NÚCLEO DE PESQUISA E ESTUDOS
AFRO-BRASILEIROS DO CEFET-MG . NEAB
SUGESTÃO DE
ATIVIDADES
PEDAGÓGICAS
SUGESTÃO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS, MAIO DE 2009
NÚCLEO DE PESQUISA E ESTUDOS
AFRO-BRASILEIROS DO CEFET-MG . NEAB
Apresentação
O Núcleo de Pesquisa e Estudos Afro-brasileiros (NEAB/CEFET-MG) tem como
objetivo central a produção de saberes, formação de professores e promoção de
atividades no campo das relações etnicorraciais, tendo a educação, a tecnologia, e
as áreas de humanas, linguagens, exatas e biológicas como marcos referenciais para
promoção de pesquisa, extensão e ensino relacionados ao campo de estudos afrobrasileiros e africanos.
Tendo como marco legal a Lei 10.639/2003 e as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana (CNE-Resolução 01), o NEAB/CEFET-MG, à exemplo de
outros Núcleos e Grupos afins presentes em Instituições de Ensino Superior em todo
o País, objetiva promover estudos e atividades para produção de conhecimentos e
para que as Diretrizes se materializem nos diferentes níveis e modalidades de ensino
e na formação de professores.
Sugestão de Atividades
Apresentamos algumas sugestões de atividades para que docentes e discentes
possam refletir sobre a Abolição da Escravatura de 13 de maio de 1888 e sobre a situação social dos afrodescendentes na sociedade brasileira contemporânea. Em Novembro de 2009 apresentaremos sugestões para a Semana da Consciência Negra.
Essas atividades reforçam a necessidade de que a temática das relações etnicorraciais seja trabalhada como conteúdo multidisciplinar não somente no mês de maio,
mas durante todo o ano letivo. Esperamos que este material seja utilizado no âmbito
do CEFET-MG para a educação das relações etnicorraciais e como subsídio para o
desenvolvimento de estratégias didático-pedagógicas capazes de aprofundar e ampliar o horizonte multicultural, interdisciplinar e transdisciplinar dos professores.
Por fim, encorajamos os professores a apresentarem outras atividades dentro da
temática e a modificarem e adaptarem as sugestões de atividades ao seu contexto e a
de seus alunos, assim como às necessidades de cada Campi, Diretoria, Coordenação
ou Programa.
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1. LEITURA DO “POEMANIFESTO DO MOVIMENTO NEGRO”
(anexo 01)
a) Formação de Professores: Contribuições do poema para reflexões em torno da
diversidade cultural e do protagonismo do povo negro no Brasil.
b) Português e Literatura: Estudo das estratégias de elaboração do poema pelo
poeta afro-brasileiro Hermógenes de Almeida Filho.
Exploração da musicalidade do poema e sua aproximação do rap e do reggae
c)História: exploração da história da abolição e do trabalho escravo no Brasil; levantamento e estudo do sujeitos históricos e suas lutas em prol do reconhecimento
do povo negro no Brasil
d) Sociologia: análise dos movimentos negros citados pelo autor e suas atuações e
participações políticas
e) Geografia: povos africanos deslocados para o Novo Mundo e suas origens geográficas
f) Ciência e Tecnologia: contribuição do povo negro para o desenvolvimento social, das ciências e das artes.
Atividades lúdicas fora de sala de aula
Matemática: Levantamento do número de fatos e eventos destacados pelo Poemanifesto
Número de palavras relacionadas à repressão e aos anseios de liberdade expostas
pelo poeta (REFLEXÃO).
2. ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA CULINÁRIA AFRICANA NA DIETA
BRASILEIRA
a) Português e Literatura: Levantamento do léxico relacionado aos hábitos alimentícios e pratos típicos; os professores poderão incentivar o estudo e a pesquisa
lexical dos ingredientes e pratos utilizados na culinária com intervenção africana, dos
nomes e suas origens africanas; construção de cadernos de receitas de comidas e
bebidas típicas com ilustrações e também a confecção de cartazes pelos alunos a
serem expostos nos refeitórios; feijoada, quiabo, canjica, abará, bobó de camarão,
xinxim de galinha, aluá, broa, acarajé, acaçá são algumas sugestões.
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b) Biologia e Química: Estudo dos alimentos de origem africana mais consumidos
e de seus efeitos no organismo; confecção de cartazes, com os resultados, pelos
alunos a serem expostos nos refeitório ( Estudo das proteínas, carboidratos, lipídios,
minerais etc, presentes nesses alimentos e sua importância.
c) História: processo de incorporação dos alimentos africanos e afro-brasileiros
pela população em geral.
d) Geografia: à margem do tráfico: sementes e mudas trazidas da África para o
Brasil e suas adaptações ao solo tropical.
e) Física: Os óleos vegetais africanos e a primeira revolução industrial.
f) Inglês: Incorporação do vocabulário africano no léxico de Língua Inglesa.
g) Como atividade geral, a escola poderá servir no almoço um prático típico afro-brasileiro, decorando o refeitório com os cartazes etc.
3. ESTUDO DO CONTO “PAI CONTRA MÃE”, DE MACHADO DE ASSIS
a) Português e Literatura:
Estudo do autor sob o ponto de vista da sua representação como autor afro-brasileiro e sua inserção nas questões relacionadas à escravidão.
Estudo do conto sob a perspectiva das estratégias discursivas de Machado para tratar
de temas polêmicos como o que aparece em “Pai contra mãe”.
Sites: http://babilonia.ulusofona.pt/arquivo/revista_4/pdf_rev4/Dossier_rita_neves.
pdf
No site, prof. portuguesa destaca a ironia e ambivalência presentes no conto machadiano – análise muito interessante que recupera a não casualidade do personagem
principal do conto se chamar Cândido, como um oposto do Cândido de Voltaire.
http://www.ucm.es/info/especulo/numero38/paimae.html
No site, uma análise sucinta do conto que destaca o engajamento social de Machado.
http://www.osfilmes.com.br/cronicamente/materias/estado4.htm
Site da Revista de História da Biblioteca Nacional – volume de maio de 2008 traz
artigo do prof. José Américo Miranda sobre poema escrito por Machado para as
comemorações da Abolição.
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http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1591
http://www.freud-lacan.com/articles/article.php?url_article=lpdealencastro141105
Pai Contra Mãe, de Machado de Assis
www.dominiopublico.gov.br
b) Química, Biologia e História:
Saberes empíricos: estratégias abortivas utilizadas pelas escravas. Plantas abortivas
utilizadas pelos escravos: origens e difusão. Efeito da pressão, do terror e do medo
de Arminda e suas interferências no aborto. Expectativas de sobrevivência das crianças escravas e os cemitérios dos anjinhos descritos pelos viajantes. Composição química de algumas plantas abortivas.
c) Geografia: descrição dos espaços do Rio de Janeiro como estratégia discursiva da
ironia de Machado na denúncia dos horrores da escravidão.
d) Como atividade geral, a escola poderá projetar, depois do almoço, o filme
Quanto Vale ou é por quilo?
Atividades que podem ser exibidas durante o intervalo ou no início das
aulas, pela manhã e pela tarde, ou ainda serem expostas permanentemente
durante a semana do evento.
a) Colocar músicas afro-brasileiras cujas temáticas contemplem uma reflexão sobre
a temática em questão. Sugere-se que essas músicas sejam colocadas nos 15 minutos
que antecedem o início das aulas pela manhã, durante o horário de recreio/intervalo,
e no horário de saída.
b) Projeção de filmes cujas temáticas possam suscitar reflexão. No anexo 3 apresentamos a relação de alguns filmes com uma pequena sinopse.
c) Convidar, conforme a demanda e a oferta local, palestrantes, poetas, grupos de
dança, grupos de capoeira, grupos de percussão e outros para se apresentarem
durante o intervalo.
d) Inaugurar a estante temática de africanidades.
e) Fazer o plantio de uma árvore africana importante no Brasil, de acordo com as
conveniências do Campus ou fazer a criação de um vaso ou jardim temático com
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plantas africanas que podem ser as plantas medicinais ou ornamentais, ou ainda as
utilizadas em rituais.
f) Fazer exposição de trabalhos de alunos nos espaços adequados para isso, dando
visibilidade às discussões feitas em sala de aula.
g) Propor levantamento de contextos relativos à permanência do negro na sociedade
brasileira, na comunidade em que está inserido o campus, de acordo com as possibilidades locais, para serem feitas exposições.
EXIBIÇÃO DE FILMES/DOCUMENTÁRIOS
Sugestões
Amistad
Direção: Steven Spielberg. Drama, EUA. 1897. (154 min)
Baseado em uma história real, o filme conta a viagem de escravos africanos que se
apoderam de um navio onde estavam aprisionados e tentam retornar à terra natal.
Conhecedores da orientação lunar para navegação conseguiram prevalecer. Infelizmente, o navio é capturado e eles são levados para os EUA, onde aguardam um
julgamento por crime e assassinato que termina por questionar o sistema judicial
americano. Mas, para aqueles homens e mulheres sob julgamento, a sua luta maior é
pelo direito do ser humano à liberdade.
As filhas do Vento
Direção: Joel Zito Araújo. Drama. Brasil. 2004 (85 min.), DVD, color.
O filme aborda temas pertinentes ás mulheres de qualquer parte do mundo, mas em
uma pequena cidade do interior do Brasil. Em uma brilhante peça ficcional, de cunho
político e social, o diretor substitui os tradicionais papéis estereotipados (comumente interpretados por atores negros e atrizes negras nas telenovelas brasileiras), por
uma rica e multifacetada construção de personagens, mesmo quando habilmente
emprega diversos recursos da dramaturgia da novela para se comunicar com grandes
audiências.
Ganga Zumba:
Direção: Cacá Diegues. Drama. 1964. (92 min.), VHS, color
O filme começa num engenho de cana-de-açucar, no nordeste brasileiro, entre os
séculos XVI e XVII. Inspirados pelo Quilombo de Palmares, uma comunidade de negros fugidos da escravidão situados na Serra da Barriga, alguns escravos tramam fugir
para lá. Entre eles, se encontra o jovem Ganga Zumba, futuro líder daquela república
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revolucionária, a primeira de toda a América.
Hotel Ruanda
Direção: George Terry. Cine biografia. EUA. 2004. (122min.),
DVD, color.
Ruanda é um país localizado na porção sul do continente (África Meridional ou Subsaariana). O filme aborda a história real de um gerente de hotel, que abrigou centenas
de pessoas refugiadas, durante os conflitos ocorridos entre as etnias hutu e tutsi no
ano de 1994.
Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás
Direção: Renato Barbieri. Itaú Cultural, 1988. (52 min.), VHS, color
Apresenta a grande influência africana na religiosidade brasileira. Mostra a origem de
as raízes da cultura jêje-nagô em terreiros de Salvador, que virou candomblé, e do
Maranhão, onde a mesma influência gerou o Tambor de Minas. Um dos momentos
mais impressionantes deste documentário é o encontro de descendentes de escravos baianos que moram em Benin, um país africano desconhecido para a maioria do
brasileiros, mantendo tradições do século passado.
O Jardineiro Fiel
Direção: Fernando Meireles. Suspense. EUA. 2005 (125min.),
DVD, color
Retrata o cenário de horror mascarado de diplomacia inglesa, no qual pretensos
“deuses” brincam com vidas humanas no continente africano. O filme mostra que
a vida dos africanos não vale nada para o mundo ocidental, são feitos cobaias da indústria famaceutica. Trocam suas vidas por uma “ajuda”. Medicamentos para AIDS,
tuberculose e doenças que assolam o mundo são testados neles, sem um mínimo
de humanidade e ética O filme é permeado por uma história de amor, mas o grande
tema é o que a indústria farmacêutica faz com essa população.
Quanto Vale ou é Por Quilo?
Direção: Sérgio Bianchi. Drama. Brasil, 2005. (88min), DVD, color
O filme alerta para questões que parecem ter ficado no passado, mas que ainda
existem atualmente, como a luta pelos direitos democráticos, a discriminação contra
negros e pobres, o desrespeito, a lavagem de dinheiro, a corrupção, dentre outros.
O que mudou foi a roupagem, o opressor é o mesmo. Sendo assim, este é um excelente filme para ser trabalhado em sala de aula, possibilitará o desenvolvimento
crítico e reflexivo dos alunos.
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Quilombo
Direção: Cacá de Diegues. Aventura. Brasil. 1984 (119 min),
VHS. color
No período escravocrata, os africanos trazidos pelos portugueses para o trabalho
escravo nas plantações de cana-de-açucar, que não suportavam os maus tratos dos
senhores, quando possível fugiam para o interior do país e se organizavam em comunidades. A mais famosa foi o Quilombo dos Palmares, cuja história é contada
nesse filme. Nesse Quilombo não havia somente negros fugitivos, a eles se juntaram
também os índios e os brancos que eram perseguidos ou estavam insatisfeitos com
a vida que levavam.
Uma Onda no Ar
Direção: Helvécio Ratton. Drama. Brasil, 2002. (92min.),
DVD, color.
Quatro jovens amigos que vivem em uma favela de Belo Horizonte tem um sonho:
criar uma radia que dê voz às pessoas do local onde vivem. Eles conseguem realizar
este sonho. Nasce a Rádio Favela, que conquista os moradores locais, por dar voz
aos excluídos, mesmo operando na ilegalidade. O filme retrata também a vulnerabilidade social de sujeitos que mesmo marginalizados são protagonistas de uma
“revolução” em comunicação.
Vista a Minha Pele
Direção: Joel Zito Araújo. Ficção, 2003 (15min), VHS, color.
Nessa história invertida que se passa com adolescentes na faixa etária de 12 a 16
anos, os negros pertencem a grupos sociais e culturais dominantes e os brancos foram escravizados e são estereotipados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra,
enquanto os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. O vídeo
serve de material básico para discussão sobre discriminação, racismo e preconceito
em sala de aula e na sociedade em geral.
Onde encontrar estes filmes e outros? Sugerimos:
> Em locadoras comerciais e alternativas.
> No Portal Curtas da Petrobrás
www.portacurtas.com.br
> Centro de Referência Audiovisual – CRAV –
http://www.pbh.gov.br/cultura/crav/aacrav.htm
> Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – CEDEFES
www.cedefes.org.br/new/index.php
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4. CONVITE A PALESTRANTES PARA DAR DESTAQUE A UM TEMA
QUE, PREFERENCIALMENTE, DEVERÁ FAZER PARTE DA TEMÁTICA DE
ESCOLHA DO CAMPUS.
Caso o campus tenha condições de arcar com os custos (transporte e pró-labore) de palestrantes externos, pode-se solicitar à coordenação do NEAB uma lista de
possíveis colaboradores.
Anexo 1
Poemanifesto do movimento negro
Hermógenes de Almeida Filho
Muitos fatos sucederam-se em diversas direções
Abolicionistas e poetas deram sua contribuição
Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Luiz Gama, Castro Alves
Desde meados do século XIX, a Revolta dos Malês
Liberada por Luiza Mahin, desafiava a monarquia dos Senhores de Escravos,
Exigindo o fim dos maus tratos da vergonhosa escravidão.
Sudeneses, Bantos, Congoleses, Fulas, Tapas, Mandingas
Todos misturados em etnias e línguas
Yorubá, Gêge-Nagô, Haussá, Hhosa, Songhai, Ashanti
Kiswahili, Sotho, Kibundo, Bakomgo, Ovimbundo, Peul, Lingada
Agrilhoados pelos preadores de negros
Capitães-do-mato como Domingos Jorge Velho
agiram no Brasil e em África capturando, humilhando,
espancando, dizimando as peças que fugissem
na ponta do chicote e pelo fogo do bacamarte
Presos nos ferros ou no pelourinho ardiam aos açoites que estalavam
a cada grito do capataz
O banzo e o sumidô coletivo pairava em toda viagem nos tumbeiros
O dia-a-dia escravo na senzala era cantar vissungos
e muita lamba na moagem da cana ou nos cafezais
Séculos se passaram com o negro na lamba da produção agrícola
na mineração ou nos afazeres domésticos
no artesanato ou na lamba pesada
nos terreiros ou nos quilombos,
Abolicionista e revolucionários transformaram as condições
histórico-sociais da formação brasileira
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A Lei Áurea, assinada pela Princesa Izabel, sob pressão
Serviu de pano de fundo ao teatro monárquico decadente,
Veio a República que não foi feita para o povo nem pelo povo
Obedecendo à evolução da história, a República foi tramada
por militares, fazendeiros, liberais e conservadores
Todos farinha do mesmo saco!
Mudou-se o regime e o modo de produção deixou de ser escravista
para ser assalariado
Empregos foram criados e ocupados por imigrantes estrangeiros
Os afro-brasileiros ficaram marginalizados
Seria necessário um novo Palmares?
Um chefe-de-campo de Macaco, General das Armas
e rei de N’gola Djanga, ZUMBI
A República comunitária palmarina resistiu um século inteiro
Constituída de numerosos negros, índios e mulatos
bravos guerreiros em liberdade
Participavam de um sistema de produção policultor para subsistência
e comércio
Muitos não sabem mas, Palmares foi a capital do Brasil
quando de ocupação holandesa
em Pernambuco e na Bahia
No entanto, nosso herói e mártir foi traído e morreu assassinado
por Antônio Soares tal qual Calabar
Os afro-brasileiros sem emprego, sem moradia, sem cidadania
sobreviveram de bicos, biscates e ocuparam muquiços,
cortiços, mocambos, alagados e favelas
Com a FNB, ressurgiu Palmares!
A Frente Negra Brasileira, inspirada e dirigida por Arlindo V. dos Santos
reuniu mais de 200 mil negros nos anos 30
Havia quadros políticos e militares,
No entanto, foi extinta por um golpe de Estado
a ditadura de Vargas não tardou em ver
Um grande perigo na arregimentação da população negra
Enfim, no aspecto político-militar, quantos negros se destacaram?
André Rebouças combateu heroicamente na Guerra do Paraguai
João Cândido expulsou a chibata da Marinha e humanizou seu tratamento
Grandes lideranças negras plantaram sementes no campo
do desenvolvimento social e democrático do país
Ao longo dos anos da 2ª Grande Guerra Mundial
grande número de negros tomaram parte da FEB
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Força Expedicionária Brasileira combatendo ao nazi-fascismo na Itália
Na política e nas artes surge Abdias Nascimento, o TEN
Teatro Experimental do Negro, Arena Conta Zumbi
O Comitê Democrático Afro-Brasileiro criado na luta pela anistia
obriga a inclusão das reivindicações negras
na Constituição
Em África, movimentos revolucionários adotaram a luta armada
como única arma possível para a libertação do colonialismo
que etnocentricamente tomava as diferenças em desigualdades
O fogo da ancestralidade reacendeu-se nas consciências da negritude
O Partido Africano para a Independência da Guiné (Bissau)
e do Cabo (Verde) – PAGC – liderado por Amílcar Cabral,
O Movimento Popular de Libertação de Angola – MPLA –
liderado por Agostinho Neto,
A Frente de Libertação de Moçambique - FRELIMO –
Liderada por Samora Machel,
Muitos líderes estão encacerados como Nelson Mandela do ANC
Congresso Nacional Africano na África do Sul
Muitos tombaram como o maior dos pensadores africanos Cabral,
Eduardo Mondlane, Patrice Lumumba e membros da SWAPO na Namíbia
Mas a LUTA CONTINUA, no combate ao “apartheid” sul africano
No Brasil, o capitalismo firmou-se com a instalação do seu parque industrial,
Vargas se suicida, mas não morre o populismo petebista
Surge JK e a arte brasileira floresce: Sinhô, Dorival Caymmi, Pixinguinha,
João Gilberto, Cartola, Lamartine Babo, Grande Otelo
e outros grandes artistas populares
A comunidade afro-brasileira no carnaval e no futebol
Manifesta seus sentimentos oprimidos
Os militares tramam a “Redentora”
Depõem João Goulart e massacram expressivas lideranças sindicais
e populares
antes que forjassem um novo destino para o país
Mas a LUTA CONTINUA, há uma renovação na produção artístico-cultural
Procuram-se formas alternativas que apontem um novo rumo
para o movimento popular
Surge o tropicalismo e volta a girar a bússola cultural
A guerrilha urbana e camponesa toma conta do país que vai pra frente!
Mas a LUTA CONTINUA, no movimento negro
que procura formas concretas de expressão
Surgem os grêmios recreativos e entidades de pesquisas
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SUGESTÃO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS, MAIO DE 2009
A poesia de Solano Trindade ecoa no movimento das consciências
O autodidata e saudoso Olímpio Marques ordena: LIBERTA-TE NEGRO
Eduardo Oliveira Oliveira, morre precocemente mas presta grande colaboração
ao movimento sociológico negro
A socióloga Lélia Gonzalez lidera importantes propostas do movimento
negro contra a discriminação racial
Mulheres de favelas e periferia acontecem na luta pela procriação
A imprensa negra bota banca: Favelão, Ébano, Frente Negra
Surgem o IPCN, MNU, ICBRAF, SINBA, CEAA, GTAR, GRANES no Rio
em Salvador o Ilê Aiyê, Badauê, Male de Balê
Os afoxés afro como os Filhos de Gandhi dão a volta por cima
no processo de reafricanização do carnaval baiano
O Movimento sobe a Serra da Barriga e realiza a Missa dos Quilombos
DIA (20 nov.) NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Desmistificando a “democracia racial” e o “13 de maio”
que caíram no descrédito das palavras vazias
O movimento Black Power enche as discotecas,
ganha as páginas dos jornais
as vitrolas que só tocavam James Brown
também tocam Bob Marley e Jimmy Cliff
No Brasil verde amarelo, o “vermelho rasta” corre no sangue da massa
O samba vadeia na voz de Clementina, se adoça na voz de Paulinho
e se assume na voz de Martinho
O jongo e o caxambu nossa matriz do reggae, está vivo
Na serrinha e no Salgueiro
A consciência da negritude ganha espaço,
Surge o Olorum Baba-Min, Vissungo e Agbara Dudu
Expressões afro-musicais da cultura negra no Brasil
Dezenas de grupos negros unem-se como há milênios eram Brasil-África
No Rio, as eleições mudaram a face do governo e a força do poder
Secretários de Estado negros estão assumindo a luta de libertação
No parlamento Abdias e Benedita da Silva abrem caminho
Bené pela sua atuação ligada e voltada
para as comunidades faveladas e periféricas
Abdias pela maturidade e persistência
Na luta contra o racismo
Mas a LUTA CONTINUA
Seja o que os Orixás desejarem. Axé!
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Integrantes do NEAB
Ângela Maria Maciel Bertolino (técnica-administrativa - DADB ) – Campus II
Claiston Cosme Damião Ferreira (Centro de computação Científica) - Campus II
Prof. Hércules Alfredo Batista Alves - Campus VIII
Prof. James Willian Goodwin Júnior – Campus I
Profa. Jussara Biagini – Campus I
Prof. Joel Augusto dos Santos – Campus II
Profa. Laura Nogueira de Oliveira – Campus I
Profa Leni Nobre de Oliveira – Campus IV
Profa Maria Cristina dos Santos – Campus V
Profa Marizilda Menezes S. Zacaroni – Campus IX
Profa Micheline Madureira Lage – Campus VII
Profa Odete Valverde de Oliveira Almeida – Campus III
Profa Rosália Sanábio de Oliveira – Campus I
Profa Rosângela Fátima da Silva – Campus II
Profa. Silvaní dos Santos Valentim – Campus VI
Coordenação do NEAB/CEFET-MG
Coordenadora: profa. Silvaní dos Santos Valentim
Vice-coordenadora: profa. Jussara Biagini
INFORMAÇÕES
NEAB/CEFET-MG
Av. Amazonas, 5855 - Campus VI - Belo Horizonte/MG
E-mail: [email protected]
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