1200102468 1111111111111111111111111111111111111111 ALBERTO AJZENTAL ESTUDO DA VARIAçÃO DAS VENDAS DE WJAS DE UMA REDE DE FAST- FOOD ESTUDO DA VARIAçÃO DAS VENDAS DE LOJAS DE UMA REDE DE FAST- FOOD Podemos explicar as variações nas vendas das lojas da Grande São Paulo principalmente por fatores exógenos? Bancaexanrlnadora Prof. Orientador: Prof. Dr. Marcos Fernandes Gonçalves da Silva Prof. Dr. Wilton de Oliveira Bussab Sr. Marcel Fleisehmann FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO ALBERTO AJZENTAL ESTUDO DAVAffiAÇÃO DAS VENDAS DE WJAS DE UMA REDE DE FAST- FOOD Podemos explicar as variações nas vendas das lojas da Grande São Paulo principalmente por fatores exógenos? , Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional - MBA da FGVIEAESP Área de Concentração: Economia como requisito para obtenção de título de mestre em Administração Fundação Getulio Vargas Escola de Administração de Empresas de Silo Paulo Biblioteca Orientador: Prof. Dr. Marcos Fernandes Gonçalves da Silva 1200102468 SÃO PAULO 2001 SP-00023602-4 AJZENTAL, Alberto. Estudo da variação das vendas de lojas de uma rede de fast-food: podemos explicar as variações nas vendas das lojas da Grande São Paulo principalmente por fatores exógenos? São Paulo: EAESPIFGV, 2001. 104p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da EAESPIFGV, Área de Concentração: Economia). Resumo: Como fazer para avaliar o desenvolvimento no faturamento de uma empresa ou segmento de negócio quando não se dispõem de informações sobre o setor em que a empresa se insere. Através deste trabalho aprofundou-se o conhecimento do segmento de mercado de alimentação fora do domicílio, inclusive com a aplicação de teoria micro-econômica. Palavras-Chaves: Pesquisa de Orçamento Familiar - Alimentação Fora do DomicílioRestrição Orçamentária - Elasticidade de Demanda a Preço - Bens Substitutos DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuiram para o alcance de mais esta realização. Em especial a meus pais Icek e Maria, minha esposa Ilana, meus irmãos Esther e Ari e a meu sogro Sabi, que teria dado bons palpites. AGRADECIMENTO Agradeço ao Prof. Marcos pelo seu envolvimento no trabalho e pela maneira como incentiva seu orientado, ao Prof. Bussab pela valiosa participação e sempre pronta recepção e ao caro Marcel pelo seu interesse e disponibilidade. sUMÁRIo 1. INTRODUÇÃO PARTE I 2. 3. 10. 11. 13. 14. 15. 16. DE ORÇAMENTO FAMILIAR A ALIMENTAÇÃO FORA DO DOMICÍLIO E O ORÇAMENTO FAMILIAR ESTUDO DE TAMANHO DE MERCADO PARA O MUNICÍPIO DE SÃO PAULO PESQUISA À ENTIDADE REPRESENTATIVA DE CLASSE PARTE IV 12. p.12 TEORIA ECONOMICA A PESQillSA CONSIDERAÇÕES NUMÉRICAS CORRELAÇÃO ENTRE VENDAS DE UMA LOJA E ÍNDICES DIVERSOS REGRESSÃO UTILIZANDO OS ÍNDICES DE MAIOR CORRELAÇÃO CÁLCULO DA EVOLUÇÃO DOS PESOS DOS ITENS CONSUMIDOS CÁLCULO DAS ELASTICIDADES DOS ITENS CONSUMIDOS DESMEMBRANDO O ITEM ALIMENTAÇÃO EM FORA DO DOMICÍLIO E NO DOMICÍLIO PARTE V p. 10 p.lO RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA ELASTICIDADE E RENDA OS EFEITOS DE RENDA E SUBSTITUIÇÃO MONOPÓLIO, COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA E OLIGOPÓLIO FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE: IMPACTO DA VARIAÇÃO DA RENDA NAS VENDAS PARTEID 9. MERCADO DE FAST FOOD O SETOR DE FAST FOOD ASPD. PARTE 11 4. 5. 6. 7. 8. o p.5 CONCLUSÃO FINAL 17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS ANEXOS p.25 p. 25 p. 30 p. 32 p.33 p.35 p.37 p. 37 p.68 p. 70 p.72 p.72 p.75 p.77 p.84 p. 87 p.91 p. 93 p.95 5 1. Introdução É imprescindível para o administrador a constante avaliação do desempenho dos resultados de sua empresa. Entretanto devido a diversos fatores, nem sempre é possível dispor de dados para que se possa comparar os resultados obtidos pela empresa com empresas concorrentes do mesmo setor de atuação. Neste trabalho, voltado para analisar o desempenho de uma loja de uma rede de lojas de fast-food, não dispondo eventualmente estar disponíveis Restaurantes, por exemplo, de dados críveis do setor, que neste caso poderiam através de entidade de classe como o Sindicato de Bares e procuraremos verificar faturamento da loja recorrendo a comparações indiretas. a performance da evolução do 6 Assim como em outros segmentos de negócios, neste, podemos entender que as variações apresentadas nos resultados de vendas são decorrentes de fatores exógenos (ambiente econômico) ou endógenos (intrínsecos) à operação da loja. Dentre os fatores endógenos podemos citar o desenvolvimento de novos produtos, investimentos para melhoria do atendimento ao cliente, campanhas de marketing mais agressivas, atualização na arquitetura da loja e adequação aos preços cobrados em relação à concorrência, apenas para citar alguns. Dentre os fatores exógenos podemos citar como constituintes de um cenário macroeconômico, a variação da renda familiar, a mudança na preferência dos agentes pela alocação de seus recursos ou a entrada de novos concorrentes onde atua a empresa, estes fatores podem variar entre diferentes cidades onde se encontra a loja ou até entre diferentes Shoppings. Assim estudaremos dados como taxas de desemprego, taxas de juros para consumo de bens duráveis, a evolução de consumo de bens duráveis e dos índices econômicos gerais dentre inúmeros outros. Tentaremos, utilizando técnicas estatísticas, mais precisamente através da utilização das ferramentas de correlação e regressão linear, avaliar e tentar extrair alguma relação entre estes índices com a evolução de faturamento da loja. Desta forma, entre estudarmos os fatores endógenos e os exógenos à operação procuraremos estudar este último. A razão para tal é que para testar os fatores endógenos da operação teríamos que recorrer a experimentos e pesquisas onde alguns destes fatores teriam de ser isolados para que pudéssemos analisar a influência de cada um destes no todo. Além de bastante dispendioso este procedimento é praticamente inexeqüível para a estrutura da empresa que estamos desenvolvendo este estudo, assim como para tantas outras de pequeno e médio porte. Através do estudo dos fatores exógenos podemos, baseado em seus resultados, inferir qual a evolução dos resultados da empresa em estudo com relação ao meio e inferir 7 se a variação apresentada pela nossa empresa é consoante ao meio ou foi mais devida à fatores exógenos. Estaremos assim fazendo uma bancada de testes da operação desta empresa não com o setor específico mas com a economia como um todo. Será interessante procurar observar, se possível, até que ponto uma operação de fast food de comida italiana localizada em praça de alimentação de Shopping Center, que é o caso deste estudo, apresenta variações em seu faturamento mais em função de uma operação de frango frito na sua vizinhança, de um aumento no custo da gasolina ou em função da queda nos juros. Demonstrando a atualidade deste tema, tendo como cenário a região metropolitana de São Paulo no ano que se passou, vejamos por exemplo, esta notícia divulgada recentemente, aonde se aborda o fato de o aumento na conta de luz de uma determinada família, fazer com que haja uma mudança em parte de seus hábitos alimentares: "O administrador de empresas Luís Antônio da Silva, de 34 anos, é analista frnanceiro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (lPT) e ganha R$ 1500,00 por mês. Embora tenha recebido aumentos no valor total de R$ 200 desde que começou no emprego, há quatro anos, Silva calcula que a parcela de seu salário destinada ao pagamento de tarifas públicas é muito maior do que era no início [...] uma das tarifas que mais pressionam o orçamento doméstico de Silva é a energia elétrica. Silva está certo em sua contabilidade informal e o que acontece em sua vida hoje é muito mais comum do que ele imagina. [...] "Além do desemprego e da crise econômica terem contribuído para reduzir a renda dos assalariados desde 1998, o governo aumentou bastante as tarifas e os impostos" afirma o coordenador do IPC da Fipe, Heron do Carmo. [...] As tarifas de telefone fixo lideram os aumentos, com alta de 379%. Nesse caso, como o cálculo reflete o aumento da assinatura, não dá para fugir desse aumento fazendo economia no uso do telefone. As tarifas de ônibus representam hoje o segundo maior aumento no orçamento do trabalhador, com alta de 130%, seguidas pela água e esgoto, com alta de 112% e, ainda, da gasolina, com 123%. O preço da energia elétrica, outro item importante e pouco flexível no orçamento familiar, subiu 73%. [...] Se os gastos aumentam com as tarifas básicas, a solução é cortar o supérfluo, mesmo que, no caso de Silva, seja uma simples pizza no domingo. ''Não pedimos mais pizza porque preferimos comprar os ingredientes no supermercado e prepara-la em casa para fazer 8 economia" diz. [...] Nesse momento ocorre o deslocamento do consumo e, como conseqüência, a apropriação de renda do setor privado pelo público. Esse movimento é exatamente inverso àquele que propiciou o aumento da renda da população mais pobre no início do Plano Real. Naquela época, com o fim do imposto inflacionário, o governo repassou os ganhos para a população de mais baixa renda." (GOMIDE, 2000). Ou como, nas duas notícias veiculadas em jornais expostas a seguir, estas mostram como o aumento dos preços das prestadoras de serviços públicos, faz com que outras famílias, dada a sua restrição orçamentária, apresentam uma alteração comportamental de consumo aonde tem que recorrer ao expediente de substituir o consumo de determinados produtos por outros de menor preço: "Para encaixar o orçamento na renda familiar, o consumidor está mantendo os gastos compulsórios como energia elétrica, água, planos de saúde, educação e cortando despesas onde é possível fazer algum ajuste. Na análise de Cornélia Nogueira Porto - coordenadora do Índice de Custo de Vida do Departamento Inter-sindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (lCV - Dieese), os ajustes nas despesas devem estar ocorrendo nos produtos e serviços passíveis de substituição, como a troca do transporte individual pelo coletivo, produto de primeira pelo de segunda - caso da carne - ou naqueles gastos que podem ser adiados, como a compra de artigo de vestuário ou de eletroeletrônico." (CHIARA, 2000). "A perda do poder aquisitivo do consumidor vem sendo notada em lojas de supermercado localizadas tanto em bairros da classe média como em locais mais afastados onde o poder aquisitivo é menor. "Sentimos o reflexo nas vendas toda vez que os chamados preços controlados sobem" diz o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga), Wilson Tanaka. "E perceptível a redução no consumo de produtos de valor agregado mais alto e a troca de marcas líderes por outras de menor preço", explica. A movimentação ocorre principalmente em categorias como artigos de limpeza e higiene e utilidades domésticas. [...] A preocupação de redução de despesas supérfluas para equilibrar o orçamento familiar também é observada em lojas destinadas a um público de maior poder aquisitivo. No empório Chiapetta, o consumo de frios em geral caiu 25% em agosto. [...] No setor de delicatessen, que abrange importados finos, a redução foi de mais de 50%, segundo Eduardo Chiapetta, dono de quatro lojas, localizadas em Shoppings e no Mercado Central." (DANTAS, 2000). 9 Como pano de fundo, aproveitaremos, na procura desta resposta, a oportunidade para esmiuçar a estrutura de despesas das diversas famílias pertencentes a diferentes classes sociais da região Metropolitana de São Paulo e de como esta estrutura de despesas é dinamicamente influenciada pelos índices macroeconômicos ou até pela introdução de inovações tecnológicas que podem alterar os hábitos dos consumidores,por exemplo, como abordado na reportagem a seguir: "Os paulistanos da classe média já gastam mais com novos itens de consumo (como celular e Internet) do que com produtos farmacêuticos, de higiene e limpeza e serviços domésticos. Pesquisa inédita desenvolvida pela agência Grottera.com mostra que 3,66% das despesas totais das famílias são destinadas a produtos que há poucos anos quase não participavam do mercado. O porcentual está acima de diversos grupos de gastos na comparação com os dados regionais de São Paulo da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) da Fundação Getúlio Vargas, para famílias com renda em tomo de dez salários mínimos. O resultado é fruto da inclusão de novos hábitos de compra e pagamento no orçamento mensal que, segundo a Grottera, mudaram significativamente para 63% dos brasileiros nos últimos cinco anos" (BREDARlOLI, 2001) Neste trabalho começaremos explorando a Alimentação Fora do Domicílo - setor Fast Food , passaremos pela conceituação econômica aplicada neste estudo, esmiuçaremos o Perfil de Orçamento Familiar da região metropolitana de São Paulo, aplicaremos alguns processos estatísticos para corroborar nossa tese e tiraremos conclusões de todo este processo. Tratando-se de trabalho acadêmico, ao longo deste, estaremos nos referindo à empresa estudada como Spd. 10 Parte I - O Mercado de Fast Food 2. O Setor de Fast Food As Praças de Alimentação A primeira praça de alimentação inauguração do Shopping Paulista. de São Paulo foi apresentada Depois deste momento novos em 1992 com a Shoppings foram inaugurados já com praças de alimentação e antigos Shoppings reformaram suas instalações para acomodar este tipo de disposição de lojas 11 As praças de alimentação têm como característica, diferentemente de como se distribuíam as lojas de alimentação antigamente nos Shoppings, ao longo dos corredores, concentrar todas as operações de alimentação em um único local, tal que o cliente possa consumir contando com dezenas de opções e sentar em um local com mesas e cadeiras comuns a todas as operações. Quando os clientes em grupo consomem neste local, cada indivíduo deste grupo pode efetuar sua compra em uma diferente loja e sentar todos juntos. Para as operações de alimentação, a praça de alimentação representa a oportunidade de se montar uma operação utilizando uma área menor de locação de loja e um menor número de funcionários, pois sendo o local de consumo da refeição comum, não necessitam de assentos próprios tampouco de funcionários para manter esta área, estes últimos, em geral contratados de empresas de limpeza que prestam este serviço para todo o Shopping. Para a operação, esta deve se especializar e aprimorar em determinado tipo de operação, pois como são encontradas dezenas de lojas na praça, a administração do Shopping procura promover um "mix" de atividades de maneira que o cliente poderá encontrar refeições variadas como hambúrgueres, sorvetes, cafés, comidas típicas italianas, chinesas, japonesas, peixes, churrascos, comida por quilo etc, evitando a repetição. De certa forma, as praças de alimentação estão voltadas para duas situações diferentes em que o consumidor busca alimentação. Na primeira podemos citar a conveniência. Nesta situação a praça de alimentação ou o Shopping Center se situa em local de grande fluxo de pessoas próximo a região comercial, escolas, faculdades ou hospitais. Como um fenômeno principalmente das grandes cidades que em geral apresentam muito trânsito e as pessoas que trabalham não tem condições de almoçar em casa por falta de tempo, as praças de alimentação oferecem a conveniência de oferecer variedade, rapidez e preços mais baixos do que em restaurantes "a la carte" tradicionais. 12 Em segundo lugar podemos citar o lazer. Nesta situação as praças de alimentação servem para prolongar uma atividade de lazer como a ida ao cinema, um passeio pelo Shopping ou um descanso após as compras. Estas duas formas de entender como o público consumidor se relaciona com as praças de alimentação é importante pois defmem quais as operações que melhor desempenharão nestas praças. As atividades de lanche rápido como sanduíches, sorvetes, pastéis ou frango frito estão mais relacionadas com os momentos de lazer, ao passo que as operações de refeições como comida a quilo, típica chinesa ou italiano e churrasco estão mais relacionadas com refeição propriamente dita e conveniência. Sabendo que as praças de alimentação Shopping principalmente possuem uma "vida própria" no caso de conveniência, dentro do quando o cliente vem diretamente consumir seus produtos, e não como conseqüência de uma outra atividade como no caso de lazer, as administradoras de Shoppings logo entenderam que as praças de alimentação eram verdadeiras âncoras de Shoppings, assim como foram os grandes magazines antigamente e como são atualmente os complexos múltiplos de cinemas. Desta forma, os Shoppings foram projetados diametralmente de tal forma que as praças de alimentação se situam em posição oposta às principais entradas do público, de forma que os consumidores circulem através do Shopping o máximo possível para atingir este local, aumentando o fluxo de pessoas pelas demais lojas, tais como vestuário, procurando aumentar a compra por impulso ou não planejada. 3. A Spd A Spd trattoria expressa é uma cadeia de lojas fast food para praças de alimentação especializada em comida típica italiana, contando com 14 unidades é a maior rede nacional do gênero. Está distribuída nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Todas as lojas da rede são franqueadas e o franqueador possui um escritório central em São Paulo que agrega as funções de cozinha central (produz alguns produtos e faz o pré- 13 preparo de outros), de varejista (distribuidora de produtos terceirizados) mais a prestação de serviços de franqueado r que são a supervisão das lojas para adequá-las ao padrão e a administração dos recursos para a realizar dos trabalhos do fundo de promoção, além do contínuo desenvolvimento de novos produtos, desenvolvimento da arquitetura das lojas e ampliação da rede. A Spd tem por missão "oferecer ao consumidor, a um baixo preço (ticket médio de R$ 7,50), de forma conveniente, uma refeição farta e completa constituída por massa, risoto, carne, salada e bebida." 3.1. Breve História A Spd experimentando operações foi estudada ao longo de 1993. O segmento de fast food estava um crescimento bastante expressivo. Nesta época chegaram ao país as do Pizza Hut (1992) , Subway (1995) e Arby's (1992) e os Shoppings reformavam suas instalações ou agregavam aos seus novos projetos a novidade da praça de alimentação. Naquele momento foi constatado que várias operações de comida chinesa estavam surgindo (era uma moda da época) e que poucas marcas estavam explorando o mercado de comida italiana, que sempre fora muito mais difundida que a chinesa. A Spd foi criada justamente para explorar o segmento de comida italiana, aproveitando um mercado latente, mas com a preocupação de oferecer uma ótima refeição a um custo muito razoável. Contando com a vantagem obtida pelo uso de pratos que eram padrão da culinária italiana, a Spd concentrou-se em oferecer generosas porções por preços bastante atrativos. Em 1994 foi inaugurada a primeira loja no Páteo Maria Antonia, na Rua Maria Antonia, e em 1995 foram abertas mais duas lojas, a do MorumbiShopping e uma semana depois a de São Bernardo. Posteriormente foram abertas duas lojas no Centro de São Paulo, três lojas em Curitiba, uma em Belo Horizonte, uma em Jundiaí, em Santa Bárbara, em Niterói e este ano (2000) foi inaugurada mais uma no Shopping Vila Lobos e outra em Belo Horizonte, completando 15 lojas. 14 3.2. Estratégia Utilizada Talheres e pratos não descartáveis Na fase inicial foram estudados diversos concorrentes que atuavam de forma similar, dentre eles o Súbito. Uma coisa que chamou a atenção neste concorrente, é que apesar dele atuar num mercado um pouco mais sofisticado (a proposta para a Spd era trabalhar com preços em tomo de 20% mais baixos), utilizava pratos e talheres de plástico, mesmo para pratos sofisticados como carpaccio e pêra com cobertura de chocolate (sobremesa). No Bon Grille também, o consumidor de picanha ou filet mignon era atendido com plástico, pois tratava-se de um fast foode este era o conceito deles na época. Fazendo algumas contas, constatou-se que estas lojas gastavam cerca de R$ 700,00 por mês com o material descartável. Utilizando talheres metálicos e pratos de porcelana a despesa com reposição seria por volta de R$ 150,00 fora o detergente para lavar, tendo que o custo do funcionário seria marginal pois este tinha que cumprir com a sua jornada de qualquer forma. A Spd usou desde o inicio estes materiais, sendo rapidamente seguida pelos seus concorrentes. Além do aspecto custo, havia um sentimento de que os materiais descartáveis, transmitiriam a sensação de descartabilidade ao conteúdo do prato. Prato pronto vs. Bu:ffet A operação da Spd foi concebida para fornecer pratos prontos. O cliente faz seu pedido e seu prato é montado na hora utilizando os ingredientes recém grelhados, cozidos ou fritos. Isto aumenta bastante a qualidade da refeição e diminui o desperdício, quando comparamos com os sistemas de bu:ffet onde a necessidade de manutenção deste repleto pelo dia inteiro resulta em perda de qualidade e desperdício de alimentos. Geralmente os sistemas de bu:ffetsprecisam trabalhar com um grande volume de vendas para compensar a variedade e quantidade exposta. A operação de pratos prontos é bem mais flexível para fazer frente às variações no volume de vendas. 15 Cozinha Central x Cozinha Descentralizada A seguir temos as principais considerações feitas quando da decisão pelo uso de cozinha central ou descentralizada. vantagens padronização das refeições compra de insumo s de forma centralizada diminuição para a loja do custo da transação da compra necessidade altíssimo de menor área alugada no ponto de venda que em Shoppings é (menor área de cocção, produtos a serem processados, estoque) menos funcionários no ponto de venda menor dependência de funcionário chave, não precisa ter uma um cozinheiro na loja que seja uma "estrela", todos são atendentes (piso salarial da categoria) exceto o gerente. desvantagens alto custo inicial de implantação, que deve ser diluído com a abertura de várias lojas custo do transporte da mercadoria em função do custo do transporte, limitação geográfica para crescimento da rede Dimensionamento da cozinha Central A cozinha central da Spd começou a funcionar duas semanas. antes da abertura da segunda e da terceira loja e hoje atende a 12 lojas. Uma das maneiras de trabalhar com a mesma cozinha atendendo um número cada vez maior de lojas sem ter que fazer investimentos na ampliação das instalações ou ter de se mudar para outro local (pois teria que aguardar mais alguns anos para se atingir sua ótima utilização de novo) foi encontrado pelo caminho da terceirização. Na medida que aumentava o volume de produção, alguns itens foram terceirizados. Desta forma a cozinha foi cada vez mais se especializando na produção de menos itens em quantidades cada vez maiores, sempre passando para terceiros a produção de produtos não estratégicos. A Central foi se transformando de uma produtora 16 em uma distribuidora. Hoje atende por volta de 60.000 refeições / mês tendo apenas 4 funcionários na cozinha. Evolução de alguns produtos Para diminuir os custos de processo, alguns produtos passaram por uma longa jornada evolutiva. Como exemplo vamos citar o caso do molho quatro queijos. O molho quatro queijos branco é o segundo molho mais pedido, logo depois do bolonhesa. Uma de suas características é que comporta-se como um mingau. Tem o ponto certo de cozimento e não possibilita a simples adição de água ou a permanência prolongada em banho maria antes de ser servido. O molho era feito na Central, basicamente um molho branco com a adição de queijos. Era congelado e estocado na Central e depois distribuído nas lojas. Mas havia uma perda muito grande nas lojas. Percebeu-se que perdia-se a base de molho branco e os queijos que era a parte mais cara. Então decidiu-se fornecer para as lojas a base de molho branco e deixar para que as lojas adicionassem um queijo fundido sabor quatro queijos. Desta forma se houvesse perda de molho seria da base e economizaria-se na parte mais cara que eram os queijos. Depois evoluiu-se para a situação atual que consiste em uma solução de utilizar produtos liofilizados desenvolvido especialmente para a empresa. Fornece-se às lojas 250g de pó de molho quatro queijos e na loja se faz o cozimento fmal com dois litros de leite em caixinha. A cozinha diminuiu seu processo de congelamento, sua necessidade de estoque frio e de transporte. As lojas apesar de terem de cozinhar (lO minutos) o molho tiveram um ganho de qualidade do produto fmal com uma redução de 50% no custo da mercadoria, na necessidade de estoque e das perdas. Refeição vs. Lanche (Snack) Conforme mencionado anteriormente, para melhor orientação, o mercado de alimentação pode ser dividido em refeições e lanches. Nas operações de refeição, onde está atuando a Spd, existem os restaurantes de refeição à la carte, os de fast food e os do tipo 17 self service (por quilo ou preço unitário). Em lanches considera-se os sanduíches, os salgadinhos e as pizzas. Conveniência vs. Lazer Lembramos que o mercado de fast food e alimentação fora em geral atinge o consumidor de duas formas: Conveniência e Lazer. É comum que as despesas com alimentação durante a semana fiquem restritas ao valor do ticket recebido ou ao valor reembolsado pela empresa, enquanto num fim de semana nos "damos ao luxo de gastarmos até 5 vezes mais para fazer uma refeição com a namorada, esposa ou família". Isto acontece porque apesar de satisfazer uma necessidade fisiológica básica, a refeição representa na mente do consumidor diversos papéis. Ao longo da semana a refeição pode até ser um momento de relaxamento, mas geralmente existe a idéia de resolver o problema da alimentação (conveniência) e retomar para o trabalho. No fmal de semana aparece o conceito de diversão, de descoberta de novos pratos e restaurantes (lazer). 3.3. Informações sobre a Loja Operação da loja Como desde o início das operações a Spd optou por utilizar cozinha central, a loja tem como objetivo concentrar seus esforços nas áreas de preparo final e manutenção da qualidade dos pratos servidos, higiene das instalações, atendimento aos clientes, controle fmanceiro de caixa e contagem de estoque com reposição de pedidos. O franqueado é responsável pelos trâmites legais da administração da loja, relacionamento com o Shopping, funcionários e questões contábeis. 18 Cardápio" o cardápio da Spd sofre contínuas e pequenas alterações ao longo do tempo para se adequar e trazer inovações constantemente. Dentre as opções oferecidas ao público podemos classificar os produtos em massas e molhos, carnes, saladas, sobremesas e bebidas. Massas: Existem três opções de massas secas (penne, talharine e spaghetti), quatro de massas gratinadas (lasanha de chester, de frango com requeijão, de peperoni e de brócolis, panquecas de carne, de queijos e de frango com requeijão, de conchiglione e rondeli) e nhoque. Molhos: As massas podem ser acompanhadas pelos molhos sugo, bolonhesa, calabresa e branco. Risotos: São oferecidas duas opçõess de risoto o Calabrês com pedaços de linguiça calabresa e o Milanês com açafrão e vinho branco. Polenta Frita: Na promoção Trio ou individualmente oferece-se a polenta frita Carnes: As carnes apresentam três opções: polpeta frita recheada com queijo e à milanesa; bife de alcatra (chamado filetto) grelhado e peito de frango marinado grelhado. Sobremesa: A sobremesa Canuto é exclusiva, consiste em um mousse nos sabores chocolate, chocolate com menta, coco e morango coberto com uma camada crocante de chocolate. A embalagem 1 Veja um exemplo de cardápio no ANEXO A 19 do produto facilita o consumo podendo ser feita com a mão dispensando a necessidade de talheres e pratos adicionais. Bebidas: Dentre as bebidas a loja oferece refrigerantes post mix ou lata, água, sucos em lata e vinhos em taça. As lojas situadas em praças de alimentação com vocação para lazer oferecem também chopp. Sistema de atendimento da loja Ao passar pela praça de alimentação o cliente se depara com a loja que busca atrair a atenção do consumidor pelo seu luminoso, fila de clientes ("fila faz fila"), arquitetura e decoração geral da loja, banners apresentando algumas promoções/preços, fotos expondo alguns pratos, vitrine com a exposição das saladas e da atuação do canarinho (assistente de vendas cujo nome vem dos atendentes do Me Donald's devido ao uniforme amarelo). O canarinho é um funcionário que se localiza fora do limite da loja, junto ao público trajando o uniforme da rede, porta em suas mão cardápios que são oferecidos aos clientes que passam e oferece explicações quando solicitado. É um forte elemento de venda e de persuasão pois um cliente indeciso que resolve conhecer a loja e pega o cardápio, na maioria dos casos acaba consumindo lá, entretanto, esse funcionário precisa atuar com delicadeza para não desagradar os clientes. Quando a operação se encontra com uma demanda grande, o canarinho ajuda a dividir o trabalho do caixa. O canarinho apresenta os pratos, elucida dúvidas e aproveita para fazer vendas sugestivas com o intuito de aumentar o valor do ticket médio, deixando para o caixa apenas o registro no computador e confirmação do pedido ou seja, a transação comercial propriamente dita, isto serve para aliviar o estrangulamento da atividade caixa. O cliente efetua o pagamento no caixa, se desloca para sua esquerda e após dois minutos recebe a sua bandeja com seu pedido e anda para a área comum de mesas. A fila de espera para ser atendido pelo caixa e no recebimento do pedido deve ser uma só, isto quer dizer que os processos caixa e atendimento devem estar sincronizados de maneira o mais eficientemente possível. O tempo de espera de um cliente desde o momento que se 20 dirigiu à fila do caixa até o momento que sai com a sua refeição se dá em 5 minutos. A Spd conta com lojas ( 26m2 de área com 4,5 m de frente) que chegam a servir 160 refeições no período de 2 horas e ·15minutos! Os pedidos O cliente compõe o seu pedido optando pelas diversas massas, molhos, carnes, saladas e molhos de saladas. Nos cardápios e banners são apresentados os valores para as combinações de massas com carnes (Duo), carnes com saladas (Duo Light) , massas mais carnes e saladas (Trio) e risoto com polenta com carne e salada (Trio Light), dentre outros. Os fornecedores das lojas e transporte de mercadorias Excetuando-se as empresas concessionárias de serviços públicos, a loja possui do ponto de vista de suprimentos, quatro fornecedores. A empresa Coca Cola que fornece as águas e refrigerantes, um fornecedor local de pães, um fornecedor local de verduras processadas que serve para confecção das saladas e a Central franqueadora que fornece as massas, molhos, carnes, materiais de limpeza e descartáveis. Também são fornecidos pela Central para reposição da loja, uniformes, pratos e talheres. O conceito implícito está que não há interesse por parte da Central em fornecer produtos diariamente às lojas tais como pães e verduras frescas, devido ao alto custo do transporte comparado ao custo de algumas das mercadorias, assim, as lojas localizadas na grande São Paulo tem entrega de duas a três vezes por semana, em função das suas vendas e da sua capacidade de estoque (que pode variar em função do tamanho da loja). As lojas de Jundiaí e Santa Bárbara recebem mercadoria uma vez por semana. Niterói, Belo Horizonte e as três lojas de Curitiba recebem mercadorias uma vez por mês. Localização das lojas - ponto comercial A loja foi desenvolvida para operar em praças de alimentação que existem em sua maioria em Shopping Centers ou em alguns casos em ruas. Para isto deve se concentrar no fornecimento de comida típica italiana, para obedecer ao tenant-mix que existe nestas 21 situações e que é controlado pelas administrações dos shoppings ou das praças. Se por um lado o lojista está contratualmente proibido de operar sua loja além dos limites defmidos pelo administrador quanto à especialidade, entretanto não há contrapartida do administrador do Shopping, ou seja, o este é livre para colocar na praça de alimentação outra operação idêntica à do lojista. Estas lojas possuem entre 4 e 5 metros de frente e sua área vai de 26 a 50 metros quadrados (área ideal de 35 m2) Devido aos altos custos de locação e condominios por metro quadrado destas áreas, encontra-se mais uma razão para centralizar-se as atividades comuns de todas as lojas, principalmente no preparo dos pratos em uma cozinha central o que faz com que não seja necessária uma grande área de estoque ou cozinha na loja. 3.4. A Relação Franqueador Franqueado Distribuição de produtos pela Central Para aloja, a Central representa apenas um fornecedor, aonde, através de apenas um pedido, coloca o franqueado em contato com dezenas de fornecedores e de produtos valor agregado, ápice de uma cadeia de suprimento, reduzindo consideravelmente de o trabalho do franqueado. Nesta centralização há a concentração da compra de 40 insumos de 20 fornecedores diferentes, que se transformam em 60 itens a serem revendidos para as lojas franqueadas. A Central representa então para as lojas franqueadas a comodidade e economia de relacionamento com todos estes fornecedores, preparo de todos estes itens e controle e estoque de todos estes produtos o que diminui os custos de transação. Controle de estoque nas lojas É interessante lembrar que concentrando o estoque na Central que atende várias lojas, há uma previsibilidade muito maior nas necessidades das lojas. Vejamos, pode haver uma variação na venda de determinado item em alguma loja, mas somando-se o total destes itens nas lojas, na média haverá uma variação muito menor, o que facilita o controle de estoque na Central. Assim, a Central sem ter de recorrer a maiores margens sempre atende 22 as lojas, diferentemente se a loja comprasse direto, cada uma individualmente teria que aumentar seus estoques de segurança. A central alerta as lojas sobre variações na demanda de determinados pratos em função da meteorologia, feriados, festas e outras mudanças sazonais ou mesmo em função da resposta dos clientes a alguma campanha promocional que estará sendo veiculada e que já tenha sido testada previamente em outra unidade da rede. Todo este processo que seria comum à todas as lojas, centralizado em uma unidade faz com que além da redução de preços devido ao aumento das quantidades compradas e de concentrar a entrega em um só local por parte do fornecedor, libere o franqueado para ter tempo para se dedicar às atividades acima descritas específicas da loja. Apesar de haver o custo do transporte associado a esta distribuição fisica, este é amplamente suplantado pelos ganhos de escala obtidos. Para economizar na distribuição fisica, as entregas para as fora da Capital são mais espaçadas. Nestas situações o estoque da loja é dimensionado levando-se em conta a venda prevista para o prazo entre as entregas. Deve-se lembrar que o capital necessário relacionado ao estoque é de baixo valor permitindo esta política. Fundo de promoção A Central promove junto à sua rede o recolhimento de 2% do valor de faturamento bruto mensal para a formação de um fundo de promoção que tem como objetivo a implementação de ações de marketing. Anúncios em jornais, distribuição de panfletos, execução de novas fotos, execução de banners e cardápios, todas estas atividades são suportadas pelo fundo, havendo a possibilidade de algumas peças serem executadas especialmente para alguma loja ou grupo de lojas. Há uma prestação de contas onde são fornecidos aos franqueados informações sobre os recebimentos e despesas efetuadas. Royalties A franqueadora Spd Central cobra de suas lojas franqueadas a título de royalties 5% do faturamento bruto mensal. Os royalties servem para cobrir os custos de supervisão e obtenção de lucros e remunerações de investimento. Deve-se lembrar que os royalties 23 representam a totalidade de remuneração do franqueador, haja visto que a cozinha, para garantir transparência em seus custos, opera a preço de custo. Supervisão Como participante de uma rede as lojas sob a mesma bandeira devem apresentar uma padronização na operação, tanto em relação aos produtos oferecidos quanto à qualidade e atendimento. Para isto e também para garantir ao franqueado r que nenhuma loja franqueda estará fora dos padrões, o franqueador promove a visita semanal de um funcionário seu, o supervisor, que em visita às lojas orienta os franqueados, gerentes e funcionários. No final desta visita preenche um relatório com 50 itens a serem checados que totalizando pontuação atingem um valor máximo de 250 pontos, além de comentários a escritos ressaltando algum problema que possa ter ocorrido ou notado. Este relatório é assinado pelo supervisor e pelo gerente ou franqueado que desta maneira tomam ciência da qualidade de sua operação. Front Office e Back Office É nítida a separação entre Front-Offíce e Back-Offíce da operação. Para Front-Office ficaram todas as atividades que da Central não podem ser realizadas e que em geral se relacionam com o atendimento direto ao cliente e com a manutenção do ponto de venda. Apesar desta separação e da concentração atividades na Central ainda podemos identificar atividades de Back-Office de várias na loja com corte de pão, cozimento de risoto, preparo de saladas, lavagem de pratos e talheres dentre outros. Todas as atividades que são comuns à todas as lojas e que podem ser realizadas remotamente foram concentradas na Central. Exceções são feitas quando percebemos o ganho de qualidade no preparo final de alguns pratos quando realizados diretamente nas lojas. Neste caso passamos a execução da Central para a loja. Processo Produtivo Batch e Assembly Line 24 A loja opera nos dois sistemas e pode ser feita uma comparação com o Me. Donald's. No Mc. Donald's os sanduiches são produzidos em Batch na medida que são feitos em grupos de mesmos sanduíches com 6 a 12 unidades por vez. Na montagem da bandeja para servir ao cliente visualizamos um processo por Assembly Line na medida que as subpartes estão prontas e elas são dispostas na bandeja defronte ao cliente, por exemplo Big Mac + Refrigerante 300 + fritas ou Mac Chicken + suco 500 + sundae. Na Spd ocorre o mesmo, na produção dos pratos, são grelhadas várias carnes, fritas várias polentas e aquecidos vários molhos e massas. Na montagem da bandeja o montador dos pratos junta as várias partes formando o prato quente, a atendente acrescenta a salada, pergunta o molho da salada e se deseja pão e coloca sobre a bandeja o refrigerante ou sobremesa caso tenha sido pedida. 25 Parte 11 - Teoria Econômica 4. Restrição Orçamentária o estudo do comportamento do consumidor é da maior importância não só para conhecimento específico do comportamento econômico do consumidor, o que já revelariam informações preciosas do comportamento e restrições deste, mas também por se tratar de um conjunto de informações que podem ser de grande importância quando forem feitos estudos mercadológicos de consumidores e produtos. Para se iniciar o estudo das preferências dos consumidores, do ponto de vista econômico, geralmente faz-se uma divisão em três etapas. Primeiramente examinam-se as 26 preferências dos consumidores, aonde especificamente, prática como os indivíduos preferem determinados Na seqüência, procura-se determinar de maneira produtos em detrimento de outros, independente de seu preço. deve-se levar em consideração consumidores enfrentam o problema da restrição no seu orçamento, que os ou seja, sofrem limitação quanto aos produtos e quantidades que gostariam de consumir, e finalmente colocam-se as preferências e as restrições conjuntamente para que sejam determinadas as escolhas dos consumidores. Em outras palavras, dadas suas preferências e suas limitações orçamentárias, como os consumidores manifestarão suas preferências para maximizar sua satisfação? Dadas as várias opções de consumo de bens e serviços disponíveis em uma sociedade industrial, definem-se as preferências dos consumidores em termos de cestas de consumo. Uma cesta de consumo é um conjunto ou coleção de bens e serviços que um determinado consumidor consome em determinado período de tempo em função de suas necessidades, gostos e limitações orçamentárias. Como os consumidores comporão esta cesta, defmindo como se manifestam suas preferências tomando uma cesta preferível à outra é o motivo de estudo desta área da economia. Para este estudo, algumas considerações são feitas: as preferências dos consumidores são completas, ou seja, os consumidores podem classificar e comparar todas as cestas no mercado, neste caso, o consumidor preferirá a cesta A à B, a B à A ou será indiferente às duas; as preferências são transitivas, o que significa que se o consumidor prefere a cesta A à B e a B à C, em conseqüência preferirá a A à C e todos os bens são desejáveis, ou seja, os consumidores sempre preferirão mais quantidade do que menos de um determinado bem. Pode-se mostrar as preferências de um consumidor graficamente através da utilização das curvas de indiferença. Uma curva de indiferença é uma representação gráfica de todas 27 as combinações de cestas de mercado que proporcionam um mesmo grau de satisfação para um determinado consumidor. Um consumidor é então, indiferente ao consumo das diversas cestas representadas ao longo desta curva. Para descrever as preferências de um consumidor para todas as cestas de mercado que este pode consumir contendo as combinações de bens e serviços que este prefere, pode-se desenhar um conjunto de curvas de indiferença. Este conjunto tem o nome de mapa de indiferença. Cada curva de indiferença neste mapa, mostra as cestas de mercado entre as quais o consumidor é indiferente. Das cestas representadas, aquela localizada acima e á direita das anteriores é preferível pois em sua cesta há mais bens e serviços disponíveis, assim, UI é preferível à U2 que por sua vez é preferível à U3. Os formatos das curvas de indiferença podem indicar outra característica dos bens estudados quanto ao desejo de se substituir um produto por outro. Pode-se classificar os produtos em perfeitos substitutos ou perfeitos complementares. Os produtos perfeitos substitutos apresentam-se no mapa de indiferença como retas e como exemplo pode-se citar o suco de maçã e o suco de laranja para um determinado consumido,r caso para este não haja diferença entre o consumo de um ou outro. Os produtos perfeitos complementares são representados no mapa de indiferença através de curvas de indiferença em forma de ângulos retos. Um consumidor não consome uma unidade de sapato apenas sendo esta para o pé direito ou o esquerdo unicamente, o consumo deste item sempre se dá aos pares e cada um deles é complementar ao outro. Um mapa de indiferença pode explicar as preferências de um consumidor entre as várias combinações de bens e serviços, entretanto, as preferências não são as únicas responsáveis para explicar as escolhas. As escolhas individuais também são afetadas pela restrição orçamentária., o qual limita a capacidade de consumo face aos preços que o consumidor deverá pagar pelos produtos escolhidos. 28 Um consumidor de renda R, poderá consumir a quantidade Qa de um determinado item A de preço Pa, uma determinada quantidade Qb de um produto B de preço P, e assim sucessivamente de tal forma que A linha de orçamento indica todas as combinações de A (alimento) e V (vestuário), por exemplo, que um determinado consumidor gastará parte de seu orçamento. A combinação do par de consumo de (NV) que o consumidor exercerá, quando consumir mais de um dos itens, implica necessariamente no menor consumo do outro. Este par de escolha é afetado tanto pelas mudanças nos preços relativos de cada um dos itens, quanto na mudança na renda R. Quando a renda aumenta, mais produtos de A e V podem ser consumidos detrimento no consumo do outro, reciprocamente. sem Quando os preços relativos sofrem alterações, o consumidor através da escolha de suas preferências poderá alterar a relação de consumo de itens A e V, de tal forma que um menor consumo de um item que tenha seu preço aumentado, possa representar a manutenção de consumo de outro item cujo preço não tenha variado, ou mesmo diminuído. Entretanto, se ambos os preços dos itens A e V sofrerem o mesmo aumento, apesar do seu preço relativo manter-se constante, o consumidor para manter o consumo destes itens como anteriormente, não podendo ultrapassar sua restrição orçamentária, terá que consumir menos de outro item que compõem sua cesta R - (NV). Entramos, assim, no conceito de poder de compra, ou seja, a capacidade do consumidor em adquirir produtos no mercado. Este não apenas é determinado pela renda do consumidor, mas também, pelos preços dos produtos adquiridos. É então uma relação comparativa. Se a renda dobra, mas os preços também dobram, o poder de compra se mantém constante. 29 Tendo discutido sobre as preferências de consumo e as restrições orçamentárias, poderemos determinar como os consumidores, individualmente, decidem como consumir. Dado que os consumidores agem racionalmente, estes escolherão maximizar sua satisfação (ou necessidade), dadas as limitações orçamentárias que lhes são disponíveis (ou impostas). o consumidor no futuro, possibilidades pode abrir mão do consumo imediato de um produto para consumi-lo fazendo urna poupança, ou ao contrário, consumir mais do que suas imediatas através da utilização de um empréstimo, arcando com um custo extra deste empréstimo no futuro. Por simplificação neste trabalho, estaremos estudando o dispêndio de toda a renda de consumo no momento, de tal forma que não teremos que estudar as variações das taxas de poupança interna, dos volumes de empréstimo ou das taxas de inadimplência. Sabemos que a cesta de mercado que maximiza a satisfação do consumidor está localizada sobre a curva de indiferença mais alta aonde toca a linha orçamentária. Neste ponto de intersecção, a taxa marginal de substituição entre os produtos A e V se iguala à razão de preços entre eles. O beneficio marginal se iguala ao custo marginal. Este é então o ponto aonde a satisfação é maximizada. A preferência revelada nos mostra que se um consumidor prefere a cesta de mercado A em detrimento da B de acordo com sua restrição orçamentária h, em face à restrição h, aonde a cesta B será preferida do que a C, A será a preferida em toda a área definida pelas restrições h e h. Em particular para o estudo da restrição orçamentária na Região Metropolitana de São Paulo, como visto adiante no Capítulo III - Perfil de Orçamento Familiar, pode-se perceber que dada as características sócio-econômicas da população, ocorre um fenômeno conhecido como demanda reprimida, dado que urna grande parcela da população não dispõe de condições de consumo de itens mínimos que poderiam ser considerados básicos ou de subexistência. 30 5. Elasticidade e Renda Sabemos que a demanda de um bem depende de seu preço, assim como pela renda dos consumidores e o preço dos outros bens. De maneira análoga, o suprimento depende do preço, assim como de variáveis que afetam os custos de produção. Entretanto, com freqüência procuramos saber de quanto a quantidade demandada e oferecida aumentará ou diminuirá. Quão sensível será a demanda de Alimentação Fora da Residência ao seu preço, á renda dos consumidores e aos outros produtos? A elasticidade é utilizada para se defmir este tipo de questão. A elasticidade é uma medida de sensibilidade entre uma variável e outra. É um número que nos informa a variação porcentual que ocorrerá em uma das variáveis, face à variação de 1% na outra. A elasticidade do preço à demanda mede a sensibilidade da quantidade demandada frente à variação de preços. Esta nos informa quanto variará a demanda face um aumento de preço de 1% a um determinado produto. Considerando quantidade como Q e preço como P, temos que Ep = (%~Q) I (%~P) aonde %~Q significa "porcentagem de variação de Q" e %i\P significa "porcentagem de variação de P". Como a variação porcentual da variável é a divisão entre a variação absoluta da variável e seu valor original, então, também pode-se escrever a elasticidade da demanda ao preço como sendo, E = ~QIQ = P ~Q P MIP QM 31 Quando o módulo da elasticidade da demanda ao preço é maior do que 1, diz-se que a demanda é elástica ao preço pois a porcentagem de queda na quantidade demandada é maior do que o porcentual de aumento no preço. Por outro lado, caso seja menor do que 1, diz-se que a demanda é inelástica a preço. De maneira geral, a elasticidade da demanda para um bem ou serviço depende da disponibilidade de outros produtos que possam substituir os primeiros. Quando há substitutos próximos, a demanda tende a ser elástica a preço. Quando não há substitutos próximos, a demanda tende a ser inelástica a preço. Podemos afirmar também que produtos de consumo essencial e bens duráveis no curto prazo tendem a apresentar demanda mais inelástica a preço, dado que a elasticidade é influenciada pelo prazo que os consumidores necessitam para mudar seus hábitos de consumo através do desenvolvimento de produtos substitutos ou mesmo pela postergação do consumo de um produto não essencial. When analyzing demand and supply, it is important to distinguish between the short run and the long run, In other words, if we ask how much demand or supply changes in response to a change in price, we must be clear about how much time is allowed to pass before measuring the changes in the quantity demanded or supplied. If we allow on1y a short time to pass, say, one year OI' less, then we are dealing with the short nm. In general, short-nm demand and supply curves look very different from their long-nm counterparts. (Pinddyck-Rubinfeld-1997) A elasticidade da renda também difere do curto para o longo prazo. Para a maioria dos produtos, a elasticidade da demanda à renda é maior no longo prazo do que no curto prazo. Para um aumento na renda repentino - como por exemplo o ocorrido com o plano de estabilização da moeda ocorrido no país em 1994, o chamado Plano Real - houve um maior aumento no consumo de itens de demanda mais elástica como bens duráveis e itens de consumo mais sofisticado como iogurtes, ou seja, os mesmos itens que apresentam os primeiros cortes em seu consumo quando ocorre uma queda no poder aquisitivo da população. 32 6. Os Efeitos de Renda e de Substituição Quando um dos itens da cesta de consumo tem seu preço reduzido, dependendo da elasticidade de demanda ao preço deste item, o consumidor poderá consumir mais daquele produto ou, mantendo o consumo original deste, poderá consumir mais de outro, em resumo, o nível de utilidade para o consumidor crescerá. O mesmo ocorre em caminho inverso caso um item de consumo da cesta tem seu preço aumentado, diminuindo o nível de utilidade para o consumidor. A variação na renda do consumidor funciona de forma análoga ao da variação de preços dos itens consumidos. A diminuição no preço de itens consumidos é equivalente ao aumento de renda do consumidor, assim como um aumento no preço de itens consumidos representa uma perda de poder aquisitivo da renda do consumidor. Produtos denominados bens normais são aqueles que apresentam um aumento de consumo caso o consumidor apresente um aumento de renda, ou seja, tem elasticidade a renda crescente. Entretanto, em alguns casos, o consumo de determinado item pode diminuir caso a renda do consumidor cresça. Estes produtos são denominados bens inferiores. O termo inferior não deve ser considerado pejorativo, este termo apenas denota que o seu consumo diminui com o aumento de renda. Um exemplo clássico de bem inferior é o caso da carne de hambúrguer. Com o aumento de renda, o consumidor preferirá consumir um bife de carne. Outro exemplo é o aluguel de imóvel residencial. Com o aumento da renda, o consumidor preferirá possuir o imóvel a pagar aluguel. As curvas definidas pela relação entre renda e consumo servem para construir as chamadas Curvas de Engel, que relacionam a quantidade de consumo de determinado item 33 com a renda. Estas curvas servem para explicar como o consumo varia de acordo com grupos de consumidores de diferentes rendas. Como visto anteriormente, os produtos podem ser classificados em substitutos e complementares. Produtos substitutos são aqueles que o aumento (diminuição) de vendas de um tem como conseqüência a diminuição (aumento) de venda do outro. Refrigerante normal e diet, propriedade de imóvel e locação, entrada para o cinema e aluguel de vídeo são exemplos de produtos substitutos. Produtos complementares são aqueles cujo aumento (diminuição) de vendas de um traz aumento (diminuição) de vendas do outro. Computadores e programas para computador, venda de automóveis e acessórios, cachorro quente e mostarda são exemplos de produtos cuja venda de um deles é acompanhado pela venda do outro. Esta característica nos sugere que ao estudar os efeitos das mudanças de preços em um mercado, deve-se levar em consideração a conseqüência em mercados relacionados. Finalmente, a queda de preço de um determinado item produz dois efeitos. Primeiramente o consumidor tem seu poder de compra aumentado pois dada a manutenção da quantidade consumida daquele produto que sofreu queda de preço, terá mais renda para outros produtos - este é o efeito de renda. Segundo, poderá consumir ainda mais daquele item cujo preço sofreu diminuição pois comparativamente aos outros produtos, seu preço está mais atraente - este é o efeito de substituição. 7. Monopólio, Competição Monopolística e Oligopólio Em um mercado perfeito, há um grande número de compradores e de vendedores, de forma que, os agentes econômicos individualmente, não tem.como afetar os preços, que são definidos pelos movimentos de oferta e de demanda. Em uma situação de monopólio, ocorre o oposto ao perfeito mercado. No monopólio, o mercado apresenta apenas um vendedor, mas vários compradores. 34 Uma empresa monopolista tira vantagem do controle que pode exercer sobre os preços e de como pode maximizar seu lucro. Em geral, no monopólio as quantidades ofertadas do produto são inferiores às necessidades do mercado e com maior preço daquelas encontradas em situações de competição. A sociedade é prejudicada nesta situação pois menos consumidores podem usufruir do produto e aqueles que o consomem, pagam mais por isto. o poder de monopólio é em parte determinado pelo número de empresas competindo no mercado. Se há apenas uma empresa - um monopólio puro - o poder de monopólio dependerá inteiramente da elasticidade da demanda. Quanto menos elástica for a demanda, maior será o poder de monopólio da empresa. Quando há várias empresas competindo no mercado, quanto maior for a agressividade competitiva entre elas, menor o poder de monopólio que cada empresa terá. A sociedade arca com os custos de poder de mercado do monopólio pois a produção se encontrará em um estado abaixo do nível de competição, causando uma perda de produtividade para a sociedade, havendo uma transferência de riqueza forçada de outros setores para aquele de grande poder de mercado. o monopólio poderia ser desejável apenas quando a perda decorrente deste é compensada com a economia gerada pela economia de escala. Um exemplo de monopólio que teremos contato mais adiante no Capítulo IV Cálculos Numéricos, é com a prestação de serviços públicos e taxas públicas que sofreram grandes aumentos de preços nos últimos anos, quando estudadas as variações de índices de preços ao público. Em um mercado de competição monopolística, as empresas competem entre si como em regime de mercado, diferenciando-se deste apenas porque vendem produtos diferenciados - quanto a marca, versão e qualidade - sendo estes altamente substituíveis. A capacidade de monopólio de cada empresa, neste caso, dependerá do sucesso da empresa 35 em diferenciar seu produto da concorrência. Não há grandes barreiras de entrada nem saída, de tal forma que novas empresas podem entrar e sair da competição facilmente. No longo prazo, haverá novos entrantes até que o lucro econômico das empresas se equivalerá a zero, momento este que as empresas, nesta situação, estarão operando com excesso de capacidade. Uma loja de fast-food operando em uma praça de alimentação é um exemplo de competição monopolística. Em um mercado oligopolista, apenas algumas poucas empresas são responsáveis pela maioria da produção. Maiores barreiras de entrada, permitem às empresas um ganho substancial de lucros, mesmo no longo prazo. O poder de monopólio e a lucratividade destas empresas é determinado pela maneira como os competidores se organizam, se estes interagem de maneira mais cooperativa ou competitiva. Os fabricantes de automóveis ou de eletrodomésticos podem ser considerados como um exemplo de mercado oligopolista. 8. Formulação da Hipótese: Impacto da Variação da Renda nas Vendas Dado que as entidades representativas não dispõem de dados confiáveis para o setor de alimentação fora do domicílio, desejamos descobrir se, estudando o consumo familiar possível pela sua renda e pelos vários itens que compõem a cesta de consumo das famílias através de dados que temos disponíveis através das Pesquisas de Orçamento Familiar conjuntamente com bancos de dados com informações sobre a massa salarial e índices de reajuste tanto dos itens que compõem as POF como da massa salarial, poderemos concluir que o item Alimentação Fora do Domicílio teve sua demanda diminuída em detrimento de face à restrição orçamentária - outros itens que compõem a cesta de consumo das famílias que apresentam menor elasticidade de demanda ao preço, ou seja, itens essenciais de consumo e de oferta monopolista que apresentaram alta em seus preços. 36 Também, aproveitaremos para discutir e determinar se o item de consumo Alimentação Fora do Domicílio se caracteriza como um item de consumo inferior ou superior. 37 Parte IH - A Pesquisa de Orçamento Familiar 9. A Alimentação Fora do Domicílio e o Orçamento Familiar o grande crescimento da Alimentação Fora do Domicílio é um fenômeno recente influenciado tanto pelo aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores que puderam abrir mão da refeição levada pronta de casa, como do aumento da distância da residência para o local do trabalho ou também da demora deste trajeto devido ao trânsito das grandes cidades. Desta forma este fenômeno foi captado e incluído pelos órgãos de pesquisas que realizam estudos de padrão de consumo dos consumidores para avaliar variações nos valores de preços e Custode vida tais como o DIEESE, a FIPE, o IBGE e a FGV. 38 Nos próximos itens procuraremos estudar o que são os índices, de que forma são obtidos e para qual finalidade, além de mostrar algumas particularidades dos índices obtidos pelo DIEESE, IBGE e BLS. 9.1. O Índice de Preços ao Consumídor' e a Pesquisa de Orçamento Familiar o índice de preço ao consumidor é uma medida da mudança média ao longo do tempo nos preços pagos pelos consumidores urbanos por uma cesta de bens e serviços. Esta cesta média de bens e serviços (ou sistema de pesos) é definida através da Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF e precisa ser determinada a partir da definição da parcela da população à qual o índice será associado. Desta forma, para se elaborar um IPC deve-se determinar o grupo populacional a ser representado, a população objeto. O IPC afeta praticamente todos os cidadãos na medida que pode ser utilizado para três funções diferentes tais como um indicador econômico, um deflator de outras séries econômicas ou para ajustar valores monetários. O IPC é freqüentemente chamado de índice de custo de vida, mas difere de maneira importante de um índice de custo de vida completo pois o índice de custo de vida mediria as mudanças ao longo do tempo na quantidade que os consumidores necessitam para alcançar e manter um certo "nível de utilidade" ou "padrão de vida". Tanto um IPC quanto um índice de custo de vida refletiriam as mudanças nos preços dos bens e serviços, tais como alimentos ou vestuário; que podem ser adquiridos diretamente no mercado, entretanto, um completo índice de custo de vida iria além; para também considerar as mudanças nos fatores governamentais ou ambientais que afetariam o bem estar do consumidor. 3 É consideravelmente dificil determinar o tratamento correto de bens públicos e outras vastos assuntos como saúde e qualidade da água e do ar. O IPC reflete os padrões de consumo de populações defmidas cujos hábitos são pesquisados através da POF. 2 Em Inglês: CPI - Consumer Price Index 39 Um IPC não reflete a experiência de consumo de um determinado indivíduo ou família, mas aquela obtida pela média de consumo registrada pela POF. A experiência de consumo individual também não deverá corresponder identicamente àquela registrada para um determinado extrato social ou cidade. Um índice é uma ferramenta que simplifica a medida e o movimento de uma série numérica. Os índices, desta forma, apresentam um valor de referência base. Um índice de 110, por exemplo, indica que houve um aumento em 10 por cento no preço comparado com a data base ou período de referência, assim como um índice de 90, indica uma queda de 10 por cento no preço comparado no mesmo período. Movimentos no índice entre uma data e outra podem ser expressas como mudanças em pontos de índice, mas é mais útil expressar estes movimentos como mudanças percentuais, Isto se dá pois os índices de pontos são afetados pelo nível do índice em relação à base, enquanto as mudanças percentuais não. Na próxima tabela, o item A cresceu metade de pontos de índice do crescimento do item B entre os anos I e lI. Entretanto, devido á diferença dos valores iniciais, ambos obtiveram a mesma variação porcentual. Por outro lado, os itens B e C apresentam a mesma mudança em pontos de índice mas a mudança percentual é maior para o item C devido ao seu menor valor inicial. Tabela 1 - Cálculo de Índice de Custo de Vida Item A Item B Item C Ano I 112,5 225,0 110,0 Ano 11 121,5 243,0 128,0 9,0 18,0 18,0 100 * 18,0 = 8 0% 225,0 ' 100* 18,0 = 16 4% 110,0 ' Variação (em pontos de índice) Variação (%) 3 100*~=80% 112,5 ' BLS - Bureau ofLabor Statistics - Frequented Asked Questions - pg 2 - dez/2000 40 Apesar de vários índices poderem ser utilizados para a medição de índices inflacionários, o IPC pode ser interpretado como indicador de índice de inflação experimentado pelos consumidores nas suas despesas diárias. A melhor medida de inflação para uma dada aplicação depende da intenção do uso dos dados. O IPC é geralmente a melhor medida para ajustar os pagamentos aos consumidores quando a intenção é permitir que os consumidores mantenham seu poder de compra de uma determinada cesta de bens e serviços aos preços atuais equivalente aquela que estes compravam em um período anterior. É também a melhor maneira para transformar vendas no varejo e ganhos diários ou semanais em moeda real ou deflacionada. O IPC de uma determinada região não pode ser utilizado para comparar o custo de vida de diferentes regiões pois o índice de uma determinada região mede quanto os preços variaram em uma região particular em um específico período de tempo, entretanto não mostrando quanto o custo de vida é maior ou menor em determinada região comparado à outra. O IPC está sujeito a limitações de aplicações e de medição. Como limitação de aplicação podemos citar a questão mencionada acima aonde o IPC não pode ser utilizado para medir diferenças nos níveis de preço ou custo de vida entre regiões diferentes pois este mede apenas as mudanças de preço de tempos em tempos em cada local. Um índice maior para uma determinada região não significa necessariamente que os preços naquela região são maiores que em outra de índice menor, mas sim que os preços nesta região subiram mais rápido desde o inicio do período de referência comum. As limitações de medição podem ser agrupadas em erros amostrais (sampling errors) e erros não-amostrais (non-sampling errors), Erros amostrais. Desde que o IPC mede a variação de preços baseada apenas em uma amostra de itens, o índice obtido difere daquele resultado que seria obtido caso registros 41 reais de todas as mercadorias consumidas por todos os consumidores da população considerada no índice pudesse ser utilizada para compor o índice. Estas estimativas, ou erros amostrais, são limitações na precisão do índice e não erros no cálculo deste. Um aumento do tamanho da amostra seria esperado em aumentar a precisão , entretanto aumentaria os custos de produção do IPC. Erros não-amostrais. Estes erros se dão devido a uma série de fatores. Ao contrário do erro amostral, estes podem causar bias contínuo na medição do índice. Erros não-amostrais são causados por problemas na coleta de ínformações dos preços, defasagem logísticos na condução da pesquisa, dificuldades em defmir conceitos básicos e sua implementação operacional além de dificuldades em lidar com problemas de mudança de qualidade. Os erros não-amostrais podem ser bem mais danosos para a precisão do índice de preços do que os erros amostrais. As fórmulas para cálculo de IPC apresentaram evolução com o decorrer do tempo; sendo que cada uma proporciona diferentes resultados, alguns mais precisos,outros não e que comentaremos a seguir: Índice Agregativo Simples Este índice deve ter sido utilizado pela primeira vez em 1738 por Dutot, de acordo com Kendall (1969). Basicamente este índice expressa a variação ou o quociente entre a somatória dos preços de n itens no tempo 1 sobre a base da somatória dos preços destes itens no tempo O. Esta fórmula não proporciona uma boa solução para obtenção de números índices pois não considera as quantidades consumidas de cada item;que dependendo deste; pode 42 influenciar em maior ou menor escala no computo da variação total comparado apenas com a variação do preço do item. Índice de Preço de Sauerbeck Para se evitar a deficiência apresentada no indice anterior, neste indice calcula-se a média aritmética simples dos preços relativos. Segundo Kendall (1969), historicamente o primeiro a utilizar esta fórmula foi Gian Rinaldi em 1764. Pode-se observar com a utilização da fórmula acima, que esta não é influenciada pelas quantidades consumidas, desta forma, todos os produtos tem o mesmo peso na fórmula, de tal maneira que a variação do preço do item influencia o cálculo final independente da quantidade consumida. Se utilizados conceitos diferentes de média outros resultados podem ser obtidos. Pela estatística; mais dois métodos podem ser utilizados: a média Harmônica e a média Geométrica Simples. Obtém-se a média Harmônica através da divisão do número de observações (n) pela soma dos inversos dos valores. Temos: n L n ( Í=1 P~i Pl J 43 Obtém-se a média Geométrica Simples através da raiz n-ésima do produto das n observações. Temos: Os resultados que se obterão com a utilização das diversas fórmulas serão distintos. A média harmônica simples é menor do que a média geométrica simples que é menor do que do que a média geométrica simples. Índice de Preços de Laspeyres Apesar do trabalho de Laspeyres ser datado de 1864, segundo Kendall, a fórmula hoje conhecida como Índice de Laspeyres já havia sido utilizada por Lowe em 1822. Basicamente este índice consiste na média aritmética dos relativos dos preços ponderados pela participação daquele item (produto ou serviço) na despesa do período base. ;=1 Este índice considera em sua fórmula as ponderações (ou pesos) das quantidades consumidas de cada item. Por se basear nas quantidades consumidas no período base, não embute em seus cálculos a utilização de produtos alternativos àqueles que apresentaram 44 maiores aumentos, pois o consumidor procurará manter seu nível de utilidade a um menor custo, sendo assim; possui a tendência de sobrevalorizar os índices obtidos. " O índice Laspeyres considera a quantidade de dinheiro necessária, aos preços do ano corrente, que um indivíduo necessita para adquirir a cesta de bens e serviços que foram adquiridas no ano base, dividido pelo custo de adquiri-las no ano base." 4 Índice de Preços de Paasche Este índice datado de 1874 consiste em uma média harmônica ponderada pela participação do item na receita ou despesa no período. Considera para ponderação as quantidades consumidas no período estudado,ao invés do período base. "O índice Paasche considera a quantidade de dinheiro necessária, aos preços do ano corrente, que um indivíduo necessita para adquirir a cesta de bens e serviços que foram adquiridas no ano corrente, dividido pelo custo de adquiri-las no ano base." 5 Nem o índice Laspeyres, tampouco o índice Paasche proporciona um perfeito índice de custo de vida, a única maneira de se obter um índice perfeito seria através da contínua observação das despesas realizadas por uma amostra altamente significante da população, o que é impraticável do ponto de vista econômico. Assim, tradicionalmente; o IPC é considerado um limite superior de um índice de custo de vida; desde que este não reflete as mudanças nos padrões de consumo e compras 4 Pndyck!Rubinfeld (1997), pg 96 45 que os consumidores fariam para ajustar à mudança relativa dos preços. A pouca habilidade do índice em refletir as substituições rapidamente realizadas pelos consumidores de itens equivalentes de maior aumento de preços por outros de menor aumento de preços, de forma que o nível de satisfação (well-beíng) do consumidor se manteria, não é computada, levando a índices acima dos reais, assim o nível de aumento consumidos tende a ser menor do que aqueles consumidos de preços dos itens previamente. Desta forma utilizam-se médias geométricas para o cálculo do índice, em outras palavras, as médias de preços da maioria das categorias são obtidos através da utilização de fórmulas contendo médias geométricas. Esta consideração move o IPC mais próximo para uma medida de custo de vida, desde que a média geométrica permite computar uma modesta quantidade de substituição pelo consumidor assim que os preços relativos dentro de urna categoria se modificam. Desde que a média geométrica é utilizada para itens dentro de uma mesma categoria, esta não considera substituições de itens consumidos entre diferentes categorias. Por exemplo, se o preço da carne de porco sobe mais do que a de outras carnes, o consumidor poderá substituir este item pela carne de boi, ave ou peixe. A fórmula do IPC não reflete esta substituição. 9.2. O IPC do DIEESE o DIEESE - Departamento Intersíndical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos órgão ligado/dependendente/pertencente aos sindicatos de São Paulo iniciou em 1958 a primeira pesquisa de orçamento familiar para determinar a "cesta de consumo" (conjunto de itens consumidos mensalmente nas respectivas proporções) de uma família padrão , no município de São Paulo, representativa dos associados a sindicatos de trabalhadores (operários e empregados). Em 1969170 realizou a segunda Pesquisa de Padrão de Vida das Famílias Assalariadas, também no município de São Paulo, entretanto foi-se alterada a estrutura de 5 Idem 46 pesquisa devido a profundas alterações na estrutura econômica e social do país, ampliando.se a metodologia para além da família padrão estabelecida na primeira pesquisa. Entre estas duas pesquisas não foram verificadas alterações apenas nos itens consumidos pelos trabalhadores e na participação proporcional entre estes. Profundas alterações no padrão de consumo foram verificadas em decorrência da industrialização e do tipo de desenvolvimento econômico vivido pelo país, em especial no município de São Paulo. o objeto da pesquisa, então, foi ampliado na segunda pesquisa. Enquanto na primeira (1958) buscavam-se informações junto aos associados de sindicatos de trabalhadores, na segunda (1969/70), embora não se pretendesse "conhecer as condições econômicas da totalidade da população", buscava-se apreender essas condições no tocante "... a sua parcela assalariada. Entendia-se por classe assalariada um conjunto de indivíduos cujo rendimento advém da venda de sua força de trabalho no mercado e que está submetido a um regime de obrigações sobre o qual não têm diretamente poder de decisão. Essa caracterização, mais econômica do que sociológica, abrange as principais categorias dos assalariados urbanos e inclui tanto os 'proletários' como os elementos vulgarmente incluídos na 'classe média', excluindo apenas os seus estratos mais altos. Dado o objetivo de se incorporar também os estratos médios, a pesquisa englobou famílias cujos chefes - autônomos, aposentados ou vivendo de pequenas rendas - apresentavam características semelhantes às dos assalariados." 6 Em 1982/83, o DIEESE realizou a terceira Pesquisa de Padrão de Vida e Emprego (PPVE) da série sobre orçamentos familiares, com abrangência na região metropolitana de São Paulo, embora somente os dados relativos à capital paulista tenham sido computados para a atualização do ICV.7 Nesta oportunidade, o DIEESE voltou-se também para a temática do emprego, outra área central para o movimento sindical. Além disso, a PPVE 6 7 DIEESE - Família assalariada: padrão e custo de vida, ed. Cit., p. 1. Índice de Custo de Vida, ICV, é o índice de preços ao consumidor calculado pelo DIEESE 47 colheu um amplo e detalhado leque de dados sobre diversos aspectos relativos às condições de vida da população, como habitação e transporte, entre outros. Com o quarto levantamento dessa série, a POF de 1994/1995 realizada de dezembro de 1994 a novembro de 1995, novamente cumpriu o objetivo imediato de determinar as dimensões e a estrutura dos orçamentos familiares na cidade de São Paulo, onde estão presentes características de consumo familiar que refletem a realidade sócio-econômica destas famílias para o período. 9.2.1. Significado e Alcance Até esta data, a POF do DIEESE de 1994/1995 é o mais atual índice de custo de vida disponível, sendo entretanto o mais indicado para acompanhar a evolução de preços ao consumidor. Tal como as três pesquisas anteriores, o POF de 1994/1995, fornece dados que vão além da mensuração do custo de vida. "Como precondição para o cálculo do custo de vida das famílias de cada estrato de renda e da média da população como um todo, é preciso identificar qual a estrutura do consumo de cada um desses estratos, combinando as informações obtidas com as relativas aos rendimentos dessas famílias - o que deve ser interligado com a determinação dos limites que distinguem os estratos uns dos outros. Portanto. Ao mesmo tempo em que a pesquisa levanta dados sobre os orçamentos familiares, é necessário produzir também informações sobre o perfil dessas famílias e .de seus rendimentos e gastos." 8 Pode-se constatar através das pesquisas realizadas uma questão de fundo captada; que é o desenvolvimento do país. Enquanto a pesquisa realizada em 1969/70 mostrava uma população trabalhadora em processo de adaptação social e econômica a uma sociedade industrial em fase de consolidação, com implicações quanto ao ingresso na chamada 8 Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) - DIEESE - agosto 1996 - pg. 7 48 sociedade de consumo; a pesquisa mais recente registrou a profunda integração já efetivada do conjunto da população, especificamente dos trabalhadores; a essa sociedade, como demonstram os resultados informados mais adiante. 9.2.2. Caracteristicas Básicas da Família Paulistana Por concentrar o maior nível de riqueza do país, o município de São Paulo detém características associadas a um padrão de vida mais elevado. Apesar dos indicadores médios da região apresentarem números de renda bastante elevados, revelando patamares elevados e se fruto uma análise pouco criteriosa poderá trazer informações passíveis de má interpretações devido à grande concentração de renda, que reflete uma menor parte da população muito rica e uma grande maioria muito pobre. Estes dados ficam evidentes quando são estudadas tanto a qualidade de vida, quanto parte dos indicadores sociais da população, frente ao desempenho econômico do município. Esta "média" reflete um patamar elevado pela contribuição desta pequena parte da população muito rica e de uma ampla classe média, coexistindo com uma grande parte de pobres e miseráveis. Ao lado da pujança econômica do município, deve-se atentar para a elevada concentração urbana que ao se afirmar que 4,3% da população do município residem em quartos ou cômodos, conforme será mostrado a seguir, este porcentual não deve ser interpretado como uma parcela menor da população, mas como, em valores absolutos, o número de 122.817 famílias ou 466.705 pessoas." Conforme já informado, as pesquisas realizadas anteriormente pelo DIEESE refletiam mais o padrão de vida dos assalariados, dado que era mais marcante a presença de indústrias no município. Hoje, tanto em função das mudanças do mercado de trabalho, 9 Estimativa para o município de São Paulo de 2.856.213 famílias e 10.853.609 pessoas em junho de 1996. 49 como da evolução do perfil de emprego para empresas de prestação de serviço, o modo de vida da população e a reprodução da força de trabalho sofreram expressivas mudanças. A forte associação entre .a renda familiar auferida e o padrão de vida usufruído pelas famílias provoca especial interesse para a análise dos dados sobre rendimentos e exemplifica a extrema diversidade que a "media" engloba. O rendimento médio familiar total, no município de São Paulo, equivaleu a 13,5 salários mínimos, em junho de 1996, mês base desta pesquisa, representando R$ 1.365,00 em valores da época. Apesar desta média global não ser baixa, há uma considerável concentração de renda. Como mostra o quadro abaixo, 9,8% das famílias recebem mais de trinta salários mínimos, enquanto 10,5% ganham abaixo de três salários, sendo que 29,7% delas recebem entre cinco e menos de dez mínimos. Tabela 2 - Rendimento familiar médio total Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 Rendimento familiar total (em salários mínimos) - % menos de 3 10,5 de 3 a5 14,3 de 5 a 10 29,7 de10a15 17,3 de15a20 9,0 de 20 a 30 9,3 mais de 30 9,8 média em salários mínimos 13,5 Fonte: DIEESE -POF 1994/95 Nota: salário mínimo na data da pesquisa 50 Gráfico 1 - Distribuição de Renda Familiar Município de São Paulo - dev94 a nov/95 Distribuição de Renda Familiar 10 8 E 6 ~ o 4 cu u... 2 O "f-" ~ ""'" o "f-" ('t') (!) m "f-" "f-" "f-" renda C\I C\I LO C\I co C\I "f-" ('t') ~ ('t') f arriliar - SM No gráfico a seguir, pode-se verificar o perfil da distribuição de renda revelado pela pesquisa. A "Curva de Lorenz" indica, ao longo da linha reta, a distribuição perfeitamente eqüitativa da renda, em que para cada ponto percentual da população corresponde igual parcela de renda. A situação real está demonstrada na curva e, quanto mais esta se afaste da reta "ótima", maior será a distorção na distribuição da riqueza entre a população. Conforme se observa, 50% das famílias mais pobres recebem menos de 19% da renda, enquanto os 10% mais ricos recebem 35% e o 1% mais rico 7% da renda. 51 Gráfico 2 - Curva de Lorentz Município de São Paulo - dez/94 a nov/95 Distribuição de Renda - Curva de Lorentz 120% 100% ~ ~ 80°A, tU 60% ~ 40% 'O ° 20% 0% ~ ~ O r O C\I ~ o ~ o ~ o ('I) V I() O O O ~ o O <O ~ o O r-, ~ o O CO ~ o O m o O O r % das fam íIias o rendimento familiar per capita, também expresso em salários mínimos do mês da pesquisa, proporciona uma medida estatística melhor para a análise da renda familiar e demonstra ainda o elevado grau de disparidade da distribuição de renda. Apesar de a renda per capita média ser de 4,3 salários para o total do município, 3,8% das famílias (cerca de 108 mil famílias, ou 412 mil pessoas), apresentam menos de meio salário mínimo para cada membro da família. Pode-se ressaltar que 55,5% das famílias ganham menos de três salários mínimos per capita. No outro extremo da distribuição, 9,3% das famílias apresentam um valor per capita superior a dez salários. 52 Tabela 3 - Rendimento familiar médio per capita Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 Rendimento familiar per capita (em salários mínimos) % % acumulado menos de 0,5 3,8 3,8 de 0,5 a I 10,0 13,8 de I a 1,5 12,5 26,3 de 1,5 a 2 12,4 38,7 de 2 a3 16,8 55,5 de 3 a 5 19,3 74,8 de 5 a 10 15,9 90,7 de 10 a 15 5,2 95,9 mais de 15 4,1 100 média em salários mínimos 4,3 - Fonte: DIEESE - POF J 994/95 Nota: salário mínimo na data da pesquisa 9.2.3. As Famílias que habitam São Paulo Do total de famílias que habitam São Paulo, 77,2 % moram em casa térrea ou sobrado (média de 3,8 cômodos), servidos de energia elétrica, água encanada, coleta de lixo e telefone (cobertura de 98,6%, 98,8%, 95% e 38,9% respectivamente). Enquanto 14,1% das famílias residem em apartamento - condição de moradia relacionada aos níveis mais altos de renda - 4,3% moram em quarto ou cômodo. o tamanho médio da família paulistana é de 3,8 pessoas por família, sendo 7,5% unipessoais e cerca de 30% constituídas de cinco ou mais pessoas. Dado que a média de filhos por família se situa em 2,2, há maior predominância das famílias com dois filhos (36,6%), seguido pelas famílias com apenas um filho (32,8%) e sem filhos (25%). 53 Para se entender melhor o perfil da família da região, sabe-se que 26,6% do total de moradores têm o papel de "chefe de família", 18,6% são cônjuges, 43,1% são filhos, 11,6% são "outros parentes" e agregados. A família nuclear responde por 58,8% (formado pelo casal e filhos), a composição familiar aonde o chefe não reside com o respectivo cônjuge responde por 30,1% (solteiros; viúvos ou separados), nestas últimas, 23,9% são chefiados por mulheres contra 6,2% da chefia masculina. A geração da renda familiar é promovida em média por 1,9 pessoa por família, mas em 42,3% das famílias somente uma pessoa exerce este papel seguido por 38,4% das famílias aonde duas pessoas exercem este papel. 9.2.4. Perfil da "Família Padrão" por Estrato de Renda Pode-se, através da análise dos dados e pelo critério da maior freqüência, definir a "família Padrão" residente no município de São Paulo como residente em casa própria, de quatro cômodos, atendidos pelos serviços básicos urbanos mais comuns, constituição tipo nuclear (casal com filhos), composta de 3,8 pessoas, aonde 1,9 pessoa contribui para a geração de renda. A chefia é predominante assalariada (46,1%), masculina (76%), com o chefe de família na faixa etária entre 30 e 49 anos, possuindo apenas educação primária completa ou incompleta (34,7%). Analisando-se os estratos obtidos dividindo-se as famílias por tereis (33%) de renda, observam-se significativas diferenças entre o tercil inferior, médio e superior. Verifica-se entre as famílias do tereil inferior, uma forte presença de chefes nos extremos da distribuição etária (26,5% possuem 60 anos e mais, 19,4% entre 15 e 29 anos) ao contrário do que se dá no estrato superior (28,6% de chefes entre 40 e 49 anos). 54 Outro aspecto relevante diz respeito á diferença do nível educacional entre as famílias, enquanto 25% dos chefes no estrato superior possuem grau universitário, 61% não tem instrução ou possuem no máximo o primário completo. Tabela 4 - Instrução do chefe de família por estrato de renda Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 Instrução do chefe Total Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 R$ 377, R$ 934, R$ 2.782, (média) (média) (média) Sem instrução 5,8 10,4 - - Primário incompleto 15,4 24,6 14,2 - Primário completo 19,3 26,0 16,9 14,9 Ginásio incompleto 14,2 17,8 16,6 - Ginásio completo 13,4 - 15,1 15,3 Colegial incompleto 4,5 - - - Colegial completo 12,7 - 14 16,9 Superior incompleto 3,6 - - 7,5 Superior completo 11,1 - - 25,4 Fonte: DJEESE -POF 1994/95 Pode-se observar pela análise dos dados que a cada ciclo escolar concluído há um aumento de cerca de 44% da renda individual em relação ao ciclo escolar imediatamente anterior. Considerando-se o nível universitário, o diferencial é ainda mais elevado em relação ao colegial; 64% para os homens, 82% para as mulheres e 66% para o conjunto da população que tem renda. Há também elevada diferença entre os patamares. Apesar da renda média familiar se situar em R$ 1.365,48, a média do estrato 1 é de cerca de R$ 377,40; a do estrato 2 é de R$ 934,17 (147% superior ao estrato anterior) e a do estrato 3 é de R$ 2.782,90 (198% superior ao do estrato anterior e 637% acima do estrato 1), com valores de junho de 1996. 55 Tabela 5 - Rendimento familiar médio total segundo instrução do chefe de família Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 Total Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 R$ 1.365,48 R$ 377, R$ 934, R$ 2.782, (média) (média) (média) (média) Sem instrução 683 344 - - Primário incompleto 820 368 884 - Primário completo 1.091 367 936 2.511 Ginásio incompleto 1.046 399 900 - Ginásio completo 1.336 - 968 2.292 Colegial incompleto 1.127 - - - Colegial completo 1.677 - 965 2.821 Superior incompleto 2.278 - - 2.855 Superior completo 2.870 - - Instrução do chefe 3.487 Fonte: DIEESE -POF 1994/95 Apesar de as famílias pouco se diferenciarem segundo o tamanho médio ou o número médio de filhos, o maior destaque fica por conta do número de pessoas que contribuem para o rendimento familiar (1,5 pessoa aufere renda nas famílias do estrato 1 contra 2,2 pessoas do estrato3). Enquanto em 58% das famílias do estrato 1 apenas uma pessoa possui renda, este número cai para 28,8% no estrato 3. Pode-se perceber perfis muito distintos para as familias. Apesar da predominância da família nuclear em todos os estratos, esta é muito mais elevada para o estrato 3 (64%) do que para o 1 (51%). Estas características conferem ao estrato inferior um padrão de sub-existência familiar mais baixo, tanto social quanto economicamente. 56 9.2.5. Estrutura do Orçamento Doméstico Através de uma análise temporal da evolução dos gastos familiares, pode-se observar elementos importantes para a compreensão sócio-econômica de uma dada categoria social ou de uma sociedade. Os dados apurados em sucessivas pesquisas de orçamento familiar, se por um lado permitem o acompanhamento mensal do custo de vida, por outro, servem para mostrar, através de análises destes dados, a evolução das necessidades e hábitos sociais, culturais e econômicos da sociedade. Há muito foi demonstrada a relação entre renda e consumo. Se em um determinado momento houver alteração no perfil de consumo em itens básicos como a alimentação, por exemplo, isto pode indicar uma evolução positiva em termos de ganho de rendimentos, pois a família pode ter diversificado sua pauta de consumo com o aumento de despesas em outros itens como educação e lazer por exemplo. Por outro lado, deve-se atentar para que esta análise não seja realizada de forma prematura, quando outras razões podem estar por trás deste fato, como o aumento compulsório com transporte para o emprego. Ao se analisar a estrutura de consumo das quatro pesquisas realizadas pelo DIEESE, mais um cuidado deve ser tomado. Como foi visto anteriormente, o DIEESE começou sua primeira pesquisa de orçamento familiar (1958) definindo a "família padrão" como sendo aquela composta por casal e dois filhos, com o chefe da família sindicalizado. No levantamento de 1969/1970, ampliou-se esse conceito para a família assalariada e mais alguns poucos estratos ocupacionais. Somente na pesquisa de 1982/83, é que se aumentou a sua abrangência de forma a captar toda a população residente em São Paulo, mantendo-se a mesma amplitude na POF 1994/95. Desta forma, sendo mais rigoroso, somente as duas últimas pesquisas poderiam ser analisadas comparativamente. Com essa ressalva, ao se analisar os grandes itens componentes da estrutura do Índice de Custo de Vida (ICV), observa-se que houve significativa queda na participação do item Alimentação na estrutura do orçamento doméstico entre as pesquisas de 1958 e de 1982/83, 57 quando passou de 45% para 28,13%; este grupo orçamentário representa 27,44% segundo a pesquisa de 1994/95. Um dos aspectos que mais se destacam na composição do orçamento doméstico diz respeito justamente aos gastos com alimentação, no domicílio e fora dele. Enquanto o peso da alimentação dentro de casa declinou de 37,1 % para 21,4% entre 1969/70 e 1994/95, a participação da refeição consumida fora, aumentou de 1,87% para 6,04% no mesmo período, ou um crescimento de 223%; ou seja, enquanto em 1969/70 a alimentação fora de casa representava 4,79% do total de despesas com alimentação, em 1994/95 esta porcentagem passou para 22,01%. Por outro lado, a participação dos itens Habitação e Vestuário na estrutura do orçamento doméstico se alteraram de forma menos intensa. A primeira passou de 25,20% para 23,53% no período 1969/70 para 1994/95; a segunda manteve-se praticamente constante variando de 7,48% para 7,87% no mesmo período. Os itens Saúde e Educação e Leitura são os que apresentaram os maiores aumentos na composição dos gastos domésticos. A participação do primeiro cresceu de 3,60% para 8,18% (de 1969/70 para 1994/95) enquanto o segundo cresceu de 3,50% para 6,91 (mesmo período). 58 Tabela 6 - Estrutura de orçamento doméstico Município de São Paulo - 1958, 1969/70, 1982/83 e 1994/95 10 1958 1969/70 1982/83 1994/95 1. Alimentação 45,00 39,00 28,13 27,44 1.1. No domicílio - 37,13 23,22 21,40 1.1.1. Hortifrutas 4,37 3,03 3,23 1.1.2. Carnes, peixes ovos - 9,28 6,57 5,55 1.1.3. Leite e derivados - 4,21 3,40 3,25 1.1.4. Cereais, massas, pães etc. - 11,15 4,62 3,76 1.1.5. Outros no domicílio 8,12 5,60 5,61 1.2. Fora do domicílio - 1,87 4,91 6,04 2. Habitação 33,00 25,20 24,87 23,52 2.1. Locação, impostos e taxas 14,71 9,74 10,32 2.2. Manutenção - 2,40 6,39 3,25 2.3. Serviços públicos - 6,39 4,72 6,19 2.4. Outros - 1,70 4,02 3,76 3. Equipamentos domésticos 3,00 7,12 4,89 6,13 3.1. Eletrodomésticos 3,21 2,42 3,47 3.2. Móveis 2,55 1,32 1,42 3.3. Outros - 1,36 1,15 1,24 4. Transporte 2,00 8,80 19,30 13,62 4.l. Coletivo - 4,74 2,95 3,41 4.2. Individual - 4,06 16,35 10,21 5. Vestuário 10,00 7,48 6,54 7,87 6. Educação e leitura 1,00 3,50 4,80 6,91 6.1. Educação 3,10 4,45 6,33 6.2. Leitura - 0,40 0,35 0,58 7. Saúde 4,00 3,60 4,95 8,18 7.1. Assistência médica - 2,17 3,71 5,91 7.2. Medicamentos e produtos fannc. - 1,43 1,24 2,20 7.3. Aparelhos - - - 0,07 9. Despesas pessoais 1,50 5,18 4,72 3,96 10. Despesas Diversas - - 0,17 0,29 100,00 100,00 100,00 100,00 Total 10 Fonte: D1EESE-POF 1958,1969/70,1982/83 e 1994/95 59 9.2.6. Estrutura de Consumo por estrato de Renda Há uma estreita relação entre renda familiar e consumo de bens e serviços. Quanto mais elevada for a renda familiar, maior será o gasto das famílias em termos absolutos e haverá também maior diversidade do leque de bens e serviços consumidos pela família. E por esta razão que as famílias com renda mais baixa, concentram seus gastos em bens e serviços, em termos relativos, que representam necessidades básicas de sobrevivência, apresentando um leque menos diversificado e mais homogêneo de consumo. Desta forma, uma família com renda mais elevada, gasta mais em termos absolutos com a alimentação, comparativamente comparada à outra de menor rendimento. Entretanto, ao total de gasto realizado no decorrer do mês pelas duas famílias, o porcentual gasto no item alimentação será menor para a família de maior renda. Tais associações são importantes pois pode-se avaliar quantitativamente a evolução do perfil de gasto das famílias não só em função da renda que estas percebem mas também da evolução ao longo do tempo, obtido através das sucessivas pesquisas POF, que indicam de como as famílias de diversas faixas de renda alteram seus hábitos, quanto estão prosperando. Em última análise os hábitos de consumo revelam o estágio de desenvolvimento de uma dada categoria social, sociedade ou país. 60 Tabela 7 - Gasto Mensal Médio por Domicílio Município de São Paulo - dez/94 a nov/95 (R$) Total Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Renda familiar média 1.365,48 377,40 934,17 2.782,90 Gastos - Total geral 941,52 400,17 747,39 1.674,98 Alimentação 258,35 142,91 233,11 398,57 Habitação 221,46 102,05 177,47 384,39 Transporte 128,28 30,97 91,84 261,64 Saúde 77,06 26,23 50,27 154,48 Vestuário 74,14 35,13 62,70 124,42 Educação e leitura 65,05 12,99 30,95 151,01 Equipamentos 57,68 22,25 53,63 97,13 Despesas pessoais 37,29 21,53 32,69 57,60 Recreação 19,60 4,92 13,00 40,82 Despesas diversas 2,61 1,18 1,73 4,92 Itens de Consumo domésticos Fonte: DIEESE -POF 1994/95"11 Tabela 8 - Gasto Mensal Médio por Domicílio Município de São Paulo - dez/94 a nov/95 (%) Itens de Consumo Total Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Total Geral 100,00 100,00 100,00 100,00 Alimentação 27,44 35,71 31,19 23,80 Habitação 23,52 25,50 23,75 22,95 Transporte 13,62 7,74 12,29 15,62 Saúde 8,18 6,55 6,73 9,22 Vestuário 7,87 8,78 8,39 7,43 Educação e leitura 6,91 3,25 4,14 9,02 Equipamentos 6,13 5,56 7,18 5,80 Despesas pessoais 3,96 5,38 4,37 3,44 Recreação 2,08 1,23 1,74 2,44 Despesas diversas 0,28 0,30 0,23 0,29 domésticos Fonte: DIEESE - POF 1994/95 11 -/L a preços de junho/96; deflator INPC/SP - IBGE 61 Representamos no Gráfico Curva de Engel a seguir; os dados apresentados na tabela Gasto Mensal Médio por Domicílio (R$) para os diversos itens representados na POF. Gráfico 3 - Curva de Engel A seguir, apresentamos um gráfico com os dados dos pesos, ou porcentagens, dos diversos itens apresentados anteriormente na tabela Gasto Mensal Médio por Domicílio em porcentagem. 12 idem 62 Gráfico 4 - Sistema de pesos WiJ Sistema de Pesos wij --Alimentação -------- 40 , 35 30 " - ~ 25 '#. 20 15 O Habitação -- Transporte --Saúde --Vestuário I -- 10 5 -- ~ , .•. 1 ~_._,.----.__'- ----,._- .•. 2 3 Educação e leitura -Equipamentos domésticos --Despesas ~essoais -ecreação estratos Na análise dos gastos segundo tercis'", observa-se que as famílias residentes em São Paulo apresentam um gasto médio total de R$ 941,52. Analisando este dado por tereis podemos pode-se perceber que esta média é de R$ 400,17, R$ 747,39 e R$ 1674,98 respectivamente aos estratos 1,2 e 3. Comparando-se as despesas com a renda em cada tercil, percebe-se que enquanto as famílias do primeiro tercil apresentam um déficit mensal de R$ 22,77 (ou 6% da sua renda), as famílias dos tereis 2 e 3 apresentam um superávit de R$ 186,78 e R$1107,92 (ou aproximadamente 20% e 40%, respectivamente). Através destes dados pode-se entender que quanto mais elevada a renda, menor a proporção da renda familiar destinada à alimentação. Apesar das famílias do estrato 3 13 Estes tereis foram obtidos eonsiderando-se a renda total de cada unidade de todas as unidades familiares. As famílias com renda situada nos primeiros 33% foram definidas como tereil 1, o segundo terço de renda foi definido como tereil 2 e os 33% das famílias de maior renda foram definidas eomo tereil 3. 63 gastarem absolutamente mais com o item alimentação (R$ 398,57), quase toda a despesa das famílias do estrato 1, estas primeiras destinam apenas 23,8% do seu orçamento com despesas alimentícias, enquanto aquelas do estrato 1 destinam mais de um terço do total de suas despesas. Enquanto as famílias do estrato 1 destinam 61% apenas nos itens Alimentação e Habitação, as do estrato 3 destinam pouco mais de 46%. Quando comparadas as despesas médias por estrato ao longo das POF realizadas, o que se pode perceber é que as famílias do estrato I estão aumentando sua diversificação na pauta alimentos e em outras despesas. E natural que isto ocorra pois é esperado que produtos de consumo apresentem uma curva de ciclo de produto, onde o produto de lançamento ou novidade passe a ser produzido em maior escala, abaixando seu preço e se tomando mais acessível á população, principalmente às camadas de renda mais inferior. Aliado ao fato das camadas de renda superior seguirem mais rapidamente e "ditarem" as modas ou regras de consumo a serem seguidas avidamente pelas famílias de renda inferior que desejam se manter incluídas no processo de consumo. "Consumo, logo, pertenço". Deve-se lembrar que na POF as marcas não são consideradas, pode-se prever que os produtos consumidos pela camada mais pobre da população são os equivalentes de valor mais baixo ou de marca voltada para segmento inferior. Quais as diferenças mais evidentes? Apesar da modernização da economia com a conseqüente mudança no perfil de consumo, alguns hábitos fortemente arraigados culturalmente, como a alimentação por exemplo, continuam presentes. Para os três estratos de renda familiar, o consumo de arroz e feijão se mantém constante. Ou seja, estes produtos apresentam grande inelasticidade de demanda em função do preço, ou por outro ângulo, já que o preço é o mesmo para todos, em função do poder de compra - ou renda., a quantidade consumida é igual em termos absolutos para cada família apesar de não o ser em termos relativos pois as rendas diferem. 64 Pode-se perceber através da análise dos dados que alguns produtos estão mais acessíveis ou voltados para os estratos de maior renda. Os leites tipo "longa-vida", enlatados, produtos industrializados, produtos prontos para consumo ou mesmo alimentação fora do domicílio são mais consumidos nos estratos mais abastados. 9.3. O IPC do ffiGE O IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - implantou o Sistema de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), com o objetivo de produzir continua e sistematicamente dois Índices de Preços ao Consumidor (IPCs) para as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, de Belo Horizonte, de Recife, de São Paulo, de Belérn, de Fortaleza, de Salvador, de Curitiba e de Brasília e de dois Índices Nacionais de Preços ao Consumidor (INPCs) por agregação dos primeiros. Como cada índice é produzido independente dos demais mas sob os mesmos métodos de coleta, de processamento, de cálculo e de análise, estes são passíveis de agregação. O primeiro dos dois índices calculados, tem como população objeto_, aquela composta de famílias cujo rendimento familiar monetário disponível esteja compreendido entre um e cinco salários mínimos. Este índice é chamado de IPC Restrito e é utilizado como variável básica da Política Salarial. O segundo, por outro lado, tem como população objeto, aquela composta de famílias cujo rendimento familiar monetário disponível esteja compreendido entre um e trinta salários mínimos. Este indicador é chamado de IPC - Amplo. A produção dos índices é baseada basicamente na conjugação de dois conjuntos de dados: os preços e os pesos. Tendo discutido anteriormente os dados obtidos pela POF do DIEESE, procuraremos analisar os pesos obtidos pelo IBGE para a região Metropolitana de São Paulo no item Alimentação fora do Domicílio. 65 Para a pesquisa realizada em 1980, foram utilizados pesos que foram obtidos através da pesquisa Estudo Nacional da Despesa familiar (ENDEF), realizado entre agosto de 1974 e agosto de 1975, pelo próprio IBGE.14 Do total de consumo pesquisado para a família, vê-se que as famílias compreendidas na pesquisa do IPC restrito, ou seja, aquelas que percebem um rendimento mensal entre um e cinco salários mínimos, comprometem 38,78% da sua renda com alimentação contra 28,11% quando consideradas as famílias com rendimento entre um e 30 salários mínimos pesquisados para a obtenção do IPC Amplo. No item Alimentação, as famílias representadas no IPC Restrito, consomem de sua renda 88,62% em Alimentação no Domicílio contra 11,37% Fora do Domícílio. Esta porcentagem cai para 82,76% no Domicílio e sobe para 17,23% Fora do Domicílio quando computadas as famílias do IPC Amplo. Considerando-se os itens Refeição em restaurante, Lanche em restaurante e Café da manhã em restaurante, sub-grupo derivado do grupo Alimentação Fora do Domicílio, percebe-se que não há grandes variações na distribuição entre estas classificações quando comparadas as famílias pesquisadas no IPC Amplo e no IPC Restrito, que se situam em aproximadamente 86%, 8,5% e 5,5% respectivamente. Entretanto pode-se ver que ao se tratar de refeição fora do domicílio há um maior consumo do orçamento familiar com refeição do que com lanche ou café da manhã, o que mostra que além de apresentar um maior custo individual, há também uma maior preferência por este tipo de alimentação por parte dos consumidores. 14 Nesta pesquisa foi contabilizado como população número de 12.588.439 habitantes. residente na região Metropolitana de São Paulo o 66 Tabela 9 - Comparativa de Comprometimento Para IPC Restrito e IPC Amplo (%) Orçamentário com Alimentação IPC Restrito IPCAmplo Geral - Alimentação 38,7856 28,1137 Grupo - Alimentação no Domicílio 88,6264 82,7651 Grupo - Alimentação Fora do Domicílio 11,3736 17,2349 Sub Grupo - Refeição em restaurante 85,7928 87,7130 Sub Grupo - Lanche em restaurante 8,2683 7,9039 Sub Grupo - Café da manhã em restaurante 5,9389 4,3831 Fonte: IBGE - ENDEF 1974/75 Região Metropolitana de São Paulo 9.4. O "Consumer Expenditure" do Bureau ofLabor Statistics Para se ter uma comparação com o mercado norte americano, obteve-se dados e artigos divulgados pelo BLS - Bureau ofLabor Statistics". Em um artigo publicado no Montlhy Labor Review em Março de 2000, Geoffrey D. Paulin, comenta que a indústria de restaurante norte americana é uma das mais importantes hoje em dia. Como exemplo, em 1995, aproximadamente um terço de todos os trabalhadores no comércio varejista era empregado por este setor (restaurantes, cafeterías, bares etc)". Mais recentemente em 1997, as vendas do varejo de alimentação totalizaram US$ 222,0 bilhões, ou aproximadamente 9% de todo o comércio varejista (US$ 2.566,2 bilhões). Este número é mais impressionante quando comparado com o mercado de bens não duráveis (US$ 1.508 bilhões). De acordo com a pesquisa de gasto familiar realizado pelo BLS, mais de 71% de todas as "unidades consumidoras" (famílias) reportaram ao menos uma vez em média a utilização da alimentação fora do 15 O "Consumer Expenditure Survey" realizado pelo BLS é a mais detalhada fonte de despesa realizada pelo consumidor, coletada pelo governo norte americano. Os resultados da pesquisa são obtidos através de dois meios:a pesquisa diária e a pesquisa de entrevista Os participantes na pesquisa diária recebem um instrumento para anotar as despesas de uma semana Ao final desta semana, recolhe-se a anotação primeira que é trocada por uma segunda aonde o participante anota as despesas da segunda e última semana da pesquisa. Na pesquisa de entrevista, os participantes são visitados três meses em cinco períodos de duas semanas, nos quais são inquiridos a lembrar as despesas realizadas durante o período de referência para vários itens. Quando publicados, os resultados são consolidados em uma tabulação única. Os dados sobre alimentação fora do domicilio foram selecionados da pesquisa diária 16 No texto original foi utilizada a expressão em inglês "eating places". 67 domicílio por semana em 1997. A média anual gasta foi de US$ 1.477 por família, ou aproximadamente 31% (US$ 4.801) do total gasto com alimentos. A pesquisa norte americana fornece uma grande riqueza de informações pOIS subdivide as refeições realizadas em café da manhã e "brunch", almoço, jantar e lanche com bebidas não alcoólicas além de fornecer informações demográficas sobre as famílias como rendimentos, número de geradores de renda na família, idade do "chefe" de família, tipo de família, número de crianças, origem étnica, grau de educação da pessoa referência, categoria de ocupação, proprietário ou não da residência, região de moradia e grau de urbanização que podem ser correlacionadas para obtenção de perfis mais aproximados dos consumidores, o que ocorre neste trabalho quando da utilização de regressões. Apesar do café da manhã ser considerado a mais importante refeição do. dia, os dados apresentados pelo "consumer expenditure" realizado pela BLS - Bureau of Labor Statistics nos Estados Unidos, apresentam outra faceta em termos das despesas realizadas com alimentação fora do domicílio. Se por um lado os dados mostram uma média de gasto semanal de US$ 2,22 com café da manhã fora do domicílio por família, a despesa com lanche e bebidas não alcoólicas chega a US$ 2,30. O café da manhã também ocorre com menor freqüência. Enquanto apenas 28% das famílias reportam gastos com café da manhã a cada semana, este número cresce para 46% quando se trata de lanche ou bebidas na alcoólicas. Ainda de acordo com este estudo'", apesar das despesas com jantar (US$ 14,24) serem maiores em média do que as despesas com almoço (US$ 9,65), mais famílias reportam despesas com almoço (61 %) do que comjantar (55%). 17 Ler' s do Lunch: Expenditure on meals away from home 68 10. Estudo de tamanho de mercado para o Município de São Paulo A partir do POF do DIEESE procuraremos obter informações sobre setores econômicos que não dispõem de estatística conhecida ou confiável. Sabendo-se que a POF foi realizada utilizando-se uma amostra de 1.379 famílias pesquisadas e que o universo de famílias estimado para o Município de São Paulo em junho de 1996 era de 2.856.213 famílias ou 10.853.609 pessoas, sendo um terço alocado em cada tereil, procedendo-se pela multiplicação das despesas e receitas dos ganhos familiares com o número de famílias representadas em cada tercil, teoricamente obter-se-ia os valores recebidos e gastos totais por item pesquisado. Este valor seria um bom indicador de movimento de cada setor, mas melhor ainda, poderia ser usado para checar os dados fornecidos por entidades de diversos setores como também poderia este próprio método ser checado pelos dados de setores com sistemas fidedignos de avaliação. Tabela 10 - Gasto Mensal Médio por Domicílio I todos os domicílios (R$) Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 tens de Consumo !Renda fàmiliar média Gastos - Total geral ~imentação Habitação IIransporte Saúde Vestuário Educação e leitura /Equipamentos domésticos !Despesas pessoais !Recreação !Despesas diversas Total Estrato 1 Estrato 2 3.900.101.727 359.311.595 889.396.166 2.649.518.386 2.689.181.664 380.990.252 711.568.345 1.594.699.884 737.902.629 136.060.467 221.937.271 379.466.938 632.536.931 97.158.846 168.964.040 365.966.572 366.395.004 29.485.639 87.438.201 249.099.856 220.099.774 24.972.822 47.860.609 147.075.928 211.759.632 33.446.254 59.694.852 118.456.674 185.796.656 12.367.402 29.466.597 143.772.242 164.746.366 21.183.580 51.059.568 92.474.656 106.508.183 20.498.089 31.123.201 54.839.290 55.981.775 4.684.189 12.376.923 38.863.538 7.454.716 1.123.444 1.647.083 4.684.189 Cálculo realizado baseado em Fonte: DIEESE - POF 1994/95 Estrato 3 69 Como em média na POF 1994/95 o item Alimentação Fora do Domicílio representou 22,01% do total gasto com Alimentação, obtém-se o valor de R$ 162.412.000,00 para este mercado. Aplicaremos o mesmo procedimento de cálculo para duas subdivisões existentes no item Alimentação Fora do Domicílio - Refeições Principais e Lanches Matinais e Vespertinos. Tabela 11 - Gasto Mensal Médio por Domicilio (R$) Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 Total Estrato 1 *Alimentação Fora do Domicílio **Refeições Principais 56,84 33,64 18,18 7,42 !Refeições por quilo 9,62 3,16 !Prato do dia 2,57 1,30 4,89 15,26 0,32 0,27 0,67 23,20 0,95 0,40 0,31 2,29 0,21 5,08 5,38 2,81 1,68 0,52 0,72 0,36 0,74 1,26 0,44 0,05 10,75 0,40 0,16 0,32 1,05 0,04 Prato feito ~omercial Putras refeições ** Lanches Matinais e Vespertinos cafezínho média [pão com manteiga efrigerante !água mineral Sanduiches [bebidas alcoólicas Salgadinhos Sorvetes Porções Sucos Balas Achocolatados Doces Pães Vitaminas * item total ** item sub-total 3,00 1,41 3,94 1,50 0,56 0,05 0,20 0,32 0,26 0,44 0,10 0,01 Fonte: DIEESE - POF 1994/95 Estrato 2 36,73 Estrato 3 116,70 19,37 3,48 22,43 3,03 0,11 4,64 8,11 4,19 3,71 9,29 35,43 17,36 0,77 0,29 0,25 1,89 0,09 3,09 4,11 2,47 1,50 0,35 0,47 0,22 0,66 0,62 0,54 0,04 41,65 1,68 0,69 0,40 3,94 0,52 10,96 7,95 4,42 3,01 1,21 1,52 0,54 1,30 2,76 0,67 0,10 75,05 70 Tabela 12 - Gasto Mensal Médio por Domicílio / todos os domicílios (R$) Município de São Paulo - dezJ94 a nov/95 *Alimentação Fora do Domicílio **Refeições Principais refeições por quilo prato do dia prato feito comercial outras refeições ** Lanches Matinais e Vespertinos cafezinho média pão com manteiga refrigerante água mineral sanduiches bebidas alcoólicas salgadinhos sorvetes porções Total Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 162.347.147 17.299.130 7.064.367 34.969.568 18.441.615 3.313.207 11l.l06.686 71.452.929 21.354.953 2.884.775 104.728 4.417.609 7.721.296 3.989.177 3.532.183 8.844.740 33.731.876 16.527.953 39.653.757 1.599.479 96.083.005 27.476.769 7.340.467 3.713.077 13.966.882 43.585.810 66.264.142 2.713.402 1.142.485 599.805 14.509.562 15.366.426 8.025.959 4.798.438 304.663 999.675 38.083 1.342.420 1.256.734 142.811 733.095 276.101 238.018 1.799.414 656.929 380.828 3.751.160 495.077 10.434.698 3.751.160 1.428.107 85.686 2.941.899 3.913.012 2.351.615 533.160 1.428.107 47.604 190.414 333.225 447.473 209.456 2.865.734 1.152.006 1.447.148 1.485.231 2.056.473 1.028.237 pães vitaminas ** item sub-total 380.828 152.331 6.540.728 2.113.598 3.598.828 total 304.663 257.059 637.888 2.856.213 10.234.763 885.426 sucos balas achocolatados doces * item 3.008.544 304.663 247.538 418.911 95.207 9.521 7.568.964 4.208.154 628.367 590.284 514.118 1.237.692 2.627.716 514.118 38.083 637.888 95.207 Fonte: DJEESE - POF 1994/95 A tabela anterior permíte uma visualização de como o item Refeições Principais, que é uma sub-divisão de Alimentação Fora do Domicílio, apresenta variações dependendo do estrato que a consome. Enquanto famílias do estrato 1 consomem 12,72% do total de alimentação (R$ 18,18 / R$ 142,91) com alimentação fora do domicílio, esta relação sobe para 15,76% (R$ 36,73 / R$ 233,11) e 29,28% (R$ 116,70/ R$ 398,57) respectivamente para os estratos 2 e 3. 11. Pesquisa a entidades representativas da classe Uma forma de se avaliar a performance de uma empresa seria comparar seus resultados com empresas atuantes na mesma área ou ao setor como um todo aonde este negócio se insere. 71 o setor de alimentação fora do domicílio apresenta como uma de suas características um grande número de estabelecimentos pulverizando a concentração de faturamento e de informações. Segundo pesquisa realizada junto ao Sindicato dos Bares e Restaurantes, que é o órgão representativo do setor, estes não podem precisar o número de estabelecimentos existentes devido à grande movimentação no setor de novos entrantes e de empresas que encerraram suas atividades sem comunicar o fato à entidade. Muito mais difícil para o Sindicato é conhecer os valores faturados individualmente sendo praticamente impossível fazer qualquer estudo a respeito do setor. Assim, procuraremos desenvolver uma ferramenta que possibilite, através de uma forma indireta, obter informações sobre o tamanho do mercado de determinado setor como obtivemos anteriormente; ou sobre a performance de determinada atividade econômica, como faremos a seguir. No caso de nosso estudo que visa avaliar a variação das vendas de algumas determinadas lojas, o faturamento do setor como um todo não trará qualquer informação útil. Mas os sucessivos POF e o cálculo de tamanho de mercado podem ser bastante úteis na detecção ou confirmação de tendências existentes no mercado. Tendências estas em geral sentidas no próprio mercado e depois checadas pelas POF que são, infelizmente, realizadas a grandes intervalos de tempo. Procuraremos desta forma desenvolver outras possíveis ferramentas como modelos matemáticos que possibilitem o acompanhamento e fiscalização do desenvolvimento do faturamento de determinadas lojas ou rede de lojas. 72 Parte IV - Considerações Numéricas 12. Correlação entre vendas de uma loja com índices diversos Das quinze lojas que compõem a rede no momento, a unidade situada no Morumbi Shopping foi escolhida para avaliarmos a variação apresentada em seu faturamento correlacionada com vários indices. A unidade do Morumbi Shopping foi escolhida pois é uma loja com seis anos de existência o que nos fornece uma grande quantidade de dados mensais, além de se situar em um Shopping amadurecido. Desta forma a loja não apresentará variações de vendas relacionadas com amadurecimento de Shopping ou recém inauguração. Escolhemos índices indicadores de produção, de base monetária, de consumo varejista direto e indireto, de custo de vida, de taxa de moeda estrangeira, de salários por 73 setor de atividade e massa salarial, dentre outros. Procuramos nos precaver para evitar que índices não relacionados pudessem apresentar alguma relação espúria. Prioritariamente utilizamos uma ferramenta da estatística que é a correlação. A correlação nos indica de qual grandeza determínado índice se relaciona ou adere com a variação de vendas da unidade escolhida. Após as várias correlações realizadas, decidimos pelos índices de maior grau de correlação para utilizarmos na geração da regressão. Assim, a correlação serviu para que previamente pudéssemos nos atentar aos índices que maior relação tem com a variação de vendas da unidade Morumbi, para daí utilizarmos estes índices na execução da regressão. Índices utilizados e suas correlações Na tabela apresentada a seguir, relacionamos todos os índices utilizados na correlação com os dados de vendas da unidade estudada em ordem decrescente de correlação. 74 . Tabela 13 - Correlações entre a loja e os vários índices I 81.30%iSAlÁRIO 75.98% MÉDIO REAL TOTAL-INDÚSTRIA iSALÁRIOS NOMINAIS TOTAL-INDÚSTRIA iBASE MON_ETARIA-PAPELMOEDAEMITIOP_ ::zr9~% 71.69%jREND 68.25% IM1 - PAPEL MOEDA COM PÚBLICO 67.9!lJ'ohpc: 67.86%iIPC + DEPOSITOS VISTA FIPE (NÚMERO íNDICE) - -,-_.'--- - FGV (NÚMERO íNDICE) 67.12%jSAlÁRIO - MíNIMO NOMINAL 66.95%IIPCA-IBGE (NÚMERO INDICE) 66:76% IICV - DIÊÉ-SE(NÚMERO íNDICEESrRÃTO F75%rrcv:-DIEES~.ERD _ 66.38% ..._.____ .___ -- MÉDIO NOMASSALSÃO PAULO IBASE-,,'lfON~~IA-SALDO 62.19%ICOMÉRCIOVAREJISTA6O.60%jCESTA . FINAl- PERIOQQ..__ 62.73%! M4 - DEPÓSITO A PRAZO ~--'62.59%IDESEMPR·EGO TOTALSAO 61.62%ICONSUMO 1) iNDICEOERAl) -- PAU~-- NÃO DURÁVEIS ENERGIA ELÉTRICA INDUSTRIAL BÁSICA MÉpl.~.DIEES§!PROC~_. .__ ._-_.--I - .~-== ~§Q.09~~..::.. DE.~gSI~...9..E.'!'QUPANÇ!\ _______ 58.45%iREND MEDIO NOMINAL OCUPS - BAO PAULO I 57.68% 1M2- :nruL~S FEDERAL F~RA DO 8ACEN ~ 57.1_ª-~ ISALAR.IO MINIM,ONE~~~~ARIO ____.___ 55.28% !IGPIM - FGV (NUMERO INDICE) - 54.74%iDESEMPREGO~BERTOSAOPAULO ~~PIDIFGV (NUMERO íNDICE) -_. 52.20o/~IC~.- DIr::ES~_~ÚMER~á 1~ ..___ I SAL MIN_)____ .__ I 51.31 % 'TAXA DESEMPREGO - SÃO PAULO 45.69%1REND , . MÉDIO REAL INDÚSTRIA SAO PAULO __ 4 o/c°1'MASSA SALARIAL REAL SAO PAULO 44.~7% jlPAlDI- FGV (NÚMERO íNDiCE) •.___ 'M.27%· REND MÉDIO REAL COMÉRCIO SÃO PAULO ~ 43.28% -- MASSA DE RENDIMENTO REAL SÃO PAULO 39.93%iARRECADAÇÃO -IMP.oSTO DE REN_DA 38.64 % 1D~SPESA TESOURO - T?TAL DA DESPESA 35.38% DOLAR COMERCIAL- MEDIA MENSAL ~1?%IDESPE~~~ºURO-PESSÕALEEN~AR~_~ 32.85% jlMPO~TAg~~:r_OTAL ._....,. ____ 30.39% COMERCIO VAREJISTA - MATERIAL CONSTRUÇAO 25.02% ICOM~RCIO VAREJISTA - DURAVEIS -- I __ 16.27%:PRODUÇÃ~ INDUSTRI~L- GERAL 15.65~ORTAÇAO TOTAL 9.50%IRESERVAINTERNACIONAL__ 8.84 o/~V CAIXAS - DIEESE (N9MERO ~NDI_~_§ ESTRAT..91L _____ • _i!~~2%IICV- DI~~~~ (NUMER0J.ND!2E E8TI3~I9.']'L _ . 7.71 %ICOMÉRCIO VAREJISTA- COMÉRCIO GERAL 7.48% RESERVA INTERNACIONAL- L1QUIDEZ 0.54% PRODUÇÃO INDUSTRIAL- TRANSFORMAÇÃO -6.35%jBASE MONETARIA-SALDO·FINAL PERíODO ----=2f.56õRSALDO COMERCIAL .:31.96%lpRODUÇf,O I~ºUSTRIAL- •.-. BENS DE CAPITAL ------- ---'--' -32.11 % ARRECADAÇAO - IMPOSTO DE RENDA -;;~_.-.- -55.15% TAXAREFERENC~L-TR -58.85% - -68.34% -77.83% INPC/Sp· IBGE (TAXA.) ITOTAL DE HORAS PAGAS í COMÉRCIO . ____ VAREJISTA-CONCESSIONÁRIAS ~ .- .._ 75 13. Regressão utilizando os índices de maior correlação Na tabela abaixo, apresentamos a regressão que melhor se aproximou da série histórica de vendas da unidade estudada. Utilizamos o método stepwise provido pelo software de análise estatística, que consiste em adicionar as variáveis independentes uma a uma de maneira que o conjunto de variáveis adotadas apresente o melhor resultado possível através da melhor aderência do modelo, ou seja, do maior R múltiplo - que neste caso foi de 90% - desde que cada variável independente apresente um valor-p significatico abaixo de 5%. Devemos nos valer deste procedimento pois parte das variáveis que estudamos acima tem forte relação entre si, o que faz com que com possa ocorrer uma deturpação dos resultados. Tabela 14 - Regressão RESUMO DOS RESULTADOS ESlalíSlica de regressão R mú~iplo R-Quadrado R-quadrado ajustado Erro padrão Observações nso 0.80 0.78 4014.26 57.00 M'40VA 91 .Regressão Resíduo Total Interseção SALÁRIO MÉDIO REAL TOTAL-INDÚSTRIA ICV - DIEESE (NÚMERO íNDICE ESTRATO 1) IPC - FGV (NÚMERO íNDICE) . IPC -FIPE (NÚMERO íNDICE) BASE MONETÁRIA-PAPEL MOEDA EMITIDO Ml- PAPEL MOEDA COM PÚBUCO + DEP. YlSTÁ SO MO 6 326E+09 5 43EiffI B.06EiOB 1.61 E-+07 56 4.06E+09 50 F F de sign 33.69 000 . Coef. Erropaá. S/ai / valor-P 95% inf. 95"10sue. Inf. 95.0"16 Sue. 95.0"10 -89282.75 24339.28 -3.67 0.00 -138169.65 -40395.86 -138169.65 -40395.86 4:'17" 0.00 . 257.13 631.17 257.13" 631.17 444.15 93.11 -4.09 000 ·5986.47 -204581 ·598647-204581 -4016.14 98197 3.41 0.00 2.09 . 8.05 2.09 8.05 5.07 1.49 100:i.81 . Dl.33 . 3.:25 0.00 :111.51 .. 1620.11 331.51" 1620.11 4.58 0.00 1.25 3.21 1.25 . 3.21 2.23 0.49 -4.01' 0.00-1.41 ··~.4i ~1.41 . ~.47 -0.940.23 Assim, através da regressão, a fórmula que prevê a venda da unidade Morumbi Shopping poderia ser escrita como : Y = -89282,75+ 444,15vari - 4016,14vars + 5,07vars + 1000,81var, + 2,23 var, - 0,94 var, que aparece graficamente representada abaixo juntamente com a evolução de vendas desta loja, 76 Gráfico 5 - Evolução das Vendas Morumbi vs. Regressão Vendas Loja \IS. 1-- fv'brurrbi -.- Regressão Regressão I Entretanto procuraremos entender o que representam as variáveis que compõem a regressão obtida cuja relação se encontra na tabela a seguir. Tabela 15 - Relação de variáveis utilizadas na regressão Var 1 Var2 Var3 Var4 Var5 Var6 Salário Médio Real Total- Indústria ICV - DIEESE (Número Indice Estrato 1) IPC - FGV (Número Indice) IPC - FIPE (Número Indice) Base Monetaria - Papel Moeda Emitido Ml - Papel moeda com público + depósito à vista Das variáveis envolvidas pode-se perceber que: a variável Var 1 está relacionada com os níveis de ganhos dos empregados assalariados em geral apesar de ser um indicador para os empregados na indústria. 77 as variáveis Var 2, Var 3 e Var 4 estão relacionados com índices de custo de vida gerais ou específicos para estratos de renda mais baixos. as variáveis Var 5 e Var 6 estão relacionados com a quantidade de moeda na economia, ou indiretamente, com a política monetária do momento. Assim, depreendemos que a variação apresentada no faturamento da unidade estudada está relacionada, além da correção de custo indicado pelos índices de custo de vida, diretamente com o poder de compra do salário, principalmente para os estratos mais baixos e intermediários da população, mas também, indiretamente relacionadas pelo poder de compra do salário, influenciado por políticas macro econômicas que podem influir tanto para incrementar como para diminuir o poder de compra desta parte da população. Através desta regressão, não pudemos concluir de que forma o aumento ou diminuição entre os preços de outros itens que compõem a cesta de consumo das diversas famílias, como por exemplo consumo de energia elétrica, transporte, alimentação no domicílio ou estudos, afeta ou afetou o item alimentação fora do domicílio. Assim, olhando para a unidade familiar, procuraremos estudar como a variação de preços nos itens de consumo obrigatório pelas famílias, que representam para estas famílias custos fixos, pode ter influenciado na variação no consumo do item alimentação fora do domicílio que estamos estudando,_dadaa existência da restrição orçamentária. 14. Cálculo da Evolução dos Pesos dos Itens Consumidos Tendo em vista o conceito de restrição orçamentária, procuraremos, através da utilização dos índices de gasto mensal por item e da evolução dos índices de custos de cada item que compõem a cesta de consumo da família, mostrar de que maneira as famílias conduzem as suas despesas baseados na evolução da participação de cada item de consumo no total dispendido pelas famílias mensalmente. 78 Partimos da pesquisa Estrutura do Orçamento Doméstico - Município de São Paulo - 1994/1995 - POF - DIEESE - encontrada na Tabela 6 anteriormente. Primeiramente determinamos qual parte do total de despesas cada família comprometia em diversos itens de seu consumo, para a data da pesquisa. Utilizamos então índices de preços ao consumidor fornecido pela Fundação Getúlio Vargas em sua Revista Conjuntura Econômica, Preços ao Consumidor - base agosto de 1994 - que desmembra os gastos familiares e mostra a evolução mensal dos itens Alimentação, Habitação, Artigos de Residência, Assistência à Saúde e Higiene, Serviços Pessoais e Serviços Públicos. Nosso interesse em utilizar as pesquisas da FGV para evolução dos preços dos itens consumidos, se deve a explicitação das despesas no item Serviços Públicos, que de acordo com sentimento no mercado, tiveram um crescimento acentuado nos últimos anos e que poderiam revelar uma influência importante quando estudada a sentida diminuição na evolução do item Alimentação Fora do Domicílio. Desta forma, procuramos montar uma simulação do que ocorreu com uma família de salário cujo valor seria o Rendimento Médio Nominal assalariado do Município de São Paulo, que é uma informação coletada e fornecida pelo DIEESE e a partir deste rendimento, do perfil de gasto desta família segundo a POF 1994/95 - DIEESE e segundo a evolução dos preços dos diversos itens, procurar entender de que maneira esta família promoveria suas escolhas. Partindo do princípio que: 79 ou seja, uma família, de acordo com seu rendimento R, pode consumir a quantidade qa de alimentos a preço pa, e assim sucessivamente com vestuário, habitação, artigos de residência, assistência saúde, serviços pessoais e públicos. Aonde o erro E é a diferença representado pelo erros existentes nas pesquisas como também do item índice de consumo de fmanciamento ou de poupança, que por simplificação não abordaremos neste modelo. Mas como é sabido, R tem que se adaptar às variações de preços P dos diversos itens através da escolha de consumo das quantidades Q destes diversos itens. O que procuraremos mostrar no estudo apresentado abaixo é como a variação de P de diversos itens afetou a porcentagem que uma família destinou a outro determínado item. Se por um lado é bastante difícil empiricamente detectar de como cada família gasta seu rendimento em função de variações nos preços, podemos entender de como estas reduziram a fatia de seu rendimento em determinados itens em função do aumento de outros. Assim, para o mês de agosto de 1994 estabelecemos que uma família consumia as proporções de seu rendimento de acordo com a POF do DIEESE 1994/95 a preços R$ 100,00 para cada item de acordo com o índice de variação de preços da IPC - FGV região metropolitana do Rio de Janeiro. Exemplificando, se o rendimento salarial nominal para a região metropolitana de São Paulo era, em agosto de 1994, equivalente a R$ 471,00 e uma família consumia 27,44% de seu rendimento com o item Alimentação, o que representava R$ 129,24; dado que a quantidade consumida deste item no mês seguinte tenha sofrido um aumento de preço de 1,29%, passando para R$ 130,91, determinamos que este valor seria equivalente agora a 27,39% do rendimento salarial nominal no mês seguinte que é de R$ 478,00. 80 Assim, de agosto para setembro de 1994, houve uma queda na participação de despesa do item Alimentação, para o mesmo consumo, pois o salário nominal apresentou um aumento acima da variação de preço deste índice. Praticamos este cálculo sucessivamente para todos os meses, para todos os itens. Desta forma, não estamos considerando os efeitos de substituição, nem de aumento de renda. Pode-se ver isto, na última coluna da tabela, dado que a soma dos pesos de consumo não é sempre igual a 100% como fora em agosto de 1994. Neste caso, a somatória dos pesos inferior a 100% indica que o consumidor apresentou um aumento no poder de consumo, enquanto uma soma de pesos acima de 100% indica uma perda de poder de compra. Mas bastante importante para nossos estudos, foi identificar, através da evolução dos pesos, como o consumidor, para manter a estrutura de compra base definida em agosto de 1994, teve um forte aumento no índice de preços dos itens Habitação e Serviços Públicos em comparação com outros itens. Mais adiante procuraremos tecer uma aproximação de quais seriam então as elasticidades de demanda ao preço para os vários itens de consumo familiar em função dos dados obtidos. 81 Tabela 16 - Estudo de Evolução dos pesos dos Itens de Consumo Salário Peso "'9 0.194 Sei OUl Nov Dez jan.l95 Fev Mer Abr Mai Jun Jul Ago Sei OUl Nov Dez jen.l96 Fev Mar Abr Ma; Jun Jul Ago Sei OU! Nov Dez j",n.l97 Fev M••r Abr M",; Jun Jul Ago Sei OUl Nov Dez jen.l98 Fev Mar Abr M••I Jun Jul Ago Sei Ou! Nov Dez jan.l99 Fev Mar Abr Mal Jun Jul Âgo Sei .Ou! Nov Dez janJOO Fev M••r Abr Moi Jun Jul :Ago Sei Ou! No" Dez AlilTlentação 471 478 495 506 561 553 580 580 559 687 641 643 708 689 663 701 735 708 746 755 734 708 803 774 797 815 820 821 801 812 829 846 845 835 860 873 861 860 866 871 861 859 861 854 855 868 874 866 837 836 845 863 854 .. 868 862 855 846 844 845 860 869 .. 872 881 870 863 850 834 . '844 .. 858 872 845 858 875 899 912 887 874 Indice 0.2744 100.00 0.2739 0.2724 0.2776 0.2510 0.2614 0.2512 0.2588 0.2740 0.2247 0.2443 0.2429 0.2186 0.2219 0.2268 0.2173 0.2092 0.2239 0.2131 0.2109 0.2183 0.2290 0.2034 0.2133 0.2043 0.1959 0.1940 0.1936 0.1991 0.2022 0.2006 0.2011 0.2011 0.2012 0.1921 0.1867 0.1857 0.1847 0.1851 0.1855 0.1911 0.1963 0.1956 0.2024 0.2026 0.1996 0.1972 0.1969 0.2018 0.2003 0.1985 0.1937 0.1962 0.1956 0.2017 0.2084 0.2109 0.2099 0.2091 0.2057 0.2044 0.2032 0.2041 0.2102 0.2149 0.2211 0.2243 0.2233 0.2195 0.2140 0.2196 0.2196 0.2182 0.2125 0.2093 0.2154 0.2185 101.29 104.34 108.67 108.95 111.85 112.74 116.12 118.52 119.46 121.18 120.87 119.76 118.29 116.34 117.85 118.98 122.68 123.01 123.19 123.99 125.47 126.36 127.73 126.01 123.56 123.10 122.97 123.38 127.04 128.68 131.65 131.51 129.97 127.86 126.13 123.68 122.90 124.04 125.02 127.33 130.47 130.31 133.72 134.05 134.03 133.36 131.94 130.67 129.57 129.76 129.33 129.65 131.38 134.51 137.89 138.08 137.05 136.70 136.88 137.44 137.12 139.15 141.47 143.48 145.44 144.74 145.80 145.72 144.40 143.55 145.77 147.70 147.85 147.67 147.86 147.76 1.00 Vesluár-io R$ Peso Indlce 130.91 0.0787 100.00 134.85 0.0795 102.47 140.45 0.0787 105.08 140.80 0.0802 109.42 144.56 0.0739 111.83 145.71 0.0757 112.95 150.08 0.0734 114.88 153.18 0.0710 111.03 154.39 0.0762 114.90 156.62 0.0654 121.26 156.22 0.0724 125.24 154.78 0.0739 128.21 152.88 0.0650 124.15 150.36 0.0660 122.69 152.31 0.0692 123.73 153.77 0.0657 124.19 158.55 0.0628 124.47 158.98 0.0652 124.58 159.22 0.0612 123.21 160.24 0.0594 121.06 162.16 0.0603 119.44 163.31 0.0651 124.40 165.09 0.0593 128.48 162.86 0.0600 125.19 159.69 124.00 0.0577 159.10 0.0565 124.13 158.92 0.0563 124.51 159.46 0.0566 125.37 164.19 0.0575 124.33 166.31 0.0568 124.45 170.15 0.0550 123.12 169.97 0.0530 12099 167.98 0.0537 122.37 165.25 0.0556 125.26 163.01 0.0551 127.81 126.11 159.85 0.0535 158.84 0.0523 121.50 160.31 0.0520 120.64 161.58 0.0519 121.31 164.57 0.0521 122.53 168.63 0.0519 120.65 168.41 0.0517 119.72 172.82 116.04 0.0500 173.24 0.0492 113.28 173.23 0.0497 114.62 172.35 0.0502 117.55 170.52 0.0500 117.89 168.88 0.0500 116.73 167.46 0.0502 113.36 167.71 0.0497 112.18 167.15 0.0496 112.97 167.56 0.0487 113.38 169.79 0.0490 112.89 173.85 0.0488 114.21 178.21 0.0487 113.36 178.45 0.0474 109.28 177.12 0.0496 113.17 0.0514 176.68 116.95 176.90 0.0525 119.73 177.63 0.0513 118.93 177.22 0.0499 116.94 179.84 0.0502 118.09 182.84 0.0507 120.54 195.44 124.17 0.0529 197.97 0.0528 122.82 187.06 0.0531 121.66 199.43 0.0534 120.11 188.34 0.0522 119.99 186.63 0.0518 119.97 185.53 0.0512 120.46 189.40 0.0527 120.04 190.99 0.0525 121.58 191.08 0.0510 120.28 190.85 0.0494 119.80 191.09 0.0489 120.38 190.96 121.07 0.0506 0.0516 121.65 "REFI 1.00 Habitação Peso Indice 37.98 0.1733 100.00 38.95 0.1867 109.34 40.56 0.1975 119.80 41.45 0.2054 127.31 41.87 0.1918 131.80 0.1997 42.58 135.31 41.16 0.1992 141.57 0.2112 150.05 42.59 44.95 0.2287 156.65 0.1947 46.42 163.84 47.53 0.2446 192.07 46.02 0.2533 199.55 45.48 0.2397 207.94 45.86 0.2587 218.40 46.03 0.2768 224.86 46.14 0.2677 229.93 46.18 0.2593 233.51 45.67 0.2733 237.08 44.87 0.2674 244.40 44.27 0.2694 249.15 46.11 0.2816 253.27 47.63 0.2957 256.48 46.40 0.2727 268.27 45.96 0.2863 271.52 46.01 0.2818 275.13 46.15 0.2786 278.19 46.47 0.2790 280.30 46.09 0.2803 281.98 46.13 0.2895 284.10 45.64 0.2857 284.17 44.85 0.2825 286.89 45.36 0.2787 288.87 46.43 0.2807 290.54 47.38 0.2852 291.75 46.75 298.70 0.2835 45.04 300.14 0.2806 44.72 0.2858 301.46 44.97 0.2871 302.48 45.42 0.2853 302.71 44.72 303.61 0.2845 44.38 0.2892 305.02 43.01 0.2913 306.55 41.99 0.2927 308.77 42.49 0.2966 310.27 43.57 0.2974 311.48 43.70 312.17 0.2936 43.27 0.2992 320.36 42.02 0.3028 321.29 41.58 0.3142 322.20 41.88 0.3152 322.97 324.09 42.03 0.3131 41.84 324.15 0.3066 42.34 323.83 0.3095 324.34 42.02 0.3050 40.51 325.97 0.3097 41.95 0.3115 326.29 326.64 43.35 0.3151 44.38 0.3157 326.47 44.09 330.80 0.3195 43.35 0.3159 332.75 43.77 0.3131 333.31 44.68 0.3125 333.99 335.10 46.03 0.3105 45.53 0.3157 336.53 45.10 0.3198 337.02 44.52 0.3241 337.55 44.07 0.3311 338.35 44.43 0.3273 338.39 44.65 0.3218 338.27 44.49 0.3273 349.62 45.07 0.3376 349.45 349.98 44.59 0.3329 44.41 0.3264 349.88 44.62 0.3177 349.94 44.88 350.65 0.3138 351.54 45.09 0.3235 0.3283 351.57 "REFI R$ 1.00 R$ 89.24 9778 103.92 107.58 110.45 115.55 122.48 127.86 133.73 156.77 162.88 169.73 178.27 183.54 187.68 190.60 193.52 199.49 203.37 206.73 209.35 218.98 221.63 224.57 227.07 228.79 230.16 231.89 231.95 234.17 235.78 237.15 238.14 243.81 244.98 246.06 246.90 24709 247.82 248.97 250.22 252.03 253.26 254.24 254.81 261.49 262.25 262.99 263.54 264.54 264.59 264.32 264.74 266.07 266.33 266.61 266.48 270.02 271.60 272.06 272.53 273.52 274.69 275.09 275.52 276.18 276.21 276.11 285.38 285.24 285.67 285.59 285.63 286.22 286.94 286.97 "REFI 82 Residência Peso Indlce 0.0613 0.0610 0.0595 0.0590 0.0541 0.0567 0.0550 0.0552 0.0584 0.0481 0.0528 0.0539 0.0491 0.0506 0.0530 0.0502 0.0488 0.0507 0.0488 00481 0.0496 0.0513 0.0456 0.0468 0.0457 0.0445 0.0442 0.0441 0.0451 0.0447 0.0439 0.0431 0.0431 0.0434 0.0421 0.0414 0.0420 0.0419 0.0416 0.0414 0.0417 0.0417 0.0417 0.0424 0.0426 0.0420 0.0422 0.0422 0.0438 0.0438 0.0432 0.0420 0.0429 0.0424 0.0434 0.0452 0.0468 0.0473 0.0473 0.0469 0.0467 0.0466 0.0463 0.0472 0.0478 0.0487 0.0501 0.0498 0.0492 0.0486 0.0502 0.0503 0.0495 0.0481 0.0473 0.0489 0.0499 1.00 Saúde R$ 100.00 29.17 101.04 29.47 102.08 29.87 103.46 30.33 105.06 31.36 108.60 31.89 110.44 32.00 110.82 32.65 113.10 33.03 114.40 33.82 117.13 34.65 120.00 34.76 120.40 34.86 120.73 35.11 121.60 35.16 121.77 35.85 124.17 35.91 124.38 36.39 126.04 36.29 36.43 125.70 126.18 36.34 125.86 36.59 126.72 36.19 125.35 36.40 126.08 36.28 125.66 36.23 125.47 36.23 125.49 36.15 125.21 36.34 125.85 36.35 125.91 36.44 126.20 36.41 126.09 36.26 36.21 125.57 36.12 125.42 125.10 36.14 125.17 36.05 124.85 36.03 36.04 124.81 124.81 35.93 124.43 35.83 124.10 35.93 124.45 36.20 125.37 36.40 126.08 36.47 126.31 36.86 36.51 127.66 36.69 126.46 127.07 36.64 36.49 126.90 126.39 36.25 125.55 36.66 126.97 36.80 127.46 37.37 129.44 38.65 133.87 39.62 137.22 39.93 138.28 39.99 138.49 40.37 40.61 139.84 140.67 40.62 140.68 40.83 141.41 41.06 142.20 41.24 142.83 41.36 143.26 41.82 42.02 144.85 145.54 42.19 146.12 42.34 42.43 146.65 146.95 43.18 149.57 43.35 150.15 43.23 149.73 43.16 149.47 43.37 150.22 43.64 151.15 #REFI 1.00 S.Pessoais Indice R$ Peso Indice 0.1214 0.1184 0.1144 0.1116 0.1014 0.1046 0.1016 0.1042 0.1107 0.0933 0.1090 0.1129 0.1057 0.1107 0.1167 0.1109 0.1079 0.1140 0.1088 0.1080 0.1125 0.1289 0.1173 0.1234 0.1194 0.1163 0.1158 0.1149 0.1192 0.1181 0.1160 0.1140 0.1148 0.1164 0.1185 0.1187 0.1204 0.1209 0.1205 0.1199 0.1212 0.1216 0.1210 0.1220 0.1225 0.1206 0.1215 0.1238 0.1283 0.1288 0.1278 0.1250 0.1261 0.1247 0.1266 0.1290 0.1318 0.1339 0.1351 0.1358 0.1358 0.1369 0.1359 0.1384 0.1395 0.1427 0.1454 0.1445 0.1426 0.1409 0.1463 0.1449 0.1427 0.1391 0.1313 0.1417 0.1441 100.00 99.02 99.05 98.77 99.51 101.1 2 103.05 105.68 108.23 112.08 122.19 126.95 130.92 133.42 135.27 135.93 138.67 141.13 141.94 142.54 144.40 159.65 164.67 167.06 166.37 165.73 166.11 164.98 167.00 167.72 168.14 168.68 169.65 169.94 178.28 181.20 181.37 181.84 182.47 182.61 182.52 182.68 182.17 182.15 183.11 183.02 185.69 187.46 187.86 188.30 188.89 188.60 188.29 189.26 190.80 192.85 194.98 197.67 199.67 204.25 206.32 208.16 209.37 210.64 210.51 212.13 212.03 213.22 214.05 214.93 216.17 217.36 218.35 218.64 219.04 219.89 220.21 56.62 56.63 56.48 56.90 57.82 58.92 60.42 61.89 64.08 69.87 72.59 74.86 76.29 77.35 77.72 79.29 80.70 81.16 81.51 82.57 91.29 94.16 95.52 95.13 94.76 94.98 94.34 95.49 95.90 96.14 96.45 97.00 97.17 101.94 103.61 103.71 103.97 104.34 104.41 104.36 104.46 104.16 104.15 104.70 104.65 106.18 107.19 107.42 107.67 108.01 107.84 107.66 108.22 109.10 110.27 111.49 113.03 114.17 116.79 111.91 119.37 119.72 120.44 120.37 121.29 121.23 121.92 122.39 122.90 123.60 124.28 124.85 125.02 125.25 125.73 125.91 0.0928 0.0937 0.0921 0.0913 0.0829 0.0851 0.0825 0.0840 0.0918 0.0778 0.0873 0.0896 0.0828 0.0856 0.0905 0.0860 0.0827 0.0902 0.0864 0.0859 0.0902 0.0946 0.0841 0.0875 0.0851 0.0834 0.0829 0.0830 0.0856 0.0879 0.0864 0.0849 0.0854 0.0868 0.0845 0.0837 0.0849 0.0853 0.0848 0.0846 0.0860 0.0903 0.0901 0.0909 0.0909 0.0878 0.0874 0.0883 0.0910 0.0907 0.0894 0.0869 0.0877 0.0869 0.0888 0.0904 0.0917 0.0927 0.0927 0.0925 0.0919 0.0922 0.0917 0.0947 0.0955 0.0984 0.1006 0.1001 0.0991 0.0981 0.1017 0.1025 0.1022 0.0996 0.0980 0.1011 0.1046 44.77 100.00 102.43 45.61 104.35 46.19 46.50 105.68 106.38 47.08 107.72 47.86 109.50 48.69 111.41 51.30 117.37 53.45 122.28 55.96 128.03 57.60 131.78 58.59 134.05 59.01 60.01 135.00 137.29 60.26 137.86 60.76 139.00 63.89 146.16 64.48 147.52 64.87 148.42 66.22 151.51 66.96 153.19 67.55 154.55 67.73 154.96 67.83 155.19 67.93 155.42 68.02 155.61 68.17 155.96 68.59 156.92 71.35 71.60 163.23 163.80 71.83 164.34 72.13 72.45 165.03 165.75 72.64 166.20 73.05 167.13 73.13 167.31 73.34 167.79 73.40 167.93 73.69 168.59 74.05 169.42 77.55 177.43 77.60 177.55 77.60 177.53 77.69 177.74 76.21 174.36 76.36 174.70 76.44 76.17 174.89 75.83 174.28 173.50 75.53 74.98 172.80 171.55 74.88 171.32 75.44 172.59 76.55 175.14 77.26 176.77 77.57 177.48 78.23 178.99 78.34 179.22 79.52 181.94 79.88 182.15 80.38 183.91 80.78 184.82 82.36 82.45 188.42 188.64 83.65 191.37 83.86 191.86 84.50 193.32 85.01 194.48 85.57 195.77 85.95 196.64 87.92 201.16 89.42 204.59 89.53 204.84 89.40 204.54 89.66 205.14 91.38 209.07 #REF! #REFI 1.00 Total 1.00 S.públlcos Peso R$ Peso Indice 0.1981 0.1914 0.1849 0.1782 0.1607 0.1635 0.1567 0.1569 0.1618 0.1319 0.1639 0.1686 0.1534 0.1574 0.1639 0.1707 0.1735 0.1890 0.1878 0.1862 0.1927 0.2002 0.1828 0.1934 0.1907 0.1866 0.1855 0.1876 0.1943 0.1921 0.1883 0.1845 0.1955 0.2070 0.2140 0.2154 0.2209 0.2211 0.2196 0.2226 0.2274 0.2283 0.2384 0.2406 0.2432 0.2421 0.2405 0.2428 0.2516 0.2519 0.2492 0.2452 0.2533 0.2481 0.2495 0.2523 0.2539 0.2543 0.2631 0.2717 0.2146 0.2747 0.2107 0.2822 0.2866 0.2890 0.2962 0.3023 0.2987 0.2941 0.3019 0.3034 0.2968 0.2887 0.2843 0.3113 0.3238 100.00 98.08 98.10 96.66 96.60 96.89 97.39 97.51 96.95 97.12 112.63 116.18 116.37 116.26 116.45 128.27 136.64 143.39 150.13 150.69 151.56 151.91 157.34 160.39 162.89 162.95 163.01 165.03 166.84 167.19 167.27 167.24 177.06 185.27 197.23 201.50 203.83 203.77 203.79 207.81 209.82 210.15 220.02 220.19 222.90 225.26 225.25 225.33 225.66 225.71 225.69 226.83 231.82 230.77 230.47 231.16 230.19 230.02 238.27 250.43 255.15 256.75 255.56 263.16 265.10 263.32 264.74 273.40 274.65 274.86 273.45 279.03 278.32 278.18 277.92 295.98 303.35 R$ 91.51 91.53 90.19 90.14 90.40 90.87 90.98 90.46 90.61 105.09 108.40 108.58 108.48 108.66 119.68 127.49 133.79 140.08 140.60 141.41 141.74 146.81 149.65 151.98 152.04 152.09 153.98 155.67 155.99 156.07 156.05 165.20 172.86 184.03 188.01 190.18 190.13 190.15 193.90 195.77 196.08 205.29 205.45 207.97 210.18 210.17 210.25 210.55 210.60 210.58 211.65 216.30 215.32 215.04 215.68 214.78 214.62 222.32 233.66 238.63 239.56 238.45 245.54 247.35 245.69 247.02 255.10 256.27 256.46 255.14 260.35 259.68 259.55 259.31 276.16 283.04 #REF! Peso ... 100.00 100.46 99.91 100.33 91.57 94.67 91.96 94.11 100.17 - 83.59 97.43 99.51 91.43 95.10 '99.68 96.84 94.41 100.64 97.35 98.79 100.53 106.49 96.52 101.06 98.46 96.17 95.78 96.01 99.04 98.75 97.26 95.93 97.42 99.56 98.98 98.00 99.20 99.30 98.88 99.06 100.86 '102.11 102.95 104.39 104.88 103.58 103.79 104.67 108.09 108.05 107.07 104.81 106.47 105.14 106.73 108.41 109.99 110.52 111.94 111.91 111.64 111.63 110.99 114.13 '115.58 117.72 120.11 119.94 "118.27 117.42 120.99 120.61 118:67 115.51 113.90 119.26 '122.08 83 Através da tabela 16 podemos ver que tomando como base agosto de 1994, uma família gastava 27,44% de seu orçamento com Alimentação; 7,87% com Vestuário; 17,33% com Habitação; 6,13% com gastos na Residência; 12,14% com Saúde; 9,28 com Serviços Pessoais e 19,81 % com Serviços Públicos. Assim pode-se ver que para os vários itens houve alteração significativa ao compararmos a participação de gasto em cada item em dezembro de 2000 com agosto de 1994. Vejamos o resumo na tabela 17. Tabela 17 - Comparação da Participação dos Itens no Orçamento Familiar % do orçamento em % do orçamento em variação agosto/1994 Alimentação dezsembro/2000 no gasto com este item % 27,44% 21,85% -20,37% Vestuário 7,87% 5,16% -34,43% Habitação 17,33% 32,83% +89,44% Residência 6,13% 4,99% -18,60% Saúde 12,14% 14,41 % +18,70% Serviços Pessoais 9,28% 10,46% +12,72% Serviços Públicos 19,81% 32,38% +63,45% É importante lembrar que estes dados comparam uma situação real obtida através da pesquisa realizada em 1994/95 aonde os porcentuais de gasto em cada item foram obtidos comparados com uma suposição de como a mesma família manteria seu nível de gasto nos itens em função da evolução de preços de cada um destes itens. Na verdade as famílias, como agentes econômicos, reagem às variações de preços dos diversos itens procurando tanto bens alternativos quanto procurando variar o nível de consumo de determinados itens. rI \': 84 Mas, apesar de não dispormos da elasticidade da demanda ao preço de cada item, poderemos fazer uma simulação baseado em algumas formulações que apresentaremos a seguir, de como o aumento de preços de itens essenciais e que poderemos considerar fixos devido ao monopólio de oferta e necessidade absoluta de consumo por parte da população, promoveram uma grande pressão no consumo de outros itens, diminuindo seu consumo. 15. Cálculo das Elasticidades dos Itens Consumidos Dada a tabela 16, obtida anteriormente, sendo a série de dados Salário como variável dependente e as séries de dados Alimentação, Vestuário, Habitação, Artigos de Residência, Assistência à Saúde, Serviços Pessoais e Serviços Públicos como variáveis independentes de uma regressão, obteremos coeficientes para cada uma das variáveis independentes que serão as elasticidades de demanda para variação de preço de cada um dos itens de consumo. Desta forma, utilizando-se os dados ordenados na tabela 18 abaixo apresentada, promovemos a sua regressão apresentada na tabela 19. Segundo esta regressão, obteve-se um índice R múltiplo de 0,98 - que mostra que a equação adere a 98% da realidade observada, e coeficientes para cada variável independente que seriam as elasticidades de demanda ao preço de cada um dos itens. Estamos nesta regressão testando a hipótese Ho que consiste em determinar se o item estudado apresenta demanda elástica a preço. Para as variáveis independentes (que neste caso representam os itens de consumo) que obtiveram valor-p maior que 5%, a hipótese será rejeitada, o que significa que a elasticidade de demanda a preço para estes itens pode até conter o valor zero, apresentando inelasticidade. Estes valores estão em negrito na tabela para realce. Para as outras variáveis a hipótese se confirma, Pelo modelo: os itens Serviços Públicos e Saúde com coeficientes de -0,04 e -0,09 respectivamente, demonstram itens de baixíssima elasticidade, em outras 85 palavras, uma grande variação em seu preço não altera significamente o seu consumo, pois se tratam de itens essenciais com pouca opção de variedade de oferta para o público consumidor, o seu sinal negativo significa que um aumento de preço representará em uma diminuição em seu consumo. Os itens Vestuário e Habitação, com coeficientes de 2,74 e 1,71 respectivamente, se demonstram itens de alta elasticidade, em outras palavras, uma pequena variação nos preços destes itens representam uma grande queda no seu consumo, por se tratarem de itens que podem tanto ter seu consumo postergado no tempo como também serem diminuídos em relação a itens mais prioritários. O item Artigos de Residência apresentou um coeficiente de -3,99 que significa que este item de consumo apresenta uma grande variação de consumo devido a uma pequena variação em seu preço, tendo sua demanda bastante elástica, ou seja, não é um item prioritário de consumo, também podendo ser postergado no tempo em detrimento do consumo de itens mais essenciais. Finalmente, o item Alimentação apresentou um coeficiente de 0,79 o que demonstra este item apresentar baixa elasticidade, demonstrando tratar-se de item de consumo essencial, mas diferentemente dos itens Saúde e Serviços Públicos que apresentam um caráter mais monopolista de prestação de serviço ou de venda de bens, o primeiro apresenta concorrência monopolística, ou seja, o público consumidor dispõe de um grande leque de opções no mercado para o consumo deste item; os quais concorrem entre si. 86 Tabela 18 - Salário Nominal na Região Metropolitana de São Paulo e Índices 87 Tabela 19 - Regressão dos dados da Tabela 18 RESUMO DOS RESULTADOS EstBtística de regressão R múltiplo 0.98 R-Quadrado 0.97 R-quadrado ajustado 0.97 Erro padrão 20.68 Observações 77 ANOVA gf Regressão Resíduo Total SO MQ F F de significação 7 952100.43 136015.49 318.11 0.00 69' 29502.37" 427.57 76 981610.81 . Coeficiente~rro Interseção Alimentação Vestuário Habitação Residência Saúde S. Pessoais S. Públicos padrão 251.18 079 2.74 1.71 71.69 1.01 0.76 0.26 -3.99 -D.09 1.02 0.66 0.73 .. 0.85 -D04 0.33 Stat I vafor-P 3.49 0.00 0.78 0.44 3.60 6.70 -4.63 0.00 0.00 0.00 .0.13 0.90 1.20 . 0.23 .0.13 0.90 95"10inferiores 95% superiores Inferior 95.0% Superior 95.0% 107.76 -1.23 394.60 2.81 4.26 394.60 2.81 . 4.26 1.20 in 107.76 -1.23 '1.22 -5.71 -1.55 "-D.68 -D.70 -2.27 1.36 2.72 062 1.20 -5.71 -1.55 -D.68 -D.70 2.22 -2.27 1.36 ". 2.72 0.62 . 1.22 . 16. Desmembrando o item Alimentação em Fora do Domicílio e No Domicílio Sabemos, entretanto, que o item Alimentação é estudado tanto pelo DIEESE, quanto pela FIPE e pela FGV agrupando-se os itens de consumo no domicílio e fora do domicílio. Procuraremos agora então estudar como pode variar a elasticidade do item Alimentação quando desmembrado em dois de seus sub-itens: Alimentação No Domicílio e Fora do Domicílio. Imaginamos que a Alimentação, apesar de ser um item essencial não deve ser estudado agrupado pois faze-lo no domicílio apresenta um caráter de consumo mais prioritário, diferentemente do consumo Fora do Domicílio. 88 Assim, o coeficiente de 0,79 obtido na regressão anteriormente apresentada deve revelar algumas nuances no comportamento deste item quando estudado de forma desmembrada. 89 Tabela 20 - Salário Nominal na Região Metropolitana de São Paulo e Índices 90 Tabela 21 - Regressão dos dados da Tabela 20 SQ MO F Fde sigo ---------.--------i---.----------~----------------953359.07-119169_00 2E1l.83 _ 0.00 i ' -Resíduo-----------68--·-2825fi4 ---415.47·------- ----------------,------------i--------------------,--------------.-- Regressão ;'Tetal : gl 8 . ,--"'--"-'-_.. _- --;._--'76" --·~9ã161-o..àl··-- -,_..-- . Coef. - Erro padrão Stat t ._. . : : vaJor-P 95% inferiores -95% .__ .__. ._3. __._, _ _i__ _ superiores: ~--- _ ..__ - ".._ ..-.-, __ __.__ _.__ Irlerior 95.0% Superior 95.0% • Através da regressão acima, podemos entender que o item Alimentação quando estudado através de seus sub-itens No Domicílio e Fora do Domicílio, apresentam elasticidades completamente diferentes. Na regressão da tabela 19, o item Alimentação apresenta uma elasticidade de 0,79 apresentando-se como item de pouca elasticidade. Na regressão da tabela 21, quando desmembrado, o sub-item Alimentação No Domicílio apresenta uma elasticidade de 0,91 mostrando-se ainda pouco elástico, entretanto o sub-item Alimentação Fora do Domicílio (AFD), apresenta uma elasticidade de 2,07, mais elástico do que o sub-item anterior, tendo uma elasticidade próxima do item Vestuário que é de 2,05. 91 Parte V -Conclusão Final Este trabalho permitiu um maior aprofundamento de conhecimentos, inclusive com a aplicação de teoria micro econômica, do comportamento do mercado de refeições fora do domicílio na região metropolitana de São Paulo. Pudemos ver que apesar da alimentação ser um item de consumo de caráter essencial, que inclusive apresenta uma baixa elasticidade, entretanto, quando estudado através da Pesquisa de Orçamento Familiar como um sub item de Alimentação que é a Alimentação fora do Domicílio, aonde não se apresenta apenas a característica básica de 92 necessidade fisiológica do ser humano mas também características de conveniência, lazer, conforto ou entretenimento, aonde não é considerado o custo apenas do produto alimentício em si quando este é classificado pela POF como gêneros alimentícios - no caso de preparo e consumo na residência, mas se trata de consumo de um item com valores agregados tais como alugués, impostos e taxas, mão de obra, lucro do empreendedor etc; este item apresenta alta elasticidade comparável ao de vestuário, item semi-durável. 93 17. Referências Bibliograficas DEATON, A.; MUELLBAUER, University Press, 1980. 1. Economics and Consumer Behavior, Cambridge DIELMAN, T. E. Applied Regression Analysis for Business and Economics, 23 ed., Belmont, California, Duxbury Press, 1996. DIVISIÁ, F. Économique Rationelle, G. Doin, Paris, 1928. ENDO, S. K. Pesquisa de Orçamentos Familiares no Município de São Paulo, São Paulo, Instituo de Pesquisas Econômicas, USP, 1984. ENDO, S. K. Números Índices, 23 ed., São Paulo, Atual, 1988. ENGEL, 1. F. et aI. Consumer Behavior, 6th ed., Orlando FI., The Dryden Press Int. Editions, 1990. PINDYCK, R. S. E RUBINFELD, D. L. Microeconomics, Hal1, Inc., 1997. 4th ed., New Jersey, Prentice KIRSTEN, J. T. Custo de Vida: Metodologia de Cálculo, Problemas e Aplicações, São Paulo, Livraria Pioneira, Editora FIPE, v. xi, 158p, 1985. KIRSTEN, 1. T. Metodologia da Construção de Índices de Preços ao Consumidor Custo de vida, São Paulo, Instituto de Pesquisas Econômicas - IPE, 1975. KIRSTEN, J. T. Orçamentos Familiares na Cidade de São Paulo, Instituto de Pesquisas Econômicas- IPE, 1971/72. KARMEL, P. Applied Statistics for Economists, London, 1963. 2 nd ed., Sir Isaac Pitman and Sons, KENDALL, M. G., The Early History of lndex Number, International Statistical Review, 1969. SARGENT, 1993. T. Bounded Rationality in Macroeconomics, Oxford, Clarendon Press, SINCICH, T. Business Statistics by Example, 5 thed., New Jersey, Prentice Hal1, 1996. SISTEMA NACIONAL Básica de Ponderações, DE ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR Rio de Janeiro: IBGE, 1983. SISTEMA NACIONAL DE ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR Cálculo, Rio de Janeiro: IBGE, 1984. Estrutura Métodos de 94 Jornais e Periódicos BREDARIOLI, C. Paulistanos têm novos hábitos de consumo, O Estado de São Paulo, São Paulo, 19 de mar. 2001. CHIARA, M. de Preço estável não atenua inflação passada, O Estado de São Paulo, São Paulo, 2 out. 2000. DANTAS, V. Consumidor gasta menos no supermercado, O Estado de São Paulo, São Paulo, 2 out. 2000. GOMIDE, S. Tarifas Públicas já consomem 17% da renda - aumento do preço dos serviços reduz a parte disponível para o consumo, OEstado de São Paulo, São Paulo, 8 mar. 2000 MONTORO :F., A. Análise Econométrica da Função Consumo, Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 92-131, mar. 1968. PAULIN, G. D. Let's do Lunch: Expenditures on MealsAway From Horne, Monthly Labor Review, Washington, mai. 2000. REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA, Índices Econômicos, Rio de janeiro, Fundação Getúlio Vargas, ed. ago. 1995, ago. 1996, fev. e ago. 1997/1998/1999/2000 e fev.2001 SALGUEIRO, S. A Compra do Mês está Mais Farta, Superhiper, São Paulo, v. 23, n. 263, p. 48-50, jul. 1977. 95 ANEXOS ANEXO A - Cardápio Spd de agosto/200 1 Pratos combinados em promoçao ""., ..-.r~~·,,·····. ri) m > ~ t) ::J ri) o Õ u, S edini ••Válido para saladas Spedini ou Romana. ru,uz,uj,iU9,jWU,' ~~ ~----------------------------------------~ I \ I )1 Entradas Carnes Carpaccio R$ 4,30 Carne bovina fatiada, coberta com queijo e molho italiano Levíssimo, sempre Spaghetti Penne italianas sempre Massa apreciada por seu formato cillndrico, a retenção do molho em sua tenra textura Textura suave, feito Conchas ;r. massa Lasanha com batatas recheadas "ai dente" que facilita Lasanha de frango Recheada requeijão com frango Recheada com peperoni Recheada com brôcoiis desfiado e delicioso Lasanha de peperoni e delicioso Lasanha de brócolis Rondelli Com recheio irresistivel branca ou verde. Massa R$ 6,10 R$ 6,10 chester, queijo tipo queijo tipo requeijão e delicioso queijo tipo requeijão de chester e queijo gratinado. Spaghetti Fusili "Frutti di mari" Carne iI milanesa, gratinado molho sugo, penne, molho 4 queijos Salada Romana Salada Caesar Salada Premium Com tomate e toque levemente picante da calabresa defumada. Carbonara - Molho branco com chester, bacon e champignon Refrigerante lata Água copo300ml Água garrafa50oml Água com Gás Suco de Laranja 300ml Suco de Laranja soo mi Mate Leão Cerveja iata ou iong neck Vinho Nacional Taça150ml Vinho Importado Grãos de arroz selecionados e preparados branco, açafrão e queijo parmesão. com vinho Grãos de arroz selecionados e preparados lingüiça defumada e queijo. com cubos de R$ 3,30 R$ 3,30 rso e« Taça150ml Garrafa 750ml R$ 1,40 R$ 0,70 R$ 1,10 R$ 1,35 R$ 1,30 R$ 1,50 R$ 1,10 R$ 1,70 R$ 2,80 R$11,00 R$ 3,20 R$15,50 Sobremesas Quatro queijos - Molho branco com os queijos gorgonzola, provolone, parmesão e requeijão. Acompanhamentos R$6,10 (Gde) Garrafa Calabresa - Risoto Calabrês pepino, azeitona Bebidas R$ 6,80 moída. Risoto Milanês R$5,40 (Gde) Alface, mussarela de búfala, tomate seco e rocula. Acompanha parmesão. R$ 6,80 e carne bovina R$5,40 (Gde) Alface, parmesão, tiras de filé de frango grelhadas. Acompanha croutons. R$ 6,40 R$ 6,50 R$ 6,90 R$3,10/4,50 (pq/Gde) Salada Toscana R$ 6,40 e chester. pepino e queijo. Alface, cenoura, repolho, tomate, e iscas de calabresa. R$ 6,40 R$3,10/4,50 (Pq/Gde) Alface, cenoura, repolho, ·croutons· R$ 6,40 Mo[hos Sugo - Tradicional molho de tomate. Bolonhesa - Substancioso, com tomate Saradas R$ 5,80 Com alface, tomate, selecionadas branco, R$ 5,80 R$ 6,10 +R$ 0,95* Com molho sug'i5 e recoberto com queijo extra gratinado. • Na compra áe uma das promoçoes, acréscimo de R$ 0,95 Salada Spedini com requeijão Receita única recheada com molho mussarela e carne moída R$ 3,00 A parmecziana Capelleti branco com recheio de carne Capelleti verde com recheio de ricota Nhoque Concizlione marinado. A milanesa e recheada com queijo. florentina iI base de ervas. R$ 5,80 das massas r~~ :~~:~~~~.~~~.~.~.~~.~.~~ Polpeta "ai dente" A mais tradicional P'ÓI R$ 3,00 R$ 3,00 Peito de frango grelhado, Massas Talharine Filetto Canuto R$ 1,30 Exclusivo mousse coberto com chocolate nos sabores: chocolate, coco, chocolate com menta e morango. S edini ••••••• 98 ANEXO B - POF/DIEESE - Ponderações e Gastos médios mensais por domicílio . onderações e Gastos médios mensais por domlcfilo Ponderação Gasto por domlcRlo Denominação do item fotal Geral Alimentação - . Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Total Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 941,52 400,17 747,39 1.674,98 100,0000% 100,0000% 100,0000% 100,0000% 258,35 142,91 233,11 398,57 27,4394% 35,7134% 31,1904% 23,7954% 97,18 62,93 96,80 130,86 10,3216% 15,7264% 12,9515% 7,8127% Hortifrutas Frutas e Verduras por quilo Frutas Hortaliças Legumes Raizes e Tubérculos 3:1,40 2,74 14,19 3,33 4,3) 5,84 17,49 0,89 7,98 1,82 2,87 3,93 28,59 2,19 13,27 3,29 4,21 5,63 45,23 5,28 21,40 4,88 5,77 7,90 3,2293% 0,2915% 1,5070% 0,3536% 0,4569% 0,6203% 4,3712% 0,2214% 1,9934% 0,4560% 0,7183% 0,9821% 3,8259% 0,2929% 1,7751% 0,4402% 0,5639% 0,7538% 2,7005% 0,3154% 1,2776% 0,2911% 0,3446% 0,4717% Graos Arroz Feijão Outros Graos 10,91 7,41 3,05 0,46 9,15 6,26 2,69 0,21 12,19 8,27 3,53 0,39 10,93 7,38 2,77 0,78 1,1590% 0,7871% 0,3235% 0,0485% 2,2868% 1,5631% 0,6710% 0,0527% 1,6314% 1.1068% 0,4721% 0,0525% 0,6523% 0,4408% 0,165~ 0,0464% Carnes Bovina 28,01 26,07 1,95 16,31 15,00 1,31 27,96 26,03 1,94 39,71 37,13 2,58 2,9753% 2,7684% 0,2069% 4,0746% 3,7484% 0,3262% 3,7416% 3,4823% 0,2593% 2,3706% 2,2168% 0,1538% 10,72 8,92 1,80 7,46 6,12 1,34 10,49 8,72 1,77 14,08 11,81 2,27 1,1390% 0,9474% 0,1917% 1,8638% 1,5288% 0,3350% 1.4031% 1,1665% 0,2366% 0,8405% 0,7050% 0,1355% 3,77 3,48 0,29 1,74 1,64 0,10 3,71 3,55 0,16 5,91 5,27 0,64 0,4005% 0,3696% 0,0309% 0,4348% 0,4100% 0,0247% 0,4968% 0,4750% 0,0218% 0,3528% 0,3148% 0,0380% Leite in natura Leite in natura 13,36 13,36 10,79 10,79 13,85 13,85 15,01 15,01 1,4185% 1,4185% 2,6953% 2,6953% 1,8526% 1,8526% 0,8960% 0,8960% Indústria da Alimentação 104,32 61,81 99,58 151,00 11,0803% 15,4450% 13,3239% 9,0152% 9,48 1,74 3,68 4,06 6,16 1,34 2,34 2,48 9,61 2,00 4,05 3,56 12,57 1,84 4,61 6,12 1,0071% 0,1851% 0,3912% 0,4307% 1,5401% 0,3358% 0,5849% 0,6194% 1,2862% 0,2682% 0,5422% 0,4758% 0,7505% 0,1100% 0,2753% 0,3651% 14,98 10,06 1,00 3,31 11,35 8,71 1,02 1,62 14,78 10,78 1,24 2,76 18,59 10,46 2,55 5,58 '1,5913% 1,0690% 0,17041" 0,3519% 2,8352% 2,1764% 0,2546% 0,4041% 1,9782% 1,4425% 0,1664% 0,3693% 1,1097% 0,6247% 0,1520% 0,3330% Café e Chá Café Chá 6,53 6,19 0,34 5,15 4,96 0,19 6,49 6,18 0,31 7,83 7,33 0.50 0,6934% 0,6578% 0,0356% 1,2877% 1,2400% 0,0477% 0,8681% 0,8267% 0,0414% 0,4677% 0,4376% 0,0301% Carnes .e Peixes Industrializados Peixes Enlatados Carnes Industrializadas 9.72 0,87 8,86 5,04 0,50 4,54 9,10 0,83 8,27 15,01 1,26 13,75 1,0327% 0,0919% 0,9408% 1,2606% 0,1250% 1,1357% 1,2173% 0,1107% 1,1066% 0,8964% 0,0755% 0,8210% Derivados do Leite Leite Queijos Outros derivados do Leite 17.,20 5,00 5,66 5,.93 8,98 3,59 2,38 3,01 16,34 5,66 4,62 6,05 26,24 7,49 10,04 8,70 1,8263% 0,5949% 0,6017% 0,6298% 2,2442% 0,8980% 0,5936% 0,7526% 2,1859% 0,7573% 0,6186% 0,8100% 1,5665% 0,4473% 0,5995% 0,5196% Óleos e Gorduras Gorduras Oleos e Azeites ·5,65 1,59 4,06 4,43 1,25 3,18 5,79 1,73 4.06 6,62 1,76 4.86 0,5999% 0,1691% 0,4308% 1,1077% 0,3129% 0.7948% 0,7744% 0,2311% 0.5432% 0,3954% 0,1053% 0,2901% 7.88 5,20 2,69 4,11 3,17 0,94 7,47 5,28 2,18 12,06 7,08 4,98 0,8374% 0,5519% 0,2855% 1,0271% 0,7932% 0,2339% 0,9994% 0,7071% 0,2923% 0.7200% 0,4230% 0,2971% Doce/Açúcar/Conservas Açúcar Doces Conservas Doces 13,23 4,22 8,35 0,65 7,70 3,84 3,52 0,34 12,42 4,47 7,44 0,51 19,50 4,25 14,14 1,11 1.4048% 0.4484% 0,8870% 0,0695% 1,9241% 0,9599% 0,8791% 0,0851% 1,6620% 0,5981% 0,9953% 0,0686% 1,1642% 0,2535% 0,8443% 0,0664% Prontos para Consumo Elaborados Semi-Elaborados 2,55 2,21 0,34 0,84 0,80 0,03 1,71 1,41 0;30 5,16 4,47 0,69 0,2711% 0,2352% 0,0359% 0,2093% 0,2011% 0,0082% 0,2284% 0,1887% 0,0398% 0,3079% 0,2666% 0,0413% 17,10 10,83 8,04 5.34 15,87 10,09 27,42 17,06 1,8164% 1.1500% 2,0092% 1,3336% 2,1240% 1,3506% 1.6369% 1,0183% Produtos In-naturae semi-elaborados sutnas Aves e Ovos Aves Ovos Peixes e Frutos do Mar Peixes Camarao , Total Massas.Biscoitos e Farinhas Farinhas Bolachas e Biscoitos Massas Panificação Pão de Sal paes Industrializados Outros Pães e Bolos ------- Condimentos e Enlatados Condimentos Enlatados e Empacotados Bebidas Nl!o Alcoólicas Preços de junho de 1996 - Deflator INPC SP -'>nderações e Gastos médios me'nsals por domlcfllo Gasto por domlcfllo do ftem Denominação Bebidas Alcoólicas Alimentação Fora do Domicilio 2~ ~Z~ Estrato 3 ~~6 Total _U,66~ Estrato 1 u,6/:>67o Estrato 2 U,I/;J47o Estrato 3 0.6187% 18,18 36,73 116,70 6,0375% 4,5420% 4,9150% 6,9674'70 RefeiçOes Principais Refeiçao por Quilo Prato do Dia Prato Feito Comercial Outras RefeiçOes 33,64 9,62 2,57 1,~ 4,89 15,26 7.42 3,16 0,32 0,27 0,67 3,00 19,37 3.48 3,03 0,11' 4,64 8,11 75,05 22.43 4,19 3,71 9,29 35.43 3,5732% 1,0217% 0,2727% 0,1381% 0,5196% 1,6212% 1,8550% 0,7908% 0,0797% 0,0683% 0,1673% 0.7489% 2,5922% 0.4658% 0.4060% 0,0145% 0,6207% 1,0852% 4.4808% 1,3392% 0,2501% 0,2213% 0,5547% 2,1155% Lanches Matinais e Vespertinos Cafezinho Média Pão com Manteiga Refrigerante Agua Mineral Sandulches Bebidas Alcoólicas Salgadinhos Sorvetes PorçOes Sucos Balas Achocolatados Doces Paes Vitaminas 23,20 0,95 0,40 0,31 2,29 0,21 5,00 5,38 2,81 1,68 0,52 0,72 0,36 0,74 1,26 0,44 O,CX5 10,75 0.40 0,16 0.32 1.05 0.04 1.41 3.94 1.50 0.56 0,05 0,20 0.32 0,26 0.44 0,10 0.01 17,36 0,77 0,29 0.25 1.89 0,09 3.09 4.11 2.47 1.50 0.35 0.47 0.22 0,66 0.62 0,54 0.04 41.65 1.68 0,69 0.40 3.94 0,52 10,96 7.95 4.42 3.01 1.21 1.52 0,54 1,30 2,76 0.67 0.10 2.4643% 0,1007% 0,0423% 0,0330% 0,2429% 0,0224% 0.5399% 0.5718% 0.2985% 0.1786% 0,0557% 0,0766% 0,0387% 0.0783% 0.1333% 0.0465% 0.0050% 2,6870% 0,1002% 0,0395% 0.0810% 0,2613% 0.0102% 0.3515% 0.9841% 0,3754% 0,1389% 0,0121% 0,0494% 0.0808% 0.0649% 0.1093% 0.0262% 0.0023% 2,3229% 0,1033% 0,0387% 0.0337% 0.2526% 0.0119% 0.4129% 0.5504% 0.3310% 0.2008% 0,0463% 0.0630% 0.0295% 0.0887% 0.0831% 0.0723% 0.0047% 2,4866% 0,1003% 0,0412% 0.0239% 0.2352"lo 0.0308% 0.6542% 0.4745% 0.2642% 0.1796% 0,0722% 0.0909% 0.0321% 0.0774% 0.1646% 0,0399% 0,0058% 221,46 102,05 177,47 384,39 23,5216'70 25,5021'70 23,7455% 22,9491'70 Locação,lmpostos , Estrato 1 Estrato 2 66,84 Habitação - Total 6,27 Ponderação e Condominio 97;14 45.52 75.99 169,72 10,3178'70 11,3763% 10.1671% 10.1327'70 Locaçao Casa Apartamento 66,25 49,01 17,24 35.66 33.21 2.46 58.08 50,93 7.15 104.85 62.29 42.56 7.0360% 5.2054% 1.8306% 8.9118% 8.2979% 0.6139% 7.7704% 6,8143% 0,9560% 6,i598% 3.7187% 2.5411% Condomlnio Impostos 19,63 11,27 6.47 3.39 10.03 7,88 42.36 22,51 2.0851% 1.1968% 1.6178% 0.8467% 1.3423% 1.0544% 2,5288% 1,3441% 93,70 46,04 77,48 157,36 9,9515% 11,5050% 10,3673% 9,3948'70 Serviços Públicos Eletricidade Agua/Esgoto Gás de Rua Gás de Butijao Telefone 58,27 26,29 15,20 0,69 4,03 12,06 36.44 16,99 11,91 0.16 3,92 3.46 54,33 25.19 15.98 0.28 4,21 8.67 83.92 36.64 17.68 1.63 3,94 24.02 6,1894% 2,7926% 1.6142% 0,0734% 0.4278% 1.2814% 9,1065% 4,2452% 2.9757% 0.0405% 0.9808% 0,8643% 7.2689% 3,3703% 2,1375% 0.0376% 0.5631% 1.1604% 5,0102% 2.1877% 1.0558% 0.0971% 0.2355% 1.4341% Serviços Domésticos Empregados 24,38 2.83 2.83 12.47 12.47 57.81 57,81 2.5895% 2.5895% 0.7063% 0.7063% 1.6681% 1.6681% 3.4512% ,3.4512% limpeza Doméstica Alcool Cera Detergente Inseticida Palha de Aço Sacode Lixo Lustra Móveis Limpa CMo Removedor Guardanapo de Papel Papéis de Cozinha Coador de Papel Agua Sanitária Desinfetante sabae em Pedra Sabaoem PÓ Amaciante Artigos Descartáveis Vela Carvao 11,04 0,20 0,40 0,85 0,48 0,48 0,25 0,14 0,36 0,10 0,16 0,54 0,21 0,58 0,62 1,10 6,77 0,17 0.23 0.49 0.24 0.37 0.05 0.08 0.10 0.03 0.07 0,20 0,11 0,32 0,30 1.05 2,06 0,34 0,29 0.09 0,06 10,69 0,13 0.42 0.88 0,50 0.58 0,22 0.14 0.27 0,12 0.12 0.38 0,19 0.59 0,61 1.26 2,68 0,65 0.41 0,17 0,20 15.63 0,30 0,56 1.17 0,71 0.47 0,50 0.20 0,72 0,17 0,29 1.04 0.34 0.83 0.96 0,95 3,55 0.93 1.05 0.20 0,23 1,1726% 0.0212% 0.0428% 0,0902% 0,0512% 0,0508% 0.0270% 0.0151% 0,0384% 0,0111% 0,0169% 0,0572% 0.0226% 0.0618% 0.0664% 0,1163% 0,2944% 0.0681% 0,0619% 0.0164% 0.0172% 1.6922% 0.0419% 0.0576% 0.1235% 0.0602% 0,0936% 0,0116% 0,0205% 0.0259% 0.0075% 0.0163% 0.0507% 0.0274% 0,0810% 0,0752% 0,2619% 0,5157% 0,0859% 0.0731% 0.0232% 0,0141% 1.4303% 0,0177% 0.0559% 0.1171% 0.0670% 0,0775% 0.0292% 0.0193% 0.0363% 0.0155% 0.0164% 0,0514% 0,0254% 0,0791% 0,0820% 0,1685% 0.3580% 0.0866% 0,0553% 0,0225% 0,0271% 0,9334% 0,0179% 0.0335% 0,0701% 0,0421% 0.0281% 0.0301% 0.0120% 0.0428% 0,0100% 0.0173% 0,0620% 0,0204% 0.0496% 0,0575% 0.0567% 0,2121% 0,0557% 0,0626% 0.0120% 0.0135% Operação do Domicílio Preços de junho de 1996 - Deflator INPC SP 24.38 zrr 0,64 0,58 0,15 0,16 2 · onderações e Gastos médios mensais por domlcfllo Gasto por domlcfllo do ftem Denominação 0,05 0.07 0.25 10,49 24,00 57,31 3,2523'70 2,6209'70 3,2111'70 3,4215'70 Material Tinta Azulejo Massa Cimento Porta Tijolo Telha Piso Material Elétrico Material Hidráulico Ferramentas Vidro Fechadura Areia 16,24 2,79 0,29 0,21 1,46 1,37 1,43 0,25 3,25 1,38 1,91 0,82 0,06 0,29 0,74 5.01 0.63 0,65 0,03 0,30 0,97 1,11 0,09 13,68 2,38 2,11 0,68 1.98 1.46 0,08 0,10 0,68 - 29,98 5.41 0,08 0.44 2.88 2.88 0,28 0.66 7,93 3,05 3,35 0,91 0,09 0.76 1.25 1,7247% 0,2965% 0,0303% 0,0219% 0,1550% 0,1450% 0,1524% 0,0266% 0,3455% 0.1468% 0.2025% 0,0866% 0,0059% 0.0307% 0.0790% 1.2518% 0,1579% 0.1614% 0,0064% 0,0740% 0,2424% 0,2772% 0,0237% 0,0000% 0,1073% 0,1039% 0,0208% 0,0000% 0,0068% 0.0702% 1,8308% 0.3187'70 0,0000% 0,0218% 0,1653% 0,0193% 0,3579% 0,0000% 0,2823% 0.0911% 0.2644% 0.1955% 0,0102% 0,0131% 0.0912% 1,7901% 0,3231% 0.0046% 0.0263% 0.1721% 0,1720% 0.0168% 0,0395% 0.4733% 0.182~ 0,2001% 0,0542% 0.0056% 0,0456% 0.0747% Mao de Obra Eletricista Encanador Pedreiro Pintor Carpinteiro 14,38 3,73 0,59 6,95 1.98 1,13 5.48 2.73 0.05 2.69 - 10.32 3.17 0.86 5.26 0.97 0.06 27.33 5,28 0.77 12.85 5.00 3.43 1.5276% 0.3965% 0.0622% 0.7380% 0.2105% 0,1204% 1.3690% 0.6832% 0.0126% 0.6732% 0.0000% 0.0000% 1.3803% 0.4240% 0.1155% 0.7031% 0.1303% 0,0074% 1.6314% 0.3152% 0.0463% 0.7670% 0.2984% 0.2046% 67,68 22,25 53,63 97,13 6,1264'70 5,5592'70 7,1756'70 5,7987'70 32,71 12,91 32,51 52,54 3,4742'70 3,2255'70 4,3501'70 3,1369'70 3,91 1,21 1,02 0,87 0,81 1.75 0,58 0.24 0.78 0.16 2.94 1.05 0.94 0.66 0.28 7.11 1.94 1.96 0.94 2,27 0.4153% 0,1282% 0,1085% 0.0925% 0,0861% 0.4372% 0,1442% 0.0599% 0,1939% 0,0392% 0,3933% 0,1401% 0,1264% 0,0887% 0.0381% 0.4246% 0,1158% 0.1173% ·0.0562% 0.1354% Grande Porte Fogao Geladeira Freezer Microondas Lavar Louça Lavar Roupa 11,35 2,10 4,76 0,63 1,35 0,77 1,85 4.54 1.62 2.18 11,13 1.68 5.21 0,54 0,55 0,37 2.78 18,33 2,92 6.75 1.07 3,21 1.87 2,52 1,2055% 0,2225% 0.505~~ 0,0563% 0.1437% 0.0814% 0,1963% 1,1357% 0.4043% 0,5445% 0,0000% 0,1066% 0,0339% 0.0463% 1.4888% 0.2245% 0.6965% 0.0728% 0,0735% 0,0498% 0,3717% 1.0943% 0.1743% 0.4028% 0,0640% 0,1914% 0,1116% 0.1503% Eletronicos Comunicaçao Televisão Som Micro Computador 17,45 1,05 5,64 9,03 1,72 6.61 0.60 3.09 2,93 - 18.45 0.44 6.13 11.86 0,01 27.10 2,20 7.44 11.91 5,56 1,8534% 0.1120% 0.5990% 0,9594% 0.1830% 1,6526% 0,1493% 0,7716% 0.7317% 0,0000% 2.4680% 0,0590% 0.8207% 1.5865% 0.0019% 1.6179% 0.1311% 0.4440% ·0.7108% 0.3319% Equipamentos do Domicilio Domésticos Eletrodomésticos e Equipamentos Pequeno Porte Liquidificador Máquina de Costura Ferro Elétrico Chuveiro Elétrico · 0.0:' - 0.43 0.42 0.08 - 0,03 0.28 - 0.43 0,14 0,19 0.10 - 0,16 1,24 0,14 2,68 Estrato 3 0.21 Estrato 1 0.0131'70 0.0125% Estrato 2 0.0137~ 0,0087% Estrato 3 0.0125% 0.0147% 7,48 3,29 5,22 13,96 0,7941'70 0,8225'70 0,6989'70 0,8333'70 Sala Pratos e Jogo de jantar TravessaslTigelas Jogos e Copos Avulsos Talheres 1,89 0,59 0,32 0,54 0,43 0,74 0,17 0.20 0.15 0.23 0.86 0,32 0,05 0,29 0.21 4.10 1.31 0.73 1.20 0,86 0.2006% 0,0629% 0,0342% 0.0578% 0,0457% 0.1852% 0,0415% 0,0488% 0.0378% 0.0570% 0.1147% 0.0423% 0.0062% 0.0387% 0,0275% 0.2447% 0.0779% 0.0436% 0.0719% 0.0513% Cozinha Outras Utilidades de Cozinha Potes de Mantimentos Garrafa Térmica 3,74 2,70 0,61 0,44 1.58 1.09 0.11 0,37 2.95 2.28 0.44 0,23 6.69 4,74 1.34 0,62 0,3970% 0,2863% 0.0644% 0.0463% 0.3945% 0.2728% 0.0286% 0,0931% 0,3948% 0.3051% 0,0582% 0.0314% 0,3995% 0.2828% 0.0800% 0.0367% Lavanderia/Banheiro Vassoura Balde Lâmpadas 1,85 0,68 0,37 0,81 0,97 0,46 0.34 0.18 1,42 0.58 0,16 0,67 3,17 0,95 0,61 1.61 0,1965% 0,0719% 0,0388% 0,0859% 0,2429% 0,1138% 0,0841% 0.0450% 0,1894% 0.0780% 0,0217% 0.0898% 0.1891% 0.0566% 0.0363% 0.0962% 13,36 4,85 8,51 4,56 1.25 3.31 11,97 3.66 8,31 23,53 9,72 13.81 1.4186'70 0,5148% 0,9038% 1.1400'70 0.3124% 0.8276% 1,6019'70 0,4902% 1,1117% 1,4047'70 0.5803% 0.8244% 4,14 1,49 3,92 7,10 0,~95'70 0,3712'70 0,5247'70 0,4238'70 Utenslllos Domésticos · . Ponderação 30,62 ,,--,"~nservação · Estrato 1 Estrato 2 Total 0,0128~ 0.0127% E:sponJaele Lavar Pano de chão · Total u,12 0,12 Móveis Sala Quarto Rouparla Preços de junho de 1996· Deflator INPC SP 3 .>nderações e Gastos médios mensais por domlcnlo Ponderação Gasto por domlcnlo Denominação do ftem uuarto Sala e Banheiro Transporte 0,3136% 0,0577% 0,3413% 0,1834% 0,299'1% 0,1239% Total Estrato 2 Estrato 3 0,23 1,37 5,02 2,08 128,28 30,97 91,84 261,64 13,6243% 7,7390% 12,2874% 15,6205% I,:l!> 9.43 58,21 220,48 10,2128% 2,3577% 7,7884% 13,1631% 7.55 6.48 0,18 0,32 0,50 0,01 0,03 0,04 30.42 26,92 1.13 1.32 0,62 0,04 0,13 0,25 122,66 83,57 1.96 25,26 5,68 0,75 2,52 2,92 5,6934% 4,1686% 0,ll86% 0,9360% 0,2369% 0,0277% 0,0935% 0,ll21% 1.8870% 1,6186% 0,0453% 0,0793% 0,1239% 0,0023% 0,0079% 0,0096% 4,0707% 3,6024% 0,1514% 0,1770% 0,0832% 0,0052% 0,0177% 0,0337% 7,3229% 4,9892% 0,1168% 1,5083% 0,3391% 0,0446% 0,1507% 0,1742% Serviços Funilaria Auto Elétrico Mecanica Balanceamento Revisao Regulagem 13,19 3,23 1,30 6,41 0,13 1,48 0,63 0,25 6,97 1.83 0.45 4,38 - 32,29 7,88 3.41 14,71 0,28 4,12 1,88 1.4007% 0,3436% 0,1378% 0,6808% 0,0137% 0,1576% 0,0673% 0,0636% 0,0000% 0,0023% 0,0405% 0,0208% 0,0000% 0,0000% 0,9330% 0,2447% 0,0608% 0,5861% 0,0000% 0,0413% 0,0000% 1,9275% 0.4705% 0,2038% 0,8781% 0,0168% 0,2458% O,ll24% Peças e Acessórios Pneus Bateria Amortecedores Escapamento Freios 9,42 5,45 0,81 1,62 0,53 1,01 1,63 1.55 0,08 5,67 3,31 0,60 0,66 0,35 0,75 20,93 10,90 1,78 4,55 1.31 2.40 1.0004% 0,5793% 0,0865% 0,1716% 0,0559% 0,1071% 0.4071% 0,3861% 0,0210% 0,0000% 0,0000% 0,0000% 0,7583% 0.4433% 0,0803% 0,0886% 0,0464% 0,0998% 1,2496% 0,6508% 0,1061% 0,2714% 0,0782% 0,1432% Compra de Veiculo 19,94 - 15.15 44,61 2,1182% 0,0000% 2,0264% 2,6631% 5,3813% 0,5539% 4.5623% 0,1055% 0,1339% 0,0257% 4,4990% 0,6042% 3,6823% 0,1038% 0,1083% 0,0003% 2.4574% 0,3578% 1,7725% 0,0148% 0,2846% 0,0277% Combustlvel Oleos Lubrificantes IPVA Estacionamento Despachante Seguro Obrigatório Lavagem Coletivo Metrô Onibus Trem Subúrbio Táxi Outros Coletivos Vestuário Roupas · · 0,3090% 0,1305% 2,91 1,23 96,16 operação · Estrato 3 :l,!>!> Estrato 1 53,00 39,25 1,12 8,81 2,23 0,26 0,88 1,06 Individuai · Total Estrato 1 Estrato 2 - 0,01 0,16 0,08 - - - 0,31 32,12 4,21 25,25 0,49 1,98 0,18 21.53 2,22 18,26 0.42 0,54 0,10 33,63 4,52 27,52 0,78 0,81 0,00 41.16 5,99 29,69 0,25 4,77 0.46 3,4115% 0.4476% 2,6815% 0,0522% 0,2106% 0,0196% 74,14 35,13 62,70 124,42 7,8741% 8,7799% 8,3893% 7,4282% 49,79 22,59 38,95 87,73 5,2884'7: 5,6449% 5,2112% 5,2377% 4,1924% 1.4271% 2,7653% 4,1511% 1,2959% 2,8551% 4,0024% 1,5794% 2.4230% 4,2857% 1,4006% 2,8851% Adulto Masculinas Feminina 39,47 13,44 26,04 16,61 5,19 11,43 29,91 11,80 18,ll 71,78 23.46 48,32 InfantiVBebe Infantil Bebês 10,32 8,44 1,88 5,98 4,33 1,64 9,03 8,16 0,88 15,95 12,83 3.11 1,0961% 0,8960% 0,2001% . 1,4939% 1,0832% 0,4107% 1,2087% 1,0915% 0,1173% 0,9520% 0,7661% 0,1859% 19,76 10,82 19,73 28,69 2,0987% 2,7036% 2,6398% 1,1131% 2,1725% 0,3265% 0,6957% U503% 2,3234% 0,4763% 0,5164% 1,3306% 1,5051% 0,2363% 0.4920% 0,7768% Calçados 17,11 2,98 4,94 9,19 8,69 1,31 2,78 4,60 17,36 3,56 3,86 9,95 25,21 3,96 8,24 13,01 1.8174% 0,3165% 0,5247% 0,9762% Infantil Sapato Sandália Tênis 2.65 0,82 0,44 1,39 2,13 0,59 0.45 1,09 2,36 0.48 0,39 1.50 3,48 1.38 0,48 1,62 0,2813% 0,0867% 0,0468% 0,1479% 0,5311% 0,1470% 0,1119% 0,2722% 0,3164% 0,0644% 0,0518% 0,2001% 0,2080% 0,0824% 0,0288% 0,0968% AcessórIos Outros de VestuárIo 4,24 0,34 1,62 0,11 3,88 0,15 7,22 0,77 0,4506% 0,0364% 0,4049% 0,0265% 0,5187% 0,0197% 0,4313% 0,0462% 65,05 12,99 30,95 151,01 6,9093% 3,2464% 4,1412% 9,0156% 59,55 12,15 28,15 138,18 6,3253% 3,0353% 3,7667% 8,2494% 4,5726% 0,1387% 0,5458% 0,5449% 0,8543% 0,5089% 1.8llO% 0,0243% 0,0972% 0,7197% 0,0000% 0,0000% 2.4972% 0,0348% 0.4200% 0,4009% 0,3125% 0,2125% 6,1555% 0,2121% 0,7151% 0,6701% 1.1906% 0,7664% Adulto Masculino Feminino Sem Especificaçao de Sexo · Educaçlo e LeItura · · Educação Cursos Formais Matemal Pré-Primário Primeiro Grau 1a 4 Primeiro Grau 5 a 8 Segundo Grau Preços de junho de 1996 - Deflator INPC SP 43,CS 1,31 5,14 5,13 8,04 4,79 7,25 0,10 0,39 2,88 - 18,66 0,26 3,14 3,00 2,34 1.59 103,10 3,55 11,98 ll,22 19,94 12,84 4 . onderações e Gastos médios mensais por domlcnlo Ponderação Gasto por domlcRlo Denominação do ftem Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 3t!,28 5,29 1,/785% 0,2016% 0,9501% 0,0196% T.073T% 0,0434% 2,2856% 0,3156% Cursos Diversos Preparação Flsica Unguas Digitaçao Computaçao 9,57 3,92 3,59 0,64 1,42 2,24 0,58 0,54 0,83 0,28 5,31 2,38 1,32 0,32 1,30 21,13 8,61 8,76 1,11 2,65 1,0162% 0,4161% 0,3814% 0,0678% 0,1509% 0,5586% 0.1462% 0,1341% 0,2078% 0,0705% 0,7104% 0,3180% 0,1763% 0,0426% 0,1735% 1,2614% 0,5138% 0,5231% 0,0665% 0,1580% Livros Didáticos Didáticos Dicionários 2,56 2,45 0,11 1,09 0,97 0,13 1,34 1,34 - 5,26 5,04 0,22 0,2724% 0,2603% 0,0121% 0,2731% 0,2416% 0,0315% 0,1789% 0,1789% 0,0000% 0,3140% 0,3007% 0,0133% Papelaria Cadernos Papel Lápis Caneta Régua Borracha Cola 4,37 1,52 1,16 0,74 0,63 0,00 0,06 0,18 1,57 0,61 0,29 0,33 0,19 0,06 0,03 0,07 2,84 1.02 0,74 0,51 0,36 0,03 0,05 0,13 8,68 2,90 2,50 1,33 1.37 0,18 0,09 0,32 0,4641% 0,1616% 0,1228% 0,0782% 0,0669% 0,0095% 0,0064% 0,0188% 0,3926% 0,1516% 0,0722% 0,0815% 0,0472% 0,0140% 0,0084% 0,0177% 0,3803% 0,1364% 0,0988% 0,0683% 0,0486% 0,0039% 0,0067% 0,0175% 0,5185% 0,1730% 0,1490ff0 0,0796% 0,0817% 0,0109% 0,0052% 0,0190% 6,50 0.84 2.80 12.83 0.5840% 0.2111% 0.3745% 0.7662% Jornal e Revista Jornais Revistas 3,64 1,69 1,95 0,60 0,34 0,26 1.95 1,00 0,95 8,36 3.74 4,63 0,3867% 0,1796% 0.2071% 0,1503% 0,0842% 0,0660% 0,2607% 0,1333% 0,1274% 0,4992% 0,2230% 0,2762% Outros de Leitura 1,86 0.24 0,85 4,47 0,1973% 0,0608% 0,1138% 0,2670% 77,06 26.23 50,27 154.48 8.1845% 6.5539% 6.7257% 9,2229% 65,62 13.73 29.99 122.79 5.9076% 3.4313% 4.0127% 7.3309% Seguros e Convênios Empresa Particular 32,00 6,24 26,66 9,19 1.82 7,37 22,13 3,97 18,15 67,27 12,90 54,38 3,4944% 0,6625% 2,8319% 2.2957% 0,4551% 1,8406% 2,9605% 0,5314% 2,4290% 4,0164% 0,7699% 3,2465% Consultas Médicas 20,82 4,28 7.64 50,34 2.2115% 1.0692% 1,0223% 3,0052% Exames laboratoriais Sangue Urina Fezes Ultrassonografia 1,19 0,15 0,66 0,02 0,36 0.22 0,22 0.22 0,08 0,08 0,06 3.10 0,35 1,70 0.0552% 0,0000% 0,0552% 0,0000% 0,0000% 0,0299% 0,0104% 0,0111% 0,0083% 0,0000% 0,1850% 0,0212% 0,1013% 0,0000% 0,0626% Hospitais 0,71 0,04 Médica 0,69 AparelhOS Medicamentos e Prod.Farmaceutlcos Medicamentos Analgesico e Antigripal Antibiótico Antiinflamat6rio Antialérgico Anticoncepcionallhormonal Diabete Cardio vascular Sistema nervoso central Vias respiratorias Vitaminas Vias urinarias Merthiolate Remedio gastrico Ginecologico Oermatologico . Total 8,02 0,32 Assistência . Estrato 3 3,80 0,08 Saúde . Estrato 1 Estrato 2 16,75 1,90 Leitura . Total Unlversitáno Pré-Vestibular Produtos Farmaceuticos Recreação Produtos Brinquedos Bicicleta Bola Preços de junho de 1996 • Deflator INPC SP - - - - 1.05 0.1260% 0.0158% 0,0697% 0,0023'7: 0,0382% 2,08 0,0758% 0,0112% 0,0000% 0,1243% 0.70 1.36 0.0728'70 0.0000% 0.0931% 0.0811% 3.1225% 2.6198% 1.8109% - 20,75 12.50 19.58 30.33 2.2041% 20,07 2,19 2,57 2,48 0,48 0,63 0,51 2,91 1,46 1,54 2,41 0,16 0,58 1,31 0,20 '0,62 12.02 1,56 1.28 1,48 0,24 0,24 0,27 2.65 0.64 0.97 1,14 0.13 0,29 0.67 0.21 0.25 18,98 2,31 2,67 2,53 0,44 0,73 0.66 2.10 0.82 1,33 2.38 0.13 0.65 1.02 0.20 0,99 29,34 2,67 3,83 3,43 0.77 0,97 0,60 3.82 3.00 2.32 3.80 0.22 0.82 2.29 0.17. 0.65 2,1312% 0.2331% 0,2731% 0.2630% 0,0508% 0,0674% 0,0543% 0,3092% 0.1547% 0.1637% 0.2558% 0.0175% 0.0617% 0.1394% 0.0212% 0.0663% 3,0037% 0,3897% 0,3205% 0,3700% 0,0588% 0,0598% 0.0680% 0.6628% 0.1605% 0.2436% 0,2837% 0.0332% 0,0722% 0,1667% 0.0524% 0,0618% 2,5399% 0,3087% 0,3576% 0,3391% 0,0595% 0,0975% 0.0886% 0.2816% 0.1099% 0.1785% 0.3179% 0.0175% 0.0872% 0.1368% 0.0271% 0.1324% 1,7517% ·0,1591% 0,2284% 0,2045% 0,0460% 0,0577% 0.0360% 0.2278% 0.1788% 0.1385% 0.2268% 0.0134% 0.0487% 0.1370% 0.0100% 0,0390% 0,69 0,48 0.60 0.99 0.0729% 0.1188% 0,0799% 0.0592% 19,60 4.92 13.00 40.82 2,0817% 1.2301% 1.7393% 2.4371% 13,80 3,77 9,26 28.33 1.4659% 0.9429% 1.2392% 1.6914% 6,97 1,62 0,18 2,42 0.26 0.05 4,79 1.59 0.22 13.58 2.82 0,25 0,7400% 0.1717% 0.9195% 0.6044% 0.0654% 0.0133% 0.6415% 0.2122% 0.0290% 0.8108% 0.1687% 0.0149% 5 I'onderações e Gastos médios mensais por domlcnlo Gasto por domlcnlo Denominação do (tem Boneca Carrinho Bichos Triciclo VldeoGame Outros Bens de lazer Cd Fita cassete Fita video Filme Pilhas 1.35 - 0.47 0.06 0.73 0;10 Estrato 3 3,06 1.38 2.10 3.96 Total 0.2112% 0.0851% 0.0849% 0.0153% 0.1522% Estrato 1 0,2071% 0.1449% 0.0027% 0.1015% 0.0695% Estrato 2 0.2511% 0.0619% 0.0459% 0.0055% 0.0358% Estrato 3 0.1830% 0.0821% 0.1254% 0.0000% 0.2367% 4.47 1.56 0.40 0.62 1.56 0,33 14.75 5.40 1.17 1.66 5.56 0.96 0.7259% 0.2538% 0.0624% 0,0825% 0,2781% 0.0492% 0.3386% 0.0000% 0.1168% 0,0152% 0.1817% 0.0248% 0.5977% 0.2082% 0,0541% 0.0825% 0.2091% 0.0438% 0.8807% 0.3225% 0.0699% 0.0990% 0.3321% 0.0571% - 6,80 1,15 0.6158% 0,2871% 0,5001% 0,7457% 0.31 0.31 - 3.74 1.67 1.31 0,36 12.49 2,50 1,90 0,00 5.53 4,13 1.40 0.2659% 0,2018% 0,0642% 0.0777% 0.0777% 0,0000% 0,2230% 0,1754% 0,0476% 0.329~ 0,2464% 0.0835% Jogos de Azar Loto Sena Telesena Papa Tudo Loteria 1,91 0,15 0,77 0,48 0,04 0,48 0,68 0,03 0.35 0,27 0.02 0,00 0,96 0,11 0.52 0,26 0,06 0,02 4,09 0,30 1.35 0,83 0.01 1.60 0,2031% 0,0157% 0,0817% 0.0506% 0,0037% 0.0514% 0,1692% 0,0084% 0.0867% 0,0684% 0,0051% 0.0006% 0,1291% 0,0145% 0.0700% 0.0345% 0,0081% 0,0020% 0.2442% 0.0179% 0.0807% 0.0497% 0.0004% 0.0954% Outros de Recreacao 1,38 0,16 1.11 2.88 0,1468% 0.0402% 0.1480% 0.1716% 37,29 21,53 32,69 57,60 3,9610% 5,3801% 4,3742% 3,4387% Despesas Pessoais 23,40 11,97 19,47 38,70 2.4850% 2,9916% 2,6053% 2,3106% 15,40 2,99 2,17 1,73 0,78 0,67 1,11 0,94 1,55 0,39 1,29 1,78 9.34 1.96 1.46 0.91 0.48 0.25 0,55 0.59 1.15 0,16 0,55 1.30 13.82 3,06 2,15 1.47 0,66 0.51 1.04 0.79 1.76 0,39 0.69 1.28 23.00 3,96 2,89 2.80 1.19 1.23 1.75 1.43 1.73 0,64 2.64 2.75 1.6352% 0.3179% 0.2303% 0,1835% 0.0825% 0,0707% 0.1183% 0,0994% 0,1642%. 0.0419'10" 0,1375% 0,1890% 2,3344% 0.4887% 0,3652% 0,2266% 0.1193% 0,0633% 0,1369% 0,1464% 0,2870% 0.0400% 0,1363% 0.3247% 1.8494% 0.4092% 0,2879% 0.1973% 0.0888% 0,0681% 0.1394% 0,1064% 0.2357% 0.0519% 0.0928% 0.1719% 1.3732% 0.2366% 0,1725% 0.1671% 0,0709% 0.0736% 0.1046% 0.0851% 0.1033% 0,0380% 0.1575% 0.1640% Produtos de Beleza Bens semi-duraveis Produtos de Beleza 2,06 0,74 1,32 1.02 0,27 0.75 1.41 0.73 0,68 3.75 1.22 2.53 0,2189% 0.0784% 0.1405% 0,2551% 0,0673% 0,1878% 0.1886% 0,0971% 0,0915% 0.2239% 0,0727% 0.1512% Servicos Pessoais 5,94 1,61 4,24 11.95 0,6309% 0.4021% 0.5674% 0.7136% 1,1281% 1.1150% Higiene e Beleza Produtos de higiene pessoal Papel higienico Sabonete .' Shampoo Creme para cabelo Creme para pele Absorvente higienico Desodorante Pasta de dente Aparelho de Barbear. Perfume Fralda descartavel . 6,83 2,39 0,59 0,78 2,62 0,46 Estrato 1 Estrato 2 0.83 1.88 0.46 0.58 0,34 0.01 0.41 0.04 0.28 0.27 Ingressos Cinema Teatro Serviços . Total 1,99 0,80 0,80 0,14 1,43 Ponderação Fumo e Acessórios Fumo 13,90 13,71 9,56 9,39 13,22 13.04 18,90 18.68 1,4760% 1,4559% 2,3884% 2.3461% 1.7689% 1.7448% Acessórios Isqueiro Fosforo 0,19 0,05 0,14 0,17 0.02 0,15 0.18 0.03 0.15 0.22 0.09 0,13 0.0201% 0,0050% 0,0151% 0,0423% 0,0056% 0.0367% 0,0240% 0,0044% 0,0197% 0,0131% 0.0051% 0.0080% Despesas diversas Despesas com animais 2,61 1,18 0,2961% 0,2268% 0,2475% 0,2315% 0.1918% 0,2938% 0.99 4,92 3,98 0,2776% 2,14 1,73 1.43 Comunicaçao Ficha telesp Correspondência 0,48 0,23 0,25 0,19 0,15 0,04 0,30 0,23 0.07 0,94 0,30 0.64 0,0508% 0,0240% 0.0268% 0,0486% 0,0378% 0.0108% 0,0397% 0,0304% 0.0093% 0.0562% 0,0178% 0.0384% Preços de junho de 1996 - Denator INPC SP 0.2376% 6