UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS
INSTITUTO TÉCNICO DE PESQUISA E ASSESSORIA-ITEPA
O Mercado de Trabalho de Pelotas
Autor: Filipe Santos Gravato (Acad. Economia)
Supervisão: Econ. Erli Soares Massaú
Abril/2011
Metodologia
O trabalho teve por objetivo mostras de forma clara e direta a realidade
do mercado de trabalho de Pelotas. Visto que houve uma expansão do
mercado de trabalho e sobram vagas, não por falta de força de trabalho mas,
sim por falta de mão-de-obra-qualificada.
FALTA MÃO-DE-OBRA MAS, NÃO FORÇA DE TRABALHO
A alegado falta de trabalhadores em Pelotas deve ser analisado em
dois focos. O primeiro é o da “mão-de-obra”, entendendo-se como tal, o
trabalhador preparado para executar as tarefas para as quais foi contratado. O
segundo foco é o da “força de trabalhado” ou seja, o total da população em
condições etárias de entrar no mercado (14 a 69 anos).
No caso da mão-de-obra realmente há falta de trabalhadores,
ocasionada pela rápida expansão econômica da região, principalmente, de Rio
Grande.
No caso da força de trabalho deve-se fazer uma reflexão mais
profunda.
Pelotas tem um PIB de R$ 3,6 bilhões, uma população 328 mil
habitantes e uma renda “per capita” de R$ 11 mil/ano. Na década 2001/2010
passamos de 12º para 8º município gaúcho. Ainda é pouco, nossa renda é 33%
menor do que a renda média estadual. Nossa População Economicamente
Ativa – PEA é de 49% ou 161 mil pessoas, aproximadamente, desenvolvendo
alguma atividade produtiva. Com relação a “força de trabalho” temos 248 mil
pessoas em idade de exercer atividades econômicas. Se diminuirmos deste
total a PEA, temos cerca de 87 mil pessoas que formam um excedente humano
que pode ser trabalhado. Como 50% desse excedente é formado por
aposentados, donas de casa e estudantes que não trabalham, o município de
Pelotas tem 43,5 mil pessoas que não executam nenhuma atividade e, que por
isso, devem ser buscados para o mercado.
É uma tarefa extremamente difícil. Em primeiro lugar, por estar
espalhada pelos bairros e vilas da periferia. Em segundo lugar, por ser formada
de pessoas esquecidas que por viverem sem perspectivas e comerem por meio
de programas sociais, criaram em estigma de indolência que é transmitido,
quase sempre, para os filhos.
Na verdade, é uma reserva para a formação de mão-de-obra que mais
cedo ou mais tarde, terá de ser incluída por programas de escolarização de
adultos, de apoio as famílias e, principalmente, por um tratamento de choque
para a elevação de sua alta estima.
Nos trabalhos desenvolvidos pelo ITEPA/UCPel nessas á áreas
excluídas, nota-se uma enorme quantidade de jovens e adultos parados em
esquinas e bares vendo o tempo passar e/ou sendo atraídos para o tráfico e
outras tarefas escusas.
Pessoas para trabalhar temos de sobra. Temos que incluí-las.
ESTRUTURA DO TRABALHO EM PELOTAS
Descrição
Número
Empregados c/Carteira (iniciativa privada)
61.549
Empresários e sócios cotistas
24.210
Trabalhadores Rurais
11.972
Vendedores ambulantes (registrados ou não)
Taxistas (motoristas)
2.840
565
Informais (catadores, freteiros, outros)
7.322
Profissionais liberais
6.322
Autônomos (ofícios)
6.940
Setor Público (municipal, estadual e federal)
24.832
Outros (não remunerados), aposentados
14.059
Total
160.611
Fonte: Pesquisa direta
Obs: informais, autônomos e outros foram estimados por índices técnicos adotados para
municípios de 200 mil a 400 mil habitantes.
Em 2010 Pelotas possuía 11.035 empresas (IBGE) nos setores
agropecuário, pesca, indústria extrativa, indústria de transformação, indústrias
de serviços públicos, construção civil, comércio e serviços (alojamento,
alimentação, transporte, comunicações, armazenagem, produtos da família,
educação, saúde, administração financeira, seguros, administração pública e
outras).
PERFIL DA
PRIVADA – 2010
MÃO-DE-OBRA
EMPREGADA
PELA
INICIATIVA
Da mão-de-obra empregada pelas empresas privadas de Pelotas
(61.549), 55,9% é masculina e 44,1% feminina. Quanto ao tempo de ocupação,
12,4% trabalha até 35 horas semanais e 87,6% trabalha mais do que isto. O
salário varia de um até mais de cinco por mês, com concentração na faixa de
um a dois salários (55,6%).
No aspecto escolaridade 53% possuem ensino médio, superior
incompleto e superior completo e 47% possuem da quarta a oitava série.
(Fontes de consulta: IBGE, FEE e pesquisa direta, responsabilidade pelas
transcrições é do ITEPA/UCPel)
Publicado no Diário Popular
http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=2&noticia=36598
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