O uso da estratificação de risco por DRG-Case na avaliação de desempenho do Hospital
Estadual de Diadema. Mario Hideo Kono; Marcelo Neubauer de Paula; Nacime Salomão
Mansur.
Introdução
Em 1964 a Universidade de Yale desenvolveu o Diagnosis Related Groups (DRG) como sistema
de classificação de doentes agudos, baseado em risco. Na década de 70 o DRG foi adotado
como base para pagamento prospectivo no Medicare e no Medicaid. A partir dos anos 1980
passou a ser utilizado na Europa para estratificação de risco através de um Case Mix,
tornando-se a ferramenta mais usada para apoio à gestão clínica dos hospitais. A metodologia
permite calcular a relação entre a mortalidade real e a esperada, de acordo com o perfil de
complexidade da casuística do hospital. A SPDM junto a 7 hospitais de sua rede, iniciou em
2010 um programa de avaliação de risco assistencial visando implantação de indicadores de
qualidade clínica, utilizando a metodologia de estratificação por DRG/Case Mix.
Objetivo
Avaliar o desempenho do Hospital Estadual de Diadema (HED) através da metodologia
DRG/Case mix.
Metodologia
Para elaborar o modelo de benchmarking foram avaliadas as internações de 65 hospitais do
SUS no Estado de São Paulo, totalizando 1,47 milhões saídas. A população foi estratificada de
acordo com seu DRG. A metodologia de estratificação é a mesma utilizada na Europa e foi
utilizada a versão AP-DRG 23. Todo trabalho foi conduzido e auditado por equipe externa. A
base de dados utilizada foi a de faturamento hospitalar, codificado pela CID-10 e pela Tabela
Unificada de Procedimentos do SUS e os dados extraídos pelo Tab-Win. Para determinar qual o
valor ótimo de mortalidade e Permanência Média Depurada são calculados os indicadores para
cada DRG, sendo definido que o valor ótimo a sua média aparada na rede. O impacto potencial
de melhoria foi calculado, fazendo com que cada hospital atendesse seus DRGs ineficientes
com a mesma eficiência do case-mix.
Resultados
As taxas de mortalidade do HED em 2009 e 2010 foram respectivamente 1,7% e 1,9%, sendo
que as taxas esperadas foram 2,89% e 2,75% o que leva a um índice funcional (Real/Esperado)
de 0,61 e 0,70. As média de permanência do HED em 2009 e 2010 foram respectivamente 4,73
e 4,58 dias, sendo que os valores esperados foram 4,97 e 4,84% com índice funcional de 0,95 e
0,95. Os DRGs com maior impacto na redução da mortalidade foram: Prematuro, com
problema maior, Outros diagnósticos de doenças infecciosas e/ou parasitárias, Outros
diagnósticos do aparelho digestivo e Insuficiência cardíaca e/ou choque. Os DRGs com maior
impacto na redução da permanência foram Prematuridade sem procedimento significativo em
Bloco Operatório, com problema maior, Enxerto cutâneo exceto por úlcera da pele ou celulite,
sem CC, Procedimentos plásticos na pele, no tecido subcutâneo e/ou na mama, Convulsões
e/ou cefaléias, idade < 18 anos, sem CC, Outros procedimentos no aparelho respiratório, em
Bloco Operatório, sem CC.
Conclusões
A estratificação por DRG permite mostrar o desempenho do hospital, confrontando o
resultado real com o esperado. A mortalidade e a permanência média do HED estão dentro
dos parâmetros de qualidade adequados.
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