PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PESSOAS COM ÚLCERA VENOSA ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO1 Cristina Katya Torres Teixeira Mendes1 Isabelle Katherine Fernandes Costa2 Thalyne Yurí Araújo Farias3 Marjorie Dantas Medeiros Melo4 Camylla Cavalcante Soares de Freitas5 Gilson de Vasconcelos Torres6 Introdução: A Úlcera Venosa (UV) nos membros inferiores é proveniente de uma Insuficiência Venosa Crônica (IVC) devido à presença de uma hipertensão venosa prolongada(1). Essa lesão é caracterizada por bordas irregulares, superficiais ou profundas, única ou múltipla e de tamanho e localizações variáveis, geralmente ocorre na porção distal dos membros inferiores, particularmente na região do maléolo medial(1). Além de interferir no cotidiano das pessoas com lesão e seus familiares, produzindo profundas alterações nos aspectos biopsicossocial e econômicos destes, contribuem, significativamente, para a deterioração da qualidade de vida dos mesmos(2). No que concerne a Enfermagem, a produção deste estudo resultará num avanço na produção dos conhecimentos sobre as condições sociodemográficas, permitindo o crescimento da enfermagem como ciência e respaldando sua prática. Além disso, possibilitará ao enfermeiro planejar a assistência a pessoa com UV baseado em um perfil pré-estabelecido, optando por estratégias que tragam melhores resultados ao processo de cicatrização da lesão. Objetivo: Caracterizar o perfil sociodemográfico de pessoas com UV atendidas em um hospital Universitário em Natal/RN. Método: trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, realizado em um hospital universitário em Natal/RN com amostra composta por 100 pessoas com úlcera venosa (UV). 1 Fisioterapeuta, Doutora em Ciências da Saúde, aluna do programa nacional do pós-doutorado / CAPES 2011, vinculada ao programa de pós-graduação de enfermagem UFRN. 2 Enfermeira Especialista em Enfermagem em Dermatologia Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFRN. 3 Enfermeira Especialista em Enfermagem em Dermatologia e Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFRN. 4 Acadêmica de enfermagem / UFRN, bolsista de pesquisa voluntaria e membro do grupo Incubadora dos procedimentos de enfermagem. 5 Acadêmica de enfermagem / UFRN, bolsista de pesquisa voluntaria e membro do grupo Incubadora dos procedimentos de enfermagem. 6 Enfermeiro, Pós-Doutor em Enfermagem, Professor Titular Departamento de Enfermagem/UFRN, Pesquisador do CNPq (PQ2). A coleta de dados teve duração de três meses por meio de um formulário estruturado de entrevista composto pelas características sociodemográficas e de saúde e iniciada após a aprovação do Comitê de Ética (nº 279/09) e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes. Resultados: Verificamos que predominaram mulheres (69%), a partir de 60 anos (55%), sendo maioria da capital do Rio Grande do Norte – Natal (64%), sendo alfabetizados ou com ensino fundamental (83%), no qual 38% são viúvos, solteiros ou divorciados sendo a maioria (56%), com ocupação presente e renda maior que um salário mínico (76%). Desses portadores, foi constatado que 60% possuem doenças crônicas, a maioria (79%) nega etilismo e tabagismo, apresentando padrão de sono menor que seis horas. Conclusões: foi evidenciada uma clientela predominantemente feminina, com mais de 60 anos, baixo nível de escolaridade, que vivem sozinhas no qual a maioria possuem doenças crônicas, necessitando portanto, de ações planejadas e contínuas. 1. França LHG, Tavares V. Insuficiência venosa crônica: uma atualização. J Vasc Bras. 2003; 2(4):318-28. 2. Torres GV, Costa IKF, Dantas DV, Farias TYA, Nunes JP, Deodato OON et al. Idosos com úlceras venosas atendidos nos níveis primário e terciário: caracterização sociodemográfica, de saúde e assistência. Rev enferm UFPE on line. 2009 Oct/Dec;3(4):1005-12.