Empreendedorismo Corporativo em Unidades de Franquia no Segmento de Ensino Profissionalizante no Município de Dourados – MS Dionise Magna Juchem Doutora em Administração e Direção de Empresas, Diretora da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – FACE, Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, Rodovia Dourados-Itahum KM, Caixa Postal – 322, 79800-000 - Dourados MS, [email protected] Rosane Aparecida Fritzen d’Sampaio Ferraz Graduada em Administração, Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – FACE, Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, Rodovia Dourados-Itahum KM12 Caixa Postal – 322, 79800-000 - Dourados MS, [email protected] Edgardo Alfredo Herrera Céspedes Doutorando em Administração da Produção, Universidad de León, Espanha, Professor Universitário, Rodovia Dourados-Itahum KM, Caixa Postal – 322, 79800-000 - Dourados MS, [email protected] Resumo O presente estudo efetuou um diagnóstico nas unidades de franquia no segmento ensino profissionalizante no município de Dourados-MS no que diz respeito ao empreendedorismo corporativo. Para satisfazer tal objetivo, foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva transversal única. Foram utilizados dados secundários extraídos de publicações, livros, revistas e Internet, e dados primários, coletados através de um questionário estruturado distribuídos em quatro unidades de franquia do segmento ensino profissionalizante. Os funcionários pesquisados atuam em média há dois anos nas empresas pesquisadas e a maior parte possui ensino superior incompleto. Foi possível identificar alguns colaboradores com perfil empreendedor atuando nos mais diversos cargos das unidades pesquisadas. Constatouse que as empresas pesquisadas não possuem autonomia com relação à franqueadora, no que diz respeito aos processos, devido à rigidez contratual. Apesar disto, a maioria dos pesquisados afirmou colocar sua marca pessoal no exercício de suas atividades. Dentre as falhas elencadas, foi constatada a ausência de investimento em cada colaborador, no sentido de inovação, bem como uma notória falta de estímulo na capacidade de assumir riscos, pois os colaboradores precisam estar envolvidos com a busca de novas oportunidades, comprovando o que a literatura referencia sobre o tema. Notou-se ainda que não há avaliação de desempenho dos funcionários, o que poderia prognosticar o surgimento de problemas e sugerir planos de ação. Palavras-chave: Empreendedor; profissionalizante. Abstract Empreendedorismo corporativo; Franquia; Ensino This study has made a diagnosis of franchise units in the vocational education segment in Dourados-MS, Brasil with respect to corporate entrepreneurship. To meet this goal, we performed an exploratory and descriptive cross-sectional one. Secondary data extracted from publications, books, magazines and the Internet, and primary data collected through a structured questionnaire divided into four units of vocational education segment of the franchise. Officials researched work on average two years in the surveyed companies, and most have incomplete higher education. It was possible to identify some employees with entrepreneurial working in various positions of the units surveyed. It was found that the surveyed companies have no autonomy with respect to the franchisor, with regard to processes, due to the inflexibility of contract. Despite this, most respondents said putting his personal mark in the exercise of their activities. Among the flaws listed, it was found the lack of investment in each employee, in the sense of innovation as well as a marked lack of stimulus in the ability to take risks, because the developers need to be involved with the search for new opportunities, proving that the literature references on the subject. It was also noted that there is no evaluation of employee performance, which could predict the emergence of problems and suggest action plans. Keywords: Entrepreneur, Corporate Entrepreneurship, Franchise, Trade Schools. 1 Introdução Para sobreviver em um mundo de negócios marcado, atualmente, por mudanças rápidas, é necessário que as organizações obtenham mão-de-obra competente, investimentos, e um setor de projetos de desenvolvimento que conte com tecnologia de ponta. O comprometimento desses componentes é o indicador de que o negócio está pronto para atingir seus objetivos estratégicos. Para a permanência da empresa neste mercado competitivo é importante que os empreendedores tragam dinamismo e juntamente com os colaboradores aprendam coisas novas e estimulem a criatividade, contribuindo para o êxito das organizações. Dentro desta linha de raciocínio, Birley e Muzyka, (2001), definem o perfil do empreendedor, como: repleto de criatividade, persistência, atitude inovadora, mas, acima de tudo, existe uma dedicação enorme em tudo aquilo que faz. Complementando, segundo Chiavenato (2005), o empreendedor não deve limitar-se apenas a conceber uma organização, mas também administrá-la de modo a alcançar os objetivos. Na visão de Dornelas (2003), a árdua missão da pessoa com visão empreendedora é criar e colocar em prática novas técnicas no desfecho de uma tarefa ou na criação de um produto ou serviço. O voto de confiança dado à imaginação não é mais importante do que o poder de persuasão e convencimento para com os principais interessados na expansão deste novo produto ou na nova forma de gerir essa tarefa. Então, o indivíduo deve estar munido de saberes para lidar com pessoas, pois não adianta desenvolver laboratórios de criação sem contar com o apoio de quem vai fornecer a matéria-prima, quem vai praticar a ação juntamente com o empreendedor e quem vai obter o produto final. Ainda segundo o autor, o empreendedorismo corporativo é o conjunto de ações que o indivíduo necessita para criar um negócio ou complementar um já existente. 2 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Diante do exposto, o presente artigo possui como principal objetivo o diagnóstico de unidades de franquia, no segmento de ensino profissionalizante, no município de DouradosMS, Brasil, no que diz respeito ao empreendedorismo corporativo. Neste sentido, a relevância do tema se justifica pela importância de conhecer a atual situação do empreendedorismo corporativo em uma unidade de franquia. Sendo assim, identifica-se como problema de pesquisa a seguinte questão: Há empreendedores corporativos no setor de franquia no segmento de ensino profissionalizante? 2 Referencial teórico 2.1 Empreendedor Chiavenato (2005) descreve a mudança que aconteceu nas organizações desde a revolução até a modernidade. Ele retrata o homem como sendo dono de atributos que desempenham funções importantes em busca do sucesso pessoal. As características desse homem significa inovação com mais tolerância a erros e adaptando-se facilmente às mudanças do mundo. Trabalha inspirado, e na pirâmide de importância, os proventos mensais ficam em um dos últimos lugares. As realizações profissionais e pessoais passam a representar a mesma medida. Empreender é o processo dinâmico de criação de riqueza incremental, referem (KURATKO e AUDRETSCH, 2008). Segundo Dornelas (2005), diante de tais condições, surge o empreendedor, que é todo aquele indivíduo componente da organização que dispõe de criatividade para melhor desenvolver aquilo que lhe é proposto. O autor classifica o que é mito e o que é verdade, adentrando no currículo de um empreendedor. Mitos são aqueles dizeres que se tornam comuns na visão da sociedade, como: desde a maternidade os empreendedores são predestinados a vencerem na vida, empreendedores são apostadores viciados e que fazem apostas altíssimas na esperança de um retorno, empreendedores são egoístas, querem concentrar a organização em suas mãos e não pensam no corpo de funcionários que o auxiliam. Mas, a verdade a respeito dessas crenças é a de que os indivíduos que buscam esta ferramenta para uma carreira prolongada possuem mais expiração do que inspiração, e quanto à aposta, esta é feita com todos os que compartilham consigo as responsabilidades do sucesso da empresa e é feita em menor escala. A afirmação de que eles são egoístas não corresponde a realidade, pois eles sabem conduzir sua equipe de modo a alcançar objetivos. Na visão de Birley e Muzyca (2001), os empreendedores são desconfiados e não suportam serem vigiados por algum outro indivíduo que faça parte da organização. Outra característica citada pelos autores diz respeito a um pessimismo que os empreendedores trazem consigo, mas com a intenção de reverter a situação, para que o sucesso não cause inveja às pessoas ao seu redor. Mesmo quando um produto criado por eles alcança grande sucesso e tudo demonstra estar indo muito bem, eles procuram não demonstrar que estão satisfeitos, sempre dizem que as coisas poderiam estar melhores. Para ser empreendedor é necessário desbloquear momentos passados, aplicando em sua realidade muita iniciativa, motivação, ousadia e perseverança numa perspectiva de 3 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br aprendizagem empreendedora, (PREDEBON, 2005). Esta aprendizagem empreendedora organizacional numa perspectiva sócio-cultural oportuniza a compreensão da transformação organizacional transcendendo a interface cognição-comportamento, (FLACH e ANTONELLO, 2008). Ao pensar em negócios que deram certo, a sociedade logo traduz como sendo os de pessoas empreendedoras. Qual é a causa dessa imagem tão nítida? O que o empreendedor possui que o torna diferente de uma pessoa comum? A esse respeito, Dornelas (2005) comenta que o empreendedor, além de possuir uma série de habilidades, dentre elas espírito de liderança e tino para o negócio, conta também com as aptidões resultantes do modo como ele percebe e atua diante de situações. Acima de tudo é necessário dedicação e muito trabalho para obter êxito naquilo que vai desempenhar. Dessa forma, o termo empreendedor dispõe de uma personalidade criativa, sempre lidando com o desconhecido, adivinhando o futuro, transformando possibilidades em oportunidades e caos em harmonia. O empreendedor pode ser voluntário, quando lida com a própria vontade, ou involuntário quando depende da opinião de terceiros no desenvolvimento de seu empreendimento, (LONGENECKER et al., 2007). Nesse contexto, Dolabela (1999), avalia que o empreendedor é aquele que não precisa de ajuda de alguém para lhe dizer o que fazer e acima de tudo possui a iniciativa de colocar a imaginação em prática. Os empreendedores trazem dinâmica para as organizações, e por onde passam deixam histórias de sucesso, juntamente com discípulos que aprendem coisas novas e estimulam a criatividade. Esse perfil é destacado na infância do indivíduo, quando esbanja capacidade criadora, pois não é inibido em utilizar as ferramentas que são potenciais para o bom funcionamento da mente. 2.2 Atitudes empreendedoras relacionadas à oportunidade, ao sucesso e à missão de inovar Chiavenato (2005) afirma que há uma infinidade de negócios espalhados pelo mundo e que o empreendedor deve considerar alguns fatores antes de definir qual será o melhor caminho para a concretização do sucesso, como: • Qual o valor do capital social; • O que é almejado de lucro; • Qual o ramo de atividade que o empreendedor deseja trabalhar; • Qual a bagagem de conhecimento que o empreendedor adquiriu ao longo de sua carreira; • Qual é o limite para alcançar o sucesso; • O que pensa o empreendedor em relação ao empreendimento; • Qual é o perfil do empreendedor; e • Qual o espaço de tempo que o empreendedor pode ficar sem pró-labore. Birley e Muzyca (2001) acreditam que a oportunidade é única, mas há empreendedores preparados, assim como outros despreparados, para recepcionar a visão e transformá-la em geradora de recursos. Conforme os autores, o indivíduo que deseja levar a nomenclatura de empreendedor, precisa fazer com que a idéia geradora do negócio desprenda de um projeto e comece a tomar forma, senão tudo o que foi planejado e almejado gera apenas 4 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br dispêndios. Os empresários com visão empreendedora buscam se sobressair em um mundo de negócios, onde a competitividade é de grande importância para o futuro da empresa. Para atingir tal objetivo, precisam transformar suas rotinas diárias em inovação. Dados do SEBRAE (2008) revelam que o índice de prosperidade entre as empresas aumentou de 2002 para 2007, no primeiro ano, apenas 50,6% das empresas conseguiam superar as dificuldades dos dois primeiros anos de vida, já em 2007, 78% das organizações permaneceram firmes no aspecto progressista. Isso se dá devido aos empreendedores estarem mais maduros e com atitudes transformadoras, inventando novas formas de gerir o próprio negócio. Dornelas (2005) considera que a oportunidade é o principal foco que envolve pessoas e processos, que juntos formam uma engrenagem concretizando a idéia, que trabalhada com uma margem pequena de erro, ou seja, trabalhada positivamente e analisada em tudo o que envolve o segmento desejado, leva a criação do negócio ao sucesso. A esse respeito, Dolabela (1999) complementa que os empreendedores, criadores e inovadores estão repletos de grandes idéias, e que no momento oportuno, podem usufruir das oportunidades disponíveis para delas obterem resultados satisfatórios. Uma oportunidade, quando avaliada com maturidade pode reverter em benefícios para a organização. Outro fator é a rentabilidade de um negócio que é avaliada após a elaboração de um Plano de negócio que é a parte fundamental para o empreendedor, não somente para a busca de recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas idéias e planejar de forma mais eficiente, antes de entrar de cabeça em um mercado sempre competitivo. É importante a consolidação desse documento, pois é nesse momento que o empreendedor agarra a oportunidade e concretiza a idéia antes obtida (DORNELAS, 2003). Ressaltando que há uma força maior que motiva os empreendedores para o sucesso, e essa força está interligada com a idéia de não terem patrões. Os empreendedores precisam dar uma valiosa importância a esse plano de negócio, - para que ele não seja apenas um documento para conseguir uma injeção de capital de terceiros dentro da empresa, mas ser analisado como um guia que levará a empresa ao alcance do objetivo almejado. Sendo assim, inúmeras portas de negócios não teriam sido fechadas se seus administradores tivessem tomado a precaução de elaborar um documento identificador das oportunidades e concretizálo com o planejamento e o controle da empresa (JUCHEM e CÉSPEDES, 2008). Recomenda o SEBRAE (2008), para alavancar a oportunidade, o empreendedor deve verificar qual é o setor de atividade que ele pretende investir, o ramo da atividade e o tipo de negócio. Impreterivelmente deve ser feita uma análise rigorosa do tamanho do empreendimento. A seguir, analisar minuciosamente o mercado, se há concorrência, como estão os negócios semelhantes nas proximidades, qual é o público-alvo, os itens que serão manuseados, para então determinar a escolha da matéria-prima, da mão-de-obra qualificada e dos equipamentos que serão necessários para somar ao empreendimento, determinando assim o perfil do cliente potencial. A partir desse perfil, o empreendedor define o investimento, quais serão os fornecedores e como será o funcionamento da empresa e no plano de negócio definirá a estrutura das despesas mensais. Cabe a ele acompanhar o diagnóstico da empresa, avaliar as oportunidades existentes e também manter o controle financeiro, desde o início do investimento, trabalhando com a atração do cliente, que é a chave do sucesso. 5 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Dolabela (1999) salienta que a atitude empreendedora é estimulada para o desenvolvimento e é constituída de uma realização pessoal diferente dos demais indivíduos, pois os empreendedores não se preocupam com a quantidade de horas trabalhadas em um dia, também não possuem pensamento em qual vai ser o momento certo para se aposentar. Eles estão preocupados em sanar necessidades não atendidas pelo mercado atual, procurando criar modernos negócios. Em geral, esses negócios são novos insights de negócios que já estão no mercado, claro que com modificações para atingir os aspectos de melhorias, somados à criatividade, influenciada por experiências anteriores em um aproveitamento da real oportunidade e do preenchimento de lacunas em determinados segmentos, até mesmo na venda de produtos e serviços atendendo demandas específicas de um nicho de mercado, (LONGENECKER et al., 2007). Para Cohen (2001), uma boa idéia não se transforma por si só em resultados sem antes ter passado por um planejamento, por um estudo de viabilidade de recursos e sem ter mensurado quais são os investimentos possíveis. Contudo, são necessárias ações eficazes para então chegar ao que se chama de sucesso. 2.3 Empreendedorismo corporativo De acordo com Dornelas (2003), o comportamento empreendedor não se restringe aos líderes, mas deve ser compartilhado por todas as esferas, para que todo o corpo da empresa realize ações empreendedoras. Grandes oportunidades de negócio podem passar, sem serem colocadas em prática, pelo fato de os executivos não saberem o que acontece em todos os níveis hierárquicos. É de suma importância que os indivíduos se mantenham informados sobre o que ocorre na empresa, mesmo que seja externo ao seu departamento, e que estejam dispostos a participar de ações que dizem respeito à organização, bem como usufruir das condições disponíveis para se destacar em todos os setores, pois essa é uma característica marcante do empreendedor, do líder, que vai buscar novas formas de gerir os procedimentos atuais. Outro fato é que nas empresas existem dois tipos de liderança, aquela que pertence apenas ao executivo, na qual há uma responsabilidade formal e hierarquicamente definida pela situação e função que o empreendedor exerce dentro da organização, se preocupando apenas com a estruturação para os demais trabalharem; e aquela que é dividida entre todos os funcionários, essa sim pode vir composta por visões de oportunidades e inovação de mercado, mudanças e melhorias para a organização, pois o indivíduo que está no nível mais alto talvez não passe pelas dificuldades do nível mais baixo. Portanto, não é capaz de decifrar as oportunidades no momento certo. Mas, para as duas lideranças se destacarem dentro da empresa e juntas construírem o espírito empreendedor, é necessário que se propague na empresa uma cultura onde todos os níveis despertem esse espírito empreendedor e exerçam um comportamento com visão na oportunidade e na inovação. A inovação faz parte da mudança, transformando o processo que era feito de uma forma, em outro muito mais prático e até mesmo de criar algo novo, de converter o dia-a-dia em um dia muito melhor. O momento de criar algo novo está relacionado com invenções e a diferença entre o inventor e o empreendedor é que o primeiro possui o instinto de apenas 6 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br criar, dar forma a algo sem se preocupar com as métricas, já o empreendedor almeja sucesso em cima da criação, ele possui um espírito de visualizar as oportunidades no ato de inovar e também carrega consigo a forma de administrar um negócio. Soistak (2008) afirma que qualquer pessoa pode ter características de um empreendedor. Mas essas características também podem ser adquiridas, desenvolvidas e aperfeiçoadas com o passar do tempo, por meio de cursos, treinamentos, participando de congressos, seminários e reciclando-se dia a dia para acompanhar as tendências do mercado e para manter-se atualizado profissionalmente. Para melhorar o potencial da empresa, o empreendedor corporativo precisa agrupar inúmeras características empreendedoras, tais como: • Iniciativa e busca de oportunidade; • Persistência; • Comprometimento com tudo aquilo que faz; • Qualidade e eficiência; • Correr riscos calculados; • Atingir metas; • Possuir dedicação exclusiva; • Obter um bom planejamento; • Adquirir ao longo da vida de empreendedor um rol de contatos; e • Acima de tudo, depositar autoconfiança naquilo que faz. Dornelas (2003) relata que para descobrir o empreendedor dentro da organização é preciso trabalhar a motivação dos funcionários transformando o empreendedorismo em uma cultura organizacional. O conceito de empreendedorismo colocado de uma forma forçada dentro da empresa pode não atingir os efeitos desejados, no entanto, deve ser implantado de forma gradativa, trabalhando o lado emocional de cada pessoa envolvida, despertando o instinto empreendedor. O autor ainda ressalta que o conceito de empreendedorismo corporativo não é um tema novo, trata-se de uma mudança dentro da organização, causando uma renovação nas formas de gerir, o que faz com que todo o grupo passe a agir como empreendedores. Este conceito pode ser visto como: • Alto grau de empreendedorismo dentro da organização; • Estabelecimento de uma cultura inovadora; • Empregados agindo como se fossem proprietários; e • Realocação dos recursos e competências em novas e diferentes maneiras de gerir o negócio. Segundo Amâncio (2009), para que o empreendedorismo corporativo aconteça dentro das organizações é necessário que os colaboradores ajam de forma diferente e que estejam estimulados a propor e aceitar a inovação, mas para que isso aconteça é importante despertar o lado empreendedor de cada colaborador, visando agregar valor para as atividades exercidas dentro da organização. Para Hashimoto (2009), o empreendedorismo corporativo não se restringe a fazer um plano cooperativo com os colaboradores em busca de novas idéias, mas também objetivando transformá-la em realidade. Este processo deve acontecer de forma contínua e com a preocupação em criar fluxos rotineiros em busca de novas adequações ao processo de 7 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br trabalho. Cabe destacar que o colaborador que implanta a idéia é, de certa forma, mais empreendedor do que o indivíduo que teve a idéia e não a colocou em prática. Mas ainda, os líderes empresariais não estão preparados para lidar com esse tipo de empreendedor, pois de nada adianta os colaboradores se mostrarem empreendedores, se não encontrarem condições para direcionar suas competências em prol da empresa. E para ser empreendedor corporativo, também é necessário ser flexível ao direito de errar, pois a inovação requer um tempo de teste, às vezes o empreendedor vai tentar de imediato atingir resultados e não vai conseguir, onde a persistência é indispensável. A orientação empreendedora deve acontecer no todo da organização e não apenas em um setor isolado, ou em um determinado grupo de funcionários. Deve influenciar na maneira processual e na missão da organização, para então obter impactos positivos. Todas as empresas possuem ações empreendedoras, seja de forma mais transparente ou discreta, mas o que falta é o investimento em cada colaborador, no sentido de inovar e o estímulo na capacidade de assumir riscos, pois os colaboradores precisam estar envolvidos com a busca de novas oportunidades. Monsen e Boss (2008), mais especificamente, a ação empresarial, usando uma perspectiva de empreendedorismo estratégico é útil para identificar e explorar as oportunidades, e para isto, é desejável que a equipe seja composta por indivíduos que apresentem características próprias de empreendedores corporativos, tais como: conseguir antever as tendências, tomar decisões com sabedoria, destacar-se entre os demais, direcionar as oportunidades de acordo com os objetivos, ser determinado e dinâmico, ser eterno apaixonado pelo que faz. Dedicar boa parte do tempo ao negócio, possuir iniciativa, compartilhar idéias com o grupo, estar disposto a ter bom relacionamento, planejar o futuro, ir em busca do conhecimento e estar disposto a assumir riscos, ressaltando que dificilmente um indivíduo possuirá todas as características listadas acima, mas que somadas às atribuições dos demais componentes, constituirá um importante recurso para que os objetivos da organização sejam alcançados. 2.4 Franchising, ensino profissionalizante e o mundo empreendedor Segundo o SEBRAE (2008), antes de investir, o empreendedor precisa definir o foco, qual o tipo de negócio que está relacionado com o seu perfil, quais são as vantagens e desvantagens de um negócio, independente se for uma franquia ou não. Neste caso, há o franqueador, que necessita possuir liderança à frente dos negócios, depositar confiança no franqueado, esperando que esse multiplique a marca, progrida no ramo e que também esteja comprometido com o sucesso do empreendedor. O franqueado, por sua vez, espera ser bem sucedido, confia no estágio e ciclo de vida do empreendimento, acredita na força da marca registrada, espera bom atendimento e consultoria por parte do franqueador, bem como a rentabilidade, de acordo com seu investimento. Uma franquia possui marca, tecnologia, consultoria empresarial, produtos ou serviços, mesmo que a autonomia do empreendedor seja insignificante, os riscos são bem menores do que um empreendimento convencional, pois o negócio já está estabelecido e o público já conhece a marca. Tanto o franqueador, quanto o franqueado são empreendedores e possuem uma relação mútua de fidelidade, sendo que um depende do outro para alcançar o sucesso. A diferença está na forma de gerir o negócio, pois uma franquia já vem pronta, basta realizar os 8 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br procedimentos, de acordo com o que é imposto. No entanto, um negócio independente apresenta mais riscos e o empreendedor precisa dispor de criatividade para criar a marca, investimento para pagar consultoria e direcionar seus esforços em busca do sucesso, mas por outro lado ele possui a liberdade de mudar de ramo quando julgar ser necessário. Ao optar por uma franquia, ele vai descobrir que é a seqüência de um negócio criado inicialmente por um franqueador que impõe padrões e incorpora marca e tecnologia ao produto ou serviço, limitando as iniciativas do empreendedor franqueado. Esse acordo é firmado entre as duas partes, mediante contrato assinado. Esse tipo de negócio cresce constantemente no Brasil e no mundo, e a legalidade é constituída pela Lei 8.955, de 14/02/94 (SEBRAE, 2008). Para gerir essa modalidade de negócio no Brasil, foi criada, em 1987, a Associação Brasileira de Franchising (ABF), que veio para melhorar o relacionamento entre todos os ramos do mesmo segmento e os empreendedores envolvidos na criação dessa associação não imaginavam que futuramente ela viria a ocupar o quarto lugar no ranking nacional de negócios. Esse sistema é encontrado em diversos ramos no Brasil e muitos empreendedores aderem ao modelo de franquia para evitar que a concorrência consiga progredir no mesmo mercado, ou até mesmo como elo entre o cliente e o negócio, tentando assim a sensibilização do cliente na fidelização da marca, (CHERTO, 2008). Longenecker et al. (2007) definem franquia como o segmento que oferece produtos ou serviços que já foram desenvolvidos por um empreendedor, já foram testados para mensurar a rentabilidade e estão em pleno funcionamento. Nessa modalidade de negócio, o empreendedor possui a facilidade no tocante à boa aceitação da marca no mercado, mas com liberdade limitada no que diz respeito às inovações e criação de novas formas de gerir o negócio, para evitar os possíveis riscos inerentes ao negócio. Ainda, os empreendedores que optarem por uma franquia podem contar com a consultoria que orienta quanto à escolha do local, qual é a forma de arranjo que a nova unidade deve seguir, a pesquisa e o conhecimento do mercado específico, como deve ser a administração da mão-de-obra, incluindo aspectos legais e jurídicos, especificação dos materiais, máquinas e equipamentos envolvidos na unidade e também o auxílio na relação franquia e fornecedor para trabalhar com as finanças. Tudo isso se dá pela razão de que se trata de uma marca que já tem aceitação e até fidelidade por parte dos consumidores. O franqueado precisa respeitar as limitações impostas pelo franqueador, ou seja, há passividade quanto à gestão do negócio, mas por outro lado, o apoio e o suporte por parte do franqueador é garantido, o que tem favorecido o sucesso de qualquer empreendimento. Uma franquia pode trazer muitas decepções ao longo da vida útil, portanto, é importante que o gestor possua uma imagem da real situação e saiba quais os benefícios e as dificuldades encontradas por essas modalidades de negócio, (SEBRAE, 2008). As franquias vêm se destacando, mesmo com a incerteza da economia mundial, diante das quais os investidores receiam perder dinheiro e buscam segurança para investir. Deste modo, a opção por se tornar um franqueado tem se tornado mais freqüente. Neste sentido Catta-Preta (2009), afirma que o setor de educação e treinamento, em forma de uma unidade de franquia é gratificante, no sentido de ser um trabalho que envolve a 9 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br capacitação de pessoas, e é possível ao franqueado presenciar o destaque delas, em um mercado onde não basta ser bom, é preciso ser o melhor. Mas nesse segmento de mercado é preciso muito investimento no grupo de funcionários atuantes, por se tratar de um ramo de negócio com a concorrência acirrada. De acordo com Soares (2009), a franquia se consolidou como um dos mais importantes setores da economia, logo, esse tipo de escolha justifica-se devido à incerteza por parte do empreendedor no que diz respeito ao sucesso do empreendimento e ao retorno do investimento feito e nesse tipo de negócio ele vai trabalhar de forma transparente, onde o franqueador irá detalhar todos os relatórios contábeis que envolvem a franquia, baseada na Lei 9.955/94, que instituiu a obrigatoriedade de que o franqueador disponibilize ao futuro franqueado informações sobre o empreendimento. A ABF (2008) acrescenta que, apesar de todas as vantagens proporcionadas pela franquia, é imprescindível a necessidade de avaliar todos os pontos cruciais inerentes a um novo negócio, dentre eles atentarem-se ao perfil do indivíduo com relação ao segmento almejado, isto é, tal modalidade não se constitui algo pronto, destinado ao sucesso. Este depende, e muito, do conjunto de atributos do empreendedor e as ações dele decorrentes. 3 Metodologia De forma a atender aos objetivos do estudo foram utilizadas pesquisa exploratória e pesquisa descritiva transversal única. Malhotra (2006) conceitua a pesquisa exploratória como sendo uma forma de oferecer uma compreensão maior sobre o problema, seja para conceituálo com exatidão, determinar acontecimentos, elaborar suposições, e até mesmo adquirir dados extras. No entanto, muitas vezes é necessário complementá-la com pesquisas adicionais ou conclusivas, pois os resultados da pesquisa exploratória não podem ser considerados finais. No presente estudo, complementou-se a pesquisa exploratória, que se baseou em dados secundários, extraídos de livros, revistas, anais e Internet, com pesquisa descritiva transversal única. A pesquisa descritiva é uma pesquisa estruturada e tem como objetivo a solução de um problema ou avaliação de alternativas de cursos de ação. É utilizada para apresentar as características de conjuntos de pessoas, determinarem a proporção de pessoas em um grupo que apresentem certos atributos ou comportamentos e investigar ou confirmar vínculos entre variáveis. Os propósitos devem estar bem especificados, devido ao aspecto formal desse tipo de pesquisa. Para a pesquisa foi elaborado um questionário com questões, contendo perguntas abertas, fechadas e também se utilizou a escala de Likert. Somadas aos resultados obtidos com os questionários, também foram utilizadas informações coletadas através de conversas informais. A pesquisa foi realizada com colaboradores que desempenham funções em unidades de franquia no segmento ensino profissionalizante do município de Dourados – MS, Brasil. O universo de colaboradores das quatro unidades de franquia no segmento ensino profissionalizante do município de Dourados totalizou 80 funcionários. Foram distribuídos os questionários para todos os colaboradores da empresa, mas somente retornaram 30 10 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br questionários validados. Foi realizado um pré-teste com 3 indivíduos nos dias 14 e 15 de abril de 2009, e alterou-se algumas questões, para melhor entendimento dos respondentes, desconsiderando do total os questionários do pré-teste. A pesquisa foi efetuada entre os dias 05 a 28 de maio de 2009. Para análise dos dados utilizou-se de programa estatístico, análise e discussão dos dados e posteriormente as considerações finais do estudo. 4 Análise e discussão dos dados Os colaboradores pesquisados das unidades de franquia do ensino profissionalizante do município de Dourados – MS, são em sua maioria, do gênero feminino (53,33%). No tocante à faixa etária, 50% possuem entre 18 e 24 anos, seguido dos 33,33% possuem entre 25 e 31 anos. Quanto à formação escolar, o ensino superior incompleto compreende a maioria dos respondentes. Ao serem questionados sobre os cargos e função que cada profissional ocupa na empresa, constatou-se que os respondentes vêem esses dois termos como sinônimos, inclusive não citaram suas funções, e o cargo que mais se destacou foi o de instrutor, com 36,67% das respostas. Os pesquisados atuam, em média, há 22 meses nas unidades, o que pode indicar certa rotatividade de funcionários, principalmente dos que ocupam cargos de recepcionista, pois ao analisar o tempo médio, de acordo com cada cargo, constatou-se que o cargo citado permanece um tempo menor (7 meses), quando comparados ao cargo que possui a maior taxa de estabilidade, que é o de Coordenador Pedagógico, cuja média é de 44 meses. Nas franquias pesquisadas predomina a remuneração de acordo com a produção, com 36,67% das respostas. Tal fato reflete a política salarial das franquias, principalmente envolvendo os cargos de instrutores, que usualmente recebem conforme as aulas dadas. Ao se comparar a faixa salarial com a formação escolar dos respondentes, constatou-se que grande parte dos respondentes são remunerados de acordo com a produção, e possuem ensino superior incompleto. Essa remuneração se justifica pelo cargo que exercem, neste caso, o de instrutores. Por sua vez, os pesquisados que ocupam o cargo de recepcionista possuem como formação o ensino médio incompleto ou completo, refletindo essa formação no salário mensal. Mostra que a remuneração está ligada ao grau de escolaridade, desde que sejam exercidas as funções compatíveis à formação. Setenta por cento dos colaboradores das unidades de franquias pesquisadas contam com o auxílio da criatividade para o desempenho das funções, 60% possuem preocupação com o cliente final, 70% se preocupam em conhecer assuntos que dizem respeito à organização, mesmo que não sejam inerentes as funções de cada um. No que diz respeito a preocupação em atrair clientes, 66,67% julgam importante que o cliente faça parte da organização, e através de uma análise subjetiva, baseada em conversas informais, constatouse que o cliente é parte fundamental das franquias, pois ele bem atendido e satisfeito, é retorno absoluto para os colaboradores e principalmente para a franquia, lembrando ainda que cada unidade do segmento pesquisado desempenha o papel de capacitar indivíduos interessados em complementar a formação escolar, inclusive, nas franquias pesquisadas há uma política de busca do cliente no mercado. 11 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Para 50% dos funcionários, é importante fazer parte da tomada de decisão, pois somado à motivação gerada pela participação, ainda há o estímulo de novas idéias, mas são apenas 20% que acreditam ser possível essa atitude, devido ao fato de as empresas pesquisadas serem unidades de franquia, marcadas pela rigidez das cláusulas contratuais impostas pela franqueadora. Quanto à percepção da motivação no ambiente de trabalho, somente 33,33% dos respondentes afirmam que os colegas trabalham motivados, e constatouse que o sucesso profissional é mais importante do que a remuneração, com 40% das respostas. Por se tratar de unidades de franquia, 83,33% dos pesquisados afirmam que os procedimentos são padronizados, pois a modalidade franquia determina como deve ser o processo, não permitindo que algumas mudanças sejam feitas sem prévia anuência da franqueadora. No entanto, ao serem questionados sobre adaptações, para contornar os efeitos da intensa padronização imposta, 67,86% dos respondentes afirmaram que utilizam sua marca pessoal e, dentre os que se utilizam dessa prática, o maior número de respostas foi a dos instrutores, que ajustam os métodos ao grau de conhecimento do aluno (37,86%). Percentual igual ao dos vendedores que mantém o foco no cliente, o que ocorre devido ao fato de os primeiros estarem voltados para alunos que frequentam os cursos oferecidos pela franquia e os últimos estarem interessados em atrair novos clientes. Esses pesquisados acreditam que mesmo com a padronização da franquia, é possível deixar a impressão pessoal nas suas atividades, mesmo com essa possibilidade, deve-se ressaltar que 32,14% dos respondentes não colocam sua marca pessoal, o que é um número expressivo, ainda mais considerando a parcela dos pesquisados que afirmam cumprir apenas as suas obrigações, diante deste fato, percebe-se a ausência do perfil empreendedor nestes indivíduos. Ressalta-se que a criatividade, visando, dentre outros objetivos, a satisfação do cliente, está ligada diretamente à atribuição da marca pessoal no desempenho de suas funções. Revela que 53,33% colocam-se à disposição da empresa, para que então o cumprimento das metas seja determinado por um líder, e, dessa forma verifica-se a dedicação dos colaboradores em sentir-se como parte integrante da organização, inteirando-se da situação atual da franquia, preferindo o destaque profissional à remuneração. Para 40% dos colaboradores das unidades de franquia, quando há conflito entre colegas de trabalho, eles se envolvem e ajudam a buscar soluções, mas 33,33% procuram não se envolver, até mesmo deixando para que o superior imediato resolva as situações conflitantes, como 26,67% dos pesquisados revelaram. Quanto à disposição a assumir riscos, 50% dos pesquisados se mantém estável procurando minimizar riscos de falhas e 36,67% afirmam não ter medo de falhar. Para 53,33% dos pesquisados não há valorização dos colaboradores que mais se destacam no trabalho. Já nas unidades onde isso ocorre, as formas de reconhecimento mais freqüentes são o destaque profissional, com 85,71%, e a bonificação salarial, que ocupa o 2º lugar com 14,29% das respostas. Ao analisar as respostas, de acordo com os cargos e funções ocupadas, verifica-se que na opinião dos respondentes, o cargo de instrutor está entre os que, não possuem uma valorização para aqueles que ultrapassam suas metas. Dos que dispõem de reconhecimento por parte da franquia, destacam-se os cargos de vendedor e recepcionista, 12 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br conforme informação coletada através de diálogos com os colaboradores. Tal motivo se dá pelo fato de trabalharem com foco principal no cliente, em uma escala maior do que o verificado nos outros cargos, pois nota-se uma dedicação enorme naquilo que fazem por conta desse reconhecimento. Foi possível constatar que diante de imprevistos, 40% dos pesquisados buscam ajuda de um superior imediato, percentual igual àqueles que tentam transformar problemas em solução, sem contar com a ajuda de alguém. Já os que buscam resolver situações imprevistas com ajuda de colegas, totalizaram 13,33%, e 6,67% dos colaboradores afirmaram não se sentir preparados para situações imprevistas, como dados mais significativos da questão. 5 Considerações finais O presente estudo realizou um diagnóstico sobre o empreendedorismo corporativo nas unidades de franquia no segmento ensino profissionalizante do município de DouradosMS. Todas as empresas pesquisadas demonstraram ações empreendedoras, seja de forma mais transparente ou discreta. Conforme as características citadas no decorrer deste trabalho, é possível afirmar que nas unidades pesquisadas nota-se a presença de indivíduos com perfil empreendedor. Contudo, é importante que esse estudo seja avaliado pelos gestores, para que despertem o instinto empreendedor dos colaboradores visando atingir os objetivos da organização. Constatou-se que as unidades pesquisadas não possuem autonomia com relação à franqueadora, no que diz respeito aos processos, devido à rigidez contratual. Apesar disto, a maioria dos pesquisados afirmou colocar sua marca pessoal no exercício de suas atividades. Dentre as falhas elencadas, foi constatada a ausência de investimento em cada colaborador, no sentido de inovação, bem como uma notória falta de estímulo na capacidade de assumir riscos, pois os colaboradores precisam estar envolvidos com a busca de novas oportunidades, comprovando o que a literatura referencia sobre o tema. Notou-se ainda que não há avaliações de desempenho dos funcionários, o que poderia prognosticar o surgimento de problemas e sugerir planos de ação mais efetivos. As unidades pesquisadas apresentam uma política de valorização diferente para cada cargo ocupado. O cargo de instrutor foi o que menos se mostrou empreendedor, pois os colaboradores, na maioria das vezes, não fazem parte do quadro efetivo da franquia e, geralmente possuem outro emprego e complementam a renda com as aulas, ou seja, não dispõem de tempo livre para dedicarem-se às aulas e não há comprometimento com a empresa. Outro fator que inibe a manifestação de atitudes empreendedoras se deve à intensa padronização dos processos por parte da franqueadora, principalmente quanto ao roteiro a ser seguido nas aulas. Deve-se ressaltar ainda que a remuneração é baseada no número de horasaula ministrada, independente do número de alunos, resultando no fato de que não há uma preocupação dos instrutores em cativar o cliente (neste caso, aluno). Os vendedores representam o cargo que demonstrou mais características empreendedoras, pois além de fazer parte do quadro de funcionários da franquia, possuem valorização extra, no sentido de reconhecimento profissional, o que os torna motivados a atingir metas e objetivos. Para finalizar, é possível diagnosticar a necessidade de os grupos serem mais envolvidos com a forma empreendedora de gerir, para então obter resultados positivos, proporcionando oportunidades para que todos os funcionários da organização possam atuar 13 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br como empreendedores corporativos. Recomenda-se aos flanqueados a realização de cursos aos gestores para melhor entendimento e preparação para trabalharem com empreendedorismo corporativo e com isso obterem maiores e melhores resultados, tanto em termos de integração dos funcionários, como maior lucratividade. Referências ABF – Associação Brasileira de Franchising. 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