W/Brasil
A Braskem traduz tecnologia de
um jeito que todo mundo entende:
sustentabilidade.
Depois de se tornar líder em resinas termoplásticas na América
Latina, a Braskem inova lançando o primeiro polietileno verde
certificado do mundo. Para nós, isso é não só motivo de orgulho,
mas sinal de um compromisso com o desenvolvimento sustentável
e com a busca de matérias-primas renováveis. Essa é a maneira
da Braskem de fortalecer não apenas o mercado brasileiro, mas
o planeta inteiro.
EDITORIAL
Saulo quer saber
Stockxpert
A
O plástico
pode mudar sua
imagem junto ao
consumidor verde.
o primeiro passo é
se apresentar a ele.
s consultorias de pesquisa de opinião acordaram este ano para o consumidor verde.
Antes visto como requinte cultural do I Mundo, o apelo ecológico acabou batendo
os costados, movido pela globalização do culto ao desenvolvimento sustentável, no
mercado brasileiro, na garupa da notoriedade do país em temas caros à pauta
salvacionista, como a exploração do biocombustível ou a preservação dos índios, Amazônia e
Pantanal.
Um desses estudos em penca sobre os hábitos do consumidor de produtos ditos verdes
veio à tona em levantamento de 400 entrevistados a cargo da consultoria TNS InterScience, tema
de reportagem de página inteira na edição de 24 de novembro último do Jornal da Tarde (JT).
A matéria tresanda a bom-mocismo ecológico por todos os lados. Predomina
com folga o time de respondentes predispostos a abrir o bolso e pagar mais
por um produto se for um aliado do meio ambiente. “Críticos, jovens, menos
resistentes às mudanças e bem-informados”, assim esse eco-consumidor foi
louvado pela reportagem, sem a menor indagação ou dúvida. Para transpor
esse perfil de público à prática, o JT apresentou como modelo Saulo Alencastre,
28 anos, vegetariano, tradutor free lancer e formado em Comunicação Social.
Na matéria ele declara, entre suas provas de preocupação ambiental, evitar o
consumo de embalagens plásticas.
Plásticos em Revista foi atrás de Saulo.
Em entrevista por fone, Saulo revelou não ter participado da pesquisa da
InterScience. Virou protótipo do consumidor desenhado pelo levantamento
por indicação de um jornalista à colega que assina a reportagem do JT. Ele
reafirmou evitar embalagens plásticas por considerar o material em si poluente,
embora admita, quando questionado por Plásticos em Revista, que parte do
dano ambiental é de quem descarta incorretamente a embalagem. Saulo vai
ao supermercado munido de sacola retornável “de lona” e, diante de um alimento embalado em
plástico, compra a opção em vidro. Sem alternativa, ele leva o recipiente de plástico, separando-o
depois do lixo orgânico, para facilitar seu envio à reciclagem. Saulo considera o plástico prejudicial
ao meio ambiente por demorar mais tempo para “biodegradar” do que as alternativas do metal,
madeira/papel e vidro. Como deixou claro depois, ele quis dizer simplesmente degradar e sua
percepção errônea do plástico convencional, extraído da rota petroquímica, como o material mais
resistente à decomposição, fundamenta-se em informações superficiais colhidas por ter ouvido
alguém falar a respeito ou por ter lido algo, mas não lembra onde. Como simpatizante do verde,
Saulo apóia a reciclagem, mas não consegue explicar o processo, desconhece que qualquer
matéria-prima é reciclável e não identifica artigos ou embalagens dos quais o plástico recuperado
participe, tipo cerdas de vassoura. O único produto de material reciclado que consegue distinguir
é o papel que compra para sua impressora.
Saulo considera a indústria plástica ruim de comunicação, sequer aproveitando oportunidades
como o espaço dos rótulos das embalagens, ele citou, para transmitir seus predicados ambientais
ou esclarecer seu processo de reciclagem ou degradação. Saulo quer saber.
3
plásticos em revista
Novembro / 2008
s
u
m
á
especial
PPR 2008
Frente a
frente com
o mercado
Stockxpert
PPR 2008: o setor elege os melhores do ano
32
Visor
06 Balança
mas não cai
Segmento de lonas de PE reflete a
retração e capacidade de retomada
do agronegócio e construção civil.
14 O pulo do gato
Inês Arigoni
Enilton Nunes, da Fada Plásticos, ingressa
em bombonas com tecnologia inédita no Brasil
e mais econômica que o sopro coextrusado.
bate-pronto
16 Sem
sinistrose
A crise econômica coincidiu
com um previsto ciclo de
baixa na petroquímica,
efeito do excedente global
de PP e PE. Em entrevista
exclusiva, Bernardo Gradin,
presidente da Braskem,
pondera que o setor já
passou por fases piores e
2009, embora preocupante,
não será o fim do mundo.
Fotos: Renato Rizzutti
OPORTUNIDADES
r
i
o
Novembro 2008
Nº 543 - Ano 46
Diretores
Stockxpert
RASANTE
Beatriz de Mello Helman
Hélio Helman
REDAÇÃO
Diretor
Hélio Helman
[email protected]
22 Misto-quente
Reportagem
Invista venderá PA 6.6 que produz
na Argentina; Coca-Cola reduz
consumo de PET com mini-tampa;
consultoria Nexant levanta 27
novas fábricas de PP e PE e outras
notícias em primeira mão.
Silvio de Andrade
[email protected]
Lilian Araujo
[email protected]
Direção de Arte
Alexsandro Rodrigues
[email protected]
ADMINISTRAÇÃO
Diretora
marketing
TRAJETÓRIA
Divulgação
Desde os anos 80, Antonio Trevisan,
da Cobrirel, inventa UDs inspirado
pelo cotidiano.
62 Os lançamentos
em produtos e
serviços
Tarcísio Meira compra
vinilbiodigestor da Sansuy e Husky
efetua montagem CKD de injetoras.
O setor de embalagens
não pode mais omitir
sua contribuição ao
desenvolvimento
sustentável, adverte em
entrevista o designer e
professor Fábio Mestriner.
Publicidade
Daives Marangoni de Góes
Jalil Issa Gerjis Jr.
Sergio Antonio da Silva
[email protected]
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Multimedia, Inc. (USA)
Tel.: +1-407-903-5000
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Plásticos em Revista.
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meio ambiente
68 Quem cala
consente
74 Enxergar
é um dom
Beatriz de Mello Helman
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Capa
Alexsandro Rodrigues
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Dispensada da emissão de documentação
fiscal, conforme Regime Especial Processo DRT/1, número 11554/90,
de 10/09/90
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Associação das Editoras de Publicações Técnicas
Dirigidas e Especializadas
VISOR_LONAS
Por Silvio de Andrade
Stockxpert
Balança
mas não cai
Lona preta: mercado mais concorrido.
N
ão há setor blindado contra a
crise econômica, porém, entre
os redutos de polietilenos (PE)
de baixa densidade (PEBD) e
linear (PEBDL), a situação das lonas é
desafiadora por conjugar a síncope financeira atual com problemas notados desde
a remota introdução do produto no país. A
seca das linhas de crédito abalou todas os
mercados de lonas, desde o agronegócio
ao transporte de cargas e a proteção de
obras civis. Um transformador de lonas
negou entrevista alegando que o mercado
andava tão ruim que o produto nem devia
constar do site de sua empresa. De outro
ângulo, o negócio de lonas pretas e coloridas continua a sofrer com entraves conhecidos desde o século passado, como a
redução abusiva de espessura e proteção
insuficiente contra as intempéries, fora
o fato de o uso de resina reciclada restringir as possibilidades de valorização
dessas mantas. Em contrapartida, nichos
específicos, como lonas para ensilagem,
revelam perspectivas de rentabilidade
mais animadoras, em função da evolução
tecnológica constante, dominada por um
time de produtores bem mais seleto que o
das coberturas monocamada multiuso.
Apoiado nas estimativas do Coplast,
o estouro da crise ao final de setembro, ele
Mauro Azanha, gerente de assistência técexplica, e as construtoras foram o mercanica e desenvolvimento de produtos da
do de lonas mais penalizado de imediato,
unidade de polietilenos da
em decorrência da retração
Quattor, projeta decréscido comprador diante das
mo de 5-10% no consumo
dificuldades do crédito imode resinas virgens para a
biliário e emprego instável.
produção de lonas este ano.
O mesmo enxugamento das
“Em 2007, essa aplicação
linhas de financiamento,
demandou 16.000 toneladas
aliado à queda nos preços
de PEBD e 8.000 toneladas
de commodities agrícolas
de PEBDL”, completa. Para
como soja, também ricoo temido 2009, Azanha não
cheteia nas lonas, pois o
arrisca estimativas; limita- Azanha: Quattor acena
consenso no agronegócio já
se a aguardar o desdobrar com grades de PEBDL mais
anuncia redução da área de
específicos
para
lonas.
da economia em parafuso.
plantio e, reflexo automátiOs setores agrícola e de construção
co, as vendas de caminhões caíram sem
apresentavam intensa movimentação ao
escalas da fervura para o freezer.
longo do ano, analisa o gerente. Mas veio
Quattor, Braskem e Petroquímica
6
plásticos em revista
Novembro / 2008
Foto: Renato Rizzutti
O mercado de lonas
sofre com a crise
e disputa acirrada,
mas continua sedutor
pelo seu poder de
recuperação
VISOR_LONAS
Stockxpert
Triunfo (as duas últimas preferiram não
dar entrevista) dividem o fornecimento
local de PEBD e PEBDL para a produção
de lonas, enquanto a Dow abastece o
mercado com resinas remetidas de suas
operações na Argentina e EUA, voltadas
principalmente ao reduto de ensilagem
(ver box). “Para as petroquímicas, é difí-
exija da lona “tempo determinado de
exposição” e a conseqüente garantia de
que ela não se degradará. “As lonas pretas
e coloridas são as que mais contêm reciclado nas suas formulações. No caso das
coloridas, em regra o teor de recuperado
justifica o baixo custo apresentado por
essas coberturas basicamente destinadas
a atuar na proteção contra intempéries, por curtos
períodos, sem maiores exigências mecânicas”, ilustra
o especialista.
Para Azanha, as margens baixas e o investimento pesado em extrusoras
para a produção de grandes
volumes a baixo custo de
filmes com 6-16 metros de
largura útil funciona como
barreira natural à entrada de
novos empreendedores em
Construção civil: retração no crédito acentua superoferta de lonas.
lonas no país. “Não temos
informações de empresas que iniciaram
cil identificar o consumo de resinas por
atividades neste segmento nos últimos
tipos de lonas, isto é, a demanda para a
anos”. A rentabilidade a desejar, encaixa o
produção de versões pretas, coloridas
gerente, é outra explicação para o reduzido
e transparentes, em função do uso habitual de blends de grades virgens com
ímpeto de transformadores do ramo em
materiais reciclados”, explica Azanha. A
modernizar seus parques de extrusoras.
adoção de PE recuperado, ele detalha,
“Não observamos no mercado novas
é prática corriqueira, desde que não se
tecnologias em relação aos equipamentos
para a produção das lonas, mas somente
no âmbito dos absorvedores de UV, visando à diminuição de custos e ao aprimoramento das propriedades finais”.
No caso específico das lonas pretas
para uso geral, Azanha percebe sensível
queda na qualidade, fruto de dois efeitos
da guerra de preços: a busca de redução
de espessura e a adoção indiscriminada
de PE reciclado, entraves, aliás, que
acompanham essas lonas desde seus
primórdios no Brasil. “Às vezes, determinadas lonas têm muito pouco ou nenhum
aditivo, sendo que somente o pigmento
preto, negro-de-fumo, atua como absorvedor dos raios UV”, ele observa. Na mão
oposta, as lonas para o segmento agrícola
destacam-se pela contínua evolução
técnica, movimento garantido por novas
famílias de aditivos e pela utilização de
blends que melhoram as propriedades
mecânicas do produto.
Azanha revela que, no momento,
há dois projetos em gestação na Quattor
que contemplam melhorias nos grades
oferecidos para lonas. O primeiro deles
refere-se a um tipo de PEBD produzido em
reator tubular e aditivado com absorvedor
de UV tipo halls. O outro projeto, por sua
vez, diz respeito a uma resina de PEBDL
base metaloceno de fácil processabilida-
VISOR_LONAS
de, também acrescida de halls. “Ambos
os materiais apresentam excelentes
propriedades mecânicas e transparência”,
enaltece o gerente. “São destinados a
lonas para o segmento agrícola, muito
embora possam ser usados nos demais
redutos usuários dessas coberturas”. Em
Santo André (SP), na futura planta swing
de 200.000 t/a de polietileno de alta
densidade (PEAD) e PEBDL da Quattor,
agendada para partir em 2009, Azanha
abre conciso que a tecnologia Loop
Slurry da Chevron Phillips ensejará a
produção de versões de PEBDL e polietileno de média densidade linear (PEMDL)
desenhadas para lonas e geomembranas.
Indicadores como esse desenvolvimento
de novas resinas mostram que, apesar da
aplicação ultra-consolidada e da carga
pesada da crise, o segmento de lonas
continua a merecer apostas em seu poder
de recuperação. •
DOW ASSEDIA ENSILAGEM
Divulgação
Ensilagem: consumo de
1.300 t/mês de PE.
Na calculadora de Sidnei Lamim, especialista em P&D para polietilenos (PE) da
Dow, o agronegócio brasileiro deve fechar 2008 com consumo aproximado de 1.300
toneladas/mês do termoplástico destinado a lonas para ensilagem, o processo de
cortar a forragem verde e colocá-la compactada no silo, cuja vedação a protege, sendo
conservada por fermentação anaeróbica. Na seca, a silagem pode substituir o pasto e,
na engorda em confinamento, é utilizada junto com os grãos e farelos.
A Dow abastece esse segmento com resinas produzidas na Argentina e fora do
bloco do Mercosul. “Da média total de 1.300 t/mês consumidas este ano, a empresa
detém participação acima de 50%, a partir do fornecimento de grades de PEBDL base
octeno Dowlex e base metaloceno Elite”, expõe Lamim. Pela sua avaliação, a venda de
lonas para ensilagem caiu de leve este ano.
Em geral, explica Lamim, lonas para ensilagem são produzidas por coextrusão
– predominam as películas com três camadas. “A resistência mecânica sobressai entre
as principais exigências, pois é comum que pessoas e até mesmo animais caminhem
sobre o silo. Se o filme rasgar, o ambiente interno pode ser contaminado e degradar o
material armazenado”, descreve. Outro ponto crítico é a barreira ao oxigênio, vital para
a manutenção da qualidade da forragem verde.
Tomás Fernandez, gerente de marketing para filmes industriais da Dow, ressalta
que o segmento de lonas é basicamente regido por dois tipos: as lonas pretas, para
uso geral, e as de dupla-face, mais sofisticadas. “São compostas por um filme preto
na parte de baixo e, na camada superior, uma película branca, para que ajude a refletir
os raios UV e mantenha a lona isenta de oxidação”, expõe. Os filmes produzidos com
resina reciclada devem passar longe das aplicações agrícolas, frisa Lamim, assinalando
que as lonas de material virgem indicadas para o campo apresentam durabilidade na
faixa de de 6-18 meses. “É um prazo bem superior ao de lonas convencionais como
as destinadas à construção civil”, compara.
10
plásticos em revista
Novembro / 2008
LONAS_TRANSFORMAÇÃO
Por Lilian Araujo
A melhor blindagem
Nortène recorre a lonas de ponta para atenuar
a freada nas vendas prevista para 2009
o diretor comercial estima que as vendas
de lonas da Nortène tenham superado em
torno de 70% o índice não revelado de
2006. Além do consumo fervente, pesou
nesse desempenho a ampliação da planta-sede em Barueri, Grande São Paulo (a
filial fica no Rio Grande do Sul). Em 2007,
repassa Tannus, a empresa ativou três
novas máquinas, somando potencial para
600 t/mês e que elevaram para 1.800 t/mês
a capacidade de sua operação de lonas.
Apenas na construção civil, mercado
suprido principalmente por lonas pretas, o
diretor projeta aumento nas vendas totais
ao redor de 30-35% nos últimos dois
anos, inclusos todos os fornecedores.
No caso da Nortène, separa, esse salto
atingiu 60%. A lona preta, ele explica,
é produzida com polietileno de baixa
densidade (PEBD) reciclado e dirigida
basicamente a usos como coberturas
de obras e materiais e forração de pisos
para pinturas. Carro-chefe do mostruário
de lonas da Nortène, as vendas da versão
preta, em espessuras de 70 a 200 micra,
tendem a seguir à sombra da trajetória
da construção civil, setor que, avalia o
diretor, já atingira suas metas de expansão anual em outubro último, mas cuja
evolução deve diminuir a marcha a partir
de 2009, a tiracolo do crédito escasso e
relutância de quem lida com obras quanto
a endividar-se num cenário de emprego e
economia instáveis. “Muitas obras devem
12
plásticos em revista
Novembro / 2008
Tannus: capacidade ampliada e foco em nichos
mais rentáveis.
parar no ano que vem, mesmo assim
as pessoas precisam cobrir e cuidar do
material de construção que compraram.
Por isso, 2009 não será tão forte, mas
devemos continuar vendendo lonas”,
argumenta Tannus.
No momento, o esforço da Nortène
para expandir-se concentra-se na busca
de mais usos para seus produtos de maior
valor agregado, como a lona coextrusada (
três camadas) dupla-face preta e branca e o
mais recente desenvolvimento no gênero, a
versão dupla face preto e prata. A primeira,
descreve Tannus, exibe a aditivação anti UV
exigida para seu emprego na ensilagem, o
processo de armazenar a forragem verde
para o gado, cortada e compactada em
silo vedado, para que ocorra a fermentação
anaeróbica. “O lado branco dessa lona re-
Foto: Renato Rizzutti
V
endas aquecidas, investimen-
tos efetuados e, de repente,
projeções de crescimento para-
lisadas. O cenário das lonas
de polietileno parecia tão promissor até o
começo de 2009 que mais players surgiram em cena e os que já atuavam no ramo
apostaram fichas na manutenção do pique
da demanda, comprando extrusoras e ampliando a capacidade para evitar demoras
diante da sobrecarga de entregas, descreve
Luiz Antonio Tannus, diretor comercial da
Nortène, locomotiva da transformação de
lonas no país. Como o cavalo de pau na
economia, desferido pela crise financeira,
irrompeu no final de setembro, Tannus
constata que seu balanço de 2008 ainda
segurou-se no azul e agora ele se debruça
sobre meios de amortecer ao máximo o
baque da retração dos financiamentos
sobre os maiores mercados de suas lonas:
transporte, construção e agronegócio.
Tannus calcula por volta de 500 o
efetivo nacional de transformadores atuantes em lonas de PE, dos quais apenas
10 empresas ele separa como grandes
em capacidade instalada e força da marca.
Alguns competidores de menor porte, ele
comenta, ingressaram entre 2007 e 2008,
motivadas pelo crédito farto e pela alta
sazonal na procura de lonas para o campo
e construção, no período de novembro e
março, devido às chuvas mais intensas.
Somados os movimentos de 2007 e 2008,
flete a luz solar e o lado preto retém o calor
que ainda pode passar pela face branca”,
esclarece o diretor. A aceitação do produto
em substituição à lona preta é notada nas
vendas da empresa, com participação que
ele situa entre 30-40%. Para entusiasmo
de Tannus, a fatia desse bolo já começa
a ser repartida igualmente com a versão
dupla face preta e prata, lançada em agosto
e que mantém as funcionalidades da lona
co-irmã, porém não ofusca os olhos com
os raios solares. “São produtos mais rentáveis, por não serem commodities e, por
isso, primamos pela sua qualidade, com o
uso de resina virgem da Braskem nessas
lonas anti UV de parede variando entre 50
e 200 micra”, justifica o diretor.
A Nortène também manda bem nos
segmento de lonas leves, para transporte
de cargas, os tipos que Tannus denomina
de uso geral, a cargo de lonas coloridas
de PEBD virgem com espessuras de 100
a 110 micra. Disponíveis nas cores amarelo e azul, são utilizadas, por exemplo,
em cobertura de piscinas, barracas de
quermesse, acampamentos, festas juninas,
festas infantis e transporte de materiais para
os quais se exige maior visualização. A diversidade de segmentos usuários, comenta
o diretor, garante às lonas coloridas um
movimento que Tanus considera equiparável a 10% das suas vendas aferidas com
a lona preta. •
Oportunidades
O pulo do gato
A
disputa a ferro e fogo no
sopro de frascos conven-
cionais e uma oportunidade
flagrada na dependência brasileira de importações de bombonas de
polietileno de alta densidade (PEAD), na
garupa da insuficiente produção doméstica, justificaram um desvio na rota da
gaúcha Fada Plásticos, na curva dos
seus 44 anos e há cerca de cinco presidida por Enilton Nunes. “A produção de
bombonas monocamada convencionais
partiu este ano, materializando uma nova
frente de negócios”. Mas o pulo do gato
armado por Nunes nesse segmento povoado por competidores bem maiores que
a Fada é a versatilidade do equipamento
que adquiriu, pois permite a produção
de bombonas lamelares, sem similares
nacionais e acenando com vantagens
perante os recipientes coextrusados,
tradicionais em campos como o dos
materiais inseridos na regulamentação
de transporte perigoso. O industrial
prevê para o início de 2009 a chegada da
homologação oficial para suas bombonas
lamelares debutarem nessa categoria de
produtos.
Ao apalpar as chances de retorno do
investimento em bombonas, não divulgado, Nunes foi atraído em especial pelo
potencial de domissanitários dirigidos
ao agronegócio, caso do herbicida glifosato. Domissanitários como defensivos,
explica Nunes, enquadram-se na classe
como o herbicida glifosato, de alta penede produtos de transporte perigoso, cujas
tração no controle de pragas de culturas
bombonas dependem de homologação do
como soja transgênica. Nunes destaca
Inmetro e Ministérios da Marinha e
que o segmento brasileiro de glifosato
Aeronáutica. Na mesma categoria, ele
envolve poucos produtores domésticos
detalha, figuram as bombonas para acone diversos competidores múltis compadicionamento de químicos como fragrânrecem no mercado interno com versões
cias, essências e aromas.
No front das bombonas
para transporte considerado sem risco, dispensadas
de homologação, constam
fertilizantes foliares e determinados, ácidos e ésteres, exemplifica Nunes.
Antes de debruçar-se
sobre o agronegócio, a
Fada soprava, com quatro
sopradoras por extrusão
contínua, frascos tradi- Nunes: processo mais econômico que bombonas coex.
cionais de PEAD. Diante das margens
importadas desse defensivo. Apenas
pisoteadas pela superoferta, comenta
para o envase de glifosato, isola Nunes,
Nunes, a empresa comprou em 2007
o atual mercado brasileiro absorve em
uma sopradora Bekum para frascos
torno de 1 milhão de unidades anuais de
coex de cinco litros. Foi assim, sintetiza
bombonas de 20 litros. O efetivo de foro dirigente, que a Fada pisou na soleira
necedores locais de bombonas sopradas,
dos recipientes de PEAD para produtos a
ele distingue, não atende plenamente esse
exemplo de veterinários ou saneantes de
segmento. “É uma das justificativas para
uso domiciliar (domissanitários).
as importações do defensivo, remetido
A investida no sopro coex foi bem
em bombonas de países como China e
sucedida e, no repique, a clientela ligada
Argentina”, assinala o dirigente.
ao agronegócio cobrou da Fada a inclusão
Assim que dispuser da homologação
no seu mostruário de embalagens das
para vender suas embalagens a produtos
bombonas de 20 litros para defensivos
de transporte perigoso, a Fada vai bombar
14
plásticos em revista
Novembro / 2008
Foto: Inês Arigoni
Bombona lamelar: requisitada
para transporte perigoso.
Fada introduz o sopro de
bombonas lamelares no Brasil
como a única fonte no país de bombonas
resultantes de tecnologia lamelar com
barreira. Nunes explica que as propriedades de barreira são providas por não
revelada mistura de materiais, entre eles
a poliamida amorfa Selar da DuPont, resina de barreira a oxigênio que o dirigente
observa atuar também como solvente na
mistura. Nunes martela a tecla de que a
concorrência oferta bombonas coex, em
regra de três camadas contendo barreira
de poliamida 6. “Sua produção é mais
cara que a da bombona monocamada
obtida da tecnologia lamelar, cujo desempenho é equivalente”, ele atesta.
O trunfo da Fada foi o investimento
numa sopradora alemã BPM munida de
tecnologia lamelar Assured Safed Transport (AST, transporte seguro assegurado,
em tradução livre), capaz de produzir,
projeta Nunes, 500.000 bombonas de 20
litros ao ano. Devido às limitações dessa
capacidade, a intenção do industrial é
de começar trinchando a demanda pelas
beiradas, hoje ocupadas por importações
de glifosato e demais produtos químicos
enquadrados na categoria do transporte
perigoso. No compartimento de fragrâncias, essências e aromas, ele encaixa,
países da zona do euro, como a França,
adotam o envase com a bombona lamelar.
No Brasil, percebe Nunes, esse segmento
é hoje atendido basicamente apenas por
um transformador e suas bombonas
coex não saem dos limites do mercado
doméstico. “Os fabricantes de aromas,
essências e fragrâncias baseados no
Brasil costumam importar a bombona
lamelar para envasar os produtos que
exportam”, aponta Nunes. É mais outra
frente de mercado na mira da Fada, tal
como o nicho de fertilizante foliar que
Nunes começou a atender em novembro
deste ano. Esse tipo de fertilizante ou
outros produtos para o campo, como
desinfetantes de ordenha, não exigem
embalagem homologada para transporte
perigoso, sendo acondicionados em bombona monocamada convencional, sem
agente de barreira, tipo também soprado
pela linha BPM na unidade da Fada em
Glorinha, perto de Porto Alegre.
Numa panorâmica, Nunes dimensiona a capacidade instalada da Fada em 50
t/mês de frascos e 150 t/mês de bombonas. O transformador pondera ter feito o
investimento na BPM no momento certo,
pouco antes do crash financeiro global.
“Se tivesse de decidir durante a crise
iniciada em outubro, teria engavetado o
projeto”. Nunes afirma que, se ficar debruçado sobre a recessão mundial, acaba
desanimando e cruzando os braços. Em
lugar disso, ele aposta no poder de recuperação do agronegócio para já cogitar a
compra da sua segunda linha BPM para
bombonas de 5, 6 e 12 litros. •
BATE-PrONTO
menos sinistrose
Para o presidente da Braskem, o impacto no
Brasil do excedente global de resinas pode
não ser tão feio quanto pintam
PR - Em 2009, o excedente
global de PP e PE e de produtos
transformados (em especial
asiáticos) deve reduzir os preços
internacionais e ricochetear
no Brasil, mesmo com o dólar
valorizado. Também em 2009 o
Brasil terá mais uma fábrica de
PE (Quattor). Nesse cenário de
superoferta de resinas e crise
econômica, qual a alternativa
considerada mais plausível pela
Braskem para resguardar as
margens do seu negócio: reduzir
a produção, como vem fazendo a
petroquímica norte-americana, ou
rodar normalmente, exportando
excedentes a preço marginal?
16
plásticos em revista
Novembro / 2008
Gradin - A Braskem manterá seu foco nas
margens econômicas, na disciplina da posição de caixa e na rentabilidade de seus
ativos, através da melhoria contínua de
sua produtividade e do compromisso com
a competitividade da cadeia petroquímica
a qual pertence. O Brasil teve excesso de
resinas desde o começo da década de
2000 e sempre exportou seus excedentes,
pois o mercado é global. Aliás, no começo
da década a situação era até pior, pois
além do excedente de capacidade havia
um enorme número de players. Em 2004
chegamos a ter 1 milhão de toneladas
de excedente de PE e 600.000 de PP,
só no Mercosul. Então, não estaremos
enfrentando nenhuma situação nova. A
Foto: Renato Rizzutti
B
ernardo Gradin sequer completou um ano na presidência da
Braskem e já trombou com aquela que talvez seja a mais
descomunal crise sofrida pela petroquímica mundial. Na voz
corrente dos analistas, o crash deflagrado ao final de setembro
foi o gatilho de uma mistura explosiva, formulada nos últimos anos
pelo crédito hipotecário indiscriminado nos EUA e seu efeito dominó
sobre o mercado financeiro global. Essa catástrofe coincidiu com um
momento em que o setor petroquímico já se preparava para um grave
ciclo de baixa devido, em síntese, a três fatores: a) petróleo em queda;
b) excedente na oferta de polipropileno (PP) e polietilenos (PE), causado
pelos megacomplexos que começam a partir na China e Oriente Médio,
na garupa da matéria-prima mais abundante e barata do planeta e, por
fim, c) a ascensão da China e demais tigres asiáticos à condição de
pêndulos da transformação de plástico no mundo. Nesta entrevista
concedida por e-mail a Plásticos em Revista (PR), Gradin analisa com
serenidade os possíveis reflexos dessa fatalidade no mercado brasileiro
– que ainda ganha mais uma planta de PE (Quattor) em 2009 – e abre
algumas pistas de ações cogitadas pelo maior grupo petroquímico
nacional para atravessar a tormenta.
Gradin: Braskem
preparada para
criar valor sob
ciclo de baixa.
“Mesmo com o mundo em recessão,
acredito que o petróleo volte ao
patamar de US$ 60 ainda em 2009.”
Braskem sempre foi o líder de mercado e
sempre se pautou pela criação de valor.
Não somos focados em market share,
procuramos a inovação, a agregação de
valor por meio do nosso serviço e da
proximidade com os clientes. Sob este
enfoque, estaremos apenas reforçando
o nosso foco no cliente, apoiados pelos
investimentos em inovação e tecnologia
dos últimos anos. Os ciclos de oferta e
demanda são esperados e fazem parte
do empresariamento da indústria petroquímica. Considerando a crise pela qual
passamos, o momento pode trazer algumas surpresas e se revelar uma excelente
oportunidade para fortalecer ainda mais
os laços de confiança e compromissos
com os clientes, pois são eles que de
fato determinam o equilíbrio da oferta,
demanda e excedentes, bem como o
estímulo para novos investimentos.
PR - Os grandes complexos que
começam a partir na Ásia fixarão
patamares mais baixos para os
preços internacionais de PP e
PE, devido à sua integração às
matérias-primas mais baratas
do mundo. Nesse viés de baixa,
também pesam os efeitos da
recessão mundial. Com base
nesse cenário, como acha que
a Braskem deve proceder para
17
plásticos em revista
Novembro / 2008
BATE-PrONTO
preservar seu mercado interno?
investimento já era esperado e nós nos
É melhor manter a liderança
preparamos para criar valor mesmo no
baixando os preços ou ceder
ciclo de baixa.
espaço maior à resina importada
a preços inferiores?
PR - Com base no cenário
Gradin - As novas plantas previstas
descrito acima, como avalia
para iniciar operações em 2009 e 2010
a possibilidade de a Braskem
carregarão o ônus de terem realizado
desenvolver alianças ainda mais
investimentos “greenfield” com custos
fortes com a Petrobras, sua
muito elevados de aço, construção e
acionista e principal fonte de
equipamentos no boom econômico anmatérias-primas?
terior. Com isso, mesmo com um custo
Gradin - Isso é fundamental não só para
variável menor, terão maior depreciação
a Braskem, mas sobretudo para a cadeia
que os ativos da Braskem, por exemplo,
petroquímica brasileira como um todo.
e se o custo do petróleo
A primeira e a segunse mantiver baixo a vanda gerações são muito
“Haverá espaço
tagem se reduzirá ainda
intensivas em capital e
mais. Há também que se
requerem
que o retorno Brasil para
considerar que a maior
no
do
investimento
seja
uma planta
parte dos novos projetos
atrativo para que a indúsde PP e outra
envolve joint-ventures
tria continue crescendo
de PE a cada
com empresas que não
com o Brasil. A partir da
querem ter seus próprios
consolidação do setor,
período de três
mercados destruídos.
a Petrobras assume um
a quatro anos.”
Quanto à política de prepapel muito além do de
ços, a Braskem sustenúnico abastecedor da
tará seu compromisso de alinhamento
matéria-prima nacional. Como principal
com o mercado internacional e buscará
indutora estratégica da petroquímica do
se diferenciar da alternativa importada
Brasil, a Petrobras será determinante
oferecendo serviço e valor agregado ao
na promoção da competitividade global
cliente. Nosso foco será a produtividade,
da cadeia como exportadora e criadora
redução de custos fixos e renovação
de novas iniciativas de investimento e
dos compromissos com a inovação e
formação de emprego no Brasil. Como
produtividade dos clientes. Mais de 50%
acionista relevante, a relação é excedas nossas resinas não são consideradas
lente, é isonômica, e todos nós vemos
commoditties puras por nós. Renovamos
a contribuição decisiva com a Braskem
18% do total de resinas produzidas a cada
no rumo certo. Combinadas, a união das
dois anos, com grande investimento em
capacidades de refino e de exploração da
tecnologia, inovando em aliança com
Petrobras e a experiência das equipes da
os clientes em produtos, equipamentos,
Braskem na petroquímica mundial fazem
soluções logísticas e oferecendo capital
desta parceria algo muitíssimo forte.
de giro para que o consumidor final seja
melhor servido. A Braskem também foi
PR - A Braskem trabalha com qual
escolhida por alguns clientes globais para
estimativa de queda nos preços
desenvolver suas resinas. Além do que,
internacionais de PP e PE no
o câmbio mais favorável ao exportador
exercício de 2009?
nos beneficiará muito. Por fim, todo esse
Gradin - É muito difícil prever a partir do
18
plásticos em revista
Novembro / 2008
olho do furacão. Pessoalmente, acredito
que já atingimos a fronteira do preço
mínimo. Mesmo com o mundo em recessão, acredito que o petróleo volte para o
patamar de US$ 60.00 ainda em 2009.
Temos ainda que considerar o câmbio
quando tratamos de mercado doméstico.
Parece prudente para o BC não queimar as
reservas contra o fluxo que tende a desvalorizar o real, logo o preço de resinas em
reais pode se manter equilibrado. Como
já disse, manteremos o foco na margem
e na competitividade dos clientes.
PR - A Petrobras divulgou
a decisão de protelar seus
investimentos no óleo pesado,
o que evidencia o adiamento da
implantação do Comperj. Diante
desse fator e incluindo na sua
análise a partida da planta de
200.000 t/a de PE da Quattor em
2009, em quanto tempo acha que
a oferta interna e a demanda de
PP e PE atingirão uma relação
aceitável de equilíbrio no Brasil,
justificando então o investimento
em novas fábricas?
Gradin - A Braskem e o Brasil devem ser
reconhecidos por sua liderança na indústria petroquímica regional. Dessa forma,
a visão regional é preponderante sobre o
balanço doméstico da resina. O mercado
de PE e de PP está balanceado no âmbito
da América Latina, mas grandes desequilíbrios prevalecem. O Brasil ainda exporta
algo como 600.000 toneladas anuais de
PE e 300.000 de PP. Como a demanda
de poliolefinas (PP e PE) tem ampliado
no Brasil (e na região) a um ritmo bem
superior ao crescimento do PIB, temos
algum espaço para acompanhar essa
expansão, mas penso que haverá espaço
para uma planta de PP e de PE a cada
período de três a quatro anos, evitando o
desconforto de submetermos o mercado
à dependência de importações. Do nosso
BATE-PrONTO
lado, estaremos sempre atentos e prontos
para investir.
PR - Com base no adiamento do
Comperj e na atual inexistência
de eteno petroquímico suficiente
para alimentar novas fábricas
de PE, como a Braskem avalia
a alternativa de montar um pólo
alcoolquímico integrado no PE
com sua co-irmã EHT?
Gradin - Acredito na oportunidade, não
apenas com a ETH. Mas ainda é cedo
para considerar esse investimento. No
momento, nossa prioridade é o start up
de nossa planta de eteno e PE verde no
Rio Grande do Sul.
PR - O governo reitera que os
investimentos da Petrobras em
quatro refinarias no Nordeste
(Maranhão, Ceará, Rio Grande do
Norte e Pernambuco) não serão
abalados pela crise atual. Essas
refinarias podem despontar,
diante do adiamento e indefinição
do Comperj, como alternativas
de suprimento de petroquímicos
básicos para futuras plantas de
PP e PE da Braskem no Brasil?
Gradin - Acho que são duas coisas
distintas. O projeto Comperj tem um foco
muito direcionado no desenvolvimento da
indústria de 2ª geração e de transformação
baseado na competitividade de exploração
de petróleo pesado. Novas refinarias são
um assunto que diz mais respeito ao
crescimento da demanda energética no
país e ao desenvolvimento tecnológico
para prospecção nestes Estados. Lógico
que torcemos para que a indústria de
refino no Brasil continue crescendo, o
que estaria mostrando a manutenção
do crescimento sustentado do país, e
certamente continuamos a analisar todas
as opções possíveis no quadro de oferta
“A solução ambiental
passa muito distante
da condenação do
plástico e se encontra
no compromisso
da educação e dos
investimentos para
sua reciclagem.”
e demanda de resinas. Mas pensando
numa refinaria como fonte para matériaprima petroquímica, estamos falando de
apenas 8~9% de sua produção. Seria
precipitado, portanto, analisarmos algo
neste momento.
PR - Na Venezuela, conforme
divulga a mídia, a Odebrecht
está sendo questionada pelo
governo numa pendência fiscal,
sua parceira PDVSA/Pequiven
carece de recursos e pessoal
especializado, o governo e a
economia local são afetados
pela baixa do petróleo e Hugo
Chavez já provou ser um
presidente ditatorial e nada
confiável. Para complicar, surgiu
essa crise mundial a partir dos
EUA, principal mercado visado
pelos projetos de PP e PE da
Braskem na Venezuela. Nesse
cenário, como avalia a solidez
e viabilidade econômica desses
dois projetos e qual a data de
partida de cada um deles?
Gradin - As decisões de investimento
da Braskem são tomadas de acordo com
critérios econômico-financeiros e não
políticos. Como em relação a qualquer
projeto petroquímico, consideram um
cenário de longo prazo. Sem entrar no
mérito do juízo de valor contido na sua
20
plásticos em revista
Novembro / 2008
pergunta, a Venezuela é um país com
grandes reservas de matéria-prima. O que
nos garante um contrato de matéria-prima
competitiva. Além disso, o país possui
posição privilegiada no acesso aos mercados latino-americanos e norte-americanos. Acreditamos no compromisso que
a Venezuela tem com o desenvolvimento
da indústria geradora de empregos, em
especial da atividade petroquímica, e
com o desenvolvimento econômico. As
pessoas que conheci na Pequiven são
de excelente nível técnico e competência
empresarial. Claro que temos desafios
naturais a vencer juntos, mas a relação
de confiança e o compromisso pessoal
de todos os envolvidos assegurarão o
sucesso do projeto nas datas previstas de
partida: PP em 2011 e PE em 2013.
PR - Com a América do Sul
tomada por instabilidade política
e econômica (Morales, Chavez,
Kirchner, Rafael Correa etc etc.)
qual a estratégia alternativa de
internacionalização cogitada pela
Braskem?
Gradin - Nosso foco permanece a
América Latina. A América do Norte será
considerada oportunamente.
PR - Nos últimos anos, a Braskem
optou por não expandir sua
capacidade de PVC. Perdeu assim
a liderança do vinil na América
Latina e o Brasil hoje depende de
importações complementares da
resina para preencher a demanda.
O momento coincidiu com o
fortalecimento da China como
formadora mundial de preços em
PVC. Em decorrência das margens
baixas e pressão ambiental,
são poucos os investimentos
internacionais em PVC. Diante
disso, qual o futuro do negócio
de PVC dentro do grupo e quais
os eventuais investimentos já
confirmados para a operação de
PVC em 2009?
Gradin - PVC permanece uma unidade
de negócio da Braskem, com expectativa
de alta rentabilidade e potencial de crescimento. Nossas fábricas de PVC receberam
investimentos substanciais de automação
e modernização e algumas iniciativas
continuarão em 2009. Planejamos uma
expansão de 200.000 toneladas na planta
de Alagoas até 2012. Ela deverá ser anunciada assim que obtivermos a solução de
energia elétrica. Fica claro, portanto, que
não consideramos desinvestir em PVC.
PR - Pululam na mídia os
depoimentos de consumidores,
personalidades, empresas e
canais de venda proclamando
aversão ao plástico e suas
embalagens. Na sua opinião,
o que falta ao setor plástico
brasileiro fazer para corrigir essa
crescente percepção pública
negativa a respeito do material?
Ou já é tarde demais?
Gradin - O plástico é um material moderno, barato, versátil, duradouro e 100%
reciclável – seja como novo material seja
como energia. Portanto, é muito mais
solução que problema para a sociedade.
O plástico embala com higiene e não
acumula bactérias, porque é descartável
e impermeável. O plástico protege o alimento e a vida, é leve e barato, viabiliza
soluções econômicas para bens duráveis
e de consumo, emprega mais de 1,5
milhão de pessoas no Brasil e sua reciclagem energética pode ser uma grande
saída para o lixo urbano. É difícil imaginar
a vida moderna sem o plástico. Acredito
que a solução ambiental passa muito
distante da condenação do plástico e se
encontra no compromisso da educação
e dos investimentos público e privado
para sua reciclagem. Outros resíduos de
consumo têm soluções para reciclo muito
mais complexas, seja porque aparecem
menos aos olhos ou porque são menos
necessários. O próprio debate está mal
dirigido: por exemplo, o problema não é o
plástico no aterro sanitário, mas o próprio
aterro sanitário ou lixão, para o qual o
plástico oferece a solução da reciclagem
energética. O fato é que temos que ouvir,
avaliar e propor soluções. Sou muito
otimista com as ações brasileiras para
viabilização econômica da reciclagem do
plástico e os compromissos empresariais
para a sustentabilidade da cadeia produtiva. Seremos um dos líderes mundiais na
sustentabilidade do plástico. •
RASANTE
Máquinas verdes
Senhores do eteno
Stockxpert
Levantamento da consultoria
Icis prevê que, ao final de 2012, a
capacidade global de eteno subirá
da faixa atual de 158.7 milhões
Oficializada pouco antes de a crise econômica
nocautear as montadoras dos EUA, uma decisão da
Husky que causou impacto este
ano: sair do reduto de injetoras
de alta tonelagem para o setor
automotivo. Galt explica que,
embora autopeças de maior
envergadura sejam um cartão-de-visitas tecnológico, sua
produção mundial é limitada em
termos unitários, razão pela qual
o volume de vendas de injetoras
de grande porte não é expressivo. O foco da Husky, delimitou
o dirigente, são produtos que
agreguem mais valor e de altas
escalas na esfera global. Segmentos como componente de
peças técnicas de alta precisão,
ele ilustra, atraem a empresa
justamente pela produção mais volumosa e rentável.
O que explica a proeminência da Husky entre os fornecedores globais de itens injetados como carcaças e
outros elementos de Blueberrys, exemplifica Galt.
de t/a para 215.8 milhões. Para o
mesmo período, a empresa projeta que a capacidade de eteno da
China e Oriente Médio passará das
atuais 23.4 milhões de t/a para 59.5
milhões, enquanto no
restante do mundo o
mesmo indicador pulará
das atuais 135.3 milhões de t/a para 156.3
milhões. Noves fora,
a atual fatia aproximada de 15% detida por
Oriente Médio e China
da capacidade mundial
de eteno deve pular para
o índice arredondado
22
plásticos em revista
Novembro / 2008
Galt
em 28% nos próximos quatro anos.
Ainda segundo a Icis, as plantas
do Oriente Médio podem rodar, à
margem das condições do mercado
global, com altas taxas de ocupação,
mérito de seus custos baixos de
matéria-prima (nafta e gás), confirmando assim o preceito de que
uma commodity só é rentável para
quem forma o preço internacional.
Com base nesse quadro, fontes
da petroquímica ouvidas pela Icis
já enxergam sob risco os projetos
de partida agendada após 2012
e consideram dispensáveis mais
capacidades de eteno no mundo
pelos próximos 10-15 anos.
Foto: Divulgação
O culto ao desenvolvimento sustentável já contaminou as grifes internacionais de máquinas para transformação de plásticos. As edições deste ano de feiras
de cacife global do setor estampam essa adesão à proteção do meio ambiente em geral com equipamentos
exaltados pela economia de energia proporcionada.
Para John Galt, CEO da Husky, colosso canadense em
injetoras, poderá haver uma diferença entre professar
um compromisso ambiental e efetivamente colaborar
para a sobrevida do planeta. No âmbito das injetoras,
ele concorda que as demonstrações de apoio ao verde
em seu segmento são hoje dominadas pela redução do
gasto energético. Mas Galt pondera que várias outras
frentes de atuação ecológica podem ser desbravadas,
a exemplo do esforço do setor de máquinas por reduzir o emprego de resinas, ampliar a vida útil dos
moldes, aumentar o teor de matéria-prima reciclada
sem afetar a excelência no processo e na qualidade
final e, por fim, elevar a eficiência e produtividade
dos equipamentos. Essas premissas, deixa no ar o
dirigente, norteiam o desenvolvimento de diversas
tecnologias de lançamento engatilhado pela Husky
para a NPE 2008, a maior feira do plástico dos EUA
e agendada junho próximo em Chicago.
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RASANTE
Com ou sem crise, a estréia no
Brasil da Coca-Cola em garrafas
descartáveis de PET recuperado pelo
sistema bottle to bottle (BTB) está
engatilhada para 2009. José Mauro
de Moraes, diretor de assuntos regulatórios e de meio ambiente, anuncia
que a empresa busca investidores
para a construção de uma recicladora
BTB de 25.000 t/a, orçada em torno
de R$ 25 milhões, nas proximidades de uma de suas plantas de
pré-formas no Nordeste, Sudeste ou
Sul. Conforme a disponibilidade da
matéria-prima, Moraes situa a taxa
de participação do reciclado entre
10-20% por garrafa.
A definição hoje em andamento
do local e emprendedores da futura
recicladora não deve interferir nos
planos de lançamento da embalagem. Moraes, por sinal, levanta a
hipótese de essas garrafas ganharem
a rua com resina originária das poucas recicladoras BTB já instaladas na
praça, desde que tenham sua operação homologada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) para atender a produção
de embalagens alimentícias como
garrafas de refrigerantes.
A Coca-Cola dispõe de plantas
BTB na Austrália, Áustria, México,
Filipinas, Suíça e, desde novembro,
em Spartanburg, na Carolina do Sul,
EUA. Essa nova unidade, cujo potencial é estimado na faixa de 45.000
t/a, deve rodar comercialmente a partir
de janeiro, confia Marcio Amazonas,
gerente global de recurso água de The
Coca-Cola Company. “A capacidade
anual ronda 2 bilhões de garrafas de
600 ml, com mistura inicial de 20%
de PET reciclado”, ele assinala. Os
custos elevados e esquema limitado
Moraes
de coleta adiaram a aprovação de
uma unidade BTB no país sede da
Coca-Cola. Amazonas rememora que
a tecnologia de reciclagem BTB do
poliéster começou a ser desenvolvida
em 1991, mas sua implantação colidia
com os reduzidos preços da resina
virgem, situação rompida pela alta do
petróleo e derivados no último biênio,
desenhando então um cenário de viabilidade econômica para a aprovação
do projeto da recicladora BTB, orçado
em US$ 60 milhões e resultante da sociedade entre a Coca-Cola e a indústria
United Resource Recovery Corp.
“Nos EUA, a meta é fazer com que a
participação de PET BTB em garrafas de
Coca-Cola atinja 50% a médio/longo
prazo, índice já alcançado na Áustria”,
atesta Amazonas.
PET sustentável (II)
A introdução do BTB da
Coca-Cola deve aumentar em
seis pontos percentuais o índice
de reciclagem de PET no Brasil,
atingindo a marca dos 60% do
poliéster produzido e contribuindo para a meta global do grupo
de recuperar para reuso 50% das
garrafas e latas que utiliza até 2015.
Fotos: Renato Rizzutti
PET sustentável (I)
Divulgação
Mini-tampa
Os planos integram o programa
“Embalagens Sustentáveis”. Ele
constitui uma das sete frentes de
“Viva Positivamente” a plataforma
global de desenvolvimento sustentável da Coca-Cola.
No Brasil, o programa “Embalagens Sustentáveis” também
opera voltado para PET retornável
(RefPET), redução do peso da embalagem e parcerias para coleta e
reciclagem. A garrafa RefPET (não
disponível nos EUA) é adotada por
engarrafadoras do Paraná, Brasília e
de São Paulo, que têm no portfólio
20 opções de embalagens conforme
o público-alvo ou a facilidade de
operação. José Mauro de Moraes,
diretor de assuntos regulatórios de
meio ambiente, explica que o mesmo processo de higienização (água
e soda cáustica em alta temperatura) é adotado para a embalagem
de vidro e RefPET, cujas garrafas
compatíveis são selecionadas por
máquina de aspiração.
No compartimento das garrafas
de PET one way, a Coca-Cola lança
mundialmente em 2009 o modelo de
600 ml pesando 26 g versus atuais
28 g, redução atribuída a uma minitampa da Alcoa e ao gargalo mais
curto. Desde 1988, a Coca-Cola
baixou de 58g para 48g o peso da
Amazonas
RASANTE
Divisor de águas
A derrapagem das montadoras na curva da
recessão não esvaziou o “Simpósio de Injeção
de Plástico 2008-Novas Soluções para o
Aumento de Produtividade”, realizado em 18
e 19 de novembro último no Clube Transatlântico,
em São Paulo. Além do foco das 16 palestras, com
ênfase em componentes automotivos por experts
da nata em injetoras, moldes, periféricos e resinas,
uma explicação para a audiência expressiva do
evento, organizado por Plásticos em Revista e
a empresa Específica, foi sua concepção globalizada da tecnologia apresentada. De acordo com
participantes, o simpósio rompeu assim com as
limitações do modelo até então vigente no Brasil,
de seminários de injeção apresentados apenas por
fabricantes alemães.
Atlas refeito
O mundo industrializado está
fora do mapa das fábricas de polietileno (PE) hoje em construção,
constata estudo recente de Raul
Arias, gerente para a América Latina da consultoria norte-americana
Nexant. Esses empreendimentos, ele aponta,
estão concentrados no
Oriente Médio, China
e, bons degraus abaixo,
no mercado latino-americano. Até o início de
Arias
2009, situa o expert, 14
plantas de PE devem entrar em
cena, totalizando ao redor de 3
milhões de t/a. No Oriente Médio,
aponta Arias, Irã, Arábia Saudita
e Kuwait sediam 12 fábricas e as
duas restantes cabem ao Brasil
(unidade swing de 200.000 t/a da
Quattor em Santo André, SP, de
partida prevista para 2009) e uma
planta de 400.000 t/a no Reino
Unido. O mesmo predomínio asiático é flagrado pelo analista nos 13
projetos recentes de polipropileno
(PP), cuja maioria parte até o início
de 2009 e somam capacidade arredondada em 3,3 milhões de t/a. A
Ásia responde por nove deles e os
quatro restantes são fracionados
entre o México, Brasil (a planta
da Braskem em Paulínia, SP),
Alemanha e EUA.
Na América do Norte, por sinal,
o levantamento da Nexant calcula
que, no período 2008/2009, a capacidade de PE deve diminuir 566.000
t/a, efeito do fechamento de plantas,
e aumentar 113.000 devido a uma
unidade agendada para partir ao
final do ano que vem. Na esfera de
PP, Arias calcula que, de dezembro
de 2007 a 2009, a capacidade norte-americana deve baixar cerca de
1.6 milhão de t/a e ganhar 200.000
t/a, em razão da estréia de uma
pequena planta. Na zona do Nafta,
o México comparece em 2008 com
nova fábrica de 350.000 t/a. Nesse
quadro, Arias projeta déficit na oferta norte-americana de polietilenos
26
plásticos em revista
Novembro / 2008
Divulgação
linear e de alta densidade
e confia que, em nível
decrescente, prossigam
exportações de PEBD da
região. Quanto a PP, ele
antevê que a América do
Norte passará a importar
regularmente a resina em
cerca de três anos.
A fila anda
Excluída da primeira peneira
de agentes da Quattor, a Replas
não perdeu tempo e cumpriu seu
plano B: virar importadora se não
conseguisse vaga nas redes nacionais de distribuição. Escorada na
superoferta internacional, já garantiu outra fonte de polipropileno(PP)
e polietilenos (PE, no caso de alta
densidade e linear) para comercializar: a saudita Sabic. Por seu turno,
a Petroquímica
Triunfo permanece
a bandeira da empresa para polietileno
de baixa densidade
(PEBD). A parceria
com a petroquímica
do Oriente Médio
não foi oficializada Marcos Prando
por contrato, mas isso não preocupa Marcos Prando, sócio e diretor
da distribuidora brasileira. Ele
não abre os volumes mínimos de
fornecimento de resinas garantidos
à Replas pela Sabic, nem quanto
movimentava quando era agente
autorizado das extintas Riopol e
Suzano Petroquímica.
No Brasil, a Total Polímeros
– varejista independente constituída
no início do ano – também importa
PE, via traders, da Sabic. “Temos
condições de movimentar 5.000
toneladas/mês de resinas somando
Fotos: Renato Rizzutti
garrafa descartável de 2L, o mesmo
da versão BTB. Para suprir de sucata
de PET a futura recicladora BTB no
Brasil, a Coca-Cola firmou parceria
com o hipermercadista Wal Mart
para a instalação em suas lojas,
até o final de 2009, de estações de
coleta de plástico, vidro e metal.
as nossas bases em São Paulo e
Caxias do Sul, além do serviço
que contratamos de uma operadora
logística em Itajaí que, por sorte,
não foi afetada pelas enchentes”,
afirma Marcos. O material da Sabic
vendido pela Replas chega ao Brasil
pelo porto de Santos.
Marcelo Prando, irmão de
Marcos e também dirigente da
Replas, assinala boa receptividade do mercado aos produtos da
Sabic. “Suas linhas de PE já eram
conhecidas e foram usadas pela
Riopol durante o pré-marketing
de sua planta”, lembra Marcelo.
O drible no câmbio desfavorável
à importação, ele detalha, decorre
dos preços internacionais bem
menores que os cobrados internamente. “Neste ano, a tonelada
do PE chegou a rondar US$ 800
no mercado internacional. Mesmo
com a alíquota de 14% de importação, temos conseguimos vender
os grades da Sabic a preços 5%
inferiores em média às resinas
nacionais”. Em sua projeção do
balanço de 2008, Marcelo enxerga
crescimento de 20% da Replas,
salto atribuiído ao consumo interno
fervente até outubro e a rapidez no
acerto com seu novo fornecedor
de PP e PE, ele julga. “Conforme
o desenrolar da crise econômica
em 2009, se crescermos 5-10% já
estará de bom tamanho”, observa.
Stockxpert
RASANTE
Sacolafobia
Controladas pelo Wal Mart,
as redes Bompreço e Hiper Bom-
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plásticos em revista
Novembro / 2008
preço de Recife e Salvador
começaram a oferecer um
crédito para a clientela equivalente ao valor das sacolas
plásticas não utilizadas.
Segundo o Wal Mart, a medida integra o programa que
visa cortar pela metade, até
2013, o uso dessas sacolinhas pela rede no país. Em
março de 2009, conforme
foi divulgado, as lojas do Wal Mart
no Nordeste darão o desconto, a ser
estendido mais adiante ao restante
da cadeia no país. Pelo esquema
montado, o supermercado abate
R$ 0,03 por sacola plástica não
usada, isto é, para cada cinco itens
adquiridos. Mesmo que consuma
uma quantidade inferior, o cliente
recebe o desconto; basta aparecer
nas lojas com sacolas retornáveis
de pano, lona ou papelão. Na
falta delas, o Wal Mart oferece um
modelo de algodão cru a R$ 2,00.
“É uma ação positiva no sentido de
reforçar a importância do consumo
consciente da sacola, e não de execrá-la, muito embora eu não acredite
no seu sucesso, pois o cliente não
obtém retorno financeiro”, avalia
Rogério Mani, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas
Flexíveis (Abief). Faz sentido:
para conseguir R$ 3 de desconto,
o consumidor teria que deixar de
levar para casa 100 sacolas, volume
suficiente para acondicionar nada
menos do que 500 itens. Fora da
calculadora, porém, o gesto do Wal
Mart perpetrou outro estrago na
imagem da sacola – e do plástico.
Hoje pululam, por sinal, cases
de empresas que enxergam na
demonização da sacola plástica o
caminho mais curto para um dúbio
posicionamento ecológico. O laticínio mineiro Embaré, por exemplo,
anunciou em outubro que, “em respeito ao meio ambiente”, substituiu
suas sacolas plásticas por congêneres de “papel reciclável” – como se
todos os demais materiais também
não fossem recicláveis. Com a medida, a Embaré deixa de consumir
8.000 sacolas/mês de polietileno.
O presidente da Abief não engole
esse jogo de cena. “As sacolas são
consideradas erroneamente vilãs
da natureza, pois artefatos plásticos
compõem apenas 2,8% do total
descartado no lixo. Aos transformadores, Mani aconselha melhorar
a qualidade das sacolas e rejeitar a
pressão de supermercadistas por
preços menores. Pressão, aliás,
que abriu o caminho para a queda
da espessura, um dos estopins da
cruzada contra as sacolas.
Liberou geral
Nelson Altero
Produtora integrada de polímeros e fibras têxteis – entre elas,
a Lycra® –, a norte-americana
Invista voltará em maio próximo
a fornecer a poliamida (PA) 6.6 que
produz na Argentina ao mercado
brasileiro, revela Nelson Altero, diretor para
a América do Sul de
negócios PSM & Intermediates. Em 2009,
termina o prazo do
acordo firmado entre
Invista e DuPont, sua
controladora até início
de 2004. “À época,
foi acertado que só
poderíamos vender no Brasil as
resinas de PA 6.6 que produzimos
na Argentina à própria DuPont”,
explica o executivo.
Há dois anos, a Invista vendeu
sua planta de PA 6.6 em Camaçari à
sua cliente fabricante de pneus Kortsa. “Não era uma unidade integrada
com a nossa produção de fibras,
daí porque decidimos negociá-la”,
rememora Altero. Hoje em dia, a
Invista conta no país apenas com
uma fábrica integrada desde a polimerização de PA 6.6 em Americana
(SP), focada em aplicações têxteis.
Altero não abre a capacidade
instalada da planta argentina de
polimerização de PA 6.6 da Invista;
diz apenas que foram feitas ampliações recentemente e que a unidade
tem plenas condições de abastecer
o mercado brasileiro, cujo único
produtor local do polímero para
peças plásticas é a Rhodia. Para
o dirigente da Invista, negócios
envolvendo PA 6.6 demandam 4-6
meses de maturação, prazo decorrente da homologação da resina
na clientela de transformadores,
sobretudo de autopeças – reduto
respondável por 60-70% do giro de
PA 6.6 no país, estima Altero. “De
início, nosso foco será concorrer
com resina importada”, comenta
Marcelo Oliveira, gerente de conta
Nylon Intermediates & Specialties,
sem abrir as expectativas de volumes de vendas. O negócio, ele
salienta, ficará concentrado na comercialização da resina pura, pois
a Invista rechaça a idéia de formular
compostos, atividade realizada pela
Rhodia no Brasil.
Altero retoma o fio para alinhar os trunfos dos grades de PA
6.6 da Invista perante a concorrência importada extra zona do Mercosul. “Seremos mais competitivos
porque a produção na Argentina
nos garante acesso às isenções
tarifárias do bloco comercial, fora
os benefícios logísticos da operação próxima do Brasil. Além disso,
investiremos no relacionamento
mais próximo com o cliente e na
elaboração de formulações customizadas de resinas”, detalha. Até
2010, Altero confia que as vendas
de PA 6.6 deterão 15-10% dos
resultados obtidos pela Invista no
Brasil. •
Foto: Divulgação
RASANTE
ESPECIAL_PPR 2008
Fotos: Renato Rizzutti e Ricardo Raiche
Frente a frente
com o mercado
A
prática, pelo surgimento de nichos de perfis diferenciados
e dirigidos a mercados tão específicos que não podem
mais ficar sob o mesmo guarda-chuva para uma análise
conjunta da categoria.
Tem mais: em seis anos seguidos de premiação
orientada pela mesma metodologia de pesquisa de campo e pelo mesmo modelo de setores avaliados, é forte a
possibilidade de os troféus entregues mudarem pouco
de mãos, como se nota em especial entre distribuidores
e transformadores. Embora os coordenadores do PPR
sempre tenham salientado ao público que a esmagadora
maioria dos premiados – exceto os de Contribuição para o
Setor, Plastivida e Export Plastic – é escolhida estritamente
pelos votos colhidos no mercado, o fato é que a repetição
de ganhadores ano a ano permaneceu sem surpresas para
alguns observadores. Para demonstrar a lisura do nosso
trabalho e por fim, para preservar o reconhecimento alcançado por um evento inédito no gênero até hoje, o PPR
será outro a partir de 2009. O único ponto que não mudará
é o da sua missão: uma urna para o setor plástico eleger
anualmente seus melhores profissionais.
sexta edição do Prêmio Plásticos em Revista (PPR),
realizadananoitede13denovembroúltimo,revelou
um evento que atingiu a plena maturidade. Mais de
450 convidados compareceram ao Espaço Rosa
Rosarum para prestigiar a entrega dos troféus dos melhores do ano apontados pelo mercado em pesquisa nacional
de opinião, realizada pela Destaque Pesquisa & Marketing
e chancelada pela consultoria Simonsen Associados.
Por ter atingido a maturidade, o PPR deve e vai mudar. Isso vai acontecer porque, tal como uma revista, um
evento está fadado à saturação – e daí ao declínio – se
acomodar-se a uma fórmula considerada definitiva, por
mais vitoriosa que ela seja. É o questionamento permanente, a percepção de que sempre há algo a melhorar ou
inovar a cada ano que livra um evento como o PPR do
risco de tornar-se tradicional e, o que é pior, previsível. A
mudança também se faz necessária porque o setor plástico
brasileiro também se transformou muito nesses seis anos.
Afinal, o time de petroquímicas encolheu brutalmente, a
quantidade de transformadores aumentou, e os segmentos
convencionais da transformação foram redesenhados, na
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plásticos em revista
Novembro / 2008
housepress
Cadê o PVC
que estava aqui?
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fabricação do plástico PVC (Policloreto de Vinila),
um dos materiais mais importantes para o transporte
seguro da água potável e saneamento básico em
todo o mundo. Para este setor, o PVC é muito mais
do que uma matéria-prima que permite a fabricação
de tubos e conexões, calhas, condutores, mangueiras
e acessórios, entre outros: ele também oferece
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fabricantes. E a Solvay Indupa fornece ética, visão de
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ppr 2008_top distribuidor
Top Distribuidor Sudeste Fora de Série
Top Distribuidor Sul_Piramidal
Piramidal
Nada acontece por acaso
Amauri dos Santos (Piramidal) recebe o troféu
de Rui Chammas (Braskem).
Trem bala da distribuição brasileira
de resinas – é a maior varejista no gênero
do país – a Piramidal foi mais uma vez
alvo de votação recorde de transformadores para o PPR. Tanto ibope, aliás, já
ganhou feições de tradição, pois desde a
instituição do PPR, em 2003, a Piramidal
sobe ao palco para embolsar o troféu de
ás em sua categoria. Devido a essa praxe,
a empresa dirigida por Wilson Cataldi e
Amauri dos Santos, com sede em São
Paulo e quatro centros de distribuição
(três deles no Rio Grande do Sul) foi contemplada pelo mercado com o PPR Top
Distribuidor Fora de Série 2008 – Região
Sudeste e Top Distribuidor – Região Sul.
Cataldi associa a imagem tão positiva de
sua empresa no mercado à uma busca
contínua de excelência, endossando
o preceito de Steve Jobs, fundador da
Apple, de que nada acontece por acaso.
Ao longo de seus 23 anos de estrada,
a Piramidal, hoje apta a girar na faixa
de 9.000 t/mês, balizou seu perfil pelo
modelo global de distribuidor de resinas,
associado a grandes volumes e robusto
fôlego financeiro.
Top Distribuidor Sudeste
Premix
O mapa toma forma
A taxa anual de crescimento de 35% na vendas do último triênio ajuda
a esclarecer a conquista
do PPR Top Distribuidor
– Região Sudeste pela
Premix, argumenta o diretor Reinaldo Marques.
Outra possível justificativa
para essa indicação do
mercado, ele aponta, foi
a recente inauguração da
filial em Contagem (MG),
turbinando a atuação dessa agente da Quattor (PP
e PE) e Videolar (PS)
no crescente pólo transformador do Triângulo
Mineiro. A filial mineira
reflete o foco da Premix
na conquista de uma co-
Silvia Regina da Silva (Premix) recebe o troféu
de Philip Wojdyslawski (Videolar).
bertura nacional, já definida entre 2007
e 2008 com as bases de distribuição
fincadas em Joinville (SC) e Santo Antão
(PE) e com abertura em 2009 de uma filial
na região norte, adianta sucinto Marques.
Para colocar de pé as novas filiais, a
Premix desembolsou R$ 3 milhões, aporte
que ainda englobou a compra de três
caminhões. “Constituímos a Premix Brasil
Ltda, que incorporou a Premix Plásticos
Ltda, de Minas Gerais, e a Premix MuliOlefinas, de São Paulo, Santa Catarina e
Pernambuco. Assim, restruturamos as
feições do negócio”, expõe o dirigente.
Top Distribuidor Sudeste
Destaque Fora de Série
Activas
“Não existe mágica”
Acreditar na verdadeira concepção
da distribuição, ou seja, oferecer o que
Laércio Gonçalves (Activas) recebe o troféu de
Walter Sganzerla (Quattor).
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mais do que isso, comprometer-se com
o tripé formado por credibilidade, procedência e garantia. Esse culto à excelência
profissional é o segredo da Activas, resume Laércio Gonçalves, presidente dessa
distribuidora cinco vezes vencedora do
PPR – Região Sudeste, fileira de troféus
que lhe garantiu este ano o prêmio Top
Destaque Fora de Série em sua categoria. “Não existe mágica, mas trabalho e
investimento contínuos”, ele reitera. A
propósito dos investimentos, Gonçalves
comenta que os recursos maciços injetados em 2008 mantiveram a expansão da
sua empresa, hoje com músculos para
girar 5.000 t/mês a partir da matriz em São
Paulo, duas filiais no Sul, uma no Rio e
outra no Nordeste. Por essas e outras, a
Activas foi uma das primeiras empresas
fisgadas para o time de agentes de PP e
PE da Quattor.
Top Distribuidor Norte/Nordeste
Top Distribuidor Destaque Sul
Sasil
Ela quer bem mais
Vice-líder entre os distribuidores da
Paulo Magalhães (Sasil) recebe o troféu de
Robson Cavalcante (Braskem).
Braskem e o único do grupo petroquímico
a comercializar PVC, a baiana Sasil, à
sombra de 14 filiais espalhadas pelo país,
foi apontada pelo mercado para duas
categorias do PPR para distribuidores
este ano. Levou o troféu Top relativo à sua
região de origem, Norte/Norderste, e o
prêmio de destaque na região sul. Esses
votos dos transformadores avalizam a
agressiva política de comercialização da
empresa, idealizada pelo presidente Paulo
Magalhães e hoje responsável pelo giro
médio na faixa de 3.500 t/mês de resinas,
à parte os volumes pesados que movimenta
de produtos químicos a exemplo de cloro,
derivados e soda cáustica. Bem assentada
no mercado nordestino, a Sasil conquistou
abrangência nacional ao assumir o controle
de outro agente da Braskem, a gaúcha
Coplasul, e ao abrir recentemente seu
escritório de vendas na Argentina.
ppr 2008_top distribuidor
Top Distribuidor
Norte/Nordeste Destaque
Eteno
Sol o ano todo
da Braskem desde suas primeiras formações, o estreito relacionamento com os
clientes e um profundo conhecimento da
malha viária regional têm granjeado para
a Eteno um espaço até hoje inabalável
pela chegada à sua região de concorrentes mais capitalizados vindos do Sul
e Sudeste. Tanto é assim que o troféu
entregue a Ruiz constitui o quinto PPR
que ele conquista.
Top Distribuidor Centro-Oeste
Rodrigo Brayner Fernandes (Eteno) recebe o
troféu de Robson Cavalcante (Braskem).
Com giro estimado na média de
800 t/mês de resinas, índice considerado
compatível com a demanda regional, a
pernambucana Eteno, agente autorizado
da Braskem, foi eleita pelo mercado para
o PPR Top Distribuidor Norte/Nordeste
Destaque. Na visão de Odair Ruiz, dirigente dessa empresa integrante da rede
SPP Resinas
Título: Boa pescaria
Cristina Juriti Lagos Barros (SPP Resinas)
recebe o troféu de Marcelo Fioravanti Neves
(Quattor).
Uma das primeiras
distribuidoras de resinas
a apalpar o potencial do
Centro-Oeste, um pólo
crescente de artefatos
plásticos como embalagens flexíveis de alimentos, a SPP Resinas viu este
seu trabalho de prospecção ser reconhecido pelo
mercado este ano, com
indicação da empresa para
o PPR Top Distribuidor na
região. “Mantivemos uma
posição competitiva no
Centro-Oeste, região que
entendemos importante
para a evolução dos nossos negócios”, delimita
Carlos Belli, diretor dessa
distribuidora paulistana
fisgada para o primeiro
desenho de agentes autorizados de PP e PE da
Quattor. “A empresa passa por um momento extremamente positivo, apesar do
atual cenário econômico. Além do apoio
do nosso acionista (N.R. – família Feffer,
controladora do Grupo Suzano), estamos
nos estruturando para crescer na distribuição e avaliamos outras oportunidades
de negócios”, expõe o executivo.
Top Distribuidor Centro-Oeste
Destaque
Resinet
Entregas infalíveis
Uma logística bem estruturada, capaz
de permitir a entrega diária de resinas na
região convergiu para a indicação, pelos
transformadores locais, do PPR Top Distribuidor Centro-Oeste Destaque para a
varejista Resinet, agente da Dow em polietilenos e importadora de resinas como PP
dos EUA. “Contamos com uma estrutura
versátil e ágil que, apoiada em sistemas
de ERP e CRM de última geração, têm
garantido a satisfação dos nossos clientes”, avalia o diretor Eduardo Sonesso. O
investimento recente mais relevante na
estrutura da Resinet, distingue Sonesso,
ocorreu em 2007, quando a empresa
transferiu, em São Paulo, sua matriz para
uma área de 40.000 m² e abriu uma filial
em Caxias do Sul (RS), sua segunda base
no Sul, ao lado do centro de distribuição
em São José dos Pinhais (PR). “Assim,
ampliamos significativamente a área de
estocagem, totalizando potencial para
armazenar 12.400 toneladas de resinas”,
sintetiza o diretor. •
Samuel Wajsbrot (Resinet) recebe o troféu de
Roberto Formícola (Dow Brasil).
ppr 2008_top equipamentos
Sopro Nacional
Pavan Zanetti
O aval definitivo
Fábio Seabra (Romi) recebe o troféu de Adilson
Silva (Braskem).
Gilson Pavan (Pavan Zanetti) recebe o troféu
de Marco Antonio Martinez (Braskem).
“A escolha de nossa máquina pelos
eleitores do PPR ratifica as pesquisas de
satisfação que temos promovido com ótimos resultados”, festeja Newton Zanetti,
diretor da Pavan Zanetti, líder no Brasil
em sopradoras por extrusão contínua.
Entre os aprimoramentos recentes introduzidos em suas sopradoras pela equipe
de engenharia da matriz da empresa, em
Americana (SP), o dirigente salienta os
ganhos de produtividade proporcionados
por recursos como o aumento de cavidades e a capacidade ampliada de extrusão.
A propósito, não houve vencedor na
categoria de sopradoras importadas do
PPR 2008 Top Equipamentos.
via BNDES. O diretor acredita que a prerência dos eleitores do PPR pelas injetoras construídas em Santa Bárbara d’Oeste
(SP) reflete também os investimentos
anuais – 4% da receita – em pesquisa e
desenvolvimento, apoiados por um efetivo
arredondado em 130 profissionais voltados para aprimoramentos do portfólio.
Em 2007, situa Seabra, a participação
dos modelos lançados nos dois últimos
anos saltou para 45% no faturamento da
empresa com suas máquinas para plástico
– injetoras e sopradoras.
Extrusão Flexível Nacional
Carnevalli
A estrela do filme
Injeção Importada
Haitian
Página virada
Antonio Carnevalli Neto (Carnevalli) recebe o
troféu de Eliezer Maldonado (Dow Brasil).
Injeção Nacional
Romi
Ela é penta
“Tenho a impressão que o nome
Romi é muito forte, pois esse é o quinto
ano consecutivo que ganhamos o PPR”,
comemora Fabio Seabra, diretor de comercialização de máquinas para plástico
da Romi ao acrescentar à lista que justifica
a escolha da empresa ao prêmio o amplo
serviço de assistência e estoques de peças
de reposição, além do acompanhamento
técnico na pré-venda e na oferta de crédito
fabricantes mundiais desses equipamentos, desmonta a antiga crença, constata
Clecio Rodrigues Azevedo, gerente de
vendas da base comercial da empresa no
Brasil. Entre os principais trunfos da grife
chinesa, o executivo brande a assistência
técnica em escala global. No Brasil, Azevedo festeja a receptividade encontrada
para suas injetoras Marte, de respostas
rápidas e baixo consumo de água e óleo.
Em paralelo, o gerente busca espaço para
suas injetoras Júpiter, de duas placas e
meia e força de fechamento na faixa de
1.200 a 6.000 toneladas. Para 2009, ele
acena com a venda no país de centros de
usinagem Haitian com duplo palete de
até seis metros.
Clésio Rodrigues Azevedo (Haitian) recebe o
troféu de Pablo Giorgi (Quattor).
Foi-se o tempo que produto chinês
era sinônimo de dor de cabeça. O reconhecimento dado pelos eleitores do PPR
2008 às injetoras Haitian, um dos maiores
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plásticos em revista
Novembro / 2008
Com mais de 3.000 extrusoras de
filmes blown colocadas em 42 anos de
montagem desse tipo de equipamento,
a Carnevalli apresenta marcos em sua
trajetória como a introdução local, em
1976, do sistema de cabeçote giratório
e a construção, iniciada em 2002, de
automatizadas extrusoras e coextrusoras
tubulares Polaris, realçadas pela produtividade e economia energética. As mesmas
credenciais que levaram transformadores
a indicarem essa veterana fabricante de
Garulhos (SP) para o PPR 2008 Top
Equipamentos Extrusão Nacional explica
Videolar, trabalhando para um Brasil melhor.
Consciente do potencial industrial do país, a Videolar
investe e trabalha para oferecer a seus clientes produtos
de alta tecnologia e qualidade internacional. Com
capacidade produtiva anual de 120.000 toneladas de
Poliestirenos Cristal e Alto Impacto, a Videolar está
entre as grandes empresas do Pólo Industrial de Manaus
e oferece atendimento personalizado, agilidade e
flexibilidade nos serviços prestados.
Resinas Plásticas Videolar:
produtos e atendimento de primeiríssima qualidade.
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ppr 2008_top equipamentos
a presença de suas linhas entre os equipamentos designados para corridas-piloto
nos laboratórios dos principais produtores de polietilenos no Cone Sul.
Extrusão Flexível Importada
Windmoeller & Hoelscher
Na tropa de elite
(W&H) foi constituída no século 19 e
desde 1974 dispõe de base comercial no
Brasil. Sua indicação para o PPR 2008
Extrusão Flexível Importada decorre dos
espaços que ocupa no mercado, relativos
a nichos nobres e não assediados pelos
fabricantes nacionais por motivos como
escala e custos, caso de linhas multicamada de matriz plana ou coextrusoras
blown a partir de cinco camadas.
Extrusão Rígida Nacional e Importada
Bausano
Dupla cidadania
Roman Foerster (W&H) recebe o troféu de
Mauro Azanha (Quattor).
Verbete mundial na coextrusão cast e
blown, a alemã Windmoeller & Hoelscher
“A Bausano é a única fabricante
européia de extrusoras que acreditou e
investiu no mercado brasileiro. Dessa
forma, nossos clientes têm condições de
adquirir equipamentos de última geração”,
sustenta Chrystalino Branco Filho, diretor
comercial da operação local da Bausano,
dedicada à montagem no país e impor-
46
plásticos em revista
Novembro / 2008
Clemente Bausano (Bausano) recebe o troféu de
Hagop Guerekmesian (Karina).
tação da matriz italiana de extrusoras
rígidas dotadas de sistema Multi-Drive,
patenteado mundialmente e que promove
alta produtividade e economia energética.
O diretor assinala que a Bausano investe
10% do faturamento anual em P&D e os
avanços obtidos, como novas geometrias
de roscas e trunfos da automação, são
transferidos sem demora à construção de
equipamentos em São Paulo. •
ppr 2008_top profissional
Poliolefinas
Carlos André Silva - Braskem
Anjo da guarda
Tiago Rebello Perin (Innova) recebe o troféu de
Ruben Madoery (Innova).
Carlos André Silva (Braskem) recebe o troféu
de Rogério Mani (Abief).
Elo entre a Braskem e as linhas de
produção de transformadores no CentroOeste, Bahia, Sergipe e Alagoas, Carlos
André Silva, engenheiro de aplicação da
Unidade Poliolefinas da Braskem, foi mais
uma vez eleito pelo mercado como a referência nacional em termos de assistência
técnica no reduto de poliolefinas (PP e
PE). Silva percebe os clientes sedentos
por informação técnica, inclusive em decorrência das consultorias que efetua para
melhorar o desempenho nos processos de
sopro, injeção e extrusão tubular.
Estirênicos
Tiago Rebello Perin - Innova
De fornecedor a parceiro
Uma peculiaridade de Tiago Rebello
Perin, da área de Serviços Técnicos da
Unidade de Refino e Petroquímica da Innova, o mais integrado produtor de PS do
país, é a engenhosidade com que é capaz
de transformar uma espinafração do cliente
num desenvolvimento a quatro mãos com
o transformador queixoso. Esse talento, há
seis anos posto à prova, decerto pesou nas
indicações do mercado que deram este ano
a Perin um dos prêmios Top Profissional na
categoria dos estirênicos (Perin empatou
na votação com Cláudio Rocha, da Videolar). Pelas suas contas, seu atendimento
estende-se a 70 transformadores no eixo
São Paulo-Rio-Minas-Manaus.
Estirênicos
Claudio Rocha - Videolar
Central de consultas
Bicampeão na categoria estirênicos
do PPR Top Profissional, Claudio Rocha,
Claudio Rocha (Videolar) recebe o troféu de
Carmo Caparelli (Videolar).
gerente da divisão de resinas plásticas
da Videolar, tem 50% de seus clientes
concentrados no Sudeste, 30% no Norte,
15% no Sul e 5% no Nordeste. Sua cobertura é particularmente desafiadora pois
o esquema de comercialização de PS da
Videolar vincula-se a agentes autorizados
que, em questões de assessoria técnica,
recorrem principalmente aos conhecimentos de Rocha.
PVC
Marco Valério de
Moura Antunes - Braskem
A China mais perto
Por concentrar boa fatia da produção
e a principal parcela dos investimentos
recentes em PVC, a China fortaleceu
sua condição de formadora dos preços
internacionais do vinil. Daí porque o
ppr 2008_top profissional
PET
Marco Arena - M&G
Em dia com o mundo
industrialização e o fluxo de caixa estão
cada vez mais controlados”.
Plásticos de engenharia
Ulisses Donegá - Sabic
O efeito surpresa
Marco Valério (Braskem) recebe o troféu de
Paulo Dacolina (INP).
cotejo dos preços asiáticos da resina
com os nacionais tornou-se uma das
principais pautas das conversações de
Marco Valério de Moura Antunes, gerente
de contas de PVC da Braskem, com 21
clientes atendidos no Nordeste, nove no
Norte e seis no pólo de Manaus. “Passei a
mostrar-lhes a necessidade de a cadeia do
vinil investir em competitividade pela via
da profissionalização e controle de custos
de mão-de-obra e produção”.
Marco Arena (M&G) recebe o troféu de Thereza
Moraes (M&G).
Com 11 anos de milhagem de vôo
na petroquímica, Marco Arena, gerente de
vendas do grupo M&G, enxerga seus 50
clientes na América dos Sul muito mais
antenados nas mudanças tecnológicas e
de mercado do que há alguns anos. “Fazem questão de seguir de
perto os desenvolvimentos e renovam os equipamentos com facilidade”.
Ele exemplifica com a
troca de uma injetora de
modelo ultrapassado com
ciclos de 22 segundos e
48 cavidades de pré-formas por outra que opere
na faixa de 12 segundos
com 144 cavidades. “O
segmento brasileiro de
PET melhorou muito nos
últimos cinco anos. Passou a acompanhar as tendências mundiais, tanto
em relação a equipamentos quanto em questões
como o peso da embalagem e novas maneiras
de gerenciar o estoque e
a produção. A logística, a
Ulisses Enrique Donegá Júnior (Sabic) recebe o
troféu de Edson Simielli (Sabic).
Ulisses Donega debutou em especialidades há 14 anos, como assistente
técnico da subsidiária da GE Plastics
(incorporada à Sabic Innovative Plastics).
Àquela época, já estava a par da extrema
dependência de alguns setores industriais
por matérias-primas rivais do plástico,
como metais, simplesmente por desconhecerem os atributos das resinas de engenharia. Até hoje, nas vestes de especialista
em desenvolvimento de mercado da Sabic,
ele afirma deparar com manifestações de
surpresa de clientes quando apresenta
uma proposta de substituição de materiais.
Numa visita a um fabricante de peças para
iluminação, ele exemplifica, sugeriu uma
resina para deslocar alumínio, que, segundo o transformador, apresentava problemas
na injeção de determinada peça. “Além de
comprovar a resistência mecânica e térmica
à altura da aplicação, a resina proporcionou
ganhos de produtividade e densidade que
resultaram em 20% de economia nos
custos”, ele completa, evidenciando o
perfil dos eleitores que lhe renderam o
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Engenharia. •
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Alimentos- Embalagens Flexíveis
Descartáveis
Qualyprint
Zanatta
Ás dos laminados
Constituída em 1999 com foco
inicial na flexografia, a Qualyprint não
tardou a alargar sua margem de manobra
investindo na laminação de flexíveis
para alimentos como confeitos, snacks,
laticínios e cárneos em sua planta em
Diadema (SP). Hoje seu raio de ação vai
da impressão e laminação sem solvente
ao corte e acabamento e 85% de suas
vendas são ditadas pelo setor alimentício,
situa o diretor industrial Carlos Augusto
Manzoni.
Alimentos - Embalagens Rígidas
Poly-Vac
Sensor da termoformagem
(SC), o maior núcleo desse segmento no
país. Constituída em 1991 pela família
Schlickman, a Copobras hoje lidera o
reduto de descartáveis de PS e PP com
matriz em São Ludgero e filiais na Paraíba,
Minas Gerais e Amazonas, consumindo
na faixa de 2.500-3.000 t/mês de resinas,
conforme analistas do ramo.
Prato cheio
Embalagens de Cosméticos e Higiene Pessoal
Spil Tag
Cheira bem
Evandro Colombo (Canguru) recebe o troféu de
Rui Chammas (Braskem).
Primeira indústria de descartáveis a
rodar no Sul, região que lidera a produção
nacional dessas embalagens termoformadas, a Zanatta mantém desde 1974 a
condição de paradigma desse segmento.
Com matriz em Santa Catarina e plantafilial em Minas Gerais, a transformadora,
integrante do Grupo Jorge Zanatta, tornou-se sinônimo de copos, potes, tampas
e pratos de PP e PS, status mantido à
custa de seguidos investimentos em P&D
e na automação do processo.
Descartáveis - Fora de Série
Copobras
Antonio Carlos Silva Júnior (Poly-Vac) recebe o
troféu de Marco Boix (Braskem).
Referência nacional em termoformados de polipropileno (PP), a Poly-Vac
acumula 35 anos como sensor dessas
embalagens rígidas no setor alimentício e
seus desdobramentos, como a cadeia de
fast-food. Em sua sede, na zona sul paulistana, a empresa mantém aceso o pique
de desenvolvimentos marcantes, a exemplo
de termoformados com barreira a oxigênio,
e os investimentos na modernização da
estrutura de extrusão, termoformagem e
impressão dry offset, sintetiza o diretor
comercial Antonio Carlos Silva Junior.
Na flor da idade
Darlene de Pádua Mello Spila (Spil Tag) recebe
o troféu de Amarildo Bazan (Colorfix).
A variedade de alternativas é o nome
do jogo para produtos e embalagens no
reduto de cosméticos e artigos de higiene
pessoal, deixa claro Darlene Spila, diretora administrativa da Spil Tag. Adepta
desse preceito, ela ressalta o poder de
fogo do extenso mostruário de moldes,
cores e soluções de design disponíveis na
sede da empresa em Marília (SP).
Embalagens para a Indústria Farmacêutica
Allplas
Vendendo saúde
Melquior Schlickman (Copobras) recebe o troféu
de Marco Cione (Braskem).
Em 17 anos de ativa, a Copobras
desfruta a ascensão mais intensa aferida
no pólo de descartáveis de Criciúma
52
plásticos em revista
Novembro / 2008
Incorporada ao grupo alemão Gerresheimer nas primeira metade de 2008, a
paulista Allplas firmou-se, em 27 anos de
estrada, como parâmetro de excelência no
fornecimento de embalagens de fármacos,
tampas e componentes como gotejadores,
a tiracolo do domínio dos processos de
sopro por extrusão contínua e injeção/
sopro, este último dirigido a itens como
frascos de desodorante roll on. Entre suas
contribuições para a evolução dessas
OBRIGADO. OBRIGADO. OBRIGADO.
OBRIGADO. MUITO OBRIGADO!
A Romi só tem a agradecer aos transformadores de plásticos que a elegeram em 2008, pela quinta vez consecutiva, como o melhor fabricante
nacional de injetoras para plásticos, no Prêmio Plásticos em Revista. Um reconhecimento do mercado para os esforços da empresa
e de toda a sua equipe de colaboradores, que buscam continuamente melhorar os produtos e serviços oferecidos ao cliente. Muito obrigado!
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Enéas Bittencourt (Allplas) recebe o troféu de
Paulo Freire (Braskem).
Alcides Guerreiro Torres (Greco & Guerreiro)
recebe o troféu de Roberto Pires (Braskem).
Elzo Zerbine (Compaz) recebe o troféu de
Andreas Fleischhauer (Basf).
embalagens no país, constam alternativas de tampas invioláveis, selagem por
indução, aprimoramentos em buchas de
gotejamento e na tecnologia de rotulagem
auto-adesiva.
traduzem confiança na continuidade do
aquecimento do consumo de produtos
de limpeza em 2009, faça chuva ou sol
na economia. O diretor administrativo
Alcides Guerreiro Torres revela que sua
empresa, em campo há mais de 20 anos
e dona de um mix de embalagens de 15
mililitros a 20 litros, aplicou ao redor de
R$ 2,8 milhões em 2008 e acena com R$
1,2 milhão para 2009. O programa de
crescimento, ele comenta, começou com
a compra de terrenos para erguer dois
galpões para depósito. A
seguir, foi fechada a aquisição de duas sopradoras
e uma impressora serigráfica, totalizando aporte
de R$120.000, além da
compra, por R$189.000,
de um cavalo mecânico
Mercedes Benz já agregado à frota de 22 caminhões
da Greco & Guerreiro.
dora de peças sob encomenda. Entre as
resinas que processa, seu consumo de
PS é significativo e permanece sólida a
injeção de especialidades como compostos
de PP e PA.
Frascos para Limpeza Doméstica
Greco & Guerreiro
Como desinfetar o baixo astral
Os investimentos em expansão
bombeados pela Greco & Guerreiro, dínamo paulista no sopro de PET e PEAD,
Peças técnicas/
Eletroeletrônicos
Compaz
Circuitos ligados
À frente de um parque
de 72 injetoras e 20 equipamentos para moldar poliestireno expandido (EPS),
a Compaz (Componentes
da Amazônia S.A.) sobressai no pólo eletroeletrônico
de Manaus como fornece-
Peças Técnicas/ Automotiva
Mueller
Sem reduzir a marcha
Ricardo Max Jacob (Mueller) recebe o troféu de
Vicente Eudes de Freitas (Produmaster).
O aprimoramento de componentes
automotivos injetados é uma das alternativas palmilhadas pela Mueller, na
curva de seus 71 anos de estrada, para
contornar a calmaria reinante nas vendas
das montadoras desde outubro, quando a
crise econômica global eletrocutou o ciclo
dourado no qual a indústria automobilística
brasileira levitava desde 2005. Ricardo Max
Jacob, presidente da Mueller, não detalha
que os desenvolvimentos em curso dão
seqüência aos constantes investimentos
em P&D da empresa, peso-pesado em
peças para revestimentos internos e ex-
ternos, itens de reservatórios e cabos de
veículos leves, além de pára-choques para
caminhões e utilitários.
Serviços- Produtos sob Encomenda
Braslux
Luz alta
lançou em 2008 a linha ‘Sistema Elétrico
Modular’. Ela engloba produtos de iluminação, conectores e cabos elétricos para
implementos rodoviários. Para o gerente
comercial Carlos Rafael Chalá, 2008 foi
agitado na empresa, há 30 anos em campo,
devido a investimentos como os desovados
na expansão do efetivo de injetoras.Também
foram contemplados com aportes de capital
o projeto de alimentação automática de algumas injetoras, equipamentos para o processo
de metalização de componentes de lanternas
e, por fim, o ano marcou ainda pela entrada
em campo do laboratório de fotometria para
lanternas, faróis e retrorefletores.
Carlos Rafael Chalá (Braslux) recebe o troféu
de Carlos Benedetti (Produmaster).
Construção Civil
Apontada como precursora sul-americana no uso da tecnologia de LED´s na
iluminação automotiva, a gaúcha Braslux
O rugido engrossa
Tigre
Nº1 do Brasil em tubos, conexões
e acessórios de PVC, a Tigre é o maior
braslux
Paulo Roberto Cardozo (Tigre) recebe o troféu
de Gibran Tarantino (Solvay Indupa).
consumidor nacional do vinil. Com cinco
plantas no Brasil e oito no exterior, o
grupo catarinense, há 67 anos em campo, é o divisor de águas em seu ramo.
Também dá o tom no país em perfis de
PVC e estreou em 2008, por meio de sua
controlada Plena, em acessórios para banheiro, cozinha, lavanderia, área externa
e complementos hidráulicos. Conforme
foi divulgado na mídia, a largada da crise
em outubro não embaçou a meta da Tigre
ppr 2008_top transformador
de superar em 2008 o balanço histórico
anterior, faturando R$ 2 bilhões contra
a cifra precedente de R$ 1,8 bilhão. Em
2009, aliás, a Tigre parte uma fábrica de
tubos e conexões para infra-estrutura em
Escada (PE).
Indústria Agrícola
Inplac
Campo fértil
Antonio João de Medeiros (Plaszom) recebe o
troféu de Eide Garcia (Dow).
adquirida em flexíveis também azeitou seu
bem sucedido ingresso em embalagens
rígidas de alimentos, como potes, e em
descartáveis como copos transparentes.
Tampas
Védat
Está sempre por cima
Roberto Marconde de Mattos (Inplac) recebe o
troféu de Fábio Carneiro (Quattor).
Nos idos de 1974, o Brasil engatinhava em embalagens flexíveis,
traduzindo um potencial que motivou
Fernando Marconde de Mattos a investir
na montagem da indústria catarinense
Inplac. Corte para hoje: a Inplac é verbete nacional em sacos valvulados e, na
calculadora de analistas do ramo, produz
em torno de 2.500 t/mês, despontando na
linha de frente do fornecimento de sacos
valvulados para o agronegócio, caso de
fertilizantes, e com boa participação em
nichos dessa mesma embalagem como
rações, cal, argamassas e carbonato de
cálcio.
Ângela Sanchez (Védat) recebe o troféu de Luiz
da Poian (Braskem).
Com fábricas no Brasil e México, a
Védat mantém há 46 anos o foco no setor
farmacêutico e, embora também forneça
itens como frascos, copos e gotejadores,
foi com a tecnologia de tampas que ela
sobressaiu no setor plástico nacional.
Sacos e sacolas
Plaszom
Utilidades Domésticas
Trajetória de conquistas
Plasvale
Fundada pela família Zomer em
1967, sob a razão social inicial Zomer
Indústria de Plásticos, a catarinense
Plaszom firmou-se como uma das desbravadoras do mercado nacional para
sacolas de saída de caixa e sacos como
os de hortifrútis e de lixo. A musculatura
A rainha do lar
Top Five entre as marcas preferidas
entre os supermercadistas no quesito
Utilidades Domésticas (UD), a catarinense
Plasvale apostou na conquista e crescimento do seu mercado ao adquirir nove
injetoras em 2008. O diretor presidente
56
plásticos em revista
Novembro / 2008
ppr 2008_top transformador
Fortunato Caro (Plasvale) recebe o troféu de
Gustavo Sampaio de Souza (Quattor).
Fortunato Caro informa que a estratégia
incluiu uma nova linha de produtos de
silicone, entre os quais tapetes, suportes
de panelas e fôrmas de gelo. Única empresa em UD com certificação ISO 9001,
ele afiança, a Plasvale atua há 31 anos
nesse segmento e fez nome pelo design
e qualidade final.
Nãotecidos
vez permitiu ao Grupo Providência delimitar para o mercado um padrão menor
de espessura de nãotecido sem afetar
seu desempenho. Gabriela Las Casas,
gerente de relações com investidores,
assinala que o mercado dispõe em média
do índice de 12 g/m², enquanto os produtos Providência chegam ao mercado
há dois anos com 10g/m². Com o novo
equipamento, avaliado em aproximadamente US$ 60 milhões, a executiva
observa que o grupo passou a fornecer
nãotecidos para descartáveis médicos
e higiênicos especiais com gramatura
8g/m². “Nossa meta é investir em produtos mais rentáveis, como os do campo
cirúrgico com tratamento eletrostático”,
delimita a gerente.
Greif
Junção de forças
Polijuta
Alta costura
Flávio Carneiro (Greif) recebe o troféu de
Henrique Lewi (Braskem).
Fina estampa
Dirceu Couto (Polijuta) recebe o troféu de
Nicolino Panebianco (Petroquímica Triunfo).
Líder inabalável em nãotecidos de
PP no país, o Grupo Providência sobressai pela escala – dimensionada em
80.000 t/a – e tecnologia em sua matriz
paranaense e na filial em Minas. Em
março de 2008, entrou em operação no
Paraná a nona instalação alemã Reicofil
do grupo, com capacidade estimada em
1.200 t/mês. A evolução tecnológica
embutida nesse equipamento mais uma
Embalagens Industriais
Ráfia
Providência
Gabriela Las Casas (Providência) recebe o
troféu de Marco Cione (Braskem).
das, reitera que a empresa não mexerá
no cronograma de investimentos para
o período 2008/2009. Sem revelar
detalhes, ela informa que, em 2008,
a empresa colocou em funcionamento
uma instalação para big bags e já cogita
ampliá-la no próximo ano.
A queda nos preços das commodities agrícolas e o crédito insuficiente
para o plantio da próxima safra de grãos
complicaram as vendas de sacaria de
ráfia em 2007, um corte brusco na
recuperação iniciada por esse segmento no balanço anterior. Apesar da
crise no campo, a paranaense Polijuta,
referência em sacaria costurada, tecidos convencionais e laminados de PP
aposta em dias melhores pela frente.
Adriane Furman, coordenadora de ven-
58
plásticos em revista
Novembro / 2008
Ao adquirir a fatia majoritária do
controle da Cimplast, em novembro de
2007, a subsidiária brasileira a norteamericana Greif ampliou sua dianteira
no segmento nacional de bombonas e
tambores de PEAD. Assim, essas operações de sopro passaram a englobar
as unidades da Greif em São Paulo e
Manaus, além das plantas da Cimplast
– que prossegue em atividade como
entidade independente – em Osasco
(SP), Londrina (PR) e uma unidade
cearense in house, na indústria de
defensivos Agripec. Essa junção
de forças trouxe à Greif o acesso à
tecnologia de sopro multicamada e a
chegada a um consumo total de PEAD
em bombonas e tambores dimensionado na faixa de 9.600-10.000 t/a.
O volume deve subir em 2009 com a
partida da planta de sopro da Cimplast
em Uberaba (MG). •
PPR 2008_TOP ESPECIAIS
Top Moldes
Polimold
Agradando em cheio
Ruy Korbvicher (Polimold) recebe o troféu de
Ricardo Prado Santos (Piovan).
Walter Andrade Júnior (BB) recebe o troféu de
Maristela Miranda (Maqplas/CSMAIP).
Ricardo Mason (Fortymil) recebe o troféu de
Marcelo Lyra (Braskem/Plastivida).
virtude da envergadura ampliada de sua
rede com a aquisição, formalizada em
novembro, da Nossa Caixa.
ativa como uma referência de recicladora
tão bem sucedida que, a partir da atividade
de recuperar aparas industriais e refugo
pós-consumo, estendeu o braço em outras
frentes de resinas termoplásticas – o beneficiamento de materiais e a distribuição
de PP e PE da Braskem. Sua contribuição
histórica para firmar a reciclagem de
plástico no país e o tino para alargar os
horizontes do negócio, hoje repartido
entre a matriz em Itatiba (SP) e a planta
filial em Duque de Caxias (RJ), motivaram
sua escolha como vencedora do Prêmio
Plastivida deste ano. •
Top Export Plastic
Uma linha de porta-moldes com
mais de 53 tamanhos e quase 1 milhão
de combinações possíveis congestionou
a lista de pedidos da Polimold em 2008. O
diretor Alexandre Fix percebeu o sucesso
desse modelo quando sua equipe de vendas
passou a ofertá-lo a cada solicitação de um
porta-molde especial. A versão padronizada,
ele afirma, oferece dimensões próximas da
versão original, com atrativos de menor
custo e prazos de entrega reduzidos. Desenvolvimentos desse naipe explicam a chuva
de votos que conduziu a Polimold, à sombra
de quase 40 anos de atividades, ao pódio do
PPR 2008 Top Moldes. Para 2009, os planos
de Fix são aguçar a eficiência produtiva e
reduzir prazos de entrega e custos. “Pretendemos assim aumentar o faturamento
investindo em treinamento e tecnologia da
informação (TI)”, conclui.
Topack
Sem fronteiras
André Mitnik Reiszfeld (Topack) recebe o troféu
de Merheg Cachum (Abiplast).
Em contraste com as exportações
habitualmente discretas e intermitentes do
segmento nacional de ráfia, as vendas externas regulares e abrangentes da Topack do
Brasil, rumo aos 30 anos de ativa em 2009,
determinaram sua indicação para o principal
aval de excelência no comércio exterior da
terceira geração: o prêmio Top Export Plastic
2008. Dínamo em produtos à base da trama
de polipropileno, a Topack abriga um portfólio
com sete linhas de artefatos, entre eles tecidos
e contentores flexíveis como big bags.
Top Financiamento
Banco do Brasil
Caixa rápido
Pela segunda vez consecutiva, o
Banco do Brasil (BB) foi apontado na pesquisa de opinião do PPR junto a transformadores de plástico como a melhor fonte
para financiamento de máquinas básicas
e equipamentos periféricos. A preferência
evidenciada pela agilidade dos programas
de crédito do BB tende a fortalecer em
Prêmio Plastivida
Fortymil
PHD em reciclagem
Sob a batuta da família Mason, a
Fortimyl firmou-se em mais de 30 anos de
59
plásticos em revista
Novembro / 2008
PPR 2008_TOP ESPECIAIS
Contribuição para o Setor
Sinimplast
Muita ação e inovação
Comandada por José Eduardo Leal
Passos, a Sinimplast, o braço industrial do
Grupo Itavema, tornou-se a maior transformadora de sopro de polietileno de alta
densidade do Brasil e da América Latina.
Sua capacidade instalada hoje chega a 3.000
t/mês, somadas as quatro fábricas em São
Paulo e a de Pernambuco. Mas não é por
essa musculatura do negócio que Passos
ganhou o PPR 2008 Contribuição para o
Setor. Ele merece o troféu como exemplo de
ética e de case como visionário no ramo.
Passos era assessor da diretoria
da Bozzano quando foi incumbido de
acompanhar o suprimento de embalagens
de cosméticos. Acabou fisgado para a
José Eduardo Leal Passos (Sinimplast) recebe o
troféu de Marco Antonio Quirino (Quattor)
transformação de plástico. Não demorou
muito e começou a injetar tampas para a
Bozzano. A seguir, entrou como gerente
numa indústria de sopro. Tempos depois,
surgiu-lhe a chance de adquirir a divisão
de sopro da Orniex, fabricante de produtos de limpeza. Foi para absorver essa
operação que Passos constituiu em 1984
a Sinimplast. Daí por diante, a arrancada
da empresa aconteceu devido a algumas
sacadas típicas do estilo de Passos, a
exemplo de aproveitar todas as chances de
comprar concorrentes, como ocorreu com
a Medabil em 1997 e com a Globalpack 10
anos depois, estreando assim na injeção de
tampas. Outra marca registrada de Passos:
valorizar o negócio com inovações. Entre
os diversos exemplos hoje históricos, a
Sinimplast foi uma das precursoras no
país do sopro in house, para a Unilever,
e da produção de frascos soft touch, para
cosméticos. Ainda este ano, começou a
realizar para parceiros, como fabricantes de
artigos de limpeza, os serviços de formulação e envase de produtos na sua fábrica
de frascos em Pernambuco. •
MOMENTOS
2
1
4
3
5
60
plásticos em revista
Novembro / 2008
6
8
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1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
Coquetel
Bar Sasil
Equipe Quattor
Equipe Produmaster
Aurélio de Paula (Majestic), Maria Angela Conrado e João Cordeiro (Simonsen)
Rui Chammas (Braskem)
Equipe Colorfix
Max Jacob Mueller (Mueller), Rogério Mani (Abief) e Alexandrino Alencar (Odebrecht)
9)
10)
11)
12)
13)
14)
15)
16)
Carlos André (Braskem) com o chef Christopher Besse
Equipe Solvay
Distribuição de sacolas com material reciclado
Ambiente com material reciclado
Equipe Sasil
Desfile com roupas confeccionadas com material reciclado
Banda Frank Elvis e Los Sinatras, patrocinada pela Piramidal
Equipe Dow
16
CADERNO DE MARKETING
transformação
Sansuy
Dejeto
energético
Em meio às gravações
da novela “A Favorita”, Tarcísio Meira fortaleceu sua faceta
de produtor rural, construída
há cerca de três décadas, ao
despontar como o primeiro
criador de gado de corte
confinado do país a adotar
o vinilbiodigestor da Sansuy. Os 2.200 m³ de dejetos
gerados mensalmente pelas
cabeças que o ator global cria
em Porto Feliz (SP) são agora
submetidos ao patenteado
sistema de geomembranas
de PVC, acoplado a um motogerador a biogás que propor-
ciona a energia elétrica para
a fábrica de ração daquela
fazenda. Essa saída para o
reaproveitamento dos dejetos
livrou Tarcísio Meira do risco
de ser penalizado por infrações de cunho ambiental.
Até o desfecho do projeto de Porto Feliz, Daniel
Honda, assessor da presidência da empresa, estima que a
62
plásticos em revista
Novembro / 2008
Sansuy já entregou cerca de
700 biodigestores à suinocultura, avicultura, estações
de tratamento de efluentes e
aterros sanitários. O primeiro case na bovinocultura,
protagonizado pela fazenda
de Meira, se agrega aos 120
projetos desenvolvidos com
biodigestores este ano, dotados de aprimoramentos entre
Divulgação
e, por fim, por gerar biofertilizantes e, dependendo do
volume, créditos de carbono.
No confronto com biodigestores de concreto e inox, Honda
sustenta que o modelo de
PVC sai cerca de 10 vezes
mais barato e sobressai ainda
pela agilidade na entrega,
com custo unitário na média
de R$ 10.000 e consumindo
até 60 dias de montagem, no
caso de modelos para grandes projetos. A elasticidade
de até 300% da manta, ele
salienta, mantém a segurança
de 12 cm de coluna d´água
no sistema de gás. Com peso
médio de 1,3 kg de PVC por
m² de manta de 1 mm, o
biodigestor tem durabilidade
na faixa estimada de três
anos, prazo que Honda sobe
Vinilbiodigestor Sansuy: estréia em gado de corte com Tarcísio Meira.
os quais Honda destaca a
concepção da engenharia hidráulica, motobomba, adesão
de queimadores mais eficientes, sistema de aspersão e
recirculação.
O executivo enaltece o
biodigestor à base de geomembranas como panacéia
ambiental por impermeabilizar o solo, evitar a emissão de
metano dos dejetos bovinos
63
plásticos em revista
Novembro / 2008
a 5-10 anos se a manutenção
do equipamento for realizada
com regularidade.
máquinas
Husky
Tomando
o pulso
A subsidiária brasileira
da canadense Husky promoveu ao final de novembro,
em seu centro tecnológico
em Jundiaí (SP), a primeira
aparição oficial de um modelo
de injetora híbrida Hylectric
montado no país. Evandro
Cazzaro, diretor da Husky do
Brasil, esclarece que a construção local da máquina de
300 toneladas marca o início
de uma fase de sondagem da
Divulgação
Renato Rizzutti
CADERNO DE MARKETING
Cazzaro: kits remetidos do
Canadá.
demanda, prevista preliminarmente para
durar três anos, com vistas à possível
nacionalização dessa série de injetoras.
O primeiro estágio, ele deixa claro, é a
montagem local a partir da importação de
kits de componentes da matriz da Husky.
Mais para a frente, caso vingue a decisão
de efetiva produção local da máquina,
Cazzaro admite estudar alternativas como
firmar parceria com uma indústria do
Brasil possuidora de parque industrial e
facilidades como usinagem, que facilitem
essa investida, pois o centro tecnológico
em Jundiaí carece de espaço para essa
atividade em escala comercial significativa.
Ricardo Prado Santos, dirigente da Câma-
64
plásticos em revista
Novembro / 2008
ra Setorial de Máquinas e
Acessórios para a Indústria do Plástico da Abimaq
e vice-presidente da Piovan
para a América Latina, observa
que a importação de máquinas
em regime de CKD, no qual se
enquadra a investida da Husky,
embute vantagens como gerar
emprego no Brasil e atenua os
altos gastos de importação.
Afinal, o custo da injetora remetida desmontada, esclarece,
não embute a participação
da mão-de-obra canadense
destinada à construção do
equipamento, o que aumenta
a competitividade econômica
da linha Hylectric completada
no Brasil.
organograma
• Denise Nader Porcello, diretora jurídica da Elevadores Atlas, assumiu a vice-presidência de assuntos
jurídicos da Rhodia América Latina, preenchendo a
lacuna aberta com a saída de João Paulo Toledo do
grupo. • Antonio Pedro Machado, gerente comercial
da Unigel, deixou a empresa. •
TOP DO MÊS
TOP DO MÊS
Por Lilian Araujo
Divulgação
MEIO AMBIENTE
Quem cala consente
O setor de embalagens precisa escancarar
seu comprometimento com o meio ambiente
Mestriner: identificação de resinas por cores
facilitaria reciclagem das embalagens.
P
esquisa recente sobre o
consumidor e marketing
ecológico, assinada pela
consultoria Quorum Brasil,
evidenciou que nem o setor plástico
nem as indústrias finais acordaram
para a possibilidade de estreitar
laços com o público simpatizante
do desenvolvimento sustentável
aproveitando a embalagem para
divulgar seu compromisso ambiental. O setor de embalagens tem
perdido por apatia essa batalha de
comunicação, pois não lhe faltam
argumentos a favor, entre eles a
contribuição ambiental e a geração
de renda proporcionadas pela reciclagem, pondera Fábio Mestriner,
dirigente do Núcleo de Estudos da
Embalagem da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM) e
ex-presidente da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE). Nesta
entrevista a Plásticos em Revista
(PR), Mestriner credita o silêncio
da indústria a um sentimento de
intimidação diante dos ataques
ambientalistas e sugere meios para
as empresas reagirem.
PR - Por quais motivos, na era
do ecomarketing e do culto ao
desenvolvimento sustentável,
as indústrias no Brasil em
geral não aproveitam para
comunicar claramente que suas
embalagens são amigas do meio
ambiente, por serem recicláveis
ou biodegradáveis?
Mestriner - A idéia de que a embalagem é nociva ao meio ambiente foi vendida de tal forma na mídia que ninguém
consegue contestá-la. A desvalorização
da embalagem foi feita por ambientalistas. Tratam-se, com frequência, de
pessoas de nível cultural mais elevado e
muita penetração na mídia, impactando
os formadores de opinião de forma a
animar até mesmo os políticos a legislar
contra as embalagens. A indústria não
conseguiu reagir a esse conjunto de situações, embora tenha argumentos para
enfrentar a questão. Ninguém fala, por
exemplo, que sem a embalagem não se
consegue vacinar nem medicar alguém
ou que sem o recurso da embalagem
não se protege os alimentos. A sociedade moderna dificilmente viveria sem
a embalagem. Outro ponto merecedor
de melhor abordagem no debate é a
reciclagem. Ela gera valor econômico
ao abrir frentes de trabalho e renda,
principalmente para a população à beira
da marginalidade. O Banco do Brasil,
aliás, tem uma linha de crédito para
cooperativas recicladoras e o Serviço
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plásticos em revista
Novembro / 2008
Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) dispõe
de um programa específico para formação dessas entidades. As pessoas não
sabem que a reciclagem constitui uma
atividade industrial baseada na logística
reversa e que o meio ambiente é um dos
beneficiários dela. No caso do plástico,
o maior problema é a dificuldade de
separação do refugo pós-consumo para
a reciclagem. A incineração deveria ser
estudada como solução ambiental alternativa, pois recupera praticamente toda
energia. Polietileno gera 36.850 BTU/
kg, muito próximo dos 38.780 BTU/kg
do óleo combustível. Nesse sentido, a
Suíça é um caso exemplar, pois incinera
74% dos resíduos municipais.
PR - Quais os recursos da
embalagem que as empresas
poderiam utilizar para comunicar o
compromisso com o meio ambiente?
Mestriner - Uma idéia talvez seja
padronizar as cores das embalagens
por tipo de matéria-prima. Facilitaria
muito a separação dos recipientes para
a reciclagem, ainda efetuada por pessoas nas linhas de triagem. No passado,
por sinal, evitava-se colocar margarina
em pote amarelo, devido ao risco de ser
confundida com manteiga.
PR - Para comunicar nos
rótulos o compromisso de
suas embalagens com o meio
MEIO AMBIENTE
ambiente, qual a abordagem
que considera mais eficaz para
transmitir essa mensagem junto
ao consumidor brasileiro?
Mestriner - A própria embalagem é
o principal recurso. Por exemplo, a
empresa americana Method Home,
dedicada a artigos de limpeza de fontes
naturais, substituiu os refis em frascos
de um determinado produto por stand
up pouch. O novo recipiente exibe um
texto justificando a troca, com base na
redução estimada em 75% na quantidade da embalagem utilizada, indicando
uma ação econômica e a favor do meio
ambiente.
função da embalagem comunicar, por
isso as instruções nela contidas também devem facilitar a reciclagem e a
simbologia precisa ajudar, sendo mais
compreensível e destacada.
PR - Para transmitir essa
mensagem, acha mais eficaz ou
não empregar mais imagens e
grafismos do que explicações
em texto corrido?
Mestriner - Isso depende da embalagem, pois nem todas têm espaço.
Algumas são tão pequenas, que mal dá
para colocar o que a legislação obriga.
Para as que têm espaço, tudo é válido,
como no exemplo da Method Home.
PR - O perfil dominante no
consumidor brasileiro é de baixa
renda, baixo nível educacional
e alimentado de informações
ambientais principalmente pela
TV. Quais os cuidados básicos
que devem ser adotados na
comunicação do compromisso
ambiental pela embalagem a
esse público?
Mestriner - ABRE e Associação
Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) criaram um comitê para
discutir exatamente a simbologia da
reciclagem, com o intuito de adotar
uma padronização internacional das
informações sobre recuperação de
embalagens.
PR - O marketing do produto
acondicionado sairia prejudicado
ou favorecido por agrupar, no
mesmo rótulo, as qualidades
e condições de uso do produto
e as informações ambientais
da embalagem? Quais as
alternativas para se contornar
o problema de excesso de
informação no rótulo?
Mestriner - Um dos problemas comuns das embalagens é a poluição de
informações. É preciso ter bom senso,
pois o espaço é restrito, disputado e
a legislação é cada vez mais exigente.
Quem vai desenvolver a embalagem
precisa sempre manter o objetivo que,
no caso do compromisso ambiental, é
fornecer instruções para a correta reciclagem do produto. De novo voltamos ao
ponto de que persiste, na prática, grande
dificuldade para se identificar e separar
o plástico por tipos de resinas.
PR - Para transmitir essa
mensagem, basta imprimir no
rótulo da embalagem a palavra
reciclável ou biodegradável sem
explicar o que significa?
Mestriner - Explicações são bemvindas, embora não seja a principal função
da embalagem. Nem todas dispõem
de espaço para isso, mas vale a pena
explorar esse recurso nas que têm. É
PR - Entre as embalagens
plásticas nos pontos-de-venda
(PDV) mais visadas pelos
ambientalistas, constam as
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plásticos em revista
Novembro / 2008
MEIO AMBIENTE
garrafas de PET, como as de
água e refrigerantes. Quais
as suas sugestões para elas
comunicarem com eficiência
seu compromisso com o
desenvolvimento sustentável?
Mestriner - Hoje em dia, mais de
500.000 brasileiros vivem da reciclagem
de embalagem. Já existe no Brasil uma
cultura da reciclagem e ela vai levar o
país à lideranaça mundial na atividade.
O formato da garrafa de PET foi decisivo
para diferenciá-la na coleta, um ponto
a favor para o avanço do seu índice de
reciclagem, hoje superior a 50% da
produção dessas embalagens. Outros
plásticos poderiam criar um elemento
identificador como o design de PET.
PR - No Reino Unido, a rede
supermercadista Tesco criou,
em seu site e em suas lojas,
a divisão Greener Living, de
produtos comprometidos com
a proteção ambiental, seja
pela redução de emissão
de CO2,por economia de
energia etc. Como avalia a
possibilidade de supermercados
criarem no Brasil seções de
produtos amigos do verde e
como isso poderá influir no
desenvolvimento de embalagens
plásticas?
Mestriner - É preciso muito cuidado
com isso, pois pode ser uma faca de
dois gumes. Se você separa 10 embalagens e diz que são amigas do meio
ambiente, está dizendo que os outros
milhares restantes são inimigas. Entre
outubro de 2007 e outubro de 2008,
foram lançados em supermercados
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plásticos em revista
Novembro / 2008
do mundo inteiro 261.442 produtos
e apenas 735 tinham algum apelo
de amigo do meio ambiente, sendo
a maioria feita de plástico. Somente
as embalagens plásticas tiveram um
crescimento médio acima de 44% em
número de lançamentos nos últimos
três anos. Responderam por quatro
vezes mais lançamentos que os outros
materiais. A indústria precisa mesmo
é investir na divulgação de que a embalagem tem uma função social e pode
ser reciclada depois de cumprir seu
papel social. O setor tem argumentos
para isso, mas a sensação é de que a
indústria está tão intimidada que não
está reagindo. A questão ambiental
deixou de ser apenas uma forma de
ganho institucional para se transformar numa questão estratégica para a
atuação das empresas. •
trajetória
segmento brasileiro de
O negócio de brindes, porém, azedou
utilidades domésticas (UD)
cerca de sete anos depois e Trevisan
de plástico não guarda o
voltou-se para serviços de injeção para
menor parentesco com seus
terceiros, atividade mantida até hoje.
primórdios, quando era identificado
A inventividade de Trevisan em UD
por artigos rústicos, como potes ou
brotou a partir das primeiras viagens
bandejas de cunho popular. O tom hoje
a Europa, quando, conforme praxe na
é dado pelo desenvolvimento de UDs
transformação brasileira, trazia produtos
em equipe, envolvendo designers,
acabados para serem copiados. “Aconmarketeiros, engenheiros, pesquisas
tece que, muitas vezes, todos traziam os
de opinião, pontos-de-venda disputamesmos artigos e a consequente guerra
dos a tapa e apelos de modernidade e
de preços zerava o lucro, como se viu
ecológicos, como o emprego de biopocom caixas de ferramentas ou estantes
límeros, visando consumidores de A a
modulares”. Veio daí a sua convicção de
E. É um mundo radicalmente diferente
que a rentabilidade em UDs depende da
do que Antonio Domingos Trevisan, da
exclusividade. Com seus dons de obsertransformadora Cobrirel, encontrou
vador, Trevisan deu o que falar no ramo
quando começou a criar sozinho UDs
com sacadas como o suporte para cintos e
que ajudaram a tirar desses produtos a
gravatas para aparafusar no guarda-roupa
imagem de primários e simplórios.
ou o cabide com gancho giratório. “Bobeei
Trevisan, hoje na curva dos 59
nesse invento ao deixar de patenteá-lo,
Trevisan: idéias a partir da observação do cotidiano.
anos, sempre foi um individualista
pois foi ultra-copiado”, lamenta.
inquieto e de faro fino para bolar UDs a partir de problemas do
Em 1992, ele lembra, UDs eram o carro-chefe da Cobrirel
cotidiano. Até hoje, pela bagagem acumulada na área e fobia a
– hoje é uma das frentes de negócios, ao lado de lacres, peças
despesas adicionais como consultorias e assessorias, ele transpõe
para eletrodomésticos/eletroeletrônicos e telecomunicações. Nos
da imaginação as idéias (várias delas patenteadas), por sua conta
anos 90, a comercialização também não tinha a complexidade
e risco, para a ferramentaria e injetoras da fábrica paulistana da
atual. “Ninguém pagava para vender, como hoje em dia, em que
Cobrirel. Hoje em dia, admite, as sacadas não borbulham na
o supermercado cobra até pelo espaço de exposição na gôndola”,
intensidade do passado, quando a concorrência era grande, mas
reclama Trevissan. Ainda assim, não lhe escapam as deixas da vida
menos ousada e antenada em quesitos como design e marketing,
moderna para inventar UDs de rentabilidade promissora. É o caso
além do que a informática inexistia e as mulheres eram minoria no
da recém-lançada alça anatômica injetada, para eletrodomésticos
mercado de trabalho e bem mais dedicadas a prendas domésticas.
na faixa de 30 kg, que podem ser carregados por uma pessoa,
“Também não havia a concorrência chinesa e a comercialização
como TV LCD. “Já reparou que as caixas de papelão desses apaera mais fácil”, ele completa.
relhos não têm qualquer recurso que facilite seu transporte?”.
Cobrirel é abreviação de Comércio de Brindes e ReIdéias como a dessa alça ou de um desenvolvimento patenpresentações Ltda. Ela debutou em 1972 focada na compra de
teado que ainda não entrou em linha, um suporte para facilitar a
brindes nos quais executava gravação. Em busca de meios para
virada do garrafão de água sobre o filtro, sustentam a certeza de
fazer o negócio crescer, Trevisan adquiriu, sem saber sequer ligar
Trevisan de que nada tira o lugar de um empreendedor criativo.
os equipamentos, três injetoras “mula-manca” usadas e acompaPor mais que os desenvolvimentos em equipe hoje predominem
nhadas de molde para canetas plásticas, depois de ler o anúncio
e por mais que inventores como Trevisan sejam ave rara. “Sempre
dessas máquinas num jornal de fim de semana. As injetoras
resta algum espaço para quem cria; os que apenas copiam se dão
introduziram a Cobrirel na produção de chaveiros e bijouterias.
mal”, conclui. •
74
plásticos em revista
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Foto: Renato Rizzutti
O
ENXERGAR É UM DOM
Inovação, tecnologia de ponta e intensivo trabalho de
desenvolvimento tornaram-nos um dos principais
fornecedores de Poliamidas e PBT em diversos mercados.
A divisão de plásticos de engenharia da LANXESS é responsável por duas linhas de produtos consagrados. Durethan ®
(PA6, PA66), com um perfil de propriedades que o tornam ideal para aplicações nas indústrias automotiva,
eletroeletrônica e de construção, e Pocan® (PBT), utilizado principalmente nas indústrias eletroeletrônica e automotiva,
na medicina, nos esportes e setores de lazer.
(Poliamida 6, Poliamida 66)
(PBT)
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sustentabilidade.