Escola Superior de Saúde
Instituto Politécnico da Guarda
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
PROFISSIONAL II
M ÁR IO CA M POS N E V E S G O M E S
CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO
JULHO|2013
Escola Superior de Saúde
Instituto Politécnico da Guarda
CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO
4º ANO / 2º SEMESTRE
RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL II
ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR
M ÁR IO CA M POS N E V E S G O M E S
ORIENTADOR: RAQUEL AUGUSTO
SUPERVISOR: ANABELA SANTOS
JULHO|2013
AGRADECIMENTOS:
Ao Centro Hospital Cova da Beira – Hospital Pêro da Covilhã um agradecimento
especial por me ter dado a oportunidade de realizar este estágio, também a todos os
membros que integram os Serviços Farmacêuticos, desde farmacêuticos, Técnicos de
farmácia bem como todos os Assistentes Operacionais desta unidade, não só pelo
estímulo como também pelo apoio prestado, pelo conforto, por toda a informação
cedida, e pela experiência proporcionada. Muito obrigado a todos.
PENSAMENTO
“Se amanhã você quiser ser um grande profissional, comece hoje sendo um grande aprendiz.”
(Dantas)
ÍNDICE DE FIGURAS
página
Figura 1: Centro Hospital Cova da Beira. EPE ………………………………………..8
Figura 2: Sinalética de identificação de medicamentos………..………………………15
Figura 3 e 4: Pyxis. …………………………………………………………………….18
Figura 5:Compartimentos das cassetes dose unitária…………………………………..20
Figura 6:Kardex………………………………………………………………………...21
Figura 7:Maquina de Embalamento…………………………………………………....31
ÍNDICE DE TABELAS
página
Tabela I: Reposição por nível…………………………………………………………16
Tabela II: Reposição dos Pyxis………………………………………………………..17
Siglas:
AO – Assistente Operacional;
AT- Assistente Técnico;
AVC – Acidente Vascular Cerebral;
CFT- Comissão Farmácia e Terapêutica;
CHCB – Centro Hospitalar Cova da Beira;
DCI- Denominação comum internacional;
FDS – Fast Dispensing System;
ff. – forma farmacêutica;
INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.;
MIV – Misturas intra-venosas;
NP – Nutrição Parentérica
PDA’s - Personal digital assistants
SF – Serviços Farmacêuticos;
TF – Técnico de Farmácia;
UCI – Unidade de Cuidados Intensivos;
UCA- Unidade Cirurgia de Ambulatório
VMER – Viatura médica de emergência e reanimação;
Índice
Pág.
1-INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6
2-CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA, EPE. .............................................. 8
3-CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ........................... 10
4-ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................ 12
5-PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 13
5.1-ARMAZENAMENTO ............................................................................................. 14
6-DOSE UNITÁRIA ..................................................................................................... 20
7-AMBULATÓRIO ...................................................................................................... 24
8-FARMACOTECNIA ................................................................................................ 30
8.1-REEMBALAGEM ................................................................................................... 30
8.2-UNIDADE DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS NÃO ESTÉREIS ............ 32
8.3-PURIFICAÇÃO DA ÁGUA PARA PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS ........ 34
8.4-UNIDADE DE RECONSTITUIÇÃO DE CITOTÓXICOS.................................... 34
8.5-UNIDADE DE PREPARAÇÃO DE MISTURAS INTRAVENOSAS (MIV) ....... 38
9-SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HOSPITAL DO FUNDÃO ...................... 40
10-FARMACOVIGILÂNCIA ..................................................................................... 43
11-CONCLUSÃO ......................................................................................................... 44
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 47
ANEXOS
ANEXO I- Anexo X para dispensa de estupefacientes ................................................. 48
ANEXO II- Requisição de dispensa de hemoderivados ................................................. 49
ANEXO III- Registo de preparação de citotóxicos ........................................................ 50
ANEXO IV- Notificação de reações adversas a medicamentos..................................... 51
1-INTRODUÇÃO
O Estágio Profissional II constitui uma unidade curricular, contemplada no Plano
de estudos do 4º Ano/2º Semestre do Curso de Farmácia do 1ªciclo da Escola Superior de
Saúde da Guarda. Este estágio foi realizado em Farmácia Hospitalar em que a
aprendizagem se desenvolve em ambiente real, num total de 497 Horas ajustadas à
realidade do campo de estágio compreendida entre os dias 5 de Maio de 2013 e 21 de
Junho de 2013.
São assim objetivos deste estágio:
 Enquadrar os Serviços Farmacêuticos na estrutura física e organizacional do
hospital;
 Conhecer a organização de um Serviço Farmacêutico;
 Descrever e cooperar no circuito do medicamento desde a sua prescrição até a
sua administração;
 Aplicar com audácia todos os conhecimentos teóricos e teórico-práticos em
situações de execução prática;
 Reconhecer as funções básicas desempenhadas e conhecer o perfil profissional
do Técnico de Farmácia;
 Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes a profissão de
Técnico de Diagnostico e Terapêutica;
 Desenvolver competências científicas e técnicas que permitam a realização de
atividades diretamente relacionadas com a profissão e no enquadramento
hospitalar.
Para a concretização destes mesmos objetivos algumas atividades foram esboçadas:
 Participação no processo de receção, armazenamento e consequentemente
distribuição de todos os medicamentos e produtos farmacêuticos;
 Intervenção direta nos diversos processos de distribuição de medicamentos;
 Arrumação técnica dos medicamentos de acordo com as normas estabelecidas;
 Verificação de prazos de validade e o lote;
 Identificação e interpretação das formulações magistrais;
 Manipulação, conservação e rotulagem de todas as formas farmacêuticas
preparadas em Farmacotecnia;
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 Aplicação de todos os conhecimentos de técnica asséptica;
 Cooperação na preparação de manipulados tendo em conta todos os
procedimentos de boas práticas;
 Interpretação o perfil farmacoterapêutico de cada doente em contexto
hospitalar;
 Colaboração no registo de faltas de especialidades farmacêuticas;
Assim, para dar cumprimento ao plano de estudos anteriormente referido, eu,
Mário Campos Neves Gomes realizei o referido estágio profissional II no Centro
Hospitalar Cova da Beira – Hospital Pêro da Covilhã. Sendo a equipa pedagógica
constituída pelas professoras Sandra Cristina Espírito Santo Ventura e orientadora
externa, Anabela Santos. Já nas instalações da Unidade Hospitalar o acompanhamento foi
da responsabilidade das Orientadoras e Técnicas de Diagnóstico e Terapêutica e
Farmacêuticos.
A estrutura do relatório apresenta, após uma caracterização do local onde me
encontrei a realizar estágio, as atividades planeadas e desenvolvidas, bem como aquelas
que a orientadoras internas acharam pertinente realizar acompanhando sempre de perto
todo o circuito do medicamento.
Por fim e como ilação deste relatório refletirei sobre as atividades desenvolvidas.
Não poderia deixar de finalizar sem referir que este estágio foi o alicerce
indispensável para a realização deste relatório.
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2-CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA, EPE
O Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE (figura 1) é tido como a principal
estrutura responsável pelos cuidados hospitalares em toda a região da Cova da Beira. Foi
inaugurado a 17 de Janeiro de 2000 e resulta da fusão do Hospital Pêro da Covilhã, com
o Hospital do Fundão e ainda, com o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, dando
assim origem ao CHCB, EPE, abrangendo uma população de cerca de 100 mil habitantes
não só do concelho da Covilhã mas também dos concelhos limítrofes.
Figura 1: Centro Hospital Cova da Beira.EPE (fonte:Google/imagens/CHCB)
O Hospital Pêro da Covilhã inserido no Centro Hospitalar Cova da Beira tem uma
capacidade de 378 camas e encontra-se dividido em 7 pisos, contendo cada um o respetivo
serviço:
 Piso -1 - Serviços básicos (como Central de Transportes, Parqueamento,
Serviços de Instalação de Serviços, Cozinha, Lavandaria e Central de Limpeza). Além
destes, também possui a Casa Mortuária;
 Piso 0 - entrada Principal, a Direção Hospitalar, os Serviços Administrativos, a
Unidade de Medicina Física e de Reabilitação, o Serviço Religioso, o Laboratório de
Patológica Clínica, o Laboratório de Imunohemoterapia e de Anatomia Patológica,
Armazéns Gerais, o Refeitório, a Biblioteca, os Serviços Sociais do Pessoal, os Serviços
8
de Higiene Hospitalar, o Serviço Domiciliário e o Ensino. É ainda neste piso que se
localizam os Serviços Farmacêuticos.
 Piso 1 - neste piso encontra-se a Admissão de Doentes, as Consultas Externas,
os Exames Especiais, a Urgência Pediátrica, a Urgência Obstetrícia / Ginecologia, a
Urgência Geral, a Imagiologia e também o Hospital de Dia.
 Piso 2 - neste piso localiza-se o Bloco Operatório, a Central de Esterilização,
Anestiologia, Instalações para Pais, Pediatria, Neonatologia, Ginecologia, Obstetrícia,
Unidade de Cuidados Intensivos e Unidade de AVC;
 Piso 3 - engloba os serviços de Cirurgia Geral, que se encontra dividido pelos
homens e pelas mulheres;
 Piso 4 - engloba os serviços de Ortopedia bem como as Especialidades
Cirúrgicas;
 Piso 5 - por último, o piso 5 é constituído pelas Especialidades Médicas e a
Gastrenterologia.
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3-CARATERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS
“Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares são o serviço que, nos hospitais,
assegura a terapêutica medicamentosa aos doentes, a qualidade, eficácia e segurança
dos medicamentos, integra as equipas de cuidados de saúde e promove ações de
investigação e ensino.”
(Manual de Farmácia Hospitalar - Março 2005)
Os Serviços Farmacêuticos (SF) constituem departamentos com autonomia
técnica e cientifica e têm por objeto o conjunto de atividades farmacêuticas, exercidas em
organismos hospitalares ou serviços a eles ligados, são ainda responsáveis pela aquisição,
distribuição e controlo de todos os medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos
farmacêuticos, utilizados no hospital para doentes em regime de internamento e de
ambulatório. Cabe ainda ao SF:
 Implementação e Monotorização da política de medicamentos, definida tanto no
Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento (FHNM) como pela Comissão
de Farmácia e Terapêutica;
 Seleção e aquisição bem como a gestão de medicamentos, produtos farmacêuticos
e dispositivos médicos;
 Aprovisionamento, armazenamento e gestão da distribuição de medicamentos serviços internos, dose unitária, distribuição tradicional, ambulatório, hospital de
dia, etc.;
 Análise de matérias-primas e consequentemente a produção de medicamentos;
 Gestão e controlo de prazos de validade e lotes;
 Prestação de toda e qualquer informação sobre os medicamentos em causa;
 Garantir que o circuito do medicamento decorra dentro dos parâmetros normais;
No Centro Hospitalar Cova da Beira – Hospital Pêro da Covilhã, os Serviços
Farmacêuticos – Farmácia Hospitalar situam-se no piso 0, com horário de funcionamento
de segunda-Feira a sexta-feira das 9Horas as 19Horas e aos sábados, domingos e feriados
das 9H as 16H. Integrado ainda nos SF encontra-se o ambulatório que cumpre um horário
diário contínuo de segunda a sexta-Feira das 9H as 19H e ao sábados das 9H as 16H.
Após as 19Horas, encontra-se sempre um farmacêutico de prevenção que é contactado no
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caso de falta de medicação urgente nos serviços. Pode assim dizer-se que o SF se encontra
em funcionamento durante 24h por dia durante os 365 dias do ano.
O espaço fisico desta unidade encontra-se divido em:
 Sala de reuniões;
 Centro de informação;
 Secretariado;
 Direção dos Serviços Farmacêuticos;
 Arquivo;
 Sala de Águas;
 Sala de Validação;
 Ambulatório (identificado como armazém 20);
 Sala da dose unitária (reconhecido como armazém 12);
 Armazém Central (identificado como armazém10);
 Câmaras Frigoríficas;
 Sala de Preparação de Citotóxicos (designado armazém 13);
 Sala de Preparação de Manipulados;
 Sala de Preparação de MIV;
 Armazém de injetáveis de grandes volumes;
 Sala dos Desinfetantes e Antissépticos;
 Sala de Reembalagem;
 Sala dos Inflamáveis;
 Sala de Material de Limpeza;
 Receção (de encomendas);
 Aprovisionamento.
Todas estas áreas técnicas que integram os SF do CHCB são deveras importantes
para o seu correto funcionamento bem como no desempenho de todas as tarefas que
integram o circuito do medicamento. A equipa dos Serviços Farmacêuticos do CHCB é
constituída por dez farmacêuticos, seis técnicos de farmácia, seis AO e ainda um AT
perfazendo um total de dezanove profissionais de saúde, que cooperam dia após dia para
o bom funcionamento desta unidade.
11
4-ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
A divisão de tarefas foi feita pelas distintas áreas:
 Distribuição individual diária em dose unitária;
 Armazém Central;
 Ambulatório;
 Serviços Farmacêuticos do Fundão
 Unidade de Reconstituição de Citotóxicos/Unidade de Preparação de Misturas
Intravenosas
 Unidade de preparação de manipulados não estéreis;
12
5-PARTICIPAÇÃO
NO
PROCESSO
DE
RECEÇÃO
DE
MEDICAMENTOS
A receção dos medicamentos e de outras especialidades farmacêuticas nos SF
revela grande importância tanto na gestão de stocks como no circuito do medicamento.
Este processo de receção é efetuado nos SF do CHCB numa zona destinada a esta
atividade e separada da área de armazenamento. Quando o stock físico começa a estar em
falta, é necessário fazer um pedido, este é emitido pelo responsável do armazém central
à administração da Farmácia, sendo estes posteriormente os responsáveis pelo envio aos
laboratórios fornecedores. O processo de entrada de medicamentos nos SF deste Centro
Hospitalar é realizado pela porta de receção de encomenda nunca passando pelo interior
do hospital. A conferência de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos é
realizado normalmente a tarde, a supervisão da receção é feita por um TF conjuntamente
com o serviço de aprovisionamento. Assim, um funcionário do serviço de
aprovisionamento dirige-se a zona de receção nos SF, fazendo-se acompanhar das
respetivas guias de receção [1]. O processo de conferência de encomendas permite
verificar se o produto condiz com o produto enviado pelos laboratórios, fazendo-se uma
conferência qualitativa e quantitativa dos produtos de acordo com a guia de receção,
conferir o lote e prazo de validade do produto e ainda verificar visualmente as condições
de chegada ao serviço após o transporte. A guia original fica nos SF e a cópia fica para o
Aprovisionamento.
A receção/conferência de Hemoderivados e Psicotrópicos exige um cuidado
especial, uma vez que para darem entrada nos SF todos os Hemoderivados têm de se fazer
acompanhar por um boletim de análise e certificado de libertação de lote emitido pelo
INFARMED, que ficam arquivados com a respetiva fatura (por ordem de entrada) [1].
Os medicamentos com prazo de validade inferior a seis meses, só podem ser
rececionados com autorização do farmacêutico responsável pela aquisição dos produtos
ou pela direção do serviço, depois de estudada a viabilidade do consumo do mesmo [1].
13
5.1-ARMAZENAMENTO
Após a receção, deve-se proceder ao armazenamento dos produtos, de acordo com
as Boas Práticas da Farmácia Hospitalar. O armazém é tido como o setor da Farmácia
onde são acondicionados os medicamentos e outras especialidades farmacêuticas, por um
tempo mais ou menos temporário, dependendo da rotatividade do stock e consoante as
caraterísticas do hospital, deve no entanto usufruir de uma boa comunicação com a área
de receção e com as restantes áreas de distribuição.
O armazenamento, como um processo de elevada importância no circuito do
medicamento deve ser feito tendo em conta as caraterísticas de determinados
medicamentos, dessa forma e de modo a assegurar a qualidade, deve garantir-se as
condições necessárias de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança dos
medicamentos e outras especialidades farmacêuticas.
Nos Serviços Farmacêuticos do CHCB, o armazém é constituído pelo armazém
central (enumerado como armazém 10), Armazém de injetáveis de grandes volumes, sala
dos Desinfetantes e Antissépticos, sala dos Inflamáveis e por câmaras frigoríficas.
Fisicamente o armazém central é provido de um armário rotativo, permitindo
facilidade de acesso a todos os medicamentos e produtos farmacêuticos, também por
cofres de estupefacientes, psicotrópicos e ainda isolados encontram-se os ensaios clínicos,
bem como uma área destinada as dietas. O armazém central dos SF do CHCB é dotado
de sistemas de climatização, sendo controlados periodicamente os valores de temperatura
e humidade comparativamente com valores parametrizados [1].
Os medicamentos e restantes produtos de caráter farmacêutico são armazenados
no armário rotativo por ordem alfabética do nome genérico.
Antibióticos, colírios, produtos para uso em estomatologia, anestésicos, material
de penso, medicamentos de ambulatório, leites e contracetivos orais, embora divididos
dos restantes encontram-se armazenados no referido armário (seguindo sempre a mesma
ordem de armazenamento, isto é, mantendo-se sempre dispostos por ordem alfabética).
Existem no entanto outros medicamentos e produtos farmacêuticos que se
encontram arrecadados fora do armário rotativo embora dentro do armazém central.
Exemplos disso são as bolsas de nutrição parentérica e a restante nutrição entérica, bem
como os citotóxicos que também se encontram armazenados em estantes separadas dos
restantes medicamentos.
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Este tipo de medicamentos (citotóxicos), devido às suas caraterísticas especiais
encontram-se sob um sistema de climatização para garantir a sua conservação.
Os psicotrópicos, estupefacientes e ensaios clínicos são tidos como medicamentos
que necessitam de um armazenamento especial sendo assim guardados num cofre com
dupla fechadura, os ensaios clínicos são ainda sujeitos a um controlo e registo diário da
temperatura [1]. Os medicamentos/produtos farmacêuticos que necessitam de
refrigeração (por e.x. insulinas, hemoderivados e determinados citotóxicos) são colocados
nas câmaras frigoríficas, em estantes e nunca em contato direto com o chão.
No processo de armazenamento
sempre
que
se
colocam
novos
Medicamentos com dosagens diferentes
(armazenados na mesma gaveta);
medicamentos e produtos farmacêuticos
deve ter-se em atenção o prazo de
validade dando sempre a máxima
prioridade aqueles de curta validade
Vermelho – dosagem mais elevada;
Amarelo – dosagem intermédia;
Verde – dosagem mais baixa;
para que se consumam em primeiro
lugar, isto é, aplicando a regra do FEFO
(“first expire first out”), e ainda segundo
Medicamentos de alto risco (potencialmente
perigosos);
o princípio FIFO (“first in first out”),
isto é o primeiro a entrar é o primeiro a
sair, com exceção dos medicamentos
recebidos com prazo de validade mais
Medicamentos com embalagens idênticas
curto do que o medicamento que se
encontra em armazém. Os prazos de
validade dos medicamentos devem estar
Figura 2: Sinalética de identificação de
devidamente verificados e controlados, medicamentos
preferencialmente por via informática.
No que diz respeito a identificação, todos os medicamentos e restantes especialidades
farmacêuticas são sendo sempre identificadas com uma etiqueta que indica o nome
genérico, dosagem, forma farmacêutica (ff) e alguns apresentam um código atribuído
pelos próprios SF fazendo-se acompanhar de uma sinalética de segurança característica
(figura 2).
O sistema informático é um instrumento que complementa as atividades
desenvolvidas pela equipa multidisciplinar dos SF, assim o armazém 10 como uma das
áreas que integra a Farmácia possui um programa de gestão de stock, permitindo aos
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mesmos profissionais saber quais os medicamentos em stock e a quantidade, permitindo
ainda introduzir os dados relativamente a entrada e saída dos mesmos.
Este programa permite também receber os pedidos via on-line dos medicamentos
para dispensar aos diversos serviços do hospital, consoante as suas necessidades. Esta
funcionalidade do programa permite auxiliar o processo designado por distribuição
clássica bem como a distribuição por níveis.
Os serviços existentes numa instituição de saúde têm a máxima necessidade de
manter em stock os medicamentos mais usados, assim a distribuição Clássica ou
Tradicional visa a reposição de medicamentos pelas enfermarias de cada setor. O pedido
dos medicamentos é feito pelo enfermeiro de serviço, validado pelo farmacêutico e depois
aviado pelo TF e por fim transportados pelos auxiliares de ação médica pelos diversos
setores deste Centro Hospitalar.
A distribuição de stocks por níveis consiste na reposição de medicamentos pelo
número definido. Cada serviço possui um carro, com várias cassetes. Cada uma dessas
cassetes contém um medicamento e na cassete está a indicação do nível mínimo de stock
que cada cassete deve conter. A função que cabe ao armazém central é verificar as
cassetes e, caso faltem medicamentos, deve repô-los até completar o nível mínimo. A
reposição dos stocks é feita de acordo com a periodicidade previamente definida, durante
todos os dias da semana, assim existem carros que vão e vêm todos os dias e outros que
são feitos no dia anterior (tabela I).
Tabela I: Reposição por nivel
Dias
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Serviço
Neonatologia
VMER
Urgência
Obstétrica
UCI
AVC
UCA
Legenda:
Este carro faz-se no dia anterior;
Este carro vai e vem no mesmo dia;
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A tarefa de distribuição de stock por níveis é executada e facilitada pelo uso dos
PDA’s - Personal digital assistants, uma das novas tecnologias farmacêuticas. A
reposição de stock nas cassetes é efetuada após leitura ótica do código de barras de cada
especialidade farmacêutica pelos PDA’s, introduzindo o número de unidades em falta de
acordo com o stock inicialmente definido, por fim é impressa uma guia de satisfação dos
pedidos que acompanha o carro de volta ao serviço.
Existem serviços que possuem sistemas de distribuição automática, o Pyxis, e os
serviços farmacêuticos são responsáveis pela sua monitorização, o CHCB encontra-se
equipado com quatro pyxis distribuídos por quatro serviços (tabela II):
Tabela II: Reposição dos Pyxis
Dias
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Serviços
Bloco
Operatório
Urgência
Geral
Pediatrica
Serviço de
Observação
Legenda:
Dias de Reposição de Stock
Quando o stock chega ao nível mínimo, previamente definido, o equipamento
emite a informação que o nível do medicamento está baixo ou critico. Nos dias marcados
na tabela fazem-se a reposição do nível máximo dos medicamentos presentes no pyxis. É
gerada uma listagem pyxis (figura 3 e 4) que possui [1]:
-Nome do medicamento;
-Quantidade máxima que a gaveta do pyxis deve conter do respetivo
medicamento;
- Quantidade mínima;
- Quantidade atual existente na gaveta,
17
- Quantidade a repor.
Figura 3 e 4: Pyxis. fonte (google/imagens/pyxis)
Os
psicotrópicos/estupefacientes
é
o
farmacêutico
responsável
pelos
estupefacientes que mediante requisição em anexo X devidamente preenchida faz a
reposição.
É tarefa constante no armazém 10 a rotulagem de medicamentos, pois existem
blisters de medicamentos rececionados que não contém informação no verso relativo ao
nome genérico, a data de validade e a dosagem, esta informação é imprescindível quando
os referidos saem por distribuição em dose unitária.
De terça a quinta são realizadas contagens ao stock do armazém tendo em conta a
classificação por ABC. As contagens resultantes são conferidas com o stock informático
e os resultados confrontados com o armazém 12 – sala da dose unitária, no sentido de
verificar se há ou não discrepâncias, uma vez que se faz a contagem idêntica dos mesmos
produtos. À segunda e sexta a contagem é centrada no grupo farmacoterapêutico, isto é,
apenas é realizada a contagem do material de penso, colírios, dietas/suplementos orais,
antissépticos e desinfetantes bem como os inflamáveis.
As contagens do stock físico existente no armazém central permitem a gestão
desse mesmo stock, de forma a facilitar a aquisição e controlo dos medicamentos
necessários, garantindo assim as entradas e saídas efetuadas.
O controlo dos prazos de validade é feito mensalmente. Posteriormente, registamse os produtos e respetivas quantidades numa lista, esta é enviada para o serviço de
18
aprovisionamento a fim de entrar em contato com os laboratórios para possíveis trocas ou
crédito desses mesmos produtos. Caso o laboratório não aceite são contactados outros
Hospitais que gastem grandes quantidades desse medicamento no sentido de minimizar
os abates por perda de validade. É ainda de referir que mensalmente, é impressa uma
listagem que contém todos os produtos, com validade a expirar dentro de 4 meses.
A verificação dos prazos de validade é ainda estendida a todos os serviços clínicos,
trimestralmente um TF verifica a validade medicamento a medicamento e ainda
supervisiona a composição qualitativa e quantitativa do stock de medicação nos serviços,
revertendo aos SF quantidades em excesso relativamente ao definido e medicamentos
com prazos de validade expirado ou em vias de expirar.
Na reposição por nível os medicamentos retirados das gavetas com validade
expirada ou para expirar no mês de contagem são imediatamente repostas de acordo com
o nível correspondente a cada medicamento na sua respetiva gaveta. No sistema
informático dá-se o registo de todos os medicamentos retirados das gavetas para
posteriormente serem analisadas pelo farmacêutico responsável pelo armazém com o
objetivo de analisar os custos dos medicamentos “perdidos”. A equipa dos serviços
farmacêuticos responsável pelo armazém junto com os enfermeiros do serviço analisa a
situação, que pode resultar na exclusão do medicamento do carro de reposição por nível
ou baixar o nível de modo a reduzir as perdas.
Nos Pyxis mensalmente são verificados as validades, e os medicamentos com
validade expirada são retirados do pyxis, é preciso repor o stock, e ao repor o sistema
informático faz automaticamente a transferência do medicamento reposto do armazém 10
para o pixis. Cabe ao TF embutir esses medicamentos para o serviço do pyxis.
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6-DOSE UNITÁRIA
A Distribuição Individual em Dose Unitária ou Unidose é caraterizada como a
preparação individual de doses que devem ser administradas a um determinado doente
em regime de internamento para um período de 24 horas.
A Distribuição de medicamentos por dose unitária nos SF do CHCB segue um
determinado circuito, este começa com a prescrição feita pelo médico, utilizando o
sistema PME – prescrição médica eletrónica ou pode ainda ser prescrita manualmente, o
farmacêutico valida, emitindo um perfil farmacoterapêutico de cada doente de um
determinado serviço. Ao TF cabe a preparação da medicação, fazendo assim a
identificação individual de cada gaveta de medicação, onde constam os dados relativos
ao doente, o nome, número do processo, data correspondente ao dia da medicação serviço
onde se encontra e número da cama (através de uma etiqueta informática). A preparação
da medicação individualizada e em doses unitárias pelas gavetas é feita de acordo com o
mapa terapêutico, o medicamento prescrito, a quantidade, e a posologia (3id,2id,1id e
SOS) para um período de 24horas.
As gavetas individuais que integram a cassete de determinado serviço, possuem 4
compartimentos (figura 5): o 1º compartimento corresponde a toda a medicação para a
toma da manhã, o compartimento seguinte (ou seja, o 2º) corresponde a medicação para
ser administrada á hora de almoço, já o 3º compartimento diz respeito a toda a medicação
que será administrada a hora de jantar. No último compartimento deve colocar-se a
medicação para ser administrada em SOS. Com a exceção do serviço de psiquiatria que
utiliza o último compartimento, para a medicação que corresponde a uma toma noturna
para além da medicação em SOS.
Toma do almoço – 2 id
Toma SOS ou toma da
noite para Psiquiatria
Identificação do doente – nome,
n.º do processo e serviço, e a data
correspondente ao dia da
administração da administração
da medicação ;
Toma do jantar – 3id
Toma da manhã – 1 id
Figura 5:Compartimentos das cassetes dose unitária
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Posteriormente, as cassetes são enviadas para a sala de validação, onde os
farmacêuticos procedem à confirmação das mesmas. Após validação, são enviadas para
os respetivos serviços por um AO.
Para a dispensa automática de medicamentos aos doentes internados, os SF do
referido Centro Hospitalar têm em funcionamento desde 2004 um sistema computorizado
- Kardex Pharmatriver, um dispositivo rotativo que movimenta prateleiras, possuindo
estas inúmeras gavetas, cada qual contendo um medicamento diferente [1]. Este
dispositivo está ligado a um computador, que cede todos dados relativos ao perfil
farmacoterapêutico de cada doente.
O processo de preparação de medicamentos com apoio do sistema semiautomático – Kardex (figura 6), torna possível a redução de erros, redução do tempo
destinado a esta tarefa, melhorando a qualidade do trabalho executado e ainda racionalizar
os diversos stocks nas unidades de distribuição.
Figura 6:Kardex. (fonte:google/imagens/kardex)
Ao longo da semana e sempre que necessário procede-se ao enchimento do
Kardex. O carregamento do armário rotativo - Kardex é feito pela reposição de mínimos,
através do sistema informático retiramos uma listagem de medicamentos com stock
abaixo do mínimo, de seguida fazemos o pedido informático ao armazém central de
reposição de stock que prepara a medicação para ser carregada no Kardex (fazer sempre
a transferência entre armazéns, 1012.
Ainda na sala de dose unitária (armazém 12), existe um stock de medicamentos
que serve de complemento ao Kardex na preparação de dose unitária, entre eles as dietas
pois ocupam bastante volume, os suplementos orais, os medicamentos termolábeis
21
(frigorífico),os medicamentos que ocupam os módulos segundo as suas formas
farmacêuticas (comprimidos, injetáveis, supositórios), no FDS, e por vezes há
necessidade de fazer a transferência do armazém central para o armazém 12.
A sala de distribuição conta ainda com o auxílio do FDS- Fast Dispensing System,
para a dispensa de medicamentos aos serviços, localiza-se na sala de reembalagem. O
FDS reembala formas orais sólidas, (cápsulas e comprimidos), com o nome genérico,
dosagem, lote, data de validade e laboratório. Quando a medicação apresenta
medicamentos fracionados, é preciso completar a medicação com medicamentos do stock
de auxílio manual.
A Revertência é um outro processo que se executa na sala da Dose Unitária,
consiste na devolução dos medicamentos que são enviados para os serviços (aquando da
Distribuição por Dose Unitária) e que regressam aos SF, ou porque não foram
administrados ao doente ou porque o mesmo teve alta e não chegou a consumi-los ou em
situações excecionais em que se recusa a toma-los.
Nas devoluções de medicamentos aos SF do CHCB estes são contabilizados e
revertidos informaticamente, devendo ser efetuadas por serviço e no perfil de cada doente.
Todas as revertências são efetuadas por um TF. De terça-feira à sexta-feira são
revertidos uma cassete de cada serviço exceto às 2ª-feiras, (pois são revertidos os 3 dias
quando não há nenhum feriado na sexta, quando assim é são nomeados alguns TF para
trabalharem ao sábado), depois de finalizar a revertência emite-se no sistema informático
uma listagem por serviço que acompanha os medicamentos devolvidos, que
posteriormente são conferidos e arrumados por um AO.
Tal como acontece no armazém central, mensalmente são controladas as validades
de todos os medicamentos pelos TF e AO, sendo assim retirado dos stocks todos os
medicamentos que expiram de validade no final do mês corrente.
Acerto de Stock- Diariamente os TF fazem a contagem do stock real, que é a
soma FDS+Kardex+Stock de apoio,ou seja do armazém 12, a total é comparado com o
sistema informativo para acerto de stock. Pode acontecer casos em que o acerto de stock
é efetuado através da transferência de um armazém para outro. No final de cada mês
fazem o controlo de validade com quatro meses de antecedência.
Durante o período que me encontrei na área de distribuição em dose unitária tive
a possibilidade de contatar com todos os meios de apoio a distribuição, o sistema de
reembalagem de f.f. orais sólidas, o FDS, bem como o Kardex, o sistema de dispensa de
medicamentos. Contatei diretamente com o sistema informático integrado em todas as
22
áreas dos Serviços Hospitalares, sobretudo na hora de efetuar revertências e na
identificação das cassetes usados na referida distribuição.
Participei ativamente no circuito do medicamento, mais concretamente na
preparação da medicação em sistema de dose unitária, tanto manualmente como por
sistema semi-automático para os diversos serviços que compõem o CHCB, ainda no
acerto de stocks, e no processo de reembalagem de doses adequadas as doses prescritas.
23
7-AMBULATÓRIO
“A distribuição de Medicamentos em regime de ambulatório, pelos Serviços
Farmacêuticos Hospitalares, resulta da necessidade de haver um maior controlo e
vigilância em determinadas terapêuticas…” (Manual de Farmácia Hospitalar, Março 2005)
O ambulatório é uma pequena área dos Serviços Farmacêuticos onde é efetuada a
dispensa gratuita de medicamentos, esta cedência de medicamentos segundo este regime
para além visar a redução dos custos com o internamento permite ao doente continuar o
seu tratamento em ambiente familiar e em caso de doentes com grandes carências permite
que estes não abandonem a terapêutica, esta cedência resulta do fato de certos
medicamentos só serem comparticipados a 100% quando dispensados pelos SF [2].
O regime de ambulatório permite:
- Contribuir para satisfação das necessidades farmacoterapêuticas dos doentes;
- Controlo de patologias crónicas e terapêuticas medicamentosas;
- Garantir da acessibilidade do medicamento a todos os doentes.
O espaço físico reservado ao ambulatório dos SF do CHCB consta de uma
pequena sala com fácil acesso ao exterior, encontra-se equipada com um cofre de dupla
fechadura, onde são guardados no seu interior todos os estupefacientes e psicotrópicos,
um frigorífico, (embora com um número reduzido de stock) para assegurar a conservação
de todos os medicamentos de frio e ainda por um armário, com derivados do plasma
(albuminas e imunoglobulinas), métodos orais de contraceção (como pílulas),
dispositivos intra-uterinos (DIU) e ainda toda a medicação para o tratamento de doenças
do foro oncológico, e o consis (sistema de distribuição semi-automática de
medicamentos).
A gestão de stock do ambulatório é feita todas as semanas com medicamentos do
armazém 20 (também há medicamentos presentes no armazém 10 que são do stock do
ambulatório), com a respetiva listagem. A consulta das validades é feita mensalmente e o
controlo das temperaturas dos frigoríficos presentes na sala do ambulatório é registada
diariamente pelo sistema.
O SF efetua a dispensa gratuita de medicamentos aos doentes em regime de
ambulatório, atendidos em episódio de consulta externa e do hospital dia e ainda menos
frequente, esta dispensa pode ser feita a doentes internados no momento da alta e a
doentes atendidos nos serviços de urgência do CHCB.
24
O ambulatório dá saída de medicamentos há doentes dos serviços de hematologia,
imunohematerapia, gastrenterologia, ginecologia/oncologia, oncologia médica, urologia,
neurologia, pediatria, pneumologia, psiquiatria, medicina, planeamento familiar e HDI
(Hospital Dia). Dá também saída de medicamentos como hemoderivados, talidomida,
bosentano, etanercept, infliximab, natalizumab, omolizumab, rituzimab, sunitinib,
estupefacientes e psicotrópicos entre outro receituário [1].
A cedência de medicamentos em regime de ambulatório é sempre feita sob
apresentação de uma receita médica ou de um impresso característico do CHCB (em
suporte informático), prescritas apenas por médicos do hospital e em ambiente de
consulta, isto implica que sempre que um doente se apresente no ambulatório com uma
receita médica vinda do exterior, prescritas por médicos que não integram o CHCB, a
medicação não é fornecida, salvo casos excecionais segundo o dec-lei 44.204/62,Dec-Lei
29/97 e Dec-Lei 206/00, nas seguintes situações:
- Risco de descontinuidade nas condições de fornecimento e distribuição, com as
implicações sociais decorrentes;
- Quando por razões clínicas resultantes do atendimento em serviço de urgência
hospitalar se revele necessária ou mais apropriada a imediata acessibilidade ao
medicamento;
- Em situações de emergência, quando não existem os medicamentos no mercado
local, com a prova da inexistência do medicamento e o carimbo de três farmácias
diferentes para poder ter acesso a medicação no ambulatório do hospital.
Cada prescrição médica deve estar devidamente identificada [1]:

Nome completa do doente;

Serviço;

O médico prescritor, com as respetivas vinhetas quando for caso disso;

Para efeitos de faturação deve fazer referência às entidades competentes pelos
encargos;

DCI, com referência à forma farmacêutica, regime posológico, via de
administração

Duração de tratamento ou data da próxima consulta.
25
A indicação relativa a duração do tratamento ou a data da próxima consulta
destina-se a fornecer a informação sobre o número total de unidades de medicamentos a
dispensar ao doente, pois sempre que a duração do tratamento seja mais que um mês, são
efetuadas dispensas parcelares.
Assim, a dispensa de medicamentos em ambulatório é estendida a medicamentos
cujo fornecimento se encontra abrangido pela legislação especial – comparticipados a
100% ou autorizado pelo Conselho de Administração de cada instituição, isto é,
gratuitamente são cedidos todos os medicamentos que a Legislação prevê, assim como os
que estão autorizados superiormente pelo Conselho de Administração (medicamentos
sem suporte legal mas com indicação clínica aprovada).
No CHCB, a distribuição de medicamentos em regime de ambulatório sob
legislação especial abrange um grande número de doentes, a maioria deles portadores de
Artrite reumatóide, psoriática, idiopática juvenil poliarticular, espondilite anquilosante e
psoríase em placas, indivíduos afetados pelo VIH (maioria dos utentes são atendidos no
ambulatório do Fundão), esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, hepatite C
crónica, planeamento familiar, foro oncológico, cirurgia de ambulatório.
Já no que respeita ao Conselho de Administração, este facilita o acesso de
medicação aos doentes de medicina paliativa, hepatite B crónica, hipertensão pulmonar,
manipulados de pediatria e ainda estupefacientes e psicotrópicos. Quanto a Terapêutica é
muito cara, a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) têm que se reunir para avaliar
o caso e assim autorizar a dispensa do medicamento [1].
A dispensa de medicamentos nos SF desta instituição pode ser feita diretamente
ao doente ou ainda a familiares do mesmo, no entanto sempre que a terapêutica aplicada
seja para um período superior a um mês, a dispensa é efetuada de forma parcelar, assim
o doente leva consigo a medicação para 30 dias de terapêutica.
No primeiro ato de dispensa do medicamento no ambulatório nos SF os utentes
tem que assinar o termo de responsabilidade sobre a medicação.
Conjuntamente à dispensa de medicação, cabe ainda ao farmacêutico responsável
pelo ambulatório, a tarefa, de aconselhar e prestar todo o apoio ao doente de forma escrita
(através de folhetos informativos) e verbal, incentivando-o a não abdicar da terapêutica,
como fazer a terapêutica e ainda os efeitos secundários sentidos após a toma.
É ainda da responsabilidade do farmacêutico assegurar que os medicamentos
fornecidos aos doentes cheguem ao domicílio em ótimas condições de conservação e
26
acondicionamento, assim todos os medicamentos de frio que abandonam os SF são
acondicionados em cuvetes de gelo que permite assegurar a sua estabilidade.
Segundo o Despacho nº 12782/98 (2.ª série) “Em todos os hospitais com serviço
de ginecologia/obstetrícia devem funcionar consultas de planeamento familiar que
constituam referência para os centros de saúde da sua área de influência (unidade de
saúde) através de protocolos estabelecidos…Cabe aos conselhos de administração dos
hospitais e das administrações regionais de saúde..., garantir a existências de
contracetivos para distribuição gratuita aos doentes.”
A dispensa de contracetivos orais no CHCB só é efetuada pois são feitas na
instituição consultas de ginecologia e obstetrícia, ao abrigo do referido despacho.
Ao contrário da restante medicação, os contracetivos orais são fornecidos para um
período de três meses.
Os SF de modo a facilitar o acesso e sustentar a terapêutica do doente, procede ao
envio pelo correio de medicamentos uma vez por semana. Este envio é feito quando o
doente reside a mais de 25km ou quando não tem qualquer possibilidade de se deslocar
ao hospital, a fim de levantar a sua medicação para dar inicio a mais uma fase de
tratamento [1].
O envio impõe ainda certas restrições, psicotrópicos e estupefacientes,
hemoderivados, medicamentos termolábeis, e os medicamentos muito dispendiosos não
podem ser enviados por questões de tráfico, contrabando (psicotrópicos e
estupefacientes), contaminação, evitando assim o seu extravio, o fácil acesso em
farmácias comunitárias não justifica assim o envio por correio de contracetivos orais.
Existem medicamentos, cuja distribuição obedece a circuitos especiais, de acordo
com diplomas legais. Os serviços farmacêuticos cumprem com a legislação, procedendo
à análise e validação das prescrições médicas, registo de distribuição, arquivo dos
impressos e envio trimestral dos registos de entradas e saídas, de estupefacientes e
psicotrópicos, para o INFARMED.
O regime de Hospital dia, permite aos doentes continuar a terapêutica junto da
sociedade, diminuindo o risco de infeções hospitalares e redução de custos com
internamentos. O Assistente Operacional desloca-se ao ambulatório para levantar a
medicação, que traz consigo a etiqueta identificativa para identificar os medicamentos. O
27
farmacêutico com a ajuda do sistema informático confirma se o doente está calendarizado
para vir nesse dia e imprimisse o dia do ciclo.
O controlo do circuito especial de distribuição de Estupefacientes e Psicotrópicos
é da responsabilidade do farmacêutico responsável pelo ambulatório, estes encontram-se
armazenados em cofres de dupla fechadura tanto na sala onde se exercem as funções de
ambulatório como em determinados serviços. O stock de estupefacientes e psicotrópicos
encontra-se definido por serviço, assim todos os meses com vista a alcançar os
indicadores de qualidade é realizada uma conferência mensal em cada serviço clínico, na
presença de um enfermeiro chefe a fim de verificar os prazos de validade, as existências
de stock e ainda a conferência de registos e semanalmente é ainda efetuada a conferência
nos serviços farmacêuticos [1,3].
Como o stock de estupefacientes e psicotrópicos é um pouco limitado nos serviços
clínicos, sempre que necessário é feita uma requisição dos mesmos em impresso próprio
em duplicado “via farmácia” e “via serviço” designado anexo X, que só devidamente
preenchido é que dá entrada nos SF (Anexo I).
Caso não seja possível a dispensa da quantidade total prescrita no Anexo I,
dispensa-se a quantidade possível ficando a receita pendente. Imputa-se a quantidade
dispensada e envia-se para o sector administrativo fotocópia do Anexo I com a indicação
de “Pendente”. O original é arquivado em pasta própria. Proceder de forma análoga com
o Anexo X, caso este não possa ficar pendente na sua totalidade.
Caso um serviço clínico necessite de um estupefaciente ou psicotrópico que não
faça parte do seu stock é necessário constituir um stock mínimo adequado, através do
preenchimento do Anexo X, com a indicação de “Constituição de stock”.
Nunca aceitar devoluções dos serviços sem impresso de devolução Anexo X
devidamente preenchido.
As devoluções dos serviços por prazo de validade expirado deverão também ser
acompanhadas do Anexo X devidamente preenchido. Deve ser indicado claramente que
a devolução se efetua por motivo de expiração do prazo de validade. As devoluções por
expiração do prazo de validade não se registam no sistema informático, devendo ser
guardadas no cofre para posterior envio ao SUCH.
A distribuição de Hemoderivados constituí mais um circuito de distribuição
especial, como se trata de medicamentos derivados do sangue a requisição é feita através
de uma prescrição médica em impresso próprio duplicado “via farmácia” e “via serviço”
(modelo nº1804 da INCM). Para proceder a dispensa é enviada cada unidade de
28
medicamento devidamente identificada com uma etiqueta e acompanhado pelo impresso
“via serviço”, após correto preenchimento (Anexo II).
No ato de dispensa do Hemoderivado é preciso confrontar o lote do hemoderivado
dispensado com o mapa de registo de lotes e certificados de libertação das substâncias
derivadas do plasma humano fornecida pela INFARMED. Assegura que foram efetuadas
testes rigorosos no que diz respeito a transmissão de doenças através do sangue.
Sempre que administrado ao doente é feito um registo no impresso “via serviço”
pelo enfermeiro, dado por finalizado o tratamento, a medicação não administrada deve
ser devolvida aos SF no prazo de 24horas, devendo o enfermeiro registar a devolução no
quadro D do dito impresso. No quadro D é preciso conferir se o preenchimento está
completo: data de administração, hemoderivado/dose, quantidade administrada,
lote/laboratório de origem, assinatura e número mecanográfico do enfermeiro que
administrou. A “via de serviço” é arquivada posteriormente no processo clínico, enquanto
a “via farmácia” é da mesma forma arquivada, nos SF. No fim do processo é preciso
imputar por CM em nome do doente [1, 4].
A dispensa da talidomida é controlada e restrita pelo que só pode ser prescrita por
médicos inscritos no programa de gestão de risco da Pharmion. Apenas pode ser prescrita
por médicos especialistas e registados no hospital, e na prescrição deve constar o número
de autorização para poder dispensar a medicação [1].
Para maior controlo aos utentes cumprirem a terapêutica, o farmacêutico faz o
seguimento farmacoterapêutico dos utentes para caso se verifique incumprimento da
terapêutica por parte do doente, é contatado o médico prescritor.
Quando há devoluções de medicamentos dos utentes ao ambulatório, é lhes
fornecida um questionário com o objetivo de saber se o doente respeitou as condições de
armazenamento para uma possível reutilização dos medicamentos (Ex: abrigo da luz,
humidade, temperatura, as condições dos blisters, a caixa).
A passagem pelo ambulatório foi uma experiencia muito gratificante, permitiume contatar com várias situações de doentes com doenças crónicas e como lidam com a
situação, pude alargar os meus conhecimentos no que respeita à cedência de
medicamentos em regime de ambulatório, legislação especial, no que respeita aos
circuitos especiais de distribuição.
29
8-FARMACOTECNIA
A Farmacotecnia dos serviços farmacêuticos do CHCB está divida em 5 áreas
distintas:
- Reembalagem;
- Preparação de manipulados não estéreis;
- Purificação da água para preparação de manipulados;
- Preparação de medicamentos citotóxicos e biológicos.
- Preparação de Nutrição Parentérica e outros manipulados estéreis;
8.1-REEMBALAGEM
A reembalagem e rotulagem de medicamentos unidose deve ser efetuada de
maneira a assegurar a segurança e qualidade do medicamento. Esta área incorporada nos
SF deve permitir a estes mesmos serviços disporem do medicamento, na dose prescrita,
de forma individualizada, reduzindo os erros de administração e evitar os riscos de
contaminação. Assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com
segurança, eficácia e comodidade.
A sala de reembalagem dos SF do CHCB encontra-se interligada ao armazém 12
– sala da dose unitária, servindo para responder a necessidade de preparação de outras
quantidades de comprimidos para administrar ao doente segundo uma prescrição
específica.
Quando se pretende outras dosagens, usualmente, metades ou quartos de uma ff
oral sólida procede-se ao fracionamento dos mesmos, depois de divididos são inseridos
na máquina de reembalagem (figura 7), assegurando-se sempre que o fracionamento e
reembalagem de uma ff oral sólida não vão alterar as características do medicamento [6].
O rótulo deve conter informação relativa:
 Nome genérico;
 Lote e Dose;
 Validade (nunca superior a 6meses);
 Laboratório fabricante;
30
 Identificação do hospital responsável pela reembalagem, bem como o
número de unidades reembaladas;
Figura 7:Maquina de Embalamento
Neste sector da farmácia são reembalados sobretudo os medicamentos orais
sólidos, que não apresentam as doses prescritas e medicamentos orais sólidos fornecidos
pela indústria farmacêutica em embalagens múltiplas, sendo necessário reembalar
individualmente, procedendo sempre ao registo da reembalagem, numa folha apropriada.
O FDS – Fast Dispensing System é o resultado da inovação na tecnologia
farmacêutica, a sua principal função está centrada no reembalamento automático de
formas orais sólidas (cápsulas e comprimidos) em grandes quantidades.
A implementação de um sistema automatizado – FDS visa:
 Aumentar a produtividade da farmácia;
 Reduzir a possibilidade de erro humano;
 Identificar corretamente o medicamento;
 Melhorar a qualidade do sistema de embalagem e da dose unitária.
O FDS, instalado na sala de reembalagem dos SF, recebe a informação
proveniente do sistema informático, processando-o e efetuando de seguida a
reembalagem de toda a medicação em embalagens separadas e identificadas, para os
respetivos doentes.
31
8.2-UNIDADE DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS NÃO ESTÉREIS
“Atualmente, são poucos os medicamentos que se produzem nos hospitais, ao
contrário do que sucedia há uma década.”
(Manual de Farmácia Hospitalar - Março 2005)
A unidade de preparação de manipulados não estéreis é mais um dos sectores que
integra os Serviços Farmacêuticos, desempenhando um papel muito ativo em meio
hospitalar, tem como principal finalidade a preparação de fórmulas magistrais (todos os
medicamentos preparados em farmácia, sob indicação de uma receita médica e destinada
a um doente especifico) e preparados oficinais (todos os medicamentos preparados
segundo as indicações de uma farmacopeia, dispensado por uma farmácia para um
determinado doente).
A manipulação de medicamentos ocorre na maioria das vezes devido à
inexistência de produtos quer de dosagens adequadas às necessidades particulares de cada
doente quer apresentadas sob as formas farmacêuticas mais apropriadas, as preparações
que se fazem atualmente, destinam-se essencialmente a Pediatria, Geriatria e ainda a
Oncologia.
A preparação de fórmulas magistrais é um meio de ajuste da terapêutica ao perfil
fisiopatológico específico de cada doente, é uma alternativa para casos de intolerância a
determinados excipientes, é uma alternativa para doentes com necessidades especiais e é
ainda, uma forma de personalizar a terapêutica.
Durante o tempo que permaneci na área de preparação de manipulados não
estéreis pode percecionar quais os manipulados com mais saída nos diversos serviços
clínicos e ainda, como é que o pedido de manipulados chega até a referida área, bem como
a preparação e dispensa.
Assim, para que qualquer medicamento seja manipulado no interior dos SF do
Centro Hospitalar Cova da Beira, deve ser sempre feito um pedido de um serviço clínico,
uma prescrição médica ou até mesmo de uma requisição de outro sector da farmácia, que
posteriormente é validado por um farmacêutico seguido depois da sua preparação.
Na sala destinada a manipulação, tive a oportunidade de participar ativamente na
preparação de alguns manipulados, sempre sob a orientação e supervisão de uma TF
32
responsável pelo sector referido. Foi-me assim dada a oportunidade estar presente na
manipulação uma solução aquosa de ácido acético a 3%, uma solução aquosa de iodo a
5% (soluto de lugol), formol a 10%, xarope de furosemida 1%, papéis de ácido fólico,
xarope comum e o permanganato de potássio.
A solução aquosa de ácido acético a 3% é muito usada em consulta externa, pois
possui propriedades bactericidas podendo ser utilizada que como desinfetante quer como
antisséptico.
A solução aquosa de iodo a 5% (soluto de lugol) é muito solicitada pelo serviço
de ginecologia, esta é utilizada sobretudo na observação microscópica de células da
mucosa uterina, devido às propriedades corantes que apresenta entre muitas outras
indicações.
O uso da solução de formol a 10% é habitual no bloco operatório para auxiliar a
fixação de peças anatómicas até darem entrada no laboratório de anatomia patológica.
O xarope de furosemida 1% apresenta-se como um manipulado de grande saída
em regime de ambulatório, é utilizado como diurético especialmente para doentes
pediátricos.
A preparação de papéis de ácido fólico, indicada para o tratamento de anemia
(hemolítica e megaloblástica) é muito efetuada nos SF.
O permanganato de potássio, é utilizado como desinfetante e antissético em
ulceras varicosas (varizes).
Seguidamente á preparação de cada um dos referidos manipulados, segue-se o
preenchimento da ficha de preparação do medicamento manipulado e a rotulagem de cada
recipiente de acondicionamento, com propósito de fornecer toda a informação necessária
ao doente.
O contacto direto com a área de preparação de manipulados não estéreis permitiume aplicar todos os conhecimentos de técnica asséptica, agindo sempre de acordo com as
boas práticas, atuando sempre em prol do doente de modo a evitar uma possível
contaminação microbiológica.
33
8.3-PURIFICAÇÃO DA ÁGUA PARA PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS
Os SF possuem dois aparelhos para a preparação de água purificada, que pode ser
necessária para utilização em alguns serviços clínicos ou para a preparação de alguns
manipulados,
nomeadamente
soluções
externas,
nos
SF.
No aparelho preferencialmente utilizado, é necessário verificar sempre a bateria e a
qualidade da água, indicados no aparelho, contribuindo estes valores para controlo de
qualidade. Caso estes valores não estejam nos níveis aconselhados, a água não pode ser
prepara,
preparada,
utilizando-se
o
aparelho
alternativo.
Devido ao baixo volume de preparações internas preparadas, os SF optam por utilizar,
nestes casos, água destilada preparada industrialmente.
8.4-UNIDADE DE RECONSTITUIÇÃO DE CITOTÓXICOS
A quimioterapia desempenha um papel cada vez mais importante no tratamento
de doenças neoplásicas, verificando-se uma necessidade cada vez mais crescente no que
respeita à preparação de medicamentos citotóxicos a nível hospitalar.
O uso de medicamentos citotóxicos a nível hospitalar é uma das mais importantes
formas de tratamento de neoplasias malignas, baseando-se assim, na utilização de
substâncias químicas isoladas ou em combinação.
É ainda de referir a diferença entre medicamentos citotóxicos e citostáticos,
medicamentos citostáticos são fármacos que inibem, através de vários mecanismos, a
multiplicação celular, enquanto, que os citotóxicos são os fármacos que, por terem
especial afinidade para as células de divisão rápida, atingem não só as malignas como as
células normais.
Esta unidade para a preparação da terapêutica injetável de citotóxicos é constituída
por duas áreas, a primeira sala, funcionando como uma antecâmara, é usada para o
armazenamento de todo o material clínico (bombas perfusoras, máscaras, touca e batas
esterilizadas e soros), para a lavagem asséptica das mãos, funcionando ainda como
arquivo.
A segunda sala encontra-se equipada com uma câmara de fluxo de ar vertical,
classe II, tipo B (permitindo que o ar seja expulso após filtração para o exterior do edifício,
misturando-se com o da atmosfera), filtros HEPA (facilitando a remoção de 99.97% de
34
partículas do ar com dimensão igual ou inferior a 0.3µg), com vidro frontal protegendo o
operador [1].
A preparação de um medicamento citotóxico é sempre precedida de uma
prescrição médica, essa prescrição, é feita preferencialmente por via informática, tendo
por base todos os protocolos estabelecidos e aprovados.
Após, dar entrada na farmácia, a prescrição é validada pelo farmacêutico
responsável pelo sector, que de seguida elabora em suporte de papel para cada doente, o
perfil farmacoterapêutico onde regista os dados do doente e o seu histórico clínico em
termos da prescrição de citotóxicos (anexo X). Cada prescrição, fornece informação
referente ao [1]:
 Nome do doente;
 Diagnóstico;
 Peso, altura, área de superfície corporal, creatinina sérica, clearance de
creatinina e idade;
 Esquema terapêutico;
 Fase do tratamento (nº e dia do ciclo e fase terapêutica).
Sempre que se procede a preparação de um medicamento citotóxico é feito um
registo da preparação do mesmo, num quadro característico do próprio serviço.
Antes de dar inicio a manipulação de um citotóxico é necessário cumprir algumas
técnicas assépticas que visam não só a segurança do paciente, como também a do
manipulador prevenindo sempre o risco de contaminação do preparado.
Antes de começar qualquer manipulação de citotóxico colocar a sala em
funcionamento 30 mn antes [1].
A pressão recomendada é de 1 mm H20 na “pré-sala” e ≤ 0 mm H20 na “sala de
trabalho” (faz-se o registo das pressões antes de entrar na sala). Se as pressões não se
encontrarem dentro dos valores recomendados deverá proceder-se de acordo com as
instruções que constam no “ Manual de funcionamento e manutenção da sala limpa para
manipulação de citostáticos” [1].
Devido ao risco que este tipo de preparação causa, todos os profissionais de saúde
expostos devem tomar as devidas precauções, usar bata, máscara, touca, trocar de luvas
de 30 em 30min (ou até menos) e realizarem exames médicos periódicos.
35
Os citotóxicos preparados nos SF desta instituição, são sempre protegidos da luz
solar com papel de alumínio e devidamente identificados com um rótulo característico
que identifica [1]:
 O nome do doente;
 O serviço (por ex. Urologia, Reumatologia, Hematologia)
 O citotóxico, dosagem e volume respetivo;
 O respetivo solvente e volume (por ex. dextrose a 5% ou Soro
Fisiológico);
 Volume total de preparação;
 Via de administração;
 Tempo de administração;
 Data e hora da preparação;
 Estabilidade após preparação e condições de conservação;
 Rubrica do preparador;
 Identificação a vermelho do conteúdo (CITOTÓXICO);
Antes de abandonarem a unidade de preparação de citotóxicos é efetuada uma
apreciação geral no que respeita a integridade física das embalagens, prazos de validade,
ausência de partículas em suspensão, inexistência de precipitados e a confirmação se o
preparado está de acordo com a preparação.
Quando há dúvidas sobre que solvente utilizar na preparação do citotóxico,
consulta-se a folha de reconstituição de citotóxicos que apresenta informações
importantes tais como [1]:
- Dose;
- Solução de Reconstituição;
- Volume;
- Estabilidade após reconstituição;
- Condições de Conservação;
- Estabilidade após diluição.
Cumprido este procedimento são colocados em maletas herméticas, que em caso
de acidente evitam ou minimizam derrames, em seguida cada maleta é transportada por
um A.O e entregue no Hospital de Dia, para que de seguida seja administrada ao doente
indicado.
36
De forma a assegurar o controlo microbiológico, os filtros HEPA são mudados
periodicamente e são enviadas amostras de toda a superfície da câmara de fluxo de ar
laminar e ainda de um preparado para o laboratório de Patologia Clínica. O resultado da
análise é arquivado nos serviços farmacêuticos em dossiê próprio.
Durante uma semana, tive a oportunidade de assistir a várias preparações de
citotóxicos. Participei na seleção de medicamentos citotóxicos e na pré-medicação que
acompanha mais um ciclo de tratamento (por ex. metoclopramida, funcionando como
uma antiemético), necessários para responder ao perfil farmacoterapêutico de cada
doente.
Contribuí no emprego de todas as técnicas assépticas, desde o equipamento de
proteção individual (bata, luvas, máscara, touca) e ainda na desinfeção com álcool de todo
o material que daria entrada na câmara de fluxo de ar laminar bem como o
acondicionamento e proteção de citotóxicos (isto é, proteção da luz solar com papel de
alumínio, como referi anteriormente). Também tive a oportunidade de ajudar e preparar
um citotóxico (Acido levofolinico). Para a preparação do Acido Levofolinico 6 ml
utilizei:
Materiais:
- Spinlock (apresenta uma válvula anti-retorno, ou seja, deixa entrar solução mas
não deixa sair);
- Cloreto de Sodio (solvente);
- Spike (sistema que ajuda a retirar solução do soluto com eficiência);
- Duas Embalagens de Acido Levofolinico (4ml);
- Seringa 10 ml.
Procedimento:
1º Passo: Para cumprir regras de segurança coloca-se o spinlock no cloreto de
sódio (NaCL) e enche-se o tubo de perfusão I.V com o NaCL para evitar um possível
derrame de citotóxico.
2º Passo: Incorporar o spike ao citotóxico e com a ajuda de uma seringa retirar a
solução. Utilizei 2 frascos de 4 ml de Acido porque precisávamos de 6 ml, para evitar
desperdícios ajustamos o spike de modo a retirar o máximo de citotóxico do frasco.
3º Passo: Inserir o citotóxico (soluto) no NaCL (solvente) através de uma saída
presente no spinlock.
4º Passo: Cobrir com papel de alumínio a preparação do citotóxico com papel de
alumínio e devidamente identificado com o rótulo.
37
Ao longo deste período, apercebi-me ainda do número crescente de doentes com
neoplasias e da multiplicidade das mesmas.
8.5-UNIDADE DE PREPARAÇÃO DE MISTURAS INTRAVENOSAS (MIV)
A unidade de preparação de misturas intravenosas é adequada a preparação
asséptica de soluções injetáveis, incluindo bolsas de nutrição parentérica.
A nutrição parentérica caracteriza-se como o tipo de nutrição em que a
administração de nutrientes vitais é feita por via intravenosa, sempre que a ingestão por
via entérica apresenta determinadas limitações.
As bolsas de nutrição parentérica, contém soluções que fornecem uma
combinação equilibrada de glúcidos, aminoácidos e lípidos essências, juntamente com
minerais, vitaminas e eletrólitos.
Nos SF do CHCB, a unidade destinada a preparação de misturas intravenosas é
constituída por duas salas, tal como acontece na unidade de manipulação de citotóxicos.
No entanto a sala limpa é equipada com uma câmara de fluxo de ar horizontal
permitindo que a manipulação se realize segundo regras rigorosas de estabilidade e
assepsia [6].
Após validação da receita médica e análise do perfil farmacoterapêutico nos SF é
selecionada a bolsa de nutrição parentérica e todos os aditivos prescritos.
Posteriormente, na sala de misturas intravenosas é selecionado e esterilizado todo
o material adequado à manipulação e elaborada uma ficha de preparação, onde constam
todos os dados relativa a preparação das bolsas de nutrição parentérica.
Na preparação de bolsas de nutrição parentérica são utilizadas nesta unidade
bolsas tricompartimentadas, preparadas pela indústria farmacêutica, constituídas por três
compartimentos selados, um com uma solução de glucose, outro com uma solução de
aminoácidos e ainda um terceiro compartimento com emulsão lipídica que posteriormente
é aditivada e reconstituída, se necessário mediante o perfil do doente [6].
A reconstituição ou aditivação é sempre feita de um modo sequencial, em três
fases, em primeiro lugar e após ser misturada a solução de glucose e aminoácidos pode
ou não ser adicionada glutamina, dependendo das necessidades do doentes, de seguida
são introduzidos os oligoelementos e para finalizar, são dissolvidas as vitaminas
lipossolúveis nas hidrossolúveis que após rebentar o compartimento que contém a
38
emulsão lipídica são introduzidas no interior da bolsa, homogeneizando de seguida toda
a mistura [6].
A preparação das bolsas de N.P. deve seguir sempre as instruções do laboratório
fornecedor, tendo em atenção a ordem de adição, tipos de aditivos permitidos e os limites
máximos permitidos desses mesmos aditivos para cada bolsa.
Visto tratarem-se de soluções sensíveis à luz, todas as bolsas são envoltas em
sacos de alumínio foto protetores próprios para o efeito sendo de seguida rotulados.
Em cada rótulo consta a seguinte informação [1]:
 Identificação do Serviço;
 Identificação do doente (nome e número do processo);
 Indicação do volume correspondente (tratando-se de uma bolsa de 1250ml ou
até 1750ml);
 Descrição qualitativa e quantitativa dos componentes da bolsa de N.P.;
 Data e hora da preparação;
 Prazo de utilização e condições de preparação;
 Rubrica do operador.
Para controlo microbiológico é enviado a cada 30 preparações estéreis para o
serviço de Patologia Clínica, uma amostra.
39
9-SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HOSPITAL DO FUNDÃO
No Hospital do Fundão, os Serviços Farmacêuticos situam-se no primeiro piso,
funcionando como uma sub-unidade dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Pêro da
Covilhã, ambos integrados no CHCB. EPE, com horário de funcionamento de segunda a
sexta-Feira das 9 as 17:30Horas.
O Hospital do Fundão, possui poucos serviços clínicos mas especializados, são
eles:
 Medicina Interna (Piso I e II);
 Medicina Paliativa (Piso I);
 Unidade de Tratamento de Alcoólicos (Piso I);
 Unidade de Infeciologia (Piso II).
Os recursos humanos disponíveis nos Serviços Farmacêuticos desta Unidade são
compostos por um Farmacêutico, um TF e ainda um AO, perfazendo um total de 3
profissionais de saúde.
No que diz respeito ao espaço físico, este serviço é um pouco reduzido
comparando com os SF do Hospital Pêro da Covilhã, é então constituído por uma sala
onde é realizada a distribuição de dose unitária, uma pequena área destinada ao armazém,
que possibilita assim a distribuição tradicional, reposição por nível pelos diversos
serviços do hospital e ainda por uma sala com acesso ao exterior, o ambulatório.
A distribuição por dose unitária é realizada manualmente para número reduzido
de camas, pelo que não justifica a utilização do sistema semi-automático – Kardex.
Ao longo de um dia, tive assim a oportunidade de contatar nos SF do Hospital do
Fundão, com uma realidade distinta dos restantes dias que passei nos SF do Hospital Pêro
da Covilhã.
Os SF sempre que necessitam de aumentar o seu stock para satisfazer as
necessidades dos restantes serviços e assegurar a terapêutica dos seus doentes, emite um
pedido informático ao armazém central dos SF do Hospital Pêro da Covilhã que tende a
satisfaze-lo de imediato, pelo que a quarta-feira faz o pedido semanal grande, para
reposição de stock.
O TF no ato da receção da encomenda confere a quantidade, e depois armazenado
segundo os princípios do FEFO e pelos lotes.
40
Quanto a identificação de todas as especialidades farmacêuticas existentes, estas
seguem as mesmas regras de identificação (ordem alfabética de princípio activo, tendo
em conta o seu prazo de validade) e todas as condições de armazenamento do referido
armazém central.
Semanalmente são efetuadas contagens de stock, na segunda e sexta a contagem
são por grupos farmacoterapêuticos, em que na segunda faz-se a contagem dos
Antirretrovirais, os métodos contracetivos, tremoláveis, ambulatório, Estupefacientes e
os tuberculostáticos. As sextas-feiras têm as pomadas, colírios, Nutrição entérica,
anestésicos, antisséticos e desinfetantes, injetáveis de grande volume, pensos e
inflamáveis. A terça e quarta faz-se a contagem do stock tendo em conta a classificação
ABC.
A Distribuição dose unitária requer concentração acrescida por parte do TF,
através do perfil farmacoterapêutico, consulta-se o nome do medicamento, forma
farmacêutica, posologia. Quinta a tarde e sexta a medicação é aviada para três dias pelo
que é preciso verificar os dias da toma da medicação [1 (sexta-feira),0 (sábado),1
(domingo)], exemplo da varfarina que acumula-se no organismo e para evitar
sobredosagem, é preciso haver descontinuidade da terapêutica. Por vezes é preciso alterar
ou retirar a medicação de um doente porque houve alta ou mudança de terapêutica, é
preciso confirmar se a terapêutica é igual aos dias anteriores.
Depois de preparada a medicação da dose unitária procede-se a conferência da
medicação por parte do farmacêutico para corrigir eventuais erros na medicação. Ainda
há uma 3ª conferência quando é entregue a medicação ao serviço, entre o enfermeiro
chefe e o TF ou farmacêutico para minimizar ao máximo erros de medicação,
principalmente porque há receitas prescritas a mão. Os serviços do piso I fazem a 3ª
conferência na segunda e quarta enquanto no piso II é na terça e quinta.
A reposição por nível no fundão possui um circuito fechada, isto é, a distribuição
e gestão é toda ela feita pela farmácia, nos dias de troca dos carros de reposição por nível
é verificada através do PDA, o stock em falta para depois proceder a sua reposição. A
reposição é feita segunda e quinta no piso I e terça e sexta no piso II.
As revertências são feitas depois das cassetes da dose unitária correspondente ao
dia anterior regressarem ao serviço, na segunda-feira a reverte-se os 3 dias da medicação
todos no mesmo dia.
O controlo das validades é efetuada de rigorosamente desde a entrada, onde fazse o registo informático dos medicamentos e suas respetivas validades que permite
41
agrupar todos os medicamentos numa listagem mensal. Tal como no armazém central é
feita o controlo de todos os medicamentos com prazo de validade dentro de 4 meses e
qualquer medicamento que entre nos serviços farmacêuticos com validade entre esses 4
meses é registado na listagem. Este controlo antecipado das validades permite verificar
as saídas do medicamento no armazém central para uma possível transferência evitando
assim abates desnecessários.
O Ambulatório do fundão tem uma particularidade em relação ao ambulatório da
Covilhã na distribuição de medicamentos aos doentes, aqui são tratados todos os doentes
HIV/SIDA do CHCB pelo que o grande stock de medicamentos antirretrovirais encontrase nos SF do Fundão.
Foi uma experiência enriquecedora, na primeira semana participei em todo o
circuito do medicamento como TF, desde a receção de medicamentos do armazém
central, armazenamento dos medicamentos, revertências, e controlo de stock no final da
tarde. Participei nos diferentes tipos de distribuição salvo o ambulatório, mas pude ajudar
na distribuição de questionários junto com os utentes para avaliar o grau de satisfação dos
utentes perante o atendimento do farmacêutico no ambulatório. O questionário é um dos
objetivos da qualidade que a farmácia do fundão faz anualmente com os utentes.
Tive a oportunidade de ajudar a farmacêutica há conferir a medicação e também
junto com o enfermeiro participei na 3 conferência da dose unitária.
42
10-FARMACOVIGILÂNCIA
Após a introdução no mercado de um medicamento, a farmacovigilância
desempenha uma função essencial para a adequada e segura utilização dos medicamentos.
Farmacovigilância, “visa melhorar a qualidade e segurança dos medicamentos,
em defesa do utente e da Saúde Pública, através da deteção, avaliação e prevenção de
reações adversas a medicamentos” [7].
Todos os profissionais de saúde, integram a estrutura do Sistema Nacional de
Farmacovigilância, tendo a obrigação de enviar informação sobre reações adversas que
ocorrem com o uso de medicamentos. Essas situações devem ser notificadas ao sistema
de farmacovigilância do INFARMED (regulamentado pelo Decreto-Lei nº 242/2002 de
5 de Novembro) [8].
Os Hospitais constituem unidades de farmacovigilância, sendo de primordial
importância pela inovação e agressividade de muitos dos fármacos usados nos hospitais
(Anexo IV).
As notificações devem ser enviadas rapidamente para o Serviço Nacional de
Farmacovigilância.
43
11-CONCLUSÃO
A realização deste Estagio Profissional II no Centro Hospitalar Cova da Beira,
EPE. foi uma experiência inovadora, contabilizando-o de forma muito positiva. A equipa
dos SF foram importantes para eu atingir os meus objetivos para uma formação de
excelência.
Participei de todos as áreas do circuito do medicamento dos serviços
farmacêuticos:
 Receção de Encomendas,
O TF junto com um AT do serviço de aprovisionamento confirmam se a nota de
encomenda é correta, segundo a quantidade encomendada, são verificados os lotes e
validades das encomendas, depois segue-se o armazenamento.
 Armazenamento:
Os medicamentos são armazenados de acordo com a sua rotatividade, grupo
farmacêutico (antibióticos, anestésicos, pensos), temperatura (insulinas), humidade.
 Controlo de Stock:
É feita em todas as áreas da farmácia, e tive a oportunidade de fazer.
 Controlo das Validades:
Tive a oportunidade de registar todos os medicamentos com validade a expirar
dentro de 4 meses, esse método de controlo de validade permite fazer trocas e evitar
abates desnecessários.
 Distribuição:
Reposição por nível: com a ajuda do PDA tive a oportunidade de preparar os
carros de reposição por nível.
Dose unitária: fiz a preparação manual (pequenos serviços ex: Pediatria e
Fundão), e semi-automática (Kardex, FDS)
Clássica ou Tradicional: preparei varias vezes quando estive no armazém.
Pedido feito pelas enfermeiras, validada pelos farmacêuticos, preparada pelos Técnicos
44
de Diagnostico e Terapêutica e transportada pelos Auxiliares de Ação Médica para os
serviços.
Ambulatório: permitiu ter contato com doentes que a maioria apresenta doenças
crónicas e como aborda-las, transmitir todas as informações oral ou escrita para melhor
adesão terapêutica. Também tive a oportunidade de trabalhar com o Consis (sistema
semiautomático) e com medicação de regime especial de distribuição, psicotrópicos e
estupefacientes e os hemoderivados e medicamentos que ainda são patenteados e por isso
custosos e que precisam de autorização da CFT (Comissão Farmácia e Terapêutica) para
a sua dispensa. No fundão ajudei na distribuição de questionários para avaliar a satisfação
do doente em relação ao atendimento.
 Farmacotecnia: participei e ajudei nas 5 areas da farmotecnia, que são:
Reembalagem; objetivo é fracionar formações farmacêuticas oral sólidos (ex:
metades, um terço) e reembalados com validade de acordo com a estabilidade do
medicamento (6 meses). Também estive em contato com o FDS que reembala soluções
orais solidas para serem dispensados aos serviços.
Obs: Muitas vezes são prescritas dosagens menores das que existem no mercado,
dai a necessidade de reembalar.
Preparação de manipulados não estéreis; é um meio de ajuste da terapêutica ao
perfil fisiopatológico específico de cada doente. É uma alternativa para doentes com
necessidades especiais, ou seja, uma forma de personalizar a terapêutica. Ajudei na
preparação e na identificação com as respetivas pictogramas (toxico).
Purificação da água para preparação de manipulados; permite verificar o
estado de pureza da água (> 99%) para posteriormente ser utilizado na preparação de
xaropes.
Preparação de medicamentos citotóxicos e biológicos para tratamento de
neoplasias malignas. Ajudei e preparei uma manipulação de citotóxico (Acido
levofolinico). A pressão recomendada é de 1 mm H20 na “pré-sala” e ≤ 0 mm H20 na
“sala de trabalho” (faz-se o registo das pressões antes de entrar na sala). Participei na
seleção de medicamentos citotóxicos e na pré-medicação que acompanha mais um ciclo
de tratamento (por ex. metoclopramida, funcionando como uma antiemético).
45
Preparação de Nutrição Parentérica e outros manipulados esteréis. A
reconstituição ou aditivação é sempre feita de um modo sequencial, em três fases, em
primeiro lugar e após ser misturada a solução de glucose e aminoácidos pode ou não ser
adicionada glutamina, dependendo das necessidades do doentes, de seguida são
introduzidos os oligoelementos e para finalizar, são dissolvidas as vitaminas lipossolúveis
nas hidrossolúveis que após rebentar o compartimento que contém a emulsão lipídica são
introduzidas no interior da bolsa, homogeneizando de seguida toda a mistura. Visto
tratarem-se de soluções sensíveis à luz, todas as bolsas são envoltas em sacos de alumínio
foto protetores próprios para o efeito sendo de seguida rotulados.
Os serviços farmacêuticos têm uma liderança forte, promovendo a melhoria
contínua, ajudando a manter o grupo unido, e a aproveitar o máximo potencial de cada
membro da equipa dos serviços farmacêuticos o que ajuda a ultrapassar os obstáculos que
possam surgir. Com muito prazer que tive a oportunidade de integrar essa equipa e um
obrigado a todos.
46
BIBLIOGRAFIA
[1] Procedimentos operativos e procedimentos internos. Serviços Farmacêuticos do
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE.
[2] Manual da Farmácia Hospitalar, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar,
Ministério da Saúde, Março 2005, pag 57-58.
[3] Portaria n.º981/98, de 8 de Junho, Execução das medidas de controlo de
estupefacientes e psicotrópicos.
[4] Despacho n.º 1051/2000 (2.ª série), dos Ministérios da Defesa Nacional e da Saúde,
publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 251, de 30 de Outubro de 2000. Registo
de medicamentos derivados de plasma.
[5] Manual da Farmácia Hospitalar, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar,
Ministério da Saúde, Março 2005, pag 46.
[6] Manual da Farmácia Hospitalar, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar,
Ministério da Saúde, Março 2005, pag 41-42.
[7] INFARMED (2013),Farmacovigilância. Acedido em Junho 23, 2013, em
INFARMED:
http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PERGUNTAS_FREQUENTES
/MEDICAMENTOS_USO_HUMANO/MUH_FARMACOVIGILANCIA.
[8] Manual da Farmácia Hospitalar, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar,
Ministério da Saúde, Março 2005, pag 62.
47
Anexo I –
Anexo X para
Dispensa de
Estupefacientes
48
Anexo IIRequisição/Distri
buição de
dispensa de
Hemoderivados
49
Anexo IIIRegisto de
Preparação de
Citotóxicos
50
Anexo IVNotificação de
Reações Adversas
a Medicamentos
51
SISTEMA NACIONAL DE FARMACOVIGILÂNCIA
Notificação de Reacções Adversas a Medicamentos
Confidencial
Notifique sempre que suspeitar de uma reacção adversa
A. Reacção adversa a medicamento (RAM)
Data início1
Descrição
1ª Dobra
Data fim
Duração RAM
se < 1 dia
h
h
h
min
min
min
h
min
Considera a reacção adversa (ou o caso, se mais do que uma reacção)2 grave?
Sim
Não
Se sim, porque considera grave?
Resultou em morte
Resultou em incapacidade significativa (especifique em F.)
Colocou a vida em risco
Causou anomalias congénitas
Motivou ou prolongou internamento
Outra3 (especifique em F.)
1ª Dobra
Tratamento da reacção adversa:
B. Medicamento(s) suspeito(s)
Nome de marca
Lote
Dose diária
Via adm.
Indicação terapêutica
Data início
Data fim
#1
O medicamento foi suspenso devido à reacção
A reacção melhorou após suspensão
Houve redução da posologia (especifique em F.)
Suspeita de interacção4 entre medicamentos (especif. em F.)
O mesmo fármaco foi reintroduzido
Ocorreu reacção adversa idêntica quando da reintrodução
São conhecidas reacções anteriores ao mesmo fármaco
Considera a relação causal:
Ou manteve-se
FAIXA AUTOCOLANTE
FAIXA AUTOCOLANTE
#2
Definitiva (certa)
São conhecidas reacções anteriores a outros fármacos
Provável
Possível
Improvável
C. Medicamentos concomitantes, incluindo auto-medicação (e outro tipo de produtos)
Nome de marca
Dose diária
Via adm.
Indicação terapêutica
Data início
Data fim
#3
#4
#5
#6
2ª Dobra
2ª Dobra
#7
D. Doente
Iniciais do nome
Feminino
Masculino
Peso
Kg
Altura
cm
Data de nascimento
Ou idade à data da ocorrência da(s) RAM(s)
Como evoluiu o doente em relação à(s) RAM(s)?
Cura
Em recuperação
Persiste sem recuperação
Morte sem relação com a reacção
Cura com sequelas
Desconhecida
Morte com possível relação com a reacção
E. Profissional de saúde
Nome
Profissão
Local de trabalho
Contactos5: Telefone/Telemóvel
Data
Assinatura
Mod. M-FV-01/02.
Especialidade
e-mail
v.s.f.f.
F. Comentários
(Dados relevantes de história clínica e farmacológica, alergias, gravidez, exames auxiliares de diagnóstico ou outros)
FAIXA AUTOCOLANTE
FAIXA AUTOCOLANTE
1ª Dobra
Obrigado pela sua colaboração
1
Se for inferior a 1 dia o intervalo de tempo entre a 1.ª administração do medicamento e a RAM, especifique em F.
2
Se ocorreu mais do que uma RAM, considere a gravidade do caso i.e. o conjunto das reacções adversas.
3
No conceito de gravidade, o item “Outra” é utilizado quando a RAM não colocar imediatamente a vida em risco ou
resultar em morte, ou em internamento, mas requeira intervenção do profissional de saúde para prevenir que a
reacção evolua para qualquer um dos outros critérios de gravidade.
4
Se existir suspeita de interacção, considere os respectivos medicamentos como suspeitos.
5
Mencione os melhores meios de contacto para ser possível a partilha de informação durante o processamento da
notificação. Os dados do profissional de saúde notificador são confidenciais.
1ª Dobra
Para ser considerada válida, uma notificação de reacção adversa deverá ter, no mínimo: a informação do
profissional de saúde com o meio de contacto; a identificação do doente por iniciais, data de nascimento, idade,
grupo etário ou sexo; pelo menos um fármaco/medicamento suspeito e pelo menos uma reacção adversa suspeita.
Devem ser notificadas todas as suspeitas de reacções adversas graves, mesmo as já descritas; todas as suspeitas
de reacções adversas não descritas (desconhecidas até à data) mesmo que não sejam graves e todas as suspeitas
de aumento da frequência de RAM (graves e não graves).
Entidade
Telefone
Fax
DGRM / INFARMED, I.P.
Unidade de Farmacovigilância do Norte
Unidade de Farmacovigilância do Centro
Unidade de Farmacovigilância de Lisboa
e Vale do Tejo
Unidade de Farmacovigilância do Sul
217 987 140
225 513 681
239 480 138
217 802 120/7
217 987 397
225 513 682
239 480 117
217 802 129
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
e-mail
www.infarmed.pt
ufn.med.up.pt
ufc.aibili.pt
uflvt.fm.ul.pt
Site
217 971 340
217 971 339
[email protected]
ufs.ff.ul.pt
2ª Dobra
2ª Dobra
INVÓLUCRO
MENSAGEM
AUTORIZAÇÃO
DE16252009GRC
INFARMED, I.P.
Direcção de Gestão do Risco de Medicamentos
AV BRASIL 53
1749-970 LISBOA
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