2011 e Médias Empresas Virtualização de Sistemas como Ferramenta para Pequenas Júlio Francisco da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO JÚLIO FRANCISCO DA SILVA Virtualização de Sistemas como Ferramenta para Pequenas e Médias Empresas Anápolis Novembro, 2011 ii UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO JÚLIO FRANCISCO DA SILVA Virtualização de Sistemas como Ferramenta para Pequenas e Médias Empresas Trabalho de Conclusão apresentado ao Departamento de Sistemas de Informação da Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual de Goiás, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação. Orientadora: Profa. Hellen Carmo de Oliveira Matos Anápolis Novembro, 2011 v Primeiramente dedico esse trabalho a Deus, que me concedeu a oportunidade e o suporte para realização deste curso, aos meus pais pela educação e incentivo aos estudos, e aos meus professores, que sempre estiveram dispostos a compartilhar conhecimento direta ou indiretamente. vi AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela saúde, pela ajuda em superar as dificuldades, por cuidar e me guardar desde o início da minha caminhada, e pela benção de cada dia. Aos meus pais pela educação, incentivo, persistência, apoio e amor incondicional. A minha orientadora Prof. Hellen Carmo de Oliveira Matos pelos direcionamentos, paciência, disposição e dedicação em sempre ajudar no desenvolvimento deste trabalho, e no meu aprimoramento como estudante. Aos colegas que ganhei ao longo desses anos de estudo, e principalmente aos professores, que pelo esforço em compartilhar conhecimento, passaram horas preparando aulas, trabalhos e provas para proporcionar um aprendizado da melhor forma possível, fizeram de mim e meus colegas pessoas melhores. A todos, os meus sinceros agradecimentos. vii RESUMO A virtualização tem como objetivo otimizar e melhor aproveitar os recursos computacionais. Esse projeto descreve o uso das ferramentas de virtualização aplicadas dentro do contexto de pequenas e médias empresas, com o objetivo de documentar e disseminar o conhecimento levantado, tecendo um estudo com as abordagens nas quais a virtualização pode ser empregada para resolução de problemas. O foco deste trabalho é ser referência no estudo sobre os impactos do processo de migração de servidores físicos convencionais para o ambiente virtual, levantando considerações, vantagens e desvantagens direcionadas para o público de analistas e gestores de tecnologia da informação de pequenas e médias empresas, que representam uma parcela expressiva no mercado de tecnologia. O sucesso da implantação é altamente dependente de análises criteriosas, tendo grande significado na arquitetura da empresa, já que as mudanças efetuadas influenciarão em vários aspectos e por tempo indeterminado. Para ilustrar a aplicação do objeto em estudo, será citado um estudo de caso de uma empresa de porte médio em Anápolis. Palavras-chave Virtualização; VMware; Hyper-V; servidores; máquinas virtuais; sistemas operacionais viii ABSTRACT Virtualization aims to optimize and better use the computing resources. This project describes the use of virtualization tools applied within the context of small and medium enterprises, in order to document and disseminate knowledge, building a study of approaches in which virtualization can be used to solve problems. It is the focus of this essay to be reference in the study of the impacts on the migration process of conventional physical servers to virtual environments, raising considerations, advantages and disadvantages to the target audience of analysts and information technology managers of small and medium enterprises, which represent a significant share in the technology field. The successful implementation is highly dependant on careful analysis, and have great significance in the enterprise’s architecture, since the changes made will influence on various aspects indefinitely. Will be referred to a case study of an average company in Anapolis, which will illustrate the application of this virtualization environment. In order to ilustrate the application of the object of study, a case study will be referred in a medium size company in Anápolis. Keywords virtualization; vmware; hyper-v; servers; virtual machine; availability; Sumário Lista de Figuras xi Lista de Tabelas xii Introdução 1 0.1 Objetivos 3 0.1.1 Objetivos Gerais 3 0.1.2 Objetivos específicos 3 0.2 0.3 1 Metodologia 3 0.2.1 Quanto aos fins 3 0.2.2 Quanto aos meios 3 A estrutura do trabalho 4 Virtualização 5 1.1 Motivos para adotar a virtualização 7 1.2 Terminologias do ambiente de virtualização 10 1.3 Diferentes tipos de virtualização 14 1.3.1 Virtualização de sistema operacional 15 1.3.2 Virtualização de aplicação 15 1.3.3 Virtualização de rede 16 1.3.4 Virtualização de desktops 16 1.3.5 Virtualização de Storage 18 1.4 Maneiras de criação 19 1.5 Fatores que devem ser avaliados 19 1.5.1 Desempenho 20 1.5.2 Gerenciamento 21 1.5.3 Segurança 22 1.6 Licenciamento de Máquinas Virtuais 22 1.7 Conclusão 23 2 3 Ferramentas de virtualização 24 2.0.1 Surgimento e evolução das ferramentas 24 2.0.2 Red Hat 24 2.0.3 Citrix 25 2.0.4 Hyper-V 26 2.0.5 VMware 28 2.0.6 Conclusão 32 Estudo de Caso 33 3.1 Detalhamento da empresa 33 3.2 Planejando a implantação da virtualização 34 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa 34 3.3.1 Identificando servidores candidatos a virtualização 36 3.3.2 Atualização dos sistemas operacionais 39 3.3.3 O hardware utilizado 40 3.4 Planejamento do Projeto 40 3.4.1 Primeira etapa da seleção da ferramenta de virtualização 42 3.4.2 Segunda etapa da seleção da ferramenta de virtualização 45 3.4.3 Criando as máquinas virtuais 47 3.4.4 Cenário Pós-Virtualização 50 Conclusão e Recomendações 53 Referências Bibliográficas 56 A Cronograma de Atividades do Trabalho de Conclusão de Curso 60 B PÔSTER APRESENTADO NO III SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E III SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO UNUCET-UEG/2011 61 Lista de Figuras 5 1.1 Virtualização 1.2 Arquitetura da VMM 11 1.3 Arquitetura do Hypervisor 11 1.4 Disco rígido virtual 13 1.5 Arquitetura de camadas 14 1.6 Virtualização de Storage 18 3.1 Análise das diferentes performances 49 A.1 Cronograma de atividades proposto no projeto do Trabalho de Conclusão e Curso 60 B.1 Pôster - Virtualização de Sistemas - Ferramenta para Pequenas e Médias Empresas 61 Lista de Tabelas 2.1 Edições do Windows Server 2008 27 3.1 Serviços e Servidores 35 3.2 Relação das bases de dados 36 3.3 Configuração do servidor adquirido 40 3.4 Resultado XenServer 43 3.5 Resultado Hyper-V 44 3.6 Resultado VMware 45 3.7 Nova estrutura de servidores virtualizados 45 3.8 Projeção de preço VMware 46 3.9 Projeção de preço XenServer Enterprise 46 3.10 Projeção de preço Windows Server 2008 Enterprise 47 3.11 Análise das diferentes performances 48 INTRODUÇÃO A tecnologia denominada virtualização, consiste em se multiplicar as funções de um servidor ou computador convencional e o fazer funcionar como se fossem vários computadores ao mesmo tempo. Atualmente, tem sido a melhor ferramenta para solução de vários problemas nos Departamentos de Tecnologia da Informação de empresas de todos os tamanhos. Conforme (POLLON, 2008), o Setor de Processamento de dados de uma empresa, geralmente composto de várias máquinas distintas. Por questões de segurança e redução de complexidade, cada uma delas disponibiliza um serviço diferente para empresa, como e-mails, autenticação de senhas, internet, banco de dados, etc. O preço pago por separar essas atividades era o baixo aproveitamento dos recursos das máquinas, já que cada servidor tinha o costume de desempenhar poucas tarefas, no entanto, isso mudou. De acordo com (BLUM, 2011), a virtualização de sistemas computacionais é uma tecnologia que trouxe vários benefícios e possibilidades para o cenário da Tecnologia da Informação. Ela disponibilizou a capacidade de comportar diferentes sistemas operacionais em máquinas e servidores que até então disponibilizavam seus recursos físicos somente a um único ambiente de execução e, consequentemente, a um número reduzido de aplicações. Uma máquina passa a equivaler a várias outras. Na década de 60, os mainframes tinham como principal problema, a subutilização de recursos. Assim, desenvolveu-se a virtualização para melhor aproveitar o hardware daquelas super máquinas de então. Quando os computadores pessoais começaram a apresentar o mesmo problema por volta de 1990, esse conceito foi novamente aproveitado para melhorar a utilização de servidores e desktops, (DEVELOPERWORKS, 2006). Para as empresas, isso trouxe muitas vantagens, porque quebra a restrição que os sistemas operacionais impunham em máquinas e servidores quanto ao uso do hardware. Propiciou o aumento da gama de softwares e serviços que podem ser utilizados através de um mesmo equipamento, e com a velocidade dos processadores atuais, até mesmo um micro computador pessoal consegue simular a si mesmo com velocidade suficiente para um uso satisfatório, (SERVERWATCH, 2003). Ter várias máquinas rodando múltiplos sistemas operacionais de diferentes fornecedores simultaneamente em um único hardware é a grande vantagem. Segundo (THE DATACENTER JOURNAL, 2011), no segmento de empresas que possuem como atividade principal a disponibilização de serviços de tecnologia, virtualizar é algo comum. A maior parte já transitou do cenário físico para o virtual e é possível notar que es- Introdução 2 sas empresas usufruem de certas vantagens. Já em pequenas e médias empresas que possuem servidores ou pequenos datacenters, muitas mudanças ainda acontecem rumo a virtualização. De acordo com a pesquisa feita em outubro de 2010 pelo Gartner Group, grupo internacional de pesquisas de tecnologia da informação, pequenas e médias empresas estão assumindo um ritmo muito agressivo no processo de adoção da virtualização. Estima-se que até 2012, mais de 75% delas irão adotar a tecnologia nos servidores que possuem ou forem adquirir, (VMWARE, 2011a). As empresas fabricantes de processadores também notaram esse crescente envolvimento por parte das pequenas e médias empresas e em razão da virtualização, esse detalhe mudou internamente vários aspectos dessas fabricantes. A AMD, uma das maiores empresas produtoras de processadores do mundo até alterou sua estratégia de virtualização. Mudaram sua maneira de pensar de "As empresas podem virtualizar?"para "Por que não virtualizar?", isso se deve ao fato de a virtualização ser algo de bom proveito para muitas organizações, e só deve ser descartada a menos que haja um bom motivo para não o fazer, (AMD CASE STUDY, 2011). Dada sua importância, e com a quantidade de aplicações onde é possível se empregar a virtualização, a Intel e a AMD investiram maciçamente nessa tecnologia, de modo que seus processadores mais recentes contam com mecanismos e soluções de hardware especialmente voltados a dar suporte à virtualização, (CARISSIMI, 2008). Em virtude desses números, fica evidente a preocupação que as organizações possuem de se atualizar e solucionar os problemas decorrentes da ausência de virtualização. Assim como acontece em grandes empresas, setores de TI de pequenas e médias também possuem desafios a superar, como melhor aproveitar os recursos tecnológicos e crescer com a empresa, garantir disponibilidade e a recuperação de catástrofes. Segundo uma das empresas desenvolvedoras de soluções para virtualização, a VMWare, a virtualização é a ferramenta que mais auxilia as pequenas e médias empresas em reduzir custos e aumentar a produtividade/disponibilidade dos servidores sem a necessidade de adquirir novos equipamentos, (THE DATACENTER JOURNAL, 2011). Mesmo uma infraestrutura de poucas máquinas pode ser virtualizada, resultando em grandes vantagens. No entanto, se faz necessário analisar alguns fatores, como os servidores e serviços para que o desempenho dessas máquinas seja satisfatório. Sem a pretensão de esgotar o mérito da questão, esse trabalho visa analisar e entender quais ferramentas e métodos de virtualização são mais propícios frente a essas futuras mudanças de infraestrutura de pequenas e médias empresas. 0.1 Objetivos 0.1 0.1.1 3 Objetivos Objetivos Gerais Analisar e efetuar um processo de virtualização de máquinas e servidores como solução para os problemas da Gestão de TI de pequenas e médias empresas, analisar quais os métodos de virtualização são mais propícios, compreendendo vantagens e desvantagens, custos, interoperacionalidade e identificando possíveis estratégias. 0.1.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos desse trabalho consistem em analisar as ferramentas de virtualização, frente às diversas particularidades das pequenas e médias empresas, e efetivar o processo de virtualização, tendo o intuito de documentar, divulgar, servir de base para futuros projetos e análises que venham a surgir, evidenciando vantagens e desvantagens ao longo do processo de efetivação do projeto. 0.2 0.2.1 Metodologia Quanto aos fins Com base em conceitos e referências relacionadas à virtualização, trabalhos de pesquisa, artigos científicos, publicações acadêmicas, publicações eletrônicas e materiais, o projeto proposto seguirá os seguintes tipos de pesquisa: aplicada e metodológica. Segundo (VERGARA, 2006), a pesquisa aplicada é relacionada a resolução de problemas concretos. Esse trabalho procura estabelecer e documentar na prática os pontos decisivos que devem ser levados em conta no processo de virtualização. É também um trabalho de pesquisa metodológica porque está associado a procedimentos para se atingir o resultado esperado. 0.2.2 Quanto aos meios Quanto aos meios, usaremos dois tipos de pesquisa: bibliográfica e estudo de caso. Pesquisa bibliográfica, pois o estudo depende de artigos, publicações em meios eletrônicos disponibilizados ao público. Pesquisa com estudo de caso, pois será efetuado um estudo em uma empresa de porte médio na qual será implantado o processo de virtualização e seu detalhamento. 0.3 A estrutura do trabalho 0.3 4 A estrutura do trabalho A estrutura desse trabalho foi dividida da seguinte maneira: O capítulo I apresenta uma abordagem teórica através de tópicos que são estruturados com o intuito de tornar fácil a compreensão do tema, esclarecendo, definindo e estabelecendo os conceitos que serão utilizados no seu decorrer. O Capítulo II se dedica às ferramentas utilizadas para virtualização disponíveis no mercado, elencando caractéristicas principais que as mesmas possuem. No capítulo III é feito um estudo de caso de uma empresa de porte médio, no setor de TI da matriz, onde existem alguns servidores que necessitam ser avaliados quanto a possibilidade e viabilidade de virtualização. São definidos pré-requisitos e análises a respeito das ferramentas e vantagens para a adoção da melhor solução. Dedica-se o capítulo IV à conclusão do trabalho, na qual serão relatadas as considerações finais. CAPÍTULO 1 - VIRTUALIZAÇÃO De acordo com (DATAMATION, 2009), nos últimos anos o termo virtualização deixou de ser um conceito pouco entendido, para se tornar um assunto bastante discutido nas conversas envolvendo tecnologia. Torna-se necessária uma definição do termo virtualização. Segundo (KELBLEY; STERLING; STEWART, 2009), em um significado mais genérico, virtualizar é simplesmente a abstração de recursos. Já na percepção de (LOWE, 2009), a maior parte dos profissionais de tecnologia da informação pensam no termo como a abstração do sistema operacional da camada do hardware, de modo que seja possível executar várias máquinas, com múltiplos sistemas operacionais simultaneamente. Simplificando ainda mais, virtualização é um computador implementado via software, dentro de um computador. Figura 1.1: Virtualização Apesar do conceito parecer simples, através dele houve uma revolução na maneira como as organizações administravam seus datacenters. Ainda segundo (LOWE, 2009), a medida que o tempo passava, os datacenters ficavam cheios de servidores que usavam somente uma fração de sua capacidade de processamento total, e as empresas arcavam com os custos de manutenção e aquecimento que os mesmos geravam. Uma prática bastante comum em datacenters, é o de separar cada serviço (banco de dados, servidor web, servidor arquivos) em uma máquina física. O intuito é isolar cada uma das tarefas, na tentativa de diminuir a complexidade dessas máquinas. Essa separação desacelera a velocidade de possíveis ataques, pois o controle dos serviços estão espalhados pelo datacenter, e não em uma única máquina. Contudo, isso torna os servidores ociosos, pois dependendo do serviço, a taxa de utilização de processamento pode ser pouca durante grandes intervalos de tempo, (MATTOS, 2008). Capítulo 1. Virtualização 6 Esse é justamente um dos problemas mais importantes que a virtualização se propõe a resolver, pois ela permite que o conceito de "uma máquina por serviço"seja mantido, com a vantagem de utilizar um menor número de máquinas. Assim, a lista de serviços que o setor de TI tem que disponibilizar tende a aumentar com o passar do tempo (NEWMAN; WIBERG; BRASWELL, 2005). Atualmente as organizações podem trabalhar com várias aplicações e sistemas operacionais utilizando os equipamentos que possuem ou forem adquirir, empregando os serviços necessários em menos hardware, com isso, há uma redução de custos com uma série de vantagens, que segundo (DATAMATION, 2009), beneficiam o departamento de tecnologia da informação de organizações de todo e qualquer tamanho. Seria impraticável continuar adquirindo equipamentos, licenças e disponibilizando espaço físico para um servidor sempre que uma aplicação ou serviço precisassem ser disponibilizado através da instalação de um novo sistema operacional. O ambiente virtualizado dispõe de isolamento. Essa propriedade é o que impede que erros internos de uma máquina virtual influencie as demais que estejam em funcionamento no mesmo servidor físico. Isso significa que um processo de uma máquina virtual não pode interferir em outra. Evita que aplicações maliciosas ou erros originados em uma máquina virtual consiga interferir ou modificar as demais, (LAUREANO, 2006). Embora funcionem no mesmo hardware, elas estão separadas como se fossem máquinas físicas convencionais na mesma rede. Em caso de problemas, a ação do responsável pela manutenção poderá ser executada somente na máquina que estiver apresentando os erros. A maneira como a máquina virtual é armazenada é algo que também precisa ser mencionado. De acordo com (BALDWIN, 2008), seu armazenamento é basicamente um pacote com o sistema operacional, aplicativos, e todos os seus dados encapsulados e armazenados em um arquivo, ou um conjunto de arquivos. Essa característica permite grande mobilidade, pois é possível transmitir esses dados encapsulados da mesma forma como se move um arquivo de um local para outro. Isso torna o backup da máquina menos complexo e facilita o backup da máquina, facilitando a transferência desse ambiente inteiro para outros lugares, outros servidores e até mesmo para máquinas remotas em outras filiais. Em caso de desastre, a recuperação consiste em restaurar as cópias das máquinas virtuais em outro hardware. É com base nesse encapsulamento, que houve a modernização nas técnicas de recuperação de catástrofes. Conforme (DUBOIS, 2010), as empresas obtém ganhos dessa evolução de duas formas, com vantagens de custo, mobilidade e recuperação, é a sistematização que torna o backup mais simples e eficaz. Através dessa capacidade de se migrar uma máquina virtual de um equipamento físico para outro, é possível contornar o risco de perder vários sistemas virtuais de uma vez 1.1 Motivos para adotar a virtualização 7 só, já que um servidor físico hospeda várias servidores virtuais, e uma falha seria catastrófica. Sendo assim, uma boa alternativa é manter um servidor redundante, que em caso de falha, esteja fácil e disponível para restaurar essas configurações, e assim continuar disponibilizando os serviços o mais rápido possível, (BLUM, 2011). Outra capacidade da virtualização muito importante é a possibilidade de se utilizar um conjunto de servidores e formar um cluster, ou também chamado "pool de servidores". Como explica (DAVIS, 2009), um cluster é definido como um grupo de computadores que trabalham de tal forma que são vistos como um único computador. Na virtualização, esse tipo de configuração objetiva balancear a carga, garantir alta performace e disponibilidade. Conforme (POLLON, 2008), sobre a entidade "pool de servidores"são criadas as máquinas virtuais, que não ficam dependentes de um único servidor específico. Caso uma máquina que compõe o pool necessite ser substituída ou falhe, a entidade "pool de servidores" continua a funcionar, embora com perda de performace ocasionada pela ausência de uma das máquinas. Apesar disso fica garantida a disponibilidade dos serviços para a empresa. Os recursos e a performace desse pode ser aumentado acrescentando mais servidores ao pool. 1.1 Motivos para adotar a virtualização De acordo com (TULLOCH, 2010), empresas de todos os tamanhos precisam da virtualização como nunca anteriormente, pois os tempos mudaram e a economia global fez com que a maior preocupação das empresas fosse a sobrevivência em tempos futuros. A virtualização com os seus potenciais ganhos de eficiência e redução de custos agrega mais sucesso nesse desafio de continuar no mercado. Uma empresa sem um ambiente de TI eficiente, confiável, de fácil manuseio e baixo custo, tem poucas chances de sobreviver nos dias de hoje. Maior eficiência significa mais trabalho obtido pelo mesmo hardware. (LOWE, 2009) Destaca que a redução de custos acontece de várias maneiras. A consolidação dos servidores e diminuição do número de máquinas físicas e hardwares associados aos datacenters acarreta na economia dos gastos operacionais, e isso propicia ao operador a capacidade de administrar mais máquinas em menos espaço, aumentando a produtividade do colaborador. Independentemente do tamanho da empresa, nem sempre existe equipamento à disposição toda vez que um novo ambiente operacional precisa entrar em cena. Com a virtualização essa barreira foi quebrada, proporcionando ao departamento de TI mecanismos eficazes de suportar o crescimento da empresa, otimizando o uso dos recursos já existentes, eliminando a ociosidade e reduzindo a necessidade da compra de novos equipamentos, afinal de contas uma máquina virtual pode ser criada sempre que necessário e suportado pelo hardware (CAMP- 1.1 Motivos para adotar a virtualização 8 BELL; JERONIMO, 2006). O princípio básico que motiva a adoção da virtualização é o melhor aproveitamento de recursos do servidor. É necessário ressaltar que a virtualização é algo suportado somente por processadores e máquinas recentes, sendo inviável utilizar equipamento antigo para suportar máquinas virtuais. A maior parte dos servidores atualmente precisam estar disponíveis todo o tempo, e isso gera um alto consumo de energia. Na visão de (DATAMATION, 2009), a virtualização é a grande parceira na economia de energia nos setores de TI. Ela proporcionou a capacidade de fazer mais com menos, de extrair das máquinas o máximo possível com o menor consumo. Ter uma rede de computadores com poucas máquinas é ter menos calor dissipado, menos refrigeração e consumo de energia. Fazendo uma análise desses cortes a longo prazo, notase que os números são bastante significativos. Esse é um dos motivos da tecnologia vir sendo tão utilizada, por trazer resultados claros para as finanças da empresa. Um estudo feito por (GREENBERG; MILLS; TSCHUDI, 2006) trata da quantificação gasta de energia em setores de TI e datacenters. Nele, constata-se que a demanda por energia acontece de duas formas: o gasto aumenta com a aquisição de servidores cada vez mais modernos, que consumem mais energia por terem melhor processamento do que seus antecessores, e por serem mais compactos, a refrigeração tem que ser maior. Ainda nesse estudo, é demonstrado que 60% a 70% da energia em um datacenter é utilizada pelos componentes de refrigeração. É nesse círculo vicioso de custo com energia que a virtualização vem sendo adotada como solução. Na percepção de (GOLDEN, 2009), houve um inchaço na quantidade de servidores nas empresas nos últimos 20 anos, principalmente nos datacenters. Houve a utilização de grandes espaços físicos, acarretando grandes dificuldades em comportar essa quantidade de servidores. Empresas instaladas em prédios de grandes centros sofriam com imensas dificuldades em agregar mais servidores em seus setores. A virtualização oferece a habilidade de solucionar isso, reduzir necessidade de espaço físico. Outra evolução advinda da virtualização foi a redução na complexidade de backups, como é mencionado por (LOWE, 2009). A virtualização introduz grandes transformações nos tradicionais processos e procedimentos de backups atuais. É possível fazer o backups de uma máquina virtual inteira, migrar para outro hardware, ou restaurar um servidor inteiro com facilidade, algo que seria extremamente complexo e demorado em uma máquina física convencional. Consequentemente, centralizou-se as rotinas de backups, como por exemplo a possibilidade salvar 12 servidores virtuais somente com alguns cliques, algo inimaginável até pouco tempo atrás. Ainda seguindo o raciocínio de (LOWE, 2009), hoje em dia é possível transformar aquele servidor antigo, mas importante, que ninguém mais tem os cds de instalação em 1.1 Motivos para adotar a virtualização 9 uma máquina virtual que funcionará em um equipamento melhor e mais seguro, garantindo assim a perpetuação de funcionalidades importantes para o futuro da organização. Através das ferramentas de migração de máquinas físicas para virtuais, torna-se possível manter softwares antigos que não foram ou não puderam ser atualizados para novas plataformas. Essa evolução ganha chances de ocorrer sem traumas para a organização. Migrar ou substituir um servidor acaba acontecendo de forma transparente para o usuário final, que muitas vezes nem percebe a mudança. Conforme elucida (CAMPBELL; JERONIMO, 2006), uma característica importante sobre o armazenamento de máquinas virtuais é a possibilidade de encapsular um sistema operacional inteiro em um único arquivo, ou em vários, de maneira a tornar rápida a mudança dessas máquinas configuradas de um hardware físico para outro. Essa capacidade de facilitar a recuperação de desastres e garantir a continuidade dos serviços é algo que (TULLOCH, 2010) descreve como um dos maiores atrativos vistos na virtualização. Migrar uma maquina virtual de um servidor para outro sem ocasionar queda no serviço é algo de extrema importância para servidores e datacenters de alta disponibilidade, mesmo que dispersos geograficamente. Essa ferramenta chamada de migração de máquinas virtuais, segundo (DATAMATION, 2009), além da recuperaçáo de desastres, pode servir para solucionar problemas de balanceamento de carga. Trazer um sistema operacional inteiro de volta a maneira como estava a segundos antes é algo muito importante em ambientes de desenvolvimento. De acordo com (DATAMATION, 2009), as ferramentas de virtualização trabalham com o conceito de "snapshot", que consegue ser mais rápida do que imagens de backup da máquina virtual. Testes de software que envolvem riscos ao sistema operacional podem ser efetuados de maneira mais segura, caso algum erro ocorra, em segundos é possível retornar ao estado anterior. Segundo (TULLOCH, 2010), a capacidade de proporcionar aos desenvolvedores uma grande variedade de cenários isolados ajuda a maximizar os processos de teste e reduz os custos de desenvolvimento. Para se ter uma ideia da velocidade e crescimento do número de organizações que utilizam servidores virtualizados, (REDMOND CHANNEL PARTNER, 2010) relata que no começo do ano de 2009, em uma visita a empresas da Inglaterra, a maior parte das pequenas e médias empresas nem tinham conhecimento sobre virtualização. Mas no final de dezembro do mesmo ano, em visita a outro grupo de empresas, ele notou que metade das organizações visitadas já estavam em processo de virtualização, a maior parte motivada em garantir mais segurança na recuperação de desastres. Para ele, o fato de pequenas e médias organizações estarem aptas a abraçar a virtualização indica que o momento é oportuno que todas as empresas usufruam desses benefícios. 1.2 Terminologias do ambiente de virtualização 1.2 10 Terminologias do ambiente de virtualização É fácil ficar confuso acerca dos diferentes termos utilizados ao descrever características e componentes de virtualização. Além do mais, os fabricantes sempre escolhem propositalmente terminologias para descrever um produto que se encaixe às necessidades do mercado. Na opinião de (CAMPBELL; JERONIMO, 2006), com o crescimento de empresas interessadas em fornecer produtos de virtualização, a tendência é a padronização desses termos. A seguir, uma lista dos termos e definições. • Máquina host ou Hospedeiro Também conhecido como sistema anfitrião, é a máquina física que executa o software de virtualização, e comporta as máquinas virtuais. É ela que contém os recursos físicos, como espaço em disco, processadores, memória, interfaces de rede, e outros recursos que serão utilizados pelas máquinas virtuais. De acordo com (POLLON, 2008), o termo se resume ao computador que hospeda as máquinas virtuais. • Máquina Virtual (VM) Uma máquina virtual é uma representação de uma máquina física mantida por um software de virtualização. Cada máquina virtual é implementada em um agrupamento de arquivos ou um único arquivo, sendo um ambiente operacional auto-suficiente, pois funciona em uma máquina hospedeira, e no entanto, é independente dela. Conforme explica (CAMPBELL; JERONIMO, 2006), é uma implementação via software de uma máquina que executa programas como se fosse uma máquina real. • Software de Virtualização É um termo genérico acerca do software que permite à máquina física executar máquinas virtuais. • Monitor de Máquina Virtual (VMM) O monitor de máquina virtual é o software que confere a execução da virtualização em conjunto com o sistema operacional. É através dele que certos recursos de hardware como CPU, memória e disco físico são criados virtualmente para o uso das máquinas virtuais. É o monitor de máquinas virtuais que determina quais recursos devem ser alocados, virtualizados e oferecidos para as máquinas virtuais da máquina host. É uma camada de software localizada entre o host e as máquinas virtuais. Esse é o método que a maioria das soluções de virtualização utiliza atualmente, (KELEM, 1991). 1.2 Terminologias do ambiente de virtualização 11 Conforme a Figura 1.2, a VMM é a camada existente logo abaixo das máquinas virtuais, mediando a utilização dos recursos físicos. Figura 1.2: Arquitetura da VMM • Hypervisor Diferentemente do monitor de máquinas virtuais, o hypervisor roda diretamente sobre o hardware físico sem nenhuma intervenção ou ajuda do sistema operacional que controla os recursos de hardware. O hypervisor tem seu próprio kernel, que é a entidade responsável por gerenciar as máquinas virtuais que estão executando no servidor host, criando para as máquinas virtuais, a ilusão de possuírem um hardware exclusivo para elas, (CARISSIMI, 2008). Figura 1.3: Arquitetura do Hypervisor A Figura 1.3 demonstra a relação do hypervisor em função das máquinas virtuais e o hardware por elas utilizado. • Sistema guest ou convidado É chamado de sistema guest, o sistema operacional que cada máquina virtual executa internamente, como por exemplo, Windows XP, Ubuntu, etc. A virtualização faz com que esse sistema tenha a ilusão de que está executando em uma máquina física dedicada unicamente a ele. 1.2 Terminologias do ambiente de virtualização 12 • Virtualização completa ou Full Virtualization Analisando a definição de (RED HAT, 2011a), a virtualização completa consiste em criar uma máquina virtual abstraindo totalmente a camada física do sistema, fornecendo as máquinas virtuais uma réplica do hardware subjacente. A vantagem é não necessitar modificar o servidor físico, nem a máquina virtual. Esse tipo de virtualização requer que todo dispositivo de hardware seja refletido para o uso nas demais máquinas virtuais, e isso inclui operações de entrada e saída, acesso a memória ou quaisquer outros elementos necessários para o funcionamento do ambiente. Esse é o modelo que conta com o melhor isolamento, segurança e simplificação no processo de migração da instância virtual de um servidor físico para outro. Essa forma, entretanto, possui alguns incovenientes. De acordo com (MATTOS, 2008), o monitor de máquinas (VMM) disponibiliza para as máquinas virtuais dispositivos genéricos, que funcionam bem para replicar o grande número de dispositivos e drivers existentes, mas não garante o uso da totalidade dos recursos. Isso causa perda de desempenho principalmente para o gerenciamento de memória e disco. Outro incoveniente são os testes das instruções executadas pelas máquinas virtuais antes que elas sejam executadas diretamente no hardware. • Para-virtualização A para-virtualização segundo (MATTOS, 2008) é uma alternativa à virtualização total. Esse modelo de abstração modifica o sistema operacional da máquina Host, acabando com a necessidade de testar cada instrução, o que melhora o desempenho do sistema da máquina virtual. Outra característica da para-virtualização é a ausência dos drivers genéricos, que utiliza o dos próprios dispositivos, acarretando na melhor utilização total do hardware. Mais uma vez, esse tipo de virtualização acontece através de modificações no sistema operacional, e segundo (LAUREANO, 2006), o ganho de desempenho é o principal fator da escolha por utilizar esse método, embora atualmente o desempenho das duas formas de virtualização seja praticamente o mesmo. • Snapshot Segundo (LOWE, 2009), o termo snapshot era uma analogia a fotografia, mas em relação as máquinas virtuais, se trata do estado do sistema em determinado momento. Um snapshot contém a imagem do disco da máquina virtual, da memória e dos dispositivos no momento em que o snapshot foi efetuado, através dele, é possível voltar uma máquina virtual ao estado em que ela estava sempre que preciso. Entretanto, não é recomendado efetuar snapshots de máquinas virtuais que disponibilizem banco de dados. 1.2 Terminologias do ambiente de virtualização 13 • Disco rígido virtual ou Virtual Disk Um disco rígido virtual é um arquivo com formato de imagem de disco que armazena o conteúdo completo de um disco rígido. Algumas vezes, esse arquivo é referenciado como máquina virtual. Ele replica um driver existente e inclue todos os dados e estruturas elementares de um dispositivo de armazenamento, podendo ser armazenado em qualquer lugar que a máquina física tenha acesso, (TECHTARGET, 2011). Pode ser um único arquivo, ou um grupo de arquivos. Em relação ao tamanho, existem dois tipos principais de discos rígidos virtuais. Um tem seu tamanho definido dinamicamente, a medida que dados vão sendo armazenados, o tamanho do disco cresce, aumentando somente quando é necessário. O outro tipo tem seu tamanho especificado na criação, quando esse tipo de disco é criado e definido, seu tamanho é alocado automaticamente no disco rígido da máquina host. O benefício que essa arquitetura trouxe a virtualização é a portabilidade, já que é possível mover esses arquivos de um servidor físico para outro. Figura 1.4: Disco rígido virtual Como demonstra a Figura 1.4, o arquivo do disco rígido virtual replica a função de um disco físico. Além dos díscos virtuais, existem os discos pass-through. Segundo a (MICROSOFT IT SHOWCASE, 2009), um disco pass through utiliza uma partição do disco rígido físico ao invés de usar os arquivos VHD, fazendo com que o sistema responsável pela virtualização acesse as informações diretamente da unidade de disco rígido. A Microsoft relata que esse tipo de disco fornece melhor desempenho para servidores que disponibilizam o SQL Server. • Camadas Um princípio importante para se entender o que é uma máquina virtual é o conceito de camadas. Na arquitetura de computadores, um sistema computacional geralmente é representando com a ajuda de níveis de abstrações. Conforme explica (BUCARO TEC HELP, 2011), esses níveis de abstração são definidos como camadas, e elas se comunicam entre si de maneira hierárquica, de modo que a camada de software não possui acesso direto 1.3 Diferentes tipos de virtualização 14 ao hardware. A comunicação tem que passar pelas camadas subsequentes, até que os comandos sejam interpretados e executados através de uma série de sucessões. A definição clássica utilizada em vários livros para sistema operacional, é a camada de software inserida entre o hardware e as aplicações executadas pelos usuários, de modo a tornar a utilização do computador, além de amigável, mais eficiente (SILBERSCHATZ; GALVIN, 2001). Foi através da inserção da camada de virtualização nessa arquitetura que toda essa tecnologia se tornou possível. Figura 1.5: Arquitetura de camadas A Figura 1.5 demonstra a inserção da virtualização em relação ao modelo clássico de camadas. • Storage O termo Storage geralmente está associado a lugares onde podem ser armazenados dados pelos computadores, e são gerenciados através de operações de entrada e saída, podendo ser de vários tipos, como discos rígidos ou sistemas de fitas, internos ou externos. 1.3 Diferentes tipos de virtualização Nos livros e artigos, nota-se também outros diferentes conceitos para a virtualização. A abordagem vai depender da estratégia que está sendo discutida, pois o termo é bastante abrangente, e engloba muitas tecnologias, e suas referências são aplicadas ao segmento de memória, hardware, armazenamento e sistemas operacionais, (CAMPBELL; JERONIMO, 2006). Essencialmente, a virtualização como dito anteriormente, no sentido mais simples e comum, é ter um computador dentro de outro computador, esse último, implementado por software. Essa é a forma que mais prevalece atualmente. No entanto, o termo também representa qualquer tipo de processo que de alguma forma, remove o ambiente operacional da camada física. É necessário entender também os outros contextos que são abordados, tanto pelos fornecedores das ferramentas de virtualização, como pelos especialistas da área. Essas 1.3 Diferentes tipos de virtualização 15 diferentes terminologias e ramificações apareceram com o intuito de encaixar os diversos produtos existentes com as necessidades do mercado, (CAMPBELL; JERONIMO, 2006). A seguir, apresentamos uma lista dos termos e definições geralmente associados à virtualização. 1.3.1 Virtualização de sistema operacional É a maneira mais comum de virtualização, e a forma que os usuários finais e profissionais da área de informática mais estão familiarizados. Ao longo dos anos vem se tornando um componente chave na infra-estrutura de TI. Tipicamente, máquinas virtuais são implementações completas de um sistema operacional, funcionando simultaneamente na mesma máquina física, (MURPHY, 2010). Máquinas virtuais (VM), conforme relata (CAMPBELL; JERONIMO, 2006), são independentes uma das outras, de forma que um sistema operacional de uma VM não tem conhecimento dos demais que estão em funcionamento na mesma máquina, inclusive não sabem que são virtuais. O ambiente de um sistema virtual não consegue acessar o outro a não ser que o servidor de virtualização principal permita. Caso não seja essa a ocasião, o acesso é restrito. Dessa forma, é possível estabelecer diferentes configurações de segurança para cada uma das VMs, isso torna o gerenciamento mais simples, já que ações tomadas por parte do administrador em uma VM não acarreta em mudanças nas demais. No estudo de caso, foi esse o tipo de virtualização utilizado 1.3.2 Virtualização de aplicação Um exemplo que ilustra bem esse tipo de virtualização é a Java Virtual Machine, ela provê um ambiente onde é possível se executar códigos implementados em java, possibilitando o uso dessas aplicações em vários sistemas operacionais, bastando só ter a Java Virtual Machine instalada. É uma técnica que evita conflitos entre aplicações e danos ao ambiente computacional e torna a aplicação independente dos componentes do sistema operacional, (POLLON, 2008). Tal processo é o encapsulamento da aplicação em um pacote para diferentes plataformas, de modo que ela não é instalada da maneira convencional. Em contrapartida, não é possível virtualizar qualquer software, como por exemplo os antivírus, por necessitar de forte integração com o sistema operacional, são softwares difíceis de virtualizar. A virtualização de aplicativos é empregada na maioria das grandes empresas como forma de apoio a escritórios remotos, e é uma boa estratégia para reduzir custos na criação de escritórios ou projetos temporários, (CIO, 2011). Muitos profissionais de informática e equipes de suporte já passaram por situações onde determinado software X não pode ser instalado em uma máquina que possua o aplicativo 1.3 Diferentes tipos de virtualização 16 Y devido a algum conflito. Esse tipo de virtualização ajuda a solucionar esses casos. 1.3.3 Virtualização de rede Em um servidor ou máquina virtualizada, uma única placa de rede consegue suportar vários números de IP e múltiplas redes. Tal fato deve-se ao gerenciamento de rede que o sistema de virtualização consegue segmentar. Através de IPs virtuais, uma placa de rede consegue fornecer para as máquinas virtuais, uma conexão virtual independente e segmentada, que não tem conhecimento das existências das demais. São unicamente conhecidas pelo gerenciamento de redes virtuais que identifica cada uma das interfaces virtuais, e as gerencia de forma independente uma das outras, (MICROSOFT TECHNET, 2006). As interfaces de redes virtuais se comportam da mesma maneira que as reais, com endereços MAC distintos. Cada uma das máquinas virtuais pode possuir seu próprio endereço IP. Essa característica, sob o ponto de vista de interconexão de rede, proporciona ao ambiente virtual a capacidade de se comportar como um sistema real, podendo ser interligado a switches e roteadores como se fossem máquinas físicas reais e distintas, (CARISSIMI, 2008). Tal mecanismo normalmente funciona a partir da alteração do driver de rede do servidor de virtualização, de modo que ele faça a multiplexação e demultiplexação de seu uso pelas interfaces virtuais existentes. Essa capacidade de utilizar uma interface de rede para várias máquinas virtuais, se torna mais uma vantagem para o ambiente de TI. Conforme explica (BAGUETE, 2011), tal característica reduz as conexões de cabos de rede, o que torna a infraestrutura do setor menos complexa. Isso significa menos portas utilizadas no switch, consequentemente diminuindo também a quantidade de tomadas e cabos de energia. 1.3.4 Virtualização de desktops No cenário de virtualização de desktops, as necessidades de se ter mais de um sistema operacional em uma mesma máquina geralmente estão associadas ao desenvolvimento de software, ou à execução de softwares legados, que não funcionam em ambientes novos, restritos a executar em plataformas antigas. Existem contudo, outros casos em que esse tipo de virtualização pode ser empregada dentro das empresas. Como se sabe, os sistemas operacionais, tais como o Windows e o Linux não foram implementados para compartilhar recursos como processador, memória, rede, vídeo e espaço em disco com outros sistemas executando ao mesmo tempo na máquina física. Era possível entretanto, instalar mais sistemas operacionais. Assim, com a ajuda do dual-boot, existe a opção de ligar a máquina e escolher qual sistema executar, entretanto, o sistema tem exclusividade 1.3 Diferentes tipos de virtualização 17 dos recursos da máquina. O dual-boot consegue proporcionar a flexibilidade de usar vários ambientes operacionais, mas um de cada vez, com a desvantagem de ter que desligar o sistema operacional completamente antes de utilizar o outro. A virtualização torna possível remover essas limitações, e executar os dois ao mesmo tempo, (CAMPBELL; JERONIMO, 2006). Com essa possibilidade de executar vários sistemas em uma máquina só, empresas de desenvolvimento conseguem aproveitar os mesmos recursos para os testes de execução do produto desenvolvido. Os testes e homologações podem ser conduzidos em diferentes ambientes sem a necessidade de possuir várias máquinas, cada uma com um sistema operacional distinto. Isso reduz custos e melhora a produtividade do time de desenvolvimento, além de aumentar a qualidade do software. Quando o mesmo estiver pronto e em produção, caso um chamado de suporte seja aberto na empresa, um técnico pode rapidamente usar uma máquina virtual para abrir o mesmo ambiente que o cliente está utilizando, como o Linux ou o Windows, para melhor analisar o problema, (VMWARE, 2011b). Máquinas virtuais em desktops convencionais também são utilizadas por profissionais de TI por questão de segurança em tentativas arriscadas, como ao executar softwares com suspeita de serem vírus ou malwares, ou que atrapalhem o funcionamento da máquina. Ao invés de comprometer o sistema operacional de uma estação de trabalho, o aplicativo pode ser instalado na máquina virtual, testado e analisado. Caso venha a ocasionar problemas, o isolamento faz com que esse erro fique contido dentro da máquina virtual, garantindo assim a segurança da máquina física. A máquina virtual danificada pode ser excluida e recriada novamente. Outra alternativa seria recuperar um backup que tenha sido feito antes da instalação do software problemático em questão, (LEO A. NOTENBOOM, 2009). Outra grande utilidade da virtualização de desktops é sua utilização em treinamento de pessoal. Por exemplo, é possível criar uma máquina virtual com o Microsoft Office instalado. A medida que um novo funcionário é treinado e tenha chegado ao término, essa máquina pode ser restaurada ao seu estado inicial, desfazendo todas as mudanças feitas pelo último funcionário que estava treinando, o que proporciona um ambiente limpo para o próximo treino, (WINDOWS NETWORKING, 2005). Nas empresas, para efeito de estudo das novas tecnologias, é possível utilizar a virtualização de desktops para analisar como certos softwares funcionam, como por exemplo uma nova versão de sistema operacional ou alguma atualização de software disponibilizada pelo fabricante. O intuito é prever as possíveis medidas a serem adotadas futuramente. Isso reduz o impacto desse estudo na máquina física, pois na máquina virtual, qualquer alteração pode ser facilmente descartada e restaurada ao estado inicial, (WINDOWS NETWORKING, 2005). Com a virtualização, é possível continuar utilizando os programas "legados", que nada mais são do que softwares que estão fora da garantia, e não possuem mais suporte e atua- 1.3 Diferentes tipos de virtualização 18 lizações. Muitas vezes eles são incompátíveis com ambientes operacionais atuais, condenados a sempre executarem em um ambiente operacional específico. Essa aplicação pode contudo, ser executada através de máquinas virtuais, garantindo assim a evolução do sistema operacional da máquina física e a execução de softwares que apesar de antigos, continuam importantes para a empresa. Essa é uma das maiores utilizações desse tipo de virtualização (SYSTEM TECHNOLOGY SOLUTIONS, 2011). É importante salientar que a máquina física que vai executar essas máquinas virtuais precisa ter recursos computacionais suficientes para comportar as mesmas, como memória e processamento, 1.3.5 Virtualização de Storage A medida em que o tempo passa, o volume dos dados nas empresas cresce, sendo comum a utilização de storages externos com alta capacidade de armazenamento. O problema começa a medida que mais storages são adquiridos. Essas aquisições geralmente são de tamanhos e fabricantes diferentes, e começam a formar ilhas de dados espalhadas pela empresa, o que acarreta na difícil administração desse volume de dados. Com a virtualização de storage, o recurso de armazenamento também é abstraído e transformado em uma única interface, ou seja, o que antes era visto como dúzias de storages espalhados, pode ser visto com uma visão unificada e consolidada, (LOWE, 2009). Figura 1.6: Virtualização de Storage Ao invés de acessar a informação diretamente do dispositivo, os dados são acessados através do servidor de virtualização, que os exige aonde quer que estejam, conforme 1.4 Maneiras de criação 19 ilustrado pela Figura 1.6. Isso proporciona um único e grande storage onde na realidade existem vários. E a medida que a necessidade por mais espaço vai surgindo, mais equipamento pode ser adicionado a esse storage a fim de aumentar sua capacidade. Afinal a (NEXTGENERATION, 2011), os dados crescem até 400% ao ano nas organizações. Se trata de uma explosão de informação que precisa ser armazenada. 1.4 Maneiras de criação Muito foi dito sobre máquinas virtuais e o processo para criação das mesmas basicamente é o mesmo. Primeiramente, será abordado o método de criação, que consiste em utilizar os softwares disponíveis no mercado que disponibilizem essa funcionalidade, como o VMware Workstation ou o Microsoft Hyper-V, etc. O método é parecido em praticamente todas as ferramentas. É necessário especificar as configurações que se deseja disponibilizar à máquina virtual, como placa de rede, quantidade de memória, espaço em disco e a quantidade de processadores. Feito isso, é necessário escolher qual será o sistema operacional que a máquina virtual irá executar, também é preciso possuir os discos de instalação desse ambiente operacional escolhido, e o processo acontece da mesma maneira que ocorre nas máquinas físicas. As etapas são as mesmas. Além de se utilizar do método de criação de máquinas virtuais, existem outras possibilidades automatizadas de converter máquinas físicas em virtuais, processo esse denominado Physical-to-virtual (P2V). Segundo (CARISSIMI, 2008), esse tipo de conversão de máquinas físicas em virtuais acontece de duas maneiras, uma delas é com a conversão on-line que através da interface de rede, afetua as cópias dos dados e a mesma se torna virtual. Outra maneira é a conversão off-line, que converte discos físicos em arquivos (*.vhd), essa extensão denota um arquivo de disco rígido virtual ou (virtual hard disk). 1.5 Fatores que devem ser avaliados Até então, foram expostas somente as vantagens da virtualização como resolução de vários problemas. Porém, três fatores precisam ser avaliados antes de optar por implantar virtualização em uma máquina física: desempenho, segurança e gerenciamento. 1.5 Fatores que devem ser avaliados 1.5.1 20 Desempenho Conforme salienta (CAMPBELL; JERONIMO, 2006), utilizar virtualização em um servidor, estação de trabalho, ou até mesmo telefones celulares, pode afetar a performace, mesmo que o equipamento possua vários núcleos de processadores. É necessário compreender o que acontece com o hardware em nível de virtualização. Na hora de escolher o equipamento que vai hospedar as máquinas virtuais, é preciso garantir que a configuração atenda pelo menos o mínimo exigido pelos softwares de virtualização. Os recursos de hardware devem ser suficientes para comportar o número de máquinas virtuais que se deseja executar no equipamento, principalmente em se tratando da quantidade de memória. Como a virtualização é uma tecnologia dinâmica, certamente esses problemas tendem a diminuir. A seguir estão alguns componentes do hardware que precisam ser analisados para evitar o esgotamento de recursos e prevenir quedas de performace: CPU Um dos principais gargalos de um equipamento que executa várias máquinas virtuais é a CPU, pois todas as aplicações, e sistemas operacionais executando nas máquinas virtuais estarão competindo pelo acesso à CPU. A (AMD WHITE PAPER, 2011) salienta que é importante escolher uma geração de processadores desenhados especificamente para suportar o modelo de virtualização, porque eles possuem características que melhoram a eficiência da tecnologia. É altamente recomendado que sejam usados processadores com vários núcleos. É possível também designar às máquinas virtuais determinados núcleos do processador de uso exclusivos dela, como alternativa para melhor equilibrar o uso de recursos da máquina física. Memória Assim como descrito pela (AMD WHITE PAPER, 2011), a memória é um recurso crítico para virtualização, e na maioria dos casos de baixo desempenho, a memória está envolvida. Devido a esse fator, é necessário ter disponível memória suficiente para todas as máquinas virtuais para que se tenha o nível adequado de performace. Equipamentos que hospedam máquinas virtuais geralmente possuem grande quantidade de memória para suprir suas necessidades. Gerenciar essa quantidade de memória também utiliza recursos. O monitor de máquinas virtuais (VMM) é o encarregado de administrar e prover esses recursos para a máquina virtual, mas para isso consome processamento, o que acarreta penalidades ao desempenho geral do ambiente. Um dos benefícios da tecnologia de virtualização é alterar facilmente a quantidade de memória disponibilizada para as máquinas virtuais. Tipicamente essa mudança depois de efetuada requer somente a reinicialização da máquina virtual. 1.5 Fatores que devem ser avaliados 21 Disco rígido O disco rígido físico é um componente que influi bastante no desempenho do ambiente virtual. Uma consideração importante é a velocidade de rotação do dispositivo. Segundo (DISKEEPER CORPORATION, 2011), múltiplas máquinas virtuais utilizando um único disco rígido pode comprometer a velocidade de leitura e escrita, e afetar dramaticamnete a performace dos ambientes. É necessário então implementar múltiplos discos rígidos, usando os de rotação mais rápida possível. Uma maneira de incrementar bastante a performace das máquinas virtuais como um todo, é garantir que cada máquina virtual esteja associada a um disco rígido diferente. Rede A máquina física precisa ter capacidade de disponibilizar recursos de rede para todas as máquinas virtuais. É necessário utilizar placas de rede que consigam dar suporte às máquinas virtuais. É comum possuir mais de uma placa de rede em equipamentos que hospedam máquinas virtuais, sendo possível designar máquinas virtuais para diferentes placas de rede, (LIPPIS, 2007). 1.5.2 Gerenciamento Máquinas virtuais necessitam de vários cuidados, por isso é preciso se valer das ferramentas certas para esse gerenciamento. Normalmente, as soluções de virtualizaão do mercado já incluem os softwares que auxiliam nessas etapas, como criação, configuração e monitoração. Segundo o (GARTNER GROUP, 2011), por volta de 2007 já existiam 50 companhias que ofereciam produtos de gerenciamento para máquinas virtuais, e esse é o campo no qual os maiores investimentos são feitos na área de virtualização. Em se tratando ainda de gerenciamento, nas etapas iniciais de adoção da virtualização, um bom planejamento é primordial para a saúde do projeto. Segundo (POLLON, 2008), a falta de planejamento na virtualização pode tornar a infraestrutura virtual difícil de gerenciar, além de criar problemas com segurança. Seguindo ainda o raciocínio de (POLLON, 2008), o fato de virtualizar um servidor, não quer dizer que os problemas dele serão resolvidos. O fato de transformar um servidor físico em virtual não elimina problemas de uma aplicação mal escrita, e também não acaba com problemas de segurança como falta de atualização, firewall desativado, etc. Os sistemas operacionais precisarão de cuidados contra as vulnerabilidades da mesma maneira, sejam eles 1.6 Licenciamento de Máquinas Virtuais 22 físicos ou virtuais. 1.5.3 Segurança A consolidação consiste basicamente em mover várias máquinas físicas para um único servidor. Mas uma falha nesse servidor consolidado significa que todas as aplicações nesse servidor irão falhar. Entretanto, a virtualização tem algumas ferramentas para auxiliar a reduzir os efeitos dessa possível falha. De acordo com (NEWMAN; WIBERG; BRASWELL, 2005), é necessário estabelecer planos de contingência para assegurar a disponibilidade de sistemas críticos, e a possibilidade de salvar as máquinas virtuais na forma de arquivos facilita muito esse processo. Caso um servidor venha a falhar, uma cópia atualizada das máquinas virtuais pode ser rapidamente migrada para o funcionamento através de outro servidor. De acordo com (MICROSOFT TECHNET, 2006), caso uma máquina virtual seja invadida, infectada, comprometida ou esteja sendo controlada por algum desconhecido, em razão do isolamento existente, esse problema não deve afetar o servidor físico nem as demais máquinas virtuais que estejam rodando paralelamente. No entanto, caso o servidor físico seja o foco da invasão, falha, infecção, isso já se torna um problema, pois não é possível proteger as máquinas virtuais do sistema host. Máquinas virtuais também precisam ser gerenciadas da mesma forma como se fossem uma máquina física normal. Elas necessitam de políticas de firewall, inclusive de antivírus. Segundo (TULLOCH, 2010), é necessário que a máquina virtual também possua mecanismos de se defender de possíveis ameaças como vírus. Caso exista também um antivirus instalado no servidor físico, algumas práticas são necessárias para melhorar o desempenho, como configurá-lo para não escanear os processos e diretórios da máquina virtual, uma vez que a mesma já possui antivírus e faz esse procedimento automaticamente. 1.6 Licenciamento de Máquinas Virtuais Conforme (FURTADO, 2004), para executar um software, seja ele um simples programa ou mesmo um sistema operacional, o usuário precisa possuir o direito legal de executá-lo ou acessá-lo, que é caracterizado pelo acordo de licenciamento. Da mesma forma acontece com os softwares e sistemas operacionais executados em máquinas virtuais. Deve-se averiguar as peculiaridades sobre as licenças, que em se tratando de valores, também influenciam o custo dos projetos. Existem situações onde o processo de licenciamento do sistema operacional de máquinas virtuais são mais atrativos aos consumidores, como é o caso das edições Enterprise, 1.7 Conclusão 23 Datacenter e Standard do Windows Server 2008. De acordo com (MICROSOFT HYPER-V SERVER, 2011a), essas edições conferem ao comprador o direito de instalar o mesmo sistema operacional ou versões anteriores em máquinas virtuais sem qualquer licenciamento adicional. Na versão do Windows Server 2008 Standard, é permitida a instalação de uma máquina virtual com o Windows Server Standard (2000, 2003 ou 2008). A licença da versão Enterprise permite a instalação de quatro máquinas virtuais com as versões Standard ou Enterprise (2000, 2003 ou 2008). Já a versão Datacenter é a que mais proporciona privilégios: permite a instalação de um número teoricamente ilimitado de máquinas virtuais Windows Standard ou Enterprise 2000, 2003 ou 2008). Porém, para usufruir dessas licenças, o sistema do servidor hospedeiro das máquinas virtuais precisa ser dedicado exclusivamente para virtualização. 1.7 Conclusão Através dessa abordagem teórica do Capítulo I, foram expostos os termos e definições voltados a esclarecer as peculiaridades da virtualização, que até então evoluíram bastante ao longo dos anos. Torna-se necessário ressaltar que essa tecnologia é bastante dinâmica, e a medida que vários outros estudos são feitos, o termo pode receber novas funcionalidades e mudanças a qualquer momento. São com esses aspectos técnicos da virtualização que as empresas de pequeno e médio porte precisam identificar a solução de seus problemas, a explanação da tecnologia é de extrema importância para a compreensão e planejamento de projetos de virtualização e a teoria serve para embasar e melhor preparar a elaboração da implementação da tecnologia. CAPÍTULO 2 - FERRAMENTAS DE VIRTUALIZAÇÃO 2.0.1 Surgimento e evolução das ferramentas De acordo com (ACMQUEUE, 2004), em 1960 existia o conceito de compartilhamento de tempo que, juntamente com outras teorias foram aperfeiçoadas até chegar a virtualização completa. A IBM nessa época possuía um sistema operacional denominado VM/370, que permitia múltiplos usuários em máquinas virtuais isoladas e independentes nos mainframes. Uma habilidade interessante que havia no VM/370, era a capacidade de executar uma máquina virtual até mesmo dentro de outra máquina virtual. Além de ser uma grande precursora, a IBM sempre apostou forte nesse caminho. Houve então um período na história onde o interesse pela virtualização ficou em segundo plano, ofuscado pelo surgimento dos computadores pessoais entre 1973 e 1987. A indústria perdeu o interesse nos mainframes super otimizados, mas, a IBM continuou desenvolvendo o projeto das máquinas virtuais, que ficou restrita a mainframes até 1997, (CAMPBELL; JERONIMO, 2006). Quando em 1990, os computadores pessoais e servidores começaram a apresentar os mesmos problemas dos mainframes, como a baixa utilização de recursos e a proliferação de servidores nos departamentos, houve a retomada do interesse pela virtualização. Em 1997, a Apple apresentou o primeiro PC virtual, e em 1999 a VMware lançou o primeiro produto de virtualização para desktops, e chamado "VMware Virtual Plataform". Uma vez dada a largada, várias tecnologias de virtualização surgiram, (POLLON, 2008). No cenário de virtualização de servidores, existem no mercado alguns fornecedores que disputam entre si a hegemonia do mercado. Segundo (COMPUTERWORLD, 2011), a Citrix, Microsoft, Red Hat e VMware estão na corrida pelo setor de virtualização de servidores. Algumas delas oferecem inclusive soluções comerciais gratuitas, ideais para pequenas e médias empresas, em software livre, integradas a sistemas operacionais, etc. Seria inviável elaborar comentários sobre todas as empresas fornecedoras de produtos para virtualização existentes. Por esse motivo, o presente trabalho apresentará somente aquelas que estão dominando o mercado. 2.0.2 Red Hat De acordo com (BLUM, 2011), a Red Hat possui uma solução de virtualização denominada Red Hat Enterprise Virtualization. Ela utiliza o ambiente SELinux, considerado o sistema com melhor segurança disponível no mundo Linux, além da escalabilidade e perfor- Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 25 mance dos sistemas baseados no kernel do Linux. É baseado em código aberto e possui suporte a máquinas virtuais com diferentes sistemas operacionais, como o Windows por exemplo. O Red Hat Enterprise Virtualization existe em versões diferentes, sendo uma para servidores, e outra para desktops. (RED HAT, 2011b) mostra que uma das grandes vantagens no uso da ferramenta é a possibilidade de armazenamento de desktops virtuais em servidores. Os usuários se conectam a elas através de computadores convencionais ou terminais de acesso. Segundo (SMART UNION, 2011), terminais de acesso (thin client) são computadores que não possuem ou têm poucos aplicativos. Não armazenam dados e praticamente não processam informação, servem apenas como uma interface de comunicação. O processamento ocorre no servidor e o terminal de acesso tem a finalidade de disponibilizar essas informações. Essa centralização proporciona à empresa a possibilidade de criar, monitorar, gerenciar e reduzir a necessidade de suporte. Também é possível fazer backups de ambientes operacionais completos, garantindo assim a continuidade do negócio até mesmo em graves falhas de hardware, os arquivos e dados trabalhados pelos usuários podem ser salvos todos de uma vez. Em relação à virtualização de servidores, o Red Hat Enterprise Manager possui um gerenciador de sistema que provê várias funcionalidades, como a importação e exportação de máquinas virtuais, a conversão de máquinas oriundas das soluções de virtualização VMware, relatórios de desempenho, migração de máquinas virtuais de um servidor para outro. Isso permite estabelecer um ranking de prioridade de quais máquinas virtuais devem ser ativadas primeiro caso a máquina física seja reiniciada ou retorne de uma falha de energia. 2.0.3 Citrix Como descrito por (MATTOS, 2008), a solução de virtualização que a Citrix disponibiliza no mercado de servidores. É o XenServer, que é baseado no monitor de máquina virtual (VMM ou hypervisor) em código livre batizado de Xen. A origem do Xen se deu a partir de um projeto de pesquisa pela Universidade de Cambridge, que se transformou em uma empresa, a XenSource, e mais tarde foi adquirida pela Citrix. O que difere o Xen das demais ferramentas é o suporte tanto a virtualização completa, como à para-virtualização. No caso da para-virtualização, são necessárias alterações no sistemas operacionais da máquina virtual. Através do XenServer, a Citrix tem soluções para empresas de todos os tamanhos, possuindo desde soluções grátis até edições para datacenters. Conforme a (CITRIX, 2010), o XenServer está disponível em diferentes edições, e todas elas são compatíveis entre si. Caso se escolha uma das edições e a empresa precise migrar para uma outra categoria futuramente, não é necessária instalação de softwares adicionais, a mudança é feita somente na licença existente. Abaixo estão a descrição das 4 edições do Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 26 XenServer: Free A edição grátis do XenServer possui as ferramentas básicas para uma infra-estrutura virtualizada. A mesma possui o Hypervisor XenServer, ferramentas de conversão, suporte a snapshot de máquinas virtuais, console de gerenciamento e migraçao de máquinas virtuais para outro servidor físico, sendo essas as características básicas de todas as outras versões do XenServer. Advanced Essa edição possui todas as funcionalidades da versão Free, e agrega outras, como proteção automatizada e recuperação das máquinas virtuais, alta disponibilidade, otimização de memória, e ferramentas de alerta à performace do servidor. É voltada para o gerenciamento avançado e alta disponibilidade das máquinas virtuais. Enterprise A Enterprise edition possui todas as ferramentas das versões Advanced e Free, e disponibiliza balanceamento de carga dinâmico, controle de energia do servidor, cache inteligente, ligação com storages externos, snapshot de memória e painel de administração via Web. Platinum A edição Platinum possui todas as funcionalidades das versões anteriores, e possui foco na proteção de dados para empresas que utilizam grandes ambientes virtuais, possuindo ferramentas de recuperação diferentes das demais versões. 2.0.4 Hyper-V (KELBLEY; STERLING; STEWART, 2009) relata que a Microsoft disponibilizou em 2008 o Hyper-V, solução tecnológica de virtualização tanto de máquinas desktop como de servidores. A ferramenta também está inclusa no Microsoft Windows Server 2008 e tem como vantagem a interface Windows para o gerenciamento das máquinas virtuais, que é familiar a muitos gestores de TI, possuidores das soluções Server da Microsoft. Ela é capaz de hospedar diferentes sistemas operacionais e possui várias ferramentas de gestão desses componentes físicos e virtuais, como redes e máquinas. A Microsoft disponibiliza o Hyper-V de duas formas, uma já vem inclusa nas edições do Windows Server 2008, e outra é uma distribuição independente denominada Microsoft Hyper-V Server 2008, que contém apenas o hypervisor. Abaixo está uma descrição das diferentes versões do Hyper-V. Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 27 Microsoft Hyper-V Server 2008 Para (MICROSOFT HYPER-V SERVER, 2011b), o Hyper-V Server 2008 é um produto que contém somente o Hypervisor e os componentes de virtualização, devido a essa característica, o consumo de recursos é menor. Microsoft Windows Server 2008 O Hyper-V é parte integrante do sistema operacional de servidores da Microsoft. Está presente nas edições Standard, Enterprise e Datacenter, e possui recursos específicos dependendo da versão. Tabela 2.1: Edições do Windows Server 2008 Como apresentado na Tabela 2.1, as funcionalidades diferem em relação as edições. O Microsoft Hyper-V Server 2008 R2 e o Windows Server 2008 R2 Standard possuem características mais simples em relação as funcionalidades, enquanto que as edições Enterprise e Datacenter demonstram um suporte completo as necessidades de virtualização. Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 2.0.5 28 VMware Conforme descreve (LOWE, 2009), desde 2006 a VMware vem revolucionando o cenário de virtualização nas empresas. Atualmente, ela é a líder do mercado e veio adicionando cada vez mais funcionalidades à gestão de servidores virtuais, de modo que servem de parâmetro para as concorrentes. Possui soluções completas de virtualização, que abrangem desde computadores desktop até os datacenters, englobando muitos tipos de mercado. Nos anos anteriores, essa inovação aconteceu através do produto denominado VMware Infrastructure, que evoluiu e atualmente se tornou o VMware vSphere. Segundo a (VMWARE, 2011c), na lista das 500 empresas mais ricas do mundo segundo a Gartner, 98% delas utilizam as soluções de virtualização da VMware, que possui altos níveis de escalabilidade, segurança e gerenciamento do ambiente virtual. A Microsoft é a segunda colocada no ranking de usuários de virtualização, mas ainda esta longe de alcançar os números adquiridos pela VMware. Os produtos também podem ser avaliados por um período de teste. Relação dos produtos de virtualização segundo a (VMWARE, 2011d): Virtualização de Desktops VMware View Esse produto é a solução comercial da VMware para conexão remota de desktops a máquinas virtuais localizadas em servidores. Assim o usuário tem a impressão de estar trabalhando normalmente, mas na verdade, tudo acontece no servidor onde as máquinas virtuais estão hospedadas. A versão 5 do VMware View oferece inclusive suporte a gráficos 3D. VMware ThinApp É o software da VMware que faz uso da tecnologia de virtualização de aplicação. Esse produto torna possível a execução de aplicações sem a necessidade de instalar o software, permitindo assim que as mesmas consigam ser executadas até em dispositivos USB como pendrives. O ThinApp converte o instalador padrão da aplicação e o transforma na própria aplicação, nesse executável estão todas as necessidades que o produto necessita para funcionar. É importante saber que nem todas as aplicações conseguem ser submetidas a esse processo. VMware ACE É a ferramenta para gerenciar desktops virtuais em servidores. Monitorar e configurar políticas de segurança baseadas em acesso de rede. É possível conceder ou negar acesso Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 29 do usuário a impressoras, dispositivos USB e leitores de CD. Além disso, é possível estabelecer o uso para as máquinas virtuais, de modo que elas não funcionem mais a partir de determinado dia. VMware Workstation É a suite de aplicativos que permite aos usuários a criação e utilização de máquinas virtuais em desktops, onde cada uma possui seu próprio ambiente operacional, podendo ser as variantes do Linux e do Windows. A edição 8 do VMware Workstation tem suporte inclusive à versão beta do Windows 8. Esse produto compartilha com as máquinas virtuais o uso de vários dispositivos da máquina física, tais como placa de rede, disco rígido e dispositivos USB como câmeras e microfones. Além disso, possui um dos melhores suportes para gráficos em 3D em ambientes virtuais. VMware Player Produto freeware de virtualização bastante semelhante ao VMware Workstation. Apesar disso, é disponível somente para uso pessoal não comercial. VMware Fusion É a solução da VMware para usuários de produtos da Apple. O produto permite a instalação de máquinas virtuais com o sistema operacional Windows em computadores Mac. Tal produto é útil para usuários, estudantes e profissionais que necessitam de uma maneira fácil para executar aplicativos Windows em seus Macs. Caso o usuário possua um computador físico com Windows, e queira copiá-lo para o Mac, esse produto possui uma ferramenta que transfere um computador inteiro para uma máquina virtual diretamente na máquina Apple, que estará disponível a qualquer momento que a pessoa precisar. O software é util também no auxílio ao uso de dispositivos que funcionam somente no Windows, como celulares, receptores GPS, cameras, etc. VMware Horizon Mobile O VMware Horizon Mobile constitui a solução de virtualização para smartphones que rodam Android, e é essencialmente "um telefone dentro de um telefone". Essa máquina virtual tem o objetivo de prover as empresas a capacidade de fornecer máquinas virtuais de smartphones para seus funcionários, que possam ser gerenciadas e protegidas, separando assim os aplicativos de negócio, do ambiente pessoal do funcionário no smartphone. Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 30 Produtos para Servidores VMware vSphere Até o ano de 2009, a VMware possuia um suíte de aplicativos para virtualização denominada VMware Infrastructure, que deu lugar a nova geração de aplicativos VMware vSphere, produto para consolidação de servidores em datacenters. Segundo (LOWE, 2009), essa suíte de aplicativos é composta de: • VMware ESX and ESXi O núcleo da suíte de aplicativos vSphere é o seu hypervisor, que é a camada de virtualização que serve de base para a maior parte dos produtos da linha. No vSphere, o hypervisor vem de duas formas diferentes, VMware ESX e VMware ESXi. Ambos os produtos compartilham o mesmo núcleo de virtualização, ambas suportam as mesmas ferramentas. O VMware ESXi é uma geração a frente do produto ESX, só que consume menos recursos. Segundo (LOWE, 2009), as versões ESX/ESXi atingiram os limites das capacidades possíveis de um hypervisor. • VMware Virtual Symmetric Multi-Processing • VMware vCenter Server É a ferramenta que provê gerenciamento centralizado para as máquinas virtuais. • VMware vCenter Update Manager É um plugin que auxilia a manter os servidores com o VMware ESX e ESXi sempre em dia com as atualizações. • VMware vSphere Client Consiste em uma aplicação que permite se conectar de máquinas convencionais diretamente ao vCenter Server. • VMware VMotion and Storage VMotion Vmware VMotion é a característica que permite a migração de uma máquina virtual de um servidor físico para outro, sem tempo de inatividade e sem perda de conexões. • VMware Distributed Resource Scheduler Essa aplicação é a solução desenvolvida pela VMware para fornecer uma ferramenta automática de distribuição de recursos através de servidores configurados em um cluster. • VMware High Availability Essa ferramenta monitora as máquinas virtuais e as reinicia em caso de falhas no servidor. • VMware Fault Tolerance É a ferramenta destinada a empresas que não podem considerar nenhum minuto de inatividade. Essa tecnologia mantém uma máquina virtual espelhada secundária separada Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 31 em outro servidor físico, qualquer coisa que ocorra na primeira máquina virtual ocorre simultaneamente na segunda. Caso a máquina física que a primeira máquina virtual esteja rodando falhe de alguma maneira, a segunda máquina virtual automaticamente sem nenhuma perda de conectividade. • VMware Consolidated Backup É a solução da VMware para estratégia de backup. • VMware vShield Zones O vSphere oferece algumas funcionalidades em relação a redes virtuais, o vShield adiciona a essa rede políticas de segurança. • VMware vCenter Orchestrator Para definir tarefas disponíveis no vCenter Server, o mesmo vem com uma ferramenta chamada vCenter Orchestrator, que é um mecanismo de automação em Workflow. VMware vSphere for SMB (Small and midsize business) De acordo com (VMWARE, 2011e), essa é a versão do vSphere para pequenas e médias empresas (SMB, Small and Midsize Business). Foi desenhada para ambientes de TI com menos de 20 servidores, e disponibilizada com ferramentas básicas para garantir um custo mínimo de investimento. Possui duas edições disponíveis, uma com suporte a storages e outra sem. A edição é composta pelas seguintes ferramentas: • VMware ESXi Hypervisor architecture • VMware vCenter Server for Essentials Provê gerenciamento centralizado e monitoramento de performace das máquinas virtuais, além de converter máquinas físicas para virtuais. • vSphere Virtual Symmetric Multiprocessing (SMP) Disponibiliza uma ferramenta para uso de mais de quatro CPUs virtuais. • vSphere vStorage APIs Proporciona integração com sistemas de proteção de dados de storages. • vSphere vStorage Virtual Machine File SYstem Permite o acesso compartilhado de um storage por máquinas virtuais. • vSphere vMotion • vSphere High Availability • vSphere Data Recovery Capítulo 2. Ferramentas de virtualização 32 VMware vSphere Hypervisor 4.1 É uma edição grátis do VMware vSphere, porém contém somente as habilidades do Hypervisor do VMware vSphere, não possui as outras ferramentas, como migração de máquinas virtuais de um servidor para outro ou o vCenter Manager. O objetivo dessa edição é tornar possível aos consumidores executar em um único servidor as vantagens da virtualização. Esse produto é baseado na arquitetura do Hypervisor ESXi, e seu nome foi mudado recentemente. O mesmo era conhecido como VMware ESXi Single Server ou “free ESXi”. VMware Server O VMware Server foi um produto desenvolvido com o objetivo de demonstrar o ESX Server de forma gratuita, permitindo que os usuários efetuassem testes do produto antes de adquirí-lo. Possui suporte para as plataformas Windows e Linux, e consegue executar máquinas virtuais criadas por outros produtos da VMWare. A desvantagem existente da ferramenta é que segundo a (VMWARE, 2011a), em Janeiro de 2010 se encerrou o suporte da mesma. Apesar disso, ela continua disponível para usuários que se sintam satisfeitos com as funcionalidades por elas proporcionadas. O produto provê suporte a sistemas de 32 e 64 bits, disponibiliza a mudança de máquinas virtuais de um servidor para outro com VMware Server ou VMware Workstation, e importa máquinas virtuais de produtos como o Microsoft Virtual Server e Virtual PC. 2.0.6 Conclusão Com esse leque de opções, as empresas de pequeno e médio porte precisam identificar qual ferramenta supre melhor suas necessidades. É uma estratégia que precisa ser estudada internamente, levando em conta os pontos mais relevantes, sempre considerando também as opções de preço, licenciamento, facilidade de manutenção e outros quesitos. Como visto no Capítulo II, as empresas desenvolvedoras de softwares responsáveis pela virtualização disponibilizam produtos grátis, ou períodos de teste acerca dos softwares. Esses períodos geralmente de trinta ou sessenta dias, oferecem melhores chances para se testar e chegar a ferramenta mais propícia para a organização. CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO No capítulo I foram constituídos conhecimentos sobre a temática envolvendo a virtualização, e no capítulo II foram listados os produtos disponíveis no mercado. Foi necessário levantar essa base de informações para situação do estudo de caso real apresentado, uma média empresa que ainda começaria a dar passos rumo a virtualização, em fase de amadurecimento de conceitos. Foram necessárias diversas análises quanto ao conhecimento coletado, já que não existe um manual de implementação da virtualização que sirva em toda e qualquer empresa. No entanto, muitos procedimentos usuais puderam ser aplicados com sucesso, com adaptação de diversos procedimentos já conhecidos. Ao longo do capítulo estão expostas análises de diversos pontos do parque tecnológico da empresa. O detalhamento de tais análises se deram ao longo do capítulo, pois as mesmas influenciariam em diversas fases do projeto. Dimensionar uma estrutura computacional é complexo, ainda mais levando-se em consideração que os recursos físicos do servidor estarão sendo compartilhados por várias máquinas virtuais. Este pesquisador participou do projeto de virtualização da infraestrutura e acompanhou o processo ao longo do andamento. 3.1 Detalhamento da empresa Na década de 40, frades missionários franciscanos deixaram Nova Iorque nos Estados Unidos e vieram ao Brasil com a missão de cooperar na implantação da Igreja e na pregação do Evangelho no Centro-Oeste. Durante toda a década de 40, os franciscanos construíram igrejas e conventos e junto delas edificaram escolas, a fim de unir a educação ao ensino religioso. As escolas estão localizadas em Anápolis, Catalão, Brasília, Porangatu, Pires do Rio, e Ceres. Além de unidades escolares nessas cidades, existem também duas rádios, sendo elas localizadas em Anápolis e Catalão. A empresa estudada existe desde 1960 e conta com 21 funcionários na matriz em Anápolis, além de outros 700 funcionários localizados nas 6 escolas, todas elas filiais. A média do faturamento anual é de 28 milhões de reais, sendo considerada uma empresa de médio porte, cuja atividade principal é a educacional. Na matriz está localizada o tronco, o ponto de comunicação central, a base de dados de todas as filiais juntamente com os servidores utilizados pelos funcionários administrativos das escolas e da matriz. Esse foi o ponto de partida para o processo de mudança da infraestrutura 3.2 Planejando a implantação da virtualização 34 física para virtual. 3.2 Planejando a implantação da virtualização Ao longo dos capítulos anteriores, foram citados os vários benefícios de se empregar a virtualização em computadores, porém, na tarefa de implantar essas ferramentas em uma empresa, segundo (POLLON, 2008), o sucesso do projeto depende de uma análise mais criteriosa quanto ao seu emprego. Foi necessário garantir que a equipe estivesse ciente de que virtualizar ou não um ambiente de TI é uma decisão importante, e não apenas mais um projeto de um novo aplicativo ou sistema operacional. Era algo que iria influenciar longos períodos de tempo para a infraestrutura da empresa. O emprego da virtualização implicaria em algumas mudanças futuras, como na maneira em que os equipamentos seriam comprados pela empresa. Segundo (CARISSIMI, 2008), é recomendado planejar a virtualização como um todo, porém implantá-la com um passo de cada vez. Como por exemplo, virtualizar os servidores cuja importância para o negócio não seja tão fundamental. Ainda conforme (CARISSIMI, 2008), implantar aos poucos permite uma melhor forma de avaliar e mensurar a maneira como a empresa caminha rumo a virtualização. Como se tratava de uma média empresa, foi necessário levar em conta principalmente o custo do projeto, já que pequenas e médias empresas não podem se dar ao luxo de grandes gastos em TI. Primeiramente, foram estabelecidas quatro fases: análise da estrutura, planejamento do projeto, execução e gerenciamento. A fase inicial consistiu em fazer um inventário de todos os sistemas, servidores, aplicações existentes na infra-estrutura que seria transformada em virtual. 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa A primeira fase denominada avaliação do sistema consistiu em fazer um inventário de todos os elementos existentes na infra-estrutura a ser virtualizada. O intuito foi levantar dados relativos aos serviços, sistemas operacionais e peculiaridades que os diferenciavam. A empresa disponibilizava através de servidores físicos do departamento de Tecnologia da Informação os seguintes serviços: firewall/Squid, banco de dados, Active directory, servidor de arquivos, servidor de cameras, servidor web IIS. Com base na Tabela 3.1, os dados chamaram a atenção em relação à quantidade de serviços disponibilizados através de aplicações Microsoft. Tal fato é influenciado pelo sistema 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa Código Serviços A Banco de Dados Windows Server 2000 B Banco de Dados MS-SQL 2005 C Banco de Dados MS-SQL 2005 D Active Directory E Terminal Service F Terminal Service G Terminal Service H Terminal Service/WebService I Servidor Arquivos J Servidor Cameras L Roteador e Firewall Total 11 35 Sistema Operacional Qtde Memória Windows Server 2000 3GB Windows Server 2003 4GB Windows Server 2003 2GB Windows Server 2008 4GB Windows Server 2003 2GB Windows Server 2003 2GB Windows Server 2003 2GB Windows Server 2003 2GB Windows Server 2003 512MB Windows XP 256MB Linux BrazilFw 512MB 18GB Tabela 3.1: Serviços e Servidores ERP (Enterprise Resource Planning) utilizado ao longo dos anos pela empresa. O sistema requer plataforma Windows, e banco de dados Microsoft SQL Server, o que acarretou dizer que em sua quase totalidade, o sistema operacional predominante na empresa é o Windows, inclusive nas máquinas dos colaboradores. Essa foi uma das características que foram levadas em conta na etapa de planejamento. Outra questão levada em consideração, foi a variedade de marcas de hardware. Havia servidores de diversos fabricantes. Uma das necessidades da empresa era parar de utilizar o banco de dados Microsoft SQL Server versão 2000, que utiliza como ambiente operacional o Windows Server 2000. Tratava-se de um sistema operacional e um banco de dados desatualizado, que não mais possuia suporte por parte da Microsoft, sendo uma versão descontinuada. Além disso, o fato de o servidor ser antigo, em caso de reparo de algum desastre, não seria possível conseguir peças de substituição para o mesmo. Devido a isso, foi necessário adquirir um novo servidor de banco de dados, a fim de substituir os três equipamentos que haviam e reagrupá-los em um único servidor. O objetivo era consolidar as bases de dados e virtualizar os serviços desempenhados pelos outros servidores que podiam ser virtualizados. Estabeleceu-se uma lista de pré-requisitos, os quais deveriam servir de base para a escolha da ferramenta de virtualização. As ferramentas foram avalidadas em função dos itens estabelecidos, e precisavam atender as necessidades levantadas. Além do melhor custo benefício. Os primeiros itens estabelecidos na lista foram: • Possuir bom desempenho com banco de dados. O sistema ERP da empresa possui todas as suas informações armazenadas nas bases de dados citadas anteriormente, e o tráfego dessas informações influe bastante no desem- 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa 36 penho do programa que os funcionários utilizam. Por esse motivo era de grande importância que a ferramenta de virtualização proporcionasse um desempenho satisfatório com banco de dados. • Ter suporte ao sistema operacional Windows Server 2000, incluindo o banco de dados Microsoft SQL Server 2000. 3.3.1 Identificando servidores candidatos a virtualização Com base na estrutura apresentada, o primeiro passo foi identificar servidores que seriam bons candidatos à virtualização. Sendo assim, foram analisados os primeiros servidores da lista, começando pelos que disponibilizavam o serviço banco de dados. Máquinas com dispositivos específicos, como por exemplo tokens usb ou placas específicas, teoricamente são entidades difíceis de virtualizar, uma vez que esse hardware precisaria ser direcionado de alguma forma para a máquina virtual que precisa do acesso a esse dispositivo. Tal cenário às vezes impossibilita a virtualização, e deve ser bem analisado. Servidores A, B e C As bases de dados da empresa estavam distribuídas em 3 servidores distintos, que na Tabela 3.1 foram denominados como servidores A, B e C. Cada uma das 6 escolas possui uma base de dados separada, inclusive a matriz. Outro fator importante foram as 2 bases de um sistema legado utilizado pelas rádios. Esse sistema possui base operacional no Microsoft SQL Server 2000 e é incompatível com as versões mais recentes do mesmo, por esse fator, esse servidor não pôde ser simplesmente substituído. Era necessário virtualizá-lo e garantir que os dados que nele haviam continuassem sendo disponibilizados para garantir que o antigo sistema continuasse funcionando. Já as demais bases de dados localizadas no servidor antigo eram compatíveis com as novas versões do Microsoft SQL Server e não necessitariam permanecer na versäo antiga. Servidor A A A A A A A B C Base de dados Rádio I Rádio II Matriz Escola I Escola II Escola III Escola IV Escola V Escola I Versäo do MSSQL MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2000 MSSQL Server 2005 MSSQL Server 2005 Compatível com novas versões SQL Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Tabela 3.2: Relação das bases de dados 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa 37 As bases que possuiam compatibilidade com as novas versões do banco de dados precisavam ser migradas para um único servidor, que funcionaria com a versão 2008 do Microsoft SQL Server. As bases de dados que não suportam essa atualização precisariam continuar na versão em que estavam, porém ambos os casos em ambiente virtual. Resumindo, os três servidores físicos A, B e C deveriam ser substituídos por dois servidores virtuais, e um deles iria necessitar executar o Windows Server 2000. Até aqui não foi preciso incrementar nenhum item na lista de pré-requisitos das ferramentas de virtualização, tendo em vista que a mesma já possuia os itens necessários. Em relação aos servidores que precisavam executar o Microsoft SQL Server 2008, foi estabelecido que o sistema operacional da máquina anfitriã do banco de dados seria o Windows Server 2008, uma vez que sistemas operacionais Linux não comportam o SQL Server. Servidor D O servidor D executava o Windows Server 2008 e provia autenticações e autorizações através do Active Directory Domain Controller1 aos usuários da matriz da empresa e aos usuários que se conectam aos servidores de terminal service. A quantidade de usuários que utilizam esse serviço é em torno de 40 a 50. Nas filiais não existem controladores de domínio. Uma necessidade da equipe em relação a esse servidor era tornar essa máquina física em virtual. Tal fato partiu da dificuldade de substituir as configurações estabelecidas e copiá-las manualmente para outro servidor, mesmo que fosse como máquina virtual. Não havia funcionários com os conhecimentos necessários para criar uma máquina virtual com o Active Directory que conseguisse trabalhar no lugar da máquina física de maneira apropriada. Seria um risco tentar tal processo, e por isso foi preciso transformar a máquina física existente em uma virtual. Outra questão levantada pela equipe de implantação da virtualização foi as peculiaridades inerentes a virtualização de um Active Directory, que é caracterizada por ser diferente dos métodos convencionais de uma máquina ou servidor com outras funcionalidades. Com base nessas informações, adicionamos outros itens à lista de pré-requisitos das ferramentas de virtualização. • A ferramenta de virtualização precisa fornecer os requisitos necessários para virtualização de um Active Directory. • A ferramenta precisa ser capaz de converter máquinas físicas em virtuais. 1O Active Directory é um serviço de diretório que armazena informações sobre objetos da rede de computadores, e responde aos pedidos de autenticação, liberando ou não o acesso ao recurso desejado. 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa 38 Servidores E, F, G e H Os serviços de terminal (terminal services) são disponibilizados através dos servidores E, F, G, e também pelo H. Esse último, além dos servíços de terminal, disponibiliza um webservice, ou serviços web, que é o portal dedicado a intranet dos funcionários da empresa. Os servidores E, F, G possuem a versão 2003 do Windows Server. A equipe planejava criar máquinas virtuais para desempenharem o mesmo serviço de terminal, só que na versäo mais recente do Windows Server, que é a 2008. Por essa decisão, essas máquinas físicas não foram transformadas em máquinas virtuais, ao invés disso, foram criadas desde o início em ambiente virtual. Apesar do servidor H possuir duas atribuições (terminal service/webservice) decidiu-se criar somente um servidor virtual com a função de WebService. Tal decisão foi tomada em razão das brechas de segurança que esses dois serviços juntos poderiam causar. O servidor web permite a conexão de pessoas externas à empresa e o servidor de terminal permite a utilização do sistema por outros computadores, tais funcionalidades juntas poderiam gerar transtornos. Decidiu-se também para o projeto, que a versão do sistema operacional do servidor seria o Windows Server 2008, tendo em vista que por ser o ambiente mais atualizado de servidores da Microsoft, foi considerado pela equipe como o mais seguro para tarefa de web. Servidor I Para disponibilizar aos departamentos da matriz pastas de trabalho e arquivos de acesso comum é necessário utilizar um servidor com Windows Server 2003 unicamente para compartilhar arquivos. Cada departamento possui pastas específicas que podem ser acessadas somente por membros do departamento. Existem também pastas exclusivas de cada funcionário, essas pastas se destinam ao backup que os mesmos efetuam, a medida que é necessário, perfazendo um total de 1TB de espaço em disco, compostos por dois discos de 500GB. O servidor de arquivo foi classificado como candidato à virtualização, pois disponibilizar arquivos é um serviço que não requer grandes quantidades de processamento e memória RAM. O quesito mais importante é o espaço em disco. Servidor J Existe um servidor que armazena as filmagens de diversas câmeras de segurança espalhadas pela matriz da empresa, denominado na tabela de servidores de J. O problema quanto à virtualização desse servidor foi o hardware utilizado. Embora sejam simples as configurações do sistema operacional, quantidade de memória e processador, a placa de captura 3.3 Análise do panorama estrutural da empresa 39 de vídeo é antiga e impossibilita a implantação da mesma em servidores novos, gerando transtornos à tarefa de virtualização. Não foram encontradas informações com o fabricante do equipamento de câmeras quanto a esse tipo de hardware possuir suporte em máquinas virtuais. Como a empresa não tinha o intuito de adquirir uma nova aparelhagem de placas novas de câmeras e seriam muitas as dificuldades inerentes a virtualização desse servidor, decidiu-se não virtualizá-lo, sendo essa uma das máquinas que não participaria do projeto. Servidor L A empresa possui um servidor encarregado da tarefa de firewall e roteador dentro da organização. O nome do produto é BrazilFW, e é constituído por uma mini distribuição Linux que possibilita à máquina a tarefa de ser servidor proxy, firewall e roteador. O BrazilFW não requer grandes níveis de processamento, e pequenas quantidades de memória são suficientes para um bom funcionamento do mesmo. O site dos desenvolvedores afirma que é possível executá-lo em computadores mais antigos com desempenho até satisfatório, o que o tornou forte candidato a servidor virtual. Entretanto, a máquina física do Brazilfw atualmente dispunha de duas placas de rede, que são necessárias para o funcionamento do serviço. É necessário que uma delas esteja conectada diretamente ao modem de internet, e a outra conectada ao switch onde estão interligadas todas as máquinas da empresa. Essa segunda placa disponibiliza internet para todas as máquinas dos funcionários, e são alvo de grande número de conexões, tendo em vista que aproximadamente 30 máquinas da matriz se utilizam desse hardware para ter acesso à internet. Tornou-se necessário adicionar mais dois itens à lista de pré-requisitos das ferramentas de virtualização: • A ferramenta precisa ter suporte e controle sobre várias placas de rede. • Suporte a sistemas operacionais Windows e Linux. 3.3.2 Atualização dos sistemas operacionais Uma necessidade que a empresa possuia era a de migrar alguns servidores que estavam na versão 2003 do Windows Server para a versão 2008. A empresa utilizava muitos serviços através da edição 2003, e espera-se que com a atualização para a nova versão, vários problemas existentes na versão antiga sejam sanados. Devido a essa decisão da equipe, muitos servidores físicos existentes com a versão 3.4 Planejamento do Projeto 40 2003 do Windows Server precisariam dar lugar a máquinas virtuais com o Windows Server 2008. Nesses casos as máquinas virtuais seriam criadas passo-a-passo pela equipe de TI da empresa, sem que haja necessidade de converter as máquinas físicas existentes. Não era necessário converter para virtual as que já haviam, era preciso criá-las como novas. 3.3.3 O hardware utilizado O hardware dos servidores utilizados na empresa foram adquiridos em diferentes datas ao longo dos anos. Existem servidores que já haviam completado 7 anos de uso, e outros que estavam por atingir 2 anos. A empresa adquiriu um servidor novo para trabalhar no lugar do mais antigo, que utilizava o Windows Server 2000 e possuía metade das principais bases de dados da empresa. Apesar de ter sido adquirido para banco de dados, o servidor apresentava uma configuração robusta, que conseguia suportar além do banco de dados, outros serviços (máquinas virtuais) da empresa. Seria necessário uma máquina virtual para substituir o antigo servidor A e manter a base de dados do sistema legado. Na Tabela 3.3 está a configuração da máquina adquirida pela empresa e que foi usada para implantação e testes de funcionamento da virtualização. Qtde Processadors Velocidade 2 processadores Six-core 2.6GHz Memória 32GB Disco Rígido Placas de Rede 600GB 2 Placas 1Gigabit Tabela 3.3: Configuração do servidor adquirido Observações: Apesar de ter sido adquirido para melhorar os serviços de banco de dados, o servidor possuia várias das qualificações necessárias para ser um servidor de máquinas virtuais, como a capacidade de processamento. E assim como a maior parte dos servidores mais novos, o mesmo possui hypervisor integrado, que tem a capacidade de comportar oito discos-rígidos. Além disso já possuia duas placas de rede, e ainda era possível aumentar esse número. Havia também grande quantidade de memória, recurso imprescindível para máquinas virtuais. 3.4 Planejamento do Projeto Na seção 3.3 foram avaliados os servidores que já desempenhavam atividades na empresa e foram classificados como candidatos à virtualização. Com excessão do servidor de câmeras, todos os demais foram selecionados para participarem do projeto. 3.4 Planejamento do Projeto 41 Nesse ponto é importante relembrar os pré-requisitos estabelecidos. Além desses, foram propostos outros mais para ferramenta de virtualização a ser escolhida para o projeto. De acordo com as necessidades apontadas, eles eram: • Possuir bom desempenho com banco de dados. • Ter suporte ao sistema operacional Windows Server 2000, incluindo o banco de dados Microsoft SQL Server 2000. • A ferramenta de virtualização precisa fornecer os requisitos necessários para virtualização de um Active Directory. • A ferramenta precisa ser capaz de converter máquinas físicas em virtuais. • A ferramenta de virtualização precisa ter suporte e controle sobre várias placas de rede. Embora a virtualização de rede consiga criar várias interfaces de rede virtuais, a quantidade de serviços existente era demasiada grande para utilizar somente duas placas de rede. Portanto, decidiu-se adicionar mais placas para evitar a sobrecarga e lentidão dos serviços. • Suporte tanto a sistemas operacionais Windows como Linux. Pré-requisitos definidos na identificação dos candidatos a virtualização • Custo bastante reduzido. Não fazia parte dos planos da empresa utilizar grandes ou médios investimentos em função dessa solução, o que nos levou a considerar soluções tecnicamente viáveis e gratuitas como preferênciais. • Deveria ser uma solução já bastante utilizada no mercado. A empresa fez questão de deixar claro que não queria ser objeto de teste de uma nova ferramenta de virtualização. Foi necessário adotar um produto que já fosse bastante utilizado pelas empresas no mercado. • Devia permitir uma utilização satisfatória dos recursos da máquina física Era imprenscindível para empresa utilizar ao máximo o novo hardware por eles adquirido, mas de maneira satisfatória, sem comprometimento de nenhum dos outros serviços que seriam virtualizados. • Deveria permitir a especificação dos recursos disponibilizados pelas máquinas virtuais. Esse recurso foi exigido para o gerenciamento das máquinas virtuais e para evitar que uma VM consuma todos os recursos da máquina física e acarrete o travamento de todos os serviços. • Deve permitir a utilização de vários discos rígidos físicos. Levando-se em conta a capacidade de utilização de vários discos rígidos pelo servidor adquirido, pensou-se em utilizar vários discos para separar as máquinas virtuais, necessitando assim que a ferramenta suportasse esse tipo de recurso. 3.4 Planejamento do Projeto 42 • Deve possuir interface gráfica local para administração das máquinas virtuais. • Deve permitir migração de máquinas virtuais de um servidor físico para outro. • Precisa ter suporte a quantidades iguais ou superiores a 32GB de memória. Embora o servidor adquirido possua exatos 32 GB de memória, deve-se existir a possibilidade de agregar futuramente mais memória a esse equipamento, e consequentemente às máquinas virtuais. • É necessário que a ferramenta possibilite a conexão de storages externos à máquina física. Como dito anteriormente, em um projeto de virtualização precisa-se planejar a longo prazo, prever até mesmo futuros acontecimentos. Embora a empresa não disponha de storages externos, a mesma possui planos para adquirí-los futuramente. Caso fosse escolhida uma ferramenta sem suporte a esse tipo de tecnologia, o projeto estaria excluindo possibilidades de desenvolvimento tecnológico para a empresa. Com base nisso, estabelecemos qual ferramenta seria capaz de suprir alguns requisitos futuros da empresa. 3.4.1 Primeira etapa da seleção da ferramenta de virtualização Com base na lista de pré-requisitos definida, analisamos os virtualizadores levantados no capítulo II, para verificar se a ferramenta disponibilizava o que era necessário para organização. Red Hat Em função da avaliação de uma nova ferramenta para o projeto de servidores, não foram levadas em consideração os produtos oferecidos pela Red Hat para virtualização de desktops, apesar de as mesmas possuam bem várias aplicações às pequenas e médias empresas. Na avaliação do Red Hat Enterprise Virtualization for Servers, várias das funcionalidades agradaram bastante a equipe de implantação de virtualização. Porém, algumas dúvidas em relação à ferramenta não conseguiram ser sanadas, como por exemplo, qual o suporte disponibilizado em relação a migração de uma máquina física para virtual de um Active Directory. Isso fez com que esse requisito não fosse considerado cumprido. Por ser baseado em Linux e a equipe não estar tão familiarizada com esse ambiente, tal peculiaridade fez com que a avaliação não fosse muito bem aceita pela equipe. Eram poucos os serviços em linux disponibilizados pela empresa, e apesar de estarem nas especificações do produto a existência do suporte a várias edições do Windows, é notável a ênfase dada às plataformas Linux. O custo também foi classificado como alto para a aquisição, e em virtude de todos os fatores levantados, a ferramenta não foi selecionada para participar do projeto. 3.4 Planejamento do Projeto 43 Citrix Foram avaliadas as soluções do XenServer disponibilizadas pelas Citrix, caracterizadas pelas edições (Free, Advanced, Enterprise e Platinum). Mesmo na edição free, muitos dos requisitos foram satisfeitos. Entretanto, da mesma forma que o Red Hat Entrerprise Virtualization, não foram encontradas em nenhuma das quatro edições. Informações relativas à conversão de um servidor físico de Active Directory para virtual. A ferramenta não possui recursos para alta disponibilidade, otimização de memória, links de storage, e recuperação de catástrofes. A edição advanced supriu alguns dos requisitos não cumpridos pela edição free. Mesmo assim, ainda não disponibiliza a comunicação com storages externos, sendo assim descartada. A versão Enterprise, apesar de suprir vários dos pré-requisitos, começou a demonstrar um custo elevado, entretanto, foi considerada apta para próxima fase de escolha da ferramenta. A edição Platinum foi descartada em função do alto custo de aquisição. Produto Resultado XenServer Free X XenServer Advanced X XenServer Enterprise OK XenServer Platinum X Tabela 3.4: Resultado XenServer Hyper-V Em relação aos pré-requisitos definidos, e com base nas 4 edições de produtos que possuem o Hyper-V, o Microsoft Hyper-V Server 2008 R2 foi excluído da seleção, pois não possuia interface gráfica local de administração das estações virtuais. O Windows Server 2008 R2 Standard também foi retirado da lista de seleção por não disponibilizar suporte à migração de máquinas virtuais de um servidor físico para outro, e ser limitado a gerenciar no máximo 32GB de memória. A versão que se destacou entre os requisitos foi a do Windows Server 2008 R2 Enterprise. Além de cumprir com todos os pré-requisitos estabelecidos, o mesmo possui uma vantagem acerca dos outros produtos mencionados anteriormente: a licença de uso dessa edição garante a execução de quatro máquinas virtuais de Windows Server 2008 R2. Além de possuir o Hyper-V, essa edição também inclui todos os outros serviços executados nas máquinas físicas pela empresa, como Active Directory, servidor Web (IIS) e Terminal Service. Essas quatro máquinas virtuais licenciadas conferem grande redução de custo quanto às licenças dos produtos a serem adquiridos. Todavia, tal benefício existe somente quando o produto é usado através do Windows Server 2008 Enterprise R2. Por exemplo, caso 3.4 Planejamento do Projeto 44 seja usado algum produto da VMware para virtualização, a licença permite o uso somente de uma máquina virtual, ou seja, teriam que ser adquiridas várias licenças para poder executar todos os serviços necessários. Tal forma de licençiamento encareceria bastante a utilização das outras ferramentas de virtualização. A edição Datacenter do Windows Server 2008 R2 contemplou todos os prérequisitos, e possui inclusive licença para quantas máquinas virtuais forem necessárias criar e executar com o Windows Server. Contudo, o custo dessa edição é muito alto, o que levou a equipe a descartá-la. Produto Resultado Microsoft Hyper-V Server 2008 R2 X Windows Server 2008 R2 Standard X Windows Server 2008 R2 Enterprise OK Windows Server 2008 R2 Datacenter X Tabela 3.5: Resultado Hyper-V VMware Na avaliação quanto aos produtos disponibilizados pela VMware, foram levados em consideração somente as edições destinadas a servidores (VMware Server, VMware vSphere, VMware vSphere for SMB e VMware vSphere Hypervisor 4.1). Em relação aos pré-requisitos estabelecidos na etapa de planejamento, o VMware Server foi o primeiro produto da linha a ser analisado. Essa edição não possui custo e atendeu a vários dos itens estabelecidos como requisitos da ferramenta a ser utilizada, entretanto foi desclassificada por ter sido descontinuada pela fabricante. Esse quesito juntamente com o fato de não existir mais atualizações para o software fizeram com que a equipe o retirasse das possíveis escolhas. Outra característica levada em consideração foi a ausência de uma interface gráfica para o gerenciamento local do ambiente virtual. Ele é feito através de outras máquinas, que se conectam ao servidor do VMware Server por meio de uma conexão WEB. Na avaliação do VMware vSphere, foram constatadas nas especificações do produto que essa súite de aplicativos cumpre muito bem com a maioria dos pré-requisitos estabelecidos, e agradou bastante a equipe participante do projeto. O único ponto decisivo para descartar essa edição. Foi o alto custo de aquisição do produto, pois é destinado a grandes datacenters, que por sua vez possuem alto poder de aquisição e altos índices de investimento. Ao iniciar a avaliação dos critérios estabelecidos para a ferramenta em relação ao VMware vSphere for SMB, constatou-se também que a maior parte das especificações do produto foram cumpridas em relação aos itens pré-estabelecidos, inclusive em relação ao custo de aquisição da ferramenta, que é voltada especificamente para pequenas e médias empresas. A equipe de implantação do projeto notou que essa versão é uma edição mais enxuta do VMware 3.4 Planejamento do Projeto 45 vSphere, e embora descarte algumas funcionalidades da edição principal, ela se encaixa bem nas necessidades da empresa. Já o VMware vSphere Hypervisor 4.1, apesar de ser gratuito e garantir os critérios básicos dos pré-requisitos, foi descartado por uma série de critérios. Como não possuir interface local de gerenciamento, não migrar as máquinas virtuais para outro servidor, ou ter suporte a storages externos. Produto Resultado VMware Server X VMware vSphere X VMware vSphere for SMB OK VMware vSphere Hypervisor 4.1 X Tabela 3.6: Resultado VMware 3.4.2 Segunda etapa da seleção da ferramenta de virtualização Na primeira etapa de seleção da ferramenta de virtualização, selecionamos produtos em função dos pré-requisitos determinados, chegando às seguintes escolhas: • VMware vSphere for SMB • XenServer Enterprise • Windows Server 2008 R2 Enterprise De acordo com a análise do planejamento estrutural da empresa, e com as avaliações de cada um dos servidores, determinou-se um esboço da estrutura de como estariam dispostas as máquinas virtuais no servidor de virtualização. Esse cenário precisou ser definido para que a segunda análise relativa a escolha da ferramenta pudesse ser estabelecida. Código Serviços A Banco de Dados Windows Server 2000 B Banco de Dados MS-SQL 2008 C Active Directory D Terminal Service E WebService F Servidor Arquivos G Roteador e Firewall Sistema Operacional Licenciamento Windows Server 2000 Licenciado Windows Server 2008 R2 Adquirir Licença Windows Server 2008 R1 Licenciado Windows Server 2008 R2 Adquirir Licença Windows Server 2008 R2 Adquirir Licença Windows Server 2008 R2 Adquirir Licença Linux BrazilFw Licenciado Tabela 3.7: Nova estrutura de servidores virtualizados 3.4 Planejamento do Projeto 46 Com base nessa quantidade e variedade de máquinas virtuais que precisariam ser criadas, foi necessário projetar o possível custo de implantação das três ferramentas de virtualização, incluindo o licenciamento necessário aos sistemas operacionais. Em relação às licenças dos servidores, três deles não iriam influenciar no custo total do projeto, em razão de já possuírem licença, que era o caso dos ambientes operacionais em que as licenças puderam ser aproveitadas (Windows Server 2000 (A), Windows Server 2008 R1 (C) e o Linux Brazilfw (G)). Os outros servidores físicos também eram licenciados, mas para a versão 2003 do Windows Server, com a decisão de trabalhar com a versão Windows Server 2008 R2, as licenças não poderiam ser aproveitadas da mesma maneira que nos outros casos. A escolha da ferramenta de virtualização influi diretamente no custo de licenciamento, pois existem possíveis projetos de implementação e cada um deles tem um custo. Nele não foram incluidos alguns valores, como a aquisição do SQL Server 2008, ou as licenças de dispositivo, já que esses produtos não fazem parte do projeto de virtualização. Foram utilizadas as tabelas de preço oficiais da Microsoft para o projeção do cálculo. Na Tabela 3.8 está uma projeção de como seria o custo de aquisição dos softwares utilizando o VMware Vsphere for SMB: Quantidade Produto 1 VMware vSphere for SMB 4 Windows Server 2008 R2 Standard Preço Estimado Total U$D 4.495,00 U$D 4.495,00 U$D 1209.00 U$D 4.386,00 U$D 8.881,00 Tabela 3.8: Projeção de preço VMware Em relação ao custo utilizando o XenServer Enterprise o mesmo ficaria conforme apresentado na Tabela 3.9: Quantidade Produto 1 XenServer Enterprise 4 Windows Server 2008 R2 Standard Preço Estimado Total U$D 2.500,00 U$D 2.500,00 U$D 1.209,00 U$D 4.386,00 U$D 6.886,00 Tabela 3.9: Projeção de preço XenServer Enterprise Os custos do Windows Server 2008 R2 Enterprise estão discriminados na Tabela 3.10: Com base nos valores estipulados, e levando em consideração que o critério custo é bastante importante para a empresa, escolheu-se o sistema operacional Windows Server 2008 3.4 Planejamento do Projeto Quantidade Produto 1 Windows Server 2008 R2 Enterprise 4 Windows Server 2008 R2 Standard 47 Preço Estimado Total U$D 3.919,00 U$D 3.919,00 U$D 0.00 U$D 0.00 U$D 3.919,00 Tabela 3.10: Projeção de preço Windows Server 2008 Enterprise R2 Enterprise como ferramenta para virtualização. O preço ficou reduzido em função dos demais e em virtude do licenciamento que essa edição possui. Pensou-se em realizar testes de performace em relação às 3 ferramentas selecionadas para o estágio final. Seriam utilizados testes de benchmark para efetuar tal comparaçao. Segundo (MICROSOFT GLOBAL FOUNDATION SERVICES, 2009), os testes de benchmark consistem em executar um conjunto de operações com o intuito de comparar performaces, porém se trata de uma operação complexa, já que existem várias configurações e diferenças existentes em cada um dos produtos selecionados. Para uma comparação efetiva, seria necessário possuir o conhecimento pleno sobre esses detalhes, o que não era possível para a equipe da empresa. Outro fator que motivou a equipe a não efetuar os testes com benchmark, foi o estudo realizado por (POLLON, 2008), que comparou várias ferramentas de virtualização. Os testes não apontaram diferenças significativas entre as soluções, contudo, não é permitido pelas licenças de uso das ferramentas a disponibilização de resultados de comparação entre as mesmas. Por esse critério, mesmo que fossem efetuados os testes, eles não poderiam ser divulgados nesse trabalho. Embora tenha-se escolhido o Windows Server 2008 Enterprise, não é intuito desse trabalho tornar definitiva a ferramenta como a solução para as pequenas e médias empresas, o objetivo foi evidenciar que esse software, para o contexto físico apresentado pela empresa estudada foi a que se mostrou ideal como mecanismo de virtualização, tal escolha não deve ser generalizada para as demais organizações, pois vários fatores e requisitos devem ser analisados para que se chegue a uma resposta mais propícia. Como demonstrado, existem várias ferramentas que podem se encaixar nas necessidades de várias empresas, desde pequenas até as médias e grandes. 3.4.3 Criando as máquinas virtuais Após ter efetuado a seleção da ferramenta utilizada e adquirido o produto, o mesmo foi instalado pela equipe, porém para efeitos de teste algumas operações foram realizadas. Análise do desempenho do banco do banco de dados. 3.4 Planejamento do Projeto 48 Como já mencionado no capítulo I, algumas considerações relativas ao desempenho das aplicações precisam ser analisadas quando se trata de ambientes virtuais. Segundo (UNIVERSITY OF WATERLOO, 2011), a virtualização também traz alguns comprometimentos, como por exemplo a degradação do desempenho gerado pela inclusão de uma camada entre o sistema operacional e o hardware físico. Outro detalhe é que certas aplicações ficam prejudicadas com essa característica, como por exemplo os Sistemas de Gerenciamento de Bancos de Dados. Ainda de acordo com (UNIVERSITY OF WATERLOO, 2011), em um estudo realizado sobre a utilização de virtualização em servidores de banco de dados, existe uma perda de desempenho em média de menos que 10%, porém esse valor varia em função da ferramenta de virtualização utilizada. Para analisar o comportamento do banco de dados da empresa, foram feitos alguns testes de comparação entre consultas de informações no hardware físico antigo (servidor B), no novo e em ambiente virtual. Utilizou-se uma base de dados idêntica em cada um dos servidores para avaliar o tempo de resposta dos mesmos. Decorridas algumas semanas de observação, constatou-se o mesmo que foi dito por (UNIVERSITY OF WATERLOO, 2011): encontraram-se resultados aproximados aos 10% de perdas de performace em razão da utilização da virtualização. Conforme exemplificado na Figura 3.1, uma consulta em uma tabela do banco de dados com 204.320 registros foi efetuada em 13,245 segundos pelo servidor utilizado anteriormente pela empresa. No novo servidor, na mesma tabela com a mesma quantidade de registros, o tempo de execução foi de 4,665 segundos, demonstrando ser aproximadamente 64% mais rápido que o antigo. Utilizando o mesmo servidor, porém através de uma máquina virtual, a mesma situação ocorreu com 5,429 segundos, sendo aproximadamente 59% mais rápido o antigo. Servidor Físico Antigo 13,245s Servidor Físico Novo 4,665s Máquina Virtual 5,429s Tabela 3.11: Análise das diferentes performances Mesmo comparando o desempenho do servidor de banco de dados em máquina virtual com o antigo servidor, a equipe ficou satisfeita com o ganho de velocidade e optou por utilizar a virtualização. Uma das medidas tomadas para garantir o desempenho dessa máquina virtual. foi deixá-la com exclusividade no disco rígido. Nenhuma outra máquina virtual seria criada ou utilizaria os dados desse dispositivo, pois isso afetaria diretamente o desempenho do banco de dados. Todas as máquinas virtuais criadas posteriormente utilizariam outros discos rígidos, para evitar a concorrência entre elas pelos dados no disco. 3.4 Planejamento do Projeto 49 Figura 3.1: Análise das diferentes performances A equipe participante do projeto de virtualização se propôs a se aprofundar nos estudos sobre as melhores práticas de servidores de banco de dados virtualizados, com o intuito de melhor configurar essa máquina virtual e obter um melhor desempenho para a empresa. Esse primeiro servidor virtual foi implementado com o Windows Server 2008 Standard e o banco de dados utilizado foi o Microsoft SQL Server 2008 R2. Windows Server 2000 Logo após a virtualização das primeiras bases de dados que puderam ser migradas para uma nova versão, foi necessário virtualizar o sistema operacional que possuéa as bases que deveriam continuar com o Windows 2000. Primeiramente, foi criada a máquina virtual e instalada a edição do Windows Server 2000 Standard. Ao invés de usar os métodos de migração de máquinas físicas para virtuais do Hyper-V, a equipe resolveu utilizar um método mais simples, que foi o de restaurar um backup do servidor na máquina virtual. O procedimento aconteceu normalmente, e após a realizações de alguns testes, as bases de dados ficaram perfeitamente operacionais, da mesma maneira que funcionavam no servidor antigo. Até então, nada foi reportado de diferente pelos profissionais que utilizavam o software legado que fazia uso dessas informações. Terminal Service Com a instalação de um novo disco rígido e uma nova placa de rede no servidor, criou-se a máquina virtual que iria disponibilizar os serviços de Terminal Service. A mesma foi criada sem dificuldades, e nas observações reportadas pela equipe da empresa, ela 3.4 Planejamento do Projeto 50 obteve desempenho satisfatório para o que era destinada. Faltava contudo, efetuar algumas configurações pelo responsável em implementar a máquina para torná-la ideal para utilização no Windows Server 2008, uma vez que eram conhecidas as configurações ideias do serviço quando era disponibilizado pelo Windows Server 2003. Tais informações não foram descritas nesse trabalho pois fugiria do escopo do projeto. Servidor de arquivos Da mesma maneira que as outras máquinas virtuais, foi instalado um disco rígido físico e uma placa de rede no servidor principal exclusivos para essa máquina virtual. E sem nenhum problema, a mesma foi implementada pela equipe de TI da empresa. Futuramente, planeja-se migrar essa máquina virtual para um storage externo, a fim de garantir maior espaço e segurança para os dados compartilhados pelos funcionários. Brazilfw Conforme estabelecido nos pré-requisitos da ferramenta de virtualização, era necessário disponibilizar duas placas de rede em função dessa máquina virtual, e além desses itens, foi instalado um disco rígido exclusivo para ela. Após implementada e testada, a máquina virtual provou-se eficiente em realizar a mesma tarefa feita pela máquina física. E foi colocada em produção antes mesmo do que o previsto pela equipe de TI da empresa. Active Directory Uma preocupação da equipe ao longo do projeto era não se precipitar em relação a virtualização dos servidores, de modo que cada uma das máquinas físicas foram sendo substituídas por máquinas virtuais somente quando havia confiança por parte dos técnicos da empresa. Até o momento de finalização desse trabalho, o servidor responsável pelos serviços de Active Directory ainda não havia sido virtualizado. Apesar disso, a virtualização dessa máquina física não iria ser de grande dificuldade para a equipe de TI da empresa, uma vez que haviam ferramentas e orientações exclusivas para virtualização de servidores de domínio por parte da Microsoft e Hyper-V. 3.4.4 Cenário Pós-Virtualização Até a conclusão desse trabalho, haviam sido virtualizados sete dos servidores físicos existentes. Porém, várias etapas de aperfeiçoamento ainda aconteciam com os servidores virtuais, como a otimização do banco de dados e a busca pela melhor configuração dos 3.4 Planejamento do Projeto 51 processadores e a quantidade de memória destinada a cada uma das máquinas virtuais. Essas configurações precisam ser estabelecidas através de observações e análises, e necessitam ser ministradas pela equipe de infra-estrutura da empresa que, com o tempo, terá boas condições para aplicar as melhores parametrizações necessárias. Como foi dito anteriormente e relatado por (CARISSIMI, 2008), é necessário realizar a migração do físico para o virtual aos poucos, em etapas, para assim evitar o comprometimento de alguma funcionalidade da empresa. Ao término desse trabalho, o processo de virtualização dos servidores não se encontrava 100% concluído. O desafio é conseguir encontrar o melhor equilíbrio entre CPU/Memória/Disco para uma carga de trabalho. Segundo (MICROSOFT GLOBAL FOUNDATION SERVICES, 2009), existe uma vantagem em utilizar vários discos rígidos da maneira que foi feita com as diferentes máquinas virtuais. Tal procedimento garante aos processadores do servidor físico mais transações por segundos, disponibilizando mais entradas e saídas de dados para o processamento e, consequentemente, um melhor aproveitamento da capacidade do hardware. Os pré-requisitos da seção 4.4 foram verificados um a um, e nenhuma inconformidade foi encontrada. Tudo que foi exigido foi satisfeito. Outras medidas ainda precisavam ser tomadas por parte dos participantes do projeto de virtualização, como a aquisição de um storage externo para melhor centralizar os discos rígidos virtuais. É necessário implementar esse dispositivo para conseguir tirar proveito de mais vantagens da virtualização, como a migração de máquinas virtuais de um servidor para outro e para consolidar o backup das máquinas virtuais. É de responsabilidade dos departamentos de TI de toda e qualquer empresa ter certeza de que os servidores adquiridos ou já existentes sejam o mais eficientes possíveis em termos de aproveitamento, custo e consumo de energia. Através da implementação do projeto, os colaboradores se sentiram mais satisfeitos com o melhor uso do servidor por eles adquirido. Inicialmente o mesmo seria utilizado unicamente com a funcionalidade de banco de dados e no entanto, passou a desempenhar muito além da função para qual foi adquirido, valorizando ainda mais os recursos da organização. A economia de energia foi um dos benefícios adquiridos através da substituição das sete máquinas das quais foram concluídas o processo de virtualização. As mesmas ficavam ligadas todas as horas do dia, durante toda a semana. Com a consolidação desses servidores em um único hardware, o aquecimento gerado pelas mesmas foi descartado, propiciando ao sistema de refrigeração do departamento menores esforços em manter a temperatura baixa, uma vez que o setor passou a apresentar menos pontos de dissipação de calor. Embora não tenha sido possível mensurar a economia proporcionada por essas reduções de consumo, fica evidente a viabilidade da tecnologia em diminuir o desperdício de energia, e consequentemente dos custos. Os próprios gastos necessários para implantar a 3.4 Planejamento do Projeto 52 virtualização se tornam justificáveis, uma vez que reduzem despasas como essa, fazendo com que a própria tecnologia se pague ao longo do tempo. Outro benefício bastante significativo para a organização foi a capacidade de efetuar cópias de backup de todos os seus servidores virtuais. Essa capacidade se mostra muito mais eficiente do que os backups antigos da empresa, pois salva o servidor por completo, e garante mais segurança ao reestabelecimento dos serviços da empresa em casos de falha. As máquinas que foram substituídas por servidores virtuais foram utilizadas em outras tarefas. A maior parte delas servirá como hardware de contingência. Caso o servidor físico de produção seja comprometido de alguma forma, as máquinas virtuais serão reestabelecidas através dos servidores de contingência, que estarão desligados a maior parte do tempo e só serão ligados em caso de desastres. Futuramente, planeja-se outras formas de superar o acontecimento de catástrofes no setor, mas momentaneamente, foi esse o trabalho designado pela equipe a esses computadores que faziam parte da infraestrutura física da empresa. Muitas outras vantagens serão ainda alcançadas pela organização, que aos poucos migra seu setor de Tecnologia da Informação por completo ao cenário virtual. Um dos benefícios já adquiridos com o processo de virtualização, foi o de caminhar tecnologicamente com os avanços já usufruidos por empresas de vários lugares do mundo. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES A tecnologia é uma constante que evolui bastante hoje em dia, a mesma possui bastante significado no mundo corporativo, mas tudo evolui em uma velocidade inimaginável. Novas vantagens surgem a todo momento para empresas de todo e qualquer tamanho, e tornase tarefa árdua para os funcionários a frente do setor de Tecnologia da Informação conseguir acompanhar todas as novidades e as empregar no ambiente onde trabalham. A virtualização é uma dessas tecnologias, e é um capacitor chave para um ambiente de TI dinâmico, que agrega mais valor a empresa. Nesse estudo, buscou-se apresentar as tecnologias de virtualização no contexto de pequenas e médias empresas, pois evidenciou-se a transformação ocorrida nos últimos anos com a reutilização desse conceito que surgiu nos mainframes dos anos 60, e tais mudanças influenciaram desde as fabricantes de processadores e desenvolvedoras de softwares até as pequenas empresas, sendo o setor de TI o mais influenciado por essa evolução. O uso típico da virtualização tem sido na consolidação de servidores, onde permitese executar vários servidores simultaneamente em um único hardware físico, mas cada um isolado em uma máquina virtual. Além disso, as máquinas virtuais podem ser de sistemas operacionais diferentes, e mesmo um eventual comprometimento de uma não afeta as demais. Como principal vantagem dessa utilização está a redução de custos em diminuir a necessidade de aquisição de equipamentos, energia, refrigeração, cabeamento, espaço físico, e mão de obra especializada em manutenção. Dando prosseguimento as pesquisas, foram apresentadas várias ferramentas de virtualização presentes no mercado, todas com o mesmo objetivo em comum, mas com algumas diferenças em relação as possibilidades e facilidades disponibilizadas. Por fim, abordou-se através de uma análise especial a migração de uma estrutura física para virtual de uma média empresa. Foram realizados estudos e testes para nortear a escolha de uma ferramenta de virtualização em um cenário de diferentes servidores e serviços, cada qual com sua importância e peculiaridade. Tal tarefa provou-se muito difícil aos participantes do projeto, tendo em vista que o próprio dimensionamento de uma estrutura física é complexo, ainda mais se tratando de um ambiente virtual. Levando-se em consideração os pré-requisitos elencados, foi sugerido para a consolidação dos servidores da empresa o uso do Microsoft Windows Server 2008 Enterprise, que além de prover todas as necessidades destacadas, foi escolhido principalmente em relação ao Conclusão e Recomendações 54 custo, fator de grande influência para pequenas e médias empresas. Um dos fatores que atingiram negativamente a implementação do projeto foi o tempo necessário para avaliar o impacto ocorrido na utilização da infraestrutura virtual em relação à física, além de vários testes efetuados, foi preciso observar o ambiente. Até o término desse trabalho, como descrito anteriormente, não haviam sido efetuadas a virtualização de todos os servidores, pois por medidas de segurança, o indicado é migrar aos poucos o ambiente para o cenário virtual. Como benefícios adicionados à empresa em razão da virtualização, encontramse a consolidação dos servidores, a diminuição do espaço físico dedicado a eles, redução do consumo de energia elétrica, backup total das máquinas virtuais acarretando em mais segurança contra o risco de desastres. Além dessas vantagens, houve a melhor utilização dos recursos do servidor físico adquirido pela empresa, cuja ociosidade foi reduzida e a capacidade de processamento melhor aproveitada. Embora o processo de virtualização tenha sido abordado em uma empresa cujo foco principal é a educação, tal característica não impede que as etapas do processo sejam adotadas em organizações de outros tipos de negócio, uma vez que os serviços disponibilizados através do Departamento de TI muitas vezes possuem vários elementos em comum, como banco de dados e o Active Directory. Foi visto que novas atualizações e recursos surgem a medida que a virtualização evolui, proporcionando novas soluções à problemas que além de afetar o setor de TI, acabam por comprometer a empresa como um todo. Não se pode colocar empecilhos ao desenvolvimento tecnológico, é necessário estar sempre alerta com a possibilidade e viabilidade de usar tecnologia para o bem da organização. Se espera que com o passar do tempo, e maior acesso à virtualização por parte das pequenas e médias empresas, as desenvolvedoras de ferramentas de virtualização façam maiores investimentos em pesquisas e desenvolvimento voltados para esse mercado, de maneira que amadureça essas soluções, principalmente em função do custo. Enquanto os desafios ainda existem, e desenvolvem-se softwares mais robustos, a implementação de mais dispositivos com suporte a virtualização garante que ela ainda ocasione grandes impactos nos horizontes da computação nos próximos anos. A virtualização é um tema bastante amplo e este estudo, aborda somente alguns pontos, e não possui pretensão alguma de se tornar uma resposta definitiva aos problemas abordados, a virtualização é um tema bastante amplo. E além disso, independentemente do tamanho, cada empresa possui suas particularidades, e a análise do ambiente como um todo é o que possibilita o sucesso na implementação de um processo de virtualização. Desta forma, é necessário que as ferramentas e técnicas de virtualização sejam mais desenvolvidas, e que Conclusão e Recomendações 55 esse crescimento seja proveitoso e sustentável, para que revolucione ainda mais o cenário da tecnologia. Como recomendações para trabalhos futuros, este pesquisador sugere que sejam elaborados trabalhos sobre a virtualização de sistemas operacionais de smartphones, a ligação existente entre virtualização e cloud computing, a segurança de ambientes virtuais ou a disponibilização de máquinas virtuais em dispositivos de armazenamento como pendrives. Referências Bibliográficas ACMQUEUE. 2004. Disponível em: http://queue.acm.org/detail.cfm?id=1017000. Acesso em: 13 maio. 2011. AMD CASE STUDY. 2011. Disponível em: http://blogs.amd.com/stories/files/ 2010/10/48978A_AMD_Woodforest_Casestudy_FINALsmall.pdf. Acesso em: 16 agosto. 2011. AMD WHITE PAPER. 2011. Disponível em: http://www.amd.com/pl/Documents/AMD_ WP_Virtualizing_Server_Workloads-PID.pdf. Acesso em: 13 de junho de 2011. BAGUETE. 2011. Disponível em: http://www.baguete.com.br/blog/virtualizacao/ 03/12/2007/entendendo-a-virtualizacao-de-servidores-parte-ii-benefi-s. Acesso em: 15 setembro. 2011. BALDWIN, H. How Virtualization Eases Disaster Recovery. [S.l.], 2008. BLUM, R. Virtualization for Dummies - Red Hat Special Edition. Indianapolis: Wiley Publishing, 2011. BUCARO TEC HELP. 2011. Disponível em: http://bucarotechelp.com/computers/ anatomy/96102501.asp. Acesso em: 10 outubro. 2011. CAMPBELL, S.; JERONIMO, M. Applied Virtualization Technology. [S.l.]: Intel Press, 2006. CARISSIMI, A. Virtualização: da Teoria a Soluções. [S.l.], 2008. CIO. 2011. Disponível em: http://cio.uol.com.br/tecnologia/2011/09/12/ virtualizacao-de-aplicacoes-voce-ainda-vai-adotar/. Acesso em: 12 setembro. 2011. CITRIX. 2010. Disponível em: http://www.citrix.com/English/ps2/products/ subfeature.asp?contentID=2300456. Acesso em: 18 de agosto de 2011. COMPUTERWORLD. 2011. Disponível em: http:// www.computerworld.uol.com.br/tecnologia/2011/04/15/ qual-e-a-melhor-ferramenta-de-virtualizaca-do-mercado. Acesso em: 20 maio. 2011. DATAMATION. São Paulo, 2009. Disponível em: http:// itmanagement.earthweb.com/entdev/article.php/11070_3836491_4/ Considering-Virtualization-for-Small-Business.htm. Acesso em: 15 maio. 2011. DAVIS, D. VMware ESX Server Cluster e Resource Pools Explained. [S.l.], 2009. Referências Bibliográficas 57 DEVELOPERWORKS. 2006. Disponível em: http://www.ibm.com/developerworks/ linux/library/l-linuxvirt/. Acesso em: 13 maio. 2011. DISKEEPER CORPORATION. 2011. Disponível em: http://files.diskeeper.com/pdf/ Virtualization_Performance.pdf. Acesso em: 18 de julho de 2011. DUBOIS, L. Modernizando Backups para Acelerar a Jornada até a Virtualização. [S.l.], 2010. FURTADO, W. Dos Contratos e Obrigações de Software. São Paulo: Iglu, 2004. GARTNER GROUP. 2011. Disponível em: http://www.gartner.com/it/page.jsp?id= 638207. Acesso em: 12 de outubro de 2011. GOLDEN, B. Virtualization for Dummies. Indianapolis: Wiley Publishing, 2009. GREENBERG, S.; MILLS, E.; TSCHUDI, B. Best Practices for Data Centers. [S.l.], 2006. KELBLEY, J.; STERLING, M.; STEWART, A. Windows Server 2008 Hyper-V. Indianapolis: Wiley Publishing, 2009. KELEM, N. A Separation Model for Virtual Machine Monitors. [S.l.], 1991. LAUREANO, M. Máquinas Virtuais e Emuladores : Conceitos, Técnicas e Aplicações. São Paulo: Novatec, 2006. LEO A. NOTENBOOM. 2009. Disponível em: http://ask-leo.com/does_running_ windows_in_a_virtual_machine_protect_me_from_viruses.html. Acesso em: 25 julho. 2011. LIPPIS, N. J. Network Virtualization - The New Building Blocks of Network Design. [S.l.], 2007. LOWE, S. Mastering VMware vSphere 4. Indianapolis: Wiley Publishing, 2009. MATTOS, D. M. F. Virtualização Vmware e Xen. [S.l.], 2008. MICROSOFT GLOBAL FOUNDATION SERVICES. 2009. Disponível em: http://www.globalfoundationservices.com/blogs/documents/Rightsizing_ WhitePaperFINALDecember09-2.pdf. Acesso em: 27 de outubro de 2011. MICROSOFT HYPER-V SERVER. 2011. Disponível em: http://www.microsoft.com/ brasil/servidores/hyper-v-server/overview.mspx. Acesso em: 19 de agosto de 2011. MICROSOFT HYPER-V SERVER. 2011. Disponível em: http://www.microsoft.com/ brasil/servidores/hyper-v-server/overview.mspx. Acesso em: 19 de agosto de 2011. MICROSOFT IT SHOWCASE. 2009. Disponível em: http://technet.microsoft.com/ pt-br/library/ff715344.aspx. Acesso em: 16 de setembro de 2011. MICROSOFT TECHNET. 2006. Disponível em: http://blogs.technet.com/b/fcima/ archive/2006/08/13/446484.aspx. Acesso em: 14 de agosto de 2011. MURPHY, A. Virtualização Esclarecida - Oito Diferentes Modos. [S.l.], 2010. Referências Bibliográficas 58 NEWMAN, M.; WIBERG, C.; BRASWELL, B. Server Consolidation with VMwaree ESX Server. North Carolina: IBM Red Books, 2005. NEXTGENERATION. 2011. Disponível em: http://www. nextgenerationcenter.com/scriptServices/courseToPdf.ashx?courseId= 2d217a39-c6eb-4451-b2b8-fdaf750abdda. Acesso em: 11 setembro. 2011. POLLON, V. Virtualização de Servidores em Ambientes Heterogêneos e Distribuídos. [S.l.], 2008. RED HAT. 2011. Disponível em: http://docs.redhat.com/docs/en-US/Red_Hat_ Enterprise_Linux/6/html/Virtualization/index.html. Acesso em: 14 setembro. 2011. RED HAT. 2011. Disponível em: http://www.br.redhat.com/virtualization/rhev/ desktop/. Acesso em: 17 setembro. 2011. REDMOND CHANNEL PARTNER. Redmond, 2010. Disponível em: http: //rcpmag.com/articles/2010/02/01/a-virtual-door-opens.aspx. Acesso em: 13 maio. 2011. SERVERWATCH. 2003. Disponível em: http://www.serverwatch.com/tutorials/ article.php/2197661/Virtualization-More-Services-Fewer-Servers.htm. Acesso em: 17 maio. 2011. SILBERSCHATZ; GALVIN. Sistemas Operacionais. Rio de Janeiro: Campus, 2001. SMART UNION. 2011. Disponível em: http://www.smartunion.com.br/Thin_Client_ Dot_Station_Terminal_Linux_Dom_Smart_Union.asp. Acesso em: 02 setembro. 2011. SYSTEM TECHNOLOGY SOLUTIONS. 2011. Disponível em: http://lucianocaciato. blogspot.com/2011/05/sistemas-legados-o-que-fazer-parte-2-os.html. Acesso em: 11 setembro. 2011. TECHTARGET. 2011. Disponível em: http://searchvirtualdesktop.techtarget.com/ definition/virtual-hard-disk-VHD. Acesso em: 23 setembro. 2011. THE DATACENTER JOURNAL. 2011. Disponível em: http://datacenterjournal.com/ index.php?option=com_content&view=article&id=4647. Acesso em: 25 maio. 2011. TULLOCH, M. Understanding Microsoft Virtualization Solutions. Redmond Washington: Microsoft Press, 2010. UNIVERSITY OF WATERLOO. 2011. Disponível em: http://www.cs.uwaterloo.ca/ ashraf/pubs/smdb08overhead.pdf. Acesso em: 27 de outubro de 2011. VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Editora Atlas, 2006. VMWARE. 2011. Disponível em: http://www.vmware.com/uk/company/news/releases/ smbmomentum-2011.html. Acesso em: 04 abril. 2011. VMWARE. 2011. Disponível em: http://www.vmware.com/pdf/dev_test.pdf. Acesso em: 09 agosto. 2011. Referências Bibliográficas 59 VMWARE. 2011. Disponível em: http://www.vmware.com/br/customers.html. Acesso em: 15 de setembro de 2011. VMWARE. 2011. Disponível em: http://www.vmware.com/products/. Acesso em: 15 de setembro de 2011. VMWARE. 2011. Disponível em: http://www.vmware.com/files/pdf/products/ vsphere/VMware-vSphere-Essentials-DataSheet-DS-EN.pdf. Acesso em: 13 de setembro de 2011. WINDOWS NETWORKING. 2005. Disponível em: http://www.windowsnetworking. com/articles_tutorials/using-virtual-pc-test-learning-platform.html. Acesso em: 27 setembro. 2011. APÊNDICE A - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Ano / Mês / Quinzena 2011 Atividades Jan Fev. Mar Abr Mai Jun 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª Jul Ago 1ª 2ª 1ª 2ª Set 1ª 2ª Entrega do Termo de Aceite ao coordenador de TC Pesquisa bibliográfica e documental Elaboração do problema de pesquisa Levantamento dos recursos disponíveis para elaboração do Projeto de TC. Elaboração do Projeto de TC Entrega do projeto de TC Entrega do produto desenvolvido (ver. bibl/metodologia) Apresentação do projeto e produto elaborado Correções do Projeto de TC. Elaboração dos Tópicos principais da Monografia Elaboração dos tópicos do Pôster Elaboração do Referencial Teórico Exposição e apresentação do Pôster Continuação da elaboração da Monografia Término do estudo de caso Entrega do TC parcial para avaliação do Orientador Data limite de envio para o coordenador do TC Publicação da agenda e bancas de avaliação final Apresentação do TC para banca de avaliação final Entrega das correções (recomendadas pela banca) Entrega do trabalho de conclusão encadernado Figura A.1: Cronograma de atividades proposto no projeto do Trabalho de Conclusão de Curso Out Nov Dez 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª APÊNDICE B - PÔSTER APRESENTADO NO III SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E III SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO UNUCET-UEG/2011 Figura B.1: Pôster - Virtualização de Sistemas - Ferramenta para Pequenas e Médias Empresas