INTEGRAÇÃO DOS ENSINOS DE GRADUAÇÃO E DE PÓSGRADUAÇÃO NA FEEC – UNICAMP: PROGRAMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO E CERTIFICADOS DE ESTUDOS José A. Pomilio – [email protected] Michel D. Yacoub – [email protected] Anésio dos Santos Jr. – ané[email protected] Akebo Yamakami – [email protected] Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação Av. Albert Einstein, 400 13083-852 – Campinas – SP Resumo: Este artigo apresenta as experiências vivenciadas na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Universidade Estadual de Campinas visando a integração dos seus programas de graduação e de pós-graduação. Atualmente a FEEC mantém programas de graduação em Engenharia Elétrica e Engenharia de Computação e de pós-graduação em Engenharia Elétrica. O principal objetivo é o de atrair estudantes de graduação para que, ainda no desenvolvimento de seu programa, aprofundem seus conhecimentos em determinadas áreas específicas, facilitando com que continuem seus estudos até a obtenção do Mestrado. A conclusão do Mestrado poderá então ocorrer em um prazo de até um ano após a conclusão da graduação. O principal instrumento institucional que possibilita o alcance desse objetivo é o Programa Integrado de Formação, através do qual os estudantes de graduação podem acompanhar disciplinas de pós-graduação como alunos especiais, tendo os créditos correspondentes convalidados após o seu ingresso formal no programa de mestrado. Com a totalidade dos créditos obtidos ainda na graduação, o tempo de atuação exclusiva na pós-graduação é dedicado unicamente ao trabalho da dissertação. Os casos que já dispomos como experiência mostram essa possibilidade pois têm permitido a finalização do mestrado em um tempo médio de 11 meses. Outro instrumento institucional atuando nessa mesma direção são os Certificados de Estudos, que permitem aos estudantes de graduação que escolham um conjunto de disciplinas eletivas coerentes de modo a aprofundar seus conhecimentos em determinada área temática. Muitas das disciplinas sugeridas nos Certificados de Estudos são do programa de pós-graduação. Desta forma é possível ao estudante validar seus estudos tanto para completar os créditos relativos ao seu programa de graduação, quanto para obtenção de um Certificado de Estudo e/ou para a conclusão do programa de mestrado. Essas opções ficam disponíveis aos nossos estudantes de graduação, caso seja de seu interesse prosseguir em nossos programas na pós-graduação. As atividades de Iniciação Científica também são valorizadas, uma vez que estes trabalhos podem se constituir na base da dissertação. Palavras-chave: Graduação, Pós-graduação, Integração 1 INTRODUÇÃO O Programa Integrado de Formação – PIF - foi instituído na Universidade Estadual de Campinas em 2001 (UNICAMP, 2001), com as seguintes motivações: • • • • a elevada demanda pelos Cursos de Graduação da Unicamp e, em conseqüência, o difícil e competitivo processo seletivo para acesso às vagas disponíveis pressupõe a existência de um grande número de alunos com excelente potencial intelectual e acadêmico; o reconhecimento de que a Unicamp, nos mais diversos campos do conhecimento, detém uma notável liderança acadêmica refletida por sua elevada capacidade de formação e por uma produção científica e tecnológica de qualidade; é perfeitamente possível identificar alunos de graduação que possam seguir com sucesso disciplinas oferecidas pelos diversos programas de Pós-Graduação; é preciso incentivar uma maior participação de alunos de graduação nos programas de iniciação científica que podem, em muitos casos, ser realizados conjuntamente com disciplinas de Pós-Graduação. Observa-se que existe um interesse explícito em incentivar os estudantes de graduação com excelente potencial acadêmico a prosseguir os estudos no nível do mestrado stricto sensu, aproveitando a qualidade da pós-graduação oferecida pela Universidade. Adicionalmente, espera-se que com tal possibilidade sejam também incentivadas as atividades de Iniciação Científica, uma vez que estas podem ser embriões da dissertação de mestrado. 2 O PROGRAMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO Do Programa Integrado de Formação podem participar alunos regularmente matriculados em cursos de graduação oferecidos pela Unicamp. O Programa permite a realização simultânea de disciplinas de Graduação e de Pós-Graduação com vistas à obtenção sucessiva de diplomas de Graduação e de Mestrado stricto sensu em áreas específicas do conhecimento. No âmbito da Pós-Graduação, os alunos participantes deste programa constituem uma subcategoria de alunos especiais, denominada Acadêmicos em Formação Integral. A implantação ou não deste programa no âmbito de cada Unidade de Ensino e Pesquisa foi decidida pela respectiva Congregação e, em caso de participação, as regras para aceitação de alunos a este Programa são definidas pela Congregação, por proposta da respectiva Comissão de Pós-Graduação. Cada aluno deste Programa é orientado em suas atividades por um orientador credenciado, segundo critérios estabelecidos pela Unidade de Ensino e Pesquisa mesmo durante a graduação, após sua adesão ao PIF. Para que um aluno deste Programa venha a concluir um Curso de Mestrado é necessário que ele se submeta e seja aprovado no processo seletivo de ingresso como aluno regular no mesmo Curso de Pós-Graduação. Em tal situação, todos os créditos obtidos em disciplinas de Pós-Graduação, em que o aluno tiver sido aprovado, poderão ser convalidados no momento de seu ingresso como aluno regular de Pós-Graduação, por solicitação do aluno, a critério do seu orientador e da CPG da Unidade. As questões dos tempos máximos e mínimos de titulação são regulamentadas por normas específicas da Universidade. 2.1 A implantação do PIF na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação No segundo semestre de 2002 o PIF foi implantado na FEEC (FEEC, 2002), sendo gerido pela Coordenadoria de Pós-graduação. Sua adoção se deve a uma convicção de que o mestrado é uma etapa importante pois ajuda a aprimorar o conhecimento e a amadurecer o estudante para enfrentar, com maior desenvoltura, as etapas seguintes de sua formação científica. Para a FEEC, as motivações para participação no Programa são: incentivar os alunos de graduação a ingressarem na pós-graduação; diminuir o “tempo médio de titulação” para o mestrado; valorizar o mestrado stricto sensu (ameaçado pela concorrência com o mestrado profissional e como alternativa ao doutorado direto); oferecer ao aluno uma nova modalidade de direcionar a graduação para uma área de seu interesse. O ingresso no programa é feito através de um ofício encaminhado ao coordenador de PG pelo orientador, indicando o aluno de graduação para participação no PIF. Dado que a regulamentação interna da FEEC estabelece uma quantidade máxima de orientandos, foi decidido que as orientações do PIF não são contabilizadas para este total. Foi também definido que os alunos deste programa terão prioridade sobre os demais Estudantes Especiais no tocante à obtenção de vaga em disciplinas da Pós-Graduação. A participação no PIF não obriga o estudante a ingressar no mestrado mas, se o fizer, o ingresso como aluno regular da Pós-Graduação é realizado juntamente com os demais candidatos, obedecendo, os critérios de seleção vigentes. Ainda com o objetivo de incentivar a participação dos estudantes, foram estabelecidos critérios para atribuição de bolsas da quota institucional (CAPES e CNPq). A CPG determina, ao final de cada semestre, o número de bolsas que serão alocadas ao PIF no semestre seguinte. (FEEC, 2005). As bolsas alocadas ao PIF serão atribuídas por um período máximo de 12 meses, sem possibilidade de renovação ou prorrogação. Podem se candidatar às bolsas alocadas o aluno inscrito no programa que concluir o curso de Engenharia Elétrica ou Engenharia de Computação na Unicamp no prazo máximo de 10 semestres (cursos diurnos) ou 14 semestres (curso noturno) assim como concluir, durante a graduação, pelo menos 60 créditos em disciplinas de pós-graduação, passíveis de convalidação para o programa de mestrado da FEEC. O critério para atribuição de bolsa alocada ao PIF tem como base o coeficiente de rendimento (CR) do candidato, computado no final do último semestre letivo da graduação. O aluno que detém uma bolsa alocada ao PIF e não defender dissertação de mestrado durante a sua vigência poderá, a critério do orientador, competir por uma bolsa da cota institucional segundo as normas vigentes de atribuição destas bolsas. A Figura 1 ilustra a expectativa de atividades para os estudantes durante o último ano da graduação e no ano de pós-graduação. Entre parênteses indicam-se os anos relativos ao curso noturno, que tem integralização em sete anos. O PIF não exclui a possibilidade de realização de programas de iniciação científica. Pelo contrário, atividades de IC são incentivadas durante o último ano de graduação como atividade inicial da pesquisa de dissertação objetivando o mestrado. Em relação ao estágio em empresa, apesar de não ser totalmente incompatível com o PIF, não se encaixa bem com a proposta, pois normalmente demandam um número excessivo de horas semanais, raramente a atividade de estágio está associada com pesquisa e prepara o aluno para uma carreira na empresa, não para uma formação mais generalista como se propõe o mestrado. Figura 1 Expectativa de atividades do PIF. 2.2 Análise dos resultados do PIF na FEEC A Tabela 1 mostra a participação e os resultados do Programa Integrado de Formação na FEEC desde seu início até o ano de 2006. Observa-se que pouco mais de 50% dos estudantes de graduação que ingressam no PIF efetivamente se matriculam no mestrado. Destes, 50% chegaram a concluir o mestrado, embora este número possa crescer um pouco por conta dos ingressantes em 2006 e que possivelmente finalizarão suas dissertações em 2007. Esta taxa de evasão é praticamente igual à evasão geral do mestrado na FEEC, o que indica não haver uma diferenciação dos estudantes neste aspecto. A principal razão da evasão, e mesmo do não ingresso na pós-graduação é a grande atratividade do mercado de trabalho para os formandos, com salários muito mais altos do que as bolsas e, em geral, com oportunidades profissionais muito atraentes. O aspecto mais positivo do PIF refere-se ao tempo médio entre o ingresso na pósgraduação e a apresentação da dissertação, que é de apenas 11 meses, menos do que a metade do tempo médio do mestrado convencional. Nota-se também uma forte variação anual na quantidade de participantes, com um grande incremento em 2004, ano no qual foram apresentadas as primeiras dissertações e, como conseqüência, houve grande divulgação do Programa através dos meios de comunicação universitários (ALVES FILHO, 2004). Considerando apenas os 20 ingressantes em 2004, destes 15 se inscreveram na pósgraduação, sete já apresentaram sua dissertação e sete ainda estão cursando, de modo que se espera a conclusão das dissertações, mesmo que em um tempo mais elevado. Ou seja, são números melhores do que a média dos cinco anos estudados. Tabela 1 – Resultados do PIF no período 2002-2006. Quantidade de estudantes/ano Ingresso no PIF Ingresso na Pós-graduação Conclusão do mestrado Atualmente no mestrado Abandono 2002 5 0 0 2003 6 2 0 2004 20 10 5 2005 3 5 3 2006 7 5 3 Total 41 22 11 10 1 A participação destes estudantes no total de mestrados é pequena. Entre 2004 e 2006 houve 242 dissertações na FEEC, com um tempo médio de 24 meses. Cinqüenta e dois estudantes fizeram sua graduação na FEEC. Os alunos oriundos do PIF representam cerca de 5% do total e 22% dos que se formaram na Faculdade. Comparando-se com o triênio anterior (2001-2003), no qual houve 224 titulações, 32 foram de estudantes graduados na FEEC. Embora seja preciso uma análise mais de longo prazo, pode creditar o aumento de mestrados realizados por alunos da própria faculdade, em boa parte, ao PIF. Outro aspecto relevante na Tabela 1 refere-se à redução na participação nos anos a partir de 2005 (em 2007, até abril havia quatro inscritos). Este dado indica a necessidade de maior divulgação junto aos estudantes, o que deve ser realizado pelas coordenações de curso principalmente junto aos estudantes no quarto ano. 3 CERTIFICADOS DE ESTUDOS Os cursos de Engenharia Elétrica e de Engenharia de Computação propiciam uma formação generalista, com forte ênfase nas disciplinas fundamentais relativas às ciências naturais, ciências matemáticas, ciências da computação e ciências das engenharias. Juntamente com esse conjunto de disciplinas são oferecidas aos estudantes disciplinas fortemente orientadas para os ramos específicos da engenharia, elétrica e de computação, com possibilidades de uma maior especialização através dos Certificados de Estudos. Na Engenharia Elétrica não existem modalidades nem ênfases. No curso de Engenharia de Computação há duas modalidades: Sistemas de Computação e Sistemas e Processos. A FEEC é responsável pelas disciplinas desta segunda modalidade, que é cursada a partir do sexto semestre do curso. Os Certificados de Estudos são oferecidos aos alunos regulares de graduação e visam a possibilidade de conclusão de um conjunto de disciplinas integrantes de ramos específicos de conhecimento da Engenharia Elétrica e da Engenharia de Computação. Cada Certificado de Estudos oferecido pela FEEC tem um professor tutor responsável. Os Certificados de Estudos são revisados a cada dois anos, de maneira a permitir sua atualização permanente, sem que seja necessária uma alteração no conjunto das disciplinas obrigatórias dos cursos. Até 2006 estavam em vigência nove certificados de estudos. A reformulação e ampliação realizadas naquele ano levaram a um aumento para 13 certificados, conforme listados a seguir. Espera-se que a maior abrangência temática faça com que um número maior de estudantes optem por obter tais certificados e que, como conseqüência, se amplie a participação no PIF. A maior parte das disciplinas de cada Certificado de Estudos é composta de disciplinas de pós-graduação, para as quais foram criadas siglas específicas na graduação. Desta forma, ao se aprofundar em uma determinada temática, o estudante também estará acumulando créditos que lhe permitirá (caso se matricule como aluno especial na pós-graduação) acelerar a obtenção do mestrado. Atualmente são os seguintes Certificados de Estudos oferecidos na FEEC (UNICAMP, 2007): Fundamentos da Engenharia de Computação, que tem como objetivo oferecer aos alunos de Engenharia Elétrica uma oportunidade de complementação de seus estudos em fundamentos da Engenharia de Computação. Fundamentos da Engenharia Elétrica, que tem como objetivo oferecer aos alunos de Engenharia de Computação uma oportunidade de complementação de seus estudos em alguns dos fundamentos da Engenharia Elétrica. Engenharia de Som, que tem como objetivo fornecer aos alunos de engenharia elétrica e engenharia de computação conhecimentos básicos em engenharia de som, envolvendo a acústica clássica e tratamento digital do som e conhecimentos de música: linguagem musical e percepção. Telecomunicações e Telemática, que tem como objetivo oferecer aos alunos de Engenharia Elétrica e de Engenharia de Computação. A convergência entre Televisão, Computação e Telecomunicações deverá levar ao surgimento de grandes redes integradas, interativas e inteligentes. Esta evolução está baseada numa plêiade de novas técnicas, que deverão ser desenvolvidas para as Comunicações via Cabo, Comunicações Ópticas e Comunicações sem Fio. A otimização destas técnicas coloca novos problemas no âmbito da Teoria das Comunicações, da Teoria de Informação, e do Processamento de Sinais. Sistemas de Energia Elétrica tem enfoque na análise do planejamento e da operação de sistemas elétricos de potência. Seu objetivo principal é formar profissionais de alto nível que possam contribuir de maneira efetiva para a manutenção e desenvolvimento do setor elétrico. Engenharia Biomédica tem por objetivo propiciar ao estudante de graduação a oportunidade de interação com pesquisadores e o aprendizado de tópicos relevantes na solução de problemas típicos dos diversos ramos específicos de conhecimento (Engenharia Médica e Biológica, Bioengenharia, Engenharia de Reabilitação e Engenharia Clínica) da área de Engenharia Biomédica. Sistemas de Controle, que tem como objetivo propiciar aos alunos uma visão abrangente da área e o domínio das principais técnicas de modelagem, análise e projeto de sistemas de controle lineares e não lineares. É uma área que apresenta grande atividade e desenvolvimento acelerado, tanto do ponto de vista da introdução de novas ferramentas de software para modelagem, análise e projeto de sistemas, quanto do ponto de vista do hardware, no que diz respeito às inovações tecnológicas para a fabricação de sensores, atuadores e controladores, aplicando-se a processos industriais críticos do ponto de vista de desempenho e de segurança. Sistemas Distribuídos e Redes de Computadores tem como objetivo principal oferecer aos alunos de graduação uma formação voltada para o desenvolvimento, operação e manutenção de sistemas computacionais distribuídos. O elenco de disciplinas associadas ao explora as recentes tendências na área como, por exemplo, a convergência de redes e serviços em direção à Internet, a mobilidade e a comunicação multimídia propiciada pelas redes sem fio e redes de alto desempenho, e os recentes padrões, tecnologias e produtos empregados no desenvolvimento de sistemas distribuídos seguros. Automação e Sistemas Inteligentes, que tem apresentado nos últimos anos um desenvolvimento significativo, principalmente com o progresso obtido a partir de técnicas tais como os sistemas e lógica “fuzzy”, as redes neurais, os algoritmos genéticos e outros tipos de sistemas evolutivos. Conjuntamente com técnicas tradicionais, de inteligência artificial e tecnologias de agentes, as metodologias vêm proporcionando o desenvolvimento de sistemas que contribuem para a solução eficaz de problemas complexos de engenharia, particularmente no contexto de automação. Otimização de Sistemas, que tem como objetivo proporcionar aos estudantes uma formação em otimização de sistemas e suas interações em processos de decisão e gestão de recursos. Tradicionalmente, a pesquisa operacional tem desempenhado papel importante nas áreas de projeto, planejamento, e operação de cadeias ou redes de suprimento. Sua aplicação tem se estendido para uma grande variedade de áreas tais como: agricultura, finanças, medicina, marketing, recursos naturais, energéticos e ambientais, e políticas no setor público, envolvendo serviços de saúde, educação, saúde pública, justiça criminal, serviços urbanos segurança pública. Técnicas de Projeto de Sistemas Embutidos tem por objetivo capacitar os alunos de graduação a utilizar em seus projetos as técnicas que possibilitaram o acelerado progresso na indústria de sistemas embutidos. Os cursos enfatizam três aspectos do projeto: projeto de hardware dedicado, projeto de software a ser executado em processadores disponíveis no mercado e projeto do sistema completo. Eletrônica, Microeletrônica e Optoeletrônica tem como objetivo oferecer aos alunos de graduação um elenco de disciplinas para compor uma formação nesta área, que é muito dinâmica e de elevado conteúdo tecnológico. A concepção de tecnologia de fabricação de componentes eletrônicos ou ópticos integrados é uma área de atuação de engenheiros com alta demanda de profissionais nos âmbitos nacional e internacional. A área de fabricação de componentes eletrônicos permeia praticamente todos os campos da Eletrônica, Informática e Telecomunicações. É uma área econômica essencial em qualquer país e fundamental para o desenvolvimento. Aplicações de Energia Elétrica tem como objetivo proporcionar aos estudantes, na finalização de seu programa de graduação, um direcionamento em seus estudos para os conhecimentos científicos e as tecnologias atualizadas de extensa e intensa utilização no setor industrial ligado à Energia Elétrica. 3.1 Avaliação quantitativa dos Certificados de Estudos A Tabela 2 mostra os Certificados de Estudos solicitados e emitidos no biênio 2004/5. A quantidade total representa que cerca de 30% dos estudantes concluinte solicitaram estes certificados. Observa-se uma distribuição bastante heterogênea nas quantidades, com uma consistência maior no de Telecomunicações. Em alguns casos, devido a dificuldades de oferecimento das disciplinas eletivas, principalmente em função da redução do corpo docente, pode ter ocorrido que não foi possível aos estudantes cursarem os créditos necessários à finalização do Certificado. Devido a dificuldades de levantamento de dados, não foi possível até o momento cruzar os dados dos Certificados de estudos com a participação no PIF. Seria de especial interesse verificar se os participantes do PIF fazem disciplinas também tendo como objetivo a obtenção do Certificado. Tabela 2 – Certificados de Estudos emitidos no período 2004-2005. Certificados de Estudos Automação e Sistemas Inteligentes Energia Elétrica Engenharia Biomédica Engenharia de Som Otimização de Sistemas Sistemas de Controle Sistemas Distribuídos e Redes de Computadores Sistemas de Energia Elétrica Telecomunicações Total 4 2004 1 0 5 2 2 2 1 3 8 24 2005 0 1 0 9 2 2 4 3 6 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp tem realizado esforços para integrar os estudos de graduação e de mestrado com benefícios em ambos os programas. Para a graduação, tem-se uma maior oferta de disciplinas eletivas, normalmente vinculadas aos assim chamados Certificados de Estudos. Para a pós-graduação, através do Programa Integrado de Formação, procura-se atrair os melhores alunos para que, em um prazo curto, inferior a um ano, obtenham o mestrado após a conclusão da graduação. Tais procedimentos exigiram o estabelecimento de procedimentos que permitissem aos estudantes da graduação cursarem disciplinas como estudantes especiais na pós-graduação de forma a ser possível a posterior convalidação dos créditos para o mestrado. Nos anos de existência do PIF notou-se uma grande variação de inscrições, o que aparentemente está relacionado à divulgação do programa junto aos estudantes. Nota-se também que houve um impacto na quantidade de estudantes da própria FEEC que realizam o mestrado e que os baixos tempos médios para a titulação destes estudantes é significativo para a melhoria dos índices do curso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES FILHO, M., Programa abrevia tempo de obtenção de título de mestre. Jornal da Unicamp, Campinas, Edição 266 - de 20 a 26 setembro de 2004. FEEC, Resolução Interna 36, Disponível em http://www.fee.unicamp.br/cpg/PIF/res36.html. Acesso em 14/05/2007. FEEC, Resolução Interna 37, Disponível em http://www.fee.unicamp.br/cpg/PIF/res37.html Acesso em 14/05/2007. UNICAMP, DELIBERAÇÃO CEPE-A-22, DE 04/12/2001. Disponível http://www.fee.unicamp.br/cpg/PIF/CEPE-A-22-01.html Acesso em: 3/05/2007. em: UNICAMP, Catálogo dos Cursos de Graduação 2007, Pró-reitoria de Graduação da UNICAMP, Campinas, 2007. INTEGRATION OF UNDERGRADUATE AND GRADUATE STUDIES AT FEEC – UNICAMP: INTEGRATED DEGREE PROGRAM AND STUDIES CERTIFICATE Abstract: This paper depicts the activities experienced at the School of Electrical and Computer Engineering of the State University of Campinas leading to the integration of the undergraduate and graduate studies Electrical and Computer Engineering. The main objective of such activities is to attract the undergraduate students to pursue a Master scheme while they are still in their undergraduate course and to obtain their Master title no later than one year after under graduation is ended. The main instrument in this direction is the Integrated Degree Program, through which the undergraduate students are entitled to enroll in the graduate classes in the condition of special students. The credits obtained in such a condition are then validated when the student formally enters the graduate scheme. With all credits necessary for the Master scheme obtained while in the undergraduate course, the time in the graduate course totally devoted to the research. This allows for a mean time of 9 months to obtain the Master degree. Another action in the same direction concerns the Studies Certificate, an instrument that allows the undergraduate students to choose a set of elective classes that form a coherent line of knowledge in a given theme. Many of the classes in the Studies Certificate are the same as those in the graduate courses. This way, the student may both obtain the Studies Certificate as well the necessary credits for the Master scheme. A further tool in the same direction is the Scientific Initiation, through which the student is initiated in the research activities. Again, this may lead to the research that the student may carry out in his/her Master scheme. Key-words: undergraduate studies, master degree, graduate studies