Segurança de Navios Tanque e Terminais 1. Objetivo Este procedimento reúne instruções de segurança para navios tanques e terminais e descreve o uso de equipamentos de proteção individual e critérios básicos de segurança a serem obedecidos pelo carregador. 2. Abrangência Este Procedimento se aplica a todas as áreas de operações . 3. Referências Normativas NR-06 da Portaria nº 3.214 de 08.06.78 ISGOTT 4. Disposições Normativas 4.1 Equipamento de Proteção Individual Considera-se equipamento de proteção Individual todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Os equipamentos de proteção individual e sua utilização devem atender a NR-06 da Portaria nº 3.214 de 08.06.78 e as normas próprias de cada cia., aplicáveis a cada caso. Deverão ser adquiridos EPI com Certificado de Aprovação (CA), conforme determina a NR-06, que devem estar em boas condições de conservação e limpeza durante o uso, de forma a resguardar suas características de proteção ao trabalhador. Os principais EPI's a serem usados nos serviços são: Uniforme: Deverá ser padronizado, preferencialmente de cor cinza e confeccionado em brim. Não poderá ser usado material sintético com fibras inflamáveis, preferencialmente usar materiais não propagadores de chama. As camisas devem ser usadas por dentro das calças. Capacete: Deve ser sempre em poliuretano de alta densidade e ajustado corretamente. Recomenda-se lavagem periódica Luvas: A proteção dos membros superiores será feita por luvas conforme tabela a seguir: Calçado de Segurança: A proteção dos membros inferiores será feita por calçados de segurança, podendo ser bota ou sapato, com solado isento de objetos e/ou superfícies metálicas, inclusive pregos para não provocar formação centelhas quando em contato com superfícies metálicas e pisos de concreto em áreas com presença de gases inflamáveis. Proteção Facial e Visual: Serão usados óculos de PVC com proteção total. Proteção Respiratório: Onde o plano de combate a incêndio e situações de emergência determinar, serão usadas máscaras cujo fornecimento e treinamento para uso serão de responsabilidade da cia administradora da base local. Cinto de Segurança: A proteção contra queda, será feita por meio de cintos de segurança de couro. Coletes e Bóias Salva-Vidas: Devem estar disponíveis no píer, cabendo ao operador do terminal providenciá-los e mantê-los, sendo um (1) conjunto (colete + bóia) localizado nas pontas e no meio do píer, num total mínimo de três (3) "kits", dispostos de forma a atender situação de homem na água na proteção contra afogamento. 4.2 Segurança nas Operações 4.2.1 Lacração Fechar e lacrar as válvulas que não serão usadas e possam propiciar a retirada de produto durante o bombeio. Atenção especial deve ser dada as válvulas de alívio. Durante a operação de bombeio, a válvula de alívio na linha de entrada do tanque recebedor deve permanecer aberta, enquanto que, a válvula de alívio na linha de saída do tanque recebedor deve permanecer fechada e lacrada. Se existir outro tanque com o mesmo produto e não programado para receber, a válvula de alívio da linha de entrada deverá permanecer fechada e lacrada durante a operação de bombeio. Sempre que existir um trecho da linha com válvula na posição "fechada", deverá haver um sistema de alívio que esteja na posição "aberta". 4.2.2 Vazão de Bombeio Assegurar sempre que o início do bombeio se processe em ritmo lento, subindo gradativamente até atingir a pressão previamente ajustada. Quando o tanque operar pela primeira vez ou estiver vazio, a vazão até cobrir a parte superior da linha de recebimento será correspondente à velocidade de 1m/seg., obedecendo à seguinte tabela: 4.2.3 Válvulas de Dreno das Bacias de Contenção. As válvulas de dreno das bacias devem permanecer fechadas. Se por algum motivo for necessário sua abertura durante o bombeio, deverá permanecer um operador do terminal ao seu lado, acompanhando o serviço que estiver sendo realizado, enquanto a válvula estiver aberta. Quando houver sistema de sifão para a drenagem das bacias, o operador do terminal também deverá permanecer acompanhando toda a operação de drenagem. 4.2.4 Coleta de Amostra Esperar no mínimo 30 minutos após o término do bombeio, para retirar amostra do tanque, pois é o tempo necessário para que haja dissipação das cargas estáticas acumuladas durante o bombeio. 4.2.5 Aterramento Todos os equipamentos introduzidos no interior do tanque como termômetro, saca-amostra, trena de sondagem, devem estar aterrados através do contato com a boca de medição do tanque. 4.2.6 Comunicação Deverá ter registro de todas as operações efetuadas durante o bombeio, de tal forma que, durante a troca de turno do pessoal envolvido na operação de recebimento, a equipe que está assumindo tenha condições de, através dos registros efetuados, obter todas as informações necessárias para a continuidade da operação de bombeio. Os rádios usados nas operações deverão ser intrinsecamente seguros, para uso em áreas classe I, II e III divisão 1. 4.2.7 Altura Máxima e de Segurança As indicações de altura máxima e de segurança devem estar marcadas no tanque, próximo à boca de medição e junto ao indicador de nível das trenas automáticas. 4.2.8 Mudança de Tanque Se, durante o bombeio, houver a necessidade da troca de tanques, a válvula do segundo tanque deverá obrigatoriamente ser aberta antes da válvula do primeiro tanque ser fechada 4.2.9 Início e Durante o Bombeio Antes do início e durante o bombeio, deve ser mantida vigilância constante sobre os dutos, em todo percurso desde o ponto "A" da base até a entrada do tanque recebedor, visando detectar eventual ruptura da linha ou vazamento nas válvulas. Especial atenção deve ser dada aos pontos em obras dentro da área delimitada ao longo do duto, ou onde estejam sendo realizados trabalhos a quente, sendo necessário verificar com os responsáveis a liberação da linha e tanque para o bombeio. 4.2.10 Pressão de Bombeio Na operação de bombeio não se deve usar uma pressão superior a capacidade do duto. Esta pressão máxima pode ser verificada com o responsável pela manutenção das linhas do terminal recebedor. 4.2.11 Medições Intermediárias Durante a operação de bombeio devem ser feitas medições intermediárias, visando controlar a vazão média horária do bombeamento e estabelecer a hora aproximada de seu término, pois variações bruscas na vazão, podem indicar operações inadvertidas de válvulas ou bombas, e ruptura de tubulações. 4.2.12 Emergência Se, durante a operação de recebimento ocorrer uma situação de emergência, com transbordamento, incêndio ou algum vazamento sério, coloque em ação o plano de emergência específico da Base onde atua, acione o responsável local pela base, na ausência de instruções detalhadas proceda da seguinte maneira: Avise ao responsável pela base e solicite instruções. Avise a refinaria para suspender o bombeio (para isto, tenha sempre o telefone da refinaria em local de fácil acesso, junto aos telefones da instalação) e abra o tanque de apoio, já determinado para o bombeio; Feche lentamente a válvula de recebimento na linha e, somente após ter avisado o pessoal da refinaria; Verifique se as válvulas de drenagem das bacias estão fechadas; Se o derrame for pequeno, espalhe areia sobre o mesmo; Se for de grande monta, espalhe espuma sobre toda a superfície derramada. Isole toda a área do terminal, inclusive da área circunvizinha à instalação. Os veículos devem ser retirados do terminal; Os portões devem permanecer abertos e desimpedidos para o acesso de veículos de emergência; Em caso de emergência fora do expediente, além dos procedimentos anteriores, que devem ser seguidos dentro da estrutura operacional de cada instalação, o pessoal do terminal deverá: Telefonar para o corpo de bombeiros; Telefonar para o responsável pelo terminal; Telefonar para a polícia; Telefonar para o pronto socorro. Nos derrames de grande monta, os veículos próximo à bacia de tanques não devem ser ligados e sim empurrados. Notas: A) Elaborar procedimento e treinamento sobre o que fazer nas situações de emergência. B) Colocar um quadro na sala de operações com todos os contatos e respectivos telefones das pessoas e órgão que devem ser acionados numa situação de emergência. 5. Disposições Gerais 5.1 Características dos Produtos Movimentados. O pessoal envolvido com o manuseio de substâncias relativas ao petróleo (e outras substâncias químicas), deve estar familiarizado com suas características químicas e físicas, incluindo seu potencial para fogo, explosão ou reação química. O pessoal deve estar familiarizado com os procedimentos de emergência apropriados para seguir em tais casos. O pessoal deve aplicar as práticas operacionais de segurança da companhia na qual os serviços são prestados bem como os regulamentos federais, estaduais e local, incluindo o uso de equipamento e roupa de proteção própria. O pessoal deve estar alerta para evitar potencial fontes de ignição e deve manter recipientes com materiais fechados quando não em uso. Nota: O operador deve obter informações a respeito dos produtos movimentados com as CIAS e/ou com o Fornecedor, particularmente no que diz respeito a suas características químicas e físicas, incluindo seu potencial para fogo, explosão ou reação química e como proceder em situações de emergência, repassando-as a toda a sua equipe. 5.2 Perigo para a Saúde Antes de entrar em um tanque que contém produto, vapor ou materiais tóxicos, todas as linhas para o tanque devem estar desconectadas ou com flange "cego", e um certificado de livre de gases deve ser obtido. Procedimentos de segurança designados pela Empresa , operador do terminal e todas as outras partes interessadas devem também ser observados. Isto deve estar indicado que o tanque é "seguro para trabalhadores" e/ou "seguro para trabalho à quente", como prescrito na NFBA 306, U.S. Coast Guard, OSHA, ou outros regulamentos: internacional, federal, estadual, ou local que pode aplicar. Tais testes podem ser feitos pelo menos a cada 24 h ou mais frequentemente quando condições garantidas. ISGOTT deve ser consultado. Além disso, outra pessoa deve estar de guarda na entrada do tanque durante toda duração e soar um alarme se ocorrer uma emergência. Apropriado equipamento e roupa de proteção deve ser usado. Precauções de segurança com respeito a andaime e escada de mão devem também ser observados. O vapor de petróleo diluído com oxigênio no ar pode também ser tóxico, especialmente vapor de sulfato de hidrogênio de fonte de cru. Vapores de petróleo com concentrações relativamente baixas de sulfato de hidrogênio, podem causar inconsciência ou morte. Durante e após a abertura da boca de medição, posicionar-se de forma que o gás não seja inalado. Quando necessário, adequado equipamento de ar fresco deve ser usado antes de aproximar-se do local de medição e durante o procedimento de medição. Vapores nocivos ou deficiência de oxigênio não podem sempre ser detectados pelo cheiro, inspeção visual ou julgamento. Precauções adequadas devem ser usadas para a proteção contra vapor tóxico ou deficiência de oxigênio. Potencial efeitos de saúde pode resultar de exposição a algum produto químico e estão dependente na toxicidade do químico, concentração e a duração da exposição. Cada um deve minimizar sua exposição para trabalhar em local com produtos químicos. (alertamos para o conteúdo desta cláusula, pois prevê potencial dano à saúde) As seguintes precauções gerais são sugeridas: - Minimizar o contato da pele e olhos e respiração de vapores; - Manter os produtos distante da boca. Eles podem ser nocivos ou fatal se engolidos ou inspirados; - Manter recipientes fechados quando não em uso; - Manter áreas de trabalho desimpedidas e bem ventiladas; - Limpar rapidamente derrames e em conformidade com pertinente segurança, saúde e regulamentos - ambientais; - Observar os limites estabelecidos e usar equipamento e roupa de proteção própria. 5.3 Equipamentos em Áreas Classificadas Em um navio-tanque, certas áreas são definidas por órgãos do governo e sociedades classificadoras como sendo perigosas para instalação ou uso de equipamento elétrico fixo, a qualquer tempo ou somente durante as operações com carga ou lastro, operações de limpeza de tanques ou desgaseificação. Estas áreas estão descritas na "Publicação 92 da Comissão Eletrotécnica Internacional", que se refere aos tipos de equipamentos elétricos que podem ser nelas instalados. Em um terminal, deve-se atentar para a probabilidade de uma mistura inflamável de gás estar presente e, então, classificar as áreas perigosas quanto ao nível de risco, em 3 zonas: ZONA 0 Uma área na qual uma mistura inflamável de gás está continuamente presente durante longos períodos de tempo. ZONA 1 Uma área na qual há probabilidade de haver uma mistura inflamável de gás em condições normais de operação. ZONA 2 Uma área na qual é improvável a presença de uma mistura inflamável de gás, mas, se isto ocorrer, será durante curto período de tempo. Todos os regulamentos usados para entrada em áreas perigosas devem ser adequados para o uso a que se destinam de acordo com a classificação da área. Equipamento elétrico e eletrônicos para uso em áreas classificadas eletricamente devem ser adequadamente especificados de acordo com o grau de risco. Rádios transceptores usados na área devem ser intrinsecamente seguros. Equipamento eletrônico portátil para detectar o nível de produto e/ou a interface de petróleo e água livre deve ter um certificado como seguro para uso em atmosfera inflamável e para uso em líquidos que acumulam cargas estáticas. As lanternas devem ter certificados como seguras para uso em atmosfera inflamável. 5.4 Perigos com Eletricidade Estática Para eliminar perigo da eletricidade estática, aterre seu corpo tocando o corrimão da escada, plataforma, ou chapa do tanque, quando aproximando-se o topo do tanque e antes de abrir a boca de medição. O petróleo e seus derivados tem características de acumulador estático. Cabos e cordas usadas para suspender instrumento de medição no tanque devem ser feitos de material, tais como, algodão, os quais não segura ou transfere troca estática. Não devem ser usados cabos de nylon e materiais isolantes acumuladores de energia elétrica estática. Fitas de medição e prumos devem estar aterrados com o tanque mantendo contato entre a fita de medição e a boca de medição a partir do momento que o prumo entra pela boca de medição até a hora que ele toca no líquido. Nunca fazer medição no tanque durante relâmpagos. Medição manual em navios inertizados requer observância dos procedimentos de segurança conforme capítulo 9 do ISGOTT e do guia de segurança de conduto de gás inerte. 6. Procedimentos para Chegada ao Porto 6.1 Troca de Informações 6.1.1 Informações do Terminal para o Navio - Profundidade no berço por ocasião da baixa-mar e salinidade da água. - Disponibilidade de rebocadores e equipamento de atracação. - Se serão usados cabos do navio ou dos rebocadores. - Cabos de amarração e acessórios necessários de propriedade do navio para todas as operações de atracação. - Número e a dimensão das conexões dos mangotes/tomadas de carga. - Particularidades do berço e bóias de amarração essenciais para conhecimento prévio do navio. - Velocidade máxima permitida e ângulo de aproximação do cais. - Códigos de sinais visuais ou sonoros para uso durante a atracação. - Disposição do espaço para colocação da prancha no berço ou disponibilidade de equipamento de acesso ao Terminal. - Informação prévia sobre a operação proposta para manuseio da carga ou mudanças nos planos existentes para manuseio da carga. - Se os tanques devem estar desgaseificados para carregamento de produtos não voláteis acumuladores de eletricidade estática. - Notificação sobre restrições ambientais e de carga aplicáveis ao berço. 6.2 Preparação para a Chegada 6.2.1 Informações sobre o Porto O terminal deve assegurar ao navio informações gerais sobre o porto tão breve quanto possível. 6.2.2 Informações sobre Atracação Antes da atracação o terminal deve fornecer ao comandante do navio, através do piloto (prático) detalhes do plano de atracação. O procedimento de atracação deve ser revisto pelo comandante e o piloto (prático) e acordado entre ambos. 6.3 Atracação 6.3.1 Tipo e Qualidade dos Cabos de Amarração Preferencialmente todos do mesmo material e construção. Para navios de grande porte, cabos de aço são recomendados. Cabos de diferentes elasticidades nunca devem ser usados juntos na mesma direção. 6.4 Procedimentos para Desatracação de Emergência 6.4.1 Geral Devem ser providos meios para permitir uma rápida desatracação do navio, em caso de necessidade, numa emergência. 6.4.2 Cabos de Reboque de Emergência ("Fire Wires") Exceto em terminais onde não haja disponibilidade de rebocadores, cabos de reboque de condição e resistência adequados devem ser amarrados aos cabeços do navio, avante e à ré, e suas mãos devem ser mantidas na altura acima da linha d'água. 7. Precauções Gerais Enquanto um Petroleiro está atracado 7.1 Precauções de Segurança e Procedimentos de Emergência 7.1.1 Necessidade de Pessoal Pessoal designado deve ser em número suficiente para atender a situações de emergência a bordo e em terra durante todo o tempo em que o navio permanecer no terminal. 7.1.2 Intercomunicação Navio/Terminal sobre Procedimentos de Segurança Após atracação, o representante do terminal deve entrar em contato com o oficial responsável no navio para: - Acordar áreas designadas para fumo. - Acordar as restrições quanto ao acendimento de fogo na cozinha e a utilização dos equipamentos de cozinha. - Alertar sobre procedimentos de "serviço a quente" e "permissão de serviço a quente". - Alertar sobre outras atividades relevantes nas proximidades. - Prover informações sobre outros regulamentos do terminal ou locais sobre segurança e poluição. - Alertar sobre os meios de obtenção de assistência do terminal, de incêndio, médica, policial e outros - serviços de emergência. - Troca de informações sobre a disponibilidade e uso de equipamentos de combate a incêndio e equipamentos de emergência do terminal e do navio. - Discutir as ações a serem tomadas em caso de incêndio ou outra emergência. - Discutir acordo para evacuação ordenada do berço em caso de emergência (pontos de reunião e rotas de acesso navio/terra). 7.2 Estado de Prontidão 7.2.1 Equipamentos de Combate a Incêndio Disponibilidade de conexão padrão internacional no navio e no terminal para transferência de água de combate a incêndio. Dispositivos de combate a incêndio do terminal devem estar operativos e prontos para uso imediato. A rede de hidrantes deve ser pressurizada ou ter condições de pressurização imediata. 7.3 Comunicações É responsabilidade do terminal prover os meios adequados de comunicação entre o navio e terra, incluindo sistema de "back up". 8. Intercomunicação entre o Navio e o Terminal antes do Manuseio da Carga 8.1 Notificações do Terminal para o Navio 8.1.1 Informações na Preparação para a Descarga - Ordem de descarga aceitável para o terminal. - Quantidades a serem descarregadas. - Vazões máxima de descarga aceitáveis. - Pressão máxima aceitável na conexão de carga navio/terra. - Bombas booster que possam estar no fluxo de produto. - Nº e dimensão dos mangotes ou braços disponíveis e conexões no manifold necessárias para cada produto ou tipo de carga e se estes braços são ou não comuns entre si. - Limitações nos movimentos dos mangotes ou braços. - Quaisquer outras limitações no terminal. - Sistema de comunicação para controle da descarga incluindo sinal para parada de emergência. 8.2 Plano de Descarga Acordado - Nome do navio, berço, data e hora. - Nome e assinatura dos representantes do navio e do terminal. - Distribuição da carga na chegada e na partida - As seguintes informações sobre cada produto: - Quantidade. - Tanques de terra recebedores. tanques de bordo a serem descarregados. - Linhas a serem usadas navio/terra. - Vazão de transferência da carga. - Pressão de operação. - Pressão máxima permitida. - Limites de temperatura. - Sistemas de respiro ("venting") - Restrições necessárias, devidas a: - Propriedades eletrostáticas. - Uso de válvulas automáticas de parada ("shut-down"). - A seqüência na qual os tanques devem ser descarregados considerando: - Mudança de tanque de bordo e de terra. - Evitar a contaminação da carga. - Desimpedimento da tubulação para a descarga. - COW, se utilizado, ou outra limpeza de tanque. - Outras movimentações ou operações que possam afetar a vazão. - Trim e borda livre do navio. - A necessidade de garantir que as pressões não serão excedidas. - Operações de lastreamento. - As vazões de descarga inicial e máxima, considerando: - A especificação da carga a ser descarregada. - A disposição e a capacidade das linhas do navio, de terra e tanques. - A pressão máxima permitida e a vazão nos mangotes ou braços navio/terra. - Precauções para evitar o acumulo de eletricidade estática - Quaisquer outras limitações. 8.3 Comunicações Antes do início das operações um sistema de comunicação confiável entre o navio e o terminal deve ser acordado, por escrito, e mantido. Um segundo sistema "stand-by" também deve ser estabelecido e acordado. Tolerância deve ser dada para o tempo requerido entre a ação e a resposta às sinalizações. O sistema deve incluir sinalização para: - Identificação do navio, berço e carga - "Stand-by" - Início do carregamento ou descarga - Redução de vazão - Parada do carregamento ou descarga - Parada de emergência - Quaisquer outras sinalizações devem ser acordadas e compreendidas. - Quando diferentes produtos são manuseados seus nomes e descrição devem ser claramente compreendidos pelo pessoal de bordo e de terra de serviço durante as operações. 9. Precauções Antes e Durante o Manuseio da Carga 9.1 Isolamento, Aterramento e Ligação Elétrica Navio/Terra 9.1.1 Isolamento e Aterramento Navio/Terra A fim de prover proteção contra a abertura de arco elétrico durante a conexão e desconexão, o terminal é responsável por assegurar que os braços e os mangotes de carregamento estejam equipados com um flange de isolamento ou com uma seção de mangote eletricamente descontínuo para garantir a descontinuidade elétrica entre o navio e o terminal. O flange de isolamento é uma junta flangeada composta de junta, luvas e arruelas isolantes, destinada a impedir continuidade elétrica entre tubulações, linhas de mangotes ou braços de carregamento. Todas as partes metálicas, a partir da seção isoladora, que estiverem do lado do mar, devem ser eletricamente contínuas com o navio e, todas aquelas do lado de terra devem ter continuidade elétrica com o sistema de aterramento do terminal. O flange de isolamento ou a seção de mangote eletricamente descontínuo não deve fechar curto circuito através de contato com metais externos, ex. flange metálico exposto ou uma seção de mangote que estiver do lado do navio, a partir de um flange de isolamento ou do mangote descontínuo não deve entrar em contato diretamente ou através do equipamento de manuseio de mangotes, com a estrutura do terminal. Flanges de isolamento devem ser inspecionados e testados periodicamente para assegurar que o isolamento esteja limpo e em boas condições. A resistência deve ser medida entre o tubo metálico do lado de terra do flange de isolamento e a extremidade do mangote ou braço metálico quando livremente suspenso. O valor medido após a instalação não deve ser menor que 1000 ohm. Uma resistência mais baixa pode indicar avaria ou deterioração do isolamento. Deve ser observado que o desligamento do sistema de proteção catódica não dispensa a instalação de um flange de isolamento ou de uma seção de mangote não condutora. Os mangotes de carga, com interligação elétrica entre os flanges das extremidades, devem ser checados quanto à continuidade elétrica, antes de serem postos em serviço e, periodicamente, após esta primeira verificação. 9.1.2 Cabos de Interligação Elétrica Navio/Terra (Cabo-Terra) Cabos de interligação navio/terra não são eficientes como equipamento de segurança e podem até mesmo ser perigosos. Portanto, não devem ser utilizados. Embora os perigos potenciais do uso do cabo-terra sejam amplamente reconhecidos, deve ser dada atenção ao fato de que algumas normas nacionais ou locais podem ainda exigir o emprego do caboterra. Neste caso, o cabo deve ser inspecionado visualmente antes de ser utilizado, quanto a condição de mecânica e eletricamente perfeito. O ponto de conexão para o cabo-terra deve estar bem afastado da área das tomadas de carga. Deve ter sempre, no píer, uma chave em série com o cabo-terra, e de um tipo adequado para uso em área de risco Zona 1. É importante que seja garantida a condição de que a chave esteja sempre na posição "desligado" antes de conectar e desconectar o cabo. Somente quando o cabo estiver adequadamente fixado e com bom contato com o navio, é que a chave pode ser ligada. O cabo deve ser ligado antes dos mangotes de carga serem conectados, e removido somente após os mangotes terem sido desconectados. 10. Procedimentos de Emergência 10.1 Plano de Emergência do Terminal 10.1.1 Preparação O plano de emergência do terminal deve incluir: - Ações específicas iniciais a serem tomadas pelo pessoal no local do incidente para reportar, conter e superar o incidente. - Procedimentos para mobilização de recursos do terminal. - Responsabilidade de alerta e procedimentos. - Local de reporte para o pessoal envolvido. - Organização para emergências com descrição de tarefas para cada participantes. - Sistema de comunicação. - Centros de controle. - Inventário e localização dos recursos para resposta a emergências. - Cada local deverá implementar plano para enfrentar uma emergência e também a ação imediata que deve ser empreendida na ocorrência de tal emergência. - Navios atracados no terminal devem ser informados do plano de emergência do terminal, particularmente: - Sinais de alarme. - Rotas de escape de emergência. - Como obter auxílio no caso de emergências a bordo. 10.1.2 Autoridades Portuárias e Centros de Controle de Tráfego de Embarcações As autoridades devem ser informadas de quaisquer emergências envolvendo o terminal ou navios atracados com detalhes de: - Natureza e extensão da emergência. - Tipo do navio ou navios envolvidos, com sua localização e detalhes da carga - Tipo de auxílio necessário. 10.1.3 Remoção de Emergência de um Navio de um Berço Se um incêndio num navio ou num berço não puder ser controlado pode ser necessário considerar se o navio deve ou não ser removido do berço. Planejamento para esta eventualidade requer consulta entre autoridade portuária, comandante do navio, responsável pelo terminal e corpo de bombeiros. O plano deve reforçar a necessidade de se evitar ações precipitadas que possam aumentar ao invés de diminuir o risco para o pessoal, navio, terminal, outros navios atracados próximo e outras instalações adjacentes. Se for necessário remover um navio em chamas, as circunstâncias podem ser tais que a tripulação não possa auxiliar. O plano de emergência do terminal deve fazer provisão de pessoal para fechamento de válvulas, desconexão de mangotes ou braços, desamarração do navio e operação de equipamentos de combate a incêndio sem auxílio da tripulação do navio. O plano de desatracação de emergência deve cobrir: Designação de pessoa ou pessoas, em ordem de prioridade, com autoridade para decidir pela remoção ou não do navio em chamas. Ação a ser tomada com relação a navios em outros berços. Designação de locais seguros para os quais o navio possa ser movido em condições controladas, se decidida sua remoção. 10.2 Incêndio em Navio Atracado num Terminal 10.2.1 Ação do Pessoal do Terminal Ao ser ouvido o alarme do navio, acionar o alarme do terminal. Informar as autoridades portuárias. Iniciar imediatamente a interrupção de operações de carregamento, descarga, abastecimento ou deslastreamento que estiverem em andamento. Ativar o plano de emergência do terminal. Todos os outros navios no terminal devem ser informados sobre a emergência e, onde considerado necessário, o navio se preparar para desconectar braços ou mangotes e colocar os motores e leme em estado de prontidão. Onde existirem rebocadores/lanchas de combate a incêndio, acioná-los para auxílio no combate até a decisão do responsável geral pelo controle do incidente de utilizá-los ou não para auxílio na evacuação de navios não afetados. Convocar auxílio externo (C. Bombeiros, lanchas de resgate, ambulâncias, práticos, etc.) 10.3 Derrames e Vazamentos Acidentais. O pessoal do navio e do terminal deve manter atenta vigilância quanto ao escapamento de petróleo, no início e durante as operações de carregamento e descarga. Deve haver todo cuidado para garantir que todas as válvulas do oleoduto, inclusive as válvulas de coleta de amostra que não estiverem em uso, estejam fechadas. Os tanques de carga que tiverem o carregamento concluído devem ser checados frequentemente durante as operações de carregamento dos outros tanques, a fim de evitar um transbordamento. Caso ocorra vazamento em tubulação, válvula, mangote ou braço de carga, as operações através destas conexões devem ser interrompidas, até que a causa tenha sido identificada e o defeito corrigido. Se uma tubulação, mangote ou braço de carga romper-se ou se houver um transbordamento, todas as operações com a carga e abastecimento de combustível devem ser imediatamente interrompidas e não devem ser reiniciadas sem que a avaria tenha sido corrigida e todos os riscos causados pelo produto derramado tenham sido eliminados. Se houver qualquer possibilidade do produto penetrar por uma entrada da praça de máquinas, medidas preventivas tem que ser tomadas prontamente. Devem ser proporcionados meios adequados para a pronta remoção de qualquer derrame no convés do navio. As autoridades portuárias e quaisquer embarcações ou instalações terrestres próximas, devem ser alertados sobre qualquer perigo. Antes de iniciar-se o manuseio da carga, todos os embornais existentes no navio e os drenos no cais, tem que ser bujonados de modo eficaz, a fim de evitar que o óleo derramado caia na água ao redor do navio ou do terminal. A água acumulada deve ser drenada periodicamente e os bujões devem ser recolocados nos embornais, imediatamente após a saída da água. A água contaminada deve ser transferida para um tanque de resíduos ou outro recipiente adequado. A menos que existam meios permanentes destinados ao recebimento de pequenos vazamentos na conexão navio/terminal, é indispensável que sejam usadas bandejas para coletar quaisquer vazamentos. Não se pode confiar na vedação de válvulas como meio de impedir escape ou vazamento de produto. Todas as linhas em terra, braços de carga e mangotes, que não estiverem em uso em um píer, tem que ser seguramente flangeados. Todas as linhas de carga e de combustível do navio, que não estiverem em uso, tem que ser seguramente flangeados nas tomadas de carga. As linhas de carga da popa tem que ser isoladas do sistema principal de tubulações do navio, a vante dos compartimentos habitáveis de popa, por meio de flange cego ou pela remoção de um carretel de união.