Crise? Que crise? Todos sabemos que existe uma crise econômica em nosso país. A inflação continua subindo como nunca, os juros estão nas alturas, as famílias estão cada vez mais se endividando. A conta de energia subiu três vezes ao ano, a de água na mesma velocidade, a tarifa de ônibus pelo menos duas vezes ao ano. Enquanto isso, o salário do/a trabalhador/a cada vez mais defasado, não conseguindo acompanhar o ritmo cada vez mais veloz dos reajustes das coisas. Ao mesmo tempo, assistimos o fantástico crescimento dos lucros cada vez maiores dos bancos. Só nos 6 primeiros meses de 2015, os lucros dos 4 maiores bancos do país – Bradesco, Santander, Itaú e BB – cresceram 40% mais do que no mesmo período de 2014 (http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/08/mesmo-diante-de-crise-lucro-dosbancos-nao-para-de-crescer.html). Portanto, podemos perceber por esse dado que a crise não atinge a todos/as da mesma forma. A crise também tem uma outra faceta. Alguns setores têm se utilizado dela para justificar ou sua incompetência ou até mesmo os ataques à classe e, em ambos os casos, mais uma vez, quem perde são os/as trabalhadores/as. Este é o caso da Prefeitura Municipal de Bayeux. Durante o ano de 2014, em especial no decorrer da greve dos/as servidores/as municipais naquele ano e após o movimento paredista e, ao longo de todo o ano passado, o governo Expedito Pereira não parou de repetir aos quatro cantos este discurso como um mantra: a culpa da falta de investimentos e de não poder garantir reajustes salariais à categoria é da crise. Tudo que se reivindicava não era possível se conceder por conta da crise. A crise era – e ainda é, segundo a gestão – a grande vilã de tudo que ocorre no município. Queremos deixar bem claro que não negamos, em momento algum, que estamos passando por um momento difícil, para se dizer o mínimo. Porém, o que queremos diferenciar é que a crise pela qual passa o/a servidor/a municipal de Bayeux é bem distinta pela qual vive a Prefeitura Municipal de Bayeux. Na verdade, o que ocorre atualmente em Bayeux é um problema de DESgoverno e INDIgestão, que tem levado o DES INDI município à situação atual, ao ponto de a CGU (Controladoria Geral da União) ter dado, recentemente, NOTA ZERO à cidade de Bayeux no quesito TRANSPARÊNCIA PÚBLICA!!! PÚBLICA Uma breve análise das verbas verbas públicas Quando analisamos, minimamente, as verbas públicas federais que entram nos cofres da Prefeitura Municipal de Bayeux, através dos sites oficiais – Secretaria do Tesouro Nacional e Fundo Nacional de Saúde -, verificamos que a crise pode estar em qualquer lar deste município, mas não na sede da edilidade municipal. Segundo o site da Secretaria do Tesouro Nacional, a situação do FPM em Bayeux, de 2013 até 2015, é a seguinte: ANO MONTANTE TOTAL (R$) 2013 25.683.499,37 2014 27.781.852,75 2015 29.587.263,04 Notem que, ano após ano, há uma evolução crescente na arrecadação do FPM de Bayeux, ao contrário do discurso oficial, que afirma queda na arrecadação dessa verba. Notem também que, entre 2013-2014, houve um crescimento de 8,17% e, entre 2014-2015, o crescimento foi um pouco menor, de 6,49%. 6,49% Ainda segundo o site da Secretaria do Tesouro Nacional, a situação do FUNDEB em Bayeux, de 2013 até 2015, em R$, é a seguinte: ANO MONTANTE TOTAL (R$) 2013 27.514.382,51 2014 29.464.900,66 2015 34.345.704,66 Notem que, assim como ocorreu no FPM, também em relação ao FUNDEB, ano após ano, há uma evolução crescente na arrecadação deste Fundo em Bayeux. Notem também que, entre 2013-2014, houve um crescimento de 7,08% e, entre 2014-2015, o crescimento foi de 16,56%. 16,56% No que diz respeito ao FUNDEB, pelo menos 60% desse valor anual deveria servir para pagar os salários do magistério municipal, segundo determinação da Lei do Fundeb. Para sabermos se isso foi ou não cumprido, precisaríamos ter acesso às folhas de pessoal desses anos, o que infelizmente não tivemos. Todavia, em números absolutos, isso corresponde aos seguintes valores: ANO 60% FUNDEB R$ (anual) 2013 16.508.629,50 2014 17.678.940,39 2015 20.607.422,79 Na saúde, a situação não é diferente. Pegando os dados pelo site do Fundo Nacional de Saúde, verificamos que o discurso da crise passa longe dos gabinetes da secretaria municipal de saúde de Bayeux, mas muito próximo da INDIgestão e do INDI DESgoverno Expedito 4. Senão, vejamos a tabela abaixo, que revelam os recursos que DES chegaram aos cofres da SMS de Bayeux a partir de 2013, ano em que Expedito assumiu pela 4ª vez a Prefeitura Municipal de Bayeux: ANO MONTANTE TOTAL (R$) 2013 13.797.119,81 2014 16.099.666,89 2015 16.119.507,75 É bem verdade que praticamente não houve crescimento entre 2014-2015, mas entre 2013 para 2014 o crescimento se deu na ordem de mais de 16%, mais precisamente 16,68% neste período. Apesar disso, os/as servidores/as da categoria amargaram reajuste 16,68 ZERO durante todo o período do governo Expedito 4!!! Paralelo a isso, assistimos ao inchaço na folha de pessoal na Prefeitura Municipal de Bayeux. Em janeiro de 2013, quando Expedito assumiu a Prefeitura, haviam 2585 servidores/as na Administração Municipal, sendo 19,88% destes/as prestadores de serviços e/ou cargos comissionados. Em dezembro de 2015, haviam 3600 servidores/as na Prefeitura, sendo 51,94% destes prestadores de serviços e/ou cargos comissionados. Quando comparamos os números de PS e Comissionados, chegamos à terrível conclusão de que há mais de 100% deste tipo de servidor do que efetivos na Administração Municipal em Bayeux. A que conclusão chegamos Não chegamos apenas a UMA conclusão. São várias as conclusões a que chegamos. A primeira delas é que o governo de Expedito Pereira é, como já avaliamos há muito tempo, um governo completamente descomprometido com a categoria dos/as servidores/as públicos municipais municipais e, por consequência, com o serviço público municipal como um todo. todo Isso explica a situação lastimável das unidades de saúde, de ensino, de segurança e burocráticas do serviço público municipal de Bayeux. Sem falar na verdadeira enxurrada de servidores/as sem concurso público que Expedito Pereira e seus aliados de plantão colocaram na máquina pública da Prefeitura que, desde julho do ano passado, já ultrapassou a margem de 100% a mais que o número de efetivos/as. Um absurdo que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba terão que tomar providências, pois esta situação não poderá mais continuar da forma como está!!! A segunda conclusão a que chegamos é que Expedito Pereira e sua equipe de secretários/as e assessores/as é completamente incompetente e perdeu completamente o controle da máquina pública municipal. Isso se verifica na enxurrada de servidores/as sem concurso público na estrutura da administração, nas lamentáveis situações vividas pelos usuários e servidores/as todos os dias nas unidades de trabalho (com PSF’s sem medicamentos básicos e até sem gaze para se fazer um simples curativo, escolas sem carteiras escolares suficientes para todos os alunos, sem fardamentos, vigilantes trabalhando sem fardamento entregues pela secretaria, etc). Tudo isso observamos no cotidiano do serviço público municipal de Bayeux. A terceira conclusão que verificamos é que observamos todo esse volume de dinheiro federal chegando aos cofres da Prefeitura e nos perguntamos: o que está sendo feito pela Prefeitura Municipal de Bayeux com todo esse recurso? Aonde está sendo empregado tudo isso? Olhamos para os lados e não vemos NADA, nenhum investimento por parte da gestão em torno do volume de recurso que, como bem demonstramos de acordo com dados OFICIAIS, não pararam de chegar aos cofres da Prefeitura Municipal de Bayeux, desde que Expedito Pereira chegou pela quarta vez para comandar os destinos de nossa cidade. Por fim, queremos chamar a atenção para uma coisa muito simples. A crise que assistimos em Bayeux, com a atual administração municipal governando desde 2013 esta cidade, não se trata apenas das interferências das conjunturas internacional e nacional que, evidentemente, têm um peso na questão local. Mas, se outros municípios, menores do que Bayeux, conseguem realizar algumas coisas, porquê nossa cidade não consegue? Por exemplo, resolver o problema da “superpopulação” de servidores sem concurso público na folha de pessoal e realizar concurso público para colocar na máquina pública servidores efetivos? Cumprir o que determina as várias legislações municipais, estaduais e federais, no tocante aos direitos dos trabalhadores? Observem que não estamos pedindo nenhuma questão excepcional, apenas e tão somente o cumprimento da lei. Será pedir muito ao prefeito Expedito Pereira? Verificamos, portanto, que a crise existente em Bayeux é uma crise de GESTÃO, ou melhor, de MÁ GESTÃO. E acreditamos que precisamos dar um basta nisso! SINDICATO DOS TRABALHADORES MUNICIPAIS DE BAYEUX Gestão Resistência, Luta e Participação Participação