O SOLO E SUA COMPOSIÇÃO
O gráfico abaixo mostra a composição física média de um solo com
boas condições de cultivo (% do volume).
Composição Volumétrica
de um solo com boas condições
Solos Tropicais Cultivados
Matéria Orgânica: 1 A 2%
A parte mineral é constitúida por cascalho, areia, argila, óxidos de
ferro e alumínio, carbonatos, fosfatos, macro e micro nutrientes.
O ar e a água ocupam os poros do solo. Durante a chuva ou irrigação
a água preenche os espaços dos poros. Posteriormente, após a
drenagem o ar volta a ocupar parte do volume do solo.
A matéria orgânica apesar do pequeno percentual que ocupa,
influencia de forma significativa na atividade biológica e nas
propriedades físicas e químicas do solo. É importante observar, que os
solos cultivados no Brasil possuem, de modo geral, percentuais baixos
de matéria-orgânica (entre 1,0 e 2,0%).
Além disso, a temperatura e a umidade elevadas que predominam nos
períodos de cultivo aceleram o processo de decomposição da matéria
orgânica. Por isso, é de grande importância a adoção de técnicas de
plantio que preservem ou aumentem os teores de matéria-orgânica do
solo.
A importância da matéria orgânica
A matéria orgânica tem um papel importante na fertilidade do solo.
Este papel é complexo e exercido por diversos mecanismos que
atuam nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e na
fisiologia vegetal.
No passado, a garantia de boas safras dependia exclusivamente da
exploração de "terras novas", recém-desmatadas e ricas em matéria
orgânica, ou da adubação orgânica para manutenção/recuperação da
fertilidade das terras de cultura, com incorporação pelos agricultores
de estercos, restos de culturas, adubação verde e outros materias
organânicos. Os antigos lavradores diziam que o adubo orgânico
tornava a terra fresca, fofa e fértil.
Atualmente, sabe-se que a associação da adubação orgânica com a
mineral proporciona ao solo fertilidade superior à adubação
exclusivamente orgânica ou mineral.
Durante a decomposição da matéria orgânica, por ação microbiana, há
formação de húmus e os nutrientes nela contidos são gradativamente
postos em liberdade, transformando-se em formas aproveitáveis (sais
minerais) pelas culturas.
Descrevemos a seguir alguns processos importantes diretamente
relacionados à matéria orgânica e, mais especificamente, ao húmus
do solo:
Equilíbrio Biológico
O uso exclusivo de adubos químicos, o preparo constante do
solo e a prática de deixá-lo limpo, ou seja, sem qualquer tipo de
cobertura vegetal que o proteja da insolação direta, são formas
de manejo que resultam em diminuição dos teores de matéria
orgânica do solo.
A matéria orgânica é a base de sustenção de uma intensa
atividade biológica que envolve muitas espécies de
microorganismos, como: fungos, bactérias, actinomicetos, algas
e protozoários, além de pequenos animais como minhocas,
insetos, ácaros e aranhas.
Por isso, o solo fértil pode ser comparado a um organismo vivo,
onde as raízes das plantas cultivadas encontram condições
físicas, químicas e biológicas favoráveis para se desenvolverem
sadias e vigorosas.
O húmus do solo é resultado da atividade biológica sobre a
matéria orgânica na presença de nutrientes e água. Na natureza
é um composto estável, que pode permanecer por vários anos,
se não for degradado pelo manejo inadequado.
A capacidade de revitalizar o solo, proporcionada por um bom
adubo orgânico, vem do húmus vivo que é gerado através de um
processo complexo envolvendo diversos microorganismos
benéficos que vão restabelecer o equilíbrio biológico do solo.
Estrutura e Aeração do Solo
A atividade microbiológica melhora a estrutura e aumenta a
porosidade do solo. Isso ocorre devido a liberação de compostos
orgânicos que agregam partículas de minerais (grumos). Outros
organismos como insetos, aranhas e, principalmente minhocas,
também são importantes para aumentar a porosidade do solo.
Além de água e nutrientes, o sistema radicular das plantas
precisa respirar para crescer e desenvolver novas radicelas.
Quando respiram, as células das raízes absorvem o oxigênio e
liberam o gás carbônico. É através dos poros do solo que o
oxigênio chega até as raízes e o gás carbônico volta para a
atmosfera.
Em solos com pouca porosidade, as raízes não se desenvolvem
adequadamente por falta de oxigênio e acúmulo de gás
carbônico.
Capacidade de Retenção de Água
A matéria orgânica humificada influi na capacidade do solo
armazenar água. Em média o húmus tem capacidade de
retenção de água acima de 600%. Alguns solos cultivados
podem armazenar o dobro de água quando o teor de matéria
orgânica passa de 1,5% para 3,0%. Por isso plantas cultivadas
em solos pobres de matéria orgânica estão mais sujeitas a sofrer
stress hídrico.
Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
É uma propriedade dos solos que consiste na capacidade de
retenção, na sua camada superficial, de cátions (íons de cargas
positivas) de nutrientes, principalmente potássio, cálcio e
magnésio, para disponibilizá-los gradualmente, em forma de
troca com outros cátions, para as plantas, evitando que esses
nutrientes sejam carregados pela água para camadas mais
profundas do solo (lixiviação), fora do alcance das raízes das
plantas, otimizando assim as adubações minerais e a calagem.
Esta retenção depende diretamente da quantidade de matériaorgânica e argila, onde predominam as cargas negativas
presentes no perfil do solo. Na estrutura molecular do húmus
existe disponibilidade de várias cargas negativas que permitem a
ele funcionar como um "ímã", criando em torno de si uma
película de cátions, que serão posteriormente trocados com as
raízes das plantas.
De modo geral, a CTC dos solos cultivados no Brasil está abaixo
de 15 me/100g e a CTC do húmus em torno de 300 me/100g.
Disponibilidade de Fósforo
Nos solos de regiões tropicais, ocorre com maior intensidade o
processo de fixação do fósforo devido, principalmente, aos altos
teores de óxidos de ferro e alumínio que estes solos possuem.
Ocorrendo a fixação, parte do fósforo solúvel passa para a forma
insolúvel reduzindo a disponilidade para as plantas deste
importante nutriente.
A calagem excessiva também reduz a disponibilidade do fósforo
porque ocorre a formação de fosfatos de cálcio de baixa
solubilidade.
A matéria orgânica rica em húmus, reduz a fixação e aumenta a
assimilação do fósforo pelas raízes, significando maior eficiência
das adubações fosfatadas.
Relação Carbono / Nitrogênio (C/N)
A matéria orgânica do solo é importante fonte de nutrientes para
as plantas. Tais nutrientes são disponibilizados no processo de
decomposição realizado pelos microorganismos. Este processo
é contínuo (nunca para de acontecer), por isso deve-se repor
periodicamente a matéria orgânica consumida pelos
microorganismos do solo.
A velocidade de decomposição é influenciada principalmente
pelos teores de carbono e nitrogênio do material orgânico
(relação C/N).
Fontes de matéria orgânica com muito nitrogênio e pouco
carbono sofrem decomposição rápida, formando pouco húmus
no solo e podem prejudicar as radicelas, quando incorporadas
sem "curtir", isto ocorre devido ao consumo do carbono retirado
do solo e até das próprias raízes. Exemplo: esterco de galinha.
Fontes de matéria orgânica com muito carbono e pouco
nitrogênio apresentam decomposição muito lenta e podem
"amarelar" as plantas se forem incorporadas, porque os
microorganismos vão retirar nitrogênio do solo para decompôlas. Exemplos: palhas e serragens.
O processo desenvolvido pela Provaso utiliza, de forma
balanceada, fontes de matéria orgânica ricas em carbono e
outras ricas em nitrogênio. Também é importante nesses
materiais a presença de cálcio, fósforo, potássio, magnésio,
enxofre, micronutrientes e compostos orgânicos como açucares
e aminoácidos.
Dessa forma é possível oferecer uma linha de adubos orgânicos
bio-estabilizados e equilibrados que, aplicados, proporcionem
melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do
solo.
Fornecimento de Nitrogênio
A matéria orgânica contém cerca de 5% de Nitrogênio total,
servindo assim como uma reserva deste nutriente para as
plantas.
A disponibilidade do Nitrogênio ocorre de forma lenta e gradual,
dependendo diretamente do estado de decomposição do
material orgânico no solo.
Nos materiais crus ou em fermentação, o Nitrogênio encontra-se
em forma de compostos orgânicos, não imediatamente
disponível para as plantas. Além disso, no processo de
decomposição desses materiais, parte do Nitrogênio disponível,
proveniente do solo e dos fertilizantes, é temporariamente fixada
(imobilização), já que os microorganismos que atuam neste
processo necessitam do Nitrogênio para formar proteínas em
suas células.
Já nos materiais bio-estabilizados ou humificados boa parte do
Nitrogênio retorna disponível para as plantas(mineralização), nas
formas de Amônio, Nitrato e Aminoácidos Solúveis, em função
do adiantado estado de decomposição desses materiais.
A mineralização e a imobilização de Nitrogênio são processos
que ocorrem simultaneamente no solo. Para haver
disponibilidade de Nitrogênio para as plantas é recomendável a
aplicação de materiais orgânicos com relação C/N baixa(menos
de 20:1), tais como compostos bio-estabilizados, humificados ou
em estado avançado de decomposição, que favorece uma
mineralização mais rápida, ou aplicação de fertilizantes
nitrogenados na faixa de cultivo das plantas, especialmente
quando utilizados materiais orgânicos não decompostos
FONTE: http://www.provaso.com.br/o_solo/index.html
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