Comentário do Filme: Preciosa – Uma história de esperança Respondendo à pergunta: Como o filme pode contribuir para a minha formação como professor? Karoline Santos Gomes ______________________________________________________________________ O filme Preciosa – Uma história de esperança (2010), retrata as intempéries vividas pela personagem principal, Precious Jones, uma adolescente de 16 anos que no desenrolar do filme se revela aos telespectadores, trazendo à tona seus sofrimentos até então mascarados, seus sonhos e uma trágica realidade. Precious tinha dificuldades de aprendizagem e suas notas eram baixas, também não se relacionava com outras pessoas no ambiente escolar e estava grávida pela segunda vez. Diante desse quadro a diretora de sua atual escola lhe encaminha a uma escola especial e nesse momento a cortina de sua vida começa a se abrir e os detalhes que a fazem ser o que é nos são apresentados. Entre os vários fatos chocantes que nos são apresentados em cenas fortes, se evidencia a problemática sobre o “incesto” e a total indiferença de pessoas cientes de tal fato cruel. Precious era abusada sexualmente pelo próprio pai e agredida pela mãe que, ciente dos acontecimentos, nutria inveja e fazia com que a vida de sua filha fosse a pior possível. Precious convive em um ambiente em que os valores são distorcidos. Por exemplo, o amor não é considerado como estar junto, ajudar, compreender, respeitar, ser amigo, ser verdadeiro, mas sim o seu oposto. Esse ambiente fez com que a personagem criasse um mundo só seu, um mundo de estereótipos perfeitos, de glória, de satisfação e de prazer, coisas distantes de sua realidade, coisas que só ouvira dizer. Na nova escola outra personagem chama a atenção, a professora Ms. Rain. E é por ela que a nossa discussão ganha sentido. Ms. Rain é professora dedicada e atenta para com seus alunos. Em discussões sobre educação sempre surge a pergunta: Como um professor pode conhecer todos os seus alunos? Esta é realmente uma questão fundamental quando se trata do processo ensino/aprendizagem, pois é a partir da qualidade dessas relações que a aprendizagem pode acontecer. Outra questão vem à tona: podemos dizer que a escola é a única responsável por educar nossas crianças? De imediato, respondemos que não. A escola não pode ser considerada a salvação ou mesmo apenas aquela que dita regras, dispõe sobre o certo ou o errado, ensina valores. Essa é uma tarefa árdua e impossível de ser realizada somente pelos profissionais da educação. Essa tarefa é fundamental não só para os educadores com diploma, mas para todos sem exceção e, principalmente, deve ser compromisso assumido pelas próprias famílias, pois estas são as verdadeiras responsáveis por incentivar, cuidar e respeitar nossas crianças. Muitas são as contribuições do filme para a nossa formação, não só como professores, mas como pessoas, sujeitas aos mais variados problemas e dilemas cotidianos. Portanto, todos nós devemos nos esforçar em nossas atividades, também querer abrir-se mais as oportunidades, ao diferente, ao que não é comum, ao desconhecido e se entregar a uma reflexão sobre a vida, sobre nossa realidade e, em especial, sobre a vida e a realidade em sala de aula.