Universidade São Judas Tadeu
Curso de Direito
Disciplina : Economia
Apostila de Apoio nº 1
1 – Noções Gerais de Economia
A escassez é o problema econômico central de qualquer sociedade. Não houvesse escassez não haveria
necessidade de se estudar Economia.
A escassez ocorre porque as necessidades humanas a serem satisfeitas através do consumo dos mais diversos
tipos de bens, como alimentação, vestuário e moradia, e serviços, como de saúde, de educação e transporte são
ilimitadas, ao passo que os recursos produtivos (matérias primas, terra, mão de obra máquinas e equipamentos)
disponíveis e que são alocados na produção são insuficientes para se produzir o volume de bens e serviços
necessários para satisfazer as necessidades de todas as pessoas.
Portanto, a escassez atinge qualquer tipo de sociedade, rica ou pobre em diferentes intensidades.
Em razão da escassez são necessárias escolhas, visto que não é possível produzir tudo aquilo que as pessoas
desejam. Então devem ser elaborados mecanismos que auxiliem as sociedades a decidir quais bens serão produzidos
e quais necessidades serão atendidas.
Neste sentido a escassez é a preocupação básica da Ciência Econômica.
CONCEITOS DE ECONOMIA
Economia: do grego oikos (casa) nomos (norma, lei) portanto oikonomia significa a “administração de uma
unidade habitacional (casa) ou ainda “administração da coisa pública” ou de um Estado.
Em outros termos podemos definir economia como:
“A ciência que estuda a maneira pela qual as coletividades organizam seus recursos para transforma-los em bens
e serviços e satisfazer suas necessidades.”
Ou ainda:
“A economia é o estudo de como as pessoas ganham a ida, adquirem alimentos, casas, roupa e outros bens,
sejam eles necessários ou de luxo. Estuda, sobretudo, os problemas enfrentados por estas pessoas e as maneiras
pelas quais estes problemas podem ser contornados.”
Wonnacotti
“A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter
utilizações alternativas, para produzir bens variados e para os distribuir para consumo, agora ou no futuro, entre
várias pessoas e grupos da sociedade.”
Paul Samuelson
SISTEMA ECONÔMICO
Um “Sistema Econômico” é a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades
econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços.
Toda economia opera segundo um conjunto de regras e regulamentos. Por exemplo, as empresas devem ter
licenças especificas a fim de que possam produzir e vender seus produtos, os trabalhadores devem ser registrados
em carteira, os advogados, a fim de que possam exercer sua profissão devem ser formados em escolas oficialmente
reconhecidas, além de terem de ser filiados a órgão de classe, no caso a Ordem dos Advogados. Faz-se o mesmo
tipo de exigência para profissionais de diversas categorias, tais como médicos, engenheiros, economistas etc.
Essas são apenas algumas das regras existentes em nossa economia. Assim todas as leis, regulamentos,
costumes e práticas tomados em conjunto, e suas reações com os componentes de uma economia (empresas,
famílias e governo) constituem o que denominamos “Sistema Econômico”
ESCASSES E ESCOLHA.
Questão
Central da
Economia
R Æ BS Æ NH
RECURSOS, FATORES OU MEIOS DE PRODUÇÃO. (R)
Os recursos econômicos, que constituem a base de qualquer economia, são os meios utilizados pela
sociedade para a produção de bens e serviços que irão satisfazer às necessidades humanas.
x
Características dos recursos econômicos.
A) Escassos Æ Representados por uma situação na qual os recursos podem ser utilizados na produção de
diferentes bens e serviços, de tal modo que devemos sacrificar um bem ou serviço por outro (limitados)
B) Versáteis Æ São aqueles que podem ser aproveitados em diversos usos. Ex.: A farinha de trigo pode ser
utilizada na produção de pão ou então na fabricação de macarrão
C) Podem ser “combinados em proporções variáveis” na produção de bens e serviços. Ex.: Insumos
importados quando substituídos por insumos nacionais em razão do aumento do preço decorrente de
desvalorização cambial. (aumento do preço da moeda estrangeira frente a moeda nacional)
RESUMO: Os recursos econômicos são escassos, versáteis e podem ser combinados em proporções variadas.
Quanto à classificação os recursos podem ser agrupados em:
A) RECURSOS NATURAIS Æ São os bens econômicos utilizados na produção e que são obtidos diretamente
da natureza, como os solos (urbanos e agrícolas), os minerais, as águas, (dos rios, dos lagos, dos mares, dos
oceanos e do subsolo), a fauna, a flora, o sol e o vento (como fontes de energia) entre outros. São recursos
presentes na natureza e denominados como “TERRA” pelos economistas.
B) RECURSOS HUMANOS Æ Incluem atividade humana (esforço físico e/ou mental) utilizada na produção
de bens e serviços, como: os serviços técnicos de um advogado, do médico, do economista, do engenheiro,
ou a mão-de-obra do eletricista, do encanador, etc. São recursos dados em função do conhecimento e das
habilidades que as pessoas obtém por meio da educação e da experiência em atividades produtivas,
denominados pelos economistas como “TRABALHO”.
C) CAPITAL ou BENS DE CAPITALÆ Abrange todos os bens materiais produzidos pelo homem e que são
utilizados na produção. O fator capital inclui o conjunto de riquezas acumuladas por uma sociedade, e é com
essas riquezas que um país desenvolve suas atividades de produção. Cabe ressaltar que, para haver capital, é
fundamental a participação do ser humano, ou seja, que não existe capital sem trabalho.
Além disso, é normal associarmos os bens de capital com dinheiro, ativos financeiros (ações, títulos,
etc.), porém tais instrumentos são considerados como capital financeiro e não constituem riqueza, e sim
direitos a ela. Não haverá aumento de riqueza na sociedade se esses direitos de papel aumentarem sem que
ocorra aumento correspondente de edifícios, equipamentos, estoques etc.
Entre os principais grupos de riquezas acumuladas por uma sociedade estão os seguintes:
Infra-estrutura (transportes, telecomunicações, energia)
Infra-estrutura social (sistemas de água e saneamento, educação, cultura, segurança, saúde, lazer e esportes)
Construções e edificações de modo geral, sejam públicas ou privadas. Ex. Galpão industrial, edifícios comerciais,
etc.
Equipamentos de transporte (caminhões, ônibus, utilitários, locomotivas, vagões, embarcações, aeronaves).
D) CAPACIDADE EMPRESARIALÆ Alguns economistas consideram a “capacidade empresarial” como
sendo também um fator de produção. Isto porque o empresário exerce funções fundamentais para o processo
produtivo. É ele quem organiza a produção reunindo e combinado os demais recursos produtivos,
assumindo, assim, todos os riscos inerentes à elaboração de bens e serviços. É ele que colhe os ganhos
(lucro) ou as perdas do fracasso (prejuízo). Em algumas firmas o empresário pode ter uma dupla função e ser
também o gerente; em outras, tal fato não ocorre. De qualquer maneira, a função empresarial é necessária na
economia.
RESUMO:
“Os recursos classificam-se em: TERRA, TRABALHO E CAPITAL”.
A remuneração dos proprietários dos recursos representa o preço pago pela utilização dos fatores de produção.
Esta remuneração depende do tipo de recurso. Assim:
RECURSO
REMUNERAÇÃO
Terra
aluguel
Trabalho
salário
Capital financeiro
Juros
Bens de Capital
Lucro
BENS E SERVIÇOS
Bem Æ Tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias necessidades humanas, por essa razão, um bem é
procurado: porque é útil.
Classificação dos Bens
(quanto à raridade)
Bens livres = Existem em quantidade ilimitada e podem
ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano.
Exemplos: Luz solar, ar, mar (satisfazem as necessidades
humanas, mas cuja utilização não implica relações de
ordem econômica. Não tem preço)
Bens Econômicos = Relativamente escassos e supõe a
ocorrência de esforço humano na sua obtenção. Tais bens
apresentam como característica básica o fato de terem um
preço (preço maior que zero)
Classificação dos Bens
Econômicos.
(quanto à natureza)
Bens materiais = Tangíveis, pois podemos atribuir a eles
características como peso, altura, etc.
Ex.: Alimentos, roupas, etc.
Bens Imateriais ou Serviços = São intangíveis, ou seja,
não podem ser tocados. Ex.: Serviços de um advogado,
serviços de transporte, serviços médicos, ou seja, acabam
no mesmo momento de sua produção. Isto é de uso
instantâneo.
Classificação dos Bens
Materiais
(quanto ao destino)
Bens de consumo: Utilizados diretamente para a
satisfação das necessidades humanas. Dividem-se como:
bens de consumo durável, ou seja, podem ser usados
por muito tempo. Carros, eletrodomésticos, móveis, etc.e
bens de consumo não-durável, ou seja, desaparecem
uma vez utilizados. Alimentos, cigarros, gasolina, etc.
Bens de capital (produção) = São aqueles que
permitem produzir outros bens. Máquinas,
computadores, equipamentos, instalações, edifícios,
etc.
Bens finais Æ São considerados bens finais os bens de consumo e bens de capital uma vez que passaram por todo o
processo de transformação possível, ou seja, são bens acabados.
Bens intermediários Æ São aqueles que ainda precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva. Eles
são produtos utilizados no processo de produção de outros produtos, sendo também classificados como bens de
capital. Exemplo: Fertilizantes, aço, vidro, borracha, etc.
QUESTÕES ECONÔMICAS FUNDAMENTAIS (O quê?, como? e para quem?)
Em razão da quantidade limitada de recursos e as necessidades ilimitadas de uma sociedade são necessárias
escolhas em termos econômicos. Tais escolhas decorrem do problema da escassez e podem ser traduzidas em três
questões fundamentais:
A) O que e quanto produzir? Dado que os recursos são limitados deve-se escolher o que bens e serviços
produzir e em quais quantidades.
B) Como produzir? De que forma os bens e serviços serão produzidos, ou seja, qual a combinação de
recursos e técnicas que será utilizado para atingir os objetivos de produção definidos pela sociedade.
C) Para quem produzir? Depois de definir o que será produzido em termos quantitativos e a forma de
produção deve-se estabelecer o destino final desta produção, ou seja, a quem será distribuída na
sociedade.
CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO (CPP)
A curva de possibilidade de produção (CPP) é uma representação gráfica das escolhas que podem ser feitas
no âmbito da produção com os recursos disponíveis. Para que possamos representar uma curva de possibilidades de
produção é preciso admitir as seguintes hipóteses básicas:
1) A quantidade de recursos existentes é fixa durante o tempo de análise.
2) Todos os recursos de produção (terra, trabalho e capital) estão empregados na produção.
3) O nível tecnológico não sofre alterações, ou seja, mantém-se constante.
Em uma economia com milhares de produtos, as escolhas que enfrentamos são complexas. Para ver o problema
na forma mais simples, consideramos a mais básica economia, uma em que só podem ser produzidos dois bens
(roupa de algodão e trigo). Se decidirmos produzir mais comida (trigo) e reorientarmos nossos esforços neste
sentido, então não poderemos produzir tanta roupa. Vejamos esta questão com números.
Tabela de Possibilidades de Produção (Roupa versus Comida)
Opção
Comida (em toneladas) Unidades de Comida
Roupas (em m2)
sacrificadas para obter
mais uma unidade de
roupa. (custo de
oportunidade)
0
1
2
3
4
5
20
19
17
13
8
0
1
2
4
5
8
As opções abertas se catalogam na tabela de possibilidades de produção e na curva de possibilidades de
produção correspondente ao gráfico a seguir:
GRÁFICO DA CPP.
Considere primeiro um exemplo extremo, em que todos nossos recursos são utilizados na produção de
comida. Neste caso, denominada opção A, produziríamos 20 ton. De comida. Mas nada de roupa seria produzido. È
claro que esta opção não representa uma composição desejável de produção; estaríamos bem alimentados mas,
sentiríamos frio se andássemos sem nada no corpo. Nossa curva de possibilidades de produção é traçada de modo a
esclarecer o possível; os pontos da curva não são necessariamente desejáveis. E o ponto A é uma possibilidade.
No outro extremo, se só produzíssemos roupa, poderíamos fabricar 5 unidades correspondentes ao ponto F
no gráfico. Novamente, isto é um resultado possível, mas não desejável; estaríamos bem vestidos enquanto
passaríamos fome.
A FORMA DA CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO: CUSTOS DE OPORTUNIDADES
CRESCENTES
Situações mais interessantes e mais razoáveis são aquelas em que produzimos um pouco de ambos os bens.
Considere a maneira em que a economia poderia se deslocar do ponto A até o ponto F. No ponto A, nada se produz
com exceção de comida; esta se cultiva em todos os diferentes solos aráveis do Brasil. Para começar a produzir
roupa, plantaríamos algodão naqueles solos mais adequados para o cultivo do algodão- como por exemplo, no
estado de São Paulo.
Estes solos nos dariam muito algodão com um sacrifício relativamente pequeno da comida que poderia ter
sido produzida no mesmo local. Na curva de escolha seria representada por um movimento do ponto A até o ponto
B; só uma unidade de comida é sacrificada para obtermos a primeira unidade de roupa. Entretanto, se decidimos
produzir mais algodão, precisamos cultivar solos menos adequados para o algodão. Assim, para obtermos mais uma
unidade de roupa, precisamos sacrificar duas unidades de comida; a produção de comida cais de 19 para 17 unidades
se nos deslocarmos do ponto B para o ponto C. O custo de oportunidade da segunda unidade de roupa – o que é
necessário sacrificar para obter esta segunda unidade – é maior que o custo de oportunidade da primeira unidade.
O custo de oportunidade de um produto é a alternativa que tem de ser sacrificada a fim de se obter este
produto. (no exemplo, o custo de oportunidade de uma unidade de algodão é o trigo que não é produzido quando se
escolhe esta produção de algodão)
Mais aumentos na produção de algodão significam sempre maiores custos de oportunidade.
Em resumo, a tendência crescente no custo de oportunidade de algodão reflete as características
especializadas de nossos recursos. Nossos recursos não são completamente adaptáveis a usos alternativos. O solo de
uma determinada região não tem as mesmas aptidões para o cultivo de trigo e algodão. Portanto, o custo de
oportunidade para produção de algodão aumenta.. A CPP tem a concavidade voltada para a origem, conforme o
desenho do gráfico.
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO É UMA “FRONTEIRA”
A CPP revela o que uma economia é capaz de produzir. Reflete a produção máxima possível de dois bens.
Na prática, a produção realizada pode ficar aquém da potencial. Obviamente, se há desemprego em massa, estamos
perdendo uma parte de nosso recurso trabalho. (Ponto U na CPP). Neste ponto poderíamos produzir mais comida e
mais roupa (e ficarmos no ponto D), criando empregos para nossa força de trabalho. (Para restabelecer o plenoemprego, poder-se-ia escolher qq outro ponto na CPP, B, C ou E).
Portanto a CPP representa opções abertas à sociedade, mas não inclui todas as opções imagináveis.
Especificamente, não inclui todas as opções imagináveis. Especificamente, não inclui opções como o ponto U, que
significam o desemprego em massa e necessariamente situam-se dentro da curva. Assim , a CPP delineia uma
fronteira das opções abertas. Podemos escolher um ponto na fronteira se administrarmos bem a economia e
mantemos um nível alto de emprego. Alternativamente, se administramos mal a economia
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO: Algumas aplicações.
A CPP pode ser usada para explicar determinados conceitos básicos de economia.
A) O crescimento econômico.
Quando a quantidade de recursos disponíveis para produção de bens e serviços aumenta temos um
deslocamento da curva de possibilidades de produção para além de sua fronteira inicial.
Estes aumentos podem ser ocorrer com força de trabalho, o número de fábricas, os instrumentos de produção
ou mesmo a fronteira agrícola.
Outro aspecto que leva ao deslocamento da CPP para além de sua fronteira são os avanços tecnológicos. A
descoberta de novas formas de produção como por exemplo o aperfeiçoamento das sementes na agricultura,
a implantação de sistemas informatizados na prestação de serviços, podem proporcionar o deslocamento da CPP
mesmo que a quantidade de fatores de produção tenha permanecido inalterada.
DESLOCAMENTO DA CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
B) O crescimento econômico e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital
No sistema econômico são produzidos bens destinados ao consumo e bens de produção. Entretanto os bens de
produção sofrem desgastes a medida em que vão sendo utilizados e necessitam de substituição. A escolha entre
destinar os esforços produtivos para bens de produção em detrimento dos bens de consumo está associada às opções
pelo crescimento econômico.
Além de fabricar bens de consumo, é necessário produzir bens de capital, não só para repor aquilo que se
desgastou, mantendo assim o nível atual de produção de bens de consumo, como também para ampliar a capacidade
produtiva da economia.
Desta forma uma sociedade pode optar por direcionar parte dos recursos à produção de bens de capital,
acumulando bens como máquinas, fábricas, etc. ,ou seja, pode investir na formação de capital e parte dos recursos
para a produção de bens de consumo.
POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO ENTRE BENS DE CAPITAL E BENS DE CONSUMO
ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
As questões fundamentais da economia são tratadas de forma diferente em cada tipo sociedade. Estas
diferenças de tratamento estão associadas a organização da economia.
Existem três formas pelas quais a sociedade organiza sua economia a fim de resolver as questões
fundamentais que são:
- ECONOMIA DE MERCADO
- ECONOMIA PLANIFICADA CENTRALMENTE
- ECONOMIA MISTA
1 – ECONOMIA DE MERCADO.
O sistema de “economia de mercado” é típico das economias capitalistas as quais têm, como característica
básica, a propriedade privada dos meios de produção, tais como, fábricas e terras, e sua operação, tendo por objetivo
a obtenção de lucro, sob condições em que predomine a concorrência.
Em uma economia baseada na propriedade privada e na livre iniciativa, os agentes econômicos (indivíduos e
empresas) preocupam-se em resolver isoladamente seus próprios problemas, tentando sobreviver na concorrência
imposta pelos mercados.
Nesse tipo de sistema econômico, os consumidores e empresas, agindo individualmente, interagem através
dos mercados, acabando por determinar o que, como e para quem produzir.
A presença do governo neste tipo de economia resume-se ao atendimento das necessidades coletivas, tais
como justiça, educação, saúde, etc. Cabe ainda ao Estado o estabelecimento de regras visando proteger a liberdade
econômica, zelando, assim, pelo livre jogo da oferta e procura. Uma economia de mercado resolve os três problemas
econômicos fundamentais simultaneamente, conciliando oferta e procura em cada mercado específico.
FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA.
$
Mercado de Fatores de
Produção (Formação
dos
Preços
dos
Fatores)
$
2
EMPRESAS
FAMÍLIAS
4
$
Mercado de Bens e
Serviços (Formação dos
$
preços dos bens)
1 – As famílias oferecem a mão de obra para o processo produtivo e também podem ser detentoras dos meios de
produção;
2 – As empresas pagam as famílias pelo trabalho e remuneram também aquelas famílias detentoras dos meios de
produção.
3 – As famílias demandam bens e serviços produzidos pelas empresas.
4 – As empresas recebem das famílias o pagamento pelos bens e serviços ofertados.
FALHAS NO FUNCIONAMENTO DAS ECONOMIAS DE MERCADO
O sistema de “Economia de Mercado” tem as seguintes metas:
z
z
z
z
Eficiente alocação dos recursos escassos;
Distribuição justa de renda;
Estabilidade de preços; e
Crescimento econômico.
Mas apresenta várias contradições e falhas em seu funcionamento. Dentre elas podemos destacar:
x
x
x
x
Imperfeições na concorrência devido a estruturas de mercado monopolizadas ou oligopolizadas
Organização sindical forte que pode influenciar na formação de salários.
Intervenções governamentais na política salarial e de preços.
Incapacidade do mercado de promover uma perfeita alocação de recursos. A iniciativa privada não
estaria interessada em alocar recursos em projetos que exigissem altos investimentos e apresentassem retorno
lento, tais como a construção de usinas hidroelétricas, portos etc.
x Incapacidade do mercado em promover sozinho uma justa distribuição de renda (conflitos distributivos)
ESTRUTURAS DE MERCADO
Conceitos:
MERCADO: Entende-se por mercado um local ou contexto em que compradores (procura/demanda) e vendedores
(oferta) de bens, serviços e recursos estabelecem contatos e realizam transações.
O mercado consumidor pode ser dividido no consumo das famílias, que visa satisfazer suas necessidades
básicas e supérfluas, o consumo das empresas, que são compradores de recursos (trabalho, terra e capital) para
realizar a produção e o consumo do governo, que compra recursos para dotar a sociedade de bens e serviços (infraestrutura).
Do ponto de vista econômico o mercado é um conceito que não implica necessariamente a existência de um
lugar geográfico no qual as transações são efetivadas. Na prática as mercadorias podem ser comercializadas pelos
mais diversos canais de distribuição como feiras, lojas, bolsas de valores etc. sendo o conceito de mercado aplicado
em todos os casos.
ESTRUTURA DE MERCADO DE BENS FINAIS E SERVIÇOS
Os mercados estão estruturados segundo o número de empresas produtoras atuantes e a homogeneidade
(igualdade) ou diferenciação dos produtos de cada uma das empresas. Portanto podemos identificar e classificar as
seguintes estruturas da seguinte forma:
1) Concorrência Perfeita Æ é o tipo de mercado onde há um grande numero de compradores (consumidores)
e vendedores (empresas) e cada um é tão pequeno que nenhum deles, agindo individualmente, consegue
afetar o preço da mercadoria. Neste caso os produtos são também homogêneos. Exemplos: mercados de
produtos agrícolas.
2) Monopólio Æ é a situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos
próximos. É uma situação totalmente oposta à da concorrência perfeita, visto que do lado da oferta não há
concorrência e nem produto concorrente. Neste caso os consumidores aceitam as condições estipuladas pelo
monopolista, ou então abandonam o mercado deixando de consumir o produto. Exemplos: empresas que
possuem patente ou controle sobre uma fonte de recursos essencial para a elaboração do produto.
3) Concorrência monopolista Æ é uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo
produtos diferenciados, mas que são substitutos próximos entre si. É uma estrutura intermediaria entre a
concorrência perfeita e o monopólio. Os aspectos que diferenciam os produtos podem ser: a qualidade,
forma, desenho, apresentação, embalagem, etc. Isto faz com que os produtores sejam praticamente os únicos
a produzirem tal bem, o que lhes confere, ainda que temporariamente um certo poder monopolístico.
Exemplos: produtos de higiene (creme dental, sabonete, cremes diversos, condicionadores, desodorantes) e
limpeza (sabão em pó, detergente, limpadores de múltiplo uso, desinfetantes, etc).
4) OligopólioÆ é uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado,
controlando a oferta de um produto. Esse produto pode ser homogêneo ou diferenciado. Um exemplo de
oligopólio diferenciado é a indústria automobilística.
ESTRUTURA DE MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO
No mercado de fatores de produção, os indivíduos constituem-se nos vendedores dos recursos produtivos, ao
passo que as firmas são compradores dos mesmos. Esses fatores de produção terão um preço determinado pelos
mercados (salários, alugueis, juros e lucros, conforme o caso), havendo então um pagamento por parte das firmas
aos indivíduos quando das aquisições desses recursos.
As estruturas de mercado para os fatores de produção são:
1) MONOPSÔNIO Æ É o regime ou estrutura de mercado em que um único comprador concentra em suas
mãos a totalidade de compra dos fatores de produção, não obstante ele se defronte com grande número de
vendedores ou ofertantes de tais fatores. Nesse caso, os preços não são determinados pelos vendedores, mas
pelo único comprador. É comum dizer-se que o monopsônio freqüentemente deriva de um monopólio
instalado. De fato, um monopólio na venda de um produto pode determinar o monopsônio na compra dos
fatores de produção de um referido produto. Exemplos: Uma situação típica de monopsonista é a de um
produtor de automóveis que depende de um determinado número de fornecedores de algumas peças que não
são utilizadas por outros fabricantes. Pro essa razão, os pequenos fabricantes produzem peças apenas para
essa marca de automóveis. O produtor de automóveis é um monopsonista. Outro bom exemplo seria o caso do
fumo, pois em certa região produtora, existe apenas uma única empresa que adquire a folha do fumo para
industrialização.
2) OLIGOPSÔNIO Æ Esse tipo de estrutura de mercado é caracterizado pela existência de poucos
compradores (sendo que, se houver apenas dois, se denomina duopsônio), de modo que as ações de um ou
mais podem ter um efeito significativo sobre o preço de mercado dos outros compradores. É, portanto, um
mercado com poucos participantes (em número), mas grandes em tamanho, fazendo com que haja uma forte
interdependência entre as firmas, a exemplo do que ocorre com os oligopólios. Exemplos: No agronegócio
brasileiro, muitos casos se aproximam do status de oligopsônio. Isso acontece para o produto agrícola
processado (como na indústria de óleos vegetais, café solúvel, chocolate, cigarros frutas, verduras, suco de
laranja, suco de maracujá e carnes processadas, entre outras), ou seja, poucas grandes empresas
processadoras comprando produtos agropecuários diretamente dos agricultores ou por meio de cooperativas.
QUADRO RESUMO 1 - Estruturas de mercado de bens e serviços.
CARACTERÍSTICAS
N° de empresas
Tipo de Produto
Controle sobre preços
Condições de entrada
Exemplos
TIPOS DE MERCADO
Competição Perfeita Competição
Oligopólio
Monopolista
Muito grande
Muitas
Poucas
Padronizado
Diferenciado
Padroniz. e Dif.
Nenhum
Pequeno
Considerável
Sem barreiras
Sem barreiras
Com barreiras
Produtos agrícolas
Restaurante, lojas Automóveis, cia
de
varejo, aéreas
magazines
Monopólio
Uma
Único
Muito
Com barreiras
Energia elétrica,
telefonia fixa
QUADRO RESUMO 2 - Estruturas de mercado de fatores de produção
CARACTERÍSTICAS
N° de empresas
Tipo de fator de produção
Exemplos
MONOPSÔNIO
Única
Padronizado
Indústria
automobilística,
Industria de fumo
TIPOS DE MERCADO
OLIGOPSÔNIO
Poucas
Padronizado
Processadores de produtos agrícolas, como
café, suco de laranja, óleos vegetais, etc.
MICROECONOMIA
A “Economia” definida como a ciência que estuda a maneira pela qual a sociedade organiza seus recursos
disponíveis para transformá-los em bens e serviços e satisfazer suas necessidades, divide-se em dois campos de
estudo: a “microeconomia” e a “macroeconomia”.
O objetivo deste material é estudar a microeconomia. A seguir temos algumas definições para o termo
“microeconomia” presentes nos livros indicados nas referências bibliográficas.
“A microeconomia ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas, como as famílias,
ou consumidores, e as empresas. Estuda também os mercados em que operam os demandantes e ofertantes de
bens e ser5viços. A perspectiva microeconômica considera a atuação das diferentes unidades econômicas
como se fossem unidades individuais” (TROSTER & MOCHON)
“A análise microeconômica, ou teoria dos preços, como parte da ciência econômica, preocupa-se em
explicar como se determina o preço dos bens e serviços, bem como dos fatores de produção. O instrumental
microeconômico procura responder também, as questões aparentemente triviais; por exemplo, por que,
quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve cais, coeteris
paribus?” (VASCONCELOS & GARCIA)
“A microeconomia estuda as unidades (consumidores, firmas, trabalhadores, proprietários dos
recursos, etc.) componentes da economia e o modo como suas decisões e ações são interrelacionadas.” (MENDES)
“A Teoria Microeconômica, ou Microeconomia, preocupa-se em explicar o comportamento econômico
das unidades indivíduais de decisão representadas pelos consumidores, pelas firmas e pelos proprietários de
recursos produtivos. Ela estuda a interação entre firmas e consumidores e a maneira pela qual produção e
preço são determinados em mercados específicos.” (PASSO & NOGAMI)
Em resumo, a luz dos conceitos, a “microeconomia” é o estudo de como as unidades individuais em
economia (empresas e famílias) se comportam no processo de alocação dos recursos e realizam suas transações.
Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado.
Em sistemas econômicos capitalistas onde se destaca o Livre Mercado (não interferência externa na
determinação dos preços e quantidades ofertadas e consumidas), além da estrutura do mercado, os comportamentos
dos compradores e dos consumidores são fatores determinantes no processo de Formação de Preço de Venda dos
Produtos (preço de mercado).
Para que se possa conhecer realmente o funcionamento de um mercado é necessário conhecer também alguns
aspectos relacionados ao comportamento dos consumidores (demanda) e dos vendedores (oferta) conforme será
apresentado a seguir.
Lei da utilidade marginal decrescente.
Um dos modelos básicos que explicam o comportamento do consumidor é a lei da utilidade marginal
decrescente. Para que se possa entender melhor o que diz esta lei é necessário conhecer bem a definição de utilidade.
Utilidade em economia pode ser descrita como a satisfação que o consumidor obtém ao adquirir uma
unidade de um produto. A utilidade apresenta algumas características: é individual e subjetiva. Isto é, varia de
pessoa para pessoa e não tem unidade de medida padrão (exemplo de unidades de medida: kg, metro, litro).
Na verdade uma pessoa apenas consegue distinguir que um determinado produto possui maior ou menor
utilidade para ela naquele momento. Exemplo: Se cada aluno de uma sala de aula ganhasse R$ 50,00,
provavelmente, cada um iria comprar um produto diferente porque cada um tem uma utilidade maior para o produto
que escolheu comprar. A satisfação obtida pela aquisição de um bem ou serviço pode estar associada a uma
necessidade básica (alimentação e vestuário por exemplo) ou psicológica (como uma calça de uma grife famosa: a
pessoa certamente pagará caro por uma peça de vestuário assim, mas ela está comprando mais do que uma roupa,
ela está comprando status, reconhecimento social, beleza, conforto).
O fato é que cada pessoa de acordo com as suas necessidades, seu padrão de vida, suas preferências e gostos,
seu estilo de vida, entre outras variáveis irá determinar a utilidade que cada produto (bem ou serviço) tem para si.
O que não muda é a lei da utilidade marginal decrescente que diz o seguinte: Aumentando apenas o consumo
de um produto (A) e mantendo-se constante o consumo de todos os demais bens, a utilidade, para o consumidor, de
cada unidade adquirida a mais do produto (A) será menor que a utilidade da unidade consumida antes.
Um bom exemplo da aplicação desta lei é o caso de uma pessoa que esteja viajando de férias por São
Joaquim (um dos municípios mais frios do país) e resolva passar a noite naquela cidade. Ao acordar pela manhã a
pessoa depara-se com uma queda brusca de temperatura e por não ter levado nenhuma peça de roupa de inverno sai
para comprar roupas.
Ao entrar na primeira loja de vestuário que encontra aberta a pessoa logo pede uma blusa de lã, uma camisa
de manga longa e uma calça de lã. Por estas peças de roupa a pessoa aceitará pagar um preço mais elevado do que o
normal pois a utilidade da roupa é muito grande já que está passando frio. Após ter adquirido esta muda de roupa
talvez a pessoa até pense em comprar outras peças de roupa de inverno, mas certamente já não irá aceitar qualquer
preço. Provavelmente, irá até mesmo fazer uma pesquisa de preço antes de efetuar a compra. O mesmo tipo de
raciocínio fica fácil de ser feito com uma pessoa que esteja com muita fome ou sede.
E qual o significado da lei da utilidade marginal decrescente para o estudo da oferta e demanda? Ora, se a
utilidade das unidades adicionais é cada vez menor para o consumidor isto significa que ele só consumirá estas
unidades adicionais se o preço também for menor.
Para o consumidor quantidade e preço são grandezas inversamente proporcionais. Portanto, se formos
analisar as quantidades que um consumidor está disposto à adquirir de determinado produto, veremos que esta
quantidade aumenta conforme diminui o preço do produto.
No estudo de demanda aqui apresentado sempre estaremos relacionando, prioritariamente, o preço do
produto e a quantidade consumida.
Exemplo: Quantidades consumidas de pãezinhos nos diferentes níveis de preço, em um mês.
Preço ($)
0,15
0,20
Consumo Mensal (Unidade)
82
73
1. Demanda
Desta forma é possível começar a estruturar a nossa definição de demanda (também pode ser chamada
procura) como: a quantidade de um produto que o consumidor está disposto a consumir aos diferentes níveis de
preço. A primeira coisa que temos que observar na demanda é a disposição do consumidor em comprar, e
não o fato da compra. Assim podemos dizer que se o preço for R$0,15 a demanda será de 82 pãezinhos/mês, mas se
o preço for R$0,20 o consumo será de 73 unidades/mês.
Contudo, outras variáveis importantes devem ser incorporadas à definição de demanda. A primeira diz
respeito ao período de tempo ao qual nós estamos nos referindo. Assim como na definição do mercado, na definição
de demanda é necessário que se conheça claramente qual o intervalo e o período de tempo ao qual estamos nos
referindo.
Exemplo: Demanda mensal de pneus em março de 2006 ou o Consumo de pneus semanal em março de
2006. Aos mesmos preços, as quantidades serão diferentes. Da mesma forma o consumo mensal de pneus em
fevereiro de 2006, poderá também ser diferente do consumo em março de 2006.
Também é importante que sejam limitadas às variações nos demais fatores capazes de afetar a disposição dos
consumidores em querer comprar mais ou menos do produto em questão.
Exemplo: Se a renda dos consumidores mudar, eles provavelmente estarão dispostos a consumir uma
quantidade maior ou menor do produto, mesmo que o preço e o período de tempo se mantenham constantes. Da
mesma forma acontece com outros fatores como preços de outros produtos, gosto e moda, etc.
Demanda portanto pode ser descrita como as quantidades que os consumidores estão dispostos a adquirir,
de determinado produto, aos diferentes níveis de preço, num determinado período de tempo, mantendo-se
constante todas as demais condições.
Observação: Em economia é comum supor que outras variáveis além das que estão sendo consideradas
(neste caso preço e quantidade) se mantenham constantes. Isso é feito para que se possa estabelecer uma relação
de causa e efeito a partir de alterações em cada uma das variáveis estudadas. É comum referir-se a esta suposição
como Coeteris paribus.
Entre os fatores capazes e afetar a demanda destacam-se:
a) Preço;
b) Renda dos consumidores;
c) Preço dos produtos substitutos (ver definição abaixo);
d) Preço dos produtos complementares (ver definição abaixo);
e) Gostos e preferências (moda; faixa etária da população; escolaridade; religião; processos de urbanização;
avanços tecnológicos; propaganda; hábitos culturais; clima; épocas do ano).
f) Expectativas futuras com relação ao comportamento do preço.
Produtos substitutos: são aqueles que podem ser utilizados para satisfazer as mesmas necessidades humanas.
Exemplos: a) Diferentes marcas de sabão são substitutas entre si; b) Na sua decisão de saciar sua fome durante o
intervalo na praça de alimentação podemos considerar substitutos: “pastel” e “empada”. O que fará com que o
consumidor escolha um ou outro produto é o preço e o grau de homogeneidade destes produtos, perante o
consumidor, para satisfazer a sua necessidade. Se o consumidor não considerar os produtos homogêneos ele
escolherá aquele que tenha maior "utilidade" para ele.
Produtos complementares: aqueles que são consumidos juntos. Isto é, um complementa a utilidade do outro.
Dois produtos podem ter diferentes graus de complementaridade.
Exemplos: Arroz e feijão - normalmente quando se come feijão se come com arroz, mas nem sempre que se
come arroz se come com feijão. Eles são ditos produtos complementares mas o grau de complementaridade do arroz
em relação ao feijão não é igual ao grau de complementaridade do feijão em relação ao arroz. São também exemplos
de produtos complementares: leite e achocolatados (Nescau, Toddy, etc), pneus e combustíveis, pão e margarina,
goiabada e queijo, TV e DVD, shampoo e condicionador, café em pó e açúcar refinado, macarrão e molho de
tomate, etc.
Assim podemos ter duas situações distintas. A primeira que chamamos variação na quantidade da demanda e
que se caracteriza pela variação na quantidade procurada em função de uma alteração no preço do produto,
mantendo-se constantes todos os outros fatores capazes de afetar a demanda (Gráfico 2).
Exemplo: Vamos considerar o consumo de botinas na cidade de Araçatuba/SP. Se o preço médio for de R$
40,00 por par, o consumo mensal é de 182 pares/mês (Ponto A). Mas se o preço aumentar para R$ 45,00, em média,
a quantidade consumida diminui para 168 pares por mês.
Observe que a curva de demanda é a mesma, o que mudou foi apenas à posição dentro da curva.
E a segunda situação onde o preço do produto permanece constante e o que muda é algum fator capaz de
alterar a demanda (Gráfico 3). Por exemplo: se diminuir a renda do consumidor o consumo diminui mesmo sem que
haja alterações no preço.
Esta situação é chamada de variação na demanda pois, na verdade, o que acontece é que passa a existir uma
nova curva de demanda; uma demonstra a quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir antes da
queda na renda e outra que demonstra a disposição de comprar o produto após a diminuição da renda.
Exemplo: Se o consumo inicial de botinas é de 182 pares/mês ao preço de R$40,00, diante de uma queda na
renda da população (inflação) o consumo de botinas diminuirá para 175 pares/mês, apesar do preço continuar o
mesmo.
É fundamental compreender que quanto mais à direita estiver a curva de demanda maior será e quanto mais a
esquerda menor será a demanda.
1.1 - Demanda do Consumidor e Demanda do Mercado.
Um fato ao qual deve-se estar atento é que a demanda pode ser individual (do consumidor) ou de mercado. A
diferença é bastante óbvia. A demanda do consumidor individual expressa a quantidade que um consumidor
específico está disposto a consumir aos diferentes níveis de preço, em um dado conjunto de condições e de tempo.
Já a demanda de mercado expressa quanto os consumidores de um mercado (como um todo) estão dispostos a
consumir em um dado conjunto de condições (coeteris paribus). Na verdade a demanda de mercado representa o
somatório das demandas individuais de cada consumidor do mercado em questão.
Questões para revisão.
1 - Qual a definição de economia?
Resposta: Economia é a ciência que estuda a maneira pela qual a sociedade organiza seus recursos para
transformá-los em bens e serviços e satisfazer suas necessidades.
2 - O que são fatores de produção?
Resposta: Recursos naturais (TERRA), Mão de obra (TRABALHO) e meios de produção (CAPITAL)
3 - Defina bens de consumo e bens de produção.
Resposta: Bens de Consumo: São os bens destinados ao consumo final, ou seja, satisfazem necessidades do
consumidor. Estão divididos em bens de consumo duráveis como p. ex. automóveis, eletrodomésticos, imóveis etc. e
bens de consumo não duráveis como: combustíveis, alimentos, cigarros, etc.
Os Bens de Produção são aqueles utilizados na transformação de recursos em bens e serviços finais. Os bens
de produção são as maquinas, equipamentos, a mão de obra especializada empregada na produção, etc. A
constituição de bens de produção depende do emprego de “trabalho”. Não confundir bens de produção (meios de
produção) com recursos naturais!.
4 - Porque existe a necessidade de escolha do que produzir em uma economia organizada?
Resposta: Por causa da escassez de recursos e das quantidades ilimitadas de necessidades.
5 - Defina o que é "custo de oportunidade".
Resposta: Na escolha entre a produção de dois tipos de bens ou serviços, o custo de oportunidade representa a
quantidade de um bem ou serviço “sacrificada” para obtenção de uma determinada quantidade de outro bens ou
serviço.
6 - O que descreve uma curva de possibilidades de produção?
Resposta: Descreve as possibilidades de produção combinadas para dois bens ou serviços.
7 - Como são denominados os bens que não possuem preço na economia?
Resposta: Bens livres ou então “não-econômicos” . Ex.: O ar que respiramos.
8 - Quantos e quais são os agentes econômicos ?
Resposta: 03 - Famílias / Empresas / Governo
9 - O que prevalece em termos de "propriedade" em uma economia de mercado?
Resposta: Propriedade privada
10 - Como podemos definir uma economia planificada centralmente em relação ao papel do governo?
Resposta: A economia planificada centralmente é aquela onde o governo tem o papel de planejar e desenvolver todo o processo de
produção econômica. Também conhecida como economia fechada onde prevalece a propriedade estatal dos meios de produçã.
São exemplos as economias socialistas ou comunistas, como a Coréia do Norte e Cuba.
11 - Quais são as questões econômicas fundamentais?
Resposta: O que produzir? / Como e quanto produzir? / Para quem produzir?
12 - Que tipo de estrutura de mercado mais se aproxima do sistema econômico brasileiro?
Resposta: Economia Mista
13 - O que são bens intangíveis?
Resposta: São os serviços. Porque cessam assim que prestados e não podem ser mensurados de forma física ou material.
14 - Como se comportará a curva de possibilidades de produção diante de uma inovação tecnológica?
Resposta: O comportamento esperado é o seu deslocamento para fora ou para a direita visto que aumenta a produtividade com
a inovação tecnológica.
15 - Qual o papel do governo no fluxo circular da renda de uma economia?
Resposta: Ao governo cabe, mediante arrecadação de impostos e contribuições, manter a infra- estrutura produtiva, mediar
conflitos de ordem econômica e social e oferecer bens públicos, ou seja, aqueles que a iniciativa privada não se dispõe a ofertar
dado seu alto volume de investimento e também as restrições de retorno econômico.
16 - Qual o significado do termo "mão invisível" em economia?
Resposta: O termo “mão invisível” foi cunhado pelo Economista Adam Smith no século XVIII para explicar a forma como os
recursos são alocados pelo empreendedor na economia. Como seus objetivos são a geração de riqueza e a acumulação sua
alocação evita o desperdício. Desta maneira os empreendedores, agindo segundo as forças do mercado, (como se uma “mão
invisível” estivesse operando – livre de intervenção governamental), maximizam a riqueza oferecendo a melhor condição para a
alocação dos recursos disponíveis em um dado momento na economia. Esta é a lógica chamada de “liberalismo econômico” que
em sua versão mais recente é conhecida como “neoliberalismo”.
17 - Como podemos dividir os campos de estudo da economia?
Resposta: O estudo da Economia é dividido em duas partes. A Microeconomia, que estuda o comportamento do consumidor e
dos mercados de bens e serviços para produtos específicos, analisando a demanda, a oferta e os custos de produção e a
Macroeconomia, cujo campo de estudo abrange os aspectos gerais da economia, ou seja, o comportamento dos agregados
econômicos, como por exemplo, o PIB, as taxas de desemprego, fenômenos relacionados as variações de preços (deflação e
inflação), taxas de juro, regimes cambiais, etc. e as principais decisões de política econômica.
18 - Quando os recursos estão sendo utilizados de maneira ineficiente uma economia opera acima ou abaixo de sua
curva de possibilidades de produção? Justifique sua resposta.
Resposta: Opera “ABAIXO” da fronteira ou CPP, porque existe capacidade produtiva ociosa. Este fenômeno ocorre em
momentos de recessão econômica, quando existe um grande número de desempregados e também industrias operando abaixo de
sua capacidade total de produção.
19 - Cite quais são as principais falhas do sistema de mercado, ou economia de mercado.
Resposta: A principais são:
não oferecer produtos em situações onde o preço (valor de troca) é inferior aos custos de produção
- tendência a acumulação de capital por parte das empresas que apresentam alguma vantagem no processo competitivo e a
conseqüente formação de Oligopólios e Monopólios
20 - Defina monopsônio?
Resposta: É o mercado no qual há somente um comprador para os meios de produção.
21 - Qual o conceito de "mercado" em economia?
Resposta: Entende-se por mercado um local ou contexto em que compradores (procura/demanda) e vendedores
(oferta) de bens, serviços e recursos estabelecem contatos e realizam transações.
22 - O que é um monopólio?
Resposta: É um mercado oposto a concorrência perfeita, nele existe um único empresário (empresa) dominando
inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores de outro.
23 - Como podemos classificar a estrutura de mercado onde existem vários compradores e vendedores de um bem ou
serviço?
RESPOSTA: Concorrência Perfeita
24 - Qual a definição de demanda?
Resposta.: A demanda representa a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores estariam dispostos e teriam
condições de adquirir em um determinado momento. Ex.: Demanda Anual de Carne Bovina no Brasil em 2004.
25 - Quais são as principais questões estudadas pela teoria microeconômica?
Resposta.: A teoria microeconômica estuda o comportamento do consumidor nos vários tipos de mercados de bens
e serviços, a formação dos preços e as condições para a oferta dos bens e serviços pelos produtores.
26 - Porque a renda é um fator determinante da demanda?
Resposta.: É um fator determinante da demanda porque bens e serviços normais tem preço e podem ser obtidos em
maiores ou menores quantidades de acordo com a renda disponível.
27 - O que são bens complementares? Cite um exemplo.
Resposta.: São aqueles que complementam o consumo de outro bem ou serviço. Exemplo: Consumo de Arroz e seu
complementar “Feijão”, consumo de “automóveis” e seu complementar “combustível”, consumo de “pão francês” e
seu complementar “manteiga”, consumo de “goiabada” e seu complementar “queijo”, consumo de “salgadinhos” e
seu complementar “refrigerante”, consumo de “ternos” e seu complementar “gravatas”
28 - De que forma uma expectativa de aumento de preços para um determinado produto pode influenciar a
demanda?
Resposta.: As expectativas de aumentos de preços exercem influência direta sobre a demanda de um produto. Isto
significa que, quando existem expectativas de aumento de preços os consumidores antecipam suas compras para
evitar pagar mais caro quando o aumento confirmar-se. Um exemplo ocorre numa situação onde se especula sobre o
aumento no preço dos combustíveis. Donos de automóveis, na medida do possível, procuram “encher” o tanque de
seus veículos para evitar pagar mais caro pelo produto posteriormente. As donas de casa farão o mesmo se existir
expectativa de aumento para o preço do gás de cozinha.
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PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de economia. 4. ed. São Paulo: Pioneira,
2003. 632 p. ISBN 8522102821 (broch.)
Localização no acervo da Biblioteca: 330 P289p 4.ed
SAMUELSON, Paul Anthony; NORDHAUS, William D. Economia. 12. ed. Lisboa: McGraw-Hill
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VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; ENRIQUEZ GARCIA, Manuel. Fundamentos de
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WONNACOTT, Paul; CRUSIUS, Yeda Rorato; CRUSIUS, Carlos A; WONNACOTT, Ronald J.
Introdução à economia. São Paulo: McGraw-Hill Companies, c1985. 552p. ISBN (Broch.)
Localização no acervo da Biblioteca: 33 W872in
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