POLIMORFISMO DO MTDNA EM DUAS POPULAÇÕES AFRO-BRASILEIRAS DA AMAZÔNIA: PACOVAL E TROMBETAS. Carvalho, B. M. (PIBIC/CNPq) & Ribeiro-dos-Santos, A. K. C. Laboratório de Genética Humana e Médica, Universidade Federal do Pará. [email protected]. Abstract Historically, the Amazonian populations present singular processes of formation and expansion. In these processes, three ethnic groups, African, Amerindian and European interacted biological and socially, resulting in an expressive genetical diversity. Through the mtDNA, we investigated variability in two Afro-Brazilian populations of the Amazon region: 92 and 33 individuals from Pacoval-PA (PCV) and Trombetas-PA (TRB), respectively. To analyse the mtDNA, we used four RFLPs systems: 663 – Hae III, 13.259 – Hinc II, 5.176 - Alu I and 3.592 - Hpa I; presence or absence of the CoII/tRNAlys intergenic 9-pb deletion and sequencing of the first hypervariable segment of control region. This methodology revealed the presence of three different mtDNA lineages: African lineages (39.2%/PCV and 48.5%/TRB); Amerindians lineages (59.8%/PCV and 51.5%/TRB); and European lineages (1% only in Pacoval). The present study provided the rescue of information about the ethnic-social interactions mechanisms, which happened during the formation and expansion process of the Afro-Brazilian populations. With this information, we evidenced that the Amerindian contribution is larger than the African contribution in these populations. Resumo As populações da Amazônia apresentam uma expressiva diversidade genética em conseqüência do complexo processo de formação e expansão populacionais ocorridos na região. A partir deste fato, desenvolvemos a presente investigação em populações Afrobrasileiras, onde esperamos uma contribuição significativa de seqüencias mitocondriais africanas (mtDNA). Com objetivo de mensurar essa contribuição, investigamos 92 indivíduos da comunidade de PACOVAL-PA (PCV) e 33 de TROMBETAS-PA (TRB), através do mtDNA, utilizando-se 4 sistemas de RFLPs (marcadores para haplogrupos indígenas - A-D); o sítio de restrição para a enzima Hpa I - 3.592 (presente em alguns grupos africanos); deleção de 9pb da região V e o seqüenciamento direto da 1ª região hipervariável do mtDNA. Esta metodologia demonstrou a presença de linhagens de mtDNA africanas (39,2%/PCV e 48,5%/TRB), linhagens ameríndias (59,8%/PCV e 51,5%/TRB), e européias (1% somente em Pacoval). O presente estudo possibilitou, do ponto de vista biolológico, o resgate de informações sobre os mecanismos de interações étnico-sociais que ocorreram durante o processo de formação e expansão das populações Afro-brasileiras em estudo. Deste resgate, evidenciamos uma forte contribuição indígena, mesmo tratando-se de duas populações de origem africana. Endereço para correspondência: Ândrea Kely C. Ribeiro-dos-Santos, Departamento de Patologia, Centro de Ciências Biológicas Universidade Federal do Pará, Caixa Postal 8615, 66.075-970, Belém Pará, Brasil. Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002 1. Introdução A Amazônia compreende uma região de extensa planície coberta prevalentemente por floresta tropical. Supõe-se que o seu processo de ocupação iniciou-se entre 10 a 11 mil anos antes do presente com a chegada dos paleoíndios, caçadores-coletores, oriundos do norte e oeste do continente americano (Rosevelt, 1992). Depois de um longo tempo de ocupação somente pelos indígenas, povos europeus passam a colonizar a Amazônia, na segunda metade do século XVI, representados principalmente por portugueses e espanhóis. Na mesma época, trazido pelo colonizador português, o elemento africano é introduzido no Brasil para o trabalho escravo. E em 18 de março de 1662 os primeiros negros chegam no estado do Pará (Sales, 1988). Porém, somente na segunda metade do século XVIII o escravo africano entra na Amazônia de forma compulsória. O número estimado foi de 53.000 entre os anos de 1755 e 1820 (Sales, 1971). Segundo Vergolino-Henry & Figueiredo, 1990; os negros introduzidos na Amazônia são nativos das seguintes regiões : Guiné Portuguesa, atualmente Guiné Bissau e Cachéu; ilhas de Cabo Verde, correspondente a república do Cabo Verde; Reinos de Angola, Luanda e Benguela, os quais compõe hoje a República Popular de Angola; Costa Oriental da África, equivalente à República do Quênia; Norte e Sul do Rio Rovuna, atuais República da Tanzânia e República Popular de Moçambique; Reino de Mazagão e Guiana Francesa, atualmente correspondente a República Dominicana. Já do ponto de vista do tráfico interno, foram introduzidos na região amazônica escravos africanos oriundos dos portos de Pernambuco, Maranhão, Bahia e Rio de janeiro (Vergolino-Henry & Figueiredo 1990) Muitos africanos, durante o período escravocrata, fugiram de grandes fazendas para a floresta, devido aos maus tratos e humilhações aos quais eram constantemente submetidos. Como resultado destas fugas, comunidades rurais afro-brasileiras, denominadas de Quilombos, foram formadas durante os séculos XIX e XX. Muitos destes quilombos permaneceram, em parte, isolados na floresta preservando suas identidades sociais, culturais e genéticas. Observa-se então, que durante os últimos três séculos de ocupação da região amazônica, três etnias: o africano, o ameríndio e o europeu, diferentes do ponto de vista biológico e cultural, interagiram entre si em resposta as demandas ambientais e sociais. Destas interações, as comunidades afro-brasileiras do passado deram origem atualmente a populações quilombolas na Amazônia. As conseqüências genéticas de todo um processo de formação e expansão destas populações tem sido alvo de intensas investigações através de vários níveis biológicos (polimorfismos clássicos, mtDNA e nuclear). Para contribuir com estas investigações desejase mensurar qual a real contribuição de genes africanos em duas comunidades: Pacoval e Trombetas, assim como investigar a presença ou não de outros genes que demonstrem a participação de outros grupo étnicos na composição destas. Com este objetivo, o presente trabalho investigou a variabilidade e diversidade em 92 indivíduos da população de Pacoval e 33 indivíduos da população de Trombetas, ambas localizadas no estado do Pará, em relação ao DNA mitocondrial (mtDNA) o qual é um sistema uniparental de herança exclusivamente materna. Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002 2. Material e Métodos 2.1. Caracterização das amostras As amostras investigadas pertencem a duas comunidades afro-brasileiras da Amazônia: Pacoval e Trombetas. Da primeira comunidade, Pacoval (localizada nas proximidades do município de Alenquer, às margens do rio Curuá, afluente esquerdo do rio Amazonas), foram selecionadas 92 amostras. E de Trombetas ( localizada as margens do rio Trombetas : 108’-1o 46’S; 55o 51’-57o W ) foram selecionadas 33 amostras. Em ambas populações as amostras investigadas não são relacionadas pelo lado materno. 2.2. Obtenção das amostras Do sangue periférico foram colhidas 10ml de cada indivíduo, usando-se EDTA como substância anti-coagulante(sistema de coleta à vácuo). Armazenadas em isopor com gelo, as amostras de sangue foram transportadas para o Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do Pará. No laboratório foram realizadas as tipagens sangüíneas, da hemoglobina e das enzimas eritrocitárias. Após as tipagens, o sangue restante foi centrifugado a 2.000 rpm (rotações por minuto) durante 10 minutos para a separação total da hemácias e leucócitos. Em seguida foi retirada uma alíquota de plasma e congelado a –20o C. O restante do sangue foi utilizado para a extração do DNA. 2.3. Extração do material biológico As amostras de DNA foram obtidas a partir de leucócitos, através do método convencional de extração com fenol-clorofórmio e precipitação com etanol (Sambrook et al., 1989). Posteriormente a quantificação do DNA foi efetuada no aparelho Gene-Quant (Pharmacia – Biotech). 2.4. Loci investigados Foram investigados seis sítios polimórficos do mtDNA que definem os diferentes grupos étnicos presentes na região amazônica (africanos, ameríndios e europeus): 1) A análise da deleção de 9 pares de base localizada entre os genes da COII / tRNALys (Cann & Wilson, 1983), após amplificação por PCR e eletroforese vertical em gel de poliacrilamida a 7% ; 2) Análise através do RFLP para quatro segmentos, 663; 5.176; 13.259 e 3.592. Cada segmento foi amplificado com os iniciadores previamente descritos por Stone e Stoneking, 1993 e Chen et al., 1995. Em seguida estes foram submetidos a ação de endonucleases Hae III, Alu I, Hinc II e Hpa I, respectivamente, e eletroforese em gel de poliacrilamida a 7%; 3) Realização do seqüenciamento automático da 1a região hipervariável do mtDNA (HVI) no aparelho ABI prism 377 (A. Biosystem), utilizando-se os iniciadores previamente descritos por Horai et al., 1993. Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002 3. Resultado e Discussão 3.1. Deleção de 9 pb e RFLP Foram investigados 125 indivíduos das populações de Pacoval e Trombetas em relação aos sistemas uniparentais do mtDNA: i) presença ou ausência da deleção de 9 pb na região V, em amostras de origem africanas e ameríndias; ii) quatro segmentos por RFLP os quais estão presentes em 97% das linhagens mitocondriais ameríndias atuais; iii) o sítio polimórfico Hpa I – 3.592, que está presente em 70% das linhagens mitocondriais (Macro haplogrupo L) de populações africanas (Chen et al., 1995; Watson et al., 1997), foi analisado em todas as amostras para diferenciar linhagens ameríndias das de origem africana. Desta etapa obtivemos os seguintes resultados: 1. Pacoval 53,3 % (49 indivíduos) possuem mtDNA de origem ameríndia, distribuídas em: 15,2% (14 indivíduos) são do haplogrupo A; 12,0% (11 indivíduos) são do haplgrupo B; 3,3% (3 indivíduos) são do haplogrupo C; 21,8% (21 indivíduos) são do haplogrupo D. 10,9% (10 indivíduos) possuem linhagens de mtDNA africanas do macrohaplogrupo L. E em 35,8% das amostras (33 indivíduos) não foi possível identificar a origem das linhagens mitocondriais através do sistema RFLP. 2.Trombetas 51,5% (17 indivíduos) possuem mtDNA de origem ameríndia, sendo que: 21,2% (7 indivíduos) são do haplogrupo A; 3,0% (1 indivíduos) são do haplgrupo B; 12,2% (4 indivíduos) são do haplogrupo C; 15,1% (6 indivíduos) são do haplogrupo D. 18,2% (10 indivíduos) possuem linhagens de mtDNA africanas do macrohaplogrupo L. Em 30,3% das amostras (10 indivíduos) não foi possível identificar as linhagens mitocondriais atravé de RFLP 3.2. Sequenciamento O sequenciamento direto, da 1a região hipervariável, foi realizado em 43 amostras as quais não pudemos identificar a linhagem do mtDNA por RFLP. Logo em seguida as amostras foram comparadas com a seqüência do mtDNA descrita por Anderson et al., 1994. Como resultado, observamos 29 diferentes haplótipos definidos por 56 pontos polimórficos. Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002 3.3. Análise Conjunta A análise dos resultados por RFLP e sequenciamento revelou a presença de linhagens africanas, indígenas e européias na população de Pacoval e em Trombetas a ausência de linhagens européias. A contribuição africana na comunidade quilombola de Trombetas é mais expressiva, 48,5%, do que em Pacoval 39,2%, porém não mais significativa. O elemento indígena encontra-se em maior frequência em ambas as populações, sendo a contribuição em Pacoval de 59,8%, enquanto a de Trombetas é 51,5%. A observação de linhagens mitocondriais ameríndias nas populações remanescentes de quilombos já era esperada, visto que a história de ocupação dessa área, a Amazônia, foi produto de um mecanismo de interações étnicosociais, principalmente com sociedades indígenas que já estavam estabelecidos na área, resultando em grupos miscigenados. Se este fato ocorreu durante um período de tempo relativamente longo, é de se esperar que estas populações apresentem, hoje, dissimilaridades profundas em relação ao DNA materno herdado. Como a contribuição ameríndia é elevada, as populações quilombolas tornam-se fontes informativas no que concerne a investigação da variabilidade genética indígena, a qual foi fortemente reduzida devido a depopulação ocorrida no momento da entrada de grupos europeus, principalmente portugueses, no continente americano. O resgate desta variabilidade genética é comprovado quando, através do sequenciamento automático, identificamos em Pacoval um haplótipo de linhagem ameríndia o qual possui transições C → T nos pontos 16.223 e 16.278, característico do haplogrupo X ou quinto haplogrupo, que estaria presente entre os primeiros colonizadores do continente americano (Brown et al., 1998 e Ribeiro-dos-Santos et al., 1996b), mas que, até o momento, só foram reconhecidos em grupos contemporâneos ameríndios na América do Norte (Foster et al., 1996). Quando comparamos os dados da contribuição ameríndia nas comunidades Afrobrasileiras de Pacoval (59,8%) e Trombetas (51,5%), observamos que estes são mais elevados do que os observados em Curiaú - AP (47,0%), outra população remanescente de quilombo da região amazônica (Ribeiro-dos-Santos et al., 2002). Ao compararmos os mesmos resultados com as populações trihíbridas de Belém (58,0%, Santos et al., 1999) e Santarém (82,0%, Santos et al., 2000) observamos que apenas em Santarém a contribuição foi mais significativa. A frequência elevada da contribuição ameríndia em populações trihíbridas é resultado de uma política de ocupação do território brasileiro, em que, segundo dados históricos, a metrópole portuguesa estimulava a união entre o colonizador português e a mulher indígena (Cruz, 1973; Sales, 1988). Em Belém, particulamente, a entrada da mulher européia ocorreu em maior escala do que em Santarém, o que pode ter diminuido a contribuição da mulher ameríndia para a formação desta. Assim como a variabilidade genética ameríndia, a contribuição africana para Pacoval e Trombetas é relevante. Entre os três principais haplogrupos L1, L2, e L3, descritos por Watson et al., 1997; Randon et al., 1998 e Chen et al., 2000; somente Trombetas não apresentou o haplogrupo L2. A falta deste pode ser resultado de um tráfico negreiro externo e interno a partir de localidades africanas isoladas, nas quais não havia a presença deste haplogrupo. De acordo com Ribeiro-dos-Santos et al., 2002, o valor da contribuição africana em Curiaú (53%) e variabilidade haplotípica, apresentam-se maior do que em Pacoval (39,2%) e Trombetas (48,5%). Devido a sua localização, a comunidade de Curiaú é formada por estoques africanos trazidos da África, e de países como Guiana, Guiana Francesa e Suriname, Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002 além do tráfico interno. A diversidade desses estoques pode ter aumentado variabilidade a genética e a contribuição africana nesta população. Em Pacoval, particularmente, encontramos um indíviduo com linhagem mitocondrial européia pertencente ao haplogrupo T (16. 093-T → C; 16.126-T → C; 16.271- T → C; 16.294- C → T; 16.298- C → T; 16.304- T → C) o qual pode ser resultado de uma mistura interétnica recente. 3.4. Análise Filogenética Analisando-se em conjunto as frequências dos resultados de RFLP e sequenciamento automático, podemos inferir sobre as relações filogenéticas de Pacoval e Trombetas com outras populações. Através do método estatístico, UPGMA, baseado no programa DNASIS, observamos que a árvore possui duas grandes divisões (Figura 1). As duas comunidades remanescentes de quilombos, investigadas no presente trabalho, dividem um mesmo grupo, assim como outras populações Afro-brasileiras e Afrovenezuelana da região amazônica como Curiaú, Cametá e Sotillo (Ribeiro-dos-Santos et al., 2002; Bortoline et al., 1999) e uma população trihíbrida, Santarém (Santos et al., 2000). Considerando as populações remanescentes de quilombos deste grupo, observamos uma contribuição efetiva de linhagens ameríndias, variando de 47% a 60%. Esta contribuição elevada, pelo lado materno, pode decorrer do fato dessas populações dividirem a mesma região geográfica, a Amazônia, e possuírem processos históricos de formação e expansão semelhantes. Cajueiro Panaquire Paredão Porto Alegre Ribeirão Preto Curiepe Birongo Salvador Santarem Pacoval* Curiaú Trombetas* Cametá Sotillo FIGURA 1. Relações Filogenéticas entre Pacoval e Trombetas e 12 Populações da Amazônia. Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002 4. Conclusão As comunidades de Pacoval e Trombetas representam dois semi-isolados africanos da Amazônia brasileira. Após investigação com base no DNA mitocondrial, o qual representa uma herança unicamente materna, observou-se que as comunidades apresentaram uma expressiva contribuição de genes africanos de 39,2%, a menor, e 48,5%, a maior, respectivamente. Porém, a contribuição mais relevante foi a de genes ameríndios onde observamos um fluxo gênico de 59,8% para Pacoval e 51,5% para Trombetas. Esse fato revela que as populações Afro-brasileiras da Amazônia apresentam na sua constituição genética importantes contribuições de diferentes grupos étincos. Pois além de linhagens mitocondriais africanas, encontramos em Pacoval: - A linhagem representante do haplogrupo X (quinto haplogrupo), o qual está subrepresentado nas populações ameríndias contemporâneas. - A linhagem mitocondrial do haplogrupo T, representativa de grupos europeus. Através da investigação do mtDNA, os resultados do presente trabalho sugerem que durante a formação e expansão de comunidades africanas na Amazônia houve uma interação (biológica, social e genética) entre as três etnias: a africana, a indígena e a européia. Do ponto vista histórico, este tipo de interação étnica é pouco relatada devido a carência de registros, fazendo com que se tenha uma idéia distorcida da formação destas. Este resultado reflete, do ponto de vista biológico, interações sociais que ocorreram no passado e demostra a importância da interdisciplinaridade para o resgate da verdadeira história de formação desses povos. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANDERSON, S., BANKIER, A.T., BARRELL, B.G., DE BRUIJN, M.H.L., COULSON, A.R., DROUIN, J., EPERON, I.C., NIERLICH, D.P., ROSE, B.A., SANGER, F., SCHREIER, P.H., SMITH, A.J.H., STADEN, R., YOUNG, I.G. Sequence and organization of the human mitochondrial genome. Nature 290:457-467, 1981. 2. 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