1 g IV, 8/8h até o parto • Alto risco de anafilaxia: clindamicina 900mg EV 8/8h Estreptococo Grupo B Estratégias de prevenção adotadas Órgão Recomendação Prevenção (%) Tratamento (%) AAP triagem 26-28 sem. e ATB para portadores com fatores de risco 50,7 3,4 ACOG ATB se fator de risco intraparto 68,8 18,3 triagem 35/37 sem. e ATB se (+) ou fatores de risco 86,0 26,7 CDC Estreptococo Grupo B - Imunização Suscetibilidade a doença neonatal Deficiência materna de anticorpo anti-capsular Imunização ativa da mãe - Pode previnir doença materna periparto e do recém-nascido Limitação - baixo impacto na prevenção das infecções antes de 32-34 semanas CDC,1996 Estreptococo Grupo B - Prevenção Uso de Clorexidina 0,3% Redução da transmissão vertical Método barato, simples e seguro Estreptococo Grupo B - Prevenção Política hospitalar de Prevenção Taxa de portadores Laboratório, boa interação Situação clínica particular risco de parto prematuro reações alérgicas Discussão com a paciente Relação obstetra/neonatologista Prevenção de Strepto B O que mudou? ALGORÍTIMO PARA PREVENÇÃO DE DOENÇA INVASIVA POR GBS DE INÍCIO PRECOCE EM RN CDC – Prevention, 2010 Sinais de Sepse Neonatal Avaliação diagnóstica completa e ANTIBIOTICOTERAPIA SIM Não Corioamnionite Materna SIM Avaliação laboratorial básica e antibióticoterapia ** Não Mãe com indicação para profilaxia para EGB Cuidados clínicos de rotina Não SIM Mãe recebeu penicilina, ampicilina ou cefazolina ≥4 h antes do parto Não Observação por ≥ 48 h sim RN ≥ 37 sem e duração rotura membranas < 18 h SIM RN < 37 sem ou duração rotura membranas ≥18 h Avaliação laboratorial básica # Observação por ≥ 48 h CDC, 2010 Protocolo CDC # Avaliação limitada para o CDC inclui: Coleta de hemoculturas ao nascimento, e hemograma com diferencial de e contagem de plaquetas ao nascimento e 6-12 horas de vida. Triagem completa para infecção precoce: Hemograma, PCR seriada quantitativa, Hemoculturas, cultura de LCR RX de torax se sintomas respiratórios presentes Streptococcus agalactiae Quadro clínico • Doença precoce – até 7 dias, geralmente com manifestação clínica até 48 horas • Sintomas sugestivos de sepse, meningite, pneumonia Diagnóstico laboratorial Isolamento em culturas de sangue, LCR ou foco supurativo (osso, articulação, empiema). Streptococcus agalactiae Tratamento do RN: Medidas de suporte ventilatório Tratamento precoce do choque séptico Penicilina Cristalina – 250 a 450000U/Kg/dia Ampicilina – 300 a 400mg/Kg/dia Infecção Hospitalar de Origem Materna CAISM/UNICAM 1997 – Junho 2000 • Nascidos vivos – 11900 • Diagnóstico – 80 infecções 6,7/1000 nascidos vivos • 1768 RN admitidos no BAR <1000g 182 8,8% 1001 –1500g 293 5,8% 1501 – 2500 623 4,8% >2500 670 2,8% calil e cols 2000 Infecção Hospitalar de Origem Materna CAISM/UNICAM 1997 – Junho 2000 Identificação do Agente etiológico – 30% (27/80) • • • • Streptococcus agalactiae Outros Streptocococcus Listéria monocitogenes Escherichia coli 36% 11% 11% 14% calil e cols 2000 (b) Corrigir a distermia e caso mantenha sintomas, colher triagem infecciosa com hemograma, hemoculturas e cultura de LCR e iniciar tratamento empí (c) Corrigir a distermia e caso mantenha sintomas, colher triagem infecciosa com hemograma, PCR, cultura de orofaringe, hemoculturas e iniciar tratam (d) Corrigir a distermia e caso mantenha sintomas, colher triagem infecciosa incluindo hemograma, hemoculturas e cultura de LCR; iniciar tratamento em Infecção Hospitalar de Origem Materna CAISM/UNICAM 1997 – Junho 2000 • Fator de risco para Infecção Ovular 52,5% dos casos • Mortalidade IH Materna – 22,5% • Mortalidade IH Adquirida – 9,2% calil e cols 2000 Caso Clínico • RN com idade gestacional de 36 semanas, filho mãe diabética, com cultura vaginal positiva para Streptococcus do grupo B, nasceu de parto vaginal, tendo a mãe recebido duas doses de Penicilina Cristalina 5 milhões de unidades 5 horas e 1 hora antes do parto. RN nasceu em boas condições com Apgar de 9 e 10, sem sintomas de infecção, apresentou hipoglicemia com 2 horas de vida, corrigida com glicose EV e instalado soro basal, mantendo-se em ar ambiente com saturação de O2 normal. Com 13 horas de vida, mantinha controles de glicemia normais, sendo observado hipotermia, hipoatividade, apnéia e má perfusão periférica Assinale a conduta correta com relação ao RN (a) Colocar RN em ventilação assistida, realizar triagem infecciosa completa iniciar uso de Penicilina Cristalina. (b) Corrigir a distermia e caso mantenha sintomas, colher triagem infecciosa completa e iniciar tratamento empírico com Vancomicina e Imipenen. (c) Corrigir a distermia e caso mantenha sintomas, colher triagem infecciosa completa incluindo cultura de orofaringe e tratamento com Oxa e Amicacina. (d) Corrigir a distermia e caso mantenha sintomas, colher triagem infecciosa completa e iniciar tratamento empírico com Penicilina Cristalina e Gentamicina. OBRIGADA! 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