TRANSFORMAR AS PRÁTICAS PARA CONHECÊ-LAS: PESQUISA-AÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE. Autor: Gilles Monceau • Hoje em dia pesquisa-ação e pesquisa-intervenção são apresentadas como semelhantes e até mesmo confundidas. • Na esfera do ensino, a P.A. está muito presente nos dispositivos de formação, de renovação e de gestão. Mas é pouco considerada como procedimento de pesquisa. • Os procedimentos da P.A. são adotados, hoje, pelas pesquisas: Socioclínicas e trabalhos autodenominados de práticos pesquisadores. Objetivo: O autor tenta mostrar que a designação P.A. não passa de uma possibilidade, entre outras, de qualificar, na instituição científica, um gênero que possui especificidades que é importante precisar. Hipótese: A P.A. e a Intervenção estão imbricadas; qualificam a maneira pela qual se constrói e se põe em movimento o dispositivo de trabalho por meio do qual colaboram os pesquisadores e os: práticos, clientes, parceiros, atores, sujeito... O fim comum é a produção de conhecimentos novos e até mesmo de instrumentos úteis aos práticos. O autor constata que a P.A. e a intervenção não são adequada aos pesquisadores inseridos nos trabalhos de análise institucional. O procedimento socioclínico institucional vem integrar a análise da dinâmica institucional à análise das situações que constituem o objeto primordial de trabalho. Pesquisa socioclínica Monceau (2003) distingue quatro formas que a pesquisa de campo pode assumir: Socioanálise, acompanhamento de equipes de trabalho, investigação socioanalítica e análise institucional de práticas profissionais. A evolução do status e da utilização da P.A. relativamente às práticas e à formação docente deve ser relacionada com evoluções mais amplas das instituições científicas, por um lado, e, por outro, da formação docente. Movimento de profissionalização do ensino • Europa década de 1990. • Valorização da postura do prático reflexivo em detrimento da P.A. • Individualização na formação. Dispositivos de análise das práticas profissionais • Formar práticos reflexivos. • Suportáveis institucionalmente em relação ao campo da P.A. • As instituições ficam em segundo plano. • Mas haverá implicações institucionais e conseqüente resistência a instrumentalização. No curso dessa evolução, os procedimentos de P.A. Viram-se designados para intervenções operacionais às quais geralmente não se reconhece que possam produzir conhecimentos descontextualizados. A formação continuada recorre, assim, a esse procedimento para conhecer e desenvolver agentes de campo em uma reflexão comum e numa transformação das práticas individuais e coletivas. – As perspectivas metodológicas, teóricas e axiológicas são diversas, em determinadas situações divergentes. Mas, atualmente, a fronteira entre P.A. e Intervenção não é o ponto mais urgente para se pensar. – As pesquisas Socioclínicas, não podiam afirmar-se enquanto as ciências sociais adotassem os critérios de cientificidade das ciências experimentais. – A Sociologia é o lugar em se deu essa afirmação. • O qualificativo de clínico, então, é mais apropriado, pois, trata-se de uma área de contornos imprecisos e transdisciplinar. • As práticas atuais podem, assim, submeter-se menos a critérios que fixam a priori um limite entre ciência e não-ciência. Validação Práticos e teóricos conservam suas respectivas preocupações. Os conhecimentos produzidos pela colaboração entre eles não são da mesma ordem, não tem o mesmo uso e conseqüentemente não serão validados do mesmo modo. • O sociólogo contribui para produzir a sociedade que ele analisa, nela difundindo sua teorização, a P.A. produz localmente esse fenômeno de maneira muito mais direta. • Na Europa (França), é o termo P.A. que está desvalorizado no mundo da pesquisa. Assim, recorre-se cada vez mais aos termos intervenção e clínica, que voltam a ter valor de uso. • As características das pesquisas Socioclínicas são influenciadas pela P.A. e são partes integrantes das pesquisas Socioclínicas. • Hoje cada procedimentos menciona. vez mais de P.A. e utiliza-se não se • Deve-se realizar um inventário dos resultados da pesquisa socioclínicas em educação. Este integraria os trabalhos que se auto designam como pertencentes à P.A. e os ultrapassaria ao considerar as pesquisas que correspondem as características expostas nessa proposição.